Você está na página 1de 209

DISCIPLINA: PSICOGÊNESE DA LINGUAGEM

ORAL E ESCRITA

PROFESSORA: PATRICIA FONTES


APRESENTAÇÃO :

EDUCAÇÃO
• PSICOPEDAGOGA
• Esp. EDUCAÇÃO ESPECIAL
• Esp. TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO - TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
• ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO - AEE

PSICOLOGIA
• PSICÓLOGA CLÍNICA
• NEUROPSICÓLOGA
• Esp. PSICO - ONCOLOGIA
• Esp. TANATOLOGIA
• Esp. CUIDADOS PALIATIVOS

• M.Sc - MESTRA - PSICOLOGIA CLÍNICA E DA SAÚDE

HISTORIADORA
• Esp. CONTEMPORANEIDADE
PATRICIA FONTES
PROFESSORA
DISCIPLINA: PSICOGÊNESE DA LINGUAGEM
ORAL E ESCRITA

APRESENTAÇÃO
Evidencia o processo de aprendizagem da leitura escrita enquanto
objeto cultural permeado por métodos, recursos e práticas sociais
considerando o sujeito que busca conhecimento numa perspectiva
construtivista interacionista .

OBJETIVO
Apresentar aspectos que compõem o processo de apropriação do
sistema de escrita como a natureza conceitual, a construção de
hipóteses e a relação com o meio social mediados pela
experimentação pedagógica .
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
• História da alfabetização ;
• Aspectos de aquisição da leitura e escrita ;
• Concepções da linguagem ;
• Tipos de linguagem ;
• Concepções da escrita ;
• Aspectos formais dos problemas relacionados à escrita ;
• Aspectos semânticos e estruturais ;
• Gêneros do discurso .
 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO;

 ASP ECTO S DE AQ UISIÇÃO DA


LEITURA E ESCRITA;

 CO N CEP ÇÕ ES DA LIN GUAGEM;

 TIP O S DE LIN GUAGEM


TODO O
CONHECIMENTO TEM
UMA GÊNESE.
QUESTÕES:

• Quais as formas iniciais do conhecimento


da língua?

• Como a criança chega a ser um leitor, no


sentido das formas de domínio da base
alfabética da língua escrita?
A a q u isiç ã o d e sse s a t o s lin g u íst ic o s se g u e
u m p e rc u rso se m e lh a n t e à q u e le q u e a
h u m a n id a d e p e rc o rre u a t é c h e g a r a o
sist e m a a lfa b é t ic o ;

A PSICOGÊNESE DA
LÍNGUA ESCRITA O e st u d a n t e , d o c a m in h o q u e p e rc o rre
DESCREVE COMO O a t é a lfa b e t iza r- se , ig n o ra q u e a p a la vra
APRENDIZ SE APROPRIA e sc rit a re p re se n t a a p a la vra fa la d a , e
DOS CONCEITOS E DAS d e sc o n h e c e c o m o e ssa re p re se n t a ç ã o se
HABILIDADES DE LER E p ro c e ssa ;
ESCREVER

É necessário responder a duas questões :


o q u e a e sc rit a re p re se n t a e o m o d o d e
c o n st ru ç ã o d e ssa re p re se n t a ç ã o .
A e s c rit a é uma forma de
representação da linguagem oral

c o m o t a l, e s c re ve r t a m b é m d iz
re s p e it o a u m a t o d e s ig n ific a r,

d e re p re s e n t a r id e ia s , c o n c e it o s o u
s e n t im e n t o s , p o r m e io d e s ím b o lo s ,
o rig e m g rá fic a .
A escrita n ã o e s t á s e p a ra d a d a lin g u a g e m e é
c o n s t it u íd a p o r u m s ist e m a d e s ím b o lo s e s ig n o s
q u e d e t e rm in a m o s s o n s e a s p a la vra s d a
lin g u a g e m o ra l.

Exis t e u m momento crítico n a p a ss a g e m d o s


s im p le s ra b is c o s p a ra o u s o d a s g ra fia s c o m o
s in a is q u e re p re s e n t a m o u s ig n ific a m a lg o .
Antes d e in ve n t a r o s a lfa b e t o s , a
h u m a n id a d e c rio u o u t ro s s is t e m a s d e
e s c rit a c o m p ro p rie d a d e s o u p rin c íp io s
d is t in t o s co m o m a rc a s que
s im b o liza s s e m a s p a la vra s d a lín g u a
o ra l.
Foi n a Me s o p o t â m ia o n d e fo i u s a d a p e la p rim e ira ve z a e s c rit a
p ic t o g rá fic a ( re p re s e n t a d a p o r d e s e n h o s)

A p ic t o g ra fia e vo lu iu c o m o t e m p o e fo i u s a d a e m m o e d a s , n o s
ró t u lo s d e p ro d u t o s a g ríc o la s e d e p o is s e t o rn o u u m a lin g u a g e m
e s c rit a m a is c o m p le xa .

Em s e g u id a , d e u lu g a r a o s s is t e m a s c u n e ifo rm e s(p o s s u ía m a is d e
20 0 0 s in a is) s u m é rio s .
Significados , isto é, remetem a
conceitos, ideias que
formulamos em nossas mentes .

AS PALAVRAS DE
UMA LÍNGUA – TÊM
DOIS COMPONENTES
ESSENCIAIS :
Se materializam através de
significantes , que, no caso da
modalidade oral de uma língua,
correspondem às sequências de
sons que pronunciamos ao falar
cada palavra .
Na h o ra d e c ria r u m s is t e m a d e
n o t a ç ã o e s c rit a p a ra a lín g u a o ra l, o s e r
h u m a n o t e ve q u e t o m a r/ c ria r a lg u m a s
d e c is õ e s (c f. CO ULMAS, 19 8 9 ): As p rim e ira s fo rm a s d e
e sc rit a d a h u m a n id a d e
p rivile g ia ra m o re g ist ro
• t e n t a r re g is t ra r a “p a la vra t o d a ” (s e u
d o s sig n ific a d o s d a s
s ig n ific a d o ) p a la vra s.

• o u a s p a rt e s s o n o ra s q u e a
c o m p õ e m (s e u s ig n ific a n t e ).
 os d e s e n h o s (o u íc o n e s) u s a d o s p a ra
e s c re ve r b u s c a va m re p ro d u zir d e
fo rm a s im p lific a d a a s p e c t o s d a
fo rm a fís ic a e xt e rn a d o s o b je t o s ,

NUM SISTEMA
LOGOGRÁFICO
MAIS ANTIGO  d e m o d o q u e a p a la vra p e ixe p o d ia
s e r n o t a d a m e d ia n t e o d e s e n h o d o
c o n t o rn o e xt e rn o d o c o rp o d a q u e le s
a n im a is , id e a liza n d o - s e c e rt o
fo rm a t o d e p e ixe .
Entre os sist e m a s que No p ro c e sso h ist ó ric o
re p re se n t a va m a p a la vra c o m o e vid e n c io u - se u m a t e n d ê n c ia
u n id a d e , e n c o n t ra m o s e sc rit a s a c ria r sist e m a s d e e sc rit a q u e
c h a m a d a s d e id e o g rá fic a s: p a ssa ra m a n o t a r a s p a rt e s
so n o ra s q u e c o m p õ e m a s
• o sist e m a ka n ji, u sa d o p e lo s p a la vra s, ist o é, se u s
c h in e se s sig n ific a n t e s o ra is.
Para compreendermos como funciona
uma escrita silábica, consideremos o
seguinte exemplo fictício :

CRIOU - SE UM
CARACTERE PARA
CADA SÍLABA ORAL
Se as sílabas orais / ba / e / ta / de nossa
língua fossem notadas pelos símbolos
+ e ° a palavra que pronunciamos
como /batata/ seria notada como +°°
Depois d e u s a r vá rio s s is t e m a s , n a
Gré c ia a n t ig a , c h e g o u - s e a u m s ist e m a
d e e s c rit a n o q u a l, n o t a va - s e a
s e q u ê n c ia d e s o n s m e n o re s d a s
p a la vra s (q u e d e p o is p a s sa m o s a
c h a m a r d e fo n e m a s).

O s a lfa b e t o s , t a l c o m o o u s a d o p a ra
e s c re ve r n o s s a lín g u a p o rt u g u e s a ,
d e riva d o do a lfa b e t o la t in o ,
d ifu n d ira m - se e fo ra m a d a p t a d o s
p e lo s fa la n t e s d e d ife re n t e s id io m a s .
P a ssa m o s a re g ist ra r a c a d e ia o u s e q u ê n c ia
d e so n s q u e fo rm a m s e u n o m e e q u e ,
is o la d a m e n t e , n ã o t ê m s ig n ific a d o .

Ch e g a m o s e n t ã o a u m m o d o d e s u b s t it u ir o s
o b je t o s d o m u n d o , a t ra vé s d a e s c rit a , n o q u a l
a u n id a d e d e ixo u d e s e r o s ig n ific a d o g lo b a l (a
p a la vra o ra l in t e ira , a id e ia o u s ig n ific a d o a q u e
e la re m e t e );

A u n id a d e q u e se o p t o u p o r n o t a r o u
re g is t ra r e xt e rn a m e n t e m udou
ra d ic a lm e n t e e m re la ç ã o à s a n t ig a s
e s c rit a s p ic t o g rá fic a s o u id e o g rá fic a s ;
Habilidades como:
 “coordenação motora fina e grossa”
Como a escrita alfabética era
concebida como um código,
“discriminação visual”
para memorizar e associar as “discriminação auditiva”
letras aos sons, os alunos
deveriam alcançar um estado “memória visual”
de “ prontidão” “equilíbrio”
“lateralidade”
 “Coordenação motora fina e grossa”

“Dis c rim in a ç ã o vis u a l”


“Discriminação auditiva”
“Me m ó ria vis u a l”
“La t e ra lid a d e ”
“Eq u ilíb rio ”
N ã o se c o n sid e ra va q u e a e sc rit a
a lfa b é t ic a c o n sist ia n u m sist e m a
c o m p ro p rie d a d e s q u e o a lu n o
p re c isa ria c o m p re e n d e r;
Como o b se rva ra m (c f.
FERREIRO , 19 8 5; FERREIRO ,
TEBERO SKY, 19 8 6 ; t u d o e ra
c o n c e b id o c o m o se n ã o
h o u ve sse um c é re b ro
m e d ia n d o o q u e a m ã o
t ra ç a va e o q u e a b o c a A t a l “prontidão ” se ria o re q u isit o
p ro n u n c ia va . p a ra o a lu n o u su fru ir d o e n sin o q u e
lh e e ra o fe re c id o , o q u a l,
d e p e n d e ria d o e m p re g o d e u m
“bom método” .
O APRENDIZADO DA ESCRITA ALFABÉTICA
TOMADA COMO UM SISTEMA NOTACIONAL

Apenas copiando e memorizando os traçados


das palavras ou sílabas realizam, solitariamente,
todo um trabalho cognitivo, interno, de
resolução de um enigma : desvendar como a
escrita alfabética funciona .

“ESTALO”
De tanto copiar e repetir coisas dadas prontas,
o aluno começa a entender como as letras se
combinam e passa a escrever de um modo bem
próximo do convencional .
Para desvendar esse enigma, o
a p re n d iz va i t e r q u e c o m p re e n d e r a s
p ro p rie d a d e s d o s is t e m a n o t a c io n a l
c o m o q u a l e s t á s e d e fro n t a n d o .

ISSO IMPLICA COMPREENDER

 q u e se e sc re ve c o m le t ra s;

1
 q u e a s le t ra s n ã o p o d e m se r in ve n t a d a s,
 q u e p a ra n o t a r a s p a la vra s d e u m a lín g u a e xist e u m
re p e rt ó rio fin it o (26 , n o c a so d o p o rt u g u ê s);
 q u e le t ra s, n ú m e ro s e o u t ro s sím b o lo s sã o d ife re n t e s ;
 Se e sc re ve c o m le t ra s
 que a s le t ra s n ã o p o d e m se r in ve n t a d a s
 que p a ra n o t a r a s p a la vra s d e u m a lín g u a e xist e u m re p e rt ó rio fin it o
(26 , n o c a so d o p o rt u g u ê s);
 que le t ra s, n ú m e ro s e o u t ro s sím b o lo s sã o d ife re n t e s
 que as letras têm formatos fixos (isto é, embora p, q, b e d

2
tenham o mesmo formato, a posição não pode variar,
senão a letra muda) ;
 que uma mesma letra tem formatos variados (p é também
P, P, p, P, p, etc .), sem que elas, as letras, se confundam ;

 quais combinações de letras estão permitidas na língua

3
(quais podem vir juntas) ;
 que posição elas podem ocupar nas palavras (por
exemplo, Q vem sempre junto de U e não existe palavra
terminando com QU em português) ;
 que as letras têm valores sonoros fixos,

4
convencionalizados, mas várias letras têm mais de um
valor sonoro (a letra O vale por /ó/, /õ/, /ô/ e /u/, por
exemplo) ;
 alguns sons são notados por letras diferentes (o som /s/
em português se escreve com S, C, SS, Ç, X, Z, SC, SÇ, etc )

Como tem enfatizado Ferreiro (1985, 1989, 2003 )


compreender o funcionamento das letras implica
dominar uma série de propriedades “lógicas” da
notação escrita .
O AP REN DIZ VAI TER Q UE ELABO RAR MEN TALMEN TE A N O ÇÃO DE:

unidades de linguagem (palavra,


s íla b a , s o n s m e n o re s q u e a s íla b a );

p a ra vir a e n t e n d e r a s re la ç õ e s e n t re
p a rt e s fa la d a s e p a rt e s e s c rit a s ;

e n t re o t o d o e s c rit o (a p a la vra ) e a s
p a rt e s (le t ra s) q u e o c o m p õ e m ;
Ao conceber a escrita alfabética como um
sistema notacional, passamos a ver que
habilidades como :

 a memória e a destreza motora,


necessárias ao ato físico de notar (registrar
EM SÍNTESE palavras com letras no papel) estão
subordinadas à compreensão ;

 ou seja, às representações mentais que o


indivíduo elabora sobre as propriedades
do sistema .
•Refletirsobre o funcionamento do
sistema alfabético de escrita .

•Acionar estratégias de leitura que


permitam descobrir o que está escrito
e onde (seleção, antecipação e
Será possível... verificação) .

•Estabelecer correspondência entre a


pauta sonora e a escrita do texto .

•Usar o conhecimento sobre o valor


sonoro das letras .
• Dominar as correspondências entre letras
ou grupos de letras e seu valor sonoro, de
modo a escrever palavras e textos .

• Compreender que palavras diferentes


compartilham certas letras .
Será possível...
• Perceber que palavras diferentes variam
quanto ao número, repertório e ordem de
letras .

• Identificar semelhanças sonoras em


sílabas .
• Reconhecer que as sílabas variam quanto
às suas composições .

• Perceber que as vogais estão presentes


em todas as sílabas .

Será possível... • Ler, ajustando a pauta sonora ao escrito .

• Incentivar os alunos para o


desenvolvimento do gosto pela leitura,
reconhecendo - a como uma fonte
essencial para produzir textos .
• Aprender procedimentos de leitor em
situação de estudo .

• Aprender características dos textos


sabendo reconhecer, organizar e utilizar nas
Será possível... produções os recursos linguísticos presentes
no texto .

• Refletir sobre o funcionamento do


sistema de escrita .
ALFABETIZAÇÃO OU LETRAMENTO :

Alfabetização é o processo pelo qual


se adquire o domínio de um código e
das habilidades de utilizá - lo para ler e
escrever, ou seja :
ALFABETIZAÇÃO
o domínio da tecnologia – do conjunto
de técnicas – para exercer a arte e
ciência da escrita . (SOARES, 2003 b, p .
80 ).
Exercício efetivo e competente da tecnologia da
escrita implica habilidades várias, tais como:

 Capacidade de ler ou escrever para atingir


diferentes objetivos – para informar ou informar -
se, para interagir , produzir diferentes tipos e
gêneros de textos ;
LETRAMENTO

 Inserção efetiva no mundo da escrita, tendo


interesse e prazer em ler e escrever, sabendo
utilizar a escrita para encontrar ou fornecer
informações e conhecimentos ... (SOARES,
2003 b, p . 80 )
ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO

Aquisição de uma Desenvolvimento


tecnologia: o de habilidades de
sistema alfabético uso da tecnologia
e ortográfico. da escrita.
Ferreiro e Te b e ro s ky (19 79 ) a p o n t a m q u e ,
t ra d ic io n a lm e n t e , o p ro b le m a d a a lfa b e t iza ç ã o
t e m s id o e xp o st o c o m o u m a q u e s t ã o d e
m é t o d o , e a p re o c u p a ç ã o s e ria a d e b u s c a r o
“m e lh o r e m a is e fic a z m é t o d o p a ra e n s in a r a
le r e e s c re ve r”.
os sintéticos (que centravam a
intervenção didática no ensino das
partes menores para depois partir
para as unidades maiores),

os analíticos (que centravam o


CONVIVEMOS COM TRÊS ensino na memorização de unidades
TIPOS FUNDAMENTAIS DE maiores para depois chegar às
MÉTODOS: unidades menores)

e os analítico - sintéticos
(que
conduziam atividades de análise e
síntese das unidades maiores e
menores no mesmo período letivo) .
NÍVEL PRÉ - SILÁBICO E SUAS HIPÓTESES

 consideram que escrever é a mesma coisa


que desenhar .

 dificuldades em diferenciar letras e


números e muitas vezes “escrevem” usando
desenhos ;

 acreditam que só é possível escrever nomes


de objetos porque para eles a escrita serve
para nomear as coisas ;
O principal desafio para
este nível é auxiliar a  tendência a acreditar que se escreve
perceber que a escrita guardando as características do objeto a ser
representa os sons das escrito - (realismo nominal) .
fala, e não os objetos em si
com suas características .
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:

 Desenhar e escrever tem o mesmo significado;


 Não estabelece relação entre a escrita e a fala;
NÍVEL PRÉ- SILÁBICO
 Escrita desordenada, sem distinção de letras,
números e desenhos;
 Garatujas (desenhos e/ou rabiscos ilegíveis );
 As palavras representam os objetos e são
proporcionais a eles (exemplo: formiga = palavra
pequena, girafa = palavra grande);
 Decora a palavra para a leitura;
 Usa as letras do próprio nome em tudo;
 Utilizam escritas iguais para palavras diferentes.
Exemplo: Garatujas (desenhos e/ou rabiscos ilegíveis)
Exemplo: Hipótese Pré - s ilá b ic a
Hipótese pré -
silábica . O aluno não
faz correspondência
entre escrita e pauta
sonora nem no eixo
da quantidade, pois o
número de letras não
equivale ao número
de sílabas nem de
fonemas, nem no eixo
da qualidade, uma vez
que as letras
escolhidas não
correspondem aos
fonemas que ele
precisaria representar
O que fazer?

Desenvolver atividades que visam que o aluno :

 Perceba a diferença entre desenho, número e letras ;

 Trace a grafia das letras convencionais ;

 Identifique e escreva seu próprio nome ;

 Conheça as letras e seus sons (sugestão : letras móveis) .


NÍVEL SILÁBICO E SUAS HIPÓTESES

 começam a perceber que a escrita está


relacionada com a pauta sonora da palavra ;

 podem, inicialmente, preocupar - se apenas


com o aspecto quantitativo , marcando
uma letra qualquer para representar cada
sílaba da palavra, o que corresponde a um
estágio silábico de quantidade ;

É possível que alguns


alunos, ao ingressar na
hipótese silábica, já o
façam através de uma
análise qualitativa (silábico
de qualidade) .
Principais características :
HIPÓTESE SILÁBICA
SEM VALO R SO N O RO  Re g is t ra c o m u m a le t ra o u o u t ro
CO N VEN CIO N AL s in a l c a d a s íla b a ;

 Es c re ve co m um a q u a n t id a d e
m ín im a d e le t ra s e p o u c a va rie d a d e
e n t re e la s ;

 N ã o a t rib u i va lo r s o n o ro a o q u e
e s c re ve .
Exemplo : Hip ó t e s e s ilá b ic o s e m va lo r s o n o ro
O que fazer?

Desenvolver atividades que visam que o aluno:

 Comparar e relacionar a escrita de palavras


distintas ;

 Escrever palavras intensificando o seu valor


sonoro ;

 Identificar os sons iniciais e finais de uma palavra .


 Nesta h ip ó t e s e a c ria n ç a c o m p re e n d e
HIP Ó TESE SILÁBICA
q u e e xis t e d ife re n ç a n o s s o n s d a s
CO M VALO R SO N O RO
p a la vra s e q u e s ã o e s c rit a s d e m a n e ira
CO N VEN CIO N AL
d ife re n t e .

 A re la ç ã o c o m a e s c rit a é e s t a b e le c id a
c o m a c o rre sp o n d ê n c ia d e u m a o u m a is
le t ra s p a ra c a d a s íla b a d e u m a p a la vra .
Principais características :

 Relaciona quantidade de letras a quantidade de


sílabas ;

 Utiliza vogais ou consoante/vogal equivalente a


alguma sílaba da palavra ;

 Pode ler silabando .


Exemplo: Hipótese silábica com valor sonoro
O que fazer?

Desenvolver atividades que visam que o aluno :

 Aumentar o grau de dificuldade das atividades


anteriores ;

 Identificar o número de sílabas de uma palavra ;

 Completar palavras ;

 Letras ou sílabas embaralhadas para formar palavras


(letras móveis ).
Hipótese Quantitativa:

Utilizou uma letra para


representar cada sílaba da
palavra . No caso das palavras
que tem apenas uma sílaba (as
palavras ditadas foram sol e
mar) ela optou por usar duas
letras, provavelmente por
considerar que não é possível
escrever palavras com uma
única letra . No momento da
leitura, no entanto, ela divide as
palavras em sílabas (SO – U / MA
- RÉ)
Hipótese Qualitativa :

Para grafar as palavras sugeridas, ele usou,


no geral, uma letra para cada sílaba, como
também se preocupou em utilizar uma
letra que se adequasse ao som por ele
escutado .

No exemplo da palavra BOI, grafada como


OIAI, escreveu inicialmente apenas OI,
usando uma letra para cada uma das
sílabas e buscando grafar com uma letra
que representava um dos sons da sílaba
(no caso, as vogais) . No entanto, após
marcar OI, o aluno olhou para a palavra e
disse : “Tá faltando!” Imediatamente ele
completou com as letras AI, afirmando
que agora estava correto .
NÍVEL SILÁBICO - ALFABÉTICO E SUAS HIPÓTESES

Hipóteses muito próximas da escrita


alfabética, uma vez que eles já
conseguem fazer a relação entre
grafemas e fonemas na maioria das
palavras que escrevem, embora ainda
oscilem entre grafar as unidades menores
que a sílaba .
 Nesta h ip ó t e s e a c ria n ç a
HIPÓTESE SILÁBICO - c o m p re e n d e que as le t ra s
ALFABÉTICO c o rre sp o n d e m o s s o n s d e fo rm a
s ilá b ic a .

 A re la ç ã o co m a e s c rit a é
e s t a b e le c id a c o m o u s o d e vo g a is
e / o u c o n s o a n t e s n a e s c rit a d e
p a la vra s .
Principais características :

 Faz uso de vogais e consoantes ;

 Pode omitir ou acrescentar letras ;

 Atribui o valor do fonema em algumas letras


(kneta = caneta) ;
Exemplo: Hipótese Silábico - Alfa b é t ic o
O que fazer?

Desenvolver atividades que visam que o aluno :

 Aumentar o grau de dificuldade das atividades


anteriores ;

 Associar palavras com sílabas iguais (Carolina -


Camisa, Garrafa - Garoa);

 Produção de pequenos textos ;

 Ditado de palavras em um texto ;

 Bingo de palavras .
HIPÓTESE SILÁBICO - ALFABÉTICO

Como p o d e m o s o b s e rva r,e m b o ra e le


e s c re va co m p re o c u p a ç ã o em
re la c io n a r fo n e m a s e g ra fe m a s , a in d a se
c o n fu n d e n o q u e se re fe re a o so m d e
d e t e rm in a d a s le t ra s , e é p ro va ve lm e n t e
p o r iss o q u e e le “e rra ”, p o r d e s c o n h e c e r
o s s o n s, c o m o a c o n t e c e u n a e s c rit a d e
P ELELEC (re fe rin d o - se a P ERERECA).

Ta m b é m o b s e rva m o s q u e e le n e m
s e m p re e s c re ve m a rc a n d o t o d a s a s
u n id a d e s m e n o re s q u e a s síla b a s, c o m o
em CGO RO (q u e re p re s e n t a va
CACHO RRO ), se n d o e ssa a p rin c ip a l
c a ra c t e rís t ic a d o s s ilá b ic o s - a lfa b é t ic o s.
NÍVEL ALFABÉTICO E SUAS HIPÓTESES

Começa a compreender o “como a escrita


nota a pauta sonora ”, ou seja, que as
letras representam unidades menores do
que as sílabas .

Quando dizemos que um aluno está no


nível alfabético, estamos dizendo que ele
já é capaz de fazer todas as relações entre
Como os alunos sabem que grafemas e fonemas, embora ainda
a escrita nota a pauta possua problemas de transcrição de fala e
sonora, eles têm tendência a
cometa erros ortográficos .
escrever exatamente como
se pronunciam as palavras .
ALFABÉTICO

Nesta h ip ó t e s e a c ria n ç a
c o m p re e n d e a fu n ç ã o so c ia l d a
e sc rit a o n d e s e e sc re ve p a ra
a lg u é m le r.
Principais características :

 Reconhece o valor sonoro de todas ou quase todas as


letras ;
 Percebe que a escrita não é uma representação fiel da
fala e que por vezes pode haver variações (S/Z, C/S, J/G) ;
 Pode omitir letras de determinada palavra (exemplo =
Armário - Amario );
 Pode trocar letras por sons parecidos (exemplo = Fivela –
Vifela );
 Pode inverter algumas letras numa determinada sílaba (
exemplo = Escada – Secada) ;
 Preocupa - se com a ortografia ;
 Escreve frases sem segmentação (sem espaço entre uma
palavra e outra) .
Exemplo: Hipótese alfabética
O que fazer?

Desenvolver atividades que visam que o aluno :

 Faça leitura de textos diversos ;

 Produza listas de palavras com sílabas complexas ;

 Produza texto com ênfase nos espaços entre


palavras ;

 Ordene trechos de textos .


HIPÓTESE ALFABÉTICA

Podemos p e rc e b e r q u e su a
e sc rit a a p re se n t a t o d a s a s
re la ç õ e s e n t re g ra fe m a s e
fo n e m a s, em a lg u n s
m o m e nto s até co m
d ific u ld a d e s o rt o g rá fic a s. N o
c a so d a e sc rit a d a p a la vra
GIA, o a lu n o p e rg u n t o u à
p e sq u isa d o ra se e ssa p a la vra
d e ve ria se r e sc rit a c o m G o u
J, d e m o n st ra n d o já
c o m p re e n d e r que um
m e sm o so m pode se r
re p re se n t a d o p o r d ife re n t e s
le t ra s (e à s ve ze s u m m e s m o
so m p o d e se r re p re se n t a d o
p o r u m c o n ju n t o d e le t ra s).
 A p sic o g ê n e s e d a e sc rit a é u m a t e o ria
p sic o ló g ic a q u e a b o rd a c o m o o s a lu n o s se
a p ro p ria m d a e sc rit a a lfa b é t ic a .

 O c o n t a t o c o m t e xt o s, va le n d o - se d e a t ivid a d e s
d e le it u ra e p ro d u ç ã o , n ã o é su fic ie n t e p a ra q u e
a s c ria n ç a s a t in ja m a h ip ó t e se a lfa b é t ic a .
EM SÍNTESE
 Tra b a lh o sist e m á t ic o e d iá rio q u e le ve o s a lu n o s
a re fle t ir so b re os p rin c íp io s d e sse
sist e m a (composição e decomposição de
palavras em sílabas e letras, comparação de
palavras quanto à presença de sílabas e letras
iguais , e a s d e a n á lise fo n o ló g ic a ).
A e s c rit a e ra c o n c e b id a c o m o u m a t ra n s c riç ã o
g rá fic a d a lin g u a g e m o ra l (codificação), e a
le it u ra , c o m o u m a a sso c ia ç ã o d e re s p o s t a s
s o n o ra s a e s t ím u lo s g rá fic o s , um a
t ra n s fo rm a ç ã o do e s c rit o em so m
(decodificação )

LINGUAGEM N a d é c a d a d e 70 a e s c rit a e ra u m a m a n e ira


p a rt ic u la r d e “notar” a linguagem

At é e n t ã o , a a lfa b e t iza ç ã o m u it o p o u c o t in h a a
ve r c o m a s e xp e riê n c ia s d e vid a e d e
lin g u a g e m das c ria n ç a s , e sta n d o
e s s e n c ia lm e n t e b a se a d a na re p e t iç ã o ,
memorização e e ra t id a a p e n a s c o m o o b je t o
d e c o n h e c im e n t o n a e s c o la .
O QUE É A LINGUAGEM:

É o sistema através do qual o ser


humano comunica suas ideias e
sentimentos , seja através da fala, da
escrita ou de outros signos
convencionais .
As re g ra s g ra m a t ic a is d e ixa m d e
s e r o e ixo fu n d a m e n t a l d o
CONCEPÇÃO DE
e n s in o d e lin g u a g e m e a b re - s e
LINGUAGEM
e sp a ç o p a ra o t ra b a lh o c o m
INTERACIONISTA
o ra lid a d e , e s c rit a e le it u ra n u m a
p e rs p e c t iva d ia ló g ic a .
Linguagem verbal

Formada por palavras, seja na escrita ou


na fala . Na linguagem do cotidiano para se
comunicar .

Linguagem não - verbal


TIPOS DE LINGUAGEM :
É o tipo de linguagem que não contém
palavras, mas possui recursos visuais .

Linguagem mista ou híbrida

Linguagem mista é o uso da linguagem


verbal e não - verbal simultaneamente .
Linguagem mista ou híbrida

Linguagem mista é o uso da


linguagem verbal e não - verbal
TIPOS DE LINGUAGEM : simultaneamente .

Por exemplo, uma história em


quadrinhos integra, ao mesmo tempo,
imagens, símbolos e diálogos .
FUNÇÕES DA LINGUAGEM:

A fo rm a como cada indivíduo se expressa , d e a c o rd o c o m o t e xt o


e p a ra q u e m e st á c o m u n ic a n d o , p o d e d e fin ir diferentes funções
dentro da linguagem .

O u se ja , n a h o ra d e in fo rm a r o u d ize r a lg o , a m a n e ira e a in t e n ç ã o
d e ssa m e n sa g e m d e t e rm in a m a fu n ç ã o u t iliza d a p e lo e m isso r.
 CONCEPÇÕES DA ESCRITA;

 ASP ECTO S FO RMAIS DO S


P RO BLEMAS RELACIO N ADO S À
ESCRITA;
FUNÇÕES DA LINGUAGEM :

Encontrada especialmente em textos


científicos e jornalísticos, que procuram
enviar ao receptor uma mensagem direta .

As principais características são a


Função Referencial objetividade, a ênfase na informação e o
foco em levar conhecimento e
esclarecimento sobre algo para o
receptor .
O objetivo é que a atenção esteja no
emissor, em seus sentimentos,
pensamentos e opiniões sobre
determinado assunto .

Função Emotiva As principais características da função


emotiva são a subjetividade, a fala em
primeira pessoa, a visão e mensagem
intimistas e as opiniões ou relatos
pessoais .
Te m o fo c o e m q u e m re c e b e a m e n sa g e m , o u
se ja , o re c e p t o r.

A m a io r in t e n ç ã o é t e n t a r c o n ve n c e r q u e m
re c e b e o c o n t e ú d o so b re a lg o .
FUNÇÃO CONATIVA
OU APELATIVA
N a s m e n s a g e n s e m q u e p re d o m in a e ssa
fu n ç ã o , b u sc a - se e n vo lve r o le it o r c o m o
c o n t e ú d o t ra n sm it id o , le va n d o - o a a d o t a r e st e
o u a q u e le c o m p o rt a m e n t o .
É a fu n ç ã o q u e d á ê n fa se n o c ó d ig o . N a
fu n ç ã o m e t a lin g u íst ic a , a lin g u a g e m fa la d e si
m e sm a , t ra n sfo rm a n d o - se no p ró p rio
FUNÇÃO re fe re n t e .
METALINGUÍSTICA
Um dos m a io re s exemplos de
metalinguagem é a fo rm a d e e sc re ve r d e
Ma c h a d o d e Assis.
Tem ê n fa s e n a m e n s a g e m , p re o c u p a n d o -
se c o m a e st é t ic a e a b e le za .

O m a io r o b je t ivo é c u id a r d o m o d o c o m o
a m e n sa g e m é t ra n sm it id a .
FUNÇÃO POÉTICA É m u it o e n c o n t ra d a n a s m ú sic a s e n o s
p o e m a s.

As principais características dessa função


poética sã o u so d e fig u ra s d e lin g u a g e m e
a p re o c u p a ç ã o c o m a m e n sa g e m e a
fo rm a c o m o e la é d it a .
A fu n ç ã o fá t ic a t e m se u fo c o n o c a n a l.
Essa p a la vra sig n ific a "ru íd o o u ru m o r", o u
se ja , sã o so n s q u e a p a re c e m d u ra n t e u m a
c o m u n ic a ç ã o , c o m o o b je t ivo d e c h a m a r a
FUNÇÃO FÁTICA ate nção.

As m ú sic a s g e ra lm e n t e sã o g ra n d e s
e xe m p lo s d e fu n ç ã o fá t ic a .
Mikhail Ba kh t in :

 Lin g u a g e m c o m o e xp re s s ã o do
p e n sa m e n to ;
A CONSTRUÇÃO DE
SENTIDOS DA
 Lin g u a g e m c o m o in s t ru m e n t o d e
LEITURA E ESCRITA
c o m u n ic a ç ã o ;

 Lin g u a g e m co m o fo rm a de
Construção de in t e ra ç ã o .
sentidos da
leitura e escrita .
CONCEPÇÃO – A LINGUAGEM COMO EXPRESSÃO DO PENSAMENTO

 a linguagem reflete o pensamento ;

 constituem as normas gramaticais do falar e


escrever “bem”, - gramática normativa ou
tradicional ;

 o processo linguístico é individualizado e não altera


no contato com contexto social

 o texto é visto como produto (lógico) do


pensamento (representação mental) do autor, o
leitor/ouvinte cabe senão “captar” essa
representação mental exercendo, um papel e
essencialmente passivo” .
Essa concepção de linguagem relaciona - se a

Gramática tradicional

Ensino prescrito

Gramática normativa

Conjunto de regras a serem seguidas

:
O p a p e l d a e s c o la q u a n t o à lin g u a g e m
n e s s a t e o ria é e n s in a r a fo rm a p a d rã o ,
p o r m e io d e e xe rc íc io s q u e vis e m à
in t e rio riza ç ã o d a s n o rm a s lin g u ís t ic a s ,
p a ra q u e s e ja e fe t iva d a a p re n d iza g e m
d a lín g u a o ra l e e s c rit a .
CONCEPÇÃO – A LINGUAGEM É INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO

 a língua é vista como um código, constituído de um


conjunto de signos que combinam entre si, segundo
regras .

 o indivíduo é capaz de internalizar o conhecimento


externo, por meio de exercícios repetitivos e respostas
seguindo modelos ;

 a língua como instrumento de comunicação limita ao


estudo interno da língua e deixa de lado o contexto
social .
Linguagem é instrumento de comunicação

Gra m á t ic a d e s c rit iva

Evid e n c ia c o m o d e t e rm in a d a lín g u a fu n c io n a

Co n ju n t o d e re g ra s q u e s ã o s e g u id a s .
CONCEPÇÃO – LINGUAGEM COMO INTERAÇÃO

 defende a língua viva, dinâmica ;

 utilização da língua como instrumento de interação


social, desenvolvimento da capacidade de refletir, de
maneira crítica, sobre o mundo que o cerca ;

 gramática deve ser ministrado de uma maneira


contextualizada, sendo professores e estudantes
produtores de conhecimento ;

 visão mais ampla e dinâmica sobre linguagem por


considerar os aspectos individual, social e por
possibilitar um trabalho pedagógico interacionista .
. CONCEPÇÃO DE ESCRITA

A compreensão da escrita envolve aspectos de


natureza variada, podendo ser “linguística,
cognitiva, pragmática, sócio - histórica e cultural .”
O t e xt o e s c rit o t e m c o n d iç õ e s d e p ro d u ç ã o d ive rs a d a
s it u a ç ã o d e o ra lid a d e :

• Im p lic a p la n e ja m e n t o ;
• Re fle xã o s o b re a lín g u a ;
• O b je t ivo s m a is c la ro s ;
• Lin g u a g e m ve rb a l m a is e xp líc it a ;
• Gra u d e c o rre s p o n d ê n c ia m a is p le n o em
re la ç ã o a o le it o r;

O q u e lh e c o n fe re o c a rá t e r d e m a io r o rg a n iza ç ã o e
c o m p le t u d e e m re la ç ã o a o q u e s e p a ss a n a p ro d u ç ã o
o ra l.
. CONCEPÇÃO DE ESCRITA

Está associada a uma concepção de linguagem,


texto e sujeito .

A partir disso, a escrita pode ser compreendida


segundo três concepções, as quais têm como foco
a língua, o escritor ou a interação .
Escrita : foco na língua

É preciso conhecer as regras gramaticais da língua


e ter um bom vocabulário . Esses seriam os
critérios utilizados na avaliação da produção
textual com foco na língua .
Escrita: foco na interação

O produtor, de forma não linear, “pensa” no que


vai escrever e em seu leitor, depois escreve, lê o
que escreveu, revê ou reescreve o que julga
necessário, em um movimento constante e on -
line guiado pelo principio interacional .
Escrita : foco no escritor
“Escrever é expressar o pensamento no papel .”

O texto é visto como um produto do pensamento do


escritor . A escrita, assim, é entendida como uma
atividade por meio do qual aquele que escrever se
expressa, sem levar em conta as experiências e os
conhecimentos do leitor .
As práticas de escrita realizadas em sala de aula
pautam - se em três distintas concepções :

 A escrita como dom;


 A escrita como consequência;
 A escrita como trabalho.
A ESCRITA COMO DOM

 Provém de um título, de uma frase que evidencia um


determinado tema ao aprendiz para que ocorra a
produção de um texto ;

 Não apresenta atividade prévia para o sustento de


informações, tampouco a solidificação de ideias para a
progressão da atividade ;

 O estudante apenas internaliza as informações


referentes ao assunto, não havendo, em todos os seus
casos, discussões sobre o tema
 Não há atividades prévias como leituras de um
texto, discussões orais, pesquisas referentes
ao tema apresentado

 Os estudantes definem o ato de escrever


apenas como uma tarefa em que ocorre a
NA PRÁTICA articulação de informações em que explicitam
ao professor ;

 Não observa uma real finalidade para o


trabalho desenvolvido, uma vez que não há
uma continuidade .
A escrita como dom, à vista disso, pode ser compreendida a
partir destas considerações:
a) É u m t ra b a lh o e m q u e n ã o h á re g is t ro s d e a t ivid a d e s
p ré via s ;

b ) O e s t u d a n t e b u s c a e m s e u s c o n h e c im e n t o s e n a s
in fo rm a ç õ e s q u e c o n h e c e e s t ru t u ra s p a ra s e re d ig ir
u m t e xt o ;

c ) P a ra q u e s e t e n h a o “d o m d ivin o ” fa z- s e n e c e s s á rio o
u s o d e n o ç õ e s in t e rn a liza d a s p a ra a p rá t ic a t e xt u a l;

d )O e stu d a n te não e n c o n t ra um a fu n ç ã o p a ra
e s c re ve r.
 A c o n c e p ç ã o d e e sc rit a c o m o d o m
c o n d e n sa - se n u m a a t ivid a d e q u e d e t e rm in a
u m t ít u lo , u m t e m a p a ra o s a lu n o s re d ig ire m ,
p ra t ic a m e n t e n ã o h a ve n d o a t ivid a d e s p ré via s
p a ra a u xilia r n a c o n t in u id a d e d o t ra b a lh o
EM SÍNTESE c o m a p ro d u ç ã o t e xt u a l.

 É t o t a lm e n t e d e svin c u la d a d o t ra b a lh o
p e d a g ó g ic o d e se n vo lvid o p e lo p ro fe sso r,
se m n e n h u m a lig a ç ã o c o m o t ra b a lh o
a n t e rio r o u p o st e rio r”.
.A ESCRITA COMO CONSEQUÊNCIA

O ato de escrever, nesta concepção, é a


consequência de uma determinada atividade
efetuada na sala ou extraclasse .

Diferenciando - se da concepção de escrita como


dom/inspiração, propõem - se atividades prévias para
que o aluno esteja preparado, antecipadamente,
para o momento da produção textual .
As a t ivid a d e s p ré via s a in d a se g u e m o e sq u e m a
t ra d ic io n a l d e m u it o s livro s d id á t ic o s: le it u ra ; c o m e n t á rio s
g e ra is, in t e rp re t a ç ã o ,; e st u d o d o vo c a b u lá rio , p o r fim , a
p ro d u ç ã o t e xt u a l;

O e st u d a n t e é re t ira d o d o e sp a ç o e sc o la r. A e sc rit a , d e sse


m o d o , t o rn a - se a c o n se q u ê n c ia d e a t ivid a d e s q u e
c o n t rib u e m p a ra a e d ific a ç ã o d o t e xt o ;

Re visã o e re e sc rit a , a ç õ e s q u e c a m in h a m p a ra le la m e n t e ,
p e rm it in d o u m a m e lh o r p ro d u ç ã o d o t e xt o e m
c o n st ru ç ã o , sã o d e sc o n sid e ra d a s.
a) o a lu n o se m p re e fe t u a o t e xt o a p e n a s p a ra c u m p rir
u m d e ve r;

b ) a s a t ivid a d e s re a liza d a s fo ra o u d e n t ro d a sa la d e a u la
t ê m c o m o p ro d u t o fin a l a p ro d u ç ã o t e xt u a l;

c ) o d o c e n t e c o n sid e ra o t e xt o d o e d u c a n d o c o m o u m
CONSIDERAÇÕES A
RESPEITO DESSA re g ist ro d a a t ivid a d e p ro p o st a p a ra a t rib u ir u m a n o t a o u
CONCEPÇÃO u m a p re m ia ç ã o ;

d ) o e st u d a n t e n ã o o b se rva u m a fin a lid a d e so c ia l p a ra a


c o n c re t iza ç ã o d o a t o d a e sc rit a ;

e ) o t e xt o p ro d u zid o n ã o p ro g rid e , u m a ve z q u e n ã o
e xist e o p ro c e sso d e re visã o e d e re e sc rit a .
A ESCRITA COMO TRABALHO

A prática de redigir, nesta concepção, é vista como um


trabalho contínuo e não como uma atividade em que o
aluno a faz apenas para cumprir um dever ;

conforme é perceptível na concepção de escrita como


consequência,

ou para o aluno evidenciar ao educador que ele tem


subsídios para elaborar um texto, segundo o que se
evidencia na escrita vista como dom .
Apresenta fin a lid a d e s re a is e so c ia is p a ra
q u e o a lu n o , d e fa t o , e xe rç a a e sc rit a . As
a t ivid a d e s p ré via s sã o im p re sc in d íve is
c o m o p o n t o s d e p a rt id a p a ra su sc it a r u m
t ra b a lh o d e e sc rit a p o r m e io d a in t e ra ç ã o ;
A ESCRITA COMO
TRABALHO
O t e xt o d e se m p e n h a a fu n ç ã o d e se r a
fa se in ic ia l a n o va s p ro d u ç õ e s, a lé m d e
c o m p o r c o m o o e sp a ç o d e in t e ra ç ã o a o s
in t e g ra n t e s d e sse p ro c e sso
o e s c rit o r re c o rre a c o n h e c im e n t o s
a rm a ze n a d o s na m e m ó ria
re la c io n a d o s à língua , a práticas
interacionais .

Escrita e a
ativação de
conhecimentos Es s e s c o n h e c im e n t o s , re s u lt a d o s d e
in ú m e ra s a t ivid a d e s e m q u e n o s
e n vo lve m o s a o lo n g o d e n o s s a vid a ,
d e ixa m a e n t re ve r a in t rín s e c a re la ç ã o
e n t re linguagem/mundo/práticas
sociais - repercussão na escrita
PECULIARIDADE

A significância atribuída ao interlocutor

A prática de redigir é uma ação de expressão, de enunciações


verbais dos pensamentos, informações, propósitos, crenças, ou,
até mesmo, de emoções em que se deseja compartilhar com
alguém com o intuito de promover a interação .
A escrita, nesta concepção

A significância atribuída ao interlocutor

 Deve ser encarada como um trabalho sujeito a ser


contínuo;

 Estima a importância do processo de reescrita;

 Pondera sobre o que pode ser alterado ou não, com a


finalidade de estabelecer um objeto.
Constatações que auxiliam na compreensão dessa
configuração:

a) Origina - se de um trabalho contínuo de aprendizagem que


possibilita uma integração no momento em que se
arquiteta o saber com as verídicas necessidades dos
estudantes ;

b) As atividades prévias estruturam - se como um ponto de


partida para a eclosão de uma proposta de escrita ;
c) As a t ivid a d e s p ré via s c o n s is t e m n o s u p o rt e d e t o d o o
p ro c e s s o q u e o t e xt o d o a lu n o p e rp a s s a ;

d ) O p ro fe s s o r a t u a c o m o u m m e d ia d o r a o a u xilia r n o fa t o d e
a s a t ivid a d e s s e e la b o ra re m p ro g re s s iva m e n t e ;

e ) Re c o n h e c e o s a b e r o ra l t ra b a lh a d o p e lo d o c e n t e .
ASPECTOS FORMAIS DOS PROBLEMAS
RELACIONADOS À ESCRITA

Fa t o re s o rg â n ic o s

Co g n it ivo s;
O s p ro b le m a s d e
a p re n d iza g e m sã o Afe t ivo s;
m u lt id im e n sio n a is
So c ia is;

P e d a g ó g ic o s;
A escrita é caracterizada por quatro fatores fundamentais:

1. O primeiro trata do processo de construção, elaboração e


interpretação do significado .

2. Já o segundo , corrobora a necessidade de o indivíduo atuar


de maneira mais ativa, para a solução de problemas .

3. O terceiro lida com o processo afetivo e diz respeito à


vontade de escrever, a condição emocional do indivíduo e
seu interesse pela aprendizagem .

4. O quarto abrange os fatores motivacionais que se


relacionam com o rendimento do aluno dentro da sala de
aula .
(CRUZ, 2009 )
Castillo (1999) aponta que para que a criança faça uso da leitura e
escrita é necessário que se desenvolva de forma global .

Algumas habilidades, precisam ser construídas


concomitantemente , t a is c o m o :

discriminação visual;
discriminação auditiva;
memória visual e auditiva;
coordenação motora fina;
conhecimento do esquema corporal;
orientação espacial;
atenção seletiva;
domínio da linguagem oral;
diferenciação entre letras e outros
símbolos;
memorização;
 Substituição d e fo n e m a s o u síla b a s;
As p e c t o s  Tra n sp o siç ã o d e fo n e m a s e síla b a s;
Fo n o ló g ic o s  Co n ve rsã o sím b o lo - so m .

 Co n fu sã o d e le t ra s;
As p e c t o s Vis o  Le n t id ã o d a p e rc e p ç ã o visu a l;
e s p a c ia is  In ve rsã o d e le t ra s;
 Tra n sp o siç ã o o u su b st it u iç ã o d e le t ra s.
Aspectos
Fo n o ló g ic o s
 Su b st it u iç ã o d e fo n e m a s o u síla b a s;
 Tra n sp o siç ã o d e fo n e m a s e síla b a s;
 Co n ve rsã o sím b o lo - so m .
Aspectos Vis o
e s p a c ia is

 Co n fu sã o d e le t ra s;
 Le n t id ã o d a p e rc e p ç ã o visu a l;
 In ve rsã o d e le t ra s;
 Tra n sp o siç ã o o u su b st it u iç ã o d e le t ra s.
Na e la b o ra ç ã o d a s h ip ó t e s e s e m re la ç ã o a o
sist e m a d e e s c rit a , a lg u n s c o n h e c im e n t o s e
c o m p re e n sã o d a s re g ra s q u e n o rt e ia m a
le it u ra e a e s c rit a n o s is t e m a a lfa b é t ic o ,
p re c is a m se r p e rc e b id o s.

Alg u m a s c a p a c id a d e s im p o rt a n t e s p a ra a p ro p ria ç ã o d o s is t e m a d e
e s c rit a a lfa b é t ic a :

Dis t in ç ã o e n t re fo rm a s e s c rit a s e o u t ra s fo rm a s g rá fic a s


d e e xp re s s ã o ;

d ife re n c ia r e n t re : le t ra s e d e s e n h o s ; le t ra s e ra b is c o s ;
le t ra s e n ú m e ro s ; le t ra s e s ím b o lo s g rá fic o s ;

Dominar convenções gráficas .


Outros aspectos importantes que também devem ser compreendidos
logo no início da alfabetização e letramento:

 Nossa e sc rit a se o rie n t a d e c im a p a ra b a ixo e d a e sq u e rd a p a ra a


d ire it a ;

 Há c o n ve n ç õ e s p a ra in d ic a r a d e lim it a ç ã o d e p a la vra s (e sp a ç o s e m
b ra n c o ) e fra se s (p o n t u a ç ã o ).

 A lin e a rid a d e d a e sc rit a t e m c a ra c t e ríst ic a s d ife re n t e s d a fa la ;

 Re c o n h e c e r u n id a d e s fo n o ló g ic a s c o m o síla b a s, rim a s, t e rm in a ç õ e s
d e p a la vra s - a s c o m p le xa s re la ç õ e s e n t re fo n e m a s e o m o d o d e
re p re se n t á - lo s g ra fic a m e n t e .
NA FASE INICIAL DA
ALFABETIZAÇÃO As exceções
O nome de cada são poucas e
letra tem relação de uso menos
com pelo menos frequente (h,
Aprendizagem um dos “sons” da w, por
fala que ela pode exemplo).
do alfabeto. representar na
escrita. (a, bê , cê ,
dê, ê, efe) .

Compreender
As variações que as letras
gráficas seguem Compreender a variam na forma
padrões categorização gráfica e no valor
gráfica e
estéticos . funcional.
funcional das
letras.
Dominar as relações entre fonemas e grafemas depende
fundamentalmente de compreender alguns princípios:

 Grafemas sã o le t ra s o u g ru p o d e le t ra s, e n t id a d e s visíve is e
iso lá ve is. Exe m p lo : a , b , c sã o g ra fe m a s; q u , rr, ss, c h , lh , n h
t a m b é m sã o g ra fe m a s.

 O s fo n e m a s sã o a s e n t id a d e s e le m e n t a re s d a e st ru t u ra
fo n o ló g ic a d a lín g u a , q u e se m a n ife st a m n a s u n id a d e s
so n o ra s m ín im a s d a fa la .

 Há re g ra s d e c o rre sp o n d ê n c ia e n t re fo n e m a s e g ra fe m a s,
e e ssa s re g ra s sã o va ria d a s, d e p e n d e m d a p o siç ã o d o
fo n e m a - g ra fe m a n a p a la vra .
É imprescindível que,
diariamente,
desenvolva - se atividades
com palavras que
envolvam:  Distintas q u a n t id a d e d e le t ra s e síla b a s, o rd e m
e p o siç ã o d a s le t ra s;

 Co m p a ra ç ã o e n t re p a la vra s q uanto à
q u a n t id a d e d e le t ra s e síla b a s e à p re se n ç a d e
le t ra s e síla b a s ig u a is;

 Exp lo ra ç ã o d e rim a s, p o siç õ e s (in ic ia l e fin a l, p o r


e xe m p lo ).
Enfoque tradicional Enfoque da psicogênese

Desenvolvimento de habilidades Ta re fa d o a lfa b e t iza n d o :


de memória e atividades c o m p le xa e c o n c e it u a l
percepto - motoras
↓ ↓
c o n d iç ã o p a ra a lu n o a lc a n ç a r c o n d iç ã o p a ra u m a a p re n d iza g e m d a s
e s t a d o d e p ro n t id ã o p ro p rie d a d e s p rivile g ia d a s n o s is t e m a

Enfoque da escrita alfabética como sistema notacional



n e c e s s á rio n a c o n s t ru ç ã o d e d id á t ic a s d a a lfa b e t iza ç ã o q u e ,
livre s d e m é t o d o s a s s o c ia c io n is t a s , p e rm it a m a lfa b e t iza r le t ra n d o .
Diversos tipos de atividades:
1. Atividades que buscam familiarização com as letras;
2. Atividades que destacam análise fonológica;
3. Atividades de composição e decomposição de palavras;
4. Atividades de comparação entre palavras quanto ao número de letras ou
às letras utilizadas;
5. Atividades de “tentativas de reconhecimento de palavras”, através do
desenvolvimento de estratégias de uso de pistas para decodificação;
6. Atividades de escrita de palavras e textos (que sabem de memória ou
ditados pelos professores(as);
7. Atividades de sistematização das correspondências grafofônicas ;
8. Atividades de reflexão durante produção e leitura de textos.
É importante que sejam discutidas as seguintes
questões :

• Quais são os objetivos da atividade?

• O que os alunos podem aprender com ela?

• A atividade é mais interessante se for realizada com a


turma organizada em grande grupo, pequenos grupos,
duplas ou individualmente? Por quê?

• A atividade é mais produtiva para alunos que estejam


em algum nível de conhecimento sobre a escrita
específico?
Importante e s t ru t u ra r s e q u ê n c ia s d id á t ic a s q u e c o n t e m p le m
atividades de leitura , d e produção de textos e d e reflexão sobre o
Sistema de Escrita Alfabética .

• Q u a l (q u a is) g ê n e ro (s) se rá (se rã o ) lid o (s) p e lo s a lu n o s?


• Co m o o s t e xt o s se rã o lid o s?
• O p ro fe sso r fa rá a le it u ra so zin h o ?
• Em a lg u m m o m e n t o o s a lu n o s se rã o so lic it a d o s a le r?
• N a a t ivid a d e d e p ro d u ç ã o d e t e xt o , q u a l g ê n e ro d e ve rá se r p ro d u zid o
p e lo a lu n o ?
• Q u e m va i e sc re ve r (n o t a r/ g ra fa r) o t e xt o , o s a lu n o s (so zin h o s o u e m
d u p la s/ g ru p o s) o u o p ro fe sso r (n o c a so d e se r u m t e xt o c o le t ivo )?
• P ra q u ê e p ra q u e m o t e xt o va i se r p ro d u zid o ?
• Q u e a t ivid a d e s d e a p ro p ria ç ã o d o Sist e m a d e Esc rit a Alfa b é t ic a p o d e m
se r re a liza d a s
Quatro modos básicos de organização das atividades podem
ser pensados :

(1) situações didáticas em grande grupo ;

(2) situações didáticas em pequenos grupos (com e sem


variação de atividades) ;

(3) situações didáticas realizadas em duplas ;

(4) situações didáticas em que as atividades são realizadas


individualmente .
O JOGO

Kishimoto (20 0 3, p . 37- 38 ) d iz q u e :

A utilização do jogo p o t e n c ia liza a e xp lo ra ç ã o e a c o n s t ru ç ã o


d o c o n h e c im e n t o , p o r c o n t a r c o m a m o t iva ç ã o in t e rn a , t íp ic a d o
lú d ic o , m a s o t ra b a lh o p e d a g ó g ic o re q u e r a o fe rt a d e e s t ím u lo s
e xt e rn o s e a in flu ê n c ia d e p a rc e iro s b e m c o m o a s ist e m a t iza ç ã o
d e c o n c e it o s e m o u t ra s s it u a ç õ e s q u e n ã o jo g o s .
“Brinquedos, jogos e m a t e ria is
p e d a g ó g ic o s não são objetos que trazem
em seu bojo um saber pronto e acabado .
Ao contrário , e le s sã o o b je t o s q u e t ra ze m
u m sa b e r e m p o t e n c ia l. Est e sa b e r
p o t e n c ia l p o d e o u n ã o se r a t iva d o p e lo
a lu n o ”.

É p a p e l d o p ro fe s s o r c a lc u la r o q u a n t o d e
a p re n d iza g e m d e t e rm in a d o jogo pode
p ro m o ve r p a ra d e t e rm in a d o a lu n o . O u s e ja ,
o diagnóstico sobre o que sabe o aluno
acerca do que se deseja ensinar é
fu n d a m e n t a l p a ra q u e s e p ro g ra m e m o s
jo g o s q u e s e rã o d is p o n ib iliza d o s .
Considerando os princípios do Sistema de Escrita Alfabético,
dividiremos os jogos em três grupos :

• Aqueles que inserem atividades de análise fonológica sem


fazer correspondência com a escrita ;

• Os que levam a refletir sobre os princípios do sistema


alfabético, ajudando os alunos a pensar sobre as
correspondências grafofônicas ;

• Os que ajudam a sistematizar as correspondências


grafofônicas .
Um dos princípios básicos do nosso sistema
de escrita é que a lógica da relação se dá
entre os sinais gráficos (letras) e a pauta
sonora, e não entre os sinais gráficos e os
significados ou objetos .
JOGOS DE ANÁLISE
FONOLÓGICA
A criança precisa, conscientemente, parar
de prestar atenção apenas ao significado
das palavras e passar a destinar atenção aos
sons, à sequência de segmentos sonoros da
palavra .
Finalidade : Fo rm a r d u a s t rin c a s d e
Baralho c a rt e la s d e fig u ra s c u ja s p a la vra s
Fo n o ló g ic o in ic ie m o u t e rm in e m c o m a m e s m a
s íla b a .

Jogo das Finalidade : d e s c o b rir o s p a re s d a s


d u a s P a la vra s d u a s fic h a s c o m d e s e n h o s .
• Atividades que levam a fazer
JOGOS QUE AJUDAM A composição e decomposição de
REFLETIR SOBRE OS palavras ;
PRINCÍPIOS DO SISTEMA
ALFABÉTICO • As que levam os alunos a comparar
palavras escritas ;

• As que incitam os alunos a ler ou


reconhecer palavras, usando os
conhecimentos já desenvolvidos sobre
a escrita .
Fin a lid a d e : Ma rc a r t o d a s a s le t ra s d a
Bingo de letras
c a rt e la e o rd e n a r a s le t ra s d a c a rt e la ,
At ra p a lh a d a s fo rm a n d o u m a p a la vra .

Fin a lid a d e : Ve n c e a p a rt id a q u e m
Ba ra lh o fo rm a - c o n s e g u ir fo rm a r t rê s p a la vra s , e , a o
fin a l d e c in c o p a rt id a s , g a n h a o jo g o
P a la vra s
q u e m t ive r m a is p o n t o s
Não é suficiente entender os princípios
do sistema alfabético, ou seja, dominar
a escrita alfabética, para ser capaz de
Jogos que ajudam a ler e compreender textos .
sistematizar as
correspondências
grafofônicas e a
desenvolver fluência
de leitura É NECESSÁRIO
• Ter familiaridade com os gêneros textuais que
circulam socialmente ;

• Ter conhecimentos prévios referentes aos temas


tratados nos textos ;

• Ter contato com diferentes possibilidades relacionadas


ao desenvolvimento de estratégias de leitura e de
escrita ;

• Ter fluência de leitura ou agilidade de escrita, entre


outros .
Finalidade : parear 5 cartelas com
Trilha de palavras às figuras correspondentes da
Figuras trilha .

Finalidade : formar o maior número de


Caça - letras nomes de animais .
Le it u ra e Esc rit a n a Alfa b e t iza ç ã o

O a t o d e e n s in a r a le r e a e s c re ve r – a a lfa b e t iza ç ã o – d e ve
re la c io n a r- s e a o u s o d a le it u ra e d a e s c rit a d e m a n e ira a
a lc a n ç a r o b je t ivo s e m d ife re n t e s c o n t e xt o s e m q u e e ssa s
p rá t ic a s s ã o d e s e n vo lvid a s , a ç ã o q u e t e m s id o d e n o m in a d a
d e le t ra m e n t o .
 ASPECTOS SEMÂN TICO S E
ESTRUTURAIS;
 GÊN ERO S DO DISCURSO .
A produção de textos escritos ainda requer que
realizemos tarefas também um tanto complexas :

• Registrar, gerar e selecionar os conteúdos ;

• Pensar na maneira como esses conteúdos devem


estar organizados no papel em branco ;

• Perceber os processos de textualização, em que os


alunos precisam fazer escolhas de recursos coesivos ;

• Seleção de vocabulário
Como você faz uso dos livros didáticos em sua
prática de alfabetização?

O que você considera um bom livro de alfabetização?

Você estrutura algumas estratégias de uso dos livros didáticos,


como, por exemplo:

• Você utiliza o livro na sequência proposta pelos autores?

• Você faz adaptações no livro didático em função das


necessidades de seu grupo de alunos? Como você faz isso?

• Você costuma utilizar o livro didático completamente? Por


quê?
Um d o s p re ssu p o st o s b á sic o s d o s
m é t o d o s t ra d ic io n a is é o d e q u e p rim e iro
t e m q u e se e n sin a r a s u n id a d e s m e n o re s
d a s p a la vra s (le t ra s, fo n e m a s e síla b a s)
p a ra só d e p o is o s a lu n o s p o d e re m le r
fra se s e t e xt o .

P a ra g a ra n t ir q u e o s a lu n o s le sse m a p e n a s
p a la vra s q u e c o n t ive sse m a s u n id a d e s já
t ra b a lh a d a s, o s a u t o re s p a ssa ra m a
in ve n t a r t e xt o s, c o n t ro la n d o o re p e rt ó rio
d a s p a la vra s n e le s c o n t id a s.
Os t e xt o s c a rt ilh a d o s se c a ra c t e riza m , e n t ã o , p o r u m
a m o n t o a d o d e fra se s q u e , ju n t a s, n ã o c o rre sp o n d e m a u m
t e xt o , u m a ve z q u e n ã o p o ssu e m u m a u n id a d e d e se n t id o

E, p a ra g a ra n t ir a p re se n ç a d e p a la vra s c o m p o st a s p e la s
u n id a d e s já e n sin a d a s, m u it a s fra se s sã o a rt ific ia is e se m
se n t id o , c o m o a s c lá ssic a s “o b o i b e b e ”, o u “o b e b ê b a b a ”, o u
“Ivo viu a u va ”

As a t ivid a d e s d a s c a rt ilh a s t ra d ic io n a is se re la c io n a m a u m a
p e rsp e c t iva e m p irist a / a sso c ia c io n ist a d e a p re n d iza g e m , q u e
c o n c e b e a e sc rit a c o m o u m c ó d ig o , q u e d e ve ria se r
a p re n d id o a t ra vé s da m e m o riza ç ã o das
le t ra s/ fo n e m a s/ síla b a s, n ã o p o ssib ilit a n d o q u e o s a lu n o s
re flit a m so b re a s c a ra c t e ríst ic a s d o SEA
Natureza m e c â n ic a e re p e t it iva , q u e
p o ssib ilit a a o a lu n o re a lizá - la s se m
n e c e ssa ria m e n t e le r e e sc re ve r.

N a s a t ivid a d e s d e le it u ra , a s p a la vra s c o m
o s “p a d rõ e s” t ra b a lh a d o s se re p e t e m ,
b a st a n d o q u e o s a lu n o s a s m e m o rize m .
As a t ivid a d e s d e e sc rit a c o rre sp o n d e m à
c ó p ia d e síla b a s, p a la vra s e fra se s.

Em re la ç ã o à a t ivid a d e d e se p a ra ç ã o d a s
p a la vra s, e st a b e le c e a q u a n t id a d e d e
síla b a s, o q u e fa c ilit a a re sp o st a d o a lu n o ,
q u e n ã o p re c isa le r a p a la vra p a ra se p a rá -
la c o rre t a m e n t e .
PROBLEMAS RELACIONADOS À ESCRITA

ESTUDANTE

RECURSOS
DIDÁTICOS

EDUCADOR CONTEÚDO

RELAÇÃO MEDIADORA
VARIEDADE DE RECURSOS/RELAÇÃO COM A
P RO P O STA DE EN SIN O

• Re la ç ã o s o b re s e u u s o e o p a p e l d a e s c o la ( P ro je t o
P e d a g ó g ic o );

• O p e rfil d o e s t u d a n t e q u e a t e n d e ;

• Q u a l é o c o n t e xt o e m q u e e s t á in s e rid o ;

• Q u a is s e rã o o s re c u rs o s m a is a d e q u a d o s p a ra q u e s e
a lc a n c e a s u a p ro p o s t a d e e n s in o .
Qualquer aprendizagem humana emerge, consequentemente, de
múltiplas funções, ou habilidades cognitivas interligadas :

• de recepção (componente sensorial) ;

• de integração (componentes perceptivo, conativo e


representacional) ;

• de execução ou de expressão de informação (componente


motor, linguagem) .
 Componente
s e n s o ria l
 P e rc e p t ivo
 Co n a t ivo
 Re p re s e n t a c io n a l
 Mo t o r
 Lin g u a g e m
ENQUADRAMENTO TEÓRICO DA DISLEXIA

Transtorno específico de aprendizagem, de origem


neurobiológica, caracterizada por dificuldade no
reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na
habilidade de decodificação e em soletração.
CLASSIFICAÇÃO/RELAÇÃO ESTÍMULO - RECURSO

Dislexia Auditiva ou Disfonética:


 Dificuldade em diferenciar
 Dificuldades na diferenciação, na letras e palavras cujo som é
análise e na nomeação dos sons semelhante /m/ com /n/ ;
da fala ;
 Dificuldade para perceber que
 Problemas na nomeação de os sons iniciais e finais de
séries e nas rimas ; certas palavras são iguais ;

 Dificuldade de integração  Podem apresentar problemas


grafema (letra) - fonema (som) ; na memória auditiva .
Acabar a palavra
Escrever a palavra do texto, letra a
letra, e a criança deve adivinhar a
palavra antes que termine de
escrevê - la.

O jogo das etiquetas


Escrever palavras em
etiquetas e pedir ao aluno
para identificar a palavra
escrita no texto .
Encontrar Palavras
Pedir à criança que encontre na sua
pagina, ficha de leitura três palavras com o
som {u} ou {o}.
Jogo dos sons
Com a ajuda de letras feitas
em cartão, a criança deve
formar sons ou sílabas,
partindo dos mais simples
para os mais complexos .

Jogo das Rimas


Criar pequenas histórias que
rimem ou inventar nomes de
personagens em que haja rima .
Jogo dos Anagramas
Com letras móveis o
estudante deve modificar a
ordem das mesmas e criar
outras palavras .
Dislexia Visual ou Diseidética :

 Dificuldades sobretudo nas


 Confundem letras e palavras tarefas de percepção e
parecidas, revertendo - as por discriminação visual ;
vezes – por exemplo : /b/ por
/d/ ou /apartar/ por /apertar/ ;  Evidenciam erros de orientação ;

A escrita inconstante,  Problemas de discriminação de


apresentando letras de tamanhos e formas, confusões
tamanhos diferentes, omissões, entre grupos de letras e
rotações, inversões, sendo as dificuldades em transformar
letras em sons .
emendas e as rasuras
frequentes ;
PROPOSIÇÕES :

 Faça frases e parágrafos curtos e objetivos ;


 Estruture títulos, listas com números, esquemas ;
 Comece sempre uma nova frase no início da linha ;
 Use um fundo claro, mas sem ser branco ;
 Use e abuse de imagens ou gráficos, ajuda o disléxico a reter a
informação ;
 Não use abreviações e evite a hifenização ;
 Use cores diferentes para evidenciar partes importantes do texto .
Dislexia Mista ou Visuoauditiva :

• Quando existe a combinação de mais de um tipo de


dislexia ; Provoca uma quase total incapacidade para a
leitura ;

• A dificuldade das crianças verifica - se tanto na análise


fonética das palavras como na percepção de letras e
palavras completas .
DIFICULDADES INSTRUMENTAIS, COGNITIVAS E LINGUÍSTICAS

 Fragilidade d o c o m p o n e n t e p e rc e p t ivo - vis u a l;

 Im a t u rid a d e p s ic o m o t o ra ( in t e g ra ç ã o d a la t e ra lid a d e , e s q u e m a
c o rp o ra l, c o o rd e n a ç ã o );

 Fra g ilid a d e das c o m p e t ê n c ia s c o g n it iva s a s s o c ia d a s ao


p ro c e s s a m e n t o d a in fo rm a ç ã o ;

 At ra s o n a a q u is iç ã o d a lin g u a g e m , m e n o r c o m p e t ê n c ia s n a
p ro d u ç ã o , p e rc e p ç ã o , c o m p re e n s ã o d a lin g u a g e m ;

 Fra c a c o n s c iê n c ia fo n o ló g ic a .
Conceitos Normalmente Associados:

A Disgrafia

Para Mo u ra (20 0 5), é u m a p e rt u rb a ç ã o d e t ip o fu n c io n a l


n u m a c o m p o n e n t e m o t o ra d o a t o d e e s c re ve r q u e a fe t a a
q u a lid a d e d a e s c rit a , s e n d o c a ra c t e riza d a p o r d ific u ld a d e
n a g ra fia , n o t ra ç a d o e n a fo rm a d a s le t ra s .
Formação d a s le t ra s p o b re ;

Le t ra s m u it o la rg a s , d e m a s ia d o p e q u e n a s , o u c o m
t a m a n h o in c o n s is t e n t e ;

Le t ra s s o b re p o s t a s ;

Es p a ç a m e n t o in c o n s is t e n t e e n t re le t ra s ;

Alin h a m e n t o in c o rre t o ;

In c lin a ç ã o in c o n s is t e n t e ;

Fa lt a d e flu ê n c ia n a e s c rit a .
A Disortografia

Perturbação q u e a fe t a a s a p t id õ e s d a e s c rit a e q u e s e
t ra d u z p o r d ific u ld a d e s p e rs is t e n t e s e re c o rre n t e s n a
c a p a c id a d e d a c ria n ç a e m c o m p o r t e xt o s e s c rit o s .

P e re ira (20 0 9 , p . 9 )
Substituição: Todos por “ Totos ”

Omissão: Festa por “Feta”

Inversão: Chocolate por “ Cocholate ”

Acréscimo : Estranho por “ Estrainho ”

Erros de Segmentação: “Eugos tode com ermaçã ”

Apoio na oralidade: Vento por “ Ventu ”


Dislalia

É u m d is t ú rb io d e a rt ic u la ç ã o q u e c o n s is t e n a
d ific u ld a d e d e p ro n u n c ia r d e t e rm in a d o s s o n s , p o d e n d o
in t e rfe rir t a m b é m n o a p re n d iza d o d a e s c rit a .
Omissão : não pronuncia sons – “omei ” = “tomei” ;

Substituição : troca alguns sons por outros –


“balata” = “barata” ;

Acréscimo : introduz mais um som – “Atelântico ”


= “Atlântico” .
Estimulação da Consciência Fonológica

Estimular a habilidade das crianças prestarem


atenção aos sons de forma seletiva:

• Discriminação e denominação de sons diversos (reais ou


gravados) ;

• Identificação e sequências de sons e sons faltantes em uma


sequência anterior ;

• Localização de sons diversos ; ouvir um determinado som e


associá - lo à sua fonte ;
• Identificação de frases sem sentido ;

• Usar rimas para introduzir os sons das palavras : músicas,


parlendas, poesias ;

• Desenvolver a capacidade de analisar as palavras em silabas,


separando - as e sintetizando - as.
Nesse sentido, se poderá:

 Explorar, comparar e contrastar o ponto e o modo de


articulação;

 Isolar, acrescentar e excluir fonemas (iniciais, mediais,


finais);

 Comparar palavras com mesmo fonema inicial;

 Compreender que fonemas têm identidades separadas e


essas podem ser reconhecidas e distinguidas ;

 Auxiliar a criança a se atentar para a pronúncia dos


fonemas.
CAÇA RIMAS
BINGO DOS SONS INICIAIS

DADO SONORO
TRINCA MÁGICA
Adaptações em Sala de Aula

 Dar tempo extra para completar as tarefas ;

 Oferecer ao estudante ajuda para fazer suas anotações ;

 Modificar trabalhos e pesquisas, segundo a necessidade do


estudante ;

 Esclarecer ou simplificar instruções escritas, sublinhando ou


destacado partes importantes ;

 Bloquear estímulos externos (visuais, por exemplo) . ;


 Destacar (com caneta apropriada) as informações;

 P ro p o rc io n a r a t ivid a d e s p rá t ic a s a d ic io n a is ;

 Fo rn e c e r g lo s s á rio p a ra a ju d a r o a lu n o a c o m p re e n d e r a le it u ra ;

 Us a r d isp o s it ivo d e g ra va ç ã o (o e s t u d a n t e p o d e re p ro d u zir o


á u d io p a ra e s c la re c e r d ú vid a s, p o d e , a in d a , e s c u t a r e
a c o m p a n h a r a s p a la vra s im p re s s a s e , a s s im , p o d e m e lh o ra r s u a
h a b ilid a d e d e le it u ra );
 Utilizar t e c n o lo g ia a s s is t iva e m e io s a lt e rn a t ivo s , c o m o
"t a b le t s ", le it o re s e le t rô n ic o s , d ic io n á rio s , a u d io livro s ,
c a lc u la d o ra s , p a p é is q u a d ric u la d o s p a ra a t ivid a d e s
m a t e m á t ic a s ,...;

 Re p e t ir a s in s t ru ç õ e s e o rie n t a ç õ e s ;
 Manter ro t in a s d iá ria s , p o is m u it o s a lu n o s c o m
p ro b le m a s d e a p re n d iza g e m t ê m d ific u ld a d e e m
o rg a n iza r- s e c o m a u t o n o m ia ;

 Co m b in a r in fo rm a ç ã o ve rb a l e vis u a l e p ro p o rc io n a r
o rg a n iza d o r d o s c o n t e ú d o s m in is t ra d o s ;

 Es c re ve r p o n t o s o u p a la vra s- c h a ve n o q u a d ro , a n t e s
d e u m a a p re s e n t a ç ã o ;
 Equilibrar a s a p re se n t a ç õ e s o ra is , in fo rm a ç õ e s vis u a is e
a t ivid a d e s p a rt ic ip a t iva s , o q u e in c lu i e q u ilíb rio d a s
a t ivid a d e s (e m g ru p o , g e ra l e in d ivid u a l);

 En fa t iza r re vis ã o d iá ria . Es t e t ip o d e e s t ra t é g ia p o d e


a ju d a r o s a lu n o s a fa ze r lig a ç õ e s c o m c o n h e c im e n t o s
p ré vio s ;
Variar o s m o d o s d e a va lia ç ã o , (a p re se n t a ç õ e s o ra is ,
p a rt ic ip a ç ã o e m d is c u s s õ e s , a va lia ç õ e s e s c rit a s , p ro va s c o m
m ú lt ip la s e s c o lh a s);

Gra d u a r o s c o n t e ú d o s a s e re m t ra t a d o s , n u m n íve l c re s c e n t e
d e d ific u ld a d e ;

Es t im u la r e e n s in a r o u so de a g e n d a s , c a le n d á rio s e
o rg a n iza d o re s .
ASPECTOS SEMÂNTICOS E ESTRUTURAIS

Na definição de Luria (1991, p .35), o


campo semântico de uma palavra é "o
Campo complexo de significados associativos
Semântico que surgem involuntariamente durante
a captação da palavra dada“ .

"sendo assim, a palavra jardim pode evocar


involuntariamente as palavras árvores, flores,
banco, encontro etc . e a palavra horta, as
palavras batata, cebola, pá etc .".
Pensar a leitura do ponto de vista da experiência
da criança, situando a aprendizagem.

ALFABETIZAÇÃO
E CAMPO
SEMÂNTICO Cria ç ã o d e c a m p o s se m â n t ic o s p o ssib ilit a a
t ro c a id e ia s so b re palavramundo , que é a
vinculação entre realidade e linguagem, assim o
aluno aprende a relação de sua linguagem com
o mundo .
Um a p a la vra n ã o s e e s g o t a e m u m a re fe rê n c ia o b je t a l
fixa e u n is s ig n ific a t iva ;

A palavra evoca uma rede de imagens e os


complexos significados que a ela se associam,
constituem seus campos semânticos ;

O conceito de campo semântico ajuda a enlaçar as


palavras que são escolhidas pelos alunos em seu
contexto e no desejo de aprender e interagir ;
É possível afirmarmos, portanto, que o campo semântico de
uma palavra ou expressão é:

O acervo que acessamos a fim de que alcancemos a interação


pretendida com o nosso interlocutor . A partir desse conjunto,
podemos viabilizar as situações comunicacionais do nosso dia a
dia .
Um mesmo termo, dependendo de como e quando ele for empregado e
de que palavras estiverem relacionadas a ele, pode ter variados
significados . Exemplos :

 Campo semântico de partir : sair, ir embora, dar o fora, sumir,


morrer, quebrar, espatifar etc .

 Campo semântico de morrer : falecer, apagar, bater as botas,


passar para um plano superior, apagar, foi para o céu etc .

 Campo semântico de brincadeira : divertimento, distração, piada,


gozação, palhaçada, zoação etc .

 Campo semântico de fabricar : construir, montar, criar, projetar,


edificar, confeccionar, fazer, elaborar etc .

 Campo semântico de cansaço : canseira, fadiga, esgotado,


pregado, lombeira, prostrado, exausto etc .
A importância do campo semântico está na organização
d a s e xp e riê n c ia s d o s in d ivíd u o s .

Um c a m p o s e m â n t ic o n ã o re fle t e a p e n a s a s id e ia s , o s
va lo re s e a s p e rs p e c t iva s d a s o c ie d a d e m a s t a m b é m à s
t ra n s m it e p a ra g e ra ç õ e s p o s t e rio re s .
N id a (19 75) q u a n d o d is c u t e a s c a ra c t e rís t ic a s d o s
c a m p o s , c la s s ific a - o s e m :

1) e n t id a d e s o u o b je t o s (p o r e xe m p lo : c a sa , h o m e m );

2) e ve n t o s: t a n t o a ç õ e s c o m o p ro c e sso s (p o r
e xe m p lo : fa la r, c o rre r); a b st ra t o s: q u a lid a d e s (p o r
e xe m p lo : b o m , b o n it o ), q u a n t id a d e (p o r e xe m p lo :
m u it o , p o u c o );

3) re la c io n a is (p o r e xe m p lo : d e n t ro , so b re ).
As a t ivid a d e s c h a m a d a s d e exercícios de vocabulário ,
p o d e m se r d o s se g u in t e s t ip o s :

1) Dife re n t e s se n t id o s d a m e sm a p a la vra - p o lisse m ia ;

2) Dive rsa s p a la vra s c o m o m e sm o se n t id o (o q u e p o d e


e n vo lve r va rie d a d e s lin g u íst ic a s, a t it u d e s d ive rsa s n o
u so d a lín g u a c o m o o s t a b u s, e t c );

3) Sin ô n im o s:
a) Se n t id o d e p a la vra s;
b) Se n t id o d e e xp re ssõ e s;
c) Dife re n ç a s d e se n t id o e n t re sin ô n im o s.
4) Antônimos;
5) Homônimos;
6) Parônimos;
7) Hiperônimos e hipônimos;
8) Formação de palavras:
a) Derivação prefixal - Prefixos;
b) Derivação sufixal – Sufixos;
c) Composição – radicais e raiz;
d) Siglas.
9) Uso d o d ic io n á rio .
a ) En sin a r c o m o u sa r o d ic io n á rio :
b ) o b se rva r o rg a n iza ç ã o a lfa b é t ic a d a s p a la vra s;
c ) o s vá rio s se n t id o s d e c a d a p a la vra e c o m o
se le c io n a r o q u e se rve p a ra o c o n t e xt o e
sit u a ç õ e s;
10 ) O n o m a t o p e ia s;
11) O u so de it e n s le xic a is co m o o p e ra d o re s
a rg u m e n t a t ivo s;
GÊNEROS DO DISCURSO

Os gêneros são formas culturais e


cognitivas de ação social, corporificadas
de modo particular na linguagem,
caracterizadas pela função
sociocomunicativa que preenchem
(BAKHTIN, 2000 ; MARCUSCHI, 2000 ,
2002 ).
N o m o m e n t o d a in t e ra ç ã o , o ra l o u e s c rit a , o s s u je it o s
re c o rre m a d e t e rm in a d o s g ê n e ro s d is c u rs ivo s .

Es s a s e s c o lh a s e s t ã o in t rin s e c a m e n t e a s s o c ia d a s
às necessidades dos fa la n t e s/ e s c rit o re s . Is s o
s ig n ific a que os gêneros discursivos sã o
d e t e rm in a d o s p e la e s fe ra d is c u rs iva e e stã o
p re s e n t e s e m t o d a a t ivid a d e c o m u n ic a t iva h u m a n a .
Bakhtin c la s s ific a o s gêneros discursivos como primários e
secundários:

• Os primários sã o o s m a is s im p le s , re la c io n a d o s, s o b re t u d o ,
co m o c a m p o d a o ra lid a d e , c o m o o diálogo , o q u a l é
c o n s id e ra d o a fo rm a m a is c lá s s ic a d e c o m u n ic a ç ã o .

• J á o s secundários são os mais complexos, c o m o o ro m a n c e , o


c o n t o , a c rô n ic a , o a rt ig o d e o p in iã o , o s m a n u a is d e in s t ru ç ã o ,
o s t e xt o s c ie n t ífic o s , o fic ia is , p u b lic it á rio s ...
As ações de linguagem se concretizam
discursivamente dentro de um gênero .

Nas m e sm a s c o n d iç õ e s c o n t e xt u a is, p a ra
um m e sm o re fe re n t e , o s d isc u rso s
p ro d u zid o s podem a p re se n t a r
c a ra c t e ríst ic a s d ife re n t e s.

P o r e xe m p lo : n o q u a d ro d e u m a m e sm a
a ç ã o (c o n ve n c e r o a lu n o a le r u m
d e t e rm in a d o livro ) o p ro fe sso r p o d e
e sc o lh e r e n t re re d ig ir u m t e xt o t e ó ric o ,
c o n t a r a h ist ó ria .
Escolhemos a s p a la vra s de a c o rd o c o m as
e sp e c ific id a d e s d o g ê n e ro d is c u rs ivo u t iliza d o n o
m o m e n t o . J á q u e o g ê n e ro é u m a fo rm a t íp ic a d o
e n u n c ia d o , n o g ê n e ro a p a la vra in c o rp o ra e st a
t ip ic id a d e .

“N e s t e m o m e n t o , q u a lq u e r a le g ria é a p e n a s
a m a rg u ra p a ra m im ” (p .29 3), a p a la vra “a le g ria ”
Exe m p lo re m e t e à t ris t e za , s ig n ific a q u e e s t a p a la vra e s t á
re fle t in d o o se u s e n t id o a t ra vé s d o g ê n e ro , s e n d o
in t e rp re t a d a p e lo c o n t e xt o d is c u rs ivo .
O receptor não é um ser passivo, ao contrário, ao
ouvir e compreender um enunciado adota para
consigo uma atitude responsiva, quer dizer, ele pode
concordar ou não, pode completar, discutir, ampliar,
direcionar, enfim, atuar de forma ativa no ato
enunciativo .

O locutor não deseja uma reação passiva, mas um


retorno, uma vez que age no sentido de provocar uma
resposta, atua sobre o outro buscando convencê - lo,
influenciá - lo .
Gêneros textuais Tipos textuais

Estruturas linguísticas
Características comuns
fundamentais presentes
presentes em textos que
Significado nos textos, classificadas de
cumprem a mesma
acordo com sua finalidade
finalidade.
e objetivo.

Contos, crônicas, cartas, e -


•Dissertativo
mails, reportagens
(argumentativo e
jornalísticas, listas, receitas
expositivo)
Exemplos culinárias, bulas de
•Narrativo
medicamentos,
•Descritivo
memorandos, bilhetes,
•Injuntivo
etc.
TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUAIS
Construções teóricas definidas por Realizações linguísticas concretas definidas
propriedades linguísticas intrínsecas . por propriedades sociocomunicativas .

Constituem sequências de enunciados no Constituem textos empiricamente


interior dos gêneros e não são textos realizados cumprindo funções em
empíricos . situações comunicativas .

Designações teóricas dos tipos : narração, Exemplos de gêneros : telefonema, sermão,


argumentação, descrição, injunção e carta comercial, carta pessoal, romance,
exposição . bilhete, aula expositiva, reunião de
condomínio, horóscopo, receita culinária,
bula de remédio, lista de compras,
cardápio, instruções de uso, outdoor,
inquérito policial, resenha, edital de
concurso, piada, conversação espontânea,
conferência, carta eletrônica, bate - papo
virtual, aulas virtuais etc .
Podemos dizer que existem três elementos básicos na
formação dos gêneros textuais, os quais são formadores do
discurso :

 Tema : conteúdo trabalhado com base em um


determinado valor ou ideologia, de acordo com estudiosos
da área .

 Forma composicional e estilo : ligam - se às escolhas com


relação ao vocabulário, estrutura e registro , ou seja, à
forma como o texto irá organizar - se para que cumpra com
seu papel de intervir socialmente .
Os g ê n e ro s sã o , p o rt a n t o , formas de enunciados p ro d u zid a s
h ist o ric a m e n t e , q u e se e n c o n t ra m d isp o n íve is n a c u lt u ra .

NOTÍCIA, REPORTAGEM, CONTO, ROMANCE,


ANÚNCIO, RECEITA MÉDICA, RECEITA CULINÁRIA,
FÁBULA, CRÔNICA, CORDEL, POEMA,
REPENTE, RELATÓRIO, SEMINÁRIO,
PALESTRA, CONFERÊNCIA, VERBETE,
PARLENDA, ADIVINHA, CANTIGA,
ANÚNCIO, PANFLETO, SERMÃO,
ENTRE OUTROS.
Os g ê n e ro s s e d e fin e m , e m p rim e iro lu g a r, p o r s e u
propósito comunicativo , e n ã o p o r s u a fo rm a lin g u ís t ic a ..

O s t e xt o s , q u a lq u e r q u e s e ja o g ê n e ro , a p re s e n t a m sequências
textuais típicas , n o rm a lm e n t e d ivid id a s e m c in c o c a t e g o ria s :

 n a rra t iva

 d e s c rit iva

 e xp o s it iva

 a rg u m e n t a t iva

 in ju n t iva .
O q u a d ro a s e g u ir e xp õ e p a rt e d a g a m a d e e xe m p lo s d e g ê n e ro s e m
q u e p o d e m s e r e n c o n t ra d a s a s d ive rs a s s e q u ê n c ia s , d e m o d o
p re d o m in a n t e o u n ã o :

SEQUÊNCIA TEXTUAL EXEMPLOS GÊNERO EM QUE A A SEQUÊNCIA NÃO


SEQUÊNCIA PREDOMINA MAS
PREDOMINA PODE OCORRER
NARRATIVA Ela estava admirada, Notícias, fábulas, Palestra - a narrativa
nunca havia relatos, piadas exemplifica algum
presenciado tão bela (gênero do tipo aspecto do que está
cena – narrativo) sendo exposto.
conto
DESCRITIVA Amarelinha – jogo Laudos, Piada - a descrição
recreativo infantil - técnicos(gênero do do personagem é
verbete tipo descritivo) bastante incomum
EXPOSITIVA Sequências textuais Texto didático, Artigo de opinião- a
típicas- texto didático seminários,(gênero do exposição de uma
tipo expositivo) situação que pode
preceder a tomada de
decisão a respeito.
ARGUMENTATIVA No trabalho Carta ao leitor, Fábula – a moral da
verdadeiramente resenha crítica , debate história traz uma
científico - Resenha . (gênero do tipo posição favorável ou
crítica argumentativo) contrária as ações
praticadas)
INJUNTIVA Art, 7°- a criança tem Regras do jogo, Conto – uma
direito a proteção(...) - receitas, personagem pode dar
Estatuto estatuto(gênero do tipo instruções a alguém
injuntivo)
Tipo narrativo Tipo argumentativo •Tipo injuntivo/
•Conto Instrucionais
•Crônica narrativa •Artigo de opinião
•Fábula •Carta de leitor •Propaganda
•Diário •Editorial •Receita culinária
•Romance •Crônica •Bula de remédio
•Relato pessoal argumentativa •Manual de instruções
•Resenha crítica •Regulamento

Tipo descritivo Tipo expositivo

•Relatos de viagem •Seminários


•Folhetos turísticos •Palestras
•Currículo •Enciclopédia
•Cardápios de •Verbetes de
restaurantes dicionários
•Classificados
Bronckart (19 9 9 , p . 10 3) a p o n t a :

“A a p ro p ria ç ã o d o s g ê n e ro s é u m m e c a n is m o
fu n d a m e n t a l d e so c ia liza ç ã o , d e in s e rç ã o p rá t ic a
n a s a t ivid a d e s c o m u n ic a t iva s h u m a n a s ”.
 Lê- se p a ra c o n h e c e r.

 Lê - se p a ra fic a r in fo rm a d o .

 Lê - se p a ra a p rim o ra r a se n sib ilid a d e e st é t ic a .

 Lê - se p a ra fa n t a sia r e im a g in a r.

 Lê - se p a ra re so lve r p ro b le m a s.

 E lê - se t a m b é m p a ra c rit ic a r e , d e ssa fo rm a ,
d e se n vo lve r p o sic io n a m e n t o d ia n t e d o s fa t o s e d a s
id e ia s q u e c irc u la m a t ra vé s d o s t e xt o s

(SILVA, 1998, p. 27)


 Familiar ou pessoal – cartas pessoais, bilhetes,
diários, e- mails pessoais, listas de compras, etc . –;

A escola deve  A literária – fábulas, contos, lendas da tradição oral,


peças teatrais, poemas, romances, crônicas, contos
proporcionar aos
de fadas, poemas de cordel, etc . –;
alunos o contato
com uma grande  A midiática – notícias, reportagens, anúncios
diversidade de publicitários, charges, veiculados por distintos meios
gêneros orais e (rádio, TV, jornal, revista, internet, etc .) –;
escritos
 Do entretenimento – piadas, histórias em
quadrinhos, trava - línguas –;

 A jurídica ou de regulação da convivência –


estatutos, leis, regimentos, normas, etc .
Dolz e Sc h n e u w ly (19 9 6 ) d e fe n d e m q u e d ive rs o s g ê n e ro s t e xt u a is
p o d e m s e r a g ru p a d o s e m fu n ç ã o d e a lg u m a s características
estruturais e sociocomunicativas :

AGRUPAMENTOS FUNÇÃO EXEMPLOS


Agrupamentos da ordem do Textos destinados à Notícias, diários, relatos...
RELATAR documentação e à
memorização e ações
Agrupamentos da ordem do Recriação da realidade Lendas, contos e fábulas...
NARRAR
Agrupamentos da ordem de Instruir e prescrever Receitas, regras de jogo,
DESCREVER AÇÕES regulamentos
Agrupamentos da ordem do Construção e divulgação do Artigos científicos, seminários,
EXPOR saber conferências
Agrupamento da ordem do Defesa de pontos de vista Textos de opinião diálogos
ARGUMENTAR argumentativos, cartas ao
leitor...
O a t o d e le r s u p õ e u m a c e rt a
e xp e riê n c ia t e xt u a l, o c o n t a t o e a
fa m ilia rid a d e c o m d ife re n t e s g ê n e ro s
e e s t ru t u ra s t e xt u a is , fa rá o e s t u d a n t e
p e rc e b e r que ler texto informativo é
diferente de ler uma instrução, ler
notícia é diferente de ler uma história .

E p a ra fa ze r o a lu n o le it o r, a e s c o la
d e ve o p o rt u n iza r- lh e c o n d iç õ e s d e
vive n c ia r d e s d e a a lfa b e t iza ç ã o , a
fu n c io n a lid a d e d e c a d a g ê n e ro e d a
p ró p ria lin g u a g e m e s c rit a .

Você também pode gostar