Você está na página 1de 3

Aula 09 – Aristóteles

Aristóteles foi um pensador originário de Estagira, cidade macedônica intensamente


helenizada.
Antes dos 20 anos, mudou-se para Atenas e ingressou na Academia de Platão.
Seu pai era médico, o que parece ter influenciado Aristóteles, principalmente no que diz
respeito à sua capacidade de observação e de tentar obter informações ou desenvolver
modelos teóricos a partir dos “sintomas” que se apresentam diante dos sentidos.
Por ser um meteco (termo utilizado para estrangeiros que viviam em Atenas), não
participou diretamente da vida política da cidade. Isso porque estrangeiros, assim como
mulheres e escravos, não eram considerados cidadãos nesse período.
foi escolhido para ser preceptor do jovem príncipe Alexandre, que depois conquistaria
um vasto império e o governaria com o título de Alexandre, o Grande (356-323 a.C.).
Aristóteles fundou uma escola chamada Liceu, em Atenas e seus discípulos eram
chamados de peripatéticos (que significa “os que passeiam”), devido ao hábito de
realizar debates ao ar livre, enquanto caminhavam.

A oposição a Platão
O pensamento de Aristóteles se opõe ao de Platão em diversos aspectos. O principal
deles certamente é a importância dada aos sentidos (visão, olfato, tato, etc.) para
alcançar o conhecimento.
Platão afirmava a superioridade do mundo das ideias sobre o mundo das coisas: o que
vemos à nossa volta seria reflexo das formas eternas e imutáveis que podem ser
conhecidas porque também existem em nossa alma.
Aristóteles ao contrário: as imagens que formamos em nosso pensamento surgem a
partir de um contato prévio com as coisas materiais, que são captadas pelos órgãos dos
sentidos.
Aristóteles entendia que a razão era inata: todos os homens nascem com a razão, que
lhes dá a capacidade de ordenar e classificar todas as coisas do mundo conforme são
percebidas pelos sentidos.
Aristóteles ao contrário de Platão considerava várias maneiras da existência de um
determinado objeto. E ele definiu dez categorias, ou seja, dez formas de caracterizar a
substância (o sujeito individual): substância, quantidade, qualidade, relação, tempo,
lugar, situação, ação, paixão e possessão.
Por exemplo o touro (substância), pode ser preto (qualidade) e sua força (quantidade).
O estudo das categorias mostra que, como Platão, Aristóteles também buscava
elementos imutáveis num mundo composto por mudanças. Mas esses fundamentos
estão, para ele, no próprio mundo, e não em outro, onde habitariam as ideias.
Segundo Aristóteles, as substâncias apresentam certas peculiaridades. Uma substância
não é apenas certa quantidade de matéria; ela também apresenta uma forma. A matéria é
um suporte passivo que precisa de uma forma para tornar-se uma coisa; já a forma é
algo que pode ser percebido pela razão a partir da observação.
A forma é também um princípio de funcionamento, que faz com que as coisas estejam
sempre mudando e se aperfeiçoando. Assim, a forma árvore está contida na semente, o
adulto está contido na criança. Nesses exemplos, a árvore e o adulto representam a
essência de uma forma.
Todas as coisas existem em potência e em ato: enquanto uma coisa em potência é uma
coisa que tende a ser outra (semente), a coisa em ato é algo que já está realizado
(árvore).
Cada potencialidade surgiu necessariamente de uma causa externa, ou seja, de uma
forma já desenvolvida: a semente surgiu de uma árvore; a criança surgiu de um casal de
adultos. A causa é tudo aquilo que contribui para que um ser se torne real.
a teoria das quatro causas.
. Causa material: o material de que algo é feito (madeira, mármore, carne e osso).
. Causa formal: referente à forma (árvore, indivíduo, touro).
. Causa eficiente (ou motora): responsável por realizar a potencialidade de uma matéria.
. Causa final: objetivo ou finalidade do desenvolvimento de uma forma.

Lógica de Aristóteles
Platão defendia o diálogo como forma de atingir o conhecimento.
Aristóteles via o diálogo como mero exercício, uma vez que a dialética não lidava com
as coisas do mundo (que deveriam ser objeto de estudo), mas apenas com a opinião dos
homens sobre elas.
desenvolveu a doutrina do silogismo, uma forma de raciocínio que, partindo de uma
premissa, chega necessariamente a determinadas conclusões.
O silogismo é um exemplo de conhecimento por dedução, no qual se parte de princípios
para chegar a uma consequência logicamente necessária. Já a indução é aquele
raciocínio que parte da repetição e da coleta de dados para concluir uma afirmação
universal, por exemplo: este volume de água congela a 0 °C, este outro também, e este
outro também... Logo, a água congela a 0 °C.

Você também pode gostar