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As grandes diferenqas entre os dois fisofos nio estio no dominio da filosofia, mas sim na esfera de
outros interesses. Nas obras esotkicas, Aristoteles deixou de lado o componente mistico-religioso-
escatol6gico que era tao forte nos escritos do mestre.
Mas, trata-se daquele componente platonico que tem suas raizes na religiio orfica, alimentando-se
mais de fe e de crenca do que de logos. Ao deixar esse componente de lado nos escritos esotiricos, da
escola, (ainda esta presente nos exotericos, para o publico externo), Aristoteles sem duvida
pretendeu proceder a urna rigorizacao do discurso filos6fico.
Uma segunda diferenca reside no facto de que ao contrario de Platao que tinha interesse pelas
ciencias matematicas, mas nao pelas ciencias empiricas, Aristoteles, alem da filosofia, teve um
grande interesse pelos fenomenos puros, considerados enquanto tais e, por via disso, interessou-se
mais por todas as ciencias empiricas e menos pela Matematica.
E fimalmente, enquanto em Platao encontramos uma filosofia sempre aberta, como busca incansavel
pelo Bem supremo, em Aristoteles o espirito cientifico levou-o a sistematizacao organica das varias
aquisicoes, definicao, disticao e classificacao dos temas e problemas be, como os respectivos
metodos de estudo, dfinindo uma vez por todas os diferentes campos da filosofia: Metafisica, Fisica,
Psicologia, Matematica, Etica, Politica, Estetica e Logica.
A metafisica é a principal das ciências teoréticas, as quais, por sua vez, são as
ciências mais elevadas, porque ela vale por si mesma e não para satisfazer
algum bem exterior a si; ela se preocupa para satisfazer a necessidade
espiritual (e não material) de saber por saber, necessidade esta que surge
depois de todas as anteriores (materiais) terem sido satisfeitas). Por isso ela
não é prioritária, ou não serve para nada, mas é a mais elevada de todas.
É por isso que Aristóteles escreve: "Todas as outras ciências podem ser mais
necessárias ao homem, mas superior a esta nenhuma."
Definições da Metafísica
As quatro causas
1. As categorias (que são 10, das quais apenas oito primeiras são mais
importantes e todas se reportam a primeira: substância, qualidade,
quantidade, relação (pai-filho, professor-aluno, etc), acção (comer, escrever,
etc), paixão, onde (lugar), quando (tempo), ter e jazer) constituem os
géneros supremos do ser. lsto significa que aquilo que é chamado de ser
ou é substância, ou é qualidade, ou outra categoria, trata-se de modos
de ser, em que somente a substancia é o ser em si e as outras são ser
no outro.
Do ser como acidente não existe ciência, pois a ciência existe apenas do
necessário e não do casual.
4. O ser como verdadeiro ser proprio da mente humana que pensa as coisas
e sabe conjuga-las como elas estao conjugadas na realidade, ou separa-
las como estao separadas na realidade (e’ correspondência da ideia
mental com a realidade externa).
(e com efeito não existe qualidade a não ser da substância; e o mesmo se diga sobre
Aristóteles fórmulou também, neste caso, assim como para o ser, uma
resposta plurifacética:
Substância pode ser considerada como:
chamar a forma ate mesmo de "causa primeira do ser" (precisamente porque ela "in
forma" a matiria e funda o sinolo).
Matéria e forma, acto e potência
E como deve ser esta causa eterna ou Deus? (imovel, puro acto, pura
forma, imaterial, suprasensivel)
Deve ser imóvel, porque, se a causa fosse móvel, requereria outra causa, e
esta ainda outra, ao infinito. Além disso, para ser eterna e imóvel, não deve ter
nenhuma potencialidade (de outro modo poderia também não passar para o
ato), isto é, nenhuma matéria; e, portanto, será puro ato, ou seja, pura forma
imaterial (e, portanto, supra-sensível).
E como o motor imóvel move tudo? (R: pela atraccao de sua perfeicao que
tudo atrai, como causa final, a qual tudo tende)
O Motor lmóvel move como o objeto de amor move o amante. Deus, portanto, é a
causa final (e nao eficiente) do mundo, e o efeito do movimento que produz, o
produz justamente atraindo o primeiro céu por causa de sua perfeição.
A realidade mais perfeita é o ser vivo, e em particular o ser vivo inteligente. E Deus é
inteligência e vida. E, justamente por causa de sua perfeição, Deus não pode pensar e
desejar nada senão ser a coisa mais perfeita, e, portanto, a si mesmo. Portanto, Deus
é "pensamento de pensamento".
Para Aristóteles, assim como para Platão, é impensável que Deus (o Absoluto) ame
alguma coisa (algo que não seja ele), dado que o amor é sempre "tendência a possuir
algo de que se está privado", e Deus não está privado de nada. A dimensão do amor
como dom gratuito de si era totalmente desconhecida para os gregos). Além disso,
Deus não pode amar porque é inteligência pura e, segundo Aristóteles, a inteligência
pura é "impassível (sem paixao)" e, como tal, não ama.
Deus aristotelico nao criou o mundo, mas foi muito mais o mundo que, em certo sentido,
se produziu tendendo para Deus, atraido pela perfeicao. Deus nao ama nem se volta pra os
homens, e ainda menos para os individuos.
II. Arte
Na Fisica Aristóteles trata também do infinito, negando que ele possa existir
em ato, enquanto e impensável a existência de um corpo infinito. 0 infinito
existe apenas em potência: e a possibilidade de incrementar quanto se quiser,
do ponto de vista conceitual, determinada realidade sem jamais chegar ao
limite extremo. Um exemplo de tal infinito são os números, que podem
aumentar sem limites, e o espaço que se pode dividir em grandezas, as quais,
por mais que sejam pequenas, sempre são ulteriormente divisíveis.~
3. A matemática
2. As virtudes éticas
No homem tem notável importância, além da razão, os apetites e
os instintos ligados a alma sensitiva. Tais apetites e instintos se
opõem em si a razão, mas podem ser regulados e dominados pela
própria razão. A submissão da alma sensitiva a razão ocorre por
meio das virtudes éticas, as quais não são mais que os modos
pelos quais a razão instaura sua soberania sobre os instintos.
5. As formas de governo
2. As categorias
0s elementos primeiros do pensamento são as categorias: isso significa
que, se decompusermos uma proposição simples (por exemplo, "Sócrates
corre") obteremos elementos (por exemplo, "Sócrates" e "corre"), de
qualquer modo reportáveis a uma das categorias (por exemplo, "Sócrates" a
categoria da substância, e "corre" a categoria da acção ou agir).
3. A definição
Das categorias não é possível fornecer uma definição. Com efeito, para
definir um conceito é preciso o gênero próximo (por exemplo, no caso do
homem, "animal") e a diferença especifica, a diferença que distingue a
espécie do objecto em questão em relação a todas as outras (por exemplo,
no caso do homem, "racional": daqui a definição do homem, como
"animal racional").
Ora, no caso das categorias não existe um gênero mais amplo que as possa
incluir, porquanto são os gêneros mais universais. Consequentemente, é
impossível defini-las. lndefiníveis são também os indivíduos, por sua
particularidade: destes é possível apenas a percepção.
Ao contrario, perfeitamente definíveis são todas as noções que estão em
vários níveis entre a universalidade das categorias e a particularidade
dos indivíduos.
4. O julgamento e a proposição
Com a morte de Aristóteles, sua escola ficou liderada por uma série de seus
discípulos, sendo o primeiro, Teofrsto (323/322 a. C) que de forma
progressiva foram-se distanciando do espírito especulativo do mestre e
caíram no materialismo a moda pré-socrática. Mais grave ainda é que as
obras de Aristóteles ficaram arquivadas e nos dois séculos e meio quye se
seguiram foram totalmente desconhecidas (por terem sudo escondidas
pelos discípulos).