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O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal,

mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer.
Albert Einstein

Origem, desenvolvimento e crise da metafísica

Chamada por Aristóteles de “filosofia primeira”

Metafísica é a área que estuda e tenta explicar as principais questões do pensamento


filosófico, como a existência do ser, a causa e o sentido da realidade, e os aspectos ligados a
natureza. Serve de base para o conhecimento de todas as ciências, pois busca compreender a
origem de tudo, inclusive as concepções sobre Deus e a alma. 

Definição de metafísica

A palavra metafísica vem do grego metàphysis, que significa “além da física” ou “além da


natureza”. Os primeiros estudos sobre essa linha de conhecimento foram iniciados
por Aristóteles, contudo, ele não utilizava o termo que conhecemos hoje. Em seus escritos
aparecia o que definiu como “filosofia primeira”, ou seja, a essência de toda reflexão filosófica. 

Foi o seu discípulo Andrôni de Rodes, no século I a.C, que organizou todas as obras a
respeito desse tema, dando a elas o nome de metafísica. Com isso, Aristóteles passou a ser
considerado o pai da vertente. No entanto, vale ressaltar que a procura pelo entendimento da
existência do ser e o motivo das coisas serem como são, também já faziam parte dos pontos
levantados pelos filósofos pré-socráticos e Platão. 

A “filosofia primeira” ou metafísica, que serviu de inspiração para o surgimento de diversas


teorias, inclui ainda as seguintes vertentes:

Ontologia – a ciência do “ser enquanto ser”, pois engloba todas as questões que trazem
significado a realidade e a nossa presença no mundo. 
Teologia – estudo sobre a existência e a relação de Deus com os homens e o mundo.
Apoia-se na observação e interpretação dos fenômenos e tradições religiosas para compreensão
da natureza divina. 
Gnosiologia – ramo que se debruça sobre o conhecimento humano. O seu objetivo é o
entendimento em relação a origem, essência e limites desse ato cognitivo. 

Fases históricas 

Os estudos da metafísica desenvolveram-se em três períodos distintos. O primeiro, que


aconteceu entre os séculos III e IV a.C, foi motivado por Aristóteles e Platão. Eles acreditavam
que a “filosofia primeira” trazia o pensamento em relação ao ser e tudo que existe de um modo
mais amplo. Neste momento, também teve destaque as obras de São Tomás de Aquino,
pautadas no realismo aristotélico e idealismo de Platão. 

O segundo momento, por sua vez, compreendido entre os séculos XVIII e XX, foi marcado
pelas reformulações e críticas feitas por Immanuel Kant. Em seu livro “Fundamentos da
Metafísica dos Costumes”, afirmou que a metafísica pretendia ser superior a experiência. Além
disso, defendia o entendimento das questões levantadas nesta filosofia através da razão. 
Já a terceira fase, que se inicia no final do século XX e segue até a atualidade, engloba os
pensamentos contemporâneos sobre o tema. Foi neste período que os estudos
do materialismo foram retomados, trazendo oposição à metafísica. No entanto, surgiu novas
interpretações acerca da “filosofia primeira”, por meio das correntes místicas e exotéricas. 

A metafísica da saúde, por exemplo, é uma delas. É uma concepção atrelada às práticas
de autoajuda e prega a ideia de que vários problemas de saúde acontecem em consequência da
adoção de certos comportamentos e modelos de pensamento. 

A metafísica e o estudo das causas

Diferentemente de Platão, que acreditava em uma realidade que poderia ser explicada com
base na razão, Aristóteles defendia a ideia de um mundo sensível. Isto é, um mundo material,
esse que habitamos, e submetido às sensações e aos sentimentos. Com base neste princípio, ele
estabeleceu as quatro causas que definem a existência do ser e explicam a origem de tudo. São
elas:

 Causa material – a matéria como formadora do ser, a exemplo do sangue, pele, músculos,
ossos, etc.
 Causa Formal – a essência e característica que diferenciam os seres. Os humanos, por
exemplo, possuem duas pernas e braços, uma cabeça, etc. 
 Causa Eficiente ou Motora – princípio que explica a origem dos seres. Existimos porque
alguém nos criou. 
 Causa Final – a razão da existência do ser, a finalidade da sua criação. 
Como pôde ser visto, na metafísica de Aristóteles tudo que existe no mundo se enquadra nessas
quatro causas. No entanto, para encontrar a causa primeira, a justificativa para todas as outras, o
filósofo precisou elaborar o conceito de primeiro motor imóvel, que remete a um ser perfeito,
eterno e indivisível. Ele que daria propósito para as coisas, para as formas do mundo e da
natureza. 

Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/metafisica

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