ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS

TIPO DE
FORMA LÓGICA DEFINIÇÃO EXEMPLOS FALÁCIAS
ARGUMENTO

Numa generalização As pessoas que até

conclui-se que, se à data caíram de
uma altura superior Generalização
algumas coisas
Alguns A são B. a 50 metros precipitada
possuem certa
GENERALIZAÇÃO característica, então morreram.
Logo, todos os A
são B. todas as coisas Logo, qualquer Amostra não
pertencentes a essa pessoa que caia de representativa
classe possuem essa uma altura superior
característica. a 30 metros morre.

Uma previsão é um As gaivotas que

argumento cujas nasceram até hoje
tinham menos de 10 Previsão
premissas se
Alguns A são B. quilos. inadequada
baseiam no passado
PREVISÃO Logo, o próximo A e cuja conclusão se Logo, a próxima
também será B. refere ao que gaivota que nascer Amostra não
acontecerá no na ilha das representativa
futuro- no próximo Berlengas terá
ou próximos casos. menos de 10 quilos.
Este doente tem
diarreia, dores
Num argumento abdominais,
O objeto A tem a
por analogia náuseas, vómitos e
característica X. defende-se que, se anúria.
O objeto B e o duas coisas são
ARGUMENTO POR objeto A são semelhantes em As pessoas com
esses sintomas Falsa analogia
ANALOGIA semelhantes. alguns aspetos, é
provável que geralmente têm
Logo, o objeto B cólera.
também sejam
tem provavelmente
semelhantes Logo, este doente
a característica X.
noutros. tem cólera.

Um argumento de
autoridade é aquele Einstein disse que
no qual citamos um nada pode viajar
A (a autoridade)
especialista, mais depressa do
ARGUMENTO DE afirma que X. Apelo ilegítimo à
autoridade em que a luz.
AUTORIDADE Logo, X é autoridade
determinado Logo, nada pode
verdadeiro. assunto, para viajar mais depressa
justificar uma do que a luz.
conclusão.
FALÁCIAS DOS ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS
GENERALIZAÇÃO
«Alguns exercícios da Lógica do Manual são facéis de resolver. Logo, todos os execícios de Lógica do Manual são
fáceis de resolver.»
FALÁCIA CRITÉRIOS VIOLADOS
Amostra significativa: o número de
GENERALIZAÇÃO PRECIPITADA casos observados tem que ser
grande.
Representatividade da amostra: os
casos observados têm de
AMOSTRA NÃO REPRESENTATIVA representar adequadamente o
universo em causa, isto é, não
devem ser casos atípicos.
A amostra não deve omitir
GENERALIZAÇÃO PRECIPITADA
informação relevante.
PREVISÃO
«Num debate sobre o aborto, discursaram algumas mulheres favoráveis à despenalização do aborto. Logo, a
próxima mulher a intervir no debate também defenderá uma posição pró-aborto.»
FALÁCIA CRITÉRIOS VIOLADOS
Amostra significativa: o número de
PREVISÃO INADEQUADA casos observados tem que ser
grande.
Representatividade da amostra: os
casos observados têm de
AMOSTRA NÃO REPRESENTATIVA representar adequadamente o
universo em causa, isto é, não
devem ser casos atípicos.
A amostra não deve omitir
PREVISÃO INADEQUADA
informação relevante.
EXEMPLOS
Se o número de exercícos
observados fosse 5, sendo que o
manual tem 100 exercícios.
Se na amostra só foram observados
os exercícios iniciais, ou seja, os
mais fáceis.
Se o manual analisado fosse de
uma edição adaptada para alunos
com dificuldades.
EXEMPLOS
Se estiver previsto que participem
no debate várias dezenas de
mulheres por ordem de inscrição e
tirarmos a conclusão após o
discurso de 3 mulheres
Se as três primeiras mulheres que
intervieram no debate são ativistas
de uma associação pró-aborto
Se soubermos que as mulheres
antiaborto, que deviam participar o
debate, não puderam estar
presentes devido a uma greve de
transportes.
ARGUMENTO POR ANALOGIA
FALÁCIA
FALSA ANALOGIA
ARGUMENTO DE AUTORIDADE
FALÁCIA
APELO ILEGÍTIMO À AUTORIDADE
CRITÉRIOS VIOLADOS
A quantidade de semelhanças: as
semelhanças devem ser um número
significativo relativamente à
conclusão
A relevância das semelhanças:
devem ser semelhanças relevantes
relativamente à conclusão
Inexistência de diferenças
significativas: não deve haver
diferenças tão grandes que
inviabilizem a conclusão
CRITÉRIOS VIOLADOS
Autoridade não deve ser anónima.
Indicação correta do nome da
autoridade e o texto em que se
defendeu a ideia em causa
Tem de ser uma autoridade na
área. A autoridade tem de ser
realmente especialista no assunto
em causa.
Autoridades têm de estar de
acordo. Tem de existir consenso,
entre os especialistas, quanto ao
assunto em causa.
Autoridades imparciais. As
autoridades evocadas devem ser
imparciais e não ter interesses
particulares comprometedores nas
matérias sobre as quais se
pronunciam.
EXEMPLOS
Concluir que um certo jogador que
basquetebol é tão bom como o
Michael Jordan, pois tem uma
compleição física semelhante à dele
Concluir que um certo poeta
amador é genial como Fernando
Pessoa, pois também se chama
Fernando e, tal como ele, nasceu na
África do Sul e depois mudou-se
para Lisboa
Concluir que, tal como as mulheres,
homens podem engravidar.
EXEMPLOS
Um anúncio publicitário em que se
defenda que o detergente Limpex
é melhor do que os outros, pois as
suas qualidades foram
comprovadas por diversos
laboratórios (mas sem os
identificar).
Um anúncio publicitário em que
Cristiano Ronaldo aconselha um
certo champô ou um certo banco
(assuntos em que não é
especialista).
Defender a pena de morte
alegando que o grande filósofo
Immanuel Kant era a favor dessa
forma de castigo (só que muitos
outros filósofos são contra a pena
de morte).
Um anúncio publicitário em que
Cristiano Ronaldo aconselha um
certo champô ou banco (pois ele é
pago para elogiar os produtos
publicitados).
FALÁCIAS INFORMAIS
FALÁCIA FORMA LÓGICA DEFINIÇÃO
P Q
A conclusão resulta de um
Q R suposto e improvável
DERRAPAGEM
R S encadeamento de
situações.
Logo, P S
Apresentam-se duas
alternativas como sendo
PVQ as únicas, ignorando ou
FALSO DILEMA ~P tentando fazer com que
se acredite que não há
Logo, Q
mais alternativas
disponíveis.
Ocorre quando, em vez
A afirmou X. de se apresentarem
razões para rejeitar uma
Mas A não é uma pessoa
AD HOMINEM ideia, se tenta
credível.
descrebilizar, de forma
Logo, X é falso. injustificada, a pessoa que
a defende.
Distorcem-se as ideias do
adversário para as atacar
Não tem uma forma mais facilmente. Ataca-se
ESPANTALHO
lógica típica então a tese deturpada
para concluir que a
posição original é falsa.
Esta falácia ocorre
quando se sustenta que
A maioria das pessoas
uma proposição é
afirma X.
AD POPULUM verdadeira por ser aceite
Logo, X é verdadeiro. por algum setor
representativo da
população.
Não se provou a falsidade Transforma-se em prova a
de X.
ausência de prova. Se não
Logo, é verdade que X. provarmos a falsidade de
uma afirmação, então ela
APELO À IGNORÂNCIA Ou
é verdadeira; se não
Não se provou a verdade provarmos a verdade de
de X. uma afirmação, então ela
é falsa.
Logo, é falso que X.
Trata-se de um
argumento segundo o
Não tem forma lógica qual apenas por um facto
POST HOC
típica se seguir a outro se
conclui que o primeiro é a
causa do segundo.
EXEMPLOS
Se és um apreciador de
bons vinhos, então depois
de um bom copo,
beberás outro e outro e
mais tarde ou mais cedo
tornar-te-ás um alcoólico.
Ou és crente ou és ateu.
Se não acreditas na
existência de Deus, então
és ateu.
É impossível acreditar no
que dizes.
Como é que podes ter
uma opinião inteligente
sobre o aborto? Não és
mulher, pelo que esta é
uma decisão que nunca
terás que tomar.
O João diz que, para se
protegerem certas
espécies, os Jardins
Zoológicos são
importantes.
Então mais valia
prenderem todos os
animais.
Toda a gente sabe que a
Terra é plana. Então, por
que razão insistes nas tuas
teorias?
Ninguém provou que os
fantasmas não existem.
Logo, existem.
Nunca se observavram
extraterrestres.
Logo, não existem.
O gato miou qaundo eu
abri a porta.
Logo, o gato miou porque
abri a porta.

PETIÇÃO DO PRINCÍPIO
Usamos como prova
aquilo que estamos a
tentar provar: supõe-se a
Não falta ninguém, uma
verdade do que se quer
A, logo A. vez que está cá toda a
provar, ou seja, provamos
gente.
a conclusão tendo como
premissa a própria
conclusão.

LIVRE-ARBÍTRIO E DETERMINISMO

LIVRE-ARBÍTRIO
O livre-arbítrio é a liberdade da vontade ou a liberdade de escolher (diferente da liberdade política).

DETERMINISMO
O determinismo é a ideia de que todos os acontecimentos, incluindo as ações humanas, são determinados por
causas anteriores e pelas leis da natureza.