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Falácias Formais

Quando as premissas não representam


uma condição suficiente para a conclusão,
temos um "non sequitur", título que pode
denominar em geral as falácias, já que elas
são argumentos em que a conclusão não
se segue das premissas.

Assim, falácias não devem ser confundidas


com a mera asserção de proposições falsas.
Argumentos formalmente válidos podem
ser constituídos por premissas falsas e
conclusão verdadeira, jamais por
premissas verdadeiras e conclusão falsa.

Argumentos falaciosos podem ter


conclusões verdadeiras.
Argumentos Dialéticos

Argumentos que ocorrem em debates.

Trata-se de persuadir a outra parte.


Também existem falácias relativas à
conduta do argumentador no debate.

São as falácias informais.

Walton, Douglas. Informal Logic: a


pragmatic approach. Cambridge
University Press, 2008.
Não são argumentos corretos, o que não
significa que não possam ser o fator
decisivo para a persuasão: o motivo,
ainda que não a justificativa.
Nos argumen tos dialético s, ocorrem
entimemas ou silogismos retóricos.

Entimemas:

Premissa s devem ser aceitas pelo


interlocutor;

podem haver premissas implícitas.


Retórica = capacidade de descobrir o
que é mais adequado em cada situação
para melhor persuadir.

Dialética (uso dos argumentos no


diálogo) + política (saber prático sobre o
caráter) = retórica.
03 aspectos a serem observados em toda
argumentação que vise persuasão:

1. A postura do orador

2. A situação emocional dos ouvintes

3. Os argumentos em si

Obs: Cada um dos elementos acima pode ser


persuasivo por si só (Aristóteles, Retórica).
Quanto ao orador, ele deve passar a imagem
de que é digno de fé (ver ad hominem em
Walton). Não se trata da opinião prévia sobre a
pessoa, mas de sua postura enquanto fala. Ex:

Não gaguejar.

Não prolongar as vogais enquanto pensa.

Não se mostrar acuado ou inseguro através da


linguagem corporal.
Quanto à emoção da plateia, o orador deve
considerar que os fatos não se apresentam da mesma
forma a quem está irado ou calmo. Por isso, as
emoções dos ouvintes devem ser conduzidas por ele,
antes que ele apresente os seus argumentos.

A ira é uma emoção paradigmática. Quem a


controlar tende a vencer o debate.

Por exemplo, quem fala depois do adversário precisa


combater os pontos fortes do adversário, aqueles que
impressionaram a plateia, antes de passar a seus
próprios argumentos.
É preciso ter cuidado com o uso do sarcasmo e
de ironias. Oradores que não demonstram
respeito pelo adversário são vistos como vilões.

Existem palavras que denotam prestígio ou


desprestígio. É preciso ter cuidado com o uso
delas, bem como com diminutivos.

Cuidar também do modo como se pronunciam


as palavras. A forma de enunciar pode ser mais
convincente do que o conteúdo enunciado.
Argumentos não devem ser muito longos ou prolixos,
explicitando aquilo que poderia muito bem ficar implícito.

A clareza é a principal virtude de estilo.

A linguagem não familiar desperta admiração, mas deve-


se evitar o uso de palavras obsoletas e metáforas fora de
contexto. Princípio básico é falar corretamente.

O orador deve saber ajustar o seu argumento àquilo que


sua audiência é capaz de acompanhar (diferença entre júri
e juiz).

Ninguém se convence daquilo que não entendeu.


04 partes do discurso clássico:

Proêmio

Narração

Prova

Epílogo
O proêmio torna clara a finalidade do discurso. Ele anuncia o objetivo,
deixando clara a posição a ser defendida, e explica os passos que
serão seguidos na defesa da tese. A indefinição quanto a esses pontos
causará dispersão. O proêmio também rememora a posição do
adversário, no caso de quem fala na sua sequência, tentando mostrar
sua fraqueza para dissipar a emoção.

A narrativa contextualiza a questão. Apresenta, por exemplo, histórico


e legislação atual a seu respeito.

A prova oferece os argumentos propriamente.

O epílogo visa dispor favoravelmente a emoção dos ouvintes,


recapitulando os pontos principais para que o ouvinte não os perca de
vista. O início do epílogo anuncia que o objetivo foi cumprido. Fala-se
a partir da comparação com o adversário. É recomendável que uma
peça de maior conteúdo emocional seja apresentada no final.
O primeiro a discursar concentra-se, primeiro, nas próprias
provas, depois, nas provas do adversário.

O último a falar faz o oposto, sobretudo, se os argumentos de


quem falou primeiro foram bem acolhidos, porque então será
preciso mudar o estado de ânimo da plateia logo de início.

Quem falar primeiro terá que demonstrar a habilidade de


saber antecipar o que o adversário vai dizer, sem dar muita
importância ao ponto e sem municiar o adversário (indo
além do óbvio).

Quem falar na sequência terá que demonstrar capacidade de


improviso para refutar o que o adversário de fato disse de
mais marcante.

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