Você está na página 1de 57

LUIZA ROMÃO

SANGRÍA LUIZA ROMÃO

DOBURRO, 2017
©2017 LUIZA ROMÃO
todos os direitos estão liberados para reprodução não comercial. qualquer parte desta obra pode ser
utilizada ou reproduzida em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc.
desde que não tenha objetivo comercial e seja citada a fonte (autor e editora).

Fotografia|Fotografía: Sérgio Silva

Design|Diseño: Daniel Minchoni

Revisão (português)|Revisión (portugués): Fernanda Pereira

Tradução|Traducción: Martina Altalef

Revisão (espanhol)|Revisión (español): Juliana Mariel Diaz

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)


(CÂMARA BRASILEIRA DO LIVRO, SP, BRASIL)

Brito, Lâmia
Todas as funções de uma cicatriz / Lâmia Brito. --
1. ed. -- São Paulo : Ed. do Autor, 2017.

ISBN: 978-85-922815-0-2

1. Poesia brasileira I. Título.


17-03570 CDD-869.1

Índices para catálogo sistemático:

1. Poesia : Literatura brasileira 869.1


PREFÁCIO: HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA PREFÁCIO: HELOISA BUARQUE DE HOLLANDA

L u i z a R o m ã o a v i sa lo g o d e i ní c io : nã o pur if iq uem o meu s a ng ue, Lui za R omã o nos a dv i e rt e de sde e l pri nc i pi o: no puri fi q ue n mi sa ngr e, n o
n ã o qu er o q u e li m pe m m i nh a s v e i a s. M i nha s a ng r ia , eu mes ma pr o d uzo . q ui e ro q ue l i mpi e n mi s v e na s. Yo mi sma produzc o mi sa ngrí a .

Be m , e sta m o s d i a nte d e u m a po et a q ue q uer a t ua r no limit e. Melho r , B i e n, e st a mos fre nt e a una poe t a q ue q ui e re a c t ua r a l l í mi t e . M e jor dicho ,
n o l i m i t e m á x i m o . D a po lí ti ca , d a li ngua g em, d a per f o r ma nc e s ubj et iva . a l l í mi t e e xt re mo. De l a pol í t i c a , de l l e ngua je , de l a pe rforma nc e subje t i v a . R e to mar é
Vo l t a r ei a e sse s po nto s m a i s à f r e nte . e st os punt os má s a de l a nt e .

A g o r a , q u e r o f a la r so b r e m i nha pr imeir a s ens a ç ã o d ia nt e d e A hora q ui e ro ha bl a rl e s sobre mi pri me ra se nsa c i ón fre nt e a Luiza y


L u i za e d e su a po e si a . S i nto L u i z a co mo uma ex pr es s ã o a bs o lut a ment e su poe sí a . S i e nt o q ue Lui za e s una e xpre si ón a bsol ut a me nt e c ont e mporá ne a de la
c o n t em p o r â ne a d a h i stó r i a e d a cu ltu r a ind ig na d a e c o mpr o met id a c o m a hi st ori a y l a c ul t ura , i ndi gna da y c omprome t i da c on l a pol í t i c a e st é t i c a de esta
p o l í t i c a e sté ti ca d e sta se g u nd a d é ca d a do s éc ulo XXI. se gunda dé c a da de l si gl o X X I . Lui za e sc ri be e i nt e rv i e ne e n e l pre se nt e y sobr e el
pre se nt e . A c t úa c on fue rza y , t a mbi é n, c on di sfra za da de l i c a de za .
L u i z a e scr e v e e i nte r v é m h o je , s o br e ho j e. At ua c o m f o r ç a e t a mbém
c o m di s fa r ça d a d e li ca d e z a . S on v a ri a s l a s forma s e n q ue pue de l e e rse y se nt i rse e st e t ra ba jo. O pté po r
l a de l a e st é t i c a ra di c a l , mi l i t a nt e e i nnov a dora . E st á n e n jue go e l c ue rpo, l a hi sto r ia,
S ã o v á r i a s a s f o r m a s co m o e ste t r a ba lho po d e s er lid o e s ent id o . sus i nt é rpre t e s y l a fa l t a de a i re e n uno de l os mome nt os pol í t i c os má s c omplicado s
E s c o l ho o d e u m a e sté ti ca m i li ta nte , i nova d o r a e r a d ic a l. Em j o g o , es t ã o o de B ra si l . E n e l fondo, un jue go a gi t a do de sombra s, q ue proy e c t a n forma s v i olen tas
c o r p o , a h i stó r i a e se u s i nté r pr e te s e a f a lt a d e a r , num d o s ma is c o mplex o s y opre sora s de c ol oni za c i ón, y se pe rpe t úa n e n un e t e rno fl ujo y re fl ujo.
m o m en t o s po lí ti co s d o pa í s. N o f u nd o , um a g it a d o j o g o d e s o mbr a s q ue
p r o j et a m f o r m a s d e co lo ni z a çã o v i o le n t a s e o pr es s o r a s , per pet ua nd o -s e El ritmo de este trabajo se define a partir de la lógica de un calendario,
n u m et erno f lu x o e r e f lu x o . que describe, con diferentes intensidades narrativas, los veintiocho días del ciclo
menstrual que conducen el óvulo a sus fases decisivas para la reproducción de la vida:
O r i tm o d e ste tr a ba lh o se cu m pr e a pa r t ir d a ló g ic a d e um c a lend á r io el embarazo o la menstruación. Este es, más o menos, el camino de Sangría, se desliza
q u e des c r e v e , co m d i f e r e nte s i nte nsi d ad es na r r a t iva s , o s 28 d ia s d o c ic lo en dirección a un final incierto, que puede ser tanto de construcción, como de pérdida.
m en s t r u a l q u e co nd u z e m o ó v u lo a su a s f a s es d ec is iva s pa r a a r epr o d uç ã o
da vi da : a g r a v i d e z o u a m e nstr u a çã o . É ma is o u meno s es t e o c a minho d e A sí fue q ue c ruc é l os poe ma s de S a ngrí a .
S a n gr i a , q u e d e sli z a e m d i r e çã o a u m f i n a l inc er t o , q ue t a nt o po d er á s er d e
c o n s t r u ç ã o o u d e pe r d a . La hi pót e si s de l proy e c t o e s pe l i grosa . Di fí c i l . P ue de fa l l a r.

F o i a ssi m q u e a tr a v e sse i o s po e ma s d e Sa ng r ia . C i t o a l a a ut ora : «c on e st e t ra ba jo busc o de sc ubri r c ómo l a c ol oni zació n ,


sus me c a ni smos a busi v os, re pre si one s y gol pe s de e st a do c onst ruy e ron l os se nt i do s de
A h i pó te se d o pr o je to é pe r i g o s a . Dif íc il. Po d e nã o d a r c er t o . l o fe me ni no, a bsol ut a me nt e si l e nc i a dos y borra dos» .

N a s p a l a v r a s d a a u to r a , “co m e ste tr a b a lho , pr o c ur o d es vend a r c o mo a E l c a mi no e l e gi do c onsi st e e n a c t i v a r un proc e so de t e ji do c ont i nuo (a


c o l o n i za çã o , se u s m e ca ni sm o s e x plo r a tór io s , r epr es s õ es e g o lpes d e es t a d o , l a moda de borda dora s y c ost ure ra s) e nt re e l c i c l o me nst rua l , o se a , e l organ ismo
c o n s t r u í r a m se nti d o s d o f e m i ni no , a b solut a ment e s ilenc ia d o s e a pa g a d o s ”. fe me ni no a pa rt i r de su c a pa c i da d re produc t ora , y l a re v i si ón de e pi sodi os opreso r es
O ca m i nh o e le i to f o i o d e a ti v a r um pr o c es s o d e t ec er c o nt ínuo (à de l a hi st ori a bra si l e ña . S on v e i nt i oc ho poe ma s-dí a s, re v e l a c i one s, ri t os de pasaje,
m o da da s m u lh e r e s b o r d a d e i r a s e te ce lã s ), ent r e o c ic lo mens t r ua l, o u s ej a , i nsi ght s pol í t i c o-hi st óri c os, dol ore s, sa ngre , S a ngrí a .
o o r ga n i sm o f e m i ni no a pa r ti r d e su a po t ênc ia r epr o d ut iva e a r evis it a a
ep i s ó di o s o pr e sso r e s d a h i stó r i a b r a si le ir a . Sã o 28 po ema s /d ia s , r evela ç õ es , C omo y a re sa l t é , una fue rt e pre se nc i a de l e t hos pol í t i c o de l per ío do
r i t o s de pa ssa g e m , i nsi g h ts po lí ti co s/h is t ó r ic o s , d o r es , s a ng ue. S a ng r ia . post juni o de 2013 c orre por l a s v e na s de e st a poe sí a , y e n e st e punt o se destacan
a l gunos proc e di mi e nt os. E n pri me r l uga r, a c e nt úo e l t ra ba jo a rt í st i c o q ue utiliza,
J á q u e su bli nh e i a f o r te pr e se nç a d o et ho s po lít ic o d o per ío d o pó s pri ori t a ri a me nt e , e l c ue rpo-orga ni smo de l a muje r, l oc us por e xc e l e nc i a de la
j u n ho de 2 0 1 3 co r r e nd o na s v e i a s d e ss a po es ia , a lg uns pr o c ed iment o s s e ma ni fe st a c i ón y c re a c i ón de l a nue v a ge ne ra c i ón fe mi ni st a . E se mi smo cuer po
des t a c a m . I ni ci a lm e nte , ch a m o a te nçã o pa r a o t r a ba lho a r t ís t ic o q ue ut iliza fe me ni no, mi l e na ri a me nt e c onst rui do y c ont rol a do por una pe rspe c t i v a y se nsi bilidad
p r i o r i t a r i a m e nte o o r g a ni sm o /co r po d a mulher , lo c us , po r ex c elênc ia , d a ma sc ul i na s, a hora v ue l v e v i goroso, c omo e l e sc e na ri o má s a de c ua do pa ra l a e xpr esió n
m a n i fes t a çã o e cr i a çã o d e ssa no v a g e r aç ã o f eminis t a . y e l e nfre nt a mi e nt o fe mi ni st a s.

Esse mesmo corpo feminino, milenarmente construído e controlado No es casualidad que los primeros versos del poema registren una imposibilidad
por uma perspectiva e sensibilidade masculinas, que agora volta, vigoroso, de escribir la palabra br*+^%. Tanto la poeta, cuanto la «lapicera / en acto de legítima
como plataforma mais adequada para a expressão e o enfrentamento feministas. revolución» intentan, en vano, acertar la grafía del nombre Brasil. Después de algunos
errores, finalmente, surge la razón de esa imposibilidad. ¿Qué significados sugiere un
N ã o é po r a ca so , q u e o s pr i meir o s ver s o s d e Sa ng r ia r eg is t r a m país que, en su propio nombre, carga un símbolo fálico (pau-brasil 1 2 )? En esta pista,
u m a i m p o ssi bi li d a d e d e e scr e v e r a pa la vr a br *+^%. Ta nt o a po et a q ua nt o los primeros versos del poema se reservan al examen de la genealogía del nombre de
“ a c a n et a / nu m a to d e le g í ti m a r e v o lta ” t ent a m em vã o a c er t a r a g r a f ia nuestro país, irremediablemente vinculado a la expresión pau: «palabra mercancía
do n o m e Br a si l. A lg u ns e r r o s d e po i s , f ina lment e, vem à t o na a r a zã o Brasil», «pau-de-arara», «palo que viola», «pau-de-sebo» y otros tantos que se presentan
des s a i m po ssi bi li d a d e . Q u e si g ni f i ca d o s s ug er e, um pa ís q ue, no pr ó pr io
n o m e, c a r r e g a u m sí m bo lo f á li co ( pa u - br a s il)? Nes t a pis t a , o s pr imeir o s 1
El pau-brasil es un árbol de madera rojiza autóctono del bosque atlántico brasileño, que se distribuye a lo largo
ver s o s do po e m a se a tê m a o e x a m e d a g enea lo g ia d o no me d e no s s o pa ís , de diecisiete estados. Su explotación y exportación a Europa, mediante el monopolio de la corona portuguesa, fue
determinante para la economía brasileña durante el período colonial. El siglo XX encontró a esta especie en peligro de
i r r em edi a v e lm e nte v i ncu la d o à e x pr e ssão pa u: “pa la vr a mer c a d o r ia Br a s il”, extinción como consecuencia de su tala excesiva. A partir de ello, comenzó a constituirse como símbolo cultural e identitario
“ p a u de a r a r a ”, “pa u q u e e stu pr a ”, “pa u d e s ebo ” e o ut r o s t a nt o s q ue s e de una «brasilidad» perdida, vulnerada. En sintonía, fue trabajado literariamente por el movimiento Poesia Pau-Brasil,
dentro del marco del modernismo artístico y literario brasileño. Oswald de Andrade escribió el «Manifesto da Poesia Pau-
a p r es en t a m co m o o r g u lh o na ci o na l. E s t ã o d a d a s a s c a r t a s . De um la d o ,
Brasil» en 1924 y un año más tarde publicó el poemario Pau-Brasil en la editorial parisina Au Sans Pareil.
2
En registro coloquial pau (palo) es jerga para pene.
o B r a s i l pa tr i a r ca l, o Br a si l d a Co r te , o Br a s il c o r d ia l, o Br a s il c o r o nel. como orgullo nacional. La suerte está echada. Por un lado, el Brasil patriarcal, el
De o u t r o , co r po f e m i ni no g e r a d o r , s a ng uíneo , s ubj ug a d o , s ilenc ia d o Brasil de la Corte, el Brasil cordial, el Brasil coronel. Por el otro, el cuerpo femenino
hi s t o r i c a m e nte . D i a a d i a , no ssa h i stó r ia , no s s o s c o r po s e no s s o s s ilênc io s reproductor, sanguíneo, históricamente subyugado y silenciado. Día tras día, nuestra
s ã o p o s t o s i nsi ste nte m e nte e m co nf r o nt o pela po et a . Enq ua nt o o c ic lo historia, nuestros cuerpos y nuestros silencios son enfrentados, con insistencia, por la
m en s t r u a l, e str u tu r a d o li v r o , o r g a ni z a a po s s ibilid a d e d a vid a , o po ema poeta. Mientras el ciclo menstrual estructura del libro, organiza la posibilidad de vida,
m o s t r a a r e a li d a d e d a m u lh e r br a si le i r a : el poema muestra la realidad de la mujer brasileña:

“D I A 7 . N O M E D O P AI DÍ A 7 . NO M B R E DE L P A DR E
D a f i lh a d o co r o ne l de l a hi ja de l c orone l
nã o se co nh e ce o no m e no se c onoc e e l nombre
S ó o d o te e a d a ta ” sol o e l dot e y l a da t a

O po e m a pr o sse g u e , co m d e d i c a ç ã o e ir ô nic a a c uid a d e, t ec end o E l poe ma si gue , c on de di c a c i ón e i róni c a i mport a nc i a , t e ji e ndo t re s hilo s
3 fi o s qu e d e f i ne m a te x tu r a d e S a ngr ia : a his t ó r ia /po lít ic a ; o c o r po / q ue de fi ne n l a t e xt ura de S a ngrí a : l a hi st ori a -pol í t i c a , e l c ue rpo-orga ni smo que
o r ga n i s mo g e r m i na nd o e a te i a d e v i o lênc ia s o per a nt e na f o r ma ç ã o d a s ge rmi na y l a t ra ma de v i ol e nc i a a c t i v a e n l a forma c i ón de subje t i v i da de s fe men in as.
s u b j et i vi d a d e s f e m i ni na s. E ste te ce r , d e s envo lvid o lir ic a ment e no s c a pít ulo s E st e t e ji do, de se nv ue l t o l í ri c a me nt e e n l os c a pí t ul os 2_ De sc ubri mi e nt os y 3 _ Ten sió n
2_Des c o br i m e nto s, e 3 _ T e nsã o P r é - M e ns t r ua l, d es c r evem a c o ns t r uç ã o d e P re me nst rua l , de sc ri be l a c onst ruc c i ón de i nfi ni t a s c a pa s de i de nt i da de s supe rpuestas
i n fi n i t a s ca m a d a s d e i d e nti d a d e s su pe rpo s t a s e d es a linha d a s , s ã o o po nt o y de sa l i ña da s. S on e l a poge o de l t ra ba jo de Lui za . E s una a rt i c ul a c i ón difícil,
a l t o do t r a ba lh o d e L u i z a . É u m a a r ti cula ç ã o d if íc il, a r r is c a d a , ma s q ue a rri e sga da , pe ro q ue a q uí se re sue l v e gra c i a s a su c ompromi so e st é t i c o y a l mismo
é r es o l vi d a a q u i po r u m co m pr o m e ti ment o es t ét ic o , a ind a q ue po lít ic o , t i e mpo pol í t i c o, ba st a nt e e v i de nt e .
b a s t a n t e e v i d e nte .
De re pe nt e , si n pre v i o a v i so, a l re c orre r e l c a pí t ul o «T e nsi ón P re me nstr ual»,
De repente, sem aviso prévio, ainda no capítulo Tensão Pré- un ma l e st a r. A pa rt i r de l dí a v e i nt i uno de l c a l e nda ri o, c on e l subt í t ul o «V é rt i go », al
Menstrual, um estranhamento. A partir do dia 21 do calendário, com o c ont ra ri o de l o q ue se e spe ra de sde e l punt o de v i st a fi si ol ógi c o –son l a s v í sper as de
subtítulo “Vertigem”, ao contrário do que se poderia esperar do ponto de vista l a me nst rua c i ón o l a c onfi rma c i ón de un e mba ra zo–, e l t ono y e l t i e mpo de S an gr ía
fisiológico que seria a antevéspera da menstruação ou a confirmação de uma c a mbi a n a brupt a me nt e , c omo si a l gún a c c i de nt e gra v e hubi e ra i nt e rrumpi d o un a
gestação, o tom e o tempo de Sangria mudam abruptamente, como se algum l ógi c a , un de sa rrol l o e n proc e so.
acidente grave houvesse interrompido uma lógica, um desenrolar em processo.
H e a q uí e l v é rt i go, t a l c omo se de sc ri be e n e l dí a v e i nt i uno:
E i s a v e r ti g e m ta l q u a l d e scr i ta no d ia 21:
“de sde a rri ba
“Do planalto a ri a dna obse rv a
ariadne observa l os l a be ri nt os
os labirintos mi not a uros
minotauros se pi e rde
se perde una l í ne a re c t a se ov i l l a
uma linha reta vira novelo l a t ra ge di a -nov e l a ”
a tragédia-novela”
A pa r ti r d a í , o te m po se e m b a r a lha , o s d ia s s e c o nf und em, o c ic lo A pa rt i r de a hí e l t i e mpo se a gi t a , l os dí a s se c onfunde n, e l c i c l o se par te en
s e p a r t e e m d e sco nti nu i d a d e s. A po e t a -t ec elã c ed e lug a r pa r a a po et a - i nt e rrupc i one s. La poe t a -t e je dora c e de su l uga r a l a poe t a -i nsurge nt e . E l l i ri smo n o es
i n s u r gen te . O li r i sm o nã o é a e sco lh a ma is a d eq ua d a pa r a a ur g ênc ia d a l a opc i ón má s a de c ua da pa ra l a urge nc i a de l a hi st ori a prot a goni st a de me di ado s de
hi s t ó r i a q u e g a nh a a ce na e m m e a d o s d e 20 13. Ent r a m, na a r ena , a s a r ma s 2013 . E nt ra n e n c a mpo l a s a rma s de l sl a m, l a c ont unde nc i a de l a ora l i da d, e l estilo y
do s l a m , a co ntu nd ê nci a d a o r a li d a d e , o es t ilo e r it mo s ma is d ir et o s , t ã o l os ri t mos má s di re c t os, t a n rá pi dos c omo l a s not i c i a s de l os di a ri os, doc umen tales,
r á p i do s q u a nto no tí ci a s d e jo r na l, d o cument a l, int er pela t ivo . i nt e rpe l a nt e s.

A e str u tu r a d o po e m a ta m b é m s o f r e c o r t es : no lug a r d a s eq uênc ia La e st ruc t ura de l poe ma t a mbi é n sufre c ort e s: e n e l l uga r de l a suc esió n de
do s di a s co m o pr e v ê a f i si o lo g i a d o ci cl o , ent r a m a s pílula s (q ue imped em l os dí a s, t a l c omo pre v é l a fi si ol ogí a de l c i c l o, e nt ra n l a s pa st i l l a s ( q ue i mp iden la
a c o n c ep çã o ) . O m o v i m e nto d o o r g a ni s mo é int er r o mpid o , o mo viment o c onc e pc i ón) . E l mov i mi e nt o de l orga ni smo se v e i nt e rrumpi do; e l mov i mi e nt o de la
da hi s t ó r i a i nte r d i ta d o . O u tr a po é ti ca , o ut r o mo ment o po lit ic o . Mo ment o hi st ori a , c l a usura do. O t ra poé t i c a , ot ro mome nt o pol í t i c o. M ome nt o t e nso, urgen te, en
t en s o , u r g e nte , no q u a l “co r d i a li d a d e é f o lc lo r e”, c o mo a vis a a po et a e l q ue l a «c ordi a l i da d e s fol c l ore » , c omo di c e , e xpl í c i t a me nt e , l a poe t a , de t e rmin ada
ex p l i c i t a me nte d e te r m i na d a e m m o str ar “a his t ó r ia à c o nt r a pelo ”. a most ra r «l a hi st ori a a c ont ra pe l o» .

V e r so s cu r to s co m o so co s, so no r id a d e r o uc a q uer end o inva d ir V e rsos c ort os c omo gol pe s, a rmoní a ronc a q ue q ui e re i nv a di r e l espacio
o es p a ç o pú b li co . N ã o h á a q u i a e spe r a nç a imed ia t a , s ó a s a ng r ia , s ó o públ i c o. A q uí no ha y e spe ra nza i nme di a t a , sol o sa ngrí a , sol o sa ngra r. I nt e rrupcio n es
s a n gr a m e nto . I nte r r u pçõ e s d a h i stó r i a e d a vid a . de l a hi st ori a y de l a v i da .

Sangria não é apenas mais um livro de poemas, Sangria é um projeto literário Sangría no es sólo un libro de poemas, Sangría es un proyecto literario sobre
sobre a História do Brasil vista pelas entranhas de uma feminista contemporânea. la historia de Brasil, vista desde las entrañas de una feminista contemporánea. Digo
proyecto, porque el grito que Sangría hace resonar en ecos, no sólo se siente en las páginas
D i g o pr o je to , po r q u e o g r i to que S a ng r ia f a z ec o a r nã o s e r ea liza impresas de este libro, escrito por una actriz-poeta-performer. Cualquiera de sus versos
a p en a s na pá g i na s i m pr e ssa s d e ste li vr o es c r it o po r uma a t r iz-po et a - revela el deseo de saltar de la página, pide sonido, pide movimiento, pide imagen, pide,
p er fo r m e r . Q u a lq u e r v e r so a q u i r e v e la o d es ej o d e s a lt a r d a pá g ina , ped e sobre todo, acción. Así como el lenguaje, la edición del libro también presentó demandas
s o m , p ede m o v i m e nto , pe d e i m a g e m , pe d e, s o br et ud o , a ç ã o . As s im c o mo a de expansión. Contamos con intervenciones, costuras, fotos y una webnovela.
l i n gu a gem, a e d i çã o d o li v r o ta m bé m tr o ux e d ema nd a s d e ex pa ns ã o . Temo s
i n t er ven çõ e s, co stu r a s, f o to s e u m a w e b no vela . La poesía que dialoga con la performance, y el libro que dialoga con otros
formatos, es uno de los aspectos que observé como trabajo realizado en Sangría, en el
A po e si a e m d i á lo g o co m a pe r f o r ma nc e e o livr o em d iá lo g o c o m límite de los lenguajes y las categorías. Una poesía que obtiene su fuerza estética de
o u t r a s m í d i a s é u m d o s a spe cto s d o q u e o bs er vei c o mo o t r a ba lho em Sa ng r ia posibles cruces: el paso sin temor de lo lírico a la áspera oralidad, de lo cíclico al mosaico,
n o l i m i t e d a s li ng u a g e ns e d a s ca te g o r ia s . U ma po es ia q ue t ir a s ua f o r ç a de la palabra al movimiento, de la palabra a la imagen. Contemporáneo. Impostergable.
es t ét i c a d e cr u z a m e nto s po ssí v e i s: a pa s s a g em d es t emid a d o lír ic o pa r a a
o r a l i da de á spe r a , d o cí cli co pa r a o m o s a ic o , d a pa la vr a pa r a o mo viment o , En fin, en Sangría, la nueva poesía feminista revela uno de sus mejores momentos.
da p a l a vr a pa r a a i m a g e m . Co nte m po r â n eo . Ina d iá vel.

E nf i m , e m S a ng r i a , a no v a po es ia f eminis t a s e r evela c o mo um d e
s eu s m el h o r e s m o m e nto s.
CAPÍTULO I _ GENEALOGIA
CAPÍTULO I_GENEALOGÍA
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 1. NOME COMPLETO DÍA 1. NOMBRE COMPLETO

eu queria escrever a p alavra b r*+^% y o q ue rí a e sc ri bi r l a pa l a bra br*+^%


a p alavra b r*+^% queria escrever eu l a pa l a bra br*+^% q ue rí a e sc ri bi r y o
p alavra eu b r*+^% escrever queria pa l a bra y o br*+^% e sc ri bi r q ue rí a
BRASIL BRASIL
eu queria escrever a p alavra b rasil y o q ue rí a e sc ri bi r l a pa l a bra bra si l

aquela em n ome da qual a q ue l l a e n nombre de l a c ua l


tan to homem se faz b icho t a nt o hombre se ha c e be st i a
tan to b an dido gen eral t a nt o ba ndi do ge ne ra l
aquele em n ome de quem a q ue l e n nombre de q ui e n
a b orracha vira b ala l a goma se ha c e ba l a
a p erversidade qualidade de b em l a pe rv e rsi da d c ua l i da d de bi e n

aquela emp un hado em can to a q ue l l a e mpuña do e n c a nt o


atestada em docs c e rt i fi c a da e n doc s
que escon de p ran to q ue e sc onde l l a nt o
mãe do dop s ma dre de dops 1

eu queria escrever a p alavra b rasil


y o q ue rí a e sc ri bi r l a pa l a bra bra si l
mas a can eta 
pe ro l a l a pi c e ra
n um ato de legítima revolta
e n a c t o de l e gí t i ma re v ol uc i ón
feito quem se can sa
de q ui e n se c a nsa
de n arrar semp re a mesma trajetória
de na rra r si e mpre l a mi sma t ra y e c t oria
me disse “P ARA
me di jo «P A R Á
e VOLTA
y V O LV É
p ro começo da frase
a l c omi e nzo de l a fra se
do livro
de l l i bro
da história
de l a hi st ori a
volta p ra cab ral e as cruz es lusitan as
v ol v é a c a bra l y l a s c ruc e s l usi t a na s
e se p ergun te
y pre gunt a t e
D A OND E VEM E SSE NOM E ?”
¿DE DÓ NDE V I E NE E S E NO M B R E ? »
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

p a l a vr a -m e r ca d o r i a p a l a b ra - merc a n c í a getúlio juscelin o geisel ge t úl i o jusc e l i no ge i se l


brasil b ra si l collor jân io sarn ey c ol l or jâ ni o sa rne y
P AU -B RA S I L P AU - B R AS I L a decisão p arte da cab eça l a de c i si ón pa rt e de l a c a be za
o p a u -b r a nco h e g e m ô ni co el má sti l- b la n c o h eg emón i c o do memb ro ereto de l mi e mbro e re c t o
en fi a do à to r to e à d i r e to en sa rta d o a d i estra y s i n i estra de quem é a favor da redução de q ui e n e st á a fa v or de l a ba ja
s u p o s t o d i r e i to s u p u es to d erec h o mas vê vida n um feto pe ro v e v i da e n un fe t o
de vi o l a r m u lh e r e s d e v i ola r mu j eres é o p au-b rasil e s e l pa u-bra si l
o p a u -a -p i q u e pau-a-pique multip licado trin ta e três vez es mul t i pl i c a do t re i nt a y t re s v e c e s
o p a u -de-a r a r a p a u - d e- a ra ra e en terrado n uma só garota y e nt e rra do e n una úni c a c hi c a
o p a u -de-a r a q u e p a u - d e- a ra q u e
o p a u -de-se b o p a u - d e- seb o olho p ra can eta e ten ho certez a mi ro l a l a pi c e ra y e st oy se gura
o p a u -de-se lf i e p a u - d e- self i e n ão escreverei mais o n ome desse p aís no e sc ri bi ré má s e l nombre de e st e pa ís
o p a u -de-f o g o p a u - d e- f og o en quan to estup ro for p rática cotidian a mi e nt ra s l a v i ol a c i ón se a prá c t i c a c ot idian a
o p a u -de-f i ta p a u - d e- f i ta e o modelo de mulher y e l mode l o de muje r
O PAU P AU a mãe gen til l a ma dre ge nt i l
fa c e e o r gu lh o na ci o na l ros tro y org u ll o n a c i on a l

A C OL ON I Z A ÇÃ O CO M E ÇO U P E L O Ú T ER O LA C O LO N I Z AC I Ó N E MP E Z Ó P O R E L Ú T E R O
m a t a s vi r g e ns s el v a s v í rg en es
vi r gen s m o r ta s v í rg en es mu erta s
A C OL ONI Z A ÇÃ O F O I U M E S T U P R O LA C O LO N I Z AC I Ó N F U E U N A V I O LAC I Ó N

p edr o ej a cu la nd o - se p ed ro ey a c u lá n d ose
do m p r ec o ce d on p rec oz
deo do r o m e te nd o a e spa d a d eod oro meti en d o esp a d a
en t r e a s pe r na s en tre l a s p i ern a s
de u m a p ri nce sa ba be l d e u n a p ri n c es a b a b el 1
E l D e p a rt a m e n t o d e Ord e m e Polí t i c a S o c i al ( DO P S ) ,
c o s t a e s i l v a g e m e nd o ci nco v e z e s c os ta e s i lv a g i mi en d o c i n c o v ec es c re a d o e n 19 2 4 , fue un órg a n o d e l g ob i e rn o b r as i l eñ o p ar a
la c e n sura y la re p re si ón . A c t uó d ura n t e el E s tad o N o v o
y, m á s t a rd e , d ura n t e la d i c t a d ura m i li t ar . S u o b j eti v o
AI AI AI AI AI AY AY AY AY AY p ri n c i p a l e ra c on t rola r y re p ri m i r m ov i mi en to s p o l í ti c o s
y soc i a le s q ue se op usi e ra n a l p od e r v i g en te. Dej ó d e
fun c i on a r e n 19 8 3.
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 2. DATA DE NASCIMENTO D ÍA 2. FECHA D E NACIMIENTO

um p aís n asceu un pa í s na c i ó


n ão de p arto no de pa rt o
n em de p artida ni de pa rt i do
mas n a chegada si no de l l e ga da
en viado da corte e nv i a do de l a c ort e
fruto de cortes frut o de c ort e s
fun dos n a p ele hondos e n una pi e l
semp re “mestiça” si e mpre «me st i za »
 
um p aís n asceu un pa í s na c i ó
foi de cesárea  de c e sá re a
en viado dos césares e nv i a do de l os c é sa re s
lusitan os caídos l usi t a nos c a í dos
temp os idos t i e mpos i dos
min as n ão mais mi na s no má s
 
um p aís n asceu un pa í s na c i ó
e já en gatin ha y y a ga t e a
cedo en gatilha t e mpra no ga t i l l a
o tiro certeiro e l t i ro c e rt e ro
de quem corre de q ui e n c orre
an tes de an dar a nt e s de c a mi na r
 
um p aís n asceu un pa í s na c i ó
da p ern a direita de l a pi e rna de re c ha
ausen te a esquerda a use nt e l a i zq ui e rda
do men in o-saci de l ni ño-sa c i
(o cap uz ( l a gorra
an tes vermelho a nt e s roja
agora n ão serve a hora no si rv e
ap en as orden a) a pe na s orde na )
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

  u m   p a í s n a sce u   no f u tu r o u n p a í s n a c i ó en el f u tu ro
p r o m es s a   d e v i d a  p romes a d e v i d a
dí vi da   et e r na d eu d a etern a
em   l i s t a de e spe r a en l i sta d e es p era 
 
u m   p a í s n a sce r i a o u tr o u n p a í s n a c erí a otro
s em p r e p o ssí v e l s i emp re p os i b l e
q u a s e c o n cr e to c a s i c on c reto
na instância de vir en l a i n sta n c i a d e v en i r

u m p a í s n a sce u un país nació


m a s ‘i n da h o je p ero tod a v í a h oy
m a i s q u e sé cu lo v i nte má s q u e s i g lo v ei n te
p r a c a da g é r m e n d e i nsu r r e i çã o p a ra c a d a g ermen d e i n s u rrec c i ón
uma pílula u n a p a s ti l l a
do di a s eg u i nte  d el d í a d es p u és
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 3. NÚMERO DE REGISTRO D ÍA 3. NÚMERO D E REGISTRO

a filho n ão ter o filiação da p ai q ue e l hi jo no t e nga e l fi l i a c i ón de l a padr e


n o certidão de n ascimen to e n e l pa rt i da de na c i mi e nt o
é háb ito an tiga e s há bi t o a nt i gua
agora o mãe exigir direito à ab orto a hora q ue e l ma dre e xi ja de re c ho a l a abo r to
é uma crime de vida e s una c ri me n de v i da

em algum casos e n a l gunos c a sos


n ão só a gramática no sol o l a gra má t i c a
sofre con cordân cia de gên ero sufre c onc orda nc i a de gé ne ro
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 4. IDIOMA MATERNO D ÍA 4. ID IOMA MATERNO

n ão à toa no e n v a no
terra é sub stan tivo femin in o t i e rra e s sust a nt i v o fe me ni no
a ela p erten ciam os homen s a e l l a pe rt e ne c í a n l os hombre s
(e n ão o con trário) ( y no l o c ont ra ri o)

n ão à toa no e n v a no
n eutralidade termin a em “o” ne ut ra l i da d t e rmi na e n “o”
(uma lín gua domin ada n ão comp orta assovios) ( una l e ngua domi na da no a dmi t e si l bido s)

n ão à toa no e n v a no
casamen to, p rop riedade c a sa mi e nt o, propi e da d
[e con stituição p arlen t le fran çais [ y c onst i t uc i ón pa rl e nt l e fr an çais
(en quan to dip lomatas in ven tavam la fratern ité ( mi e nt ra s di pl omá t i c os i nv e nt a ba n l a fr ater n ité
n avios n egreiros lotados cruz avam o atlân tico) na v í os ne gre ros a ba rrot a dos c ruza ba n el atlán tico )

n ão à toa no e n v a no
a in dep en dên cia foi forjada p or reis l a i nde pe nde nc i a fue forja da por re y es
a rep úb lica p or gen erais l a re públ i c a por ge ne ra l e s
a fome p or p ecuaristas e l ha mbre por ga na de ros

n ão à toa no e n v a no

em cada estátua erguida e n c a da e st a t ua e rgui da


e rodovia n omeada y a v e ni da nombra da
em cada semen te tran sgên ica e n c a da se mi l l a t ra nsgé ni c a
e armamen to imp ortado y a rma me nt o i mport a do
uma mulher teve seus láb ios costurados una muje r v i o sus l a bi os c osi dos
o silên cio b radou revolta e l si l e nc i o c l a mó re v ue l t a
a memória ecoou p resen te l a me mori a re sonó pre se nt e

a história n ão comp orta acasos l a hi st ori a no a dmi t e a c a sos


1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 5. LOCAL DE NASCIMENTO D ÍA 5. L UGAR D E NASCIMENTO

(américa) ( a mé ri c a )
uma mulher n ão é um território una muje r no e s un t e rri t ori o
mesmo assim si n e mba rgo
lhe p lan tam b an deiras l e c l a v a n ba nde ra s

uma mulher n ão é um souven ir una muje r no e s un souv e ni r


mesmo assim si n e mba rgo
lhe colam etiquetas l e e st a mpa n e t i q ue t a s

mais que n uvem má s q ue nube


men os que p edra me nos q ue pi e dra
uma mulher n ão é uma estrada una muje r no e s un c a mi no

n ão lhe p en etre as cavidades no l e pe ne t re s l a s c a v i da de s


com a fúria c on l a furi a
de um min erador hisp ân ico de un mi ne ro hi spá ni c o

o ouro que lhe b rota da tez e l oro q ue brot a de su t e z


é an tes oferen da e s a nt e s ofre nda
que moeda q ue mone da

uma mulher descen de do sol una muje r de sc i e nde de l sol


ain da que a unq ue se a
forçada à somb ra forza da a l a sombra
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 6. NOME DA MÃE D ÍA 6. NOMBRE D E L A MAD RE

p ior que ser filha da p uta pe or q ue se r hi ja de put a


é ser filha da virgem e s se r hi ja de v i rge n
aquela a q ue l l a
modelo imp ecável mode l o i mpe c a bl e
testa b en dita fre nt e be ndi t a
que imaculada dos goz os terren os q ue i nma c ul a da de goc e s t e rre nos
germin ou e nge ndró
n ão um filho qualquer no c ua l q ui e r hi jo
mas o exub eran te salvador si no e l e xube ra nt e sa l v a dor

dela sus
as p ern as-vitrais pi e rna s-v i t ra l e s
descon hecem o furor de sc onoc e n e l furor
laten te fricção l a t e nt e fri c c i ón
de outras p ern as-ven ais de ot ra s pi e rna s-v e na l e s
(se ren dem somen te ( se ri nde n sol a me nt e
ao êxtase estéril a l é xt a si s e st é ri l
estético p raz er e st é t i c o pl a c e r
de uma p ietà de mármore) de una pi e t à de má rmol )
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

de u m a fi lh a d a v i r g e m d e u n a h i j a d e v i rg en
s e es p er a a te ssi tu r a a nce str a l s e es p era la tesi tu ra a n c es tra l
de l o u ç a -pe lí cu la d e v a j i l l a - p el í c u la
m u l her c o m e d i d a mu j er c omed i d a

do i r m ã o d el h erma n o
a s c ha ga s la s l l a g a s
do s er m ã o d el sermón
j á c hega y a b a sta
a n t es c r u c i f i ca r a m a pu ta a n tes c ru c i f i c a ron l a p u ta

a u m a fi l ha d a v i r g e m u n a h i j a d e v i rg en
n ã o r es t a e sco lh a n o ti en e otra op c i ón
que não q u e n o s ea
r egu r gi t a r a m ã e  reg u rg i ta r l a ma d re
(s a l ve t a r si la ) ( sa l v e ta rs i la )
e r eb a t i zá - la y reb a u ti z a rla
(qu e i r o n i a ) ( q u é i ron í a )
m a r i a p a di lh a ma ri a p a d i l h a
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 7. NOME DO PAI D ÍA 7. NOMBRE D EL P AD RE

da filha do coron el de l a hi ja de l c orone l


n ão se con hece o n ome no se c onoc e e l nombre
só o dote e a data sol o e l dot e y l a da t a
do p un ho firme de l puño fi rme
do p ap ai-farmer de l pa pá -fa rme r
 
da filha do coron el de l a hi ja de l c orone l
se tira o n egativo se sa c a e l ne ga t i v o
da forma esculp ida de l a forma e sc ul pi da
de uma b on eca russa de muñe c a rusa
quase alemã c a si a l e ma na
(in flável n un ca in flamável) ( i nfl a bl e nunc a i nfl a ma bl e )
 
da filha do coron el de l a hi ja de l c orone l
o an ún cio estamp a e l a nunc i o e st a mpa
b oi codorn as can delab ros bue y c odorni z c a nde l a bros
n um só lote e n un sol o l ot e
in tacto i nt a c t o
a leilão re ma t e

da filha do coron el de l a hi ja de l c orone l


se ap agaram as irmãs se borra ron l a s he rma na s
os sob rin hos l os sobri nos
os tan tos afilhados t a nt os a hi ja dos

n ão dá dúvida no ha y duda s

da filha do coron el de l a hi ja de l c orone l


mais imp orta o p ai i mport a má s e l pa dre
(p roduto em falta n a safra n acion al)  ( produc t o e n fa l t a e n l a c ose c ha na c i o n al)
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 8. CLAÚSULA ADICIONAL D ÍA 8. CL AÚSUL A AD ICIONAL

sem n ome si n nombre


sem retrato si n re t ra t o
sem lugar à mesa si n l uga r e n l a me sa

mas quase da família pe ro c a si de l a fa mi l i a


CAPÍTULO 2 _ DESCOBRIMENTO
CAPÍTULO 2 _ DESCUBRIMIENTO
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 9. 1 a MENSTRUAÇÃO D ÍA 9.  P RIMERA MENSTRUACIÓN

quan do virei mocin ha c ua ndo me hi c e se ñori t a


n ão teve luxo no hubo l ujos
n ão teve p omp a no hubo pompa s
só as tromp as sol o l a s t rompa s
an un cian do san gue a nunc i a ron sa ngre
“será vermelho seu camin ho “se rá rojo t u c a mi no
p isado quan do roxo pi sa do c ua ndo mora do
semp re n ovo si e mpre nue v o
mês a mês me s a me s
p or en tre as p ern as e nt re l a s pi e rna s
escorrerão as p artes” se e sc urri rá n l a s pa rt e s”

en tão vieram os modes e nt onc e s l l e ga ron l os mode s


as modas os modos l a s moda s l os modos
de cruz ar os p és de c ruza r l a s pi e rna s
maquiar a b oca ma q ui l l a r l a boc a
calar p alavra c a l l a r pa l a bra s
“mocin ha diz semp re p elo avesso “una se ñori t a si e mpre di c e l o c ont ra rio
faz ciúmes escon de o jogo e sc e na s de c e l os e sc onde e l jue go
olhar ob líquo atrás do moço” mi ra da obl i c ua a t rá s de l v a rón”
(n em ouço, ouso) ( oso no oi r)

“con selho dob rado n o sutiã “c onse jo pl e ga do e n e l c orpi ño


san to virado p ra b aixo” sa nt o c on l a c a be za pa ra a ba jo”
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

p r a   m o c i nh a nã o le v o je i to p a ra señ ori ta n o si rv o
fa l t a m ã o me f a l ta ma n o
s o u s ei o s li v r e s s oy s en os l i b res
s em fo t o de pi la çã o s i n d ep i la c i ón l á ser

do s s a l t o s d e l os ta c os
s ó c o n heç o o s q u e f a z e m v o a r  s olo sé q u e s e p u ed en d i sp a ra r
t en ho fú r i a m u i ta ten g o f u ri a mu c h a
e i n fâ m i a se m pe sa r e i n f a mi a si n p esa r
 
qu a n do   vi r e i m o ci nh a c u a n d o me h i c e señ ori ta
m e qu er i a m a ba s me q u erí a n a l b a
p a t a s -fi n ca d a s los p i es en la ti erra
m a s   s o u a v e r a pi na p ero s oy a v e ra p i ñ a
do a n j o a l á n g el
r o u b ei a s a sa s rob é la s a l a s
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 10. 1 a MASTURBAÇÃO D ÍA 10 . P RIMERA MASTURBACIÓN

o erotismo é só a casca do meu p eito e l e rot i smo e s sol o c á sc a ra de mi pe c ho


é muita láb ia muc ha l a bi a
p ra p ouco láb io pa ra poc o l a bi o
que oferece água q ue ofre c e a gua
com três b eijos sara c on t re s be sos sa na
e se eu n ão quiser casar? ¿y si no me q ui e ro c a sa r?
será etern a essa chaga ¿se rá e t e rna e sa l l a ga
de carregar o ven tre livre de c a rga r e l v i e nt re l i bre
e a carn e viva? y l a c a rne v i v a ?

mesmo quan do in tactos os joelhos i nc l uso c on l a s rodi l l a s i nt a c t a s


há algo que lateja p ra além do útero ha y a l go q ue pa l pi t a má s a l l á de l út e r o
 
sei que assusta tan to erotismo en volvido sé q ue sorpre nde t a nt o e rot i smo i mpl i cado
mas só te p eço human idade pe ro sol o t e pi do huma ni da d
“vem comigo” “v e ní c onmi go”
deixemos os arcos do triun fo de je mos l os a rc os de l t ri unfo
o céu é suficien te p ra quem tem b oca e l c i e l o a l c a nza pa ra q ui e n t i e ne boc a
e en tre tan tas n en hum resp iro y e nt re t a nt a s ni ngún re spi ro
(min ha saliva n ão é p urp urin a) ( mi sa l i v a no e s purpuri na )

sou mais seiva do que água soy má s sa v i a q ue a gua


ap esar da an emia ap aren te a pe sa r de l a a ne mi a a pa re nt e
são camadas e camadas de células-vivas c a pa s y c a pa s de c é l ul a s-v i v a s
camadas e camadas de p aetê dourado c a pa s y c a pa s de l e nt e jue l a s dora da s

e se eu en trar y si e nt ro
descalça n a igreja de sc a l za a l a i gl e si a
o vestido man chado de suor e l v e st i do ma nc ha do de sudor
celeb raremos jun tos o p ecado de cada dia? ¿c e l e bra re mos junt os e l pe c a do de c a da día?
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

n o p es c o ç o en el c u el l o
c o l ec i o n o f r a q u e z a s c olec c i on o d eb i li d a d es
p o em a s p r a nã o e nf o r ca r p oema s p a ra n o a h orc a r

uma corda (vocal) desafina enquanto visto armaduras u n a c u erd a ( v oc a l ) d es a f i n a c u a n d o v i s to a rma d u ra s


 
n ã o há her o í sm o e m se r ta nta s n o h a y h eroí smo a l ser ta n ta s
m u l her -o r i g a m i mu j er- ori g a mi
s em p r e m e ta d e d o e spe r a d o s i emp re u n a mi ta d d e lo es p era d o
 
eu r a s p a r i a o s o sso s a té v i r a r la nça me ra sp a rí a los h u esos h a sta h a c erme la n z a
m a s fa l t a g o r d u r a so b a pe le p ero f a lta g ra s a b a j o la p i el
c o m er i a b lu sh co m o q u e m e x pe r i m e nta t er r a c omerí a b lu s h c omo q u i en p ru eb a la ti erra
m a s p er di o s d e nte s- d e - le i te p ero p erd í mi s d i en tes d e lec h e

sabe s a b és
de t o da s a s a r m a s d e tod a s la s a rma s
(b r a n c a s o u nã o ) ( b la n c a s o n o)
o es p el ho é a q u e m a i s d ó i el es p ej o es la q u e má s d u el e
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 11. 1 a CULPA D ÍA 11. P RIMERA CUL P A

quaren ta de cin tura c ua re nt a de c i nt ura


trin ta de quadril t re i nt a de c ua dri l
quan tos suicídios ¿c uá nt os sui c i di os
cab em n uma fita métrica? c a be n e n una c i nt a mé t ri c a ?
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 12. 1 a PAIXÃO D ÍA 12.  P RIMER AMOR

você tem a delicadez a v os t e né s l a de l i c a de za
de um açougueiro de un c a rni c e ro
que an tes de fatiar q ue a nt e s de t roza r
sep ara a carn e do osso se pa ra l a c a rne de l hue so
 
sab e que os láb ios sa bé s q ue l os l a bi os
é a melhor p arte son l a me jor pa rt e
de uma mulher de una muje r
que p alavras moídas q ue pa l a bra s pi c a da s
causam in digestão prov oc a n i ndi ge st i ón
e que um coração y q ue un c ora zón
dura até dois meses dura ha st a dos me se s
n o con gelador e n e l c onge l a dor
 
você amacia p eitos v os a bl a ndá s l omos
e troca em miúdos y l os c a mbi á s por mondongo
como quem esquece c omo q ui e n ol v i da
coz in ha len to c oc i na l e nt o
e me come de y me c ome c on
b oca fechada l a boc a c e rra da 
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

vo c ê  i n t eir o v os en tero
é u m p eda ço s os u n p ed a z o
r efo l ga do reh og a d o
de p a s s a do de pasado
(m a l p a s s a d o ) ( ma l p a s a d o)
 
s a b e  de  ho r m ô ni o s s a b és d e h ormon a s
em dem a s i a en d ema s í a
e  a s s u n t o s ca r na i s y a s u n tos c a rn a les
vo c ê  é m i n h a v os sos mi
a n em i a a n emi a
s a n gr a n do s a n g ra n d o
go t a -à -go ta g ota a g ota
na pia en l a mes a d a
 
c a r r ega   o so nso ll ev á s l o z on z o
de u m b i fe d e so ja d e u n a mi la n es a d e soj a
o u de u m a f e i jo a d a li g h t o d e u n a f ei j oa d a li g h t
   
des fi a do d esa f i a d o
t e o b s er vo te ob serv o
a t en t a m ente a ten ta men te
e  m a s t i go y ma s ti c o
c o m p r a ze r c on p l a c er
m a i s u m a ce no u r a cr u a otra z a n a h ori a c ru d a
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 13. 1 a TRANSA D ÍA 13. P RIMERA VEZ

um homem cordial me levou à cama un hombre c ordi a l me l l e v ó a l a c a ma


n ão queria foder n em trep ar no q ue rí a c oge r ni ga rc ha r
só a esterilidade de uma cóp ula sol o l a e st e ri l i da d de una c ópul a
me chup ou com ap arên cia dip lomática  me c hupó c on a pa ri e nc i a di pl omá t i c a
e alguma melan colia y a l guna me l a nc ol í a
(seus dedos-garrote descon heciam recusa) ( sus de dos-ga rrot e de sc onoc í a n e l re c hazo )

p ediu pi di ó
que me dividisse em três q ue me di v i di e ra e n t re s
p ara a lida pa ra l a fa e na
p ara a farra pa ra l a fa rra
p ara fotografias oficiais pa ra fot ogra fí a s ofi c i a l e s
me tran cei me t e jí
tran sei c ogí

um homem cordial me trocou os len çóis un hombre c ordi a l me c a mbi ó l a s sá ban as


z elava p ela b ran cura c e l a ba l a bl a nc ura
dep ois dos gemidos de spué s de l os ge mi dos
(até hoje n ão decifrei ( ha st a a hora no de sc i fré
se de dor ou p raz er) si de dol or o de pl a c e r)

me p ediu me pi di ó
p or favor desap areça  por fa v or de sa pa re c é
p or favor ob edeci por fa v or obe de c í
semp re favores si e mpre fa v ore s
semp re favores si e mpre fa v ore s

homen s cordiais assistem mma hombres cordiales se entretienen con las artes marciales
às quartas-feiras l os mi é rc ol e s
mas n ão vivem sem álcool gel pe ro no pue de n v i v i r si n a l c ohol e n gel
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 14. 1 o ASSÉDIO D ÍA 14. P RIMER ACOSO

di a  a pós di a día tr as día


uma  v e l a pra ma ri a una v ela par a mar ía
hora  por hora ho r a po r ho r a
uma  v e l a pa ra fl ora una vela par a flo r a
mi nut o a mi nut o min uto a min uto
uma  v e l a por e st upro una vela po r abuso
uma  v e l a pa ra um put o una v e l a par a un puto
d a n ie l m in c h on i / l u iz a rom ã o d a n ie l m in cho ni / luiz a r o m ão

é vela es vela
mas queima feito in cên dio pe ro q ue ma c omo i nc e ndi o
é vela es vela
mas faz do mar n aufrágio-temp estade pe ro ha c e de l ma r na ufra gi o-t e mpe st ad
é vela es vela
mas só con hece destruição pe ro sol o c onoc e l a de st ruc c i ón
 
é velada e s v e l a da
a violên cia que irromp e l a v i ol e nc i a q ue i rrumpe
o lacre o esqueleto o afeto e l l a c re e l e sq ue l e t o e l a fe c t o
é velada e s v e l a da
a p alavra que faz do corp o l a pa l a bra q ue ha c e de l c ue rpo
mercadoria caixa b arata me rc a nc í a c a ja ba ra t a
 
mais uma mulher n a p rateleira una muje r má s e n l a v i dri e ra
da tua p resun ção de t u pre sunc i ón
mais uma mulher n a esteira una muje r má s e n l a c a rre ra
da tua formação de t u forma c i ón
acadêmica ou n ão a c a dé mi c a o no
ergue o p au como se fosse mastro y e rgue e l má st i l c omo si hubi e ra ba nder a
à esp era que eu me deite a l a e spe ra de q ue me a c ue st e
feito vela sem lastro he c ho v e l a si n l a st re
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

des c u l p a d i s c u l p a me como se fosse p rivilégio c omo si fue ra pri v i l e gi o


m a s   m eu to r so é pr o a p ero mi torso es p roa assumir o leme t oma r e l t i món
fei t o   p r a a tr a v e ssa r o nd a h ec h o p a ra c ru z a r ol a s e emp un har p alavra y e mpuña r l a pa l a bra
des c o b r i r   o m u nd o d esc u b ri r el mu n d o e se é a min ha con tra a sua y si e s l a mí a c ont ra l a t uy a
n ã o   t en ho v o ca çã o pr a se r r e m o n o ten g o v oc a c i ón d e remo n ão tem p rob lema no ha y probl e ma
ext en s ã o   d o b r a ço se u exten si ón d e s u b ra z o carrego a lín gua calejada t e ngo l a l e ngua c urt i da
  de en fren tar marés de e nfre nt a r ma re a s
qu er i a   eu f a z e r v e r so s v e la d o s y o q u erí a h a c er v ersos v el a d os e n a p ele todas as marcadas y e n l a pi e l t oda s l a s ma rc a s
dei x a r   i m p lí ci to q u a se m e tá f o r a d ej a r i mp l í c i to c a s i metá f ora da luta estamp ada  de l uc ha e st a mpa da s
es s a   c r í t i ca d e pr a v a d a esa c rí ti c a d ep ra v a d a en quan to sua op ressão mi e nt ra s t u opre si ón
m a s   é c o n cr e ta p ero es c on c reta con tin ua c ont i núa
a   m ã o qu e a pa lpa o se i o la ma n o q u e p a lp a b a el sen o velada v e l a da
a   c a n t a da d i á r i a el c h a mu y o d i a ri o
r ep et i da   ta nta s v e z e s rep eti d o ta n ta s v ec es
t r a n s fo r m a d a   e m f e i jã o co m a r r o z tra n sf orma d o en mi la n es a s c on p u ré
p r a t o   do d i a p l a to d el d í a
c o m o   s e fo sse co stu m e c omo s i f u era c os tu mb re
vi ver   n o h e si ta r v i v i r en l a d u d a
en t r e  m et e r a m ã o en tre p on er el c u erp o
e  fi n gi r qu e nã o o u v i u y f i n g i r q u e n o oí s te
o   “ fi u -fi u ” el « f i ú - f i ú »
o “psiu” el « f ru f rú »
o   “ p u t a qu e pa r i u ” el « la p u ta q u e te p a ri ó»
“ s e  eu t e pe g o lá e m ca sa « si te a g a rro en c a s a
juro” j u ro»
qu e n ã o s o br a na d a q u e n o s ob ra n a d a
des s a s u a pe r v e r sã o d e es a p erv ers i ón tu y a
de  t r a n s fo r m a r e m a ssé d i o se u d e tra n s f orma r en a c oso tu y o
a   i n va s ã o d o e spa ço m e u la i n v a s i ón d el es p a c i o mí o
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 15. 1 a EUCARISTIA D ÍA 15. P RIMERA EUCARISTÍA

tire sua cruz do camin ho sa c á t u c ruz de mi c a mi no


já n ão b astou camin ha no a l c a nzó c on c a mi na r
e an chieta y a nc hi e t a
queren do lacrar q ue ri e ndo l a c ra r
min ha b u...chega mi c on… y a ba st a
que esse p ap o eu decorei q ue e sa pa rl a y a e nt e ndí
que esse p ap a n ão é rei q ue e se pa pa no e s re y
orei re c é
p elo fim dos ian ques por e l fi n de l os y a nk i s
vejo cristo sob re tan ques v e o a c ri st o sobre t a nq ue s
lugar de fé é n o altar pa ra l a fe se hi zo e l a l t a r
n ão n o p alan que no l os pa l c os

fomos tan tas fui mos t a nt a s


tan to temp o t a nt o t i e mpo
silen ciadas si l e nc i a da s
joan as d’ arc estran geiras jua na s de a rc o e xt ra nje ra s
n ossa guerra dos cem an os nue st ra gue rra de l os c i e n a ños
é den tro da fron teira e s de nt ro de l a front e ra
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

fo m o s m a t é r i a - pr i m a f u i mos ma teri a - p ri ma miscigen ar me st i za r


c o r p o -a -pr ê m i o c u erp o- a - p remi o verb ete b on ito pa l a bri t a l i nda
p a s s a t em po d e f e i to r p a sa ti emp o d el b on a c h ón estilo requin tado e st i l o sofi st i c a do
em n o m e d o pa i en n omb re d el p a d re mas que camufla o ven tre violado pe ro c a mufl a v i e nt re v i ol a do
do m a r i do d el ma ri d o
e do es p í r i to d o pa sto r y d el es p í ri tu d el p a s tor mas isso n ão existe pe ro e so no e xi st e
s e fa l a s t a nto e m i g u a ld a d e s i h a b l a ta n to d e i g u a l d a d imagin a i ma gi na t e
p r a q u e m a nte r u m se nh o r ?  ¿ p or q u é ma n ten er a u n señ or? tan tos queren do orden har min ha t a nt os q ue ri e ndo orde ña r mi
va...xin ga v a … c hi l l a
c o m s eu bo m pa r ti d o c on s u b u en p a rti d o de mal-amada de ma l -a ma da
n ã o q u er o a li a nça  n o q u i ero a li a n z a s mal-comida ma l -c ogi da
s u a s b o da s d e o u r o b od a s d e oro mal-educada ma l -e duc a da
s u a s b o t a s d e ch u m bo b orc eg os p u n ta d e p l omo mas p ro homem de b em pe ro pa ra e l hombre de bi e n
s ó m u l t i p l i ca m d e f u nto s olo d i f u n tos rep rod u c en sou o mal-en carn ada soy e l ma l -e nc a rna da

s o l t ei r a vi ú v a ca sa d a s oltera v i u d a c a sa d a
qu e i m p o r ta q u é i mp orta
m eu es t a d o ci v i l é la i co mi esta d o c i v i l es la i c o
e s eu p a r a d i g m a y tu p a ra d i g ma
arcaico a rc a i c o

a r q u e c o m a s co nse q u ê nci a s lu c h á c on la s c on sec u en c i a s


de s er n a çã o - b a sta r d a d e na sce nça d e ser n a c i ón - b a sta rd a d e n a c i mi en to
o n o m e a u se nte  el n omb re a u s en te
va zi o de p r o g e ni to r v a c í o d e p rog en i tor
de qu em se no m e i a pa tr i a r ca d e q u i en se n omb ra p a tri a rc a
m a s n ã o p a ssa d e e stu pr a d o r p ero n o p a sa d e v i ol a d or
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 16. 1 o ESTUPRO

a mão avan ça sob as cob ertas ALERTA men in as ap ressam o p asso VÁC UO o p lan o condo r assi nado
LAÇ O comercial de cerveja EJA b un das JÁ-C ULAÇ ÕE S exp ostas n os serviços P RIV A T I Z A D O S
vomita O F ATO que o amigo do p ai GÊ NIA tran s GE M IA semen te terra SE M Ê N tetra C A MPEÃ O q ue
acordos SE M P AZ de quatro ESTRELAS tratados NO P EITO ab erto À F ORÇ A militar ÀF I N C O e u f i co
À BAILA(laiada) en terrada SE M C ULP A n en huma da TEIM A D A p rova RE AL real r e a l

sob re o vulto de uma men in a desacordada


se in augurou a p rimeira sesmarias

D ÍA 16. P RIMERA VIOL ACIÓN

l a ma no a v a nza sobre l a s fra za da s A LE R T A l a s c hi c a s a pura n e l pa so V A C Í O e l pl a n c óndor f ir mado L AZO


c ome rc i a l de c e rv e za E LLA c ul os YA -C ULA C I O NE S e xpue st a s e n l os se rv i c i os P R I V A T I Z A DO S v omita EL HECHO
de q ue e l a mi go de su pa dre G E NI A t ra ns G E M Í A se mi l l a t i e rra S E M E N t e t ra C A M P E Ó N q ue a c uer do s SIN PAZ
de c ua t ro E S T R E LLA S t ra t a dos E N E L P E C H O a bi e rt o A LA FUE R Z A mi l i t a r A R R A I G O me q uedo AL BAIL E
( ba i l a nt a ) e nt e rra da S I N C ULP A a l guna de l a T E R Q UE DA D DE LA prue ba R E A L re a l r e a l

sobre e l fa rdo de una c hi c a i nc onsc i e nt e


se i na uguró e l pri me r c a mpo i nfé rt i l
CAPÍTULO 3 _ TENSÃO PRÉ-MENSTRUAL
CAPÍTULO 3 _ TENSIÓN PREMENSTRUAL
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 17. CÓLICA D ÍA 17. D OL ORES

p ron un cio seu n ome pronunc i o t u nombre


en quan to amolo facas  mi e nt ra s a fi l o c uc hi l l a s
você con seguiria ler a p alavra ¿podrí a s l e e r l a pa l a bra
BUC E TA C O NC H A
sem gaguejar n a segun da sílab a? si n t a rt a mude a r e n l a úl t i ma sí l a ba ?

a gen te n asce de um grito na c e mos de un gri t o


e mesmo assim tem medo da dor y si n e mba rgo t e me mos a l dol or
a b arriga se ab re l a pa nza se a bre
como um vulcão germin an do c omo v ol c á n e n e rupc i ón
n o cen tro da terra e n e l c e nt ro de l a t i e rra

hitler n asceu de uma mulher hi t l e r na c i ó de una muje r


b ush n asceu de uma mulher bush na c i ó de una muje r
ustra nasceu de uma buceta quente e peluda e profunda ustra nació de una concha caliente y peluda y profunda

M INHA BUC E TA É UM A GARGANTA M I C O NC H A E S G A R G A NT A


M INHA BUC E TA GRITA M I C O NC H A G R I T A

(n ão foi suficien te ( no fue sufi c i e nt e q ue


hitler b ush ustra hi t l e r bush ust ra
p isotearam milhares de n ós) pi sot e a ra n a mi l l one s de nosot ra s)
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

es c r evo s e u no m e nu m le nço u m e d e ci d o esc ri b o tu n omb re en u n a s erv i ll eta h ú med a en gulo seu n ome t ra go t u nombre
s a b o r fr u t a s v e r m e lh a s s a b or f ru tos roj os e regurgito todo racion alismo y re gurgi t o t odo ra c i ona l i smo
e a r r em es s o na la tr i na y la a rroj o en l a l etri n a se a morte fosse mulher si l a mue rt e fue ra muje r
u m a gi ga n te sca bo la d e ne v e tr a nsb o r d a u n a g i g a n tesc a b ola d e n i ev e tra n s b ord a n ão estaríamos em ruín as no e st a rí a mos e n rui na s
(a n t es q u e i m a q u e g e la ) ( n o h i ela má s b i en q u ema )

n ã o é p r eci so f o g o pr a i nce nd i a r u m a ni ma l n o s e n ec esi ta f u eg o p a ra i n c en d i a r u n a n i ma l


m eu p a í s e stá e m ci nz a s mi p a í s es tá h ec h o c en i z a s
e n en hu m pr o jé ti l f o i d i spa r a d o y n o s e d i sp a ró n i n g ú n p roy ec ti l
(a n ã o s er o s v e lh o s i nq u i li no s ( sa l v o los v i ej os i n q u i l i n os
do s c o r p o m a r g i na i s d e l os c u erp os ma rg i n a les
c o r p o s q u e nã o co nsta m no s a na i s d e so ci o lo g ia c u erp os q u e n o c on s ta n en los a n a les d e l a s oc i olog í a
u n i ver s a l ) u n i v ersa l )

m er gu l ho se u no m e nu m co po d e ó le o s u merj o tu n omb re en u n v a s o d e a c ei te
s a n gr o t o d o s o s m e se s s a n g ro tod os l os mes es
e o m u n do co nti nu a e m g u e r r a y el mu n d o c on ti n ú a en g u erra
c a dei r a de r o d a s o u m u r o d e f u z i la m e nto ? ¿ s i ll a d e ru ed a s o p a red ón d e f u s i la mi en to?
a l u c i dez é h i sté r i ca la l u c i d ez es h i s téri c a

qu em ven d e a pa z nã o co nh e ce a m i sé r i a q u i en v en d e l a p a z n o c on oc e l a mi seri a
dem o n i za r a m o ó d i o d emon i z a ron el od i o
ó s en ho r es d e b e m los señ ores d e b i en
m a i s m e r e pu g na a co m pa i x ã o d o s a m b i ci o s o s má s me rep u g n a la c omp a s i ón d e l os a mb i c i os os
a fi l a n t r o pi a co lo r i d a d e u m ch e q u e pa r a la f i l a n trop í a c ol ori d a d e u n c h eq u e p a ra i n f a n tes
c r i a n ç a s c a r e nte s c a ren tes

M I N HA B UCE T A É U M CO R A ÇÃ O MI C O N C H A E S U N C O R AZ Ó N
M I N HA B UCE T A P U L S A MI C O N C H A LAT E
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

DIA 18. NÁUSEA D ÍA 18. NÁUSEAS 22 23 24 25 26 27 28

atravesse seu deserto a t ra v i e se su de si e rt o


p oderia ser um man tra hin du podrí a se r un ma nt ra hi ndú
um slogan motivacion al un sl oga n mot i v a c i ona l
uma frase de cartão p ostal una fra se de post a l
mas n ão é pe ro no l o e s

só fui ter den tes aos quatro re c i é n a l os c ua t ro t uv e di e nt e s


daí ap ren di a b ab ar y a pre ndí a ba be a r
quan do tin ha medo c ua ndo t e ní a mi e do
você sab e quan tas vez es ¿v os sa bé s c uá nt a s v e c e s
uma mulher imagin a o corte? una muje r i ma gi na e l c ort e ?
esp ecialistas discutem o verb o in fib ular e spe c i a l i st a s di sc ut e n e l v e rbo i nfi bul ar
can on iz am a violação como maior ato de b arb árie  c a noni za n l a v i ol a c i ón c omo a c t o ma yo r de bar bar ie
mas alguém se lemb rou de quitéria? ¿pe ro q ui é n se a c ordó de q ui t e ri a ?
o dep oimen to de olga b en ário ap odrece e l t e st i moni o de ol ga be ná ri o se pudre
n um camp o de con cen tração qualquer e n un c a mpo de c onc e nt ra c i ón c ua l q uier a

decoremos e nt e nda mos


a fala é in eren te a todos os an imais e l ha bl a e s i nhe re nt e a t odos l os a ni m ales
a cap acidade de escuta, n ão l a c a pa c i da d de e sc uc ha , no
(isso p oderia ser uma tese de doutorado  ( e so podrí a se r una t e si s de doc t ora do
mas escrevo melhor cartaz es de rua) pe ro e sc ri bo me jor a fi c he s c a l l e je ros)

a guerra do p araguai um massacre l a gue rra de l pa ra gua y una ma sa c re


can gaceiros em greve c a nga c e i ros de hue l ga
carp ideiras em extin ção c a rpi de i ra s e n e xt i nc i ón
uma amn ésia com gosto de mulher una a mne si a c on gust o de muje r
de quem eram os corp os? ¿de q ui é n e ra n l os c ue rpos?
de quem somos a memória? ¿de q ui é n somos l a me mori a ?

ten tei vomitar i nt e nt é v omi t a r


mas faltou con vicção pe ro fa l t ó c onv i c c i ón
até p ra in digestão é p reciso hab ilidade ha st a pa ra l a i ndi ge st i ón se ne c e si t a d estr eza
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 19. FEBRE D ÍA 19. FIEBRE

carn e viva c a rne v i v a


em terra quen te e n t i e rra c a l i e nt e
carn e quen te c a rne c a l i e nt e
en terrada viva e nt e rra da v i v a

an tígon a ao con trário a nt í gona a l c ont ra ri o

de cada desap arecida de c a da de sa pa re c i da


desen terrar de se nt e rra r
os ossos l os hue sos
o n ome e l nombre
o algoz e l v e rdugo
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 20. FADIGA D ÍA 20 . FATIGA

soz in ha sol i t a
p en élop e desfia pe né l ope de shi l a
desafia de sa fí a
(ab utres, o filho, a multidão) ( bui t re s, e l hi jo, l a mul t i t ud)

mas os deuses ap laudem ulisses pe ro l os di ose s a pl a ude n a ul i se s


1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 21. VERTIGEM D ÍA 21. VÉRTIGO

do p lan alto de sde a rri ba


ariadn e ob serva a ri a dna obse rv a
os lab irin tos l os l a be ri nt os
min otauros mi not a uros
se p erde se pi e rde
uma lin ha reta vira n ovelo una l í ne a re c t a se ov i l l a
a tragédia-n ovela l a t ra ge di a -nov e l a
CAPITULO 4 _ CORTE
CAPÍTULO 4 _ CORTE
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

PÍLULA 1 (DIA 1º DE SETEMBRO) P ASTIL L A 1 (D ÍA 1º D E SEP TIEMBRE)

“E st uda nt e pe rde a v i sã o a pós se r fe ri da E st ud i a n t e p i e rd e la v i si ón t ra s se r h er i d a en


e m prot e st o c ont ra i mpe a c hme nt ” m a n i fe st a c i ón c on t ra e l i m p eac h m en t
( O E st a do de S . P a ul o) ( O E st a d o d e S . P au l o )

“B ra si l v e nc e o E q ua dor na e st re i a de B ra si l v e n c e a E c ua d or e n e l d e b ut d e T i te en
T i t e na e l i mi na t óri a da C opa ” la s E li m i n a t ori a s p a ra el M u n d i al
( J orna l Na c i ona l ) ( J orn a l N ac i o n al )

com uma lin ha reta é p ossível c on una l í ne a re c t a e s posi bl e


p rojetar edifícios, a malha urb an a ferroviária proy e c t a r e di fi c i os, l a re d fe rrov i a ri a ur ban a
calcular a distância entre um ponto A e um ponto B c a l c ul a r l a di st a nc i a e nt re un punt o A y un pun to B

mas defin itivamen te n ão é p ossível pe ro de fi ni t i v a me nt e no e s posi bl e


desen har a história di buja r l a hi st ori a
essa é esp iral fora de ordem e sa e s e spi ra l fue ra de orde n
in versão de cron ologia i nv e rsi ón de c ronol ogí a
se p ergun ta nos pre gunt a mos
quan do surgiu a democracia? ¿c uá ndo surgi ó l a de moc ra c i a ?

foi b rin cadeira fue un jue go


len ga-len ga fá bul a
in fân cia café com leite i nfa nc i a de c a fé c on l e c he
min as-são p aulo min as-são p aulo  mi na s-sa n pa bl o mi na s-sa n pa bl o
min as exp lodem em são p aulo mi na s e xpl ot a n e n sa n pa bl o
em b eb ê-jovem-jorn alista-gás-p ra-todo-lado e n be bé -jov e n-pe ri odi st a -ga s-por-t odo s-lado s
(a n ação do futuro p reso ao p assado) ( l a na c i ón de l fut uro pre so a l pa sa do)
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

n o ho r i zo nte en el h ori z on te
a l i n ha r eta a pa g a d a la l í n ea rec ta b orra d a
n o s s a t er r a n u es tra ti erra
c o m b a l a a li nh a v a d a c on b a l a h i l v a n a d a

a b a l a n a a g u lh a la b a la en la a g u j a
a gu l ha n a li nh a a g u j a en l a l í n ea
s em p r e r et a s i emp re rec ta
a l c a n ç a a me ta a lc a n z a l a meta
m et r a l ha do r a a metra ll a d ora
no tórax en el tóra x
qu e n ã o é a lv o q u e n o es b la n c o
s et a f lec h a
c er t a a r es po sta c orrec ta la res p u esta

go l p e é n o ssa m a r ca d e na sce nça g olp e es n u es tra ma rc a d e n a c i mi en to


c o r di a l i da d e é f o lclo r e la c ord i a l i d a d es f olc l ore
n o s s a t r a di çã o se m pr e f o i d e v i o lê nci a n u es tra tra d i c i ón s i emp re f u e v i olen c i a
e r evi de y rev a n c h a
à -m ã o -a r m a d a - i nsu r g ê nci a a - ma n o- a rma d a - i n s u rg en c i a
qu e p a z n ã o tr a z ju sti ça q u e la p a z n o h a c e j u sti c i a
qu a n do a t o g a ch e i r a à ca r ni ça c u a n d o l a b a la n z a h i ed e a c a rn i z a
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

PÍLULA 2 (DIA 13 DE MARÇO DE 2015) P ASTIL L A 2 (D ÍA 13 D E MARZO D E 201 5 )

“M a i or ma ni fe st a ç ã o da hi st óri a do P a í s L a m a yor m a n i fe st a c i ón d e la h i st ori a d el p aí s


a ume nt a pre ssã o por sa í da de Di l ma ” a um e n t a la p re si ón p or la sa li d a d e Di l m a
( O E st a do de S . P a ul o) ( O E st a d o d e S . P au l o )

“P i t bul l gi ga nt e de um a no e me i o pe sa Pi t b ull g i g a n t e d e un a ñ o y m e d i o p es a 7 9 k g
7 9k g e c ont i nua c re sc e ndo” y c on t i n úa c r ec i en d o
( G 1.gl obo) (G 1 . g l o b o )

eram temp os de muito ódio e ferrugem an tiga e ra n t i e mpos de muc ho odi o y he rrum br es an tiguas
eram temp os de muito grito e p ouca voz e ra n t i e mpos de muc ho gri t o y poc a v o z
eram temp os de ritalin a amn ésia e asp irin a e ra n t i e mpos de ri t a l i na a mne si a y a s pir in a

eram tempos de roleta-russa, guerra fria requentada e ra n t i e mpos de rul e t a -rusa , gue rra fr ía r ecalen tada
como se miami fosse terra p rometida c omo si mi a mi fue ra t i e rra prome t i da
e cub a a p raga in festada y c uba l a pl a ga i nfe c t a da

eram temp os rep etidos e ra n t i e mpos re pe t i dos


a história como farsa l a hi st ori a c omo fa rsa
a história como força  l a hi st ori a c omo fue rza
a história como falsa l a hi st ori a c omo fa l sa
a história como forca l a hi st ori a c omo fobi a
estouro com foice e faca e st a l l i dos c on hoc e s y fa c a s
e con tin uo n essa jorn ada y c ont i núo e n e st a jorna da
sem ren ún cia p eran te a b arb árie si n re nunc i a a nt e l a ba rba ri e
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

en t en da en ten d é se for p reciso teremos guerra si e s ne c e sa ri o ha brá gue rra


s u a p a n el a d e te f lo n nã o co nh e ce a f o m e tu c a c erol a d e tef lón n o c on oc e el h a mb re ressuscitaremos marighella re suc i t a re mos a ma ri ghe l l a
s eu m i l a gr e f a z cr e sce r o b o lo , s u mi l a g ro l ev a l a torta , uma só con duta una úni c a c onduc t a
[ m a s nã o m u lti pli ca o s pã es [ p ero n o mu lti p l i c a l os p a n es mesmo com golp e i nc l uso c on gol pe
vo c ê q u er ta nto m e lh o r a r o b % @ sI ti o u sted q u i ere ta n to mej ora r el b %@ s I vai ter luta ha brá l uc ha
m a s q u e hum a ni d a d e se co nstr ó i p ero ¿ q u é h u ma n i d a d se c on s tru y e
[ na m i r a d e u m fuzil? [ c on mi ra s a l f u s i l?

c o n t r a di ç ã o ta m a nh a c on tra d i c c i ón ta ma ñ a
s ó vi n a a l e m a nh a s olo v i en a l ema n i a
a n t r o de b e ste i r a a n tro d e b es ti a l i d a d
ver s ã o a t ua li z a d a v ers i ón a c tu a li z a d a
do en s a i o d a ce g u e i r a o en sa y o sob re l a c eg u era

qu e ven ha m o s to u r o s f u r i o so s q u e v en g a n los toros f u ri osos


continuarei erguendo minha bandeira vermelha c on ti n u a ré l ev a n ta n d o mi roj a b a n d era
p o r q u e m e u sa ng u e é r u b r o p orq u e mi sa n g re es rú b ea
(n ã o a zu l ) ( n o a z u l)
m u i t o m en o s a m a r e lo mu c h o men os a ma ri ll a
p o de s e p inta r d e v e r d e p u ed e p i n ta rs e d e v erd e
es s e n a c i o na li sm o e u nã o q u e r o ese n a c i on a li smo n o se q u i ere

i s s o é m a i s q u e to m a r pa r ti d o má s q u e toma r p a rti d o
é tomar coragem esto es toma r c ora j e
de en fr en ta r a cr u z e a b a la p a ra en f ren ta r c ru c es y b a l a s
da s u a b a nca d a m i li o ná r i a d e su b a n c a mi l l on a ri a
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

PÍLULA 3 (DIA 18 DE ABRIL DE 2016) P ASTIL L A 3 (D ÍA 18 D E ABRIL D E 2016)

“No di a se gui nt e à a prov a ç ã o do A l d í a si g ui e n t e d e la a p rob ac i ó n d el


i mpe a c hme nt , Di l ma se di z i njust i ç a da ” i m p e a c h m e n t , D i lm a se c on si d e ra i n j u s ti c i ad a
( J orna l Na c i ona l ) ( J orn a l N ac i o n al )

“T e mpora da de 2016 da Fórmul a 1 e st á c om T e m p ora d a 2 016 d e la F órm ula 1 , c o n u n


núme ro a l t í ssi mo de ul t ra pa ssa ge ns” n úm e ro a lt í si m o de ex c es o s
( J orna l Na c i ona l ) ( J orn a l N ac i o n al )

n ão p elos filhos de registro sem p ai no por l os hi jos de re gi st ro si n pa dre


n em p elos ais das filhas sem p az ni por l os a y de l a s hi ja s si n pa z
n em p elas p ás ni por l a s pa l a s
que cedo en terram q ue t e mpra no e nt i e rra n
crian ças sem-terra i nfa nc i a s si n t i e rra
vítimas de guerra v í c t i ma s de gue rra
mas p ela min ha família  si no por mi fa mi l i a
modelo triun fan te mode l o t ri unfa nt e
p ai, mãe, filhos (e aman te) pa dre , ma dre , hi jos ( y a ma nt e )

n ão p elo avan te no por e l a de l a nt o


das sociais melhorias de soc i a l e s me jorí a s
do voto da maioria de l v ot o de l a ma y orí a
mas p elo meu eleitorado si no por mi e l e c t ora do
p elas emp reiteiras fin an ciado por l a s c onst ruc t ora s fi na nc i a do
que tran sformam o p úb lico q ue t ra nsforma n l o públ i c o
em in teresse p rivado e n i nt e ré s pri v a do
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

n ã o p o r el d o u r a d o ( e l d o r a d o o u e ld o r a do ? ) n o p or el d ora d o
p el o m a s s a cr e d o s r i b e i r i nh o s p or l a ma sa c re d e ri b ei ri n h os
p o r c a n u do s o u ca r a já s p or c a n u d os o c a ra j á s
p el o fi m da v i o lê nci a p or el f i n d e la v i olen c i a
(s a i p o l í c ia m i li ta r ) ( f i n d e la p oli c í a mi l i ta r)
m a s p o r de u s p ero p or d i os
o b r a n c o d e lo ng a s ba r ba s el b la n c o d e la rg a s b a rb a s
qu e i n ves te d i nh e i r o e u sa f a r d a q u e i n v i erte d i n ero y u s a u n i f orme
p el a m i n ha e spo sa ca v i a r p or mi es p osa c a v i a r
b el a , r ec a t a d a e d ó la r b ell a , rec a ta d a y d ól a r

n ã o p el o fi m d a m i sé r i a n o p or el f i n d e la mi seri a
qu a l q u er pr o po sta sé r i a c u a l q u i er p rop u esta s eri a
p el a s ér i e d e ch a ci na s e r e pr e ssã o p or l a seri e d e ma ta n z a s y rep res i ón
p el o s i n dí g e na s p or l os i n d í g en a s
vi da s m a i s d i g na s v i d a s má s d i g n a s
não no
p el a s m i n h a s i nsí g ni a s p or mi s i n si g n i a s
p el o m eu p o v o p or mi p u eb l o
c o m o s e fo sse m r e i s c omo s i f u era n rey es
a r m a do s d e co r v o a rma d os d e p u ñ a l

(m a s n ã o e ng r o ssa m o s e sse m o lh o ( p ero n o en g ord a mos esa sa l sa


r es i s t ên c i a se m m e d o resi sten c i a si n mi ed o
s o m o s a hi stó r i a à co ntr a pe lo ) s omos la h i stori a a c on tra p el o)
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

PÍLULA 4 (DIA 04 DE FEVEREIRO DE 2017) P ASTIL L A 4 (D ÍA 4 D E FEBRERO D E 2 0 1 7)

“Dona M a ri sa , e x-pri me i ra da ma , L a Sra . Ma ri sa , e x p ri m er a d am a,


morre e m S P ” m ue re e n S an P ab l o
( G 1.gl obo) (G 1 . g l o b o )

“E st i l o de v i da q ue v a l ori za a c onc he go e E st i lo d e v i d a que p ri ori za c omo d i d ad y


si mpl i c i da de é moda no R e i no Uni do” si m p li c i d a d e st á d e m od a e n R ei n o U n i d o
( J orna l H oje ) ( J or n al H o j e)

desde o começo foi uma questão de grafia de sde e l c omi e nzo fue c ue st i ón de gra f ía
como se a lín gua c omo si l a l e ngua
my motherlan d is my ton gue my mot he rl a nd i s my t ongue
n ão sup ortasse a in versão vocálica no soport a ra l a i nv e rsi ón v oc á l i c a
o toque suave n o p alato mole e l t oq ue sua v e e n e l pa l a da r bl a ndo
o desliz ar triste p or en tre den tes e l de sl i za r t ri st e e nt re l os di e nt e s
da letra “a” l a l e t ra “a ”
sorry sorry
/ ei/ /e i /

desde o começo foi uma questão de falar correto de sde e l c omi e nzo fue c ue st i ón de ha blar bien
p erfect accen t p erfect gramar pe rfe c t a c c e nt , pe rfe c t gra ma r
uma questão de w hisky – b ook on the tab le una c ue st i ón de w hi sk y – book on t he table
or vermouth carp an o p un t or v e rmout h c a rpa no punt

desde o começo foi uma questão de verb ete de sde e l c omi e nzo fue c ue st i ón de a pun te
de rigor acadêmico uma questão de classe de ri gor a c a dé mi c o una c ue st i ón de c l ase
semân tica semán tica
(of course) (o f co ur se)

after all como deixar uma mulher comandar o país After all, ¿cómo permitirle a una mujer comandar el país
se “p residen tA” n ão existe? si «pre si de nt A » no e xi st e ?
CAPÍTULO 5 _ OVULAÇÃO
CAPÍTULO 5 _ OVULACIÓN
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 26. PERÍODO FÉRTIL (2002-2013) D ÍA 26. P ERÍOD O FÉRTIL (200 2- 20 13)

mas as con tratações pe ro l a s c ont ra t a c i one s


foram mais fortes fue ron má s fue rt e s
que as con trações q ue l a s c ont ra c c i one s

do lado esquerdo de l l a do i zq ui e rdo


o ovário atrofiou se a t rofi ó e l ov a ri o
CAPÍTULO 6 _ MENSTRUAÇÃO
CAPÍTULO 6 _ MENSTRUACIÓN
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 27. SANGRIA D ÍA 27. SANGRÍA

ven tosas n a colun a verteb ral v e nt osa s e n l a c ol umna v e rt e bra l

p ara hip ócrates pa ra hi póc ra t e s


tudo era uma questão de humor t odo e ra una c ue st i ón de humor
o fígado verten do em b ile e l hí ga do t ra nsforma ndo e n bi l i s
aquilo que foi soco a q ue l l o q ue fue gol pe
que foi b aixa-a-cab eça q ue fue ba já -l a -c a be za
tan que-louça-colchão t a nq ue -v a ji l l a -c ol c hón

n ão no
n ão quero “limp ar as veias” no q ui e ro «l i mpi a r mi s v e na s»
vá emb ora com seu b istori sa l í de a c á c on e se bi st urí
luvas b ran cas cortan do o map a gua nt e s bl a nc os q ue c ort a n e l ma pa
joão b ap tista de larcerda joã o ba pt i st a de l a c e rda
con struin do a europ a aqui c onst ruy e ndo e uropa a q uí

café ouro b orracha c a fé oro c a uc ho


ciclos den tro e fora de mim c i c l os de nt ro y fue ra de mí
san guessugas de cartola in glesa sa ngui jue l a s de ga l e ra i ngl e sa
maman do-me até o fim ma má ndome ha st a e l fi n

sou a terra que ab sorve a seiva soy l a t i e rra q ue a bsorbe sa v i a


a b arragem p restes a eclodir l a re pre sa pront a pa ra e st a l l a r
SEI SANGRAR P OR M IM M ESM A S É S A NG R A R P O R M Í M I S M A
meu útero é uma b omb a mi út e ro e s bomba
e n ão p recisa de fósforo y no ne c e si t a fósforo
p ara exp lodir pa ra e xpl ot a r
1 2 3 4 5 6 7

8 9 10 11 12 13 14

15 16 17 18 19 20 21

22 23 24 25 26 27 28

DIA 28. LÚTEA D ÍA 28. L ÚTEA

ele diz que tem medo é l di c e q ue t i e ne mi e do


já eu adoro cair y o a doro c a e r
chão acolhe mais do que casa e l sue l o a bri ga má s q ue c a sa
ab ismo está den tro da gen te e l a bi smo e st á de nt ro nue st ro
só se ap ren de a an dar sol o se a pre nde a a nda r
aos trop eços a l os t ropi e zos

me sin to como uma men in a de dois an os me si e nt o c omo ne na de dos a ños


que mal p ara sob re as p ern as  q ue a pe na s se pa ra sobre l a s pi e rna s
estar de p é é resistir à gravidade e st a r de pi e e s re si st i r a l a gra v e da d
das coisas dos fatos de l a s c osa s de l os he c hos
do p róp rio p eso de l propi o pe so
 
se caiu p almares caiu b iz ân cio si c a y ó pa l ma re s c a y ó bi za nc i o
caiu a b astilha c a y ó l a ba st i l l a
p orque n ão cairia eu por q ué no ha brí a de c a e r y o
se caiu as torres gêmeas si c a y e ron l a s t orre s ge me l a s
a ditadura, o muro de b erlim l a di c t a dura e l muro de be rl í n
p orque n ão haveria de cair por q ué no ha brí a de c a e r
esse maldito sistema e st e ma l di t o si st e ma
fa r em o s   o le v a nte h a remos l a rec on s tru c c i ón
s o b r e  a s r u í na s d o v e lh o m u nd o s ob re la s ru i n a s d el v i ej o mu n d o
et er n i da de   é só pa r a o s d e u se s etern i d a d sol o p a ra los d i oses

a n o i t e p r e ci sa d e sa b a r pa r a o so l na sce r la n oc h e d eb e d es moron a rs e p a ra q u e n a z c a el sol

p a r edes   s e d e sf a z e m m ê s a m ê s p a red es se d esh a c en mes a mes


a hem o r r a g i a se to r na a lí v i o la h emorra g i a s e torn a a li v i o
e b a n dei r a y b a n d era
 
s e  m eu m u nd o ca i r s i mi mu n d o c a e
fa r ei u m a f e sta h a ré u n a f i esta
s e m eu m u nd o ca i r s i mi mu n d o c a e
é s i n a l da r e v o lu çã o  s erá señ a l d e la rev ol u c i ón

en t ã o en ton c es
qu a n do vi r e s m e u co nto r no c u a n d o v ea n mi si l u eta
es t en di do no ch ã o  exten d i d a en el su el o
c o m em o r em f estej en

n o s s a u t o p i a nã o é m a i s f i cçã o  n u es tra u top í a y a n o es f i c c i ón


San gria tamb ém se torn ou uma série de vídeo-arte. S a ngri a t a mbi é n se c onv i rt i ó e n se ri e d e video -ar te.
Os 28 p oemas foram musicados p or Vân ia Orn elas V â ni a O rne l a s ( e n e l ba jo) y J uba C a rvalho (en la
(b aixo) e Jub a C arvalho (p ercussão), com direção pe rc usi ón) musi c a l i za ron l os v e i nt i o cho po emas,
musical de Tomás Bastos e mixagem de Remi C hatain ; c on l a di re c c i ón musi c a l de T omá s B a sto s y mezclas
p ara cada p oema, uma artista-mulher foi con vidada de R e mi C ha t a i n. S e i nv i t ó a una mujer ar tista
a p erformar. A direção de vídeo ficou a cargo de pa ra pe rforma r c a da poe ma . La di re c ció n de video
Sérgio Silva e as filmagen s foram realiz adas p or ele, e st uv o a c a rgo de S é rgi o S i l v a , q ui e n t ambién r ealizó
Joyce P rado, Y ve Louise, M el C oelho, M ilen a C orrea l a s fi l ma c i one s junt o a J oy c e P ra do, Yve L o uise,
e Ren ata de Oliveira Armelin . A edição foi feita M e l C oe l ho, M i l e na C orre a y R e na t a de O l i veir a Ar melin .
p or M ilen a C orrea; a an imação p or Raissa San tan a M i l e na C orre a re a l i zó l a e di c i ón; R a issa San tan a,
e a cap tação de som p or Remi e M an a M aia. A direção l a e di c i ón y l a c a pt ura de soni do, Remi Chatain
e p rodução do p rojeto é de Luiz a Romão. y M a na M a i a . Lui za R omã o di ri ge y produce el pr o yecto .

E n tre as artistas con vidadas estão: C armem E nt re l a s a rt i st a s i nv i t a da s fi gura n C ar mem L azar i,


Laz ari, C arolin a Teixeira (Itz á), E rika M ota, C a rol i na T e i xe i ra ( I t zá ) , E ri k a M ota, Fer n an da
F ern an da Bran dão, Hélio Toste, In ayara Samuel, B ra ndã o, H é l i o T ost e , I na y a ra S a mue l , Isado r a Títto ,
Isadora Títto, Júlia Barn ab é, Lais Oliveira, Lilith J úl i a B a rna bé , La i s O l i v e i ra , Li l i t h Passo s, L ua
P assos, Lua Lucas, É rika Griz en di, Erika M ota, Luc a s, É ri k a G ri ze ndi , E ri k a M ot a , M a na Maia, Mar ia
M an a M aia, M aria E duarda M achado, M ayra E dua rda M a c ha do, M a y ra C oe l ho, M e l Co elho , Klar ah
C oelho, M el C oelho, Klarah Lob ato, Nathália Loba t o, Na t há l i a B oni l ha , Na t ha l i a Fon seca Fr eitas,
Bon ilha, Nathalia F on seca F reitas, P aloma F ran ca P a l oma Fra nc a A mori m, P a l oma ri s M athias, Raquel
Amorim, P alomaris M athias, Raquel P arras, Ren ata P a rra s, R e na t a A rme l i n, R e na t a P ra do, Shan awaar a,
Armelin , Ren ata P rado, Shan aw aara, Nara Zocher, Na ra Z oc he r, S i l v a na M a rt i ns C ost a , T atilen e San to s,
Silvan a M artin s C osta, Tatilen e San tos, Thais Leitte, T ha i s Le i t t e , V â ni a O rne l a s y V i v i an e Almeida.
Vân ia Orn elas, Vivian e Almeida. E sse p rojeto n ão E st e proy e c t o no se rí a posi bl e si n e l a poyo de Co letivo
seria p ossível sem o ap oio do C oletivo D igital, Di gi t a l , de S i m E sc ol a de M úsi c a y de R úst ica Pr o duçõ es.
da Sim Escola de M úsica, e da Rústica P roduções.

Luiz a Romão é p oeta, atriz e slammer. Nasceu Lui za R omã o e s poe t a , a c t ri z y sl a mme r. Nació en 1 992
em 19 9 2, em Rib eirão P reto, e mora em São e n R i be i rã o P re t o. V i v e e n S a n P a bl o de sde lo s diecisiete
P aulo desde os dez essete. E m 201 4, p ub licou a ños. E n 2014 publ i c ó su pri me r l i bro, C oq uetel Mo to lo ve.
seu p rimeiro livro, C oquetel M otolove. E s l e oni na e hi nc ha i mpl a c a bl e de l P a l me i ras.
É leon in a e p almeiren se con victa. C ont a c t o: l ui za roma o8 @ gma i l .c om
C on tato: luiz aromao8 @gmail.com
sangria foi composto em bodoni 72 oldstyle 10,
e impresso na gráfica psi7 em julho de 2017
em papel pólen 90g/m 2 para o selo do burro.

Você também pode gostar