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Aristóteles

Biografia:

Aristóteles nasceu na cidade de Estagira, na Macedônia, em 384 a.C. Foi um dos três grandes
filósofos da Grécia Antiga, tendo convivido e estudado com Platão. Sabe-se que, em sua juventude,
teve uma sólida formação em ciências, o que influenciou bastante a sua produção filosófica. Ainda
jovem, o filósofo foi para Atenas, onde conheceu o seu mestre Platão e foi estudar na Academia —
centro de estudos e discussões sobre Filosofia e Política fundado pelo professor de Aristóteles nos
arredores de Atenas.
Após anos de estudos na Academia, Aristóteles passou a lecionar na instituição, aprofundando-se
em seus estudos sobre temas da Filosofia Platônica (de forte inspiração socrática) — que iam de
conhecimentos de Ética e Política até questões como o conhecimento da verdade e a formação das
ideias. Na medida em que estudava tais temas, Aristóteles formulava as suas próprias teorias, o que
o levou a um afastamento intelectual das ideias platônicas e marcou uma cisão muito grande dele
com o seu mestre, representada na valorização do conhecimento empírico.
Contam as suas biografias que, na ocasião da morte de Platão, Aristóteles (que já lecionava há muito
tempo na Academia) esperava um cargo de gestão na instituição de ensino. Ao não receber esse
cargo, o pensador desligou-se da Academia e partiu de Atenas para a cidade de Artaneus, na Ásia
Menor, tornando-se consultor e conselheiro político entre os anos de 347 e 343 a.C.

Nesse último ano, ele resolveu retornar à Macedônia e, na ocasião, tornar-se preceptor de
Alexandre, herdeiro do império macedônico. Em 335 a.C., na ocasião da posse de Alexandre como
imperador devido à morte de seu pai, Aristóteles seguiu de volta para Atenas e fundou, em um local
próximo à cidade, o seu Liceu — um centro de estudos de filosofia e esportes para os jovens
atenienses.

Métodos:

Um dos principais métodos de Aristóteles era o método da Dialética que modernamente é chamada
de método científico, o filósofo grego define a dialética como a lógica do provável, do processo
racional que não pode ser demonstrado, na Grécia Antiga, a dialética era considerada a arte de
argumentar no diálogo, Atualmente é considerada como o modo de pensarmos as contradições da
realidade, o modo de compreendermos a realidade como essencialmente contraditória e em
permanente transformação.

Outro método de Aristóteles é o Silogismo que consiste em três preposições, duas premissas e uma
conclusão que, para ser válida, necessariamente decorre das duas anteriores, sem que haja outra
opção. Exemplo clássico de silogismo é o seguinte:
• Todos os homens são mortais.

• Sócrates é homem.

• Portanto, Sócrates é mortal.

A teoria do silogismo foi exposta por Aristóteles nos Analíticos anteriores. Existem infinitos
silogismos, mas apenas 256 tipos lógicos e 24 formas válidas de se constituir um silogismo, todas
respeitando a estrutura básica descrita acima.

Os métodos sistemático-unitário e histórico-genético.


O primeiro método foi considerado anti-histórico sob a alegação de que ele não permitiria
compreender a influência do contexto histórico na formação de uma unidade literária na produção
intelectual do Estagirita, razão pela qual passou a ser contestado a partir da década de 20 do século
passado.

O segundo era voltado para a reconstrução da parábola evolutiva de Aristóteles, isto é, da evolução
do seu pensamento, cuja síntese pode ser traduzida numa história de desconversão do platonismo e
da metafísica e uma conversão ao naturalismo e ao empirismo Atualmente os estudiosos acreditam
não ser mais possível utilizar o método histórico-genético, tampouco o sistemático-unitário.
Sustentam que as obras de Aristóteles devem ser lidas e estudas sem se preocupar em identificar
uma unidade literária, porquanto entendem haver uma unidade filosófica de fundo que permeia toda
a produção intelectual deste filósofo.

Epistemologia:

Para Aristóteles, a realidade consiste em coisas isoladas, que representam uma unidade de forma e
substância. A substância é o material de que a coisa se compõe, à medida que a forma são as
características peculiares de cada coisa.

Exemplo: Quando um gato mia e corre pelo telhado; a forma do gato é precisamente miar, correr etc.
Sendo assim, a forma é característica própria da espécie. A forma gato é aquilo que ele faz. Quando
o gato morre - e, portanto, deixa de miar -, a forma gato também deixa de existir. O que sobra é a
substância do gato.

A substância sempre acaba com a possibilidade de se tornar forma. Para Aristóteles, toda mudança
que pode ser observada na natureza é uma transformação ocorrida na substância, de uma
possibilidade para uma realidade.

Exemplo: Um ovo de galinha acaba com a possibilidade de se transformar em uma galinha ou em um


galo. Ele pode ter outro fim (ser frito ou cozido, por exemplo). Nesse caso, Aristóteles afirma que
ocorreu um acidente. Um acontecimento que impede que a forma se transforme naquilo que ela tem
potencial para ser.

Para Aristóteles todas as coisas são em potência e ato. Uma coisa em potência é uma coisa que tem
tendência a ser outra, como uma semente (potencialmente uma árvore). Uma coisa em ato é algo
que já está realizado, como uma árvore (uma semente em ato). Nota-se que todas as coisas, mesmo
em ato, também são em potência (uma árvore - uma semente em ato - também é potencialmente
uma folha de papel ou uma mesa). A única coisa totalmente em ato é o Ato Puro, que Aristóteles
identifica com o Bem. Esse Ato não é nada em potência, nem mesmo é a realização de potência
alguma. Ele é sempre igual a si mesmo, e não é um antecedente de nada. Aristóteles afirmava que
todas as coisas estão em movimento, sendo esse movimento da potência ao ato, e para ele este
movimento deveria ter um motor. Aristotelicamente, este primeiro propulsor seria Deus.
Aristóteles acreditava que na natureza existiam diferentes tipos de causas. Quatro, mais
especificamente, implicadas na existência de algo. Sendo elas:

Causa material (aquilo do qual é feita alguma coisa)

® Argila, por exemplo.

Causa formal (a coisa em si)

® Um vaso de argila

Causa eficiente (o que da origem ao processo do surgimento da coisa)

® Mãos de quem trabalha com a argila


Causa final (aquilo para qual a coisa é feita)

® Portar flores/Decorar ambientes

Sendo assim, para Aristóteles, tudo na natureza tinha um propósito.

Obras:

Temos, hoje, conhecimento de 22 textos deixados por Aristóteles. A maioria são tratados
extensos escritos pelo próprio filósofo e, em muitos casos, divididos em vários livros ou tomos.
Dentro de sua obra, também se encontram alguns conjuntos de notas que deveriam ser usadas nas
aulas do filósofo no Liceu. Especula-se que algumas dessas notas tenham sido feitas por seus
alunos. Essas são algumas obras de Aristóteles:

A Metafísica- conjunto de escritos denominado pelo filósofo de Escritos sobre Filosofia Primeira e,
posteriormente, reunidos e catalogados por Andrônico de Rodes, é um extenso tratado sobre uma
filosofia pura que se dedicaria a entender o que é o ser em sua totalidade, ou seja, uma espécie de
ciência geral, mestra de todas as ciências.

Categorias – pequeno tratado de lógica que apresenta a necessidade da distinção de categorias


diferentes para que a expressão filosófica faça sentido. Também são apresentadas nesse livro as
noções básicas da lógica clássica.

Da Interpretação – texto que possui pontos em comum com O Sofista, de Platão. Fala sobre a
verdade e sobre a relação das palavras escritas e as operações mentais, ou o raciocínio.

Physica – constituída de oito livros, a obra faz observações científicas sobre a Física Antiga,
anotando algumas noções que os antigos já possuíam sobre, por exemplo, densidade e movimento.

Aristóteles escreveu alguns tratados de biologia, analisando o funcionamento dos corpos animais,
classificação de plantas e insetos e as teorias sobre a origem da vida. Entre seus tratados sobre o
assunto, estão:
História dos animais

Da Geração e da Corrupção

Da Geração Animal

Da Alma – escritos sobre a formação da alma, que habitaria e daria movimento e vida aos corpos
humanos, além da capacidade racional. Também pode ser considerado um tratado de psicologia
antigo.

Antonio Sabedotti, Gabriel Jacomini, Guilherme Neres, Paulo Padilha.


Engenharia Boyle.

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