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LÍNGUA PORTUGUESA

Ensino Fundamental, 6º Ano


Gêneros textuais: carta, convite,
postal, diário e crônica
Língua Portuguesa, 6º Ano
Gêneros textuais: carta, convite, postal, diário e crônica.

Aula
1

São textos produzidos dentro de um contexto cultural e com


função comunicativa. Isso significa que, a cada vez produzo um
texto, seleciono um gênero em função daquilo que desejo
comunicar, do efeito que desejo produzir em meu interlocutor e da
ação que desejo realizar no meio em que me inscrevo.

Exemplos: conto de fadas, fábula, lenda, biografia, novela,


conto, crônica, adivinha, piada, carta, bilhete, convite,
reportagem, notícia, horóscopo, receita culinária, bula de
remédio, lista de compras, cardápio de restaurante, diário,
piada, e-mail, postal, dentre outros.
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A carta pessoal

A carta pessoal é um texto


utilizado para comunicação com
amigos, parentes, namorado(a).
É elaborada por um remetente e
enviada a um destinatário.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta
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ATIVIDADE 1

Esta atividade ajudará os alunos a compreenderem melhor a


função social da carta. Para tanto, o professor poderá seguir o
roteiro abaixo.
1. Perguntas para discussão: Vocês já escreveram cartas? Foi
uma tarefa fácil ou difícil? Por quê? Vocês gostam de receber
carta? Hoje não é muito comum receber cartas pessoais pelo
correio. Por quê?

2. Dando prosseguimento, o professor fará a exibição do filme


Central do Brasil. Contudo, se preferir, poderá mostrar apenas
alguns trechos em que a personagem Dora escreve as cartas.
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Vamos assistir ao filme Central do

Fonte: http://www2.uol.com.br/fernandamontenegro/central.htm
Brasil?

Questões para discussão:


- No filme, Fernanda Montenegro
interpreta Dora. O que ela faz na
estação Central do Brasil?
- Quais os temas abordados nas
cartas ditadas pelos personagens
no filme?
- É preciso saber ler e escrever
para conseguir produzir uma
carta?
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Aula
ATIVIDADE 2 2

Como os adolescentes, geralmente, gostam de música,


nada melhor para incentivá-los a estudarem as
características de um tipo de carta bem interessante: a
“carta de amor”.

Após ouvirem as músicas, o professor poderá indagar:


1. Vocês gostaram das músicas? Por quê?
2. O que vocês pensam sobre cartas de amor?

Obs.: Todos os alunos deverão receber cópias das letras das


músicas.
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Vamos ouvir estas músicas?

Escreva uma carta meu amor A Carta


Roberto Carlos Renato Russo e Erasmo Carlos

Fonte: http://letras.mus.br/roberto- Fontes:


carlos/48588/ httpwww.vagalume.com.br/renato-
russo:///a-carta.html
http://www.vagalume.com.br/erasmo-carlos/
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ATIVIDADE 3

O professor deverá formar grupos de 3 ou 4 alunos e entregar-


lhes dois exemplos de cartas pessoais.
Roteiro:
1. Um aluno lê a carta em voz alta para os outros componentes.
2. O grupo deverá, na segunda leitura, retirar do texto os
elementos característicos da carta.
3. Um aluno ficará responsável por anotar no caderno
(resumidamente) os elementos encontrados.
4. Após concluírem a tarefa solicitada, o professor solicitará que
um representante de cada grupo apresente os elementos da
carta à turma.
5. No final, o professor sistematiza o resumo da aula.
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CARTA 1 CARTA 2

Recife, 24 de maio de 2015. Recife, 3 de janeiro de 2015.


Caro amigo,
Pedro, meu grande amor.
Ontem foi um dia mágico. Você esteve comigo
por muitas horas, dando-me o maior presente
que eu poderia sonhar. Estar com você e
Toda vez que penso em ti, eu te vejo
receber a tua atenção me fez feliz demais.
como um presente que Deus enviou para
Obrigado por todo o apoio, pela
preencher o espaço vazio que havia no meu
compreensão, pelo carinho. A mim, não me
coração. É difícil explicar, mas quando
importam suas falhas, mas todas as suas
estou ao teu lado, eu sinto que sou a pessoa
tentativas de acerto, sua consideração e sua
mais feliz e especial desse mundo.
preocupação com o nosso bem estar.
Saiba que eu te amo muito e não há ninguém
tão especial quanto você em minha vida! Quero que você saiba que eu nunca mais
desgrudarei de você!
Beijos! Com carinho,
Ana Maria Felipe
Fonte: Textos criados para esta aula.
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Resumo:
A carta é um gênero textual que visa à comunicação escrita e
pode ser de diversos tipos: carta pessoal ou familiar, carta
comercial, carta de apresentação, etc.
Através da carta o que se pretende é estabelecer um diálogo
entre o remetente e o destinatário.
A carta é constituída por uma ou mais folhas de papel fechadas
em um envelope, que é selado e enviado ao destinatário da
mensagem através do serviço dos Correios.
Atualmente a carta vem sendo substituída pelo e-mail, que é a
forma de correio eletrônico mais difundida no mundo, mas
ainda há muitas pessoas que sentem prazer em trocar
correspondências do jeito tradicional.
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Quanto à estrutura, o gênero textual carta apresenta:

Indicação do Essas referências ficam no início da carta, em


local e da data geral à esquerda.

Geralmente é acompanhado de uma saudação


ou de um termo de cortesia como Prezado,
Caro, mas pode-se empregar somente o nome
Vocativo do destinatário, ou outro termo mais coloquial
seguido do nome. Após o vocativo pode-se
colocar vírgula, dois-pontos ou ainda não
haver pontuação.
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Refere-se à introdução e ao desenvolvimento


Texto
da carta.

A despedida varia de acordo com o grau de


intimidade entre as pessoas, por isso pode ser
Despedida e
formal ou informal, cerimoniosa ou afetuosa.
assinatura
Por sua vez, a a assinatura contém apenas o
nome do remetente.
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Aula
ATIVIDADE 4 3

O professor poderá iniciar a aula com uma roda de


conversa sobre a aula anterior. Logo após, apresentará
outros dois modelos de cartas: Carta de solicitação de
emprego e Carta de reclamação.

O professor poderá levantar as seguintes questões:

1. Há diferenças entre estas cartas e as cartas pessoais


que vimos antes?

2. Que diferenças são essas?


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Carta de solicitação de emprego


-------------------- (localidade), (dia) de (mês) de (ano).

À _____________ (nome da empresa)


Ref.: Candidatura à Vaga de Emprego

Eu, (nome), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), residente e


domiciliado à (endereço), venho por meio desta apresentar minha
candidatura à vaga de (especificar a vaga almejada), anexando nesta
oportunidade meu Curriculum Vitae. Sou uma pessoa responsável, com
boa formação acadêmica, prezando sempre pela organização e
eficiência nas atividades que desempenho.
Estou à disposição para qualquer contato e solicitação para entrevista.
Os meios de contato (telefone, e-mail) seguem abaixo.

Atenciosamente, (assinatura) (nome)


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Carta de reclamação
À ________________________ Nome da Empresa

No que diz respeito ao pedido nº (informar), realizado em (informar a


data), venho manifestar meu descontentamento, pois a entrega estava
prevista para, no máximo, até o dia (informar). Dessa forma, venho
solicitar o cancelamento imediato do pedido, devido o
descumprimento do prazo de entrega, de modo que requeiro a
restituição dos valores pagos.
Aguardo resposta.
(localidade), (dia) de (mês) de (ano).
Seu nome (assinar acima)
Seu CPF Seu endereço
Seu telefone
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ATIVIDADE 5

Propor aos alunos a produção de um dos modelos das


cartas apresentadas.

Dicas para os alunos revisarem o texto escrito:


1. O texto escrito é formal ou informal?
2. Coloquei todos os elementos de uma carta?
3. Utilizei os termos de forma expressiva, adequando-os à
situação de comunicação?
4. Cometi erros ortográficos? Quais?
Caso necessário, os alunos deverão reescrever a carta,
atentando para todos os problemas que perceberam no
corpo do texto.
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Aula
ATIVIDADE 6 4

Professor, inicie a aula com a rodinha de conversa para falar


sobre o tema que será estudado. Pergunte aos alunos se já
receberam ou enviaram convites em alguma ocasião. Faça
uma lista na lousa com os tipos de convites que os alunos
citarem.
Peça que os alunos observem o convite de aniversário de
Adriana. Faça juntamente com eles a interpretação oral do
convite e questione-os:
1. Quem mandou o convite?
2. Quem é o (a) aniversariante?
3. Qual é o local, a data e a hora desse evento?
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Convite
É a solicitação da presença ou participação de alguém em algo
(convocação). Geralmente, ele é colocado dentro de um envelope e
pode ser entregue de várias formas: pessoalmente, pelo correio,
através da internet, etc.

content/uploads/2015/05/tipos-de-convites-de-
Fonte: http://somosperfeitas.com.br/wp-

anivers%C3%A1rio-de-15-anos.jpg
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A estrutura de um convite

 O vocativo – É a pessoa a quem nos dirigimos para enviar o


convite. Neste caso, devemos ficar atentos ao pronome de
tratamento que usaremos. Como por exemplo, no caso de uma
pessoa mais íntima, é permitido o uso de uma linguagem mais
informal. Mas, quando tratar-se de alguém que não temos muita
convivência, ou uma autoridade, o pronome deverá adequar-se à
situação de uso.
 Em seguida, informa-se todos os elementos necessários à
compreensão do leitor, como o local, seguido do endereço
completo, data, hora do evento, e, em alguns casos, determina-se o
traje específico, como é o caso de festas juninas, festas à fantasia,
de formatura e ocasiões mais especiais.
 Por último vem a despedida, seguida da assinatura de quem enviou
o convite.
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Aprofundando a reflexão:

1. Como você reage ao receber um convite: agradece à


pessoa que lhe convidou ou demonstra pouco interesse?
2. Caso não possa ir à festa, você telefona previamente
agradecendo o convite e explicando a razão do não
comparecimento?
3. Durante a festa, você espera a autorização para comer
os doces ou pega-os na hora que lhe der vontade?
4. Você toma cuidado para não sujar o ambiente?
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ATIVIDADE 7

Para enriquecer este estudo, os alunos deverão trazer na próxima


aula alguns convites para montagem de um mural.
Os alunos deverão produzir coletivamente um convite para a
comunidade escolar visitar o mural. Nesse momento, o professor irá
registrar na lousa as sugestões da turma para a montagem do convite.
Se necessário, deverá orientá-los na estruturação do mesmo. Depois,
dividirá a turma em grupos: uns escreverão os convites, outros os
ilustrarão e os demais passarão nas outras turmas convidando para a
exposição.
A sala de aula deverá ser arrumada para receber os convidados. Os
alunos farão a explicação sobre os convites que trouxeram e suas
características. O professor deve ficar atento à participação dos
mesmos e estimulá-los durante as apresentações.
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Aula
ATIVIDADE 8 5

O professor deverá iniciar a aula apresentando alguns postais


diversos e fazendo questionamentos, como:
1. O que vocês veem nestas imagens?
2. Como chamamos estas imagens?
Após ouvir as respostas dos alunos, o professor falará a
respeito dos elementos que constituem um cartão postal
(fotografia, legenda, mensagem, destinatário).
O professor também poderá solicitar a turma que desenhe
algumas imagens no formato de um cartão postal. Após esta
etapa, os alunos poderão escrever uma mensagem e destinar o
postal para alguém da sala.
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Fonte; https://conteudorelevante.wordpress.com/2008/08/08/cartoes-
Postal

O cartão-postal, bilhete-postal
ou simplesmente postal, é
uma simplificação da carta.
Trata-se de um pequeno
retângulo de papelão fino,
geralmente enviado pelo
Correio (sem envelope),
tendo uma das faces
destinada ao endereço do
destinatário, selo, mensagem

postais-01/
do remetente e na outra
alguma imagem.
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Aula
ATIVIDADE 9 6

Para ativar o conhecimento prévio dos alunos a respeito do


gênero diário, o professor deverá perguntar-lhes:
1. O que é um diário pessoal?
2. Quem tem hábito de registrar as experiências do cotidiano
em um diário?
3. Escrever um diário está “fora de moda”? Por quê?
4. Pode-se dizer que um blog é um versão moderna do diário?
Por quê?
No final da aula, o professor poderá também apresentar aos
alunos a seguinte proposta de produção de texto:
1. Inspirado em algum dia de sua vida, cada aluno deverá
escrever uma página do que poderá ser o seu diário pessoal.
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Características do diário pessoal

 O autor dirige-se a um confidente, sendo frequente o


emprego do vocativo “Querido diário” ou até a criação de
um nome específico para o saudar.

 Os registros são ordenados por ordem cronológica de


ocorrência, ou seja, para cada dia há um registro.

 A data é considerada como um elemento essencial.

 A assinatura também é muito importante, pois tem a


função de evidenciar o autor (a) do texto.
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Diário
Espécie de caderno ou livro onde são registrados
acontecimentos cotidianos (ficcionais ou verídicos) escritos a
partir de uma visão pessoal.
Vale salientar que o diário também pode ser usado como algo
público ou comunitário.

Fonte: http://br.cromimi.com/forum/t49189,1-jogo-di%C3%A1rio-das-m%C3%A3es-cromimi.htm
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ATIVIDADE 10

Questões para discussão:

Obs.: O professor entrega uma cópia do texto seguinte


aos alunos e propõe que eles discutam as questões:
a) Que texto é esse?
b) Como ele se organiza?
c) Para Clarissa, o diário é uma espécie de diálogo
íntimo. Que frase do texto traz essa informação?
d) O diário ameniza a solidão de Clarissa. Qual frase do texto
justifica essa afirmação.
e) Explique a frase do final do texto: “Mas o que eu sinto, não
devo mentir. Pelo menos para mim mesma...”.
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Leitura: Uma página de diário

Clarissa abre o seu diário de capa verde e escreve:


Quero escrever neste diário tudo o que penso tudo o que sinto. Mas a
gente nunca escreve tudo o que pensa, tudo o que sente. Por que será
que só somos sinceros pensando?
Preciso ter um diário porque não tenho com quem conversar. As
minhas colegas do Elementar não gostam de mim. (Não sei por quê!) a
única que me procura é a Dolores.
No diário é como se eu estivesse conversando comigo mesma. Assim
tenho a impressão de que estou menos só.
Que é que tenho para contar? O dia está lindo. Estamos no outono. No
pátio de minha casa tem uma paineira florida. Bonito! Uma professora
formada dizendo: “tem uma paineira”. O direito é “há uma paineira”.
Mas fica tão pedante... Por que será que a gente nunca escreve como
fala? Bom, mas a verdade é que ninguém vai ler o meu diário.
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E se eu morrer? Se eu morrer, depois da missa de sétimo dia mamãe


toda de preto vem chorando reunir as minhas coisas. Encontra este
livro, abre. Lê e fica sabendo todos os meus segredos.
Não. Preciso destruir este diário antes de morrer. O pior é que a gente
nunca sabe quando vem a hora da morte.
Mas eu ia dizendo que no nosso pátio tem uma paineira florida. De
manhã os passarinhos fazem uma gritaria doida dentro dela. Se eu
soubesse pintar, eu pintaria a nossa paineira.
Hoje, entrando na sala de visitas, senti a mesma coisa que sentia
quando era guria. Quando olhei para o retrato do meu bisavô senti um
medo esquisito, uma impressão de o retrato ia sair correndo atrás de
mim. Bobagem! Um retrato não pode se mexer. Se os outros
soubessem do meu medo, na certa riam de mim.
Mas o que eu sinto, não devo mentir. Pelo menos para mim mesma...
(VERÍSSIMO, Érico. Clarissa. 50. ed. São Paulo: Globo, 1999).
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Aula
ATIVIDADE 11 7

Professor, pergunte aos seus alunos se eles sabem


conceituar e exemplificar o gênero crônica. Com essa proposta,
pretende-se ter acesso ao conhecimento prévio dos alunos e
introduzir o assunto da aula.
Enquanto ouve as hipóteses dos alunos, registre na lousa a
fala deles.
Continue a aula com a leitura da crônica “A Bola”, de Luiz
Fernando Veríssimo, e promova a reflexão sobre as principais
características desse tipo de texto narrativo.
Para sintetizar o que foi visto, sugerimos outra crônica
maravilhosa do mesmo autor, onde ele fala justamente sobre o
que é uma crônica e faz a comparação dela com o ovo.
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A Bola
Luiz Fernando Veríssimo
O pai deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a
sua primeira bola do pai. Uma número 5 sem tento oficial de couro. Agora não era mais
de couro, era de plástico. Mas era uma bola.
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse "Legal!". Ou o que os garotos dizem
hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho. Depois
começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que liga? - perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos são
decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
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- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola?
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada, não.
O garoto agradeceu, disse "Legal" de novo, e dali a pouco o pai o encontrou na frente da
tevê, com a bola nova do lado, manejando os controles de um videogame. Algo chamado
Monster Baú, em que times de monstrinhos disputavam a posse de uma bola em forma
de blip eletrônico na tela ao mesmo tempo que tentavam se destruir mutuamente.
O garoto era bom no jogo. Tinha coordenação e raciocínio rápido. Estava ganhando da
máquina. O pai pegou a bola nova e ensaiou algumas embaixadas. Conseguiu equilibrar a
bola no peito do pé, como antigamente, e chamou o garoto.
- Filho, olha.
O garoto disse "Legal" mas não desviou os olhos da tela. O pai segurou a bola com as
mãos e a cheirou, tentando recapturar mentalmente o cheiro de couro. A bola cheirava a
nada. Talvez um manual de instrução fosse uma boa ideia, pensou. Mas em inglês, para a
garotada se interessar.

Fonte: http://gtdcronicas2009.blogspot.com/2009/09/cronica-5-bola.html
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Crônica e Ovo
A discussão sobre o que é, exatamente, crônica é quase tão antiga
quanto àquela sobre a genealogia da galinha. Se um texto é crônica,
conto ou outra coisa interessa aos estudiosos da literatura assim como
se o que nasceu primeiro foi o ovo ou a galinha a zoólogos,
geneticistas, historiadores, e (suponho) o galo, mas não deve
preocupar nem o produtor nem o consumidor. Nem a mim nem a você.
Eu me coloco na posição da galinha. Sem piadas, por favor. Duvido
que a galinha tenha uma teoria sobre o ovo, ou, na hora de botá-lo
qualquer tipo de hesitação filosófica. Se tivesse, provavelmente não
botaria o ovo: É da sua natureza botar ovos, ela jamais se pergunta,
“Meu Deus, o que eu estou fazendo?”. Da mesma forma que o escritor
diante do papel branco (ou, hoje em dia, na frente da tela do
computador) não pode ficar se policiando para só “botar” textos que se
enquadrem em alguma definição técnica de “crônica”. O que aparecer é
crônica.
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Há uma diferença entre o cronista e a galinha, além das óbvias (a


galinha é menor e mais nervosa). Por uma questão funcional, o ovo
tem sempre o mesmo formato, coincidentemente oval. O cronista
também precisa respeitar certas convenções e limites: mas está livre
para produzir seus ovos em qualquer formato. Existem textos
classificados como contos, paródias, outros que são puros exercícios
de estilo ou simples anedotas e até alguns que se submetem ao
conceito acadêmico de crônica. Ao contrário da galinha, podemos
decidir se o ovo do dia será listrado, fosforescente ou quadrado.
Você, que é o consumidor do ovo e do texto, só tem que saboreá-lo e
decidir se é bom ou ruim, não se é crônica ou não é. Os textos estão
na mesa: fritos, estrelados, quentes, mexidos... Você só precisa de um
bom apetite.

Fonte: http://proflucimarlinguaportuguesa.blogspot.com.br/p/tudo-sobre-redacao.html.
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Crônica

É um texto curto, breve, simples, de interlocução direta com o leitor, com


marcas bem típicas da oralidade. Quando predominantemente narrativa,
possui trama, quase sempre pouco definida, sem conflitos densos e
personagens de pouca densidade psicológica. Os motivos, na maior parte,
extrai do cotidiano imediato. Além do tipo narrativo, também pode ser do
tipo argumentativo ou expositivo, como textos de opinião sobre temas
diversos de diversas áreas. Conforme a esfera social que retrata, recebe o
nome de crônica literária, policial, esportiva, política, jornalística, etc.

COSTA, Sérgio Roberto. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte:


Autêntica: 2008.
Língua Portuguesa, 6º Ano
Gêneros textuais: carta, convite, postal, diário e crônica.

Características da crônica:

 Texto narrativo curto e com poucas personagens;


 As personagens não têm aprofundamento psicológico e são
apresentadas em traços rápidos;
 O cronista explora temas do cotidiano;
 O enredo apresenta poucos fatos e eles acontecem em um curto
espaço de tempo;
 O texto apresenta visão particular (subjetiva) do autor sobre os fatos
que acontecem no cotidiano e pode ser escrito em primeira ou
terceira pessoa do discurso.
 O autor procura dar um "tom" específico para sua crônica:
humorístico, crítico, satírico, irônico, reflexivo ou de protesto.
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Aula
ATIVIDADE 12 8

Professor, após se familiarizarem com as características do gênero


em tela, os alunos devem ser estimulados a produzir uma crônica.
Esse trabalho pode ser feito individualmente, em duplas, em grupos ou
de forma coletiva, dependendo da habilidade de escrita dos alunos.
Para isso, o professor pode sugerir que os alunos escolham um fato
cotidiano qualquer. Ele também pode levar jornais para a sala de aula
e pedir que os estudantes selecionem uma notícia para fazer sua
crônica a partir dela.
Durante a atividade, os alunos devem ser constantemente
lembrados das características da crônica. Quando os textos tiverem
sido produzidos, deve ser feita a correção dos mesmos e os alunos
devem ser convidados a reescreverem suas crônicas, fazendo a
correção dos erros encontrados.
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Gêneros textuais: carta, convite, postal, diário e crônica.

Referências
ABAURRE, M. L. Produção de texto: interlocução e gêneros. São Paulo:
Moderna, 2007.
COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica: 2008.
MARCUSCHI, L.A Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO,
A.P., MACHADO, A.R. e BEZERRA, M.A. Gêneros textuais & ensino. Rio de
Janeiro: Lucerna, 2005, p.19-36.
SARMENTO, L. L. Oficina de redação. São Paulo: Moderna, 2006.
VERÍSSIMO, Érico. Clarissa. 50. ed. São Paulo: Globo, 1999.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. A Bola. Disponível em: <
http://gtdcronicas2009.blogspot.com/2009/09/cronica-5-bola.html>. Acesso em:
02/06/2015.
__________. Crônica e Ovo. Disponível em:
<http://proflucimarlinguaportuguesa.blogspot.com.br/p/tudo-sobre redacao.html>.
Acesso em: 02/06/2015.
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Gêneros textuais: carta, convite, postal, diário e crônica.

Tabela de Imagens
Slide Autoria / Licença Fontes Data do
Acesso
3 Wikipedia/Imagem: https://pt.wikipedia.org/wiki/Carta 26/06/2015
Carta.
5 Home do filme Central http://www2.uol.com.br/fernandamontenegro/central.htm 26/06/2015
do Brasil (Walter Salles,
1998).
7 Vagalume/Imagens: http://letras.mus.br/roberto-carlos/48588 26/06/2015
Roberto Carlos, Renato http://www.vagalume.com.br/renato-russo/a-carta.html
Russo e Erasmo Carlos. http://www.vagalume.com.br/erasmo-carlos/
18 Somos perfeitas/ http://somosperfeitas.com.br/wp-content/uploads/2015/05/tipos-de- 26/06/2015
Imagem: Convite. convites-de-anivers%C3%A1rio-de-15-anos.jpg
23 Conteudo relevante/ https://conteudorelevante.wordpress.com/2008/08/08/cartoes-postais- 30/06/2015
Imagem: cartão postal. 01/
26 Cromimi/Imagem: http://br.cromimi.com/forum/t49189,1-jogo-di%C3%A1rio-das- 30/06/2015
Diário. m%C3%A3es-cromimi.htm

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