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Ao me deparar com a responsabilidade de pesquisar e escrever sobre lógica, as dificuldades

surgiram desde logo. Sobre qual tema dissertar? Analisando os temas nos quais eu poderia decidir-
me logo veio à minha mente, "o início". Como bem deixou claro o nosso douto professor Luis
Rodolfo Souza Dantas: "... Aristóteles criou a lógica propriamente dita..." Em verdade, Aristóteles
foi o primeiro a dar a Lógica um tratamento em separado.A "analítica", nomenclatura da qual o
próprio Aristóteles se utilizou para designar a lógica, não foi considerada por ele uma ciência
propriamente dita, mas sim um estudo propedêutico. Por isso, suas exposições se conectam
constantemente com o ser, como se expusesse a lógica em função de outro ser filosófico.Mesmo
assim, Aristóteles empregou ao estudo da lógica amplidão e admirável perícia.A Dialética, onde
encontramos uma tese e uma antítese, e dessas duas retiramos a síntese, esta, então, se tornará uma
tese, obteremos outra antítese e uma nova síntese, e assim por diante até encontrarmos uma tese
perfeita, foi a forma encontrada por Platão para se acessar o mundo das idéias. Para Aristóteles era
desnecessário separar realidade e aparência em dois mundos diferentes e a dialética, para ele, era
um procedimento inseguro para o pensamento e a linguagem da filosofia a da ciência, esse foi o
motivo pelo qual Aristóteles criou um conjunto de procedimentos, demonstrações e provas, ou seja,
a lógica, ou analítica.

Aristóteles foi um filósofo grego do século V a.C. cujo trabalho se estende por todas as áreas da
filosofia e ciência conhecidas no mundo grego, sendo ainda o autor do primeiro sistema abrangente
de filosofia ocidental.Sua obra filosófica, organizada no Corpus Aristotelicum, chegou até nossos
dias graças ao trabalho dos compiladores e estudiosos da era escolástica. Seguindo a ordem destas
compilações, o primeiro passo no estudo da obra de Aristóteles são os trabalhos compilados sob o
título Física, um compêndio de trabalhos nos quais Aristóteles estabeleceu uma interpretação
sistemática da natureza e dos fenômenos físicos que permaneceu até o Iluminismo e a formulação
da Mecânica Clássica. Um dos aspectos mais marcantes da Física é a introdução de um quinto
elemento, o éter (aithēr), que seria uma substância de origem divina, compondo a abóbada celeste
visível, planetas e estrelas. Esta hipótese influenciou diversos pensadores, mantendo-se viva até o
final do século XIX. Aristóteles também explora o movimento, os fenômenos ópticos, mudança e
espontaneidade e a causalidade, sugerindo que a razão de todas as coisas pode ser atribuída a quatro
tipos de causas:
1. Causa material
2. Causa formal
3. Causa eficiente
4. Causa final
Os estudos formais em lógica, que fazem parte da Física, foram introduzidos na estrutura da lógica
formal moderna no final do século XIX.Na Metafísica, Aristóteles dedica-se ao estudo dos objetos
imateriais em geral. Respondendo a muitos de seus contemporâneos e abrindo caminho para
desenvolvimentos posteriores, tendo influenciado a filosofia da idade média e através desta fundado
a disciplina Metafísica.Aristóteles examina os conceitos de substância e essência, concluindo que
uma substância é a combinação daquilo que a compõe, a matéria, e aquilo que a distingue como tal,
a forma. Desta maneira explorando também os conceitos de potencialidade e atualidade.Utilizando
o exemplo de uma mesa, temos a forma atual da mesa, aquilo que a distingue enquanto tal,
diferenciando-a de uma cadeira ou um banco, esta é a atualidade da mesa. Por outro lado, uma mesa
pode ser construída com aço ou madeira, de tal maneira que a madeira que constitui a mesa possui
tão somente o potencial para ser mesa.Este posicionamento leva Aristóteles a retomar a discussão
platônica acerca da distinção entre universais e particulares. Embora concorde com seu mestre
acerca da existência de formas universais, Aristóteles discorda da existência daquilo que Platão
chamou de "universais não instanciados", aqueles que não possuem correlato particular. Platão
defende que, embora talvez não exista um particular "bom", ainda há o universal "bom". Para
Aristóteles, todos os universais são instanciados, como um particular ou como uma relação, que
existe, existiu ou existirá, algo a que o universal possa ser predicado. Esta questão continua ativa na
filosofia atual, sendo Sir Bertrand Russell o maior critico de Aristóteles, no que concerne este
ponto, no século XX.No campo da ética e moral, a obra Ética a Nicomâco, além de diversos
tratados, é um marco importante no estudo e desenvolvimento da ética como disciplina filosófica.
Baseada em seu pai, Nicomâco, a obra traz uma abordagem prática das virtudes como o caminho
para o pleno desenvolvimento humano, do ponto de vista ético, defendendo que o objetivo é ser
bom, não apenas saber o que é bom. Ainda, segundo Aristóteles, um caráter virtuoso nos aproxima
da felicidade.Diversos aspectos da produção filosófica de Aristóteles continuam a ser matéria de
estudo e investigação. Ainda, graças ao trabalho de Aristóteles temos acesso ao pensamento de
vários filósofos pré-socráticos, cujas obras não sobreviveram até nosso tempo, mas sobreviveram o
bastante para serem citadas, criticadas ou comentadas por Aristóteles.

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