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Principais tipos de

argumentos não dedutivos


e falácias informais
Argumentos

Dedutivos Não dedutivos

Induções
Generalizações
Tang Yau Hoong, O Pintor de Luz, s/ data

Previsões Analogias

Autoridade
Distinção entre argumentos dedutivos e não-dedutivos:

 A validade de um argumento dedutivo depende exclusivamente da sua


forma lógica.
 Num argumento dedutivamente válido, se as premissas forem verdadeiras,
é impossível que a conclusão seja falsa.
 Num argumento não-dedutivo bom, a verdade das premissas torna apenas
provável a verdade da conclusão.
 Um argumento não-dedutivo é bom se as premissas forem mais plausíveis
que a conclusão.
Principais tipos de argumentos não-dedutivos

Argumentos indutivos (generalizações e previsões)

Exemplo de um argumento não-dedutivo por generalização:

Alguns alunos desta turma gostam de filosofia.


Logo, todos os alunos desta escola gostam de filosofia.

Trata-se de um mau argumento por generalização indutiva, já que a verdade da


premissa não torna provável a verdade da conclusão. Pode acontecer que os alunos
“desta turma” estejam mais motivados, tenham um professor que apreciam, etc… daí
não se segue que provavelmente “todos os alunos” desta escola gostem de filosofia.
Principais tipos de argumentos não-dedutivos

Argumentos indutivos (generalizações e previsões)

Exemplo de um argumento não-dedutivo por previsão:

No ano passado os alunos acabaram o ano com boas notas a filosofia.


Logo, os alunos deste ano vão terminar o ano com boas notas a filosofia.

Neste caso estamos perante um argumento não-dedutivo que faz uma má previsão.
A verdade da premissa não é suficiente para garantir que a conclusão seja muito
provavelmente verdadeira. Pode perfeitamente acontecer que a premissa seja
verdadeira e a conclusão falsa.
Principais tipos de argumentos não-dedutivos
Argumentos não-dedutivos por analogia
Num argumento não-dedutivo por analogia, baseamos uma conclusão numa comparação
estabelecida nas premissas. Para que o argumento seja bom, os elementos comparados nas
premissas devem ser relevantes e representativos do que se pretende comparar.
Exemplo de um argumento por analogia:

Tal como os professores também os políticos são trabalhadores do Estado.


Ora, os políticos defendem ideias políticas no seu trabalho.
Logo, os professores também defendem ideias políticas no seu trabalho.

Trata-se de um mau argumento, pois apesar da verdade das premissas, tal não garante a
verdade da conclusão. Os elementos a comparar não são significativos para a conclusão que se
pretende defender. Não basta ser trabalhador do estado para ter de defender ideias políticas no
trabalho de cada um.
Principais tipos de argumentos não-dedutivos

Argumentos não-dedutivos por autoridade


Num argumento não-dedutivo de autoridade recorre-se à opinão de um perito ou
especialista num determinado assunto, para tentar justificar a verdade da tese que se
pretende defender. Para um argumento de autoridade ser bom é preciso citar as suas
fontes e a autoridade invocada deve ser alguém reconhecido entre pares.

Exemplo de um argumento não-dedutivo por autoridade:

O ministro da economia afirmou que as touradas são profundamente imorais


Logo, as touradas são profundamente imorais.

Trata-se de um mau argumento, a menos que o ministro da economia seja um


especialista em ética.
Falácias informais

Uma falácia é informal quando o erro no argumento não depende apenas da sua
forma lógica.

Principais falácias informais

Ataque à Boneco de
Petição de Apelo à Derrapagem
Falso Dilema Pessoa Palha
Princípio ignorância (Bola de neve)
(Ad hominem) (Espantalho)
Falácias informais

Petição de princípio

Temos de admitir que nenhuma verdade é absoluta.


Logo, o relativismo é verdadeiro.

O que está expresso na premissa é já o que se pretende defender na conclusão, só que


por outras palavras. Também se chama argumento circular a uma petição de princípio.
Falácias informais

Falso dilema

As teorias de Kant são muito boas ou são um completo disparate.


Mas elas são não são muito boas.
Logo, são um completo disparate.

Trata-se de um falso dilema pois usa-se uma disjunção e nega-se um dos disjuntos
para afirmar outro. Mas se a disjunção da primeira premissa for falsa, o argumento é
falacioso. O dilema é falso, pois pode acontecer que algumas teorias de Kant sejam
boas e outras menos boas, mesmo sem serem um completo disparate.
Falácias informais

Apelo à ignorância

Não está demonstrado que seja possível a cura para o cancro.


Logo, não é possível a cura para o cancro.

Recorre-se literalmente à ignorância do auditório sobre o que se pretende defender


para provar a tese. Mas mesmo desconhecendo a cura para o cancro, tal não prova a
verdade da conclusão.
Falácias informais

Ataque à pessoa (ad hominem)

Dizes que que a música de Mozart é uma obra de arte.


Mas ainda ontem te vi na discoteca a dançar música tecno.
Logo a música de Mozart não é uma obra de arte.

Como se vê o argumento é falacioso, pois recorre-se a um ataque pessoal, para


mostrar a tese que se pretende fazer defesa.
Falácias informais

Derrapagem (bola de neve)

Se permitirmos o casamento homossexual com base na ideia de que


ninguém escolhe a sua orientação sexual, não tarda estaremos a permitir
casamentos poligâmicos pois trata-se igualmente de uma orientação
sexual e o próximo passo seria permitir a pedofilia com base no mesmo
critério, logo, não devemos permitir o casamento homossexual.

Trata-se de uma falácia da derrapagem, pois podemos perfeitamente aceitar a


permissão do casamento homossexual sem que tenhamos, por isso, de aceitar a
pedofilia. Ou até os casamentos poligâmicos.
Falácias informais

Boneco de Palha (espantalho)

A defesa do aumento de impostos é a defesa da pobreza e do abismo


económico.
Logo, não se deve aumentar impostos.

Comete-se a falácia do boneco de palha ou espantalho, já que se está a tentar desviar


o tema central em discussão na tese a defender. Pode-se defender o aumento de
impostos não porque se defenda a pobreza ou o abismo económico, mas porque, por
exemplo, se procura mais justiça social.

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