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A oposição a Platão
O pensamento de Aristóteles se opõe ao de Platão em diversos aspectos. O principal
deles certamente é a importância dada aos sentidos (visão, olfato, tato, etc.) para
alcançar o conhecimento.
Platão afirmava a superioridade do mundo das ideias sobre o mundo das coisas: o que
vemos à nossa volta seria reflexo das formas eternas e imutáveis que podem ser
conhecidas porque também existem em nossa alma.
Aristóteles ao contrário: as imagens que formamos em nosso pensamento surgem a
partir de um contato prévio com as coisas materiais, que são captadas pelos órgãos dos
sentidos.
Aristóteles entendia que a razão era inata: todos os homens nascem com a razão, que
lhes dá a capacidade de ordenar e classificar todas as coisas do mundo conforme são
percebidas pelos sentidos.
Aristóteles ao contrário de Platão considerava várias maneiras da existência de um
determinado objeto. E ele definiu dez categorias, ou seja, dez formas de caracterizar a
substância (o sujeito individual): substância, quantidade, qualidade, relação, tempo,
lugar, situação, ação, paixão e possessão.
Por exemplo o touro (substância), pode ser preto (qualidade) e sua força (quantidade).
O estudo das categorias mostra que, como Platão, Aristóteles também buscava
elementos imutáveis num mundo composto por mudanças. Mas esses fundamentos
estão, para ele, no próprio mundo, e não em outro, onde habitariam as ideias.
Segundo Aristóteles, as substâncias apresentam certas peculiaridades. Uma substância
não é apenas certa quantidade de matéria; ela também apresenta uma forma. A matéria é
um suporte passivo que precisa de uma forma para tornar-se uma coisa; já a forma é
algo que pode ser percebido pela razão a partir da observação.
A forma é também um princípio de funcionamento, que faz com que as coisas estejam
sempre mudando e se aperfeiçoando. Assim, a forma árvore está contida na semente, o
adulto está contido na criança. Nesses exemplos, a árvore e o adulto representam a
essência de uma forma.
Todas as coisas existem em potência e em ato: enquanto uma coisa em potência é uma
coisa que tende a ser outra (semente), a coisa em ato é algo que já está realizado
(árvore).
Cada potencialidade surgiu necessariamente de uma causa externa, ou seja, de uma
forma já desenvolvida: a semente surgiu de uma árvore; a criança surgiu de um casal de
adultos. A causa é tudo aquilo que contribui para que um ser se torne real.
a teoria das quatro causas.
. Causa material: o material de que algo é feito (madeira, mármore, carne e osso).
. Causa formal: referente à forma (árvore, indivíduo, touro).
. Causa eficiente (ou motora): responsável por realizar a potencialidade de uma matéria.
. Causa final: objetivo ou finalidade do desenvolvimento de uma forma.
Lógica de Aristóteles
Platão defendia o diálogo como forma de atingir o conhecimento.
Aristóteles via o diálogo como mero exercício, uma vez que a dialética não lidava com
as coisas do mundo (que deveriam ser objeto de estudo), mas apenas com a opinião dos
homens sobre elas.
desenvolveu a doutrina do silogismo, uma forma de raciocínio que, partindo de uma
premissa, chega necessariamente a determinadas conclusões.
O silogismo é um exemplo de conhecimento por dedução, no qual se parte de princípios
para chegar a uma consequência logicamente necessária. Já a indução é aquele
raciocínio que parte da repetição e da coleta de dados para concluir uma afirmação
universal, por exemplo: este volume de água congela a 0 °C, este outro também, e este
outro também... Logo, a água congela a 0 °C.