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ALFABETIZAÇÃO E MÚLTIPLAS

LINGUAGENS

Com Fernanda Marucci


SUMÁRIO

SOBRE O CURSO 3

PROFESSOR DO CURSO 4

AULA 1, PARTE 1 5

AULA 1, PARTE 2 9

AULA 1, PARTE 3 14

AULA 2, PARTE 1 17

AULA 2, PARTE 2 18

AULA 2, PARTE 3 24

AULA 3, PARTE 1 27

AULA 3, PARTE 2 31

AULA 3, PARTE 3 35

2
SOBRE O CURSO

O QUE SERÁ ABORDADO N AS AUL AS?


Desenvolv imento integral d a c r ia n ç a : a a b o rda g em da a lf a b et iz a ç ã o na
linguagem oral, contação de his tó r ia , lin g u a g em a u diovis u a l e a r t es vi suai s;
a linguagem verbal e não verba l n a edu c a ç ã o b á s ic a ; jo g o s e b r in c a dei ras
voltados à alfabetização; com u n ic a ç ã o e ex p res s ã o .

O QUE CONSTA NESTE E BOOK?

Neste material, você tem uma lin h a do t em p o c o m o s p r in c ip a is


acontecimentos d as videoaulas , c o m o f ra s es im p a c t a n t es do s p ro fessores,
conceitos impor tantes do merc a do , in dic a ç õ es de f ilm es e livro s , en t re
outros.

3
PROFESSOR DO CURSO

FERNANDA MARUCCI

MESTRA EM EDUCAÇÃO E SAÚDE E


DOUTORA EM CIÊNCIAS.

Graduad a em Pedagogia p ela Un iver s ida de Federa l de Sã o Paul o


(UNIFESP) (2013). Mestra em Edu c a ç ã o e Sa ú de p ela UN IFE SP. Do utora em
Ciências pela UNIFESP, com p er í o do de s a n du í c h e n a Un iver s it é Sorbonne
Nouvelle (Paris III). Tem ex p er iên c ia n a á rea de Edu c a ç ã o , a t u ando
principalmente nos seguintes t em a s : Edu c a ç ã o , Alf a b et iz a ç ã o de cri anças,
jovens e ad ultos, Ensino d e L í n g u a Po r t u g u es a , M eto do lo g ia do ensi no de
ciências e Educação d e J oven s e Adu lto s . Do c en t e do c u r s o de Pe dagogi a
da Universidade d e Guarulh o s , Co o rden a do ra E N ADE da Un iver s idade de
Guarulhos e Med iad ora d e Dis c ip lin a n o Pro jeto UBÍQ UA do Gr u po Ser
Edu c a c io n a l.

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AULA 1, PARTE 1
Fernanda Marucci

PANORAMA

Nesta primeira aula, a professo ra Fer n a n da M a r u c c i t ra ç a u m a lin h a


histórica dos processos d e alf a b et iz a ç ã o n o Bra s il, a p res en t a n do
os principais métod os utilizad o s n o p a í s des de o in í c io da
institucion alização da ed ucação . E la p er p a s s a p elo s m éto do s dito s
tradicionais de alfabetização, o s s in t ét ic o s e o s a n a lí t ic o s , p a ra , dep oi s,
caracterizar os quad ros teórico s do c o n s t r u t ivis m o , do in t era c io n is m o
e dos estudos de letramento, qu e p a s s a ra m a do m in a r o p en s a m en to
pedagógico brasileiro a par tir da déc a da de 1 9 8 0 , p er í o do c o n h ec ido
como desmetodização do ensin o n o p a í s .

Alfabetização no Brasil 02:38

A professora Fernanda Marucc i a rg u m en t a s o b re a im p o r t â n c ia de


estudar o passado dos process o s de a lf a b et iz a ç ã o p a ra c o m p reen de r os
fenômenos d o presente. Ela e x p lic a q u e, n o Bra s il, o a n a lf a b et is m o d a
população só passa a ser visto c o m o u m p ro b lem a n o f in a l do Im p ér i o. Foi
nessa época que os métodos de a lf a b et iz a ç ã o f o ra m c r ia do s e g a n h aram
impor tância, a par tir d a ascens ã o s o c ia l q u e s e a t relo u à a lf a b et iz a ção e
da institucionalização d o ensin o , da es c o la r iz a ç ã o . Cit a n do M a g da Soares,
ela afirma que os métod os de a lf a b et iz a ç ã o s em p re f o ra m u m a q u estão
para o sistema de ensino bras ileiro , s eja c o m o u m a dif ic u lda de a s er
superada, seja como um ponto de dis p u t a en t re t ra dic io n a is e in ova d ores.

5
Nós precisamos acessar o passado para entender o que
acontece nos dias de hoje.
- Fernanda Marucci

Luiz Carlos Cagliari


Doutor em lin g u í s t ic a p ela Un iver s ida de de
Ed imbu rg o e p ro fes s o r da Un iver s ida de E s t a dual
Paulista . Ca g lia r i é u m do s lin g u is t a s b ra s ileiros
mais cit a do s e rec o n h ec ido p o r s eu s t ra b a lh o s sobre
alfabetiz a ç ã o , f o n ét ic a , f o n o lo g ia e o r to g ra f ia .

Os métodos [de alfabetização] surgem a partir da


necessidade de se alfabetizar todas as pessoas de uma
só vez.

Magda Soares
Graduada em L et ra s , do u to ra e livre- do c en t e e m
Ed ucaçã o , M a g da é p es q u is a do ra do Cen t ro de
Alfabet iz a ç ã o , L eit u ra e E s c r it a ( Cea le) da Fa c ul dade
de Educa ç ã o da Un iver s ida de Federa l de M in a s
Gerais ( UFM G) e p ro fes s o ra t it u la r em ér it a n a mesma
instituiç ã o .

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Métodos sintéticos de alfabetização 10:50

Baseada nos estudos de Isabel Fra de, Fer n a n da M a r u c c i c a ra c t er iz a


um método de alfabetização c o m o u m c o n ju n to de p r in c í p io s t eó r ic os-
procedimentais que organizam o t ra b a lh o p eda g ó g ic o em to r n o da
alfabetização, nem sempre vin c u la do a u m a t eo r ia ex p lí c it a o u ú n ic a , ou,
ainda, um conjunto de sabere s p rá t ic o s o u de p r in c í p io s o rg a n iz a do res
do processo d e alfabetização , ( re)c r ia do s p ela p ro fes s o ra em s u a p ráti ca
pedagógica. Em seguida, ela d iferen c ia m éto do s s in t ét ic o s de m éto dos
analíticos e apresenta e come n t a c a da u m do s m éto do s s in t ét ic o s — o
alfabético, o silábico e o fônico — da n do exem p lo s de s u a s c o n c ret izações
no sistema de ensino brasileiro .

Isabel Cristina Alves da Silva


Frade
Ped agog a , m es t ra e do u to ra em Edu c a ç ã o p ela
Univers ida de Federa l de M in a s Gera is ( UFM G).
Profess o ra t it u la r da FAE / UFM G, a t u a n do n a Pós-
Graduaç ã o . Ta m b ém é p es q u is a do ra do Cen t ro de
Alfabetiz a ç ã o , L eit u ra e E s c r it a da FAE /UFM G (Ceal e) .
Tem exp er iên c ia n a á rea de Edu c a ç ã o , c o m ên fase
em Ed u c a ç ã o e L in g u a g em , a t u a n do p r in c ip a lmente
nos seg u in t es t em a s : a lf a b et iz a ç ã o , h is tó r ia da
alfabeti z a ç ã o e da s c a r t ilh a s , h is tó r ia da c u lt u ra
escrita, let ra m en to , c u lt u ra es c r it a , a lf a b et iz a ção e
letramen to dig it a l.

Os métodos sintéticos são considerados como os


primeiros métodos que surgiram, então, são os métodos
mais antigos.

Os métodos sintéticos vão da parte para o todo; das


unidades menores para chegar às unidades maiores.

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Quando a gente fala, por exemplo, da relação grafofônica,
nós estamos falando da relação grafema e fonema, que é a
letra com o som.

A escrita, nos métodos de marcha sintética, é vista como


um código. Esse código, como qualquer outro, precisa ser
decifrado.

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AULA 1, PARTE 2
Fernanda Marucci

Métodos analíticos de alfabetização 00:05

Fernanda apresenta pormenoriz a da m en t e o s m éto do s a n a lí t ic o s —


palavração/sentenciação e glo b a l de c o n to s — e s u a s c o n c ret iz a ç õ es.
Na sequência, ela d estaca que o s m éto do s s in t ét ic o s e a n a lí t ic o s s ã o
distintos na forma de conduzir a a lf a b et iz a ç ã o , p o rém , m u ito p róx im os em
suas estruturas mecânicas, q u e n ã o es t im u la m a ref lex ã o s o b re a lí ngua
e igualme nte centram na leitura e n a es c r it a , n ã o des en vo lven do o u t ras
linguagen s.

O movimento [nos métodos analíticos] é contrário ao dos


métodos sintéticos, aqui eu vou do todo para as partes.

Ao contrário dos métodos sintéticos, eu tenho uma


prioridade aqui [nos métodos analíticos], que é a
compreensão.

Aqui [nos métodos analíticos] o significado é mais


importante do que o código a ser decifrado, como vimos
nos métodos sintéticos.

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Tudo é mecânico nos métodos de alfabetização.

Os métodos tradicionais, tanto os de marcha analítica


quanto os de marcha sintética, buscam duas coisas: a
leitura e a escrita.

Nem tão diferentes assim 08:54

Fernanda retoma que, mesmo s en do diferen t es n o m o do de en s in a r a


leitura e a escrita, os métod os s in t ét ic o s e a n a lí t ic o s p o s s u em p a drões
comuns n a metodologia d e en s in o , s em p re da s vo g a is p a ra a s c o n s oantes
e, dessas, para unid ades d e leit u ra e es c r it a m a is c o m p lex a s . Além
disso, o ensino moral estava s em p re im p lí c ito em a m b o s o s m éto do s.
A professora propõe um exerc í c io de p en s a r n a p ró p r ia ex p er iên c ia de
alfabetização para refletir sob re o s c r it ér io s do q u e é o u n ã o p er t in ente na
alfabetização d e crianças.

Os textos [das cartilhas] queriam ensinar alguma coisa


para as crianças. Mas ensinar o que? Uma moral, como a
criança deveria se comportar em sociedade.

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Muitas vezes, quando estamos alfabetizando as crianças,
esquecemos de pensar como foi o nosso próprio processo.

Desmetodização do ensino 13:58

A professora Fernand a conta q u e, a p a r t ir da déc a da de 1 9 8 0 , c o m a


chegada d e novos grupos socia is à s es c o la s , c res c e u m dia g n ó s t ic o de
ineficiência dos métod os trad ic io n a is . Ao m es m o t em p o , es t u do s de novos
quadros teóricos chegavam ao Bra s il, c a u s a n do a r u p t u ra c o m o s m é todos
sintéticos e analíticos d e alfab et iz a ç ã o . E s s es n ovo s q u a dro s t eó r ic os
eram o construtivismo, o intera c io n is m o e o s es t u do s de let ra m en to . El es
coexistiam no sistema d e ensin o b ra s ileiro . E m c o m u m , eles p o s s u í am a
preocupação com o uso socia l da lí n g u a .

O grande destaque desses outros estudos que nós tivemos


foi justamente o construtivismo, que, durante muito tempo,
foi sendo trabalhado nas escolas.

Emilia Ferreiro
Psicólo g a e p eda g o g a a rg en t in a rec o n h ec ida
interna c io n a lm en t e p o r s u a s c o n t r ib u iç õ es à t e ori a
da alfab et iz a ç ã o . Do u to ra p ela Un iver s ida de de
Genebra , n a Su iç a , E m ilia f o i a lu n a de Jea n Piaget.
Radicad a n o M éx ic o , é Pro fes s o ra t it u la r do Ce ntro
de Inve s t ig a ç ã o e E s t u do s Ava n ç a do s do In s t ituto
Politécn ic o N a c io n a l, n a Cida de do M éx ic o .

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A novidade desses quadros teóricos que temos é
justamente voltar a alfabetização para esses usos sociais
da língua.

O construtivismo 20:27

Fernanda apresenta as principa is c a ra c t er í s t ic a s do c o n s t r u t ivis m o e


sua organização pedagógica pa ra a a lf a b et iz a ç ã o . E la ex p lic a q u e o
construtivismo é uma teoria ps ic o ló g ic a des en vo lvida p o r E m ilia Fer rei ro
e Ana Teberosky, que foi aplic a da p a ra c o m p reen der c o m o f u n c io n ava o
processo d e aquisição d a escr it a p ela s c r ia n ç a s . N ela , o f o c o deix a de
ser o ensino e as ações da pro fes s o ra e p a s s a a s er a a p ren diz a g em e as
ações das crianças. O erro pas s a a s er en t en dido c o m o p a r t e do p ro cesso
de aprend izagem e a criança p a s s a a s er p ro t a g o n is t a do m es m o ,
construindo conhecimentos de f o r m a es p o n t â n ea em in t era ç ã o c o m a
escrita e recebend o informaçõ es s o b re o s eu f u n c io n a m en to .

Eu não consigo falar de alfabetização se eu não me


preocupar com a criança, e não só com o professor.

A gente sempre percebe que o erro é importante. Eu não


consigo superar uma aprendizagem se eu não erro.

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Nós vivemos em uma sociedade grafocêntrica.

O construtivismo busca entender, saber quais são os


conhecimentos prévios das crianças.
AULA 1, PARTE 3
Fernanda Marucci

Hipóteses construtivistas 00:04

A professora Fernand a Maruc c i dá exem p lo s de dia g n ó s t ic o s in ic ia is


de alfabetização segund o o co n s t r u t ivis m o . As h ip ó t es es o u et a p a s da
aprendizagem são: a pré-silábic a , a s ilá b ic a ( c o m e s em va lo r s o n o ro) , a
silábica-alfabética e a alfabét ic a . Fer n a n da des c reve a s c a ra c t er í s t icas de
cada uma d elas.

O pré-silábico é aquela criança que acha que a escrita vai


dar nome às coisas.

Sempre perguntar para ela [a criança] o que está


escrevendo ou dar as palavras para que ela escreva.

As crianças são silábicas, então, já entendem que a


escrita vai representar a fala, só que elas não sabem ainda
exatamente como representar isso.

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Na hipótese silábica-alfabética, a criança já está
praticamente alfabética, está muito próxima de
compreender o sistema de escrita alfabético.

Na hipótese alfabética, a criança já sabe que a escrita vai


representar a pauta sonora, então, já sabe que as letras
vão representar os sons.

Nem é a nossa intenção que os estudantes saiam


da hipótese alfabética já sabendo todas as regras
ortográficas, até porque temos muitas regras ortográficas
e é no uso que vamos aprendendo.

Interacionismo e letramento 13:23

Da mesma forma que fez com o c o n s t r u t ivis m o , Fer n a n da a p res en t a e


comenta o interacionismo, tam b ém c h a m a do de s o c io in t era c io n is m o,
e os estudos de letramento. O in t era c io n is m o é a lin h a t eó r ic a n a qu al
a aprendizagem se d á pela int era ç ã o , p ela s t ro c a s lin g u í s t ic a s en t re os
sujeitos ou com o meio. A apren diz a g em n o in t era c io n is m o dep en derá da
situação ou contexto em que o c o r re, do s o b jet ivo s e/o u in t en ç õ es do uso
da língua, d as motivações ou em o ç õ es do s a g en t es e do g ên ero lin g uísti co
mobilizado. J á o letramento, s e b a s eia n o q u e a s p es s o a s f a zem c o m
a escrita. Segund o esse quadro t eó r ic o , s er a lf a b et iz a do é diferen t e de
ser letrado. Ser letrad o é intera g ir s o c ia lm en t e de q u a lq u er f o r m a c o m a
linguagem escrita.

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Interacionismo vem da palavra interação, então, a
aprendizagem se dá pelas trocas, pela nossa interação
com o outro.

As crianças nunca vão aprender da mesma forma, porque


as histórias de vida são completamente diferentes.

O letramento busca justamente entender o que as pessoas


fazem com a escrita.

Brian Street
As pesq u is a s do p ro fes s o r e a n t ro p ó lo g o b r it âni co
Brian St reet s o b re let ra m en to p ro c u ra ra m deb ater
a prátic a de a lf a b et iz a ç ã o e, p r in c ip a lm en t e, a s
diversa s p rá t ic a s s o c ia is da es c r it a . Fa lec ido e m
2017, S t reet t ra b a lh o u n a Kin g 's Co lleg e de L ondres
e é reco n h ec ido c o m o u m do s p r in c ip a is t eó r icos do
tema.

Eu não tenho a alfabetização mais como um pré-requisito


para participar das situações em sociedade.

Eu não preciso ser alfabetizado para participar das


práticas de leitura e de escrita, eu crio as estratégias.

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AULA 2, PARTE 1
Fernanda Marucci

PANORAMA 00:50

A aula é focada na impor tância do u s o de jo g o s edu c a t ivo s n o


processo de alfabetização, com o es t ra t ég ia s p eda g ó g ic a s c r ia t iva s e
diversificad as. Após d efinir o qu e s ã o jo g o s , a p ro fes s o ra Fer n a n da
Marucci apresenta tipos de jogo s — de en redo e de reg ra s — e p a s s a
para a especificid ade dos jogos edu c a t ivo s e de a lf a b et iz a ç ã o . E la
destaca que, apesar d a sua im p o r t â n c ia , jo g o s n ã o p o dem s er a
estratégia exclusiva d a alfabetiz a ç ã o . Cr ia n ç a s b r in c a m c o m a lí n g u a
o tempo inteiro, a questão é colo c a r in t en c io n a lida de p eda g ó g ic a n a s
brincadeiras e trazê-las para den t ro da s a la de a u la . Po r f im , Fer n a n da
lista e comenta diversos exem p lo s de jo g o s de a lf a b et iz a ç ã o .

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AULA 2, PARTE 2
Douglas Roberto Kawaguchi

O que são jogos? 00:06

Fernanda ressalta como os jog o s s ã o a lia do s n a n ec es s ida de de


diversificar as ativid ades no p ro c es s o de a lf a b et iz a ç ã o . A Pro fes s o ra
define o que são jogos e explan a s o b re a s u a im p o r t â n c ia p a ra o
desenvolvimento infantil, lem b ra n do qu e, a s s im c o m o a vivên c ia da
infância é culturalmente d eter m in a da , o s jo g o s c r ia do s o u es c o lh ido s
para serem trabalhad os em sa la de a u la t a m b ém p rec is a m es t a r
contextualizad os com a cultura lo c a l.

Nós temos que, como educadores, pensarmos, o tempo


todo, como trazemos diferentes estratégias para a sala de
aula e para o ensino do sistema de escrita alfabética.

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Tecnicismo educacional
Orientação dada às escola s p elo s o rg a n is m o s o f ic ia is du ra n t e
os anos 1960, difundid a nos a n o s 1 9 7 0 e q u e p er s is t e a t é
hoje em algumas instituições e c u r s o s q u e u t iliz a m m a n u a is
didáticos com caráter for t em en t e t éc n ic o in s t r u m en t a l. Fo i
inspirad a nas teorias behavio r is t a s da a p ren diz a g em e da
abordagem sistêmica d o en s in o , q u e p reg ava m u m a p rá t ic a
pedagógica controlada e d ir ig ida p ela p ro fes s o ra , r í g ida e
passível de ser programada em s eu s m í n im o s det a lh es . N es s a
perspectiva, a autonomia e a c r ia t ivida de p eda g ó g ic a da
professora são limitadas, da n do ên f a s e à t ec n o lo g ia u t iliz a da .

O jogo funciona como estratégia desde a educação infantil


até o ensino superior, e até na pós-graduação.

O jogo tem sempre que ser considerado de acordo com o


seu contexto, com a sua realidade.

Os jogos, assim como a infância, são determinados


culturalmente.

19
Tipos de jogos 05:36

Fernanda aponta que existem do is t ip o s de jo g o s , o s de en redo e o s de


regras. Os primeiros trabalham m a is a s q u es tõ es c o g n it iva s e a fet ivas,
já os segundos trabalham a m o ra l e a s o c ia b ilida de da s c r ia n ç a s . E la
obser va que nem todos os jog o s s ã o p eda g ó g ic o s . Jo g o s p eda g ó g ic os
prescindem de objetivos peda g ó g ic o s , de in t en c io n a lida des p eda g ó gi cas.

Nós temos dois tipos de jogos: os de enredo e os


de regras.

Os jogos de faz de conta [enredo] são importantes para o


desenvolvimento cognitivo e afetivo social.

O jogo de regras tem mais a ver com o desenvolvimento


moral e social.

20
Jogo da Vida e Banco Imobiliário
São dois jogos d e tabuleiro c lá s s ic o s la n ç a do s n o Bra s il p ela
Estrela, na d écad a de 1980. O p r im eiro s im u la a t ra jetó r ia
de vida d e uma pessoa, pas s a n do p o r diver s a s s it u a ç õ es
reais, a escolha d a profissã o , a f o r m a ç ã o da f a m í lia , fér ia s e
percalços d o caminho. O s eg u n do s im u la a c o m p ra e ven da
de propried ades como bair ro , c a s a s , h o t éis e em p res a s . E m
ambos, vence quem não fo r à f a lên c ia o u o ( a ) jo g a do r ( a ) q u e
acumular mais riqueza até o f in a l da p a r t ida .

Trazemos os jogos para a sala de aula, justamente, porque


temos objetivos didáticos e pedagógicos por trás desses
jogos.

O jogo está ali para o quê? Educar de uma forma lúdica,


uma forma prazerosa, que a criança se divirta.

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Jogos educativos 18:32

A Professora Fernand a Maruc c i ex p lic a q u e jo g o s edu c a t ivo s p o dem ser


propostos pela organização p révia do a m b ien t e p o r p a r t e da p ro fes s ora
ou de forma orientad a para a a p res en t a ç ã o de o b jet ivo s e c a p a c ida des.
No primeiro caso, os(as) estuda n t es irã o ex p lo ra r m a t er ia is o u s it u a ções
livremente e, no segund o, as at ivida des s erã o m a is dir ig ida s . E m s egui da,
ela faz um novo recor te e pas s a a f a la r do s jo g o s de a lf a b et iz a ç ã o , que
são um tipo d e jogos ed ucativo s . Fer n a n da ref o rç a q u e s o m en t e jo g os
não irão alfabetizar ninguém, q u e o s jo g o s devem s er u m a en t re t a n tas
estratégias ped agógicas utiliza da s . E la t a m b ém a f ir m a q u e, m es m o no
uso dos jogos, a mediação d a p ro fes s o ra é f u n da m en t a l p a ra c o n ec t ar a
criança ao conhecimento. É prec is o eq u ilib ra r a dim en s ã o lú dic a c o m a
educativa.

Programa de Residência Pedagógica


O Programa d e Resid ência Peda g ó g ic a ( PR P) do Cu r s o de
Pedagogia d a Escola d e Fi lo s o f ia , L et ra s e Ciên c ia s Hu m a n a s
(EFLCH) d a Universid ade Federa l de Sã o Pa u lo ( UN IFE SP)
caracteriza-se como uma m o da lida de diferen c ia da de es t á g io
curricular super visionado, b a s ea da n a p a r t ic ip a ç ã o s is t em á t ic a
de grupos de estud antes em es c o la s p ú b lic a s p o r u m p er í o do
determinad o e ininterrupto de t em p o , em q u e ex p er im en t a m a
imersão no cotid iano e na s p rá t ic a s p eda g ó g ic a s n a do c ên c ia e
na gestão d e instituições de Edu c a ç ã o Bá s ic a . Pa ra s a b er m a is ,
clique aqui.

22
O jogo, apesar de importante, por si só, ele não vai ensinar
nada.

O jogo é importante, vai nos ajudar, mas também temos


que sistematizar o conhecimento depois, no pós-jogo.

23
AULA 2, PARTE 3
Fernanda Marucci

Exemplos de jogos de alfabetização 00:06

A Professora Fernand a Maruc c i a p res en t a , ex p lic a e c o m en t a a lg u n s jogos


de alfabetização, destacando o s s eu s o b jet ivo s p eda g ó g ic o s . Sã o c itados:

• Análise fonológica — o bara lh o f o n o ló g ic o ;

• Princípios do sistema alfabét ic o — o jo g o da s du a s p a lavra s , o b ingo


das letras atrapalhadas e o bara lh o f o r m a - p a lavra s ;

• Correspond ências grafofônic a s — a t r ilh a de f ig u ra s e o c a ç a - let ras.

Baralho fonológico
Com o objetivo d e exercita r a rela ç ã o en t re o g ra fem a e o
fonema, o jogo, criado pel a p ela Pro fes s o ra R o s elm a M o n t eiro ,
de Jaboatão d os Guararap es em Per n a m b u c o , leva a s c r ia n ç a s
a criarem trincas d e palav ra s q u e in ic iem o u t er m in em c o m a s
mesmas sílabas. Clique aq u i p a ra sa b er ma i s.

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Livro: Alfabetização: apropriação do
sistema de escrita alfabética
Todos os exemplos aprese n t a do s p ela Pro fes s o ra Fer n a n da
Marucci podem ser encont ra do s n o livro "Alf a b et iz a ç ã o :
apropriação d o sistema d e es c r it a a lf a b ét ic a" o rg a n iz a do p o r
Ar tur Gomes d e Morais, Elia n a Bo rg es Co r reia de Alb u q u erq u e
e Telma Ferraz Leal, do Cen t ro de E s t u do s em Edu c a ç ã o e
Linguagem (CEEL) d a Univer s ida de Federa l de Per n a m b u c o ,
publicad o em 2005, pela Au t ên t ic a edito ra . O livro es t á
disponível neste link.

Quando a gente trabalha com jogo, não só ajuda na


questão da alfabetização, mas também na questão das
regras, que a gente precisa cumprir regras.

Alternativas digitais 15:28

A Professora Fernand a segue a p res en t a n do e c o m en t a n do exem p lo s de


jogos de alfabetização, agora c o m o u s o de p la t a f o r m a s dig it a is , p a ra
aulas remotas ou síncronas, um a rea lida de edu c a c io n a l q u e s e a c en tuou
em razão d a pand emia d e covid- 1 9 . E la s u g ere a t ivida des da Pla t a f o rma
do Letramento, o uso do Jambo a rd e do s it e Ba n c o de R im a s .

25
Plataforma do Letramento
Idealizada pela Fund ação Vo lks w a g en e p elo Cen t ro de
Estudos e Pesquisas em Edu c a ç ã o , Cu lt u ra e Aç ã o Co m u n it á r ia
(Cenpec), a plataforma é um es p a ç o dig it a l p a ra ref lex ã o ,
formação, disseminação e p ro du ç ã o de c o n h ec im en to s o b re
o letramento. Desd e 2017, a Pla t a f o r m a do L et ra m en to p a s s a
a ser coordenada exclusiva m en t e p elo Cen p ec e o to do o s eu
acer vo está disponível em c en p ec .org.b r.

Jamboard
O Jamboard original é um q u a dro in t era t ivo des en vo lvido p elo
Google, como par te da famí lia G Su it e. Po rém , a a p lic a ç ã o q u e
roda no aparelho, com tod a s a s s u a s f u n c io n a lida des , t a m b ém
pode ser acessad a gratuit a m en t e c o m o u m a p lic a t ivo o u
extensão em qualquer ferra m en t a do G Su it e, t a l c o m o o Go o g le
Meet. Para saber mais ace s s e este l i n k .

Banco de rimas
Ferramenta d igital pioneira e in ova do ra n o Bra s il. Dis p õ e de
milhares de palavras rimada s c o m a p o s s ib ilida de de b u s c a p o r
rimas com filtros d iversos . N o s it e, é p o s s í vel o b t er o r ien t a ç õ es
sobre como se utilizar de r im a s em m ú s ic a s , n a lit era t u ra e
no marketing, bem como t rec h o s de c a n ç õ es , p o es ia s , livro s
e peças publicitárias para o u s u á r io s e in s p ira r. A fer ra m en t a
é direcionad a para compos ito res , m ú s ic o s , let r is t a s , p o et a s ,
escritores, professores, pu b lic it á r io s e em p reen dedo res ; m a s
pode ser desfrutad a por todo s . Ac es s e b a n c od eri ma s.c om.

26
AULA 3, PARTE 1
Fernanda Marucci

PANORAMA

Nesta terceira aula, a Professora Fer n a n da M a r u c c i a p res en t a e


comenta os d ocumentos norm a t ivo s da edu c a ç ã o b ra s ileira , o s
Parâmetros Curriculares Nacio n a is ( PCN s ) e a Ba s e N a c io n a l Co m u m
Curricular (BNCC), destacando c o m o eles p reveem a a lf a b et iz a ç ã o e o
ensino e a aprendizagem d e mú lt ip la s lin g u a g en s p a ra a lém da leit u ra e
da escrita.

O que são os PCNs? 02:03

Fernanda explica que diferent em en t e do s m éto do s t ra dic io n a is de


alfabetização, os documentos c u r r ic u la res m o der n o s p reveem o en s ino
e a aprendizagem d e d iversas lin g u a g en s , t a is c o m o a p ro du ç ã o t ex t ual
e a oralidade. Ela também inf o r m a q u e o s PCN s s ã o u m referen c ia l
de qualidad e para a ed ucação em to do o p a í s , n ã o s ã o u m m o delo
curricular homogêneo e imposit ivo , m a s , s im , u m a p ro p o s t a f lex í vel a ser
debatida e contextualizada cu lt u ra lm en t e em c a da t er r itó r io c o n f o r me as
possibilidades, as competênc ia s e a a u to n o m ia da s eq u ip es p eda g ó gi cas.
No quesito alfabetização, os P CN s f u n da m en t a m - s e n a f ilo s o f ia da
linguagem do círculo d e Bakht in , q u e a do t a u m a c o n c ep ç ã o in t era c ioni sta
e social da língua.

27
Se acreditava que as crianças só poderiam produzir textos
a partir do momento em que elas já soubessem ler de
forma autônoma.

Tudo o que nós fazemos tem linguagem.

PCN de Língua Portuguesa 07:56

A Professora Fernand a suscit a ref lexõ es a res p eito da h is to r ic ida de


do ensino de Língua Por tugue s a e de a lf a b et iz a ç ã o n o Bra s il e va i
caracterizand o a área a par tir da leit u ra de t rec h o s do PCN de L í n g u a
Por tuguesa.

PCN de Língua Portuguesa 08:16

Acesse aqui o Parâmetro Cu r r ic u la r N a c io n a l de L í n g u a


Por tuguesa para acompan h a r a s ex p lic a ç õ es e a s ref lexõ es
juntamente com a Professo ra Fer n a n da M a r u c c i.

28
As crianças não são desinformadas, elas sabem muitas
coisas,
talvez não o conhecimento que a escola espera delas, mas
elas sabem muitas coisas.

Não basta só memorizar as letras, as sílabas, as palavras,


os textos, etc., precisamos entender a escrita para o que
ela é utilizada, como ela é utilizada, em que momento ela é
utilizada.

Ampliando o olhar sobre a alfabetização 18:40

Baseada no relato histórico co n t ido n o t ex to do PCN de L í n g u a


Por tuguesa, a professora Ferna n da des t a c a c o m o o u t ra s á rea s do
conhecimento, como a psicolo g ia e a s o c io lin g u í s t ic a , c o n t r ib u í ra m
para que a metod ologia d e alf a b et iz a ç ã o s e m o der n iz a s s e n o Bra s il e
contemplasse outras habilid a des lin g u í s t ic a s p a ra a lém da leit u ra e d a
escrita.

O PCN de Língua Portuguesa está muito voltado para a


psicologia, para a sociolinguística, então, ele traz vários
outros quadros teóricos para embasar as suas ideias.

29
A escola é o lugar onde as pessoas vão para aprender a
linguagem oral e escrita.

30
AULA 3, PARTE 2
Fernanda Marucci

Língua Portuguesa na Escola 00:05

A professora Fernand a Maruc c i a p o n t a c o m o o PCN de L í n g u a Po r t u guesa


preconiza o ensino d a língua. Seg u n do o t ex to do do c u m en to , o en s ino e
a aprendizagem de Língua Por t u g u es a n a es c o la devem s er res u lt a n tes da
ar ticulação d e três variáveis: o a lu n o , a lí n g u a e o en s in o , s en do o a luno
o foco dessa triangulação. A p ro fes s o ra t em p a p el de m edia ç ã o en t re o
aluno e a linguagem e d eve en s in a r a lin g u a g em em s eu s u s o s s o c ia i s,
para que os alunos façam a ut iliz a ç ã o efet iva dela .

Tínhamos textos produzidos para a esfera escolar e,


quando a criança saía da escola, ela não conhecia nenhum
daqueles textos que circulam socialmente, porque, na
escola, ela não tinha nenhum acesso.

A criança não vai aprender simplesmente de estar imersa


em um lugar com um monte de placas com escritas, até
porque, na sociedade, ela convive com a escrita o tempo
todo, mas nem por isso ela aprende.

31
A língua não é algo sem vida, a língua é alguma coisa que a
gente usa o tempo todo e tem vida.

O que cabe à escola ensinar? 07:09

Fernanda lê e comenta o capít u lo do PCN de L í n g u a Po r t u g u es a s o b re


o que e como cabe à escola e n s in a r s o b re lin g u a g en s . So b re a f a la ,
Fernanda d estaca que é funda m en t a l en s in a r a rec o n h ec er a s va r iedades
linguísticas, evitand o preconceito s lin g u í s t ic o s . É n ec es s á r io der r u b ar
o mito de que só existe uma f o r m a c o r ret a de f a la r. E x p lic a n do a s
orientações e os princípios d o en s in o de L í n g u a Po r t u g u es a c o n t ido s
no PCN, a professora afirma qu e a f a la c o r ret a é a q u ela q u e c a b e em
determinad a situação social e q u e c o m u n ic a o q u e f o i p ret en dido , e é i sso
que deve ser ensinad o às crian ç a s . So b re a lf a b et iz a ç ã o , o do c u m en to
reforça que o ato de alfabetiza r s u p ero u a ideia t ra dic io n a l do do m í ni o
da escrita e d a leitura, e passo u a s er c o n c eb ido c o m o a c a p a c ida de de
compreend er os d iferentes uso s da lí n g u a n a s diver s a s s it u a ç õ es s oci ai s.

Livro: Preconceito linguístico


Livro d e M a rc o s Ba g n o , la n ç a do em 1 9 9 9 p ela
Edições L oyo la . A o b ra to r n o u - s e referên c ia n o tema
e já pas s a da s u a 5 0 ª ediç ã o .

32
Desde muito cedo, precisamos mostrar para as crianças
que não escrevemos da forma como falamos, não
precisamos consertar a fala de ninguém, precisamos é
mostrar que nós não escrevemos como falamos.

Não tem certo ou errado, mas tem a situação correta para


cada tipo de linguagem.

Eu não preciso aprender primeiro a escrita para poder fazer


uma leitura de um texto, por exemplo. Elas podem ocorrer
de forma simultânea.

Não basta eu saber ler e escrever, ser alfabetizado,


se eu não souber entender e interpretar aquilo que
eu estou lendo.

Aqueles alunos que ainda não sabem ler e escrever,


convencionalmente, o professor está ali para ser o escriba.

É muito difícil você ensinar uma criança a ler e a escrever


se você traz textos fora do convívio delas.

33
Não é porque nós vamos trabalhar o texto como unidade
de ensino principal, tanto dos PCNs como da BNCC, que a
aquisição da escrita se torna inferior.

O texto como unidade de ensino 25:28

A mudança d a unid ade básica de en s in o p a ra a a lf a b et iz a ç ã o , da s letras


para o texto, é característica do s PCN s . Fer n a n da es c la rec e o q u e o
documento d efine como texto e lis t a q u a is c a ra c t er í s t ic a s es s e n ovo
texto educativo deve ter. Ela ex p lic a q u e o p r in c ip a l c r it ér io q u e p a s sa
a identificar os textos educativo s é o s eu u s o s o c ia l, a s u a c a p a c ida de
discursiva, e não a sua extens ã o . Fer n a n da t a m b ém a p res en t a a s c r í ti cas
a abordagem ad itiva no ensin o da L í n g u a Po r t u g u es a e à s im p lif ic a ç ão dos
textos para leitores iniciantes .

Quando se fala em texto como unidade de ensino a partir


dos PCNs, não é esse texto produzido da e para a escola,
esse texto cartilhesco, são os textos que a gente usa
socialmente.

A gente precisa oferecer para as crianças sempre uma


literatura de qualidade.

34
AULA 3, PARTE 3
Fernanda Marucci

Base Nacional Comum Curricular 00:37

Fernanda ind ica o que há sobre a lf a b et iz a ç ã o n o do c u m en to n o r m a t i vo


mais recente que temos na edu c a ç ã o b ra s ileira . Pa ra a BN CC, a
alfabetização é compreendid a c o m o a in t era ç ã o s o c ia l c o m o s diferentes
tipos de linguagens e d eve se r t ra b a lh a da des de a Edu c a ç ã o In f a n t il,
não como domínio d a leitura ou da es c r it a , m a s c o m o s o c ia liz a ç ã o . Para
o ensino fund amental, a BNCC s eg u e in dic a n do o t ex to c o m o u n ida de
central de ensino, acresce a gra m á t ic a e def in e o b jet ivo s es p ec í f ic o s para
a oralidade em cada ano d e en s in o . Além dis s o , f ic a m def in ido s o s q uatro
eixos da alfabetização e suas p rá t ic a s : a o ra lida de, a leit u ra / es c u t a , a
produção textual e a análise l in g u í s t ic a e s em ió t ic a .

A criança já tem contato com a linguagem desde muito


pequena.

Competências e direitos 08:27

A professora apresenta e comen t a o c o n ju n to da s dez c o m p et ên c ia s a


serem ensinadas e aprendid as n a Edu c a ç ã o Bá s ic a p revis t a s n a BN C C.
A docente Fernanda Marucci ap o n t a q u e, s eg u n do a BN CC, em s eu
trecho sobre os d ireitos d e apren diz a g em e des en vo lvim en to n a et a pa da
educação infantil, já estão me n c io n a da s a s diferen t es lin g u a g en s .

35
Base Nacional Comum Curricular
Clique aqui e acesse o tex to da Ba s e N a c io n a l Co m u m
Curricular para acompanh a r a leit u ra ju n t a m en t e c o m a
Professora Fernand a Maruc c i.

A área de linguagens no 16:01

Ensino Fundamental
Fernanda d estaca o que prevê o t ex to da BN CC s o b re a in t era ç ã o de
crianças com as d iferentes ling u a g en s du ra n t e a et a p a do E n s in o
Fundamental. O ensino deve po s s ib ilit a r a o s es t u da n t es p a r t ic ip a r de
práticas de linguagem diversif ic a da s , q u e lh es p er m it a m a m p lia r s u as
capacidades expressivas em m a n ifes t a ç õ es a r t í s t ic a s , c o r p o ra is e
linguísticas, como também seu s c o n h ec im en to s s o b re es s a s lin g u a gens,
em continuid ade às experiência s vivida s n a edu c a ç ã o in f a n t il, s en do que,
nos dois primeiros anos d essa et a p a , o f o c o da a ç ã o p eda g ó g ic a deve
ser o processo d e alfabetizaç ã o . Po r f im , Fer n a n da lê a s Co m p et ên c i as
Específicas de Linguagens pa ra o E n s in o Fu n da m en t a l res s a lt a n do que
a todo momento o texto explic it a a n ec es s ida de de ex p lo ra r diver s a s
práticas de linguagem e fecha a a u la es t im u la n do o s ( a s ) es t u da n t es a
refletir sobre as d iferenças e a s s em elh a n ç a s en t re o s PCN s e a BN CC, no
que diz respeito às orientações p a ra o s p ro c es s o s de a lf a b et iz a ç ã o .

O ser humano é feito de múltiplas linguagens e não só da 21:14


leitura e da escrita como nós tínhamos anteriormente.

36

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