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A arte de argumentar

Anthony Weston
O que é argumentar?

○ Argumentar é defender uma tese, um ponto de vista.

○ Argumentar exige não apenas fazer a defesa do seu ponto de vista, da sua tese, como
também conhecer os argumentos contrários.

○ Argumentar também pode ser entendido como um modo de investigar a validade de


um enunciado, de um ponto de vista, de uma tese. Quando percorremos os argumentos
que defendem uma tese, ou seja, quando analisamos os argumentos que defendem
determinado ponto de vista, consideramos se são válidos ou não, se são substanciais ou
não, se são contraditórios ou não.... Ou seja: colocamos aquela tese em questão através
da análise das afirmativas que pretendem sustenta-la.
O que é um ensaio argumentativo?

○ É um texto que vai muito além da redação dissertativo-argumentativa.

○ Ensaio argumentativo é um texto no qual parte-se dos argumentos curtos para


argumentos mais complexos, nos quais exponho não apenas minha linha de raciocínio
como também analiso e critico/descontruo/considero os raciocínios em contrário.

“Para se preparar para escrever um ensaio, o estudante tem de explorar os argumentos que
defendem os pontos de vista opostos; depois tem de escrever o próprio ensaio defendendo
as suas conclusões com argumentos e avaliando criticamente alguns dos argumentos dos
pontos de vista opostos”. (WESTON, 1996, p. 6)
CAPÍTULO 1
Vamos começar pelos argumentos curtos

LIMITE-SE A UM
SENTIDO PARA
EVITE A CADA TERMO
LINGUAGEM
USE UMA TENDENCIOSA
LINGUAGEM
PRECISA, ESPECÍFICA
PARTA DE PREMISSAS E CONCRETA
FIDEDIGNAS

APRESENTE AS
SUAS IDÉIAS POR
UMA ORDEM
NATURAL

A DISTINÇÃO
ENTRE
PREMISSAS E
CONCLUSÃO
Premissa x conclusão

○ Conclusão: “a conclusão é a Ou seja: é seu ponto de Premissa 1


afirmação para a qual estamos a vista, sua tese, aquela

c
fornecer razões”. (WESTON, 1996, p. ideia que você quer “Estava um cão no

Premissa 2
7) defender, aquele ponto
aonde você quer
estábulo e, apesar de
chegar. alguém lá ter estado e
ter levado para lá um
cavalo, o cão não
ladrou [...] É óbvio que
o visitante era alguém

Conclusão
○ Premissa: “As afirmações que
fornecem essas razões (citadas que o cão conhecia
acima)”. (WESTON, 1996, p. 7) Ou seja: são as
bem [...]”, (DOYLE, s/d
proposições que p. 451)
pretendem apoiar a
conclusão ou a justificam.
Apresente suas ideias numa sequência natural

Introdução

c
○ Apresente as suas idéias pela ordem que “Os males do mundo devem-se tanto a
mais naturalmente revele o seu raciocínio ao deficiências morais quanto à falta de

Premissa 2
leitor. inteligência. Mas a humanidade não
descobriu até agora qualquer método
para erradicar as deficiências morais [...]
○ Opção 1: Coloque a conclusão primeiro,

Premissa 2
A inteligência, pelo contrário, é
seguida das suas razões (premissas). facilmente aperfeiçoada através de
métodos que todos os educadores
competentes conhecem. Logo, até que
○ Opção 2: Apresente as suas premissas
se descubra um método para ensinar a
primeiro e retire a conclusão no fim.

Conclusão
virtude, o progresso terá de ser
alcançado através do aperfeiçoamento
da inteligência, e não da moral.”
Parta de premissas fidedignas e fortes

○ Por melhor que argumente a partir das premissas para a conclusão, a sua conclusão será
fraca se as suas premissas forem fracas.

○ Se não tem a certeza de que uma premissa é fidedigna, pode ter de fazer alguma
pesquisa e/ou apresentar um curto argumento para defender a própria premissa.

○ Se descobrir que não pode argumentar adequadamente a favor da sua premissa ou


premissas, então, está claro, é necessário que desista completamente desse argumento e
comece por outro lado!
Use linguagem específica, precisa, concreta

NÃO: Para aqueles cujos papéis


○ Escreva envolviam primariamente a
concretamente: execução de serviços, por oposição
evite termos à assunção de responsabilidades de SIM: No antigo
chefia, o padrão básico parece ter
abstratos, vagos, Egito as
sido uma resposta às obrigações
gerais, de duplo invocadas pela chefia, que eram pessoas
sentido, metáforas. concomitantes com o estatuto de comuns
membro na comunidade societal e podiam ser
em várias das suas unidades
recrutadas
○ Vá direto ao ponto. segmentadas. A analogia moderna
mais próxima é o serviço militar para
exercido por um cidadão comum, trabalharem.
exceto que o chefe da burocracia
○ Use linguagem egípcia não precisava de uma
simples e direta. emergência para evocar obrigações
legítimas.
Evite linguagem tendenciosa

○ Não faça com que o seu Não: A sabotagem


argumento pareça bom à custa eleitoral teve um papel
de caricaturar o ponto de vista importante na guerra Sim: A CIA
oposto. secreta do Brasil. A CIA tentou
investiu qualquer coisa influenciar as
como 20 milhões de eleições
○ Se não conseguimos imaginar dólares para financiar os brasileiras
como pode alguém defender o conservadores nas [...] dando
ponto de vista que estamos a eleições brasileiras. O dinheiro a
atacar, é porque ainda não o dinheiro foi usado para candidatos
compreendemos. comprar candidatos em conservadores
oito das onze eleições
para o governo [...]
Limite-se a um sentido para cada termo

○ Uma boa maneira de evitar a equivocidade é definir cuidadosamente quaisquer


palavras-chave quando as introduzimos; depois é necessário assegurar que estas
palavras são usadas unicamente como foram definidas! Pode ser também necessário
definir termos especiais ou técnicos.

○ Ou seja: escolha bem as palavras-chave a serem usadas em suas premissas, conheça o


sentido de cada uma delas.
CAPÍTULO 2
Argumentos com base em exemplos
Outrora as mulheres casavam muito novas. A Julieta da
peça Romeu e Julieta, de Shakespeare, ainda nem tinha 14
○ Os argumentos com base em exemplos oferecem um ou mais
exemplos específicos para apoiar uma generalização. anos. Na Idade Média, 13 anos era a idade normal de
casamento para uma rapariga judia. E durante o Império
Romano muitas mulheres casavam aos 13 anos, ou mesmo
○ Generalizar é uma tarefa suscetível de originar muitos erros. Exige-se, mais novas.
então, que os exemplos sejam precisos.

○ Use mais do que um exemplo. Todos os meus vizinhos vão


votar no Silveira para
presidente. Logo, o Silveira
○ O número de exemplos necessários depende parcialmente da sua vai ganhar.
representatividade. Depende também parcialmente do tamanho do
conjunto a partir do qual estamos a generalizar.

Um artigo argumentando que os Estados Unidos estavam por detrás


○ Os exemplos são representativos? A amostra é adequada? de um golpe de Estado no Brasil afirma que “depois do golpe, os
investimentos estrangeiros aumentaram rapidamente [...] Quatro anos
depois do golpe, o capital estrangeiro conseguira controlar o sector
○ Quando estiver escrevendo, não use os argumentos que vierem à privado: 100% da produção automóvel e de pneus, 90% do cimento,
cabeça: leia mais, analise, pesquise contra-exemplos. 80% da indústria farmacêutica, 60% das fábricas de acessórios de
automóveis e mais de 50% da produção química e de máquinas”.
○ Use números, dados factuais, mas não os use aleatoriamente ou
como falácia. No entanto, estes números são completamente inúteis pela simples
razão de que não são oferecidos quaisquer números pré-golpe.
CAPÍTULO 3
Argumentos por analogia

Quando alguém entra para uma equipa de futebol, concorda


○ O que é analogia? Analogia é “relação de em obedecer às decisões do treinador (porque o sucesso da
semelhança entre objetos diferentes”. (PRIBERAM, equipa depende da obediência dos respectivos membros). A
on-line, 2017) administração americana é como uma equipa de futebol (o seu
sucesso depende também da obediência dos respectivos
membros). Logo, quando alguém entra para a administração
○ Os argumentos por analogia, em vez de americana, concorda em obedecer às decisões do presidente.
multiplicarem exemplos para apoiarem uma
generalização, argumentam a partir de um caso ou
exemplo específico para provarem que outro caso,
semelhante ao primeiro em muitos aspectos, é Nordwell não tem direito a reclamar a posse da Itália em nome de
também semelhante num outro aspecto ninguém, e menos ainda por «direito de descoberta» (porque a Itália
determinado (WESTON, 1996, p. 17). é habitada pelo seu povo há séculos). A pretensão de posse de
Colombo em relação à América, «por direito de descoberta», é
como a pretensão de posse de Nordwell em relação à Itália
○ As analogias exigem apenas semelhanças (também a América era habitada pelo seu povo há séculos). Logo,
relevantes. Colombo não tinha direito de proclamar a posse da América em
nome de outro povo, nem mesmo «por direito de descoberta».

○ É preciso, no entanto, ter cuidado para que a


analogia não resulte em argumentos fracos. Nem As casas bonitas e bem construídas têm de ter «criadores»: autores
sempre eles funcionam. e construtores inteligentes. O mundo é como uma casa bonita e
bem construída. Logo, o mundo tem também de ter um «criador»:
um autor e arquiteto — Deus.
CAPÍTULO 4
Argumentos de autoridade

A Anistia Internacional, no número de Janeiro


○ Precisamos muitas vezes de apoiar-nos noutras pessoas para descobrirmos de 1985 da Amnesty International Newsletter,
e para que nos digam o que não podemos descobrir sozinhos. vol. XV, n.º 1, p. 6, revela que alguns presos são
torturados no México. Logo, alguns presos são
torturados no México.
○ Usamos a seguinte fórmula:
○ X (uma pessoa qualquer ou uma organização que tem obrigação de saber) diz Y.
Logo, Y é verdade. No entanto, por vezes é arriscado apoiarmo-nos em outrem.
O reitor da Universidade Portugal disse a pais e
jornalistas que as aulas naquela universidade
○ No entanto, por vezes é arriscado apoiarmo-nos em outrem. Então, temos promovem uma troca de idéias viva e livre. Logo, as
de ter em conta uma lista de requisitos que qualquer bom argumento de aulas na Universidade Portugal promovem uma troca
autoridade deve observar: de idéias viva e livre.
○ As fontes devem ser citadas (ajudar a estabelecer a verdade da premissa)
Ora, não se trata de um argumento válido porque o
○ As fontes estão informadas, qualificadas (tenha cuidado com supostas autoridades reitor de uma universidade pode saber muito pouco
que afirmam saber o que não têm possibilidade de saber.)
do que se passa nas aulas dessa universidade.
○ As fontes são imparciais (por interesse, podem até não dizer a verdade).
○ Compare as fontes (verificar se outras pessoas ou organizações igualmente
imparciais e qualificadas concordam) Einstein era um pacifista; logo, o pacifismo tem
○ Tenha em mente que ataques pessoais não desqualificam uma fonte (a falácia ad de ser uma posição correta.
hominem é atacar a pessoa de uma autoridade em vez de atacar as suas
qualificações) Ora, o gênio de Einstein na física não o
estabelece como um gênio em filosofia
política
CAPÍTULO 5
Argumentos sobre causas

○ Tentamos explicar por que acontece uma coisa argumentando acerca Ao longo dos últimos
da sua causa. Podemos nos basear no argumento de autoridade, por vinte anos as
exemplo, citando cientistas e pesquisadores que testaram crianças foram
causas-fatos-efeitos, ou usar nossos próprios exemplos, menos criteriosos. vendo cada vez
De todo modo, é muito difícil saber o que causa algo. Então, vamos às mais televisão.
dicas. Durante o mesmo
○ Verifique se o argumento exp1ica como a causa conduz ao efeito ou diz apenas período, as
que isso provoca aquilo? (leia o exemplo da página 25)
classificações nos
○ Garanta que a conclusão sugere a causa mais provável (IMPORTANTE: Uma regra exames de admissão
de polegar é: preferir explicações compatíveis com as nossas crenças mais bem
fundadas. As ciências naturais estão bem fundadas, tal como a nossa compreensão às faculdades
corrente acerca de como as pessoas são. Claro que, por vezes, a explicação mais tornaram-se cada
provável pode mesmo assim estar errada, mas temos de começar pelas melhores
hipóteses). vez mais baixas. Ver
○ Considere que os fatos associados não estão necessariamente relacionados, porque televisão parece
algumas correlações podem ser apenas coincidências ou representarem dois efeitos arruinar a nossa
de uma outra causa que ainda não havia sido considerada.
mente. (WESTON,
○ As causas podem ser complexas: nem sempre existe apenas uma única causa para 1996, p. 27)
um efeito.
CAPÍTULO 6
Argumentos dedutivos

○ O que é dedução? Dedução é a


inferência lógica de um
raciocínio que parte das causas
para os efeitos, ou seja, é a
conclusão a que se chega a
partir de um raciocínio lógico.

Reductio
Modus Modus Silogismo Silogismo
○ “Os argumentos dedutivos bem ponens tollens hipotético disjuntivo
dilema ad
construídos são argumentos em absurdum
que a verdade das premissas
garante a verdade das
conclusões. [...] Os argumentos
dedutivos oferecem, pois,
certezas —mas apenas se as
respectivas premissas forem
também certas.” (WESTON, 1996,
p. 28-29)

Há seis formas dedutivas comuns,


cada uma com uma regra própria.
Modus ponens (modo de por os argumentos)

○ Os argumentos dedutivos bem


formados chamam-se
argumentos válidos. Usando as
letras p e q em representação de
duas frases, a forma dedutiva P: Se os otimistas tem mais hipóteses
mais simples é: de terem sucesso do que os
pessimistas, devias ser otimista.
Q: Os otimistas tem mais hipóteses de
Se p, então q. terem sucesso do que os pessimistas.
p. P: Logo, devias ser otimista.

Logo, q.
Modus tollens (modo de tirar o argumento)

○ Uma segunda forma válida é P: Se o universo fosse


o modus tollens («o modo de infinitamente velho, não
P: Se o cão não haveria já hidrogênio, uma
tirar»: tire q, tire p):
conhecesse bem o vez que
○ Se p, então q. Não-q. Logo, visitante, Q: o hidrogênio se transforma
não-p. Q: teria ladrado. constantemente em hélio em
todo o universo e esta
○ Neste caso, «não-q» Não-Q: O cão não
transformação é um processo
representa a negação de q, ladrou. irreversível.
ou seja, a frase «não é Não-P: Logo, o cão Não-P: Todavia, o universo é,
verdade que q»; o mesmo conhecia bem o de fato, composto quase
acontece com «não-p». visitante. inteiramente por hidrogênio.
Não-Q: Logo, o universo teve
de ter um início determinado.
Silogismo hipotético

Se P: Se estudarmos outras
culturas,
○ O silogismo hipotético é válido para Então Q: aperceber-nos-emos
qualquer número de premissas, desde
que cada uma delas tenha a forma da enorme variedade de
«se p, então q» e o q de uma premissa
se torne o p da próxima. costumes humanos que
existem.
○ Note que este silogismo hipotético Se Q: Se nos apercebermos da
constitui um modelo eficaz para
explicar as conexões entre causa e enorme variedade de
efeito (regra 18). A conclusão liga uma
causa a um efeito, enquanto as costumes humanos que
premissas explicam os estádios existem,
existentes entre uma e outro.
Então R: poremos em causa os
○ A fórmula é nossos próprios costumes.
Se Q, então R: Logo, se
Se p, então q. estudarmos outras culturas,
Se q, então r. poremos em causa os nossos
Logo, se p, então r.
próprios costumes.
Silogismo disjuntivo

P: Ou temos esperança no progresso através do


○ O que é silogismo disjuntivo? É um raciocínio que expressa alternativa aperfeiçoamento da moral,
por meio do emprego do conectivo ou. Formula-se assim:
Q: ou temos esperança no progresso através do
aperfeiçoamento da inteligência.
p ou q.
Não-P: Não podemos ter esperança no progresso
Não-p.
através do aperfeiçoamento da moral.
Logo, q.
Logo, Q: Logo, temos de ter esperança no progresso
através do aperfeiçoamento da inteligência.
○ Em português a palavra «ou» pode ter dois sentidos. No seu sentido
«exclusivo», a palavra «ou» na frase «a ou b» quer dizer que ou a é
verdadeira ou b é verdadeira, mas não ambas. No seu sentido
«inclusivo», «a ou b» quer dizer que ou a ou b é verdadeira e,
possivelmente, ambas são verdadeiras. Os silogismos disjuntivos são
válidos independentemente do sentido dado a «ou». Mas no sentido P: Só o Pedro
exclusivo de «ou» podemos também argumentar:
Ou Q: ou o João poderiam ter
p ou q.
cometido tão terrível ação.
p. P: O João cometeua;
Logo, não-q. Logo, não-Q: logo, o Pedro não a
cometeu.
Dilema

○ O dilema é um raciocínio que parte de


premissas contraditórias e mutuamente
excludentes, mas que paradoxalmente
terminam por fundamentar uma mesma P ou Q: Há um dilema que qualquer oposição a
conclusão;
uma iniquidade bem sucedida tem, pela
○ Em um dilema, ocorre a necessidade de natureza das coisas, de enfrentar.
uma escolha entre alternativas opostas A e
B, que resultará em uma conclusão ou P: Se nada fazemos,
consequência C, que deriva Então R: somos considerados cúmplices na
necessariamente tanto de A quanto de B;
medida cm que concordamos em silêncio.
○ Latu sensu, dilema é a necessidade de
escolher entre duas saídas contraditórias e Se Q: Se resistimos,
igualmente insatisfatórias. Então S: somos acusados de provocar novos
excessos.
p ou q. Logo, R ou S: A conduta de quem perde nunca
Se p, então r. parece correta [...]
Se q, então s.
Logo, r ou s.
Reductio ad absurdum

○ Os argumentos por reductio, como


são freqüentemente denominados, Suponhamos que o mundo tem
um criador, tal como uma casa A demonstrar: O mundo
estabelecem, pois, as respectivas tem um criador. Acontece que, não tem um criador.
conclusões mostrando que a quando as casas, não são
negação da conclusão conduz ao perfeitas, sabemos quem devemos
Assuma-se: O mundo tem
absurdo. Nada mais nos resta fazer, culpar: os arquitetos e os pedreiros um criador, tal como uma
sugere o argumento, senão que as criaram. Mas o mundo não casa tem um criador.
é também totalmente perfeito. Da assunção segue-se:
aceitarmos a conclusão.
Logo, parece seguir-se que o
criador do mundo, Deus, também Deus é imperfeito (porque
não é perfeito. Consideramos, o mundo é imperfeito).
A demonstrar: p. porém, esta conclusão absurda. Mas: Deus não pode ser
Contudo, a única maneira de
Assuma-se: não-p (p é falso). evitarmos este absurdo é imperfeito.
Da assunção derive-se: q. rejeitarmos a suposição que a ele Logo: O mundo não tem
conduz. Logo, o mundo não tem um criador.
Demonstre-se: q é falso um criador.
Conclua-se: p.
CAPÍTULO 7
Exploração do tema do ensaio argumentativo

○ Explore os argumentos de todas as posições

○ Primeiro, descubra quais são os mais fortes argumentos PRÓ E CONTRA. Leia artigos ou fale com pessoas
que tenham diferentes pontos de vista.

○ Comece a formular os seus próprios argumentos.

○ Experimente diferentes formas argumentativas (tente os argumentos por analogia, por autoridade, com
exemplos, dedutivos, disjuntivos, silogismos hipotéticos etc)

○ Construa argumentos tão bons quanto possível para cada lado e critique depois estes argumentos
usando as regras deste livro (reveja os capítulos anteriores).
○ Garanta que as premissas sejam fortes e defensáveis. Argumente a favor das premissas vulneráveis. A
regra é: qualquer afirmação passível de ser posta em causa precisa, pelo menos, de alguma defesa.

○ Reveja e repense os argumentos à medida que surgem .


CAPÍTULO 8
Os pontos principais do ensaio argumentativo

○ Formule a questão à qual você pretende dar resposta e explique sua importância

○ Faça uma afirmação ou uma proposta precisa: é seu ponto de vista. Se está a fazer uma
afirmação filosófica ou a defender a sua interpretação de um texto ou de um fato,
estabeleça primeiro simplesmente a sua afirmação ou interpretação.

○ Desenvolva completamente os seus argumentos - Um argumento bem desenvolvido é


melhor do que três argumentos em esboço.

○ Considere alternativas – a sua proposta/ideia pode não ser a única razoável


CAPÍTULO 9
Escrever o ensaio argumentativo

As mulheres só conquistaram o direito de voto depois de


○ Siga o seu esboço lutarem ativamente.
As mulheres só conquistaram o direito de freqüentarem o
○ A introdução deve ser breve e ir direto ensino superior depois de lutarem ativamente.
ao ponto As mulheres só estão a conquistar o direito à igualdade de
oportunidades no emprego através da luta ativa.
○ Apresente os seus argumentos um por Logo, os direitos das mulheres só são conquistados através da
um: um por parágrafo luta ativa.

○ Clarifique, clarifique, clarifique: para Uma vez mais, um bom ensaio explicará em primeiro lugar a
importância do tema, depois tornará clara a conclusão, após
você sua ideia e seu texto podem estar o que dedicará um parágrafo (por vezes vários) a cada
claros, mas para o outros, não. premissa. Um parágrafo deve defender a primeira premissa,
explicando como conquistaram as mulheres o direito de voto,
○ Sustente as objeções com argumentos . vários outros parágrafos devem defender a segunda
premissa, mostrando através de exemplos a luta em que as
○ Não afirme mais do que mostrou. mulheres tiveram de envolver-se para conquistarem o direito
a frequentarem o ensino superior etc.
CAPÍTULO 10
Falácias

○ As falácias são erros, incorreções em


argumentos. É apenas outra forma
de dizermos que uma das regras dos
bons argumentos foi violada.

○ 1- Tirar conclusões a partir de dados


insuficientes.
○ 2- Ignorar alternativas

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