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1. METAFÍSICA
A Lógica, sistematizada pela primeira vez por Aristóteles, tem uma íntima
relação com a Metafísica, pois a primeira também recorre a artefatos fora da prática
para estabelecer-se enquanto campo de estudo. Alguns elementos comuns podem ser
extraídos dessas duas disciplinas filosóficas que ajudam a explicar a Metafísica. Ainda
no “Livro quarto” da Metafísica, Aristóteles afirma ser evidente, portanto, que a uma
mesma ciência pertence o estudo do ser enquanto ser e das propriedades que a ele se
referem, e que a mesma ciência deve estudar não só as substâncias, mas também suas
propriedades, os contrários de que se falou, e o anterior e posterior, o gênero e a espécie,
o todo e a parte e as outras noções desse tipo.
Mas como que matéria e forma se encontram para constituir corpos particulares
e formar sínolos, isto é, compostos? Aristóteles explica esse movimento – e na verdade
todo e qualquer movimento da natureza – por meio de princípios intimamente ligados
que explicam não só esse aspecto da realidade, mas as relações de causa e efeito
observadas também.
É o que ficou conhecido como teoria do ato e da potência. A matéria é potência
(dýnamis), a forma é ato (entelekhéia). O que significam esses dois termos?
Primeiro Motor Imóvel Esse fluxo, essa mudança, esse movimento é a própria
caracterização do tempo, segundo o filósofo. Nesse esquema, não faz sentido falar de
antes do tempo e de depois do tempo, porque “antes” e “depois” já são categorias
temporais, de modo que é possível concluir que o tempo é eterno, isto é, não tem início,
nem fim: sempre existiu.
Mas o que teria principiado, causado o tempo? Somente uma substância eterna,
ato puro e imóvel teria condições de servir de princípio e causa. Como, então, essa
substância, chamada pelo filósofo de deus (théos) pode movimentar sem ser ela mesma
móvel? Essa capacidade é possível, porque uma causa pode ser não só material, formal
ou eficiente, mas também final.
Quando pensamos que algo causa alguma coisa, pensamos analogamente nas
seguintes situações: um escultor que causa uma escultura, um autor que escreve um
livro, um professor que grava um vídeo. Caso o exemplo fosse você mesmo(a), então a
causa eficiente ou motriz seriam os seus pai e mãe. Nesse sentido, a causa eficiente ou
motriz responde à pergunta “O que iniciou essa substância?”
Esta causa final é o propósito, o intuito, a meta (em grego, télos) a que se dirige
a substância. Em termos aristotélicos, a causa final é aquilo que realiza a essência da
substância. Por exemplo, a causa final de uma tesoura é cortar superfícies, a causa final
de um grampeador é grampear papeis, a causa final de uma xícara de café é servir de
recipiente para esse líquido.
Deus, então, é a causa final de tudo o que existe e movimenta tudo o que
existe, sem ele mesmo precisar se movimentar. Eis o Primeiro Motor, a substância que
faz com que todas as outras substâncias componham a realidade tal qual a concebemos.
Deus, então, é a causa final de tudo o que existe e movimenta tudo o que
existe, sem ele mesmo precisar se movimentar. Eis o Primeiro Motor, a substância que
faz com que todas as outras substâncias componham a realidade tal qual a concebemos.
A resposta de Aristóteles é, de certo modo, poética: o Primeiro Motor move
como o objeto de amor atrai o amante (Aristóteles, Metafísica, Λ 7, 1072 b 3). O objeto
de desejo é aquilo que é belo e bom. O que é belo e bom movimentam o homem para si,
sem que precisem se movimentar.
ATO E POTÊNCIA
Por exemplo, considere uma pedra que está em repouso. Ela possui o potencial
para se mover (potência), mas permanece em repouso até que uma força externa a
mova. Quando a pedra é movida, ela atualiza sua potencialidade para o movimento
(ato). Neste momento, a potencialidade para o movimento é transformada em
atualidade.
Primeiro devemos lembrar que a época de Aristóteles foi muito antes de Jesus
e a concepção que temos de Deus católico.
O Primeiro Motor Imóvel é concebido por Aristóteles como um ser divino que
transcende o mundo físico e material, sendo a fonte de toda a ordem, beleza e perfeição
no universo. Ele é descrito como uma pura atualidade (ato) sem potencialidade
(potência), perfeito e auto-suficiente.
A virtude, para Aristóteles, é chamada de areté. Areté pode ser traduzida como
excelência ou perfeição e envolve a prática de virtudes éticas e intelectuais. Para
alcançar a felicidade, é necessário cultivar virtudes e alcançar um equilíbrio entre o
excesso de vícios e a falta de virtudes.
Por sua vez, a eudaimonia é considerada o resultado dessa busca pela areté. É
frequentemente traduzida como felicidade, mas não no sentido hedonista de busca pelo
prazer imediato. A eudaimonia é uma forma de bem-estar que está relacionada ao
florescimento humano e à realização de potenciais. Acredita-se que os seres humanos
são mais felizes quando vivem em harmonia com as virtudes e alcançam o seu pleno
potencial.
Aristóteles defende que o governo democrático deve ser guiado pela virtude,
principalmente pela virtude do bom senso, que considera as opiniões e interesses de
todos os cidadãos. Ele acredita que apenas cidadãos virtuosos são capazes de contribuir
para a melhoria da sociedade como um todo.
Além disso, a visão de Aristóteles sobre a política também era baseada em uma
estrutura hierárquica, na qual os governantes eram considerados naturalmente superiores
aos governados. Isso poderia levar a um abuso de poder e a uma maior concentração de
poder nas mãos de poucos indivíduos, resultando em governos autoritários e injustos.