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MANEJO DE COMPORTAMENTO

PROBLEMA

AULA: 14 DE MAIO DE 2022


DISCIPLINA: MANEJO DE COMPORTAMENTO PROBLEMA
PROFESSOR(A): KASSIA EVANILY
SOBRE MIM:
• Psicóloga e Analista do Comportamento
• Mestranda em Neurociência Cognitiva e Comportamento - UFPB
• Especialista em Análise do Comportamento Aplicada - ABA
• Formação Avançada em Intervenção Comportamental ao TEA pela ITCR – SP
• Formação em Análise do Comportamento Aplicada (ABA) ao TEA.
• Atuação com a demanda de Autismo desde 2014.

● CRP 13-8965

FACILITADOR(A)
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
● Autismo;
● Alguns conceitos básicos em análise do comportamento;
● Avaliação Funcional;
● Comportamentos Problema;
● Possíveis estratégias de manejo.
Discussão Inicial
● Já ouviram falar em algum dos termos à baixo? Sabe o que eles significam?
● Assentimento;
● ABA contemporânea;

● Procedimentos aversivos NÃO representam a ética e a conduta da Análise


do Comportamento.
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO - TEA
TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO-TEA

Ø DEFINIÇÃO:
q É um transtorno que acomete a sequência e a qualidade do desenvolvimento infantil,
caracterizado por alterações significativas na comunicação e na interação social e pela
presença de interesses restritos e comportamentos repetitivos.
q Porque é utilizado o termo espectro?

Gomes & Silveira (2016)


DIAGNÓSTICO
DIAGNÓSTICO

Ø A- Déficits persistentes na comunicação e interação social em múltiplos


contextos.
1. déficit na reciprocidade socioemocional.
2. déficits nos comportamentos comunicativos não verbais.
3. déficits em desenvolver, manter e entender relacionamentos, ajustar
comportamentos de acordo com o contexto social, brincar imaginativo,
ausência de interesse em pares.

Lacerda (2017)
DIAGNÓSTICO

Ø B. Padrões de comportamento, atividade e interesse restritos e repetitivos.


1. movimentos restritos, estereotipados, ecolalia.
2. insistência nas mesmas coisas, aderência a rotinas, comportamento ritualizado.
3. interesses altamente restritos e fixos, anormais em intensidade/foco (apego a objetos
incomuns).
4. hiper ou hiporreatividade(resposta) a estímulos sensoriais ou interesse sensorial
atípico.

Lacerda (2017)
TEORIAS COGNITIVAS DO TRANSTORNO DO
ESPECTRO DO AUTISMO
● Teoria da mente:
● Estados mentais que são utilizados para explicar ou prever o

comportamento das outras pessoas.


● Dificuldade em perceber crenças, intenções, emoções e conceitos de
outras pessoas, elaborando estados mentais a respeito delas.

● Déficits nas funções executivas.

Sella & Ribeiro (2018)


TEORIAS COGNITIVAS DO TRANSTORNO DO
ESPECTRO DO AUTISMO
● Teoria da coerência central:

● Falta de tendencia natural em juntar partes e formar um todo provido de

significado (coerência central).

Sella & Ribeiro (2018)


TEORIAS COGNITIVAS DO TRANSTORNO DO
ESPECTRO DO AUTISMO
● Teoria da Disfunção Executiva:

● Inflexibilidade, perseverança, primazia do detalhe e dificuldade de

inibição de respostas.

Sella & Ribeiro (2018)


● Você já escutou algum mito sobre o TEA? Qual?

● Quais mitos sobre ABA você já escutou?


2. ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO
O que é ABA?
● NÃO é um método!
● NÃO é uma técnica!

● ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA (ABA) É UMA


CIÊNCIA.

● Quais são as características desta ciência?


• A análise do comportamento é uma ciência formulada pelo psicólogo B.F. Skinner.
• O termo ABA – Applied Behavior Analysis, traduz-se para o português como
Análise do Comportamento Aplicada.
• É um campo de trabalho oriundo de estudos científicos sob orientação filosófica do
Behaviorismo Radical.
• Modelo de seleção por consequências.
• “Os homens agem sobre o mundo, modificando-o, e, por sua vez, são modificados
pelas consequências de sua ação” ( Skinner, 1957/1978)
• Comportamento: Comportamento é qualquer atividade de um organismo. É uma
relação.

Ø TRÊS NÍVEIS DE DETERMINAÇÃO DO COMPORTAMENTO (Skinner, 1979):


● Filogenética: comportamento de origem “biológica”/hereditária.
● Ontogenética: comportamentos que surgem ao longo da história de vida particular
do sujeito.
● Cultural: comportamentos produzidos pela cultura (língua, valores, costumes e
etc).
CARACTERÍSTICAS DA MODIFICAÇÃO DO
COMPORTAMENTO
● Foco no comportamento;
● Orientação pela teoria e filosofia do behaviorismo;
● Procedimentos baseados em princípios comportamentais;
● Ênfase em eventos ambientais atuais;
● Descrição precisa dos procedimentos de modificação do comportamento;
● Tratamento implementado por pessoas na vida cotidiana.
● Medição da mudança do comportamento;
● Diminuição da ênfase em eventos anteriores como causa do comportamento;
● Rejeição das causas de comportamento hipotéticas subjacentes.

Miltenberger (2018)
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO
Ø REFORÇAMENTO POSITIVO:
● Reforçamento: fortalecimento da resposta, aumento na frequência da resposta.
● Positivo: após a emissão da resposta, há a liberação ou a apresentação de um
estímulo consequente.
q É um evento que quando apresentado imediatamente após o comportamento, faz
com que o comportamento aumente de frequência ou probabilidade de ocorrer.
q É a adição de alguma coisa que resulta no fortalecimento do comportamento.
q O reforço positivo é essencial para a aprendizagem de novos comportamentos.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
EXEMPLOS DE REFORÇAMENTO POSITIVO:
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
Ø EXTINÇÃO:
● É a suspensão do reforçamento.
● Se numa dada situação, um indivíduo emitir uma resposta previamente
reforçada e essa resposta não for seguida por uma consequência reforçadora,
então essa pessoa terá menor probabilidade de fazer a mesma coisa novamente
quando encontrar uma situação semelhante.
● O comportamento é enfraquecido por ser emitido e não ser reforçado;
● Vídeo de birra no supermercado.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO

• Saber quais reforçadores controlam o comportamento a ser


reduzido.

• Reforçadores apresentados por outras pessoas podem dificultar a


extinção.

• Combinar a extinção com o reforçamento positivo de algum


comportamento alternativo.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO

• O comportamento que está sendo colocado em extinção pode piorar


antes de melhorar;
• O comportamento extinto pode retomar após algum tempo.
• Ser específico ao escolher o comportamento;
• Identificar o que está reforçando o comportamento indesejado.
• Identificar um comportamento alternativo que a pessoa possa emitir;
• Todos os envolvidos devem saber qual comportamento deve ser extinto
e qual deve ser reforçado.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO

Ø REFORÇAMENTO NEGATIVO:
q Ocorre quando algo aversivo é retirado do ambiente.
qSituações em que o indivíduo se comporta para eliminar algo desagradável;
qÉ negativo, pois significa que a consequência do responder é a remoção de um
estímulo do ambiente do organismo.
qExemplo: Pedro é levado para um ensaio em uma auditório, um ambiente com
muitas crianças e barulho, o que é aversivo para ele. Neste contexto, Pedro
começa a balançar as mãos e os braços. Desse modo, ele pode ficar cada vez
menos afetado pelo barulho no auditório.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO

¡ Exemplo de aplicação de acontecimentos coercitivos:


¡ A mãe dá a ordem

● A criança choraminga, grita, não obedece (resposta coercitiva da criança);

● A mãe cede (retira a ordem) para não ficar ouvindo a criança gritar e
choramingar (eliminação do acontecimento aversivo).

Caballo, (2016).
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
● A mãe dá a ordem.

● A criança choraminga, não obedece.

● A mãe aumenta o tom de voz, repete a ordem.

● A criança grita mais alto, não obedece.

● A mãe começa a gritar, repete a ordem outra vez.

● A criança obedece (eliminação da resposta aversiva da criança).


ØNeste exemplo, o comportamento coercitivo cada vez mais intenso da mãe é
reforçado pela obediência final da criança.

Caballo, (2016).
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO
ØFUGA:
qConsideramos que um comportamento é fuga no momento em que um
determinado estímulo aversivo está presente no ambiente, e esse
comportamento retira-o do ambiente.
qEx.: Alguém contando uma história muito chata e você diz: "colega, me
desculpe, mas estou atrasado para um compromisso, tenho que ir...".
qCrianças que se comportam agressivamente, porque dessa maneira fogem
das exigências impostas sobre elas.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO

ØESQUIVA:

qÉ um comportamento que evita ou atrasa o contato com um

estímulo aversivo.
qEx.: choro no momento de vestir a farda da escola.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO
ØPUNIÇÃO POSITIVA:
qDiminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente
pela adição de um estímulo aversivo(punitivo) no ambiente.
qEx: jogar bola dentro de casa, "levar uma surra" e não jogar mais
bola nesse local.
q"dizer palavrão", "receber uma bronca" e diminuir bastante a
frequência dessa atitude.
CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO

ØPUNIÇÃO NEGATIVA:

qDiminui a probabilidade de o comportamento ocorrer novamente pela

retirada de um estímulo reforçador do ambiente.


qEx: Fazer traquinagens, perder a "mesada" e diminuir bastante a

frequência com que se faz traquinagem.


CONCEITOS BÁSICOS EM ANÁLISE
DO COMPORTAMENTO
● EXEMPLO:
● Imagine que Luna esteja apresentando comportamentos de estereotipia
motora, como pular e balançar os braços, sempre que está assistindo
TV.
● Procedimento: toda vez que Luna começa a estereotipia eles desligam
a TV (punição negativa) e só ligam quando ela para com este
comportamento e senta no sofá (reforçamento positivo do
comportamento adequado).
● Só punir não é o suficiente.
● A punição positiva é totalmente desaconselhável.

(Martin, 2009).
VAMOS EXERCITAR?
ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA HIPÓTESE
Uma criança de 3 A criança vai até a A mãe
anos, que brincava TV e começa a imediatamente vem
com seu livro de remexer nos botões até ela e diz: “acho
colorir, se levanta e que você está
começa a andar cansada de brincar
pela sala. sozinha; vamos dar
uma volta”
No supermercado a A criança chora e se O pai compra o
criança pede uma joga no chão. chocolate para o
barra de chocolate. filho.
O pai nega.

Sala de aula. João começa a Recebe uma bronca


jogar papéis nos da professora.
colegas.
VAMOS EXERCITAR?
ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA HIPÓTESE

Brincando com a Bate na irmã Mãe diz que ele vai


irmã no quarto. ficar sem tv o dia
todo.

Colocando o pijama Grita e chora Mãe diz que ele não


da escola. irá para a escola
hoje.

Professora coloca a Criança rasga a Professora para de


atividade na mesa atividade. insistir.
VAMOS EXERCITAR?
● Lívia descreveu seu problema com seu filho João. Ela sabia que ele
gostava de brincar no quintal. O problema era saber exatamente quando
ele queria ir lá fora. Ela disse que às vezes João ficava em frente a
● porta e começava a gritar. Se ninguém aparece rapidamente, ele se
jogava no chão e começava a bater a cabeça. Quando isso acontecia,
Lívia acreditava que a única coisa que iria acalmá-lo seria abrir a porta e
deixa-lo sair. Então, ele saia e parava imediatamente de chorar e gritar e
Sarah poderia voltar para suas atividades.
VAMOS EXERCITAR?
● Qual o Operação Motivacional para João?
● Qual o antecedente que controla o comportamento de João?
● Qual o antecedente que controla o comportamento de Lívia?
● Qual a consequência para o comportamento de João? Positivo ou
negativo?
● Qual o consequência para o comportamento de Lívia? Positivo ou
negativo?
2. AVALIAÇÃO FUNCIONAL
7 Dimensões da Análise do Comportamento Aplicada.
1. COMPORTAMENTAL

•Comportamento observável e mensurável

2. APLICADA

•Comportamento socialmente relevante

3. ANALÍTICO

•Quais variáveis são responsáveis pela ocorrência do comportamento.

4. CONCEITUAL

•Relacionados explicitamente aos conceitos e princípios da Análise do Comportamento Aplicada.

5. TECNOLÓGICO

•Os procedimentos devem ser descritos em detalhes.

6. EFETIVO

•Mudanças comportamentais produzidas pelo procedimento.

7. GENERALIZÁVEL

•Ampliação para outros ambientes e outras pessoas.


● Qual a diferença entre topografia e função?

● Quais são as características de uma definição comportamental:

● 1. Clara;
● 2. Objetiva;
● 3. Completa.
Algumas características gerais do comportamento

● Topografia.
● Frequência.
● Latência.
● Duração.
Avaliação funcional
● Definição: é a identificação das relações de dependência entre as respostas de um
organismo, o contexto em que ocorrem (condições antecedentes), seus efeitos no
mundo (eventos consequentes) e as operações motivadoras em vigor.
§ Objetivos:
● Identificar o comportamento- alvo e as condições ambientais que o mantém;
● Determinar a intervenção apropriada;
● Monitorar o progresso da intervenção.
● Auxiliar na medida do grau de eficácia e efetividade da intervenção.

(Borges & Cassas, 2012).


AVALIAÇÃO FUNCIONAL

• Análise funcional: o primeiro passo para intervir em qualquer situação é entendê-la.


• Redesenhar ambientes.
• Avaliar a função do comportamento.
• Tipos de funções do comportamento:
• Atenção ou objetos (Reforço Social Positivo).
• Fuga e Esquiva (Reforço Social Negativo).
• Estimulação Sensorial (Reforço Positivo Automático)
• Tanto o que desencadeia a situação problema quanto o que a mantém pode ser
diferente em cada caso.
Para analisar
COLETA DE INFORMAÇÕES PARA
OBSERVAÇÃO
● Descreva os comportamentos;
● Quais são os comportamentos de interesse?
● Frequência e duração de cada comportamento;
● A criança está fazendo uso de algum medicamento?
● Quantas outras pessoas estão no ambiente?
● Quando, onde e com quem os comportamentos são mais e menos prováveis?
● Qual atividade é mais e menos provável de produzir os inadequados?
● O que ele consegue quando emite tais comportamentos?
● Quais estratégias de comunicação é utilizado?
● Quais eventos e pessoas parecem ser mais agradáveis para o indivíduo?
● Quais podem ser os comportamentos alternativos funcionais?
● Quais comportamentos ou habilidades socialmente relevantes a pessoa desempenha?
● Preparar as estratégias e verificar se estão sendo efetivas.
(Miltenberger, 2018).
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
● Avaliação Funcional: coletar informações e formular hipóteses
explicativas do comportamento.

● Análise Funcional: testar hipóteses através da manipulação de variáveis


ambientais para verificar sua função antecedente ou consequente no
controle de comportamentos problema.
MÉTODOS DE AVALIAÇÃO FUNCIONAL
● Métodos indiretos: entrevistas ou questionários.

● Métodos descritivos: coleta de dados observacionais.

● Métodos de análise funcional (experimental): coleta de dados


observacionais enquanto os eventos antecedentes e consequentes são
sistematicamente manipulados.

Souza Brito; Marcon & Oliveira (2020)


MÉTODOS INDIRETOS
MÉTODOS INDIRETOS
MÉTODOS INDIRETOS
MÉTODOS INDIRETOS
MÉTODOS DESCRITIVOS
● Observação direta;
● Eventos antecedentes e consequentes não são manipulados.
● Pode ser útil em uma intervenção comportamental, desde que as
informações da avaliação indireta e direta permitam uma predição
confiável.
● Não determinam relações funcionais (causa e efeito).

Souza Brito; Marcon & Oliveira (2020)


MÉTODOS DESCRITIVOS
MÉTODOS DESCRITIVOS
● Data: ______
● Observador:_________
● Horário:________

Antecedente Resposta Consequência


( ) sozinho ( ) grita ( ) os pais conversam com a
( ) demanda da aplicadora ( ) joga itens criança.
( ) pais conversando ( ) cospe na irmã ( ) a mãe dá bronca
( ) oferecem um brinquedo
MÉTODOS DESCRITIVOS
ANÁLISE FUNCIONAL
● Manipular diretamente as variáveis para identificar os eventos antecedentes
e consequentes associados ao comportamento.

Souza Brito; Marcon & Oliveira (2020)


ANÁLISE FUNCIONAL
● TERMO DE AUTORIZAÇÃO:

EU, XXXXXX, responsável pela menor XXXXXXX, autorizo que seja realizada uma
Análise Funcional Experimental com relação aos comportamentos autoestimulatórios
(xxxxxxxx) da criança em questão. A avaliação acontecerá em dois dias (consecutivos ou
não), onde serão avaliadas cinco condições com a duração de cinco minutos cada, que
serão descritas a seguir:
ANÁLISE FUNCIONAL
● Autoestimulação: XXX estará sozinha e uma câmera será deixada no local para
posterior análise.
● Atenção: o local deverá não ter estímulos (brinquedos e etc); deverá estar o mais
neutro possível. Toda vez que o comportamento ocorrer a observadora dirá: ‘não faça
isso’, ‘não pode’.
● Redirecionamento: a observadora terá o controle dos reforçadores. Cada vez que
ocorrer, a observadora irá pegar a mão da menina e irá redirecionar para acesso a um
reforçador (por 10s), após isso, o reforçador deverá ser retirado.
ANÁLISE FUNCIONAL
● Demanda: programa ou atividade que a criança não goste de fazer. Caso

haja autoestimulação: retirar a demanda por 10s e só volta a apresentar a


demanda depois que ela passar 10s sem apresentar o comportamento X.
● Controle: os reforçadores estarão disponíveis para XXXX. Comestíveis,
controle da TV, brinquedos sensoriais e outros.
IGLR
IGLR
ANÁLISE FUNCIONAL – ALGUNS
PASSOS
1. Identifique o comportamento de interesse:
a) Topografia exata;
b) Verificar a frequência de ocorrência de cada uma das ações identificadas.

Malott, Whaley & Malott (1997)


AVALIAÇÃO FUNCIONAL – ALGUNS
PASSOS
2. Especifique o produto de cada uma dessas ações e o produto da classe de
ações:
● a) É uma condição reforçadora ou uma condição aversiva?

● b) Sua ação se faz por apresentação, remoção, ou impedimento?

● c) Existem produtos a longo prazo? Quais?

● e) Os produtos são conseqüências naturais ou sociais? São conseqüências

mediadas por agentes sociais? Quem são os agentes?

Malott, Whaley & Malott (1997)


AVALIACÃO FUNCIONAL – ALGUNS
PASSOS
● 3. Identifique as condições antecedentes necessárias e/ou presentes
quando o comportamento ocorre.
a) Identifique as condições motivadoras.
b) Especifique os estímulos discriminativos. Existe mais de um
discriminativo para um mesmo comportamento?
c) Os discriminativos são circunstâncias e/ou eventos físicos ou sociais?
d) Existem outros comportamentos que ocorrem antes do comportamento de
interesse?
Malott, Whaley & Malott (1997)
CASO
● Jacob, menino de 2 anos que estava apresentando os comportamentos de bater com a
cabeça no chão e choramingar.
● Etapas da avaliação:
1. O profissional entrevistou a mãe da criança e fez perguntas sobre os comportamentos
problema, tais como o local, o que já tinha sido tentado para modificar o
comportamento, as circunstancias antecedentes e etc.
2. Observação da criança na creche por vários dias (o terapeuta fez registros).
3. Hipótese: comportamentos inadequados quando outras crianças pegavam seu
brinquedo.
4. Breve experimento: em alguns dias instruía crianças a pegar o brinquedo do menino,
mas devolver imediatamente caso ele emitisse inadequados.
5. Conclusão: mais propenso a ter inadequados quando alguma criança pegava o seu
brinquedo.
6. Estratégia: ensinar a criança a pedir que devolvessem seu brinquedo. Quando o
mesmo exibia inadequados, ele não conseguia o brinquedo de volta.
(Miltenberger, 2018).
COMPORTAMENTOS PROBLEMA
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS
Ø AUTOLESIVOS E HETEROLESIVOS:
● Exemplos: morder a si próprio, bater a cabeça, se jogar no chão e etc.
(autolesivos).

● Possíveis causas: conseguir atenção, receber um item, fazer uma atividade,


fuga de situações aversivas, sensorial.

● Puxar o cabelo do outro, beliscar, empurrar, bater e etc. (heterolesivos).

● Possíveis causas: reforçamento positivo e fugir de aversivos.


PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS
Ø ESTEREOTIPIAS:
● Comportamentos repetitivos.
● Exemplos: balançar as mãos diante dos olhos, sacudir os braços, pular, andar
na ponta dos pés, balançar para frente e para trás e etc.
● O simples bloqueio da resposta pode gerar reações emocionais e novas
variações do comportamento podem ocorrer.
● Uma vez que a auto-estimulação é resultante de uma falta de estímulos mais
apropriados adquiridos de fontes variadas, eles tendem a diminuir como
consequência natural de um aumento no repertório de comportamentos
apropriados.
● Quando costumam acontecer as estereotipias?
Comportamentos disruptivos
• O indivíduo se comporta produzindo consequências que não consegue
obter de outra forma, devido aos déficits comportamentais sociais e/ou
verbais.
• O objetivo sempre será a diminuição da frequência da sua emissão (se
possível, a eliminação total) e a substituição por outras respostas com
menos efeitos colaterais indesejáveis ou maior potencial adaptativo.

( Duarte; Silva e Velloso, 2018).


Comportamentos disruptivos
• Maior obstáculo no tratamento;
• Extremamente difíceis de mudar, pois foram e são eficazes na forma como a
criança lida com o mundo;
• Comportamento adaptativo e que tem sido eficaz historicamente;
• Reduz oportunidades de aprendizagem;
• Afeta o prognóstico;
• Diminui o ritmo de aprendizagem.
• Aumento da taxa é um indicativo de persistência.
• QUALQUER COMPORTAMENTO QUE IMPEÇA O PROCESSO DE
APRENDIZAGEM DEVE SER CONSIDERADO PREJUDICIAL.

( Ron Leaf , John McEachin , 1999).


Comportamentos disruptivos
• O indivíduo se comporta produzindo consequências que não consegue
obter de outra forma, devido aos déficits comportamentais sociais e/ou
verbais.
• O objetivo sempre será a diminuição da frequência da sua emissão (se
possível, a eliminação total) e a substituição por outras respostas com
menos efeitos colaterais indesejáveis ou maior potencial adaptativo.

( Duarte; Silva e Velloso, 2018 ).


MEIO AMBIENTE E ESTRESSE
● Ambiente barulhento, quente, desorganizado etc. podem levar a explosões de
comportamento por parte da criança.

● Intervenções físicas e abruptas com a intenção de manejar o comportamento


podem ter o efeito de aumentar o caos e fazer com que a criança aumente seus
esforços para controlar a situação.

LEAF,R.B, & MCEACHIN.J (1999)


MEIO AMBIENTE E ESTRESSE
● Em algumas situações, é importante oferecer para a criança algum grau de
controle, fornecendo escolhas. Ex.: você quer fazer as atividades na mesa ou no
chão? Quer fazer as atividades no quarto ou na sala?

● Não faça solicitações que levem a batalhas que você não está pronto para elas.
Ex.: “senta na cadeira “em uma situação que a chance de colaboração seja
pequena.

● O tédio pode contribuir para comportamentos inadequados?

LEAF,R.B, & MCEACHIN.J (1999)


POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS
PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS

Ø ESTRATÉGIAS MAIS COMUNS:


• Extinção;
• Reforço diferencial;
• Manipulações antecedentes;
• Estratégias consequentes;
• Duas categorias gerais de intervenção: aprimoramento comportamental e estratégias
de redução comportamental.
Importância do Controle Instrucional
● A criação de um bom vínculo com a criança
● Motivação da criança para realizar as atividades
● Que a criança permita ajudas físicas
● Que a criança atente para o comando da tarefa ou dicas dadas
● Que a criança aprenda novas tarefas
● A diminuição de alguns comportamentos problema

Ambientti TEA
Importância do Controle Instrucional

Quando não há controle instrucional e social pairing estabelecido:


•A criança foge de você ou das suas demandas.
• A criança se engaja em comportamentos inadequados.
•Responde à uma demanda específica (geralmente de baixo custo) e quando recebe o
item reforçador, sai para se engajar em outra tarefa.
•As demandas não são fluentes e aprendizagem não acontece ou demora muito.

Ambientti TEA
Social Pairing
1. Identifique as preferências de seu ● O que ela gosta de fazer com os objetos?
filho/clientinho ● O que faz sua criança sorrir?
Interagir com ele usando brinquedos ou atividades que
● O que o acalma ?
ele goste, motiva-o a continuar interagindo e isso
proporcionará muitas oportunidades de ensino

Vamos praticar?
● Qual o tipo de interesse da sua criança ?
● Quais as brincadeiras físicas ela gosta?
● Quais os objetos ou atividades preferidos?
Ambientti TEA
Social Pairing

2. Organize o ambiente
● Separe os reforçadores preferidos da criança (brinquedos,
alimentos, brincadeiras com contato físico, vídeos, etc.)
● Organize o ambiente para que os reforçadores fiquem sob seu
controle. Guarde os brinquedos em armários, estantes ou caixas.
● Retire do ambiente itens que podem distraí-lo. “Elimine a
concorrência”. Evite TV ligada, tablet, brinquedos espalhados no
chão.

Ambientti TEA
Social Pairing
3. Ao interagir com sua criança esteja de frente para ela
Intensifica a comunicação social; permita que a criança fique
sob controle de suas expressões faciais (fala, olhar etc.)
Brincadeiras (de acordo com as preferências dele). Exemplos:
leitura de livros; cócegas na barriga ou brincadeiras com dedos
e para jogos sociais “cadê o queijinho que eu deixei aqui?”;
“polegares, polegares, onde estão?”; minhoca, minhoca, me dá
uma beijoca”.

Ambientti TEA
Social Pairing
4. Brinque junto com a criança
● Use tom de voz alegre e amigável.
● Narre a brincadeira, ou seja, enquanto observa ativamente, acrescente palavras
simples ou frases curtas para descrever o que a criança está fazendo
● Se possível imite as ações e vocalizações da criança durante a brincadeira
● Durante as brincadeiras, entregue os brinquedos quando a criança demonstrar
interesse. Diga o nome dos itens enquanto entrega, de preferência um de cada
vez. Ex: Se a criança tenta alcançar algo, diga “Quer banana? Toma a banana”,
e entregue lhe a banana. Ambientti TEA
Social Pairing
5. Acompanhe as motivações de sua criança
● Ao invés de mudar o foco ou atividade que seu filho está fazendo, junte-se a ele na atividade.
● Sorria, gesticule, comente, elogie, comemore, ofereça ajuda
● Se tiver outro objeto ou brinquedo igual, fique com um e ele com outro. Assim você pode: imitar as
ações de seu filho, dar modelos de ações com aquele objeto (oportunidade para que ele atente e
imite)
● Evite insistir em uma brincadeira que a criança já demostrou que não quer (se levanta, chora, afasta
o brinquedo, etc) ou iniciar a brincadeira tirando o brinquedo dele ou pedindo muitas demandas
(“faz isso”, “pega aquilo”)
● Sua criança precisa entender que quando você vai brincar com ele a brincadeira fica mais
divertida!

Ambientti TEA
Social Pairing
6. Mostre que ela pode confiar em você
● Cumpra o que prometer
● NUNCA retire um item da criança a força.
● Para que ela não fique muito tempo com um único reforçador, tente oferecer outro no lugar.
● Não insira demandas de ensino ( “Coloca a peça aqui” “ Que número é esse ?” “ O carro é de que
cor “)

Ambientti TEA
Social Pairing

7. Reforçe os comportamentos apropriados


● Sempre que a criança emitir respostas apropriadas, reforce entregando-lhe,
imediatamente um reforçador preferido e acrescente uma consequência
social (elogios, carinho, cócegas, o que a criança gostar
● A criança deve aprender que ao se aproximar de você, olhar para você,
procurar por você, algo BOM acontece.

Ambientti TEA
Social Pairing

8. Trabalhando com a motivação social


● Mais oportunidades de aprendizagem = aprendizagem mais rápida
● Possibilidade de reforçadores naturais e sociais
● O sorriso da criança durante uma atividade indica que ele quer continuar e isso é pré-requisito
para que ele se comunique
● Se você se torna sinônimo de diversão e prazer a criança irá prestar atenção em você.

Ambientti TEA
Social Pairing

9. Brincadeiras sociais sensoriais


● Atividades, preferencialmente, sem brinquedo ou objetos – só você e ele!
● Exponha seu filho a uma atividade repleta de comunicação
● Olhares e expressões que sinalizam (vai, quero continuar! Estou me divertindo! 1, 2 , 3 e já ...)
● Faça pequenas pausas (3 segundos +-) durante a brincadeira para que seu filho se comunique
● Por exemplo: ao cantar uma canção enquanto o carrega, pare e espere ele olhar para você, então você
continua

Ambientti TEA
Atenção

•O cuidador ou o profissional devem realizar o social pairing todos os dias antes da


sessão.
•O tempo para a realização deste procedimento irá variar de acordo com a necessidade
de cada caso.
•Esse tempo tende a ir diminuindo a medida que o aplicador vai adquirindo função
reforçadora.

Ambientti TEA
Informações importantes
● Ensino de habilidades de substituição;
● Os comportamentos disruptivos são geralmente aprendidos ao longo de anos de condicionamento;
● Leva tempo para aprender comportamentos alternativos;
● Ensino pró-ativo (ensinar quando seu filho provavelmente seja mais receptivo);
● Tarefa muito difícil ou por um tempo prolongado e em contrapartida o reforço dado não é
suficiente. Isso pode ocasionar comportamentos problema.
● Uso de ameaças;
● A consequência deve ser estabelecida pela pessoa que está presente no momento.
● Nunca faça ameaças se não está realmente preparado para realizá-las.
● Cuidado para que os comportamentos inadequados não se tornem dica para aumento de reforço.

LEAF,R.B, & MCEACHIN.J (1999)


Terapia natural, divertida e generalizável
• Tons de entusiasmo; •Manter alta taxa de sucesso;
• Configurações variadas;
•Use as preferências. Mesmo que sejam
• Instruções variadas;
• Materiais interessantes, auto estimulações como reforçadores.
preferidos, •Intercale as tarefas;
• Não apresentar
•Reforçadores variados e naturais.
continuamente programas
que já foram dominados; •Currículo variado
• Não apresentar muitas •Reduzir a estrutura da sessão.
demandas quando a criança
está cooperando e não retirar
caso aconteça o contrário.
DRA (reforçamento diferencial de comportamento
alternativo):

● Selecione qual comportamento que quer eliminar.


● Extinção de um comportamento problema (alvo), combinada com o
reforçamento de uma resposta adequada.
● Definir qual comportamento alternativo será reforçado.
● Ex: ignorar pedidos com choro e reforçar pedidos adequados.

Ø ATENÇÃO!
● Ao elogiar, elogie exatamente o comportamento adequado que deseja
fortalecer no repertório comportamental da criança.
DRO (reforçamento diferencial de outro comportamento):

● Você seleciona um comportamento indesejável, e então reforça a criança quando este


comportamento NÃO ocorreu durante um certo período de tempo.
● Ex: a cuidadora lia uma história sempre que a menina não estava chupando o dedo. O
reforçador é apresentado quando o comportamento de chupar o dedo não estava ocorrendo.
● Se o comportamento inadequado ocorrer antes do intervalo estipulado, faz com que a
contagem do intervalo comece novamente.
● Ex: uma criança que pula na cadeira quando trabalhando é recompensada com um vídeo ao
término de cada período de 2 minutos que não pulou.
● Aqui o reforçador é mais apresentado após um intervalo em que o problema não ocorre.

(Miltenberger, 2018).
DRI (reforçamento diferencial de comportamento incompatível):

● Reforçar um comportamento que e incompatível com o


comportamento indesejado.
● Ex: reduzir comportamento repetitivo vocal, você poderia fazer a
criança soprar bolhas, tendo em vista que falar e soprar bolhas são
incompatíveis. Você reforça o comportamento de soprar bolhas.
Dificuldade na realização de tarefas escolares.

1. Torne o ambiente de aprendizagem reforçador;


2. Estabeleça um “atrativo”;
3. Torne o ambiente de aprendizagem divertido;
4. Comece com um número menor de tentativas.
5. Comece com sessões mais curtas;
6. Garanta que todo material de ensino sejam facilmente
alcançáveis;
7. Intercale tarefas fáceis e difíceis;
8. Aumente gradativamente o número de demanda.
Uso de pistas visuais
● 1) Uso de instruções claras, diretas e simples para cada tarefa orientada.
● 2) Uso de estímulos visuais para o estabelecimento de rotina e instruções:
● Ajudar as crianças com TEA a tornar seu mundo mais previsível é crucial no
trabalho com elas.
BST (TREINAMENTO DE HABILIDADES
COMPORTAMENTAIS) E TREINAMENTO
PARENTAL

ENSAIO
INSTRUÇÃO MODELAGEM FEEDBACK
COMPORTAMENTAL
ETAPAS DO BST
● Instrução - Forneça uma descrição da habilidade, sua importância ou
justificativa e quando e quando não usar a habilidade. Repita esta etapa
conforme necessário.
● Modelagem - Mostre ao seu participante como executar a
habilidade. Recomenda-se modelagem in vivo.
● Ensaio - Prática, prática e prática! Permita ao participante oportunidades de
praticar a habilidade. O treinador deve registrar dados sobre a resposta correta e
incorreta durante esta etapa.
● Feedback - O treinador deve elogiar positivamente a resposta correta e alguma
forma de feedback corretivo por respostas incorretas.
A importância do cuidado com o cuidador

● Orientação para realização de psicoterapia;


● Acolhimento;
● Elaboração de estratégias que sejam viáveis para a família;
● Construção do vínculo;
● Efetivo acompanhamento do caso.
ATIVIDADE
● Crie uma situação hipotética e detalhe ao máximos as informações
pertinentes.
● Crie possibilidades de avaliação do caso e possíveis funções.
● Quais foram as estratégias utilizadas?
Obrigado(a)!

Kassia Evanily
kassiaevanilypsi@gmail.com

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