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PRIMEIRA FASE (Outubro 2021-Abril 2022)

1. O que é um Sínodo dos Bispos?


2. Processo geralmente utilizado nos Sínodos
3. O que há de novo neste sínodo?
a) Setembro de 2021: Documento Preparatório e Vademecum
b) 09 e 17 de Outubro de 2021: Celebração de abertura em
Roma e nas dioceses respectivamente
c) Abril de 2022: Síntese elaborada pelos Sínodos das Igrejas
Orientais e Conferências
Episcopais
d) Setembro de 2022: Instrumentum Laboris 1
e) Antes de março de 2023: Reuniões pré-sinodais
internacionais das Conferências Episcopais e
organismos equivalentes
f) Março de 2023: sete documentos finais das
Assembleias (além das Conferências Episcopais
continentais, outros organismos ligados à Santa Sé
g) Instrumentum laboris 2
h) Outubro de 2023: Sínodo dos bispos
4. As palavras chaves para o processo Sinodal:
(cf. Vademecum 1.4)
COMUNHÃO: Pela sua graciosa vontade, Deus reúne-nos
como povos diversos de uma só fé, através da aliança que
oferece aos seu povo. A comunhão que partilhamos encontra
as suas raízes mais profundas no amore na unidade da
Trindade. É cristo que nos reconcilia com o Pai e nos une uns
aos outros no Espírito Santo. Juntos, somos inspirados pela
escuta da Palavra de Deus, através da Tradição viva da Igreja,
e com base no sensus fidei que partilhamos. Todos temos um
papel a desempenhar no discernimento e na vivência do
chamamento que Deus faz a seu povo.
PARTICIPAÇÃO: Um chamamento ao envolvimento de todos
os que pertencem ao Povo de Deus: leigos, consagrados e
ministros ordenados – para se empenharem no exercício de
uma escuta profunda e respeitosa uns dos outros. Esta escuta
cria espaço para ouvirmos juntos o Espírito Santo e guia as
nossas aspirações para a Igreja do Terceiro Milênio. A
participação fundamenta-se no fato de que todos os fiéis
estarem capacitados e serem chamados a colocar ao serviço
uns dos outros os dons que cada um recebeu do Espírito
Santo... Na Igreja sinodal, toda a comunidade, na livre e rica
diversidade dos seus membros, é convocada para rezar,
escutar, analisar, dialogar, discernir e aconselhar na hora de
tomar as decisões pastorais mais de acordo com a vontade
de Deus. É preciso esforçar-se genuinamente para assegurar a
inclusão das pessoas marginalizadas ou que sentem excluídas.
MISSÃO: A Igreja existe para evangelizar. Nunca podemos
estar centrados em nós mesmos. A nossa missão é
testemunhar o amor de deis no meio de toda a família
humana. Este Processo Sinodal tem uma dimensão
profundamente missionária. Destina-se a deixar que a Igreja
testemunhe melhor o Evangelho, especialmente com aqueles
que vivem nas periferias espirituais, sociais, econômicas,
políticas, geográficas e existenciais do nosso mundo. Deste
modo, a sinodalidade é um caminho pelo qual a Igreja pode
cumprir mais frutuosamente a sua missão de evangelização
no mundo, como fermente no serviço da vinda do Reino de
Deus.
5. O Sínodo acontece dentro de um contexto
contemporâneo com características relevantes
a) A tragédia global da pandemia do Covid 19
• Revela que não se caminha sozinho
• Revela disparidades e desigualdades já existentes
• Massificação e fragmentação (já reveladas na Laudato
Sì e salientadas na Fratelli Tutti. Esta última publicada durante a
pandemia
b) Desafios na vida da Igreja
• Falta de fé e corrupção
• Sofrimento pelo abuso de menores e vulneráveis
(perdão e conversão)
• Clericalismo e exercício do poder
c) Variedade de condições em que vivem as
comunidades cristãs nas várias regiões do mundo
- Igreja referência cultural/Igreja perseguida
- Católicos maioria/ católicos minoria
- perseguições religiosas
- secularismo
- fundamentalismo religioso
- divisões internas
- problemas étnicos/raciais...
- tantas condições que impactam no
progresso do caminhar juntos
“...caminhar juntos “ constitui um sinal profético
para a família humana que tem necessidade de
um projeto comum, apto a perseguir o bem de
todos. Uma Igreja capaz de comunhão e de
fraternidade, de participação e de
subsidiariedade, em fidelidade ao que anuncia,
pode colocar-se ao lado dos pobres e dos
últimos, emprestando-lhes a própria voz. “ (DP 9)
6. Referências Teológicas Fundamentais
a) SINODO: uma palavra antiga e veneranda na
Tradição da Igreja (Sínodos, Concílios regionais,
Concílios Ecumênicos, e até mesmo as dietas
b) Concílio Vaticano II
• Noção de Povo de Deus
• Igualdade de todos pela dignidade do batismo
• Todos participam da função sacerdotal,
profética e real no exercício multiforme dos seus
carismas e vocações
• Sensus fidei (LG 12)
• O carisma e vocação dos pastores
• O carisma e vocação dos pastores
- DV 8: pregação dos bispos, sucessores dos
apóstolos
- DV 10: no Espírito Santo concordância entre
pastores e fiéis
- Papa Francisco: pastores autênticos guardiões ,
intérpretes e testemunhas da fé de toda a Igreja.
• Tudo isso fundamente teologicamente o
TODOS EM ESCUTA
- que não assume os dinamismos da democracia
centrados no princípio da maioria
- está centrado na “paixão” partilhada pela missão
- realiza-se na fecunda ligação entre o sensus fidei
do Povo de Deus e a função magisterial dos
pastores
- Só pode realizar-se a partir de uma comunidade
hierarquicamente constituída (cf RB 3:
espiritualidade de comunhão)
“O sentido do caminho ao qual todos somos
chamados consiste, antes de mais nada, em descobrir o
rosto e a forma de uma Igreja Sinodal, em que cada um
tem algo a aprender. Povo fiel, colégio episcopal, Bispo de
Roma: cada um à escuta dos outros e todos à escuta do
Espírito Santo, o Espírito da Verdade para conhecer aquilo
que Ele diz Às Igrejas. O bispo de Roma, com o princípio e
fundamento de unidade da Igreja, pede que todos os
bispos e todas as Igreja particulares, nas quais se a partir
das quais existe a Igreja Católica uma e única, entrem
com confiança e coragem no caminho da sinodalidade.
Neste caminhar juntos, peçamos ao Espírito que
nos leve a descobrir como a comunhão, que compõe na
unidade a variedade dos dons, dos carismas e dos
ministérios, tem em vista uma missão: uma Igreja
sinodal é uma Igreja “em saída”, uma Igreja missionária,
com as portas abertas (EG 46). Isto inclui um chamado a
aprofundar as relações com as outras Igreja e
comunidades cristãs, com as quais estamos unidos
mediante o único Batismo. Além disso, a perspectiva do
caminhar juntos, é ainda mais ampla e abrange toda a
humanidade, da qual compartilhamos as alegrias e
esperanças, as tristezas e as angústias. (GS 1)
Uma Igreja sinodal é um sinal profético sobretudo
para uma comunidade de nações incapaz de propor um
projeto partilhado, através do qual perseguir o bem de
todos: praticar a sinodalidade é, hoje para a Igreja, uma
maneira mais evidente de ser “sacramento universal de
salvação” e sinal e instrumento de união íntima com
Deus e da unidade de todo o gênero humano. (cf. LG 1).
(DP 15)
7. Indicações Bíblicas

• JESUS protagonista absoluto


- não tem preferência de pessoas
- opção preferencial pelos pobres

• MULTIDÃO
- interlocutor mais vasto possível
• DISCÍPULOS
- mediação autorizada da multidão com a Revelação
e com o advento do Reino de Deus
“Se Jesus não estiver presente e outra pessoa ocupar o seu lugar,
a Igreja tornar-se-á um contrato entre os apóstolos e a multidão,
cujo diálogo acabará por seguir o enredo do jogo político. Sem os
apóstolos, autorizados por Jesus e instruídos pelo Espírito, a
relação com a verdade evangélica interrompe-se e a multidão
persistentemente exposta a um mito ou a uma ideologia a
respeito de Jesus, quer o aceite quer o rejeite. Sem a multidão, a
relação dos apóstolos com Jesus corrompe-se numa forma
sectária e autorreferencial de religião e a evangelização perde a
sua luz que provém da Revelação de si que Deus dirige a quem
quer que seja.” (DP 20)
• O ANTAGONISTA
(ameaça que impede um caminho comum)
- os que vão embora
- multidões que mudam de humor
- rigoristas religiosos
- rigorismo moral
- sedução de uma sabedoria política mundana que
dispensa o discernimento dos espíritos

• Para evitar o antagonista:


A dupla conversão de Cornélio e Pedro: At 10.15
8. Perspectivas para reler a sinodalidade vivida
a) A sinodalidade com seu método é um
canteiro de obras
• Questão fundamental:
“Anunciando o Evangelho, uma Igreja
sinodal ‘caminha em conjunto’: como é que
este caminhar juntos se realiza hoje em
nossa Igreja particular? Que passos o
Espírito nos convida a dar para crescermos
no nosso ‘caminhar juntos’? (DP 26)
- experiências da Igreja particular com relação à
questão fundamental
- que alegrias proporcionaram
- quais foram as dificuldades
- quais as feridas
- que intuições suscitaram
- quais as perspectivas de mudança, passos a dar
- onde se alcançou consenso
- foram abertos caminhos
b) Três níveis onde a sinodalidade se articula.
• Plano de estilo onde a Igreja vive e atua:
Escuta comunitária da Palavra e Celebração
Eucarística, fraternidade e corresponsabilidade e
missão
• Plano das estruturas e dos processos
eclesiais (teológico, canônico)
• Plano dos processos e eventos sinodais
(convocados pela autoridade competente e
determinados pela disciplina eclesiástica)
c) Primeira perspectiva: vida interna das
dioceses (as mais variadas relações)

d) Segunda perspectiva: como o Povo de


Deus caminha em conjunto com toda a
família humana
9. Indicações para a releitura
da sinodalidade vivida

“Se escutar é o método do processo


sinodal e discernir é o objetivo,
então a participação é o caminho.”

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