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COLÉGIO ESTADUAL PADRE CARMELO PERRONE

ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONALIZANTE

PEDRO H. LEAL DE OLIVEIRVA


MILLENA DE C. MAGALHÃES

POLÍTICA ANTIGA:
Atenas, Sofistas e Platão

Cascavel, PR
2022
INTRODUÇÃO

O tema abordado neste trabalho será: Política Antiga, sendo dividido em


Atenas, Sofistas e Platão.
O trabalho começa com uma breve biografia sobre Platão, logo depois
apresenta as ideias Atenienses sobre o tema, contextualizando com a época das
mesmas.
Em seguida será apresentado e definido o Sofismo, inserindo suas
características, ideais e como funcionava o sofismo na antiguidade.
Na última parte será apresentada a ideia de política de Platão e alguns de
seus conceitos.
PLATÃO

Platão (427-347 a.C.) foi um filósofo grego da antiguidade, considerado um


dos principais pensadores da história da filosofia. Era discípulo do filósofo Sócrates.
Sua filosofia é baseada na teoria de que o mundo que percebemos com
nossos sentidos é um mundo ilusório, confuso. O mundo espiritual é mais elevado,
eterno, onde o que existe verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode
conhecer.
Platão nasceu em Atenas, Grécia, provavelmente no ano 427 a.C. Pertencia a
uma das mais nobres famílias de Atenas. Como todo aristocrata de sua época,
recebeu educação especial, estudou leitura e escrita, música, pintura, poesia e
ginástica. Era um excelente atleta, participou dos jogos olímpicos como lutador.
Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas recebeu o apelido de “Platão”, que
em grego significa “ombros largos”. Por tradição de família, Platão desejava dedicar-
se à vida pública e fazer uma brilhante carreira política, como descreveu em uma de
suas muitas cartas.
Desde cedo, Platão tornou-se discípulo de Sócrates, aprendendo e discutindo
com esse filósofo os problemas do conhecimento do mundo e das virtudes
humanas. Quando Sócrates foi condenado à morte sob a acusação de “perverter a
juventude”, Platão desiludiu-se da política e resolveu voltar-se inteiramente para a
filosofia. Sua amizade com Sócrates quase lhe custou a vida. Foi obrigado a deixar a
cidade, retirou-se para Megara, onde conviveu com Euclides.
Viajou por Cirene, Itália e Egito, entrando em contato com grandes
mentalidades da época. Foram doze anos aprendendo, e criando sua própria
filosofia.
Quando regressou a Atenas, com a idade de 40 anos, abriu uma escola
destinada à investigação filosófica que recebeu o nome de “Academia”, pela razão
de se reunirem mestres e discípulos nos jardins de um rico cidadão chamado
Academus.
A fim de eternizar os ensinamentos do mestre, que não havia redigido
nenhum livro, escreveu vários diálogos onde a figura principal é Sócrates, com isso
tornou conhecido o pensamento de seu mestre.
Em sua escola, Platão reunia-se com seus discípulos para estudar Filosofia e
Ciências. No campo científico, dedicava-se especialmente à Matemática e
Geometria. Mas o que o filósofo procurava transmitir era principalmente uma
profunda fé na razão e na virtude, adotando o lema de seu mestre Sócrates: “O
sábio é o virtuoso”. Tal foi a influência de Platão, que a
Academia subsistiu mesmo após a sua morte aos oitenta
anos de idade.
Quando em 529, o imperador romano Justiniano
mandou fechar a Academia, junto com outras escolas não
cristãs, a doutrina platônica já tinha sido amplamente
difundida. Platão faleceu em Atenas, Grécia, no ano de
347 a.C.
ATENAS

Costuma-se pensar e dizer, que a política e democracia vieram de berços da


Grécia, com Atenas sendo o centro da Grécia Antiga, é o principal local onde essas
ideias surgiram. Outros povos fora de Atenas já exerciam um poder político, porém,
o povo grego foi o principal a exercer a filosofia como conhecemos.
Por serem os gregos os precedentes a filosofar, foram os mesmos que
tiveram uma visão crítica refletindo sobre política. Por isso, o povo grego “inventou”
a política.
O que não significa que Gregos foram os criadores da filosofia, no Oriente e
na África já foram analisadas expressões de conhecimento antes de Atenas. É difícil
definir uma linha específica de aqui não existia filosofia e de aqui existia filosofia.
Fatores históricos não são como guerras onde em um dia os povos estão em paz e
no outro já é possível definir como um estado de guerra. Então, como a maioria dos
historiadores vamos consideram Atenas como o berço da filosofia entendida como
conhecimento racional.
No quesito política, considera-se o povo grego se “inventor” pois foi lá que as
primeiras teorias sobre a capacidade humana de refletir sobre a organização da vida
coletiva surgiram. Drácon, Sólon e Clístenes foram responsáveis por destacas o
caráter humano das leis e não mais o divino. Aos poucos eles promoveram a ideia
de cidadania, proporcionando assim a todos os cidadãos atenienses a participação
na assembleia do povo. Isso foi um percursor da democracia, mas não era como
conhecemos hoje em dia, afinal os cidadãos atenienses eram somente homens de
mais de 21 anos, atenienses, filhos de pais atenienses.
O apogeu da democracia em Atenas ocorreu no século V a.C., quando
Péricles era governante.
SOFISMO

No novo modelo de democracia, a justiça tornou-se política e mais objetiva,


pois o critério do justo e do injusto sustentava-se na lei escrita, válida para todo
cidadão (que se encaixe com o que foi descrito anteriormente).
Os comerciantes enriquecidos que passaram a ser considerados cidadãos da
pólis, com direito ao exercício do poder, precisavam demostrar conhecimento sobre
a vida e suas ciências. Então surge a filosofia sofista que deveria elaborar
teoricamente o ideal democrático da nova classe em ascensão.
Os sofistas utilizavam da retórica em seus ensinamentos. A retórica é a arte
de falar bem, de utilizar da linguagem para fazer discursos persuasivos. Onde os
ouvintes cressem em tudo que era dito, mesmo que por muitas vezes o que era
ensinado não era verdade, afinal o objetivo dos sofistas era aparentar o grande
conhecimento sobre tudo, e não realmente saber a verdade sobre tudo, como aquilo
funciona verdadeiramente e por qual motivo funcionava de tal maneira. O sofismo
era uma educação que se destinava à elite intelectual, bons oradores eram
convincentes, e isso era o que os sofistas queriam, pronunciar discursos
convincentes e oportunos em assembleias públicas.
Sócrates e seus discípulos acusavam os sofistas de superficialidade e de
pronunciar discursos vazios, ao enfatizarem a persuasão, e não a verdade da
argumentação. Críticas mais radicais à própria ideia de ordem natural (como as que
foram feitas pelos sofistas) não eram bem recebidas pelos filósofos, justamente
porque a filosofia buscava fundamentos racionais na natureza, para contrapor-se à
autoridade tradicional. A visão depreciativa dos sofistas perdurou até o século XIX,
quando houve uma revisão historiográfica visando reabilitar o prestigio da sofistica.
PLATÃO

No livro VII de A República, Platão ilustra seu pensa mento com a famosa
alegoria da caverna: várias pessoas acorrentadas em uma caverna desde a infância
tomam por realidade sombras projetadas na parede. Se um dos prisioneiros
conseguir se desprender e
contemplar lá fora o mundo à
luz do Sol, ao retornar terá
dificuldade em convencer os
que ficaram de que o
conhecimento deles é ilusório. A
alegoria deu margem a
interpretações diversas, entre
as quais destacamos uma
relativa ao conhecimento e
outra à política.
Na interpretação política, que decorre de pergunta: "Como influenciar aqueles
que não veem?". Cabe ao sábio ensinar, procedendo à educação política, pela
transformação das pessoas e da sociedade, desde que essa ação se oriente pelo
modelo ideal contemplado. Mais que isso, apenas o filósofo deve governar.
Para Platão, através da utopia da cidade de Calípolis, baseia-se no princípio
de que as pessoas são diferentes por natureza, portanto devem ocupar lugares
diferentes na sociedade. Propondo então, que o Estado e não a família, assuma a
educação das crianças até os 7 anos, visando assim evitar a cobiça e os interesses
decorrentes de laços afetivos e relações inadequadas.
Por essas diferenças de natureza os indivíduos seriam divididos em três
classes de atividades diferentes:

 Alma de bronze: Até os 20 anos os indivíduos seriam educados todos


da mesma forma, aqui ocorre a primeira identificação do tipo de alma.
Pessoas com “alma de bronze” se dedicariam à agricultura, ao
artesanato e ao comércio, cabendo-lhes a subsistência da cidade. A
virtude por excelência desse grupo é a temperança, pela qual deveriam
controlar os desejos de prazer.
 Alma de prata: Os indivíduos que passassem da seleção anterior
continuam estudando por mais 10 anos, até a segunda seleção, os
“alma de prata”, quem fosse selecionado deveria ser destinado à
guarda do Estado, à defesa da cidade. A virtude dos guerreiros é a
coragem, exercida pelo domínio sobre o caráter irascível de sua alma.

 Alma de ouro: Os que sobrarem das seleções anteriores, são os mais


notáveis, por terem “alma de ouro”. Esses indivíduos são instruídos na
arte de pensar a dois, ou seja, na arte de dialogar. Os que passam
estudam filosofia, fonte de toda a verdade, que eleva a alma até o
conhecimento mais puro. Aos 50 anos, aqueles que passaram com
sucesso pela série de provas são admitidos no corpo supremo de
magistrados. Cabe a eles o governo da cidade, por serem os únicos a
ter a ciência da política. Como homens mais sábios, sua função é
manter a cidade coesa. Também seriam os mais justos, uma vez que
justo é aquele que conhece a justiça. Como virtude principal, a justiça
constitui a condição de exercício das outras virtudes.

Para Platão, a política é a arte de governar pessoas com o seu consentimento


e o político é aquele que conhece a difícil arte de governar. Portanto, só poderia ser
chefe quem conhecesse a ciência política. Decorre desse raciocínio que a
democracia é um regime inadequado, porque a igualdade só é possível na
repartição dos bens, mas nunca no igual direito ao poder. Para o Estado ser bem
governado, é preciso que "os filósofos tornem se reis, ou que os reis tornem-se
filósofos". Desse modo, Platão propõe um modelo aristocrático de poder, não de
uma aristocracia da riqueza, mas daquela em que o poder é confiado aos mais
sábios. Ou seja, trata-se de uma sofocracia.
Platão foi o primeiro pensador a refletir sobre a melhor forma de governo, a
sofocracia. Ao analisar a política de seu tempo, Platão alerta sobre o poder
degenerado, onde o governo não respeita nem as leis nem visa uma real justiça
social, mas defende apenas o interesse de grupos ou pessoas. No livro VIII de A
República, Platão descreve quatro formas de governos degeneradas: Timocracia,
Oligarguia, Democracia e Tirania. Para o filosofo as formas de governo se baseiam
no tipo de alma que predomina. Daí os riscos de degeneração: os corajosos
guerreiros se tornariam violentos; os ricos oligarcas acentuariam sua cobiça: os
pobres, desejosos de liberdade e igualdade, promoveriam a anarquia. Portanto, o
bom governante é corajoso, moderado, justo e sábio.

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