Você está na página 1de 29

1 - Geocentrismo

O Geocentrismo é uma teoria astronômica que considera a Terra fixa no centro do


Universo, com todos os outros corpos celestes orbitando ao seu redor.
Na antiguidade, os filósofos buscavam explicações para os movimentos dos astros que
observavam e criavam modelos que descrevessem esses movimentos.

Dentre eles, destacam-se Aristóteles, Aristarco, Eudoxo, Hiparco, entre outros.


Contudo, os modelos eram extremamente complexos e muitas vezes não explicavam
alguns fatos observados.

O astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, no século II d.C., concebeu um modelo


geocêntrico mais simples e eficiente para explicar o movimento dos corpos celestes.

A teoria do geocentrismo foi apresentada por volta do ano 150, quando Ptolomeu publicou
“A Grande Síntese” (também conhecida como Almagesto).

A obra apresentava o modelo cosmológico que explicava o movimento dos corpos


celestes em torno da Terra.

No modelo de Ptolomeu os planetas moviam-se em círculos. Esses círculos giravam em


torno da Terra, na seguinte ordem: Lua , Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno.

Este modelo foi o mais aceito desde a Antiguidade até a Idade Média.

1.1 - Geocentrismo e Heliocentrismo

Como o modelo de Ptolomeu previa de forma relativamente correta a posição dos


planetas e se ajustava perfeitamente aos dogmas religiosos da época, este sistema foi
aceito por mais de 13 séculos.

1
Contudo, com o surgimento de instrumentos astronômicos mais precisos, foi necessário
fazer modificações para tornar o modelo mais adequado às observações. Desta forma, o
modelo foi se tornando cada vez mais complicado.

No século XVI, Nicolau Copérnico propôs um modelo mais simples em substituição ao


modelo Ptolomaico. O sistema de Copérnico considerava o Sol em repouso e os
planetas girando ao seu redor, em órbitas circulares.

Inicialmente, o modelo heliocêntrico de Copérnico sofreu muita oposição, principalmente


por contrapor os ensinamentos religiosos da época.

Contudo, com as contribuições de Galileu Galilei, Johannes Kepler, dentre outros, a


teoria geocêntrica foi sendo substituída pela teoria heliocêntrica.

1.2 - Geocentrismo e a Igreja Católica

O modelo do geocentrismo era aceito pela Igreja Católica porque coincidia com os textos
bíblicos que colocavam o homem como figura central da criação divina.

Estando o homem na Terra, permanecia na posição de imagem e semelhança de Deus,


portanto, no centro do universo.

Já a obra de Copérnico foi condenada pela Santa Inquisição. A Igreja condenava à morte
os opositores a suas doutrinas.

Foi o que ocorreu com Giordano Bruno, morto na fogueira ao apoiar o modelo do
heliocentrismo.

Um dos mais importantes estudiosos da astronomia, Galileu Galilei também comprovou o


heliocentrismo com base em observações. Porém, foi obrigado a retratar-se perante a
Igreja para não ser condenado à morte.

2
2 - Aristóteles,

Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.) foi um dos mais importantes filósofos gregos e o principal
representante da terceira fase da história da filosofia grega “a fase sistemática”.

Escreveu uma série de obras que falavam sobre política, ética, moral e outro campos de

conhecimento e foi professor de Alexandre, o Grande (356 a.C-323 a.C.).

2.1 - Biografia de Aristóteles

Aristóteles nasceu em Estagira, na Macedônia, em 384 a.C. Com 17 anos, partiu para

Atenas e começou a frequentar a Academia de Platão. Por conta do local de seu

nascimento o autor é chamado comumente de "o Estagirita".

De origem aristocrática, causou admiração pelo seu comportamento requintado e pela

sua inteligência. Logo se tornou o discípulo predileto do mestre, que observou:

“Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos estudantes e o


cérebro de Aristóteles”.

Com a morte de Platão, em 347 a.C., o brilhante e famoso aluno se considerava o

substituto natural do mestre na direção da Academia. Porém, foi rejeitado e substituído

por um ateniense nato.

Aristóteles

Decepcionado, deixou Atenas e partiu para Atarneus, na Ásia Menor – então grega. Foi

conselheiro de estado de um antigo colega, o filósofo político Hermias.

3
Casou com Pítria, filha adotiva de Hermias, mas quando os persas invadiram o país e

mataram seu governante, ficou novamente sem pátria.

Em 343 a.C., foi convidado por Filipe II da Macedônia para preceptor de seu filho

Alexandre. O rei queria que seu sucessor fosse um requintado filósofo. Assim, como

preceptor na corte da Macedônia durante quatro anos, teve a oportunidade de prosseguir

suas pesquisas e desenvolver muitas das suas teorias.

Quando retornou a Atenas, em 335 a.C., Aristóteles decidiu fundar sua própria escola

chamada Liceu por estar situada no edifício dedicado ao deus Apolo Lício.

Além dos cursos técnicos para os discípulos, dava aula ao povo em geral. No Liceu,

estudava-se geometria, física, química, botânica, Astronomia, Matemática, etc.

Em 323 a.C., com a morte de Alexandre Magno, rei da Macedônia, que então dominava

a Grécia, Aristóteles foi acusado de ter apoiado o governo déspota e resolveu abandonar

novamente Atenas.

Alexandre escuta atentamente seu preceptor Aristóteles

Um ano depois, em 322 a.C., Aristóteles morreu em Cálcis, na Eubeia. Em seu

testamento determinou a libertação dos seus escravos.

A influência de Aristóteles sobre o desenvolvimento da Filosofia no mundo ocidental foi

enorme, notadamente na Filosofia Cristã de São Tomás de Aquino durante a Idade

Média. Sua influência se faz sentir até os nossos dias.

4
2.2 - Platão e Aristóteles

Aristóteles, muitas vezes, fez objeções ao idealismo de seu mestre Platão.

Para Platão existem duas categorias de seres: o mundo sensível (aparência) x mundo

inteligível (essência). Assim, nenhum objeto concreto conseguiria representar a si mesmo

na sua totalidade. Somente a ideia garantiria o conhecimento seguro acessado pelo

intelecto, pela razão.

Por sua vez, Aristóteles afirmava que só havia um mundo. A grande diferença era como

conhecemos este mundo, pois captaremos através dos sentidos e do intelecto.

Ele cria o conceito de substância ao afirmar que não existe a ideia de um objeto e o dito

objeto.

Detalhe do afresco que mostra Platão e Aristóteles discutindo rodeado de


discípulos

Por exemplo:

Pense numa cadeira. Se fizermos esta pergunta para dez pessoas, certamente cada

pessoa imaginará uma cadeira diferente.

Platão diria que não seria possível entender a "cadeira" através de um objeto concreto,

pois há várias diferenças entre elas. Somente a ideia de "cadeira" é que nos garantiria a

existência desse objeto.

5
Por sua parte, Aristóteles afirmaria que era possível superar a ideia abstrata e conhecer a

cadeira através de características como o material, a forma, a origem e a finalidade de um

objeto.

O Estagirita (Aristóteles) manifestou a opinião de que todos os objetos da Natureza

estavam em constante movimento. Classificou, pela primeira vez, os tipos de movimento,

reduzindo-os a três fundamentais: nascimento, destruição e transformação.

2.3 - Principais Ideias de Aristóteles


A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do

Estado (Política).

2.4 - Metafísica Aristotélica

A metafísica foi um termo utilizado por um dos discípulos de Aristóteles, Andrônico de

Rodes, para classificar os textos aristotélicos destinados a estudar a relação dos seres e

suas essências, para além das relações físicas (meta significa "para além").

Aristóteles afirmava que a filosofia primeira (metafísica) se ocupava da investigação "do

ser enquanto ser".

Para Aristóteles, Deus não é o Criador, mas o motor do universo. Deus não pode ser

resultado de alguma ação, não pode ser escravo de amo algum.

Ele é a fonte de toda a ação, o amo de todos os amos, o instigador de todo o

pensamento, primeiro e último Motor do Mundo.

Aristóteles trata dos seguintes princípios:

 Identidade - Uma proposição é sempre ela mesma;


 Não contradição - Uma proposição somente pode ser falsa ou verdadeira e não
ambas;
 Terceiro excluído - Não existe terceira hipótese para uma proposição: apenas
falsa e verdadeira.

Além disso, sugere as quatro causas para a existência das coisas:

6
 Causa material - indica do que é feita a coisa;
 Causa formal - indica qual a forma da coisa;
 Causa eficiente - indica o que dá origem à coisa;
 Causa final - indica qual a função da coisa.

2.5 - Eudaimonia, a felicidade ética em Aristóteles

Segundo Aristóteles tudo tende ao bem, pois o bem é o fim de todas as coisas.

Acrescenta que há duas formas de alcançar o bem. Uma através de atividades práticas,

onde se incluem ética e política, outra através de atividades produtivas, onde se incluem

artes e técnicas.

Segundo o pensamento aristotélico, a felicidade (eudaimonia) é o único objetivo do

homem. E se para ser feliz, é preciso fazer o bem a outrem, então o homem é um ser

social e, mais precisamente, um ser político. Com efeito, cabe ao Estado “garantir o bem-

estar e a felicidade dos seus governados”.

A busca pela felicidade seria uma finalidade natural dos seres humanos. A felicidade é um

fim em si mesma, (ser feliz é o objetivo da própria felicidade) os seres humanos buscam a

boa-vida, justa e feliz.

Para isso, é necessário buscar o justo-meio, a prudência e o conhecimento prático capaz

de conduzir o indivíduo no caminho virtuoso para o bem.

2.6 - O ser humano como animal político

Como Platão, Aristóteles escreveu em um período de profunda crise na Democracia

escravista.

Preocupou-se com as formas de governo, considerando legítimas a Monarquia, a

Aristocracia e a Democracia. Escreveu um longo tratado “A Política” onde analisou os

regimes políticos e as formas do Estado.

O Estagirita afirmava que a cidade (pólis) era anterior ao indivíduo e este só podia

realizar-se através da vida em sociedade, através da atividade política.

7
Etimologicamente, a palavra política é derivada da palavra pólis que significa "cidade". A

palavra, originalmente, designaria a "atividade própria da pólis".

Para Aristóteles, os seres humanos são seres políticos, ou melhor, são animais políticos

(zoon politikon), como definiu

2.7 - Obras de Aristóteles

 Lógica - "Sobre a Interpretação", "Categorias", "Analíticos", "Tópicos", "Elencos


Sofísticos" e os 14 livros da "Metafísica", que Aristóteles denominava "Prima Filosofia". O
conjunto dessas obras é conhecido pelo nome de "Organon";
 Filosofia da Natureza - "Sobre o Céu", "Sobre os Meteoros", oito livros de "Lições
de Física" e outros tratados de história e vida dos animais;
 Filosofia Prática - "Ética a Nicômano", "Ética a Eudemo", "Política", "Constituição
Ateniense" e outras constituições;
 Poéticas - "Retórica" e "Poética".

2.8 - Frases de Aristóteles

 "Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."


 "As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para
sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."
 "O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."
 "A alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda
mais."
 "Valor fundamental da vida depende da percepção e do poder de contemplação ao
invés da mera sobrevivência."
 "Nosso caráter é o resultado da nossa conduta."
 "Tive pena do ser humano por trás do erro, e não de seu caráter."

3 - Aristarco,

4 - Eudoxo,

5 - Hiparco

8
6 - Cláudio Ptolomeu

Cláudio Ptolomeu (em grego, Klaudios Ptolemaios), também conhecido como Ptolomeu
de Alexandria, foi um importante cientista grego, nascido no Egito e com cidadania
romana que viveu entre os séculos I e II d.C., contribuindo significativamente em áreas do
conhecimento como a matemática (álgebra, trigonometria, geometria), geografia,
cartografia, astrologia, astronomia, óptica e teoria musical.

Biografia
Devido à carência de fontes históricas, é difícil precisar com exatidão os fatos que

envolvem a vida de Ptolomeu. Contudo, acredita-se que este pensador tenha nascido em

Ptolemaida Hérmia, na região do Alto Egito, em meados de 70 d.C. e falecido em Canopo,

Egito, por volta de 168 d.C., quando governaram os imperadores romanos Adriano e

Antonino Pio. Ademais, sabe-se que Ptolomeu foi um dos grandes sábios de Alexandria a

partir do ano de 120 d.C..

6.1 - Pensamento e Principais Obras

De partida, vale ressaltar o esforço de Ptolomeu em sintetizar o trabalho científico de seus

antecessores, sobretudo nas áreas de matemática, astronomia e geografia. Ora, no que

tange seus trabalhos matemáticos, podemos considerá-lo um geômetra; contudo, foram

suas teorias acerca da trigonometria esférica, do movimento solar e lunar, das conjunções

de planetárias, bem como a catalogação dos corpos celestes, que o tornaram célebre.

Por sua vez, vale citar um de seus postulados mais importantes, conhecido como

“Teorema de Ptolomeu”, segundo o qual um quadrilátero inscrito numa circunferência

tem como produto das diagonais igual à soma dos produtos dos lados opostos.

Por outro lado, vale ressaltar que Ptolomeu foi capaz de distinguir e organizar os saberes

astronomia e da astrologia, separando ciência de misticismo. Para tanto, criou sua obra

prima, "O Almagesto" (O Grande Tratado), onde sintetizou os conhecimentos de

Aristóteles, Hiparco e Posidônio, dentre outros, com o intuito de criar um modelo capaz de

prever a posição dos planetas, o qual logrou sucesso até o século XVI, quando sua teoria

do geocentrismo é refutada pelo modelo heliocêntrico de Copérnico.

9
A despeito disso e com base na cosmologia aristotélica geocêntrica, o pensador foi capaz

de formular um modelo geométrico para o sistema solar no qual a Terra estaria no centro

e os outros corpos celestes gravitariam a sua volta, numa combinação de círculos

chamados “Epiciclos”.

Por fim, vale citar que "O Almagesto" foi traduzido para o árabe em 827 d.C e para o latim

no século XII. Não obstante, sobre astrologia, o autor apresenta-nos o "Tetrabiblos",

onde defende que todos os aspectos da vida de um sujeito são determinados pelos

planetas.

Em “Geographia” (Geographike Hyphegesis) Ptolomeu sistematiza todo conhecimento

geográfico da cultura greco-romano para descrever e medir, com relativo sucesso, o

planeta Terra. Assim, ele estabelece coordenadas de latitude e longitude para as cidades

e regiões mais importantes do mundo conhecido e desenvolve a “projeção cônica

equidistante meridiana” enquanto técnica de projeção de mapas capaz de representar

superfícies curvas em um mapa plano. Estes estudos foram utilizados pela Igreja Católica

durante todo o período medieval para justificar a teoria geocêntrica por ela defendida.

Por fim, Ptolomeu também produziu um "Tratado sobre Óptica" onde analisa questões

como reflexão, refracção e cor. Escreveu ainda um tratado sobre teoria do som, a obra

“Harmônica”, onde apresenta uma teoria matemática da música.

7 - Nicolau Copérnico

Nicolau Copérnico, um dos pais da astronomia moderna, nasceu em Tourum, na Polônia,


em 19 de fevereiro de 1473. Seu nome de batismo era MIkolaj Kopernik.

Copérnico era monge, matemático e astrônomo. É autor da Teoria Heliocêntrica, segundo

a qual o Sol é o centro do sistema solar.

Até então, a Igreja Católica – que controlava o poder religioso, político e econômico na

Idade Média – adotava a Teoria Geocêntrica, em que a Terra era o centro do universo.

10
Essa teoria tinha como base os estudos de Aristóteles e foi elaborada por Cláudio

Ptolomeu, um astrônomo e geógrafo do século II. Por isso, também era chamada de

Teoria Ptolomaica.

7.1 - Biografia
Nicolau Copérnico: o filósofo do firmamento

Nicolau Copérnico ficou órfão aos 10 anos de idade e foi criado por seu tio materno Lucas

Watzelrode, que se tornou mais tarde bispo de Ermland.

Entrou em 1491 na Universidade de Cracóvia, onde estudou artes liberais e também

Matemática e Astronomia.

Mais tarde estudou grego na Universidade de Bolonha. Frequentou ainda a universidade

de Pádua onde se formou em Medicina e da universidade de Ferrara recebeu o título de

Doutor em Direito Canônico.

Retornou em 1501 à Polônia, local em que assumiu as funções de cônego de Franenburg

e onde exerceu também a medicina.

Trabalhando de maneira paralela como astrônomo, construiu um precário observatório

para estudar o movimento dos corpos celestes.

Os resultados, contudo, só eram apresentados para amigos que receberam em 1507 um

modelo cosmológico, mas nada era oficial.

Em 1515 começou a escrever sua principal obra “De Revolutionibus Orbium Coelestium”,

que só foi publicada no ano de sua morte.

11
7.2 - Teoria Heliocêntrica

Em sua obra, Copérnico afirma que a Terra não está fixa no centro do universo, e sim

girando em uma órbita circular ao redor do Sol, assim como os demais planetas.

Apesar do erro com relação à órbita circular dos planetas, a sua teoria heliocêntrica abriu

caminho para a busca de uma maior compreensão do universo.

Deduziu, após sucessivos cálculos matemáticos, que é a Terra o corpo celeste que

executa um movimento completo em torno do próprio eixo, explicando o porquê do dia e

da noite.

Copérnico também ordenou os planetas por suas distâncias em relação ao Sol e concluiu

que quanto menor a órbita, maior a velocidade orbital.

7.3 - Descrição das órbitas dos planetas

7.4 - Principal Obra


As teorias de Nicolau Copérnico só foram apresentadas em 1530 em um manuscrito

chamado “Revolutionibus Orbium Coelestium – Das Revolução dos Corpos

Celestes”.

A publicação só foi permitida em 1540, sob a responsabilidade de George Joaquim

Rhäticus, discípulo de Copérnico.

Foi somente em 1543, que Rhäticus conseguiu permissão de Copérnico para imprimir e

fazer circular em Nuremberg a obra completa de seu mestre. Apresentada de maneira

científica e não mais como uma hipótese.

12
O prefácio da publicação era de autoria do papa Paulo III, mas fora substituído por outro,

assinado por Andreas Osiander. Nela, ele apontava a teoria de Copérnico ainda como

uma hipótese.

Dividida em seis volumes, a obra apontava que todos os planetas, inclusive a Terra,

giravam em torno do próprio eixo e ao redor do Sol.

Os historiadores não têm consenso se Copérnico conseguiu ver o primeiro volume da

obra “Das Revoluções dos Corpos Celestes”. A impressão ocorreu no ano de sua morte,

em 24 de maio de 1543.

A Santa Inquisição
Os estudos de Copérnico demoraram 30 anos e sua prudência era justificada também

pelas constantes condenações da Igreja a quem questionasse suas doutrinas oficiais.

Em geral, as condenações resultavam em morte sob a acusação de heresia pela

Inquisição.

Os questionamentos à teoria que colocava a Terra no centro do Universo eram um

embate direto ao pensamento religioso. Isso tirou, além do planeta, o próprio homem do

centro do universo.

Entre os principais dogmas da Igreja Católica está o de que o homem é feito à imagem e

semelhança de Deus, estando, portanto, no centro do universo.

Somente 20 anos após a divulgação dos primeiros comentários de Copérnico, que o frade

dominicano Giordano Bruno revelou seus estudos sobre o universo infinito. Ele foi

condenado à morte pela inquisição.

O estudioso Galileu Galilei – que viveu entre 1564 e 1642 – conseguiu comprovar a

Teoria Heliocêntrica de Nicolau Copérnico. Galileu, porém, negou os estudos por receber

ameaça de excomunhão e morte pela Santa Inquisição.

Mais tarde, Isaac Newton (1642 a 1727), explicou a base física da gravitação dos planetas

ao redor do Sol.

13
Ainda assim, o Vaticano manteve a ideia do geocentrismo até 1835. O Papa Gregório XVI

mandou retirar a obra das Revoluções dos Corpos Celestes da lista dos livros censurados

pela Santa Sé e admitiu o erro dos antecessores.

Frases
 "Saber que sabemos o que sabemos, e saber que não sabemos o que não
sabemos, esta é a verdadeira sabedoria".
 "Não estou tão encantado com minhas próprias opiniões para ignorar o que os
outros possam pensar delas".
 "A ciência é filha da verdade e não da autoridade"

8 - Johannes Kepler

Johannes Kepler foi um astrônomo, astrólogo e matemático alemão, sendo conhecido por
suas leis chamadas de “Leis de Kepler”.

Elas descrevem os movimentos dos planetas do sistema solar a partir de modelos

heliocêntricos.

Kepler foi uma das principais figuras do Renascimento Científico, ao lado de Copérnico,

Galileu, Newton, Descartes, Francis Bacon, Leonardo da Vinci, dentre outros.

14
8.1 – Biografia

Johannes Kepler nasceu no dia 27 de dezembro de 1571 na cidade de Weil der Stadt, no

sul da Alemanha. Desde pequeno, Kepler demostrou interesse pela área da astronomia.

Isso porque fora incentivado por seu pai.

Ainda com 5 anos de idade viu um cometa e com 10 anos, um eclipse lunar. Esses

eventos foram essenciais para o transformar num dos maiores cientistas do renascimento.

Formou-se na Universidade de Tübingen. Foi professor de matemática na Universidade

de Graz, na Áustria.

Por conta da perseguição protestante, Kepler foi para a cidade de Linz, e lá também

lecionou matemática.

Em 1597, Kepler casou-se com Barbara Müller. No entanto, casou-se novamente em

1613 com Susanna Reuttinger. Com ela, teve seis filhos, embora três deles morreram

ainda bebês.

Por ser um visionário em sua época, Kepler foi perseguido pela igreja católica durante a

contra-reforma. Esse fato fez com que ele fosse viver na Alemanha.

Faleceu na cidade alemã de Ratisbona, dia 15 de novembro de 1630, com 58 anos.

8.2 - Principais Obras

 Mistérios do Universo (1596)


 Astronomia Nova (1609)
 Stereometria (1615)
 Sobre a harmonia do mundo (1619)
 Compendium da Astronomia Copernicana (1621)
Descobertas
Os estudos de Kepler foram essenciais para o desenvolvimento da astronomia e da

matemática.

15
Em relação à astronomia, Kepler provou o movimento elíptico dos planetas em torno do

sol. Isso tudo baseado no heliocentrismo de Copérnico, onde o sol é o centro do universo.

Além da astronomia, Kepler foi um astrólogo notável e chegou a escrever diversos

almanaques astronômicos.

Nas palavras do cientista:

“Deus provê a cada animal seu meio de sustentação. Para o astrônomo, ele
proveu a astrologia.”

Escreveu ainda, sobre ótica e a geometria euclidiana. Segundo ele:

“A Geometria existiu antes da criação...ela forneceu a Deus um modelo de


criação...A geometria é Deus.”

Leis de Kepler
As chamadas “Leis de Kepler” são três leis que regem os movimentos celestes. Foram

propostas no século XVII nas obras intituladas “Astronomia Nova” (1609) e “Sobre a

Harmonia do Mundo” (1619).

 Primeira Lei de Kepler: chamada de “Lei das Órbitas” onde os planetas


descrevem órbitas elípticas em torno do Sol, ao invés de circulares.
 Segunda Lei de Kepler: chamada de “Lei das Áreas”, os segmentos (raio vetor)
que unem o sol aos planetas correspondem a áreas e intervalos de tempo iguais
 Terceira Lei de Kepler: chamada de “Lei dos Períodos”, onde ele aponta a
existência da relação entre a distância de cada planeta e seu período de Translação.
Frases de Kepler
 “A natureza usa o mínimo possível de tudo.”
 “As leis da Natureza nada mais são que pensamentos matemáticos de Deus.”
 “Os caminhos que conduzem o homem ao saber são tão maravilhosos quanto o
próprio saber.”
 “Tão logo alguém descubra a arte de voar, não faltarão humanos vivendo na Lua e
em Júpiter.”
 “São grandes as vantagens industriais derivadas do princípio econômico da divisão
do trabalho, porém, por causa disso, privou-se o trabalho do homem de alma e de vida.”

16
 “A Geometria existe por toda a parte. É preciso, porém, olhos para vê-la,
inteligência para compreendê-la e alma para admirá-la.”

Leia também:

 Heliocentrismo
 Geocentrismo
 Renascimento Científico

9 - Galileu Galilei

Galileu Galilei foi um importante astrônomo, físico e matemático italiano.

Ele é considerado um marco da revolução científica nas áreas da física e da astronomia.

Os estudos de Galileu foram fundamentais para o desenvolvimento da mecânica

(movimento dos corpos) e a descoberta sobre os planetas e os satélites.

Fundador da Ciência Moderna e Pai da Física Matemática, uma de suas relevantes

contribuições reside, propriamente, na criação do método científico.

8. 1 - Biografia

Galileu Galileu: pai do método científico

Galileu Galilei (em italiano Galileo Galilei) nasceu na cidade de Pisa, Itália, no dia 15 de

fevereiro de 1564. Passou grande parte de sua vida em sua cidade natal.

17
Com 10 anos de idade foi estudar no Monastério de Santa Maria de Vallombrosa, donde

destacou-se por ser um aluno exemplar.

Posteriormente, já com 18 anos, seu pai resolve matriculá-lo na Universidade de Pisa, no

curso de Medicina.

Contra vontade do pai, abandonou o curso em 1585 e resolveu se dedicar aos estudos da

matemática clássica.

Contudo, desde cedo Galileu esteve interessado nos fenômenos astronômicos e nos

cálculos matemáticos, os quais o tornaram um dos mais importantes cientistas do século

XVI.

Suas teorias serviram de apoio e inspiração às ideias posteriores de Isaac Newton.

Podemos citar as três Leis dos Movimentos dos Corpos (princípios da inércia, dinâmica,

ação e reação) e a Lei da Gravitação Universal.

Diante de seu notório brilhantismo, em 1588 foi indicado para ocupar a Cátedra de

Matemática na Universidade de Pisa.

Quatro anos mais tarde, em 1592, foi nomeado professor da Cátedra de Matemática na

Universidade de Pádua, e ali permaneceu 18 anos.

Viajou para Veneza, Roma e Florença a fim de aprofundar seus estudos bem como

divulgar suas ideias.

Entretanto, considerado um herege pelo Tribunal da Santa Inquisição, foi acusado e

perseguido pela Igreja Católica que o fez negar suas teorias. Foi condenado à prisão

domiciliar, pelo resto da vida.

Morreu cego, na cidade de Florença, no dia 08 de janeiro de 1642 no mesmo ano em que

nasceu Isaac Newton.

Em 1992, o Papa João Paulo II absolveu Galileu, reconhecendo que a igreja tinha

cometido um erro ao condená-lo.

18
Leia também:

 O que é inércia na Física?


 Primeira Lei de Newton
 Segunda Lei de Newton
 Terceira Lei de Newton
Invenções de Galileu
Além de filósofo, professor, físico e astrônomo, Galileu foi um inventor. Suas criações o

auxiliaram no aprofundamento de teorias sobre o movimento dos corpos, a inércia e os

astros.

Como exemplo, podemos citar: o relógio de pêndulo, o binóculo, o telescópio

astronômico, a balança hidrostática, o compasso geométrico, uma régua calculadora.

Galileu aprimorou o telescópio, tornando-o um instrumento para observações

astronômicas.

9.1 - Principais Ideias e Descobertas


Defensor do Heliocentrismo de Nicolau Copérnico (1473-1543), Galileu refutou as ideias

de Aristóteles (384 a.C. - 322 a. C), uma vez que acreditava que a terra não estava no

centro do universo (Geocentrismo).

Além disso, em 1589, publica um texto que discorda do teoria proposta pelo filósofo grego

sobre o peso dos corpos em queda livre. Dessa maneira, demostrou que a velocidade da

queda independe do peso dos corpos.

Tentou medir a velocidade da luz, mas os equipamentos usados não foram capazes de

fazer tal medição.

19
Ao tomar conhecimento de um instrumento que permitia ver objetos à longas distâncias,

construiu seu próprio telescópio.

Conseguiu aperfeiçoar o equipamento, chegando a um aumento de 30 vezes, o que lhe

permitiu fazer inúmeras observações dos corpos celestes.

Entre suas descobertas astronômicas destacam-se o relevo da Lua, a composição estelar

da Via Láctea, os Satélites de Júpiter e as fases de Vênus.

9.2 - Frases de Galileu


 "A condição natural dos corpos não é o repouso, mas o movimento."
 "Todas as verdades são fáceis de perceber depois de terem sido descobertas; o
problema é descobri-las."
 "A Matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o Universo."
9.3 - Algumas Obras
 De motu (1590)
 Sidereus Nuncius (1610)
 La bilancetta (1644)

10 - Giordano Bruno

Giordano Bruno (1548-1600) foi um filósofo, matemático, teólogo e religioso italiano.

Defendia a teoria heliocêntrica, afirmava a existência de outros mundos e ainda

questionava a natureza divina de Jesus Cristo.

20
10.1 - Biografia

Giordano Bruno nasceu em 1548, na cidade de Nola, localizada na Itália. Era filho único

dos nobres Giovanni Bruno e Fraulissa Savolino, que o batizaram como Filippo Bruno.

A família considerou que tinha vocação religiosa e, por isso, foi encaminhado a um

convento na cidade de Nápoles. Bruno tinha 13 anos e passou a estudar Humanidades,

Lógica e Dialética. Aos 17 anos, mudou o nome para Giordano por ocasião da celebração

onde recebeu o hábito dominicano.

Foi ordenado sacerdote em 1572, e terminou em 1575 os estudos em teologia. Por

manifestar ideias diferentes do senso comum, foi acusado de heresia e forçado a deixar

Nápoles em 1576.

No mesmo ano, Giordano Bruno deixa a batina e em Genebra se aproxima do Calvinismo.

Nesta cidade se envolveria em polêmicas, acusado de heresia e expulso.

A partir de 1582, passa a ensinar em Paris e nesta mesma época um dos seus primeiros

trabalhos foi publicado: De Umbris Idearum.

A produção literária de Giordano Bruno volta-se para a teoria do heliocentrismo no

período de 1583 e 1585, na Inglaterra. Suas ideias, que corroboram com as de Nicolau

Copérnico (1473 - 1543) são publicadas, como De l’infinito universo e mondi.

21
Como o ambiente inglês não lhe era mais favorável - a embaixada da França havia sido

atacada por sua causa - Giordano Bruno se dirige a Paris e mais tarde, tenta ensinar nas

universidades alemãs.

Na Alemanha, consegue ensinar a filosofia de Aristóteles por dois anos e, posteriormente,

obtém um posto de professor na cidade de Helmstedt, onde seria excomungado pelos

seguidores do luteranismo.

Em 1591, Bruno vai viver em Frankfurt, onde compõe poemas e aprofunda nos estudos

de mnemônica, uma técnica de memorização. Convidado pelo nobre Giovanni Mocenigo,

vai a Veneza para demonstrar a mnemônica.

Mocenigo, impressionado com a desenvoltura de Bruno, acredita que o processo de

memorização é magia e o denuncia à Santa Inquisição. Ele é preso e julgado em Veneza.

Contudo, foi transferido e novamente julgado em Roma, mas a sentença final só foi

anunciada sete anos mais tarde.

Para alguns historiadores, Bruno caiu em uma armadilha montada pela Igreja com auxílio

do nobre.

A Inquisição exigiu a retratação integral de suas teorias. Giordano Bruno defendia que o

Universo era infinito e estava inacabado. Ou seja, não era a obra perfeita e concluída por

Deus, como postulado pela Igreja Católica.

O filósofo também colocava Jesus Cristo como um mágico dotado de grandes habilidades

e não parte integrante da pessoa de Deus, juntamente com o Espírito Santo.

Questionado pelos inquisidores, Giordano Bruno destacou que suas ideias eram

filosóficas e não religiosas. O argumento não foi aceito.

Em 1599, a Igreja Católica exige a retratação de Bruno que, se o fizesse, estaria livre da

pena de morte. Ele não aceitou negar seu pensamento e, pela sentença proferida pelo

Papa Clemente VIII (1592-1605) seria queimado vivo.

22
Durante oito dias antes da execução da sentença, vários padres tentaram, sem sucesso,

convencê-lo de renegar seu pensamento.

Giordano Bruno foi morto em 17 de fevereiro em 1600, em Roma.

10.1 - Filosofia
A filosofia de Bruno reinterpreta o neoplatonismo e de Nicolau de Cusa.

Para ele, a realidade natural (seres materiais) e a alma cósmica (Deus, seres espirituais)

são a mesma coisa. A mente de Deus estaria em todas as criaturas. O que os distinguiria

seria a forma que elas apresentam.

Esta união entre a natureza e Deus nos faz pensar sobre a questão da finitude do

universo. Este não poderia estar pronto e terminado, porque o próprio Deus é infinito.

Esta filosofia vai exatamente contra ao pregado pelo Cristianismo em geral que faz a

distinção entre a matéria e o espírito.

Pluralismo Cósmico
Estabelece, em particular, a ideia da pluralidade dos mundos numa época em que os

estudos indicavam o universo como uma esfera em torno do sol, constituindo assim, um

mundo fechado.

Giordano Bruno defende que cada uma das estrelas teria um planeta que giraria em torno

dela. Assim, a Terra não estaria sozinha no universo.

Igualmente, o universo estaria preenchido de alguma substância que poderia ser o ar ou o

espírito que sempre estaria em movimento. Deste modo, ele rejeita categoricamente a

ideia de um universo estático e hierarquizado.

10.2 - Frases
 "O mundo é infinito porque Deus é infinito. Como acreditar que Deus , ser infinito,
possa ter se limitado a si mesmo criando um mundo fechado e limitado?"
 "Não é fora de nós que devemos procurar a divindade, pois que ela está do nosso
lado, ou melhor, em nosso foro interior, mais intimamente em nós do que estamos em
nós mesmos."

23
 "Se eu manejasse um arado, pastoreasse um rebanho, cultivasse uma horta,
remendasse uma veste, ninguém me daria atenção, poucos me observariam, raras
pessoas me censurariam e eu poderia facilmente agradar a todos. Mas, por ser eu
delineador do campo da natureza, por estar preocupado com o alimento da alma,
interessado pela cultura do espírito e dedicado à atividade do intelecto, eis que os
visados me ameaçam, os observados me assaltam, os atingidos me mordem, os
desmascarados me devoram. E não é só um, não são poucos, são muitos, são quase
todos."
10.3 - Principais Obras
 A sombra das ideias (1582)
 A causa, o Princípio e o Uno (1584)
 Acerca do Infinito Universo e Mundos (1584)
 Expulsão da besta triunfante (1584)
 Os heroicos furores (1585)
 Sobre o Tríplice Mínimo e a Tríplice Medida (1591)
 A Mônada, o Número e a Figura (1591)
 Sobre o inumerável, imenso e não configurável (1591)
10.4 - Curiosidades
 No Campo de Fiori, onde ocorreu a execução da pena, foi erguido um monumento
em homenagem a Giordano Bruno. O projeto foi concluído em 1889 e a execução da
obra ficou sob a responsabilidade do escultor Ettore Ferrari (1845 - 1929).
 A vida de Giordano Bruno foi transformada em filme em 1973 e dirigida pelo
italiano Giuliano Montaldo.
 Em 2017, o desaparecimento de um rapaz no estado do Acre, comoveu a
sociedade brasileira. Deixando vários escritos sobre a vida extraterrestre, o menino era
um grande admirador das obras de Giordano Bruno.
Heliocentrismo

Heliocentrismo é o nome do modelo estrutural cosmológico que coloca o Sol no centro

do universo.

A palavra vem da junção dos vocábulos gregos Helios – Sol e Kentron – centro. Opõe-se

ao geocentrismo, que colocava a Terra (geo) no centro do universo.

Também opõe-se ao Teocentrismo, em que Deus é visto como o centro do Universo.

24
Pela teoria do heliocentrismo, o Sol permanece estacionado no centro do universo

orbitado por planetas e demais corpos celestes.

Embora tenha sido levantado por diversos pesquisadores, foi o polonês Nicolau

Copérnico (1473-1543) quem apresentou em 1530, o modelo matemático que mais se

aproxima do heliocentrismo após cerca de 30 anos de observações.

O modelo de Copérnico colocava o Sol no centro do Universo

Os principais conceitos de Copérnico apontavam a Terra girando em torno de si própria

como um dos seis planetas conhecidos orbitando o Sol.

A ordem dos planetas era a seguinte: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno

(somente mais tarde foram descobertos Urano, Netuno e Plutão).

O estudioso ainda determinou as distâncias dos planetas ao Sol. Copérnico também

deduziu que a velocidade orbital dos planetas é proporcional à distância do Sul.

Os estudos de Copérnico foram considerados uma subversão e refutados pela Igreja

Católica, que colocaram sua obra - “Revolutionibus Orbium Coelestium – Das

Revolução dos Corpos Celestes” – na lista dos livros proibidos pela Santa

Inquisição.

25
Mais tarde, Giordano Bruno (1548-1600) reforça a tese de Copérnico, de que a Terra não

é o centro do universo, que tem movimentos próprios e acrescenta a ideia de que o

universo não é finito, mas infinito.

As teorias de Bruno não foram bem recebidas pela Igreja Católica, que por meio da Santa

Inquisição o condenou à morte na fogueira.

11 - Antropocentrismo
Ao mudar a posição da Terra no cosmos, o heliocentrismo desafiava o pensamento

bíblico de que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus e, estando na Terra,

também está no centro do universo. A teoria que tinha o homem como centro do Universo

também foi adotada pela Igreja.

Por este motivo, um dos principais estudiosos da astronomia, Galileu Galilei (1564 –

1642), apesar de comprovar a teoria do heliocentrismo, negou suas descobertas por ser

ameaçado de morte pela Santa Inquisição. Galileu Galilei passou os únicos anos de vida

em uma prisão domiciliar.

Contemporâneo de Galileu, o alemão Johannes Kepler também passa a observar o

movimento dos planetas e conclui que a organização cosmológica só pode ser explicada

pela Física.

Kepler aperfeiçoou o modelo de Copérnico, considerado confuso, e passa a observar e

definir a órbita de Marte.

O trabalho embasou o modelo de três leis da Física que contribuíram para os estudos do

inglês Isaac Newton (1643 – 1727).

Newton elaborou a Teoria da Gravitação Universal. Somente em 1835, o Papa Gregório

16 reconheceu o modelo do heliocentrismo.

Veja também: História da Matemática

26
O Sol não é o centro do universo
A ciência sabe, hoje, que o Sol não é o centro do universo. O astro é somente uma estrela

anã e integra a Via Láctea, uma entre milhares de galáxias existente.

O modelo padrão atual da cosmologia é o chamado de “Big Bang Quente”, desenvolvido

em 1927, mas cuja aceitação da comunidade científica ocorre e partir de 1965. Por esse

modelo, o universo está em contínua expansão.

12 – Geocentrismo

Rosimar Gouveia

 Professora de Matemática e Física

O Geocentrismo é uma teoria astronômica que considera a Terra fixa no centro do

Universo, com todos os outros corpos celestes orbitando ao seu redor.

Na antiguidade, os filósofos buscavam explicações para os movimentos dos astros que

observavam e criavam modelos que descrevessem esses movimentos.

Dentre eles, destacam-se Aristóteles, Aristarco, Eudoxo, Hiparco, entre outros. Contudo,

os modelos eram extremamente complexos e muitas vezes não explicavam alguns fatos

observados.

O astrônomo grego Cláudio Ptolomeu, no século II d.C., concebeu um modelo geocêntrico

mais simples e eficiente para explicar o movimento dos corpos celestes.

27
13 - Modelo Ptolomaico
A teoria do geocentrismo foi apresentada por volta do ano 150, quando Ptolomeu publicou

“A Grande Síntese” (também conhecida como Almagesto).

A obra apresentava o modelo cosmológico que explicava o movimento dos corpos

celestes em torno da Terra.

No modelo de Ptolomeu os planetas moviam-se em círculos. Esses círculos giravam em

torno da Terra, na seguinte ordem: Lua , Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno.

Este modelo foi o mais aceito desde a Antiguidade até a Idade Média.

14 - Geocentrismo e Heliocentrismo

Como o modelo de Ptolomeu previa de forma relativamente correta a posição dos

planetas e se ajustava perfeitamente aos dogmas religiosos da época, este sistema foi

aceito por mais de 13 séculos.

Contudo, com o surgimento de instrumentos astronômicos mais precisos, foi necessário

fazer modificações para tornar o modelo mais adequado às observações. Desta forma, o

modelo foi se tornando cada vez mais complicado.

28
No século XVI, Nicolau Copérnico propôs um modelo mais simples em substituição ao

modelo Ptolomaico. O sistema de Copérnico considerava o Sol em repouso e os planetas

girando ao seu redor, em órbitas circulares.

Inicialmente, o modelo heliocêntrico de Copérnico sofreu muita oposição, principalmente

por contrapor os ensinamentos religiosos da época.

Contudo, com as contribuições de Galileu Galilei, Johannes Kepler, dentre outros, a teoria

geocêntrica foi sendo substituída pela teoria heliocêntrica.

Geocentrismo e a Igreja Católica


O modelo do geocentrismo era aceito pela Igreja Católica porque coincidia com os textos

bíblicos que colocavam o homem como figura central da criação divina.

Estando o homem na Terra, permanecia na posição de imagem e semelhança de Deus,

portanto, no centro do universo.

Já a obra de Copérnico foi condenada pela Santa Inquisição. A Igreja condenava à


morte os opositores a suas doutrinas.

Foi o que ocorreu com Giordano Bruno, morto na fogueira ao apoiar o modelo do

heliocentrismo.

Um dos mais importantes estudiosos da astronomia, Galileu Galilei também comprovou

o heliocentrismo com base em observações. Porém, foi obrigado a retratar-se perante a

Igreja para não ser condenado à morte.

29

Você também pode gostar