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Primeiros princípios: são os três princípios que estudamos na lógica, isto é, identidade, não
contradição e terceiro excluído. Os princípios lógicos são ontológicos porque definem as
condições sem as quais um ser não pode existir nem ser pensado; os primeiros princípios
garantem, simultaneamente, a realidade e a racionalidade das coisas;
Causas primeiras: são aquelas que explicam o que a essência é e também a origem e o
motivo da sua existência. Causa (para os gregos) significa não só o porquê de alguma coisa,
mas também o quê e o como uma coisa é o que ela é. As causas primeiras nos dizem o que é,
como é, por que é e para que é uma coisa. São quatro as causas primeiras:
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Curso de Administração Pública
Disciplina: Filosofia e Ética
Nome do Aluno: Rogério Junio Reis Laktim
Polo: Três rios
Matrícula: 20213110053
1. Causa material, isto é, aquilo de que um ser é feito, sua matéria (por exemplo,
água, fogo, ar, terra);
2. Causa formal, isto é, aquilo que explica a forma que um ser possui (por exemplo, o
rio ou o mar são formas da água; a mesa é a forma assumida pela matéria madeira com
a ação do carpinteiro). A forma é propriamente a essência de um ser, aquilo que ele é
em si mesmo ou aquilo que o define em sua identidade e diferença com relação a
todos os outros;
3. Causa eficiente ou motriz, isto é, aquilo que explica como uma matéria recebeu
uma forma para constituir uma essência (por exemplo, o ato sexual é a causa eficiente
que faz a matéria do óvulo, ao receber o esperma, adquirir a forma de um novo animal
ou de uma criança; o carpinteiro é a causa eficiente que faz a madeira receber a forma
da mesa; etc.);
4. A causa final, isto é, a causa que dá o motivo, a razão ou a finalidade para alguma
coisa existir e ser tal como ela é (por exemplo, o bem comum é a causa final da
política; a flor é a causa final da transformação da semente em árvore; o Primeiro
Motor Imóvel é a causa final do movimento dos seres naturais, etc.).
Potência e matéria são idênticas, assim como forma e ato são idênticos. A matéria
ou potência é uma realidade passiva que precisa do ato e da forma, isto é, da atividade que
cria os seres determinados. Graças aos conceitos de potência e ato, a metafísica aristotélica
pode explicar a causa e a racionalidade de todos os movimentos naturais ou dos seres físicos,
isto é, de todos os seres dotados de matéria e forma. O devir não é aparência nem ilusão, ele é
o movimento pelo qual a potência se atualiza, a matéria recebe a forma e muda de forma.
Essência: é a unidade interna e indissolúvel entre uma matéria e uma forma. Essa unidade lhe
dá um conjunto de propriedades ou atributos que a fazem ser necessariamente aquilo que ela
é. Assim, por exemplo, um ser humano é por essência um animal mortal racional dotado de
vontade, gerado por outros semelhantes a ele e capaz de gerar outros semelhantes a ele, etc.;
Acidente: é uma propriedade ou atributo que uma essência pode ter ou deixar de ter sem
perder seu ser próprio. Por exemplo, um ser humano mortal por essência, mas é baixo ou alto,
gordo ou magro, negro ou branco, por acidente. A humanidade é a essência primordial
(animal, mortal, racional, voluntário), enquanto o acidente é o que, existindo ou não, nunca
afeta o ser da essência (magro, gordo, alto, baixo, negro, branco). A essência é o universal; o
acidente, o particular;
O que é substância?
existem em si e por si mesmos, mas só existem encarnados nos indivíduos, podendo, porém,
ser conhecidos pelo pensamento (por exemplo, ser humano).
Referências Bibliográficas
ALLAN, D. J. A filosofia de Aristóteles. Lisboa: Editorial Presença, 1983.
ARISTÓTELES. Metafísica. 2ª ed. tradução, introdução e comentários de Giovanni
Reale. São Paulo: Edições Loyola, 2002, p. 131.