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FILOSOFIA 10º ANO

LÓGICA
INFORMAL
Filosofia 10.º Ano
ESPL/ Prof. Rosa Alice Rio
ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS
· Lógica informal

Como se reconhecem
os argumentos não dedutivos?
Recordemos a distinção que se fez entre
argumentos dedutivos e não dedutivos:
• argumentos dedutivos válidos
– a verdade das premissas assegura
a verdade da conclusão; a conclusão
deriva necessariamente das premissas.
• argumentos não dedutivos fortes
– a verdade das premissas apenas
torna provável a verdade
da conclusão e não a torna
necessariamente verdadeira.
ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS
· Lógica informal
De que depende a força dos argumentos não dedutivos?
A validade dos argumentos dedutivos depende apenas da forma lógica.
A força dos argumentos não dedutivos dependerá também da forma lógica?

A força dos A força não depende


argumentos não da forma lógica dos
dedutivos depende argumentos, depende Por esta razão, os argumentos
não dedutivos são estudados
do conteúdo das de aspetos informais pela Lógica informal.
proposições que os – o conteúdo das
constituem. proposições.
ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS
· Lógica informal

Avaliar argumentos não dedutivos


Existem critérios para avaliar se os argumentos
não dedutivos são fortes ou fracos.
Se um argumento infringe um desses critérios,
pode ser considerado uma falácia informal (ver manual).

Detetar estas incorreções implica analisar


ARGUMENTOS
o conteúdo (o significado) das proposições POR ANALOGIA
que fazem parte do argumento e perceber
o que têm de errado e de enganador.
ARGUMENTOS
INDUTIVOS
FILOSOFIA 10º ANO

1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Os argumentos indutivos baseiam-se num determinado número de casos
conhecidos para justificar uma conclusão que inclui casos desconhecidos.
Os argumentos indutivos são classificados como generalizações ou previsões.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Estrutura (generalização): Estrutura (previsão):
(1) Foram observados n casos de (1) Até hoje, foram observados n casos
x e todos eles eram y. de x e todos eles eram y.
(2) Logo, todos os x são y. (2) Logo, qualquer x observado no futuro
será y.

Por exemplo:
(1) Todos os corvos observados Por exemplo:
até hoje são pretos. (1) Até hoje, o Sol nasceu todos os dias.
(2) Logo, todos os corvos são (2) Logo, (provavelmente) o Sol irá
pretos. nascer amanhã.
ARGUMENTOS INDUTIVOS
· Lógica informal
Generalização e previsão
Seguem-se mais exemplos destes dois tipos de indução:

Generalização Previsão

Forma lógica Forma lógica


Exemplo Exemplo
(possível) (possível)
Alguns A são B. Os seres humanos que existiram no Alguns A são B. Os tigres que já vi tinham
Logo, todos os A passado eram mortais. Logo, os próximos A cauda.
são B. Os seres humanos que existem também serão B. Logo, os próximos
atualmente são mortais. tigres que vir terão
Logo, todos os seres humanos são cauda.
mortais.
ARGUMENTOS INDUTIVOS
Tipos de Critérios Falácias
indução correspondentes
à infração dos critérios

Possíveis falácias em Amostra significativa – O número de


Falácia da generalização
casos observados deve ser grande. Os
argumentos indutivos precipitada
contra-exemplos não devem ser ignorados.
Os argumentos que apresentámos
Representatividade da amostra – Os
como exemplos de generalização Generalização casos observados têm de representar Falácia da amostra não
e de previsão podem ser adequadamente o universo em causa, isto é, representativa
considerados fortes, pois não devem ser casos atípicos.
cumprem os critérios com
Ausência de informações que
que se avaliam os argumentos Falácia da omissão de
contrariem
indutivos. dados
o conteúdo do argumento.
Falácia da previsão
O que acontece em caso Amostra significativa – O número de
inadequada
de infração dos critérios casos observados deve ser grande.
de avaliação?
Representatividade da amostra – Os
Os argumentos serão Falácia da previsão
casos observados têm de representar
falaciosos. Previsão inadequada
adequadamente o universo em causa, isto é,
não devem ser casos atípicos.
Ausência de informações que Falácia da previsão
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Critérios de avaliação dos argumentos indutivos:
1. Devem basear-se num número significativo de casos (a amostra deve ser
ampla) e não pode haver contraexemplos conhecidos.
Caso se desrespeite o critério 1 comete-se a:
• Falácia da generalização precipitada.
Com esta falácia mostra-se que o número de casos (amostra) em que o
argumento se baseia não é significativo ou mostra-se que existem
contraexemplos.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Exemplo de desrespeito do critério 1:

(1) O LeBron James é negro e é bom jogador de basquetebol.


(2) O Kevin Durant é negro e é bom jogador de basquetebol.
(3) O James Harden é negro e é bom jogador de basquetebol.
(4) Logo, todos os negros são bons jogadores de basquetebol.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Critérios de avaliação dos argumentos indutivos:
2. Devem basear-se em casos que representem a diversidade de características
do universo em causa.
Caso se desrespeite o critério 2 comete-se a:
• Falácia da amostra não-representativa.
Com esta falácia mostra-se que a amostra utilizada não representa a diversidade
de características do universo em causa e que, se a amostra fosse mais
representativa, a conclusão a tirar seria outra.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Exemplo de desrespeito do critério 2:

(1) Num estudo realizado à saída da missa, em várias capitais de distrito


portuguesas, todos os inquiridos afirmaram que o aborto é inaceitável.
(2) Logo, todos os portugueses acham que o aborto é inaceitável.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Critérios de avaliação dos argumentos indutivos:
3. Não podem ignorar ou omitir informação relevante.

Caso se desrespeite o critério 3 comete-se a:


• Falácia da omissão de dados.
Com esta falácia mostra-se os dados em falta e mostra-se de que forma eles
afetam a conclusão.
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1. ARGUMENTOS INDUTIVOS
Exemplo de desrespeito do critério 3:

(1) Até aos oito anos de idade, o Simão teve sempre uma voz aguda.
(2) Logo, o Simão nunca terá uma voz grave.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Num argumento por analogia partimos de um conjunto de semelhanças entre
dois elementos ou classe de seres para atribuir a um deles uma característica
observada apenas no outro.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Estrutura : Por exemplo:
(1) x tem a característica d. (1) A Beatriz gosta de lógica, de discutir e
de argumentar corretamente e gosta da
disciplina de Filosofia.
(2) x é como (ou é semelhante a) y. (2) Tal como a Beatriz, também o João
gosta de lógica, de discutir questões
morais e de argumentar corretamente.
(3) Logo, (provavelmente) y também (3) Logo, tal como a Beatriz, também o João
tem a característica d. irá gostar da disciplina de Filosofia.
ARGUMENTOS POR ANALOGIA
· Lógica informal
Possíveis falácias
em argumentos por analogia Critérios Falácia correspondente
à infração dos critérios
Os argumentos que não cumprem
os critérios com que se avaliam
os argumentos por analogia são Quantidade de semelhanças – As semelhanças devem
ser em número suficiente relativamente à conclusão.
considerados falácias
da falsa analogia.
Relevância das semelhanças – As semelhanças devem Falácia da falsa
Ao lado, indicam-se os critérios ser relevantes relativamente à conclusão. analogia
que um argumento por analogia
deve respeitar. Inexistência de diferenças significativas – A
conclusão pode ser inviabilizada se existirem diferenças
muito grandes entre os casos comparados.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Critérios de avaliação dos argumentos por analogia:
1. Devem basear-se num número suficiente de semelhanças.
Caso se desrespeite o critério 1 comete-se a:
• Falácia da falsa analogia.

Com esta falácia mostra-se que o número de semelhanças não é suficiente para a
conclusão que se quer retirar.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Exemplo de desrespeito do critério 1:

(1) A Beatriz gosta de discutir e gosta da disciplina de Filosofia.


(2) Tal como a Beatriz, também o João gosta de discutir.
(3) Logo, tal como a Beatriz, também o João irá gostar da disciplina de Filosofia.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Critérios de avaliação dos argumentos por analogia:
2. Devem basear-se em semelhanças relevantes para aquilo que se pretende
concluir.

Caso se desrespeite o critério 2 comete-se a:


• Falácia da falsa analogia.

Com esta falácia mostra-se que a as semelhanças consideradas não são relevantes
para a conclusão que se quer retirar.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Exemplo de desrespeito do critério 2:

(1) A Beatriz tem uma camisola vermelha e uma caneta azul, usa óculos
e gosta da disciplina de Filosofia.
(2) Tal como a Beatriz, também o João tem uma camisola vermelha e uma caneta
azul e usa óculos.
(3) Logo, tal como a Beatriz, também o João irá gostar da disciplina de Filosofia.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Critérios de avaliação dos argumentos por analogia:
3. Não pode haver diferenças relevantes entre os elementos comparados.
Caso se desrespeite o critério 3 comete-se a:
• Falácia da falsa analogia.

Com esta falácia mostra-se que existem diferenças relevantes entre os dois
elementos da comparação e mostra-se de que forma essas diferenças afetam a
conclusão.
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2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Exemplo de desrespeito do critério 3:

(1) A Beatriz gosta de lógica, gosta de discutir, gosta de argumentar corretamente


e gosta da disciplina de Filosofia (além disso, adora a escola).
(2) Tal como a Beatriz, também o João gosta de lógica, gosta de discutir
e gosta de argumentar corretamente (além disso, detesta a escola).
(3) Logo, tal como a Beatriz, também o João irá gostar da disciplina de Filosofia
(que é uma disciplina escolar)
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Num argumento de autoridade, recorre-se à opinião de um perito ou de um
especialista para reforçar a aceitação de uma determinada proposição ou
tese.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Estrutura: Por exemplo:
(1) x diz que P. (1) O meu professor de História disse que
D. Afonso Henriques foi aclamado
(2) Logo, P. primeiro rei de Portugal em 1139.
(2) Logo, D. Afonso Henriques foi aclamado
primeiro rei de Portugal em 1139.
ARGUMENTO DE AUTORIDADE
Critérios Falácia
· Lógica informal correspondente
à infração dos critérios
Autoridade não deve ser anónima
Autoridade não deve ser anónima
Possíveis falácias em argumentos – Deve indicar-se corretamente o nome
– Deve indicar-se corretamente o nome da
da autoridade e o texto (ou outra fonte)
de autoridade autoridade e o texto (ou outra fonte) em qda a
em que foi defendida a ideia em causa.
ideia em causa.
Apesar de ser um argumento em que se Tem
Tem dede seruma
ser uma autoridade
autoridade nana área
área
recorre a um especialista em determinada – –A Aautoridade
autoridadetem
temdedeser
serrealmente
realmenteespecialista
matéria, os argumentos de autoridade têm de especialista no assunto
no assunto em causa. em causa.
cumprir alguns critérios. Os argumentos que
AsAs autoridades
autoridades têmtêm dede estar
estar dede
acordo Falácia do apelo ilegítimo
não os cumprem são considerados falácias acordo/haver consenso
– Tem de existir consenso, entre os Falácia do apelo
– Tem de existir à autoridade
do apelo ilegítimo à autoridade. especialistas, quantoconsenso,
ao assunto entre
em os ilegítimo
especialistas, quanto ao assunto em
causa. à autoridade
causa.
A seguir indicam-se os critérios que um
AAautoridade
autoridadetem temde deser
serimparcial
imparcial
argumento de autoridade – –AAautoridade
autoridadeevocada
evocadadevedeve ser imparcial e
deve respeitar. ser
nãoimparcial e não ter
ter interesses interesses
particulares
particulares comprometedores
comprometedores
nas
nasmatérias
matériassobre
sobreasasquais
quaissese pronuncia.
pronuncia.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Critérios de avaliação dos argumentos de autoridade:
1. Devem basear-se na opinião imparcial de especialistas no assunto em
questão.
Caso se desrespeite o critério 1 comete-se a:
• Falácia do apelo à autoridade (autoridade não reconhecida).
Com esta falácia mostra-se que a autoridade invocada não é especialista no
assunto em causa.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Exemplo de desrespeito do critério 1:

(1) O Cristiano Ronaldo diz que o champô X é à prova de caspa.


(2) Logo, o champô X é à prova de caspa.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Critérios de avaliação dos argumentos de autoridade:
2. Deve haver consenso entre os especialistas da área.
Caso se desrespeite o critério 2 comete-se a:
• Falácia do apelo à autoridade (ausência de consenso).

Com esta falácia mostra-se que existem especialistas igualmente competentes


com uma opinião contrária.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Exemplo de desrespeito do critério 2:

(1) O filósofo Alvin Plantinga diz que Deus existe.


(2) Logo, Deus existe.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Critérios de avaliação dos argumentos de autoridade:
3. Devem identificar claramente a autoridade invocada.
Caso se desrespeite o critério 3 comete-se a:
• Falácia do apelo à autoridade (autoridade anónima).

Com esta falácia mostra-se que sem conhecer a fonte e a base da informação não
é possível avaliar a sua credibilidade.
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3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE
Exemplo de desrespeito do critério 3:

(1) Dizem que antes do final da década vai haver uma nova pandemia.
(2) Logo, antes do final da década vai haver uma nova pandemia.
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OUTRAS FALÁCIAS INFORMAIS


• Petição de Princípio,
• Falso Dilema,
• Falsa Relação Causal,
• Ad Hominem (ataque pessoal),
• Ad Populum (apelo ao povo/maioria),
• Apelo à Ignorância,
• Espantalho (ou Boneco de Palha),
• Derrapagem (ou Bola de Neve)
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Outras Falácias Informais – Petição de princípio


Pressupõe-se nas premissas Por exemplo:
aquilo que se quer ver provado
na conclusão (dar como (1) As pessoas são todas egoístas.
provado na premissa o que se (2) Logo, as pessoas nunca agem sem ser
pretende provar). por interesse próprio.
Estrutura: Como identificar esta falácia?
(1) P. Mostrar que o argumento está a pressupor
(2) Logo, P. aquilo que pretende provar.
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Outras Falácias Informais – Falso Dilema


Numa dada situação Por exemplo:
consideram-se apenas duas
possibilidades ou alternativas, (1) Ou estás comigo, ou estás contra mim.
quando na realidade existem (2) Não estás comigo.
outras possibilidades.
(3) Logo, estás contra mim.
Estrutura:
Como identificar esta falácia?
P ou Q.
Apresentar uma terceira possibilidade,
Não-P. mostrando assim que a disjunção
Logo, Q. apresentada nas premissas é falsa.
FILOSOFIA 10º ANO

Outras Falácias Informais – Falsa Relação Causal


Confunde-se uma mera sucessão Por exemplo:
temporal entre eventos ou
fenómenos com uma relação (1) No último jogo, usei as meias amarelas e
causal. marquei golo.
(2) Logo, marquei golo porque estava a usar
as meias amarelas.
Estrutura:
Como identificar esta falácia?
(1) x ocorreu depois de y.
(2) Logo, x ocorreu por causa de y. Mostrar que um dos eventos podia ter
ocorrido sem que o outro ocorresse.
FILOSOFIA 10º ANO

Outras Falácias Informais – Ad Hominem


Procura-se mostrar que uma Por exemplo:
proposição ou tese é falsa atacando
a credibilidade do seu autor (1) Einstein diz que os átomos existem.
(alegando supostos vícios ou
defeitos de caráter ou aspetos (2) Mas Einstein era infiel à mulher.
circunstanciais negativos). (3) Logo, é falso que os átomos existem.
Estrutura: Como identificar esta falácia?
(1) x diz que P. Mostrar que não foram apresentadas boas
(2) Mas x é y (y = a uma qualquer razões para se considerar que a proposição
característica negativa que visa é falsa.
descredibilizar)
(3) Logo, Não-P.
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Outras Falácias Informais – Ad Populum


Recorre-se à opinião popular, Por exemplo:
ou seja, à opinião da maioria, (1) A maioria pensa que não temos a
para estabelecer a verdade de obrigação moral de combater a pobreza
uma proposição. absoluta.
Estrutura: (2) Logo, não temos a obrigação moral de
combater a pobreza absoluta.
(1) A maioria pensa que P.
(2) Logo, P. Como identificar esta falácia?
Mostrar que a maioria pode ser ignorante
acerca do assunto em questão.
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Outras Falácias Informais – Apelo à Ignorância


Tenta-se provar que uma proposição é
verdadeira porque ainda não se Por exemplo:
provou que é falsa, ou vice-versa. (1) Até hoje, ninguém conseguiu provar que
existem extraterrestres.
Estrutura:
(2) Logo, os extraterrestres não existem.
(1) Até hoje, ninguém provou que P (Deus
existe). Como identificar esta falácia?
(2) Logo, Não-P (Deus não existe).
Mostrar que a ausência de provas pode
Ou dever-se apenas à nossa incapacidade.
(1) Até hoje, ninguém provou que não P
(Deus não existe).
(2) Logo, P (Deus existe).
FILOSOFIA 10º ANO

Outras Falácias Informais – Espantalho (ou Boneco de Palha)

Tenta-se mostrar que se refutou Por exemplo:


uma teoria (ou argumento)
atacando uma versão distorcida (1) A lógica defende que os argumentos
e enfraquecida da mesma (ou válidos levam sempre a conclusões
do mesmo). verdadeiras.
Estrutura: (2) Mas isso é claramente falso.
(1) P caracteriza-se por (3) Logo, a lógica é falsa.
defender Q (Q = versão
Como identificar esta falácia?
distorcida e enfraquecida de P)
Mostrar que o argumento falha o alvo, pois
(2) Não-Q.
limita-se a criticar uma caricatura da
(3) Logo, Não-P. posição em análise.
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Outras Falácias Informais – Derrapagem (ou Bola de Neve

Esta falácia ocorre quando se Por exemplo:


tenta mostrar que uma
(1) Se tirar negativa no próximo teste, tenho má
determinada proposição conduz
a uma cadeia de implicações com nota no final do ano.
um desfecho inaceitável, quando, (2) Se tiver má nota no final do ano, nunca vou
na realidade, ou um dos elos arranjar emprego.
dessa cadeia de implicações é
falso, ou a cadeia no seu todo é (3) Logo, se tirar negativa no próximo teste, nunca
altamente improvável. vou arranjar emprego.
Estrutura:
Como identificar esta falácia?
(1) Se P, então Q. Mostrar que uma das implicações em que se baseia
(2) Se P, então R. o argumento é falsa, ou que a sequência de
(3) Logo, se P, então R. implicações no seu todo é improvável.
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DETETORES DE FALÁCIAS
Considere os diálogos seguintes.

Francisco – Estou com dificuldades em Matemática. Podes ajudar-me, Diogo?

Diogo – Poderia, mas isso não seria bom para ti. Se eu te ajudar agora, vais sempre precisar da minha ajuda e, no
futuro, perante qualquer dificuldade, procurarás alguém para resolver por ti as tuas dificuldades.

Tânia – A Grande Conjunção de Saturno e Júpiter ocorreu em dezembro de 2020, pouco tempo antes de eu ter
recebido a oferta de emprego com que sempre sonhei.

Ana – Isso mostra que tal oferta foi causada pela Grande Conjunção.

Sofia – Creio que incentivar o uso de bicicletas e desenvolver a rede de transportes coletivos é mais sensato do que
apostar na substituição do parque automóvel dependente da indústria petrolífera por um parque automóvel
dependente da mineração de lítio.

Miguel – A tua posição é típica de um sonhador irrealista, sem grandes responsabilidades familiares, que pode fazer
a sua vidinha a passear de bicicleta.

Identifique as falácias informais cometidas pelo Diogo, a Ana e o Miguel na situação argumentativa.

Resolva as rubricas “agora pensa” p. 125 e “agora pensa mais” págs. 128, 129, 130, 131 do seu manual.

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