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FILOSOFIA, BIOÉTICA E ECOLOGIA: PERSPECTIVAS E CONTRIBUIÇÕES

À ECOTEOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Claudio Antonio Delfino1

RESUMO

O presente artigo pretende analisar a íntima integração entre a qualidade de


vida humana e a qualidade de vida de toda a natureza humana. A metodologia
desta pesquisa envolve um diálogo com a Filosofia, a Bioética e a Ecologia
para extrair pistas ao pensamento ecoteológico. Nesse sentido, busca-se, num
primeiro momento, uma análise filosófica aristotélica acerca da substância e da
qualidade para proporcionar um substrato de sustentação à concepção de
pessoa humana. Assim, num segundo passo, apresentam-se o conceito da
pessoa e da sua dignidade a partir dos estudos da Bioética, a fim de sublinhar
o valor inviolável da pessoa e, inclusive, da dignidade humana a partir da
reflexão Dignitas Personae. O terceiro aspecto a ser trabalhado se dirige à
linha da articulação que o Papa Francisco realiza na concepção de Ecologia
Integral na qual apresenta na Laudato Si’ uma Ecologia da vida cotidiana
fundamentada no princípio do bem comum relacionado ao respeito pela pessoa
humana enquanto tal. Por fim, numa quarta etapa, destaca-se a possibilidade
da ligação entre a qualidade de vida humana e a qualidade de vida de todo o
ecossistema. Para tanto, desenvolve-se uma análise ecoteológica para afirmar
que toda qualidade de vida se baseia e se realiza sobre a substância, em
outras palavras, é necessário levar em conta a pessoa concreta. Por isso, ao
falar da qualidade de vida humana, pode-se perceber a sua relação com todo o
ecossistema, pois tudo está interligado e toda a Criação proveniente das mãos
de Deus.

Palavras-chave: Substância. Qualidade. Dignidade Humana. Qualidade de


Vida.

1 INTRODUÇÃO

Para início desta reflexão, indicam-se algumas interpelações no tocante à


dignidade humana. Seria inviolável o valor da vida humana ou dependeria esta
possuir boas qualidades para ter maior valor? Ser pessoa é ontologicamente
superior a ter qualidades? É possível conjugar o ser pessoa e ter qualidade de

1
Mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma) e Doutorando em Teologia pela
Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. E-mail: claudiodelfino72@yahoo.com.br
vida? É possível afirmar a existência de uma ecologia integral? O que
significaria isto? A qualidade de vida humana estaria ligada à qualidade de vida
do ecossistema? Como se encontra a qualidade da vida do meio ambiente que
a pessoa vive? Nesta interface entre Bioética, Teologia e Filosofia seria
possível contribuir na construção da Ecoteologia contemporânea?

Dessa maneira, primeiro, busca-se a definição, distinção e integração acerca


dos conceitos de substância e qualidade em Aristóteles. Segundo, a pessoa
humana e a sua dignidade. Terceiro, a concepção de Ecologia Integral do Papa
Francisco. Quarto, sobre a possível relação entre a qualidade de vida humana
e a qualidade de vida de todo o ecossistema?

2 DEFINIÇÃO, DISTINÇÃO E INTEGRAÇÃO ACERCA DOS CONCEITOS


DE SUBSTÂNCIA E QUALIDADE EM ARISTÓTELES

Aristóteles (384-322 d. C) é um dos grandes marcos da Filosofia Grega, ao


lado de Sócrates, Platão e tantos outros que os antecederam e sucederam. Ele
foi discípulo de Platão, e este, por sua vez, foi discípulo de Sócrates. É dele
que serão tomados os conceitos de substância e qualidade. Crê-se, ao ter em
vista que tais conceitos podem colaborar na compreensão da relação
existencial concreta entre pessoa humana, ecologia integral e a conexão da
qualidade de ambas. Mesmo que, a priori, considere-se que a substância é
anterior à qualidade e subsiste sem a mesma, caso contrário, não é verdadeira.
Com efeito, faz-se necessário refletir o papel da qualidade em relação à
substância.

Mas afinal, o que é substância segundo Aristóteles? Esta é uma interrogação


que toca o coração do pensamento filosófico-metafísico aristotélico. Ela oriunda
do grego, ousia, substantivo feminino, cuja tradução corresponde à essência,
substância, ser, fortuna, riquezas e bens (PEREIRA, 1990, p. 418).

A primeira assertiva é a seguinte: para Aristóteles perguntar o que é o ser,


equivale a perguntar o que é a substância (Cf. ARISTÓTELES, Metafísica
[Volume II: texto grego com tradução ao lado, sob os cuidados de REALE,
Giovanni], 2002, Metaph. VII, 1, 1028 b, 2, p. 289). O ser é aquilo que dá
estabilidade a uma coisa, faz com que ela seja o que ela é, e não outra coisa
diferente de si mesma, não obstante, às suas modificações acidentais. E, isto,
aplica-se, também à substância. Tal estabilidade é a base do conhecimento
científico.

Em segundo lugar, podem-se encontrar cinco notas definidoras acerca da


substância, segundo Aristóteles (A síntese que segue é apresentada por:
ARISTÓTELES, Metafísica. [Volume I: Ensaio Introdutório, sob os cuidados de
REALE, Giovanni], 2002, p. 99) como segue:

a) O que não inere a outro e, portanto, não se predica de outro, mas é


substrato de inerência e de predicação dos outros modos de ser (cf.
ARISTÓTELES, Metaph. VII, 3, 1029 a, 8-9, p. 293); b) Somente um ente
capaz de existir separadamente do resto, de modo autônomo, em si e por si
(Cf. ARISTÓTELES, Metaph. VII, 3, 1029 a, 28, p. 295); c) Somente o que é
algo de determinado, portanto, não pode ser um atributo universal ou ente de
razão (cf. ARISTÓTELES, Metaph. VII, 3, 1029 a, 28, p. 295; VII, 3, 1030 a,
3ss); d) ademais, característica da substância é a intrínseca unidade (cf.
ARISTÓTELES, Metaph. VII, 12, 1037 b, 27, p. 241); e) Enfim, é característica
da substância o ato e a atualidade (cf. ARISTÓTELES, Metaph. VIII, 2-3, 1042
b, 8 – 1044 a, 14, pp. 371-381).

Um terceiro elemento em relação à definição de substância é a seguinte: “o ser


se diz em múltiplos significados, mas sempre em relação a uma unidade e a
uma realidade determinada” (ARISTÓTELES, Metaph. IV, 2, 1003 a, 33-34, p.
132). Ao admitir o ser equivalente à substância, torna-se correto afirmar que a
mesma é dita segundo múltiplos significados, mas que todos estes se
encontram em referência a uma unidade ou realidade determinadas. Logo, a
substância é uma essência necessária.

Além disso, para Aristóteles, em sentido estrito, a substância pode ser a


matéria, a forma ou o sínolo, ou seja, algo composto de matéria e forma (cf.
ARISTÓTELES, Metaph. VII, 3, 1029 a, 1-2, p. 293). No livro XII de sua obra
Metafísica, Aristóteles demonstrará a existência de uma substância
suprassensível, o Motor Imóvel.
Por fim, um último elemento que pode colaborar com a execução do objetivo
desta pesquisa acerca da substância, segundo Aristóteles, é a distinção que
ele faz entre substância primeira e substância segunda. Substância primeira é
alguma coisa particular e existente na realidade (uma res concreta) como por
exemplo: este homem, esta árvore, esta mulher, esta flor, etc. A substância
primeira é a base onde se apoia, de onde deriva as substâncias segundas e, se
não houvessem substâncias primeiras seria impossível que existissem
quaisquer outras coisas (cf. ARISTÓTELES, Categorias, 2011, p. 32). Já por
substâncias segundas, Aristóteles compreende a espécie e o gênero, de sorte
que a espécie é mais próxima da substância primeira, como por exemplo, se se
tomasse este ou aquele homem, e se dissesse que é humano/racional
(espécie), é mais instrutivo do que se dissesse que é um animal (gênero) (cf.
ARISTÓTELES, Categorias, p. 32-33).

De tudo que foi tratado acerca da substância, de acordo com Aristóteles, segue
que o seu interesse é de tratar a mesma, de maneira a partir sempre da
realidade concreta, isto é, deste ou daquele homem como sujeito existente
realmente, desta ou daquela árvore como sujeito existente realmente. Esta é a
substância primeira. Já a combinação das palavras entre si, ao originar a
proposição (cf. ARISTÓTELES, Categorias, 2011, p. 26), consistirá na
representação desta, no pensamento humano, através da abstração, de forma
a gerar a substância segunda. A veracidade ou a falsidade das proposições
consistirão na adequação ou não das mesmas, no intelecto, com as coisas, às
quais referem-se. Portanto, é de interesse primordial desta investigação
salientar a importância da substância primeira, que se conforma com o sujeito
existente concreto, ainda que, paradoxalmente, tenha-se que recorrer à
substância segunda para sua compreensão.

Cabe, agora, analisar a segunda interrogação: afinal, o que é a qualidade para


Aristóteles? Ela remete ao grego, poiotes, substantivo feminino, que significa
qualidade (PEREIRA, 1990, p. 466). “Entendo por qualidade aquilo em virtude
do que as coisas são, de algum modo, qualificadas” (ARISTÓTELES,
Categorias, 2011, p. 62). A primeira consideração que se faz necessária
discorrer consiste no fato de que a qualidade se apoia sobre as coisas e
qualificam-nas.

Ora, ao inferir corretamente o que foi dito sobre a substância, esta é a condição
imprescindível para que uma qualidade seja, também concretamente, isto é,
uma determinada coisa para ser, deve, necessariamente, ter como fundamento
uma substância determinada. Assim, por exemplo, pode-se postular, que João
é forte e ruivo. O ser forte e ruivo (qualidades do sujeito) em João, somente se
tornam possíveis, porque, antes de tudo, João é João (substância
determinada). Desta maneira, a substância (João) antecede as qualidades que
lhe são predicadas (forte e ruivo). Estas (qualidades) se apoiam naquela
(substância). É impossível que exista um forte e ruivo que não se refiram a um
sujeito determinado. E tal sujeito na realidade pode ser chamado de substância
primeira e na proposição/mente do sujeito pensante, de substância segunda. A
veracidade ou falsidade de tal proposição se encontra na adequação da
mesma com a realidade à qual ela refere-se. Assim, a proposição, João é forte
e ruivo, será verdadeira se na realidade concreta se encontrar um sujeito que
possua tais características. O inverso será falso. Tal ilustração, pode-se aplicar
univocamente a todas as pessoas que possuam estas qualidades ou outras
semelhantes ou analogamente a outros sujeitos, como por exemplo, a uma
árvore ou a um cachorro, dado que a substância se exprime de muitos modos.

Ao seguir a ordem da construção da definição aristotélica de qualidade, após


ter demonstrado a anterioridade ontológica da substância em relação à esta,
qualidade, faz-se mister averiguar o modo de ser da qualidade. Para tanto, será
tomada a mesma proposição anterior, isto é, João é forte e ruivo. Ora, dá-se
por certo que João seja concretamente. Disso resulta que ele possua e realiza,
neste instante, as qualidades de ser forte e ruivo. Todavia, se com o passar do
tempo, João venha a enfraquecer-se, ou por força da natureza falível de que é
dotado, ou por uma enfermidade, bem como por qualquer outro motivo
plausível, (o mesmo vale à sua qualidade de ser ruivo), nasce a seguinte
indagação: João deixaria de ser João ou seria menos João, ou teria menos
valor do que antes, assim por diante, ou continuaria a ser João? Crê-se que
qualquer pessoa de bom senso e de boa fé afirmaria que João continuaria a
ser João, agora, privado de suas qualidades anteriores. Sendo verdadeira tal
premissa, é inevitável a conclusão de que João exista de modo essencial
(enquanto realiza uma substância determinada) enquanto as qualidades forte e
ruivo existam de modo acidental. O mesmo se aplica, analogamente, a outros
seres, como por exemplo, ao cachorro e à árvore.

Ao estar certas a definição e distinção entre substância e qualidade, considera-


se correto inferir que exista uma integração entre ambas. Ora, a qualidade para
existir concretamente apoia-se sobre a substância/sujeito, assim como forte e
ruivo apoiam-se sobre João.

Por conseguinte, a substância é aquilo que é, é o fundamento necessário que


possibilita algo de ser o que ele é. Já a qualidade é uma afeição que se apoia
sobre a substância, qualificando o sujeito à que ela refere-se. Ela existe de
modo acidental. Desta maneira, a qualidade depende da substância para ser o
que ela é. Convenha-se, que sendo melhor a qualidade que se apoia sobre o
sujeito, tal fato, melhora a existência do sujeito. Por exemplo, é melhor ser forte
pela saúde do que ser fraco pela doença.

3 A PESSOA HUMANA E A SUA DIGNIDADE

A instrução Dignitas Personae apresenta a dignidade humana não somente no


título, uma vez que a “dignidade” aparece trinta e duas vezes no
desenvolvimento do texto, ao passo que a palavra “pessoa” aparece quarenta e
cinco vezes. Em relação ao título, percebe-se que a instrução principia com as
palavras Dignitas personae, a saber, a dignidade da pessoa, que é reconhecida
no ser humano, desde a concepção até o momento da morte natural. Este
pressuposto fundamental “exprime um grande ‘sim’ à vida humana [...] que
deve ser colocado no centro da reflexão ética sobre a investigação biomédica”
(CONGREGAÇÃO PARA A DOUTRINA DO CLERO, Dignitas Personae [DP],
2008, n. 1).

Quanto ao objetivo, vale destacar que, nos últimos anos, as ciências


biomédicas alcançaram progressos enormes, que abrem novas perspectivas
terapêuticas, mas suscitam também sérias interrogações não explicitamente
enfrentadas pela Instrução Donum vitae (22 de Fevereiro de 1987). A nova
Instrução, que tem a data de 8 de Setembro de 2008, propôs respostas para
algumas novas questões de bioética, que, de certo modo, instigam
expectativas e perplexidades em vastos setores da sociedade. Haja vista que
se procurou “promover a formação das consciências” (DP, 2008, n. 10) e
encorajar uma pesquisa biomédica que respeite a dignidade de cada ser
humano.

O avanço da ciência possibilita um maior conhecimento do ser humano. Por um


lado, contribui ao conhecimento das estruturas biológicas e da geração do
homem. Por outro, pode prejudicar o homem, quando lesiona o seu bem
integral ou, até mesmo, a sua dignidade.

Nos últimos decênios, as ciências médicas têm feito


consideráveis progressos no conhecimento da vida humana
nas fases iniciais da sua existência. Permitiram conhecer
melhor as estruturas biológicas do homem e o processo da sua
geração. Tais progressos são certamente positivos e merecem
apoio, quando servem para ultrapassar ou corrigir patologias e
ajudam a restabelecer o percurso normal dos processos
generativos. São, porém, negativos e, por isso, não se podem
aceitar, quando comportam a supressão de seres humanos ou
usam meios que lesam a dignidade da pessoa ou então são
adotados para finalidades contrárias ao bem integral do homem
(DP, 2008, n. 4).

O corpo embrionário não pode ser reduzido ao conjunto das suas células,
porque ele se desenvolve gradativamente conforme um “programa” bem
definido, e com um fim intrínseco próprio, que se manifesta, especialmente no
nascimento de cada criança. Faz-se mister ressaltar o critério ético
fundamental, que já foi expresso na Instrução Donum vitae para avaliar todas
as questões morais relativas às intervenções sobre o embrião humano e que
se apresenta, novamente na Dignitas Personae:

O fruto da geração humana, desde o primeiro momento da sua


existência, isto é, a partir da constituição do zigoto, exige o
respeito incondicional que é moralmente devido ao ser humano
na sua totalidade corporal e espiritual. O ser humano deve ser
respeitado e tratado como pessoa desde a sua concepção e,
por isso, desde esse mesmo momento devem ser-lhe
reconhecidos os direitos da pessoa, entre os quais e antes de
tudo, o direito inviolável de cada ser humano inocente à vida
(DP, 2008, n. 4).

Se considerar o respeito e o cuidado de que o ser humano tanto necessita


desde a sua concepção, percebe-se, então, a aplicabilidade para todo
ordenamento jurídico. Nota-se uma verdade de caráter ontológico capaz de
salvaguardar o ser humano como pessoa e não como objeto a ser manipulado
ou alterado pela ciência.

Semelhante afirmação de caráter ético, reconhecida como


verdadeira e conforme à lei moral natural pela própria razão,
deveria servir de fundamento a todo o ordenamento jurídico.
Supõe, de fato, uma verdade de caráter ontológico, em força
do que a referida Instrução evidenciou na base de sólidos
conhecimentos científicos sobre a continuidade do
desenvolvimento do ser humano (DP, 2008, n. 5).

A instrução Donum vitae revelou que existe um nexo intrínseco entre a


dimensão ontológica e o valor específico de cada ser humano. Embora a
presença de uma alma espiritual não possa ser detectada pela observação
empírica, são as próprias conclusões da ciência sobre o embrião humano a
oferecer uma indicação valiosa para discernir racionalmente uma presença
pessoal desde o princípio da vida humana. A realidade do ser humano não
permite afirmar nem uma mudança de natureza, nem uma gradualidade de
valor moral, porque possui uma plena qualificação antropológica e ética. O
embrião humano possui desde o início a dignidade própria da pessoa humana
(DP, 2008, n. 5).

A dignidade e o valor da pessoa humana se encontram impressas em cada um.


Assim, a família possui um papel importante no nascituro, a fim de lhe garantir
o amor recíproco e responsável. O matrimônio precisa, com isso, ser refletido
como vocação responsável pela propagação do amor no mundo.

O respeito de tal dignidade é devido a cada ser humano,


porque este traz impressos em si, de maneira indelével, a
própria dignidade e o próprio valor. A origem da vida humana,
por outro lado, tem o seu contexto autêntico no matrimónio e
na família, onde é gerada através de um ato que exprime o
amor recíproco entre o homem e a mulher. Uma procriação
verdadeiramente responsável em relação ao nascituro “deve
ser o fruto do matrimónio” (Negrito nosso. DP, 2008, n. 6).
O matrimônio consiste numa instituição sapiente do Criador, em virtude de
realizar na humanidade o seu desígnio de amor. Os esposos atuam na
comunhão dos seus seres para formar uma só carne, por meio de um
aperfeiçoamento mútuo e pessoal. Eles podem colaborar com Deus na geração
e educação de novas vidas. Na origem do sacramento matrimonial se situa o
“sim” que um dá ao outro e que, posteriormente é vivenciado no decorrer da
vida e na formação responsável da família, a fim de que se reconheça o valor e
a dignidade de cada integrante do seio familiar (DP, 2008, n. 6).

É interessante observar em Gn 1,26 de que a criatura é qualificada por Deus


como muito boa. Depois, Deus envia o seu Filho em Jo 1,14 e revela o pleno
significado e valor do humano. Cabe a cada pessoa respeitar o outro e, acima
de tudo, cuidar e ajudar no aperfeiçoamento de seus valores, uma vez que o
ser humano é a imagem e semelhança de seu Criador.

É convicção da Igreja que tudo o que é humano não só é


acolhido e respeitado pela fé, mas por esta é também
purificado, elevado e aperfeiçoado. Deus, depois de ter criado
o homem à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1,26), qualificou
a sua criatura como “muito boa” (Gn 1,31) para depois assumi-
la no Filho (cf. Jo 1,14). O Filho de Deus, no mistério da
Encarnação, confirmou a dignidade do corpo e da alma,
constitutivos do ser humano. Cristo não desdenhou a
corporeidade humana, mas revelou plenamente o seu
significado e valor: “Na realidade, o mistério do homem só no
mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente”
(DP, 2008, n. 7).

Deus se faz presente no meio da humanidade na figura do Filho, de sorte que,


graças a Ele, cada pessoa se torna “filho de Deus” (Jo 1,12) e, principalmente
“participantes da natureza divina” (2Pd 1,4). Esta nova dimensão não está em
contraste com a dignidade da criatura que todos os homens reconhecem como
racional, mas eleva-a a um ulterior horizonte de vida, que é a própria vida de
Deus, e permite refletir mais adequadamente sobre a vida humana e sobre os
atos que constituem-na (DP, 2008, n. 7). A vida humana repleta da variedade
de valores e de personalidades revela os traços do infinito amor de Deus, pois,
além da variedade, há a singularidade presente em cada pessoa e que precisa
ser conhecida e, sobretudo, contemplada no horizonte da fé e da esfera
humana.

À luz destes dados da fé, ainda mais se acentua e se reforça o respeito pelo
indivíduo humano, que a razão exige. Por essa razão, não há contradição entre
a afirmação da dignidade e a da sacralidade da vida humana. As diversas
maneiras como, na história, Deus cuida do mundo e do homem, não só não se
excluem entre si, mas, pelo contrário, apoiam-se e compenetram-se
mutuamente. Todas elas derivam e terminam no sábio e amoroso desígnio
eterno com que Deus predestina os homens “a serem conformes à imagem do
Seu Filho” (Rm 8, 29) (DP, 2008, n. 7).

Há ainda outra novidade em relação ao quadro regulamentar


da Dignitas Personae, ou seja, o apelo explícito às verdades da
fé para fortalecer a proteção embrionária. De fato, os n. 7-8 da
Dignitas Personae são totalmente dedicados ao fundamento
teológico da dignidade humana, que também é universal neste
âmbito (Tradução nossa do italiano. BORGOÑO, 2009, p. 25).

Assim como Deus cuida do homem e do mundo, constata-se que o homem


possui uma vocação eterna e é impelido a partilhar o amor trinitário: “A partir do
conjunto destas duas dimensões, a humana e a divina, compreende-se melhor
o porquê do valor inviolável do homem: este possui uma vocação eterna e é
chamado a partilhar o amor trinitário do Deus vivo” (DP, 2008, n. 8).

Esta vocação se aplica a todos indistintamente. Desse modo, pelo fato de


existir, cada ser humano deve ser plenamente respeitado. É fundamental
excluir a introdução de critérios de discriminação quanto à dignidade, com
fundamento no desenvolvimento biológico, psíquico, cultural ou no estado de
saúde. Vale mencionar que, no homem, criado à imagem e semelhança de
Deus, reflete-se, em cada fase da sua existência, o próprio rosto de Jesus.
Dessa forma, a vida humana é sempre um bem, visto que ela é, no mundo,
manifestação de Deus, sinal da sua presença e vestígio da sua glória (DP,
2008, n. 8).

A fé e a razão precisam caminhar juntas na formação do ser humano. O ponto


de encontro da fé e da razão se encontra no humano. No caso da Ética Cristã e
da Bioética, elas não podem se esquecer do seu conteúdo teológico,
especialmente quando se dialoga com as demais ciências. Ela precisa ajudá-
las a experimentar e refletir no humano a presença do divino.

Certamente, a Igreja sempre defendeu a fé e a razão como


duas asas que nos levam à contemplação da verdade. Mas,
quando uma asa de um pássaro bate mais que a outra, ela
voaria em círculos sem ir a lugar nenhum. Talvez para ser
inclusivo e dialogar com a multidão secular, os bioeticistas
católicos preferiram usar a linguagem comum da filosofia sem
fazer muito apelo à fé. Além disso, o desafio que alguns
teólogos morais levantaram sobre a especificidade da ética
cristã deixou um gosto amargo para aqueles que querem se
interessar pela bioética com insights teológicos (Tradução
nossa do inglês. THAM, 2009, p. 17).

O ser humano é pessoa, porque é o único ser em que a vida se torna capaz de
reflexão sobre si, de autodeterminação; é o único ser vivo que, na visão de
Sgreccia (2002, p. 79), tem a capacidade de captar e descobrir o sentido das
coisas, e de dar sentido às suas expressões e à sua linguagem consciente.
Aliás, o fato de conceber o ser humano individual como pessoa implica
reconhecer a sua dignidade. Assim, Vale (2019, p. 90) considera “[...] que a
pessoa humana, como na tradição cristã, é imagem da própria Trindade, essa
ênfase acabou sendo o pressuposto central, não só no cristianismo, mas em
toda cultura ocidental para que é denominado de dignidade humana”. Nesse
caso, a dignidade é uma decorrência da ontologia de pessoa, visto que é a
“imago Dei”, imagem e semelhança de Deus, conforme a revelação bíblica. De
acordo com Vale (2019, p. 91), a “dignidade ontológica, como algo inerente ao
ser não pode ser negada a nenhum homem, uma qualidade intrínseca da
pessoa humana, irrenunciável, inalienável, haja vista tratar-se de algo que
qualifica o ser humano como tal”.

Além da dignidade da pessoa humana, como valor fundamental da mesma,


não se pode esquecer do que hoje muito afirma-se, a saber, o valor da
qualidade de vida humana. Não se pode negar que ter uma “boa qualidade de
vida” é algo importante e prazeroso. Porém, não se pode inverter a ordem dos
valores. O ser pessoa será ontologicamente, o fundamento de toda qualidade.
A qualidade de vida humana não aumentará nem diminuirá o valor absoluto de
“ser humano”.
4 A CONCEPÇÃO DE ECOLOGIA INTEGRAL DO PAPA FRANCISCO

É evidente que a humanidade atravessa uma profunda crise ecológica de


alcance mundial. Tal crise é apresentada pelo Papa Francisco como um grave
problema social, tanto que a Carta Encíclica Laudato Si’ é inserida no interior
do magistério social da Igreja (FRANCISCO, Laudato Si’ [LS], n. 15). Talvez
seja uma das Rerum Novarum de nosso tempo (LEÃO XIII, Rerum Novarum
[RN]), mesmo que cause grande tristeza e apreensão para ela. Tomar a
questão ecológica como uma questão eclesial significa o interesse que a Igreja
manifesta em cuidar da Casa Comum, referência explicita sobre a temática da
Encíclica mencionada, além de se fazer solidária com toda a humanidade em
busca de alternativas que causem esperanças. O Santo Padre se coloca numa
longa fila do magistério da Igreja, citada diretamente por ele, referente à crise
ecológica, com raiz antropológica (LS, n. 3-6), além de contar com as
contribuições de outras Igrejas Cristãs e de outras Religiões (LS, n. 7-9). Ele,
ainda alude à figura do Patrono a Ecologia, São Francisco de Assis e procura
alçar a sua voz a toda a família humana à urgente missão de cuidar da Casa
Comum (LS, n. 10-14). Mas, simultaneamente, a Igreja tem consciência de que
é uma voz dentre tantas outras, que devem se unir na busca de preservar e até
reconstruir a natureza criada por Deus.

Foi considerado oportuno contextualizar a questão ecológica, com raiz


antropológica, dentro do Ensino Social da Igreja e algumas das principais
mudanças mencionadas pelo Papa Francisco na Laudato Si’, antes de ser
apresentada a sua concepção de ecologia integral. A justificativa está no fato
de existir uma interligação destes elementos entre si. A Igreja, Luz dos Povos
(CONCÍLIO VATICANO II, Lumen Gentium [LG], 1968) se sente no dever
missionário permanente de iluminar à luz daquele que é a Luz do mundo (Jo
8,12) a realidade onde ela se encontra. Além disso, como Mãe e Mestra,
(JOÃO XXIII, Mater et Magistra [MM], 1962) ela procura constantemente gerar
seus filhos e filhas na caridade e educá-los na verdade (Jo 14,6). Assim, como
parece ser evidente para todos o gemido atual da criação, como uma mãe em
dores de parto (Rm 8,22).
No entanto, o Santo Padre oferece uma concepção de ecologia integral,
partindo do princípio de que tudo está interligado, homem e toda a natureza
criada formam uma relação necessária e essencial, onde o todo é superior à
parte (LS, n.120; 137-142). Tudo está em constante relação. E não se trata de
uma relação contingente, isto é, constituída pelo ser humano, mas de uma
relação necessária, dada por Deus desde o princípio. Entrelaçam-se a unidade
na multiplicidade e a multiplicidade na unidade de todas as coisas. E isto
manifesta e representa a intenção e a bondade divinas. Assim atesta o Papa
Francisco, citando São Tomás de Aquino:

Santo Tomás de Aquino sublinhava, sabiamente, que a


multiplicidade e a variedade “provém da intenção do primeiro
agente”, o qual quis que “o que falta a cada coisa, para
representar a bondade divina, seja suprido pelas outras”, pois a
sua bondade “não pode ser convenientemente representada
por uma só criatura” (AQUINO, 2001, I-I, q. 47, art. 1; art. 2, ad.
1; art. 3 apud LS, n. 86).

O bem do ser humano incide no bem do meio ambiente e vice-versa. Tempo e


espaço estão interligados. Os danos provocados num lugar específico, podem
causar influências nefastas em tantos outros lugares, próximos ou distantes.
Nessa direção, justifica-se a preocupação recente e global com a questão da
Amazônia, incluindo nisso, o próprio Sínodo dos Bispos para a Amazônia
(ASSEMBLEIA ESPECIAL DO SÍNODO DOS BISPOS. Sínodo para a
Amazônia, 2019). A destruição deste imenso bioma pode acarretar malefícios
climáticos que serão sentidos em todo planeta. Por exemplo, o desmatamento
ou as queimadas provocadas pelo agronegócio podem influenciar ou já
influenciam o aumento do nível de gases poluentes na atmosfera, a elevação
da temperatura em muitas regiões, a escassez de chuvas em outras, assim por
diante. Não é à toa que a relação ciência-técnica na exploração irracional da
parte do homem, especialmente nos últimos dois séculos, gerou no presente
este triste e devastador cenário. Enfim, existe uma comunhão ontológica
essencial e profunda entre tudo o que é.

5 SERÁ QUE EXISTE UM NEXO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA HUMANA


E A QUALIDADE DE VIDA DE TODO O ECOSSISTEMA?
À guisa do que já foi dito, é plausível afirmar que a qualidade da vida humana
está intimamente interligada com a qualidade de vida de todo planeta. Sem
perder o seu valor inviolável, a pessoa humana não pode prescindir de buscar
uma existência, qualitativamente, sempre melhor, sem prescindir da realidade
que o circunda. O ser humano, por natureza, é um ser social (ARISTÓTELES,
Política, p. 4), que convive com demais seres de sua espécie e com todos os
seres criados por Deus. O homem e a mulher são seres no mundo, existem em
um habitat específico. No desejo de possuir uma existência tranquila e com boa
qualidade, torna-se uma tarefa cada vez mais urgente, zelar pelo bem do
universo onde a pessoa se encontra. Caso contrário, não somente o sentido da
sua existência pode declinar, mas a própria existência humana sobre a terra.

Outrossim, ao levar em conta a pessoa dotada de uma natureza humana,


pode-se realizar um magnífico labor reflexivo no âmbito deste mistério que
envolve a dignidade da pessoa humana: a busca pelo sentido da vida
relacionado à qualidade de vida. Esta, por sua vez, compreende-se não como
propriedade a ser manipulada ou alterada pelo ser humano e sim ser
reconhecida como dom de Deus. Cada pessoa humana possui um traço de seu
Criador e, com efeito, entende-se que aliado à qualidade de vida, há, ainda a
sacralidade de vida. Os desafios do contexto histórico atual no campo da
Bioética Secular que amiúde tendem a ver a condição imediata da pessoa, de
modo que apontam, simplesmente o bem estar, necessitam de ressignificação.
Segundo Ramos e Lucato:

Por isso, ao considerar a pessoa humana como fundamento de


um modelo ético, como na bioética personalista, se enfrenta a
realidade com precisão, e parte-se dessa entidade (unidade de
corpo-espírito) como parâmetro para ditar a prática da bioética.
Assim, a dignidade de todo ser humano é certamente
respeitada (RAMOS; LUCATO, 2010, p. 74).

À medida que a Bioética Secular dialogar com a Bioética Personalista,


constata-se que a ciência pode ser mais humanizada e conhecer
profundamente a riqueza da pessoa humana na sua formação integral
enquanto corpo, alma e espírito. Com isso, a fé e a razão podem muito
contribuir para o desenvolvimento da pessoa humana, assim como o
reconhecimento da sua imagem e semelhança ao Criador. O Papa Francisco,
numa relação entre Teologia e Ecologia afirma que cada pessoa é guardião da
criação inteira ao comentar a relação entre a criação e a eucaristia:

A criação encontra a sua maior elevação na Eucaristia. A


graça, que tende a manifestar-se de modo sensível, atinge uma
expressão maravilhosa quando o próprio Deus, feito homem,
chega ao ponto de fazer-Se comer pela sua criatura. No
apogeu do mistério da Encarnação, o Senhor quer chegar ao
nosso íntimo através dum pedaço de matéria. Não o faz de
cima, mas de dentro, para podermos encontrá-Lo a Ele no
nosso próprio mundo. Na Eucaristia, já está realizada a
plenitude, sendo o centro vital do universo, centro
transbordante de amor e de vida sem fim. Unido ao Filho
encarnado, presente na Eucaristia, todo o cosmos dá graças a
Deus. Com efeito a Eucaristia é, por si mesma, um ato de amor
cósmico. “Sim, cósmico! Porque mesmo quando tem lugar no
pequeno altar duma igreja da aldeia, a Eucaristia é sempre
celebrada, de certo modo, sobre o altar do mundo”. A
Eucaristia une o céu e a terra, abraça e penetra toda a criação.
O mundo, saído das mãos de Deus, volta a Ele em feliz e plena
adoração: no Pão Eucarístico, “a criação propende para a
divinização, para as santas núpcias, para a unificação com o
próprio Criador”. Por isso, a Eucaristia é também fonte de luz e
motivação para as nossas preocupações pelo meio ambiente, e
leva-nos a ser guardiões da criação inteira (Negrito nosso.
FRANCISCO, LS, n. 236).

Portanto, a pessoa que é guardiã consiste naquela que é capaz de cuidar de si


mesma, do outro e do mundo, visto que entende o seu papel de colaboradora
na obra da criação. Nesse sentido, o Papa Francisco une a dimensão da
criação com a eucaristia para mostrar que na eucaristia se nota o valor da
doação como modelo a ser imitado pelas pessoas.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após ter percorrido este percurso, necessitam-se apresentar as seguintes


constatações que contribuem à construção de uma Ecoteologia: A concepção
aristotélica de substância e qualidade, do modo que procede-se, ou melhor, a
definição, a distinção e a integração entre ambas foi de grande valia,
proporcionando um substrato de sustentação à concepção de pessoa humana,
à sua dignidade e à busca de construção de uma boa qualidade de vida na
história cotidiana. Não há de se negar que a “ter uma boa qualidade de vida” é
algo que não deve ser menosprezado por ninguém. Porém, não se pode jamais
esquecer que, ontologicamente, existe uma prioridade do “ser pessoa” em
relação ao possuir uma “boa qualidade de vida”. Toda qualidade se apoia e se
realiza a partir da substância. Isso significa o mesmo de dizer que ter boa
saúde, ter tempo para um lazer, dentre tantas outras possibilidades, só são
possíveis, sendo uma pessoa concreta.

Além disso, na concepção do Papa Francisco referente à Ecologia Integral,


tudo está interligado, existindo um nexo originário e essencial em toda a
Criação saída das mãos de Deus. Desta forma, é uma tarefa inadiável a todos
os homens e mulheres de “cuidarem” da Casa Comum e da qualidade de vida
de todo o universo.

PHILOSOPHY, BIOETHICS AND ECOLOGY: PERSPECTIVES AND


CONTRIBUTIONS TO CONTEMPORARY ECOTHEOLOGY

ABSTRACT

This article aims to analyse the close integration between the quality of human
life and the quality of life of all human nature. The methodology of this research
involves a dialogue with Philosophy, Bioethic and Ecology to extract clues to
ecoteological thought. In this sense, at first, na Aristotelian philosophical
analysis about substance and quality is sought to provide a supporting sustrate
for the conception of the human person. Thus, in a second step, the concepto f
the perso and his dignity is presented from the studies of Bioethics, in order to
underline the inviolable value of the person and, even, of human dignity from
the reflection Dignitas Personae. The third aspect to be worked on is related to
the articulation that Pope Francis makes in the concept of Integral Ecology in
which Laudato Si’ presents an Ecology of everyday life baed on the principle of
the common good related to respect for the human person as such. Finally, in a
fourth step, the possibility of a link between the quality of human life and the
quality of life of the entire ecosystem is highlighted. For this, na teological
analysis is developed to affirm that all quality of life is based on and carried out
on the substance, in other words, it is necessary to take into account the
concrete person. Therefore, when about the quality of human life, one can
perceive its relationship with the entire ecosystem, since everything is
interconnected and the whole of Creation comes from the hans of God.

Key-words: Substance. Quality. Human. Dignity Human. Quality Life.


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