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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância

AUTONOMIA E AUTENTICIDADE MORAL

Carlim Voabil

Curso de Administração Pública

Disciplina de Ética Social

3o Ano

Beira, Junho de 2020


ÍNDICE

I. INTRODUÇÃO......................................................................................................................2

1.1. Objectivos........................................................................................................................2

1.1.1. Geral.......................................................................................................................2

1.1.2. Específicos..............................................................................................................2

II. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................................3

2.1. Autonomia e Autenticidade............................................................................................3

2.1.1. Variações Conceituais da Autonomia e Autenticidade.........................................4

2.1.2.1. Autonomia como objecto de valor.............................................................5

2.1.3. Dimensões Fundamentais da Autenticidade Moral...............................................6

2.1.4. Autonomia Relacional...........................................................................................7

2.2. Autonomia e o Compromisso Social da Profissão Educativa.......................................8

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................10

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................11

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I. INTRODUÇÃO

A reflexão sobre a autonomia e autenticidade moral foi uma constante ao longo do


pensamento ocidental. Considerou-se que era a expressão privilegiada da humanidade do
homem e a consagração da sua realidade constitutivamente moral. A moralidade é uma
necessidade no homem, exigida pelas suas próprias estruturas biopsicológicas e a autonomia
moral é o resultado tornado possível por esta hiperformalização do ser humano. Enquanto
expoente do desenvolvimento pessoal, a autonomia foi, desde sempre, entendida como
estando associada a um quadro de maturidade global (Taylor, 1991; Taylor, 2007).

No campo da psicologia, o conceito de autonomia emerge da consideração do fenômeno do


desenvolvimento. O estudo das mudanças de comportamento, nos seus mais variados
aspectos (perceptivo, intelectual, afetivo, moral, social, etc.) ocorridas ao longo do tempo
configura um domínio específico que é o da psicologia do desenvolvimento (Oshana, 2007).

Segundo Benson (1994), o termo ''autêntico'' é usado no forte sentido de ser “de origem
indiscutível ou autoria”, ou no sentido mais fraco de ser “fiel a um original” ou em uma
representação confiável e precisa. Dizer que algo é autêntico é dizer que é o que professa ser,
ou o que tem a reputação de ser, em origem ou autoria. Mas a distinção entre autêntico e
derivado é mais complicada ao discutir a autenticidade como uma característica atribuída aos
seres humanos. Além de ser um tópico em debates filosóficos, a autonomia e a autenticidade
também são um ideal generalizado que afecta o pensamento social e político (Taylor 2007;
Ferrarra 1998). Sendo assim, o presente trabalho de caracter de revisão bibliografia visa
abordar sobre as discussões que fazem sobre a autonomia e a autenticidade moral,
descrevendo assim os seus reais significados.

I.1. Objectivos

I.1.1. Geral
Abordar sobre a autonomia e autenticidade moral.

I.1.2. Específicos
Conceitualizar a autonomia e autenticidade moral;
Descrever as variações conceituais da autonomia e autenticidade moral;
Explicar as dimensões fundamentais da autonomia e autenticidade moral;
Explicar a relação entre a autonomia e o compromisso social da profissão educativa.

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II. REVISÃO DA LITERATURA

II.1. Autonomia e Autenticidade

Segundo Ferrara (2017), o apelo crescente da idéia de autenticidade levou ao surgimento de


uma “ética da autenticidade” moderna altamente influente. Essa ética reconhece o valor da
“ética da autonomia” dominante que molda o pensamento moral moderno.

A idéia de autonomia enfatiza as habilidades de autogoverno do indivíduo, a independência


da deliberação da pessoa em relação à manipulação e a capacidade de decidir por si
mesma. Está ligado à visão de que os princípios morais e a legitimidade da autoridade
política devem ser fundamentados no indivíduo autogovernado, livre de diversas pressões
culturais e sociais. De acordo com a ética da autonomia, cada indivíduo deve seguir as
normas que ele ou ela pode seguir com base no endosso reflexivo racional. Até certo ponto,
diretrizes auto-impostas . Nos dois casos, é crucial que se tenha a capacidade de colocar seu
próprio comportamento sob escrutínio reflexivo e torná-lo dependente de objetivos
determinados (Honneth, 1994).

Ferrara (1993:102) afirma que uma diferença crucial é que a ética da autenticidade introduz a
idéia de que existem motivos, desejos e compromissos que às vezes superam as restrições da
reflexão racional. Isso ocorre porque esses motivos são tão fundamentais para a coesão da
própria identidade que substituí-los significaria desintegrar o próprio eu, necessário para ser
um agente moral. A questão é que existem tipos de raciocínio moral que podem ser
repressivos se surgirem de "uma consciência moral autônoma, não complementada pela
sensibilidade ao equilíbrio da identidade e da autenticidade" (Ferrara 1993: 102). 

Taylor (1991:90) defende que além de levar uma vida autônoma, guiada por motivos e
motivos não restritos, a autenticidade exige que esses motivos sejam expressivos da própria
identidade. Portanto, a autenticidade envolve um aspecto que está além do escopo da
autonomia, a saber, uma “linguagem de ressonância pessoal”.

Oshana (2007) diz que nos últimos anos, mais atenção foi dedicada a destacar como a
autonomia e a autenticidade podem se desmanchar. Alguns argumentam que a autenticidade
exige mais do que o necessário para a autonomia: uma pessoa não precisa endossar
reflexivamente os principais aspectos de sua identidade para se qualificar como autônoma,
uma vez que se ela reconhecer que aspectos de sua identidade contradizem sua auto-

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concepção, ela ainda pode ser autônoma, mesmo que esse reconhecimento injete
ambivalência em sua vida.

II.1.1. Variações Conceituais da Autonomia e Autenticidade

De acordo com Aho (2014), a variedade de contextos nos quais o conceito de autonomia
funciona sugeriu a muitos que simplesmente existem várias concepções diferentes e que a
palavra simplesmente se refere a elementos diferentes em cada um desses contextos.

Ferrara (2017) afirmou que existem pelo menos quatro significados diferentes de
"autonomia" na ética moral e política: a capacidade de governar a si mesmo, a condição real
de autogoverno, um ideal pessoal e um conjunto de direitos expressivos da soberania de
alguém sobre si mesmo. Portanto, uma teoria da autonomia é simplesmente uma construção
de um conceito destinado a capturar o senso geral de "autogoverno" (idéias que obviamente
admitem seus próprios caprichos) e que pode ser usado para apoiar princípios ou políticas que
a teoria tenta justificar.

Segundo Anderson (1995), a idéia de autogoverno contém dois componentes: a


independência da deliberação e escolha de alguém da manipulação por outros e a capacidade
de governar a si mesmo No entanto, a capacidade de governar a si mesmo estará no cerne do
conceito, uma vez que um relato completo dessa capacidade certamente envolverá a liberdade
de manipulação externa, característica da independência. 

Anderson (1995) afirma ainda que as condições de autenticidade geralmente incluem a


capacidade de refletir e endossar (ou se identificar com) os desejos, valores e assim por
diante. Os modelos mais influentes de autenticidade nesse sentido afirmam que a autonomia
requer identificação de segunda ordem com desejos de primeira ordem. 

Oshana (2005) afirma que alguns escritores insistiram que a pessoa autônoma deve gozar de
independência substantiva e independência processual. A motivação para tal posição é que a
autonomia não deve ser entendida como consistente com certas situações restritas da vida,
não importa como a pessoa tenha escolhido essa situação. Essa alegação, no entanto, ameaça
roubar a atribuição de autonomia de qualquer reivindicação de valorizar a neutralidade que,
de outra forma, poderia levar, pois se, conceitualmente, alguém não for autônomo quando
alguém (livremente, racionalmente, sem manipulação) escolhe entrar em condições de
escolha severamente limitada, então o conceito é reservado apenas àqueles estilos de vida e

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actividades de valor que são vistos como aceitáveis de um ponto de vista político ou teórico
específico.

II.1.2. Autonomia e Autenticidade em Filosofia Moral

A autonomia é central em certas estruturas morais, tanto como um modelo da pessoa


moral - a característica da pessoa em virtude da qual ela é moralmente obrigada - quanto
como o aspecto das pessoas que fundamentam as obrigações dos outros para com
ela. Para Kant, a auto-imposição da lei moral universal é o fundamento da obrigação
moral em geral e do respeito que os outros nos devem (e nós mesmos). Essa auto-
imposição da lei moral é autonomia. E, como essa lei não deve ter conteúdo fornecido
pelo senso ou desejo, ou qualquer outro aspecto contingente da nossa situação, ela deve
ser universal. Portanto, temos a imperativo categórico, que, em virtude de sermos
autônomos, devemos agir apenas nas máximas que podemos consistentemente desejar
como lei universal (Benson, 1994).

Para Taylor (2005), a capacidade de impor a nós mesmos a lei moral é a fonte última de
todo valor moral - pois valorizar qualquer coisa (instrumental ou intrinsecamente) implica
a capacidade de fazer julgamentos de valor em geral mais fundamental dos quais é a
determinação do que é moralmente valioso. 

Para Benson (1994), ser autônomo implica uma medida de autoestima, pois devemos
estar em posição de confiar em nossas capacidades de tomada de decisão para nos
colocarmos em uma posição de responsabilidade. Por outro lado, Taylor (2005)
baseando-se na posição kantiana, afirma que essa auto-estima não é um fato psicológico
contingente sobre nós, mas uma implicação inevitável do exercício da razão prática.

Taylor (2005) afirma ainda que devemos a nós mesmos respeito moral em virtude de
nossa autonomia e autenticidade, mas, na medida em que essa capacidade não depende de
nada específico ou contingente de nós mesmos, devemos um respeito semelhante a todas
as outras pessoas em virtude de sua capacidade. Por isso, somos obrigados a agir com
respeito fundamental por outras pessoas em virtude de sua autonomia. Desse modo, a
autonomia serve como modelo de razão prática na determinação da obrigação moral e
como característica de outras pessoas que merecem respeito moral de nós. 

II.1.2.1. Autonomia como objecto de valor

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De acordo com Sunner (1996), a autonomia pode desempenhar um papel na teoria moral sem
que essa teoria seja totalmente kantiana na estrutura. Por exemplo, é possível argumentar que
a autonomia pessoal tem valor intrínseco independente de uma visão totalmente elaborada da
razão prática.  Vendo a autonomia como um valor intrínseco ou como um elemento
constitutivo do bem-estar pessoal, dessa maneira, abre as portas para uma estrutura moral
geralmente consequencialista, prestando atenção à importância do autogoverno para uma vida
gratificante (Sumner, 1996).

Para Arneson (1999), a autonomia é frequentemente citada como a base para tratar todos os
indivíduos igualmente do ponto de vista moral. Mas se a autonomia não é uma característica
do tudo ou nada, esse compromisso com a igualdade moral se torna problemático. Pode-se
argumentar que, na medida em que as habilidades necessárias para a autonomia, como
reflexividade racional, competências para executar as próprias decisões e similares, variam
entre indivíduos (dentro ou entre espécies também), é difícil sustentar que todos os indivíduos
autônomos os seres têm status moral igual ou que seus interesses merecem o mesmo peso ao
considerar as decisões que os afectam.

II.1.3. Dimensões Fundamentais da Autenticidade Moral

Segundo Foshiera (2009), para que a hermenêutica seja efetiva e eficaz precisamos enfrentar
algumas questões cruciais da modernidade que se estabelecem a partir da epistemologia, da
ética, da política e da linguagem. O alvo de Taylor, como aparece em As fontes do self, é a
ontologia moral que articula as intuições morais e espirituais. Os fundamentos morais quer
sejam teístas, quer seculares, tendem a manter-se inexplorados. Inclusive pode haver
resistência para sua exploração devido à falta de adequação entre o que as pessoas acreditam,
por assim dizer, oficial e conscientemente, e aquilo de que precisam para doptar de sentido
algumas de suas atitudes morais (Foschiera, 2009).

Em Taylor, os seres humanos estão dotados de um sentido moral, de um sentimento intuitivo


do que é bem e do que é mal. Isso se relaciona com a liberdade autodeterminada, com a
política e com a autenticidade. Taylor denomina avaliação forte aquilo que envolve
discriminações acerca do certo ou errado, melhor ou pior, mais elevado ou menos elevado,
que são validadas pelos desejos, inclinações e escolhas, mas existem independentemente
destes e oferecem padrões pelos quais podem ser julgados. A autenticidade, em Taylor, se
relaciona com o que ele denomina traço central da vida humana: seu caráter

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fundamentalmente dialógico, ou seja, que a gênesis da mente humana não é monológica –
algo que cada qual atinja por si mesmo –, mas é dialógica (Foschiera, 2009).

Segundo Sumner (1996), na perspectiva Tayloriana da autenticidade, o self se articula com o


bem e com os conceitos: avaliações fortes, ontologia moral, configurações morais, princípio
da melhor descrição, hiperbens e articulação. Existe, em Taylor, um limite para o concebível
na vida humana. Segundo o autor, os homens são agentes corpóreos que vivem em condições
dialógicas, que habitam o tempo de um modo especificamente humano, a saber, dando
sentido a suas vidas na forma de uma história que conecta o passado do qual procedem com
os futuros projectos.

Para que o conceito tayloriano de autenticidade possa operar na cultura actual, faz-se
necessário enfrentar a epistemologia predominante da modernidade, assim como sua
predominante concepção sobre a natureza da linguagem e a cultura política da modernidade.
A partir da modernidade e particularmente na contemporaneidade todos têm seus próprios
valores e é impossível argumentar sobre eles (Sumner, 1996).

Para Taylor (2005), a liberdade autodeterminante não é apenas uma parte necessária da
autenticidade, mas também é contraproducente, porque seu egocentrismo nivela os
significados das vidas e fragmenta as identidades, sendo que o processo de articular uma
identidade envolve a adoção de um relacionamento com o bem ou com o que é
importante, o qual está ligado à participação de alguém em uma comunidade de idiomas.
Neste sentido, a autenticidade simplesmente requer manter vínculos com questões
colectivas de valor que vão além das próprias preferências. 

Portanto, não apenas precisamos do reconhecimento de outras pessoas concretas para


formar nossas identidades, mas também devemos (criticamente) se engajar com um
vocabulário comum de orientações de valores compartilhados. Em outras palavras, Taylor
ressalta que a autenticidade precisa da apropriação de valores que compõem nossos
horizontes coletivos (Taylor, 2005).

II.1.4. Autonomia Relacional

Vários autores afirmaram que os relatos procedimentalistas da autonomia atribuiriam


erroneamente autonomia àqueles cuja socialização restrita e condições de vida estruturantes
os pressionam a internalizar valores e normas opressivas, por exemplo, mulheres que
internalizaram a crença na autoridade social dos maridos, ou que somente por ter e criar

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filhos é uma vida verdadeiramente completa, e coisas assim. Se essas mulheres refletem
sobre esses valores, elas podem endossá-las, mesmo que isso aconteça isento de condições
específicas de inibição da reflexão. Mas essas mulheres certamente não têm autonomia,
afirma-se; portanto, somente se a autonomia incluir um requisito de que alguém seja capaz de
reconhecer reivindicações básicas de valor, esse conceito será útil na descrição das condições
opressivas de uma sociedade patriarcal (Benson, 1990, Friedman, 2000).

Segundo Friedman (2000), outro elemento relacional da autonomia desenvolvido conecta o


apoio social e o reconhecimento do status da pessoa às suas capacidades de autoconfiança,
auto-estima e auto-respeito. O argumento central dessas abordagens é que a autonomia requer
a capacidade de agir efetivamente sobre os próprios valores (como indivíduo ou membro de
um grupo social), mas que condições sociais opressivas de vários tipos ameaçam essas
habilidades, removendo o senso de auto-estima. confiança necessária para uma agência
eficaz. O reconhecimento social e / ou o apoio a esse status de autoconfiança são necessários
para o pleno aproveitamento dessas habilidades.

No entanto, essas abordagens mudaram a atenção filosófica importante sobre autonomia


para as dinâmicas sociais e interpessoais que moldam seu prazer, conectando idéias sobre
autonomia a questões mais amplas de justiça social, reconhecimento e práticas
sociais. Isso nos leva de volta, então, às considerações do projeto liberal e suas potenciais
limitações, onde a autonomia permanece central (Benson, 1990).

II.2. Autonomia e o Compromisso Social da Profissão Educativa

Contreras (2002) adverte que, enquanto forma de pensar a autonomia, é ainda estratégia
alternativa contra a proletarização, ao mesmo tempo em que é construída no seio da lógica
racionalizadora, da produtividade que separa o planejador do executor. O professor vai sendo
desqualificado, diante da ideia de que não possui conhecimentos teóricos e habilidades de
pesquisa e planeamento para compreender e produzir, como resultado, deverá atuar como
mão-de-obra “na ponta”, executando ações pré-definidas nas universidades e sistemas.

O profissionalismo significa, nesta relação de produção, controle, autonomia aparente e perda


de capacidade de agir e resistência política. São consequências da racionalização do ensino
que investe no “aumento das formas burocráticas de controlo sobre o trabalhador e suas
tarefas”, (Contreras, 2002) intensificando o trabalho.

Para Contreras (2002), o profissionalismo compreendido na lógica da racionalização,


enquanto estratégia de reivindicação se realiza pelo desejo dos professores por legitimidade,

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status e privilégios, ao mesmo tempo em que poderá anular a autonomia devido a perda de
controlo do próprio trabalho; a exclusão do diálogo entre os sujeitos, os individualismos que
se fazem contra as intromissões indesejáveis. Logo, produz hierarquias de especializações e
autodefesa. A autonomia moral no contexto da profissão educativa se manifesta de forma
parcial e imediatista.

O professor como intelectual crítico deverá não só ter o “compromisso com a transmissão de
um saber crítico, mas com a própria transformação social, por meio da capacitação para
pensar e agir criticamente” (Contreras, 2002, p. 159). É a perspectiva de construir uma
“autoridade emancipadora”, diferentemente, da ênfase na racionalidade técnica ou na
epistemologia da prática, pois requer atitudes de envolvimento dos professores com a
comunidade, com os movimentos sociais, guiados pelo sentimento de solidariedade e
comprometidos com as situações individuais e colectivas.

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III. CONSIDERAÇÕES FINAIS

De tudo que foi exposto no presente trabalho com caracter de revisão bibliográfica, sobre a
autonomia e autenticidade moral, importa concluir que se trata de conceitos que podem ser
entendidos sob determinados pontos de vistas e concepções. Portanto, de uma forma geral,
entende-se por autonomia como a capacidade de ser uma pessoa, de viver sua vida de
acordo com razões e motivos que são tomados como próprios, e não o produto de forças
externas manipuladoras ou distorcidas.

O exame do conceito de autonomia também figura centralmente nos debates sobre


política educacional, ética biomédica, várias liberdades e direitos legais (como a liberdade
de expressão e o direito à privacidade), bem como a teoria política e moral de maneira
mais ampla. No campo da teoria moral, ver a autonomia como um valor central pode ser
contrastado com estruturas alternativas, como uma ética de assistência, utilitarismo de
alguns tipos e uma ética de virtude.

O processo de construção da autonomia moral é entendido como equivalendo a um


movimento dialético de separação-inclusão (e não de separação-individuação) na medida em
que o desenvolvimento e a diferenciação implicam um espaço de integração, baseado na
reciprocidade e no incentivo dos outros. Em termos educativos, esta concepção de autonomia,
enquanto expoente da maturidade moral, implica a combinação de práticas relacionadas com
o desenvolvimento dos princípios da justiça com práticas incentivadoras das relações
interpessoais.

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AHO, K. (2014). Existentialism: An Introduction, . Cambridge: Polity.

ANDERSON, J. (1995). Review Essay: The Persistence of Authenticity”, Philosophy and


Social Criticism.

ARNESON, R. (1991). Autonomy and Preference Formation,” in Jules Coleman and Allen
Buchanan, eds. In Harm's Way: Essays in Honor of Joel Feinberg. Cambridge:
Cambridge University Press.

BENSON, P. (1994). Autonomy and Self-Worth,”. Journal of Philosophy.

CONTRERAS-DOMINGO, J. (2002). A autonomia de Professores. (S. T. Valenzuela, Trad.)


Sao Paulo.

FELDMAN, S. (2014). Against Auhenticity: Why not Shoudnt Be Youself. Lanham:


Lexington Books.

FERRARA, A. (1993). Modernity and Authenticity: A Study of the Social and Ethical
Thought of Jean-Jacques Rousseau. Albany, NY: Sunny Press.

FERRARA, A. (2017). Rousseau and Critical Theory. Boston and Leiden: Brill.

FOSCHIERA, R. (2009). Educar na autenticidade em Charles Taylor. Porto Alegre, Brasil:


Universidade Catolica do Rio Grande do Sul Porto Alegre.

FRIEDMAN, M. (1986). “Autonomy and the Split-Level Self” . Southern Journal of


Philosophy,Southern Journal of Philosophy,.

HONNETH, A. (1994). “Schwerpunkt: Autonomie und Authentizität”, Deutsche Zeitschrift


für Philosophie.

OSHANA, M. (2007). Autonomy and the Question of Authenticity”, Social Theory and
Practice.

SUMNER, L. W. (1996). Welfare, Happiness and Ethics. New York: Oxford University
Press.

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TAYLOR, C. (1991). Sources of the Self. The Making of The Modern Identity. Cambridge:
CUP.

TAYLOR, C. (2007). A Secular Age. Cambridge: Harvard University Press.

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