Filosofia 2:
• O Dogmatismo Radical ou Absoluto
ANÁLISE COMPARATIVA DE DUAS TEORIAS EXPLICATIVAS DO
CONHECIMENTO:
As questões relativas ao conhecimento estão presentes na História
do pensamento desde a antiguidade. No entanto foi na
modernidade que a Gnoseologia (Teoria do Conhecimento)
alcançou uma maior relevância.
Foram Filósofos como:
• René Descartes (1596-1650)
• David Hume (1711-1776)
Que erigiram as questões gnoseológicas como o cerne da reflexão
filosófica, nomeadamente as que se prendem com a possibilidade
e origem do conhecimento.
O QUE É CONHECIMENTO?
O Conhecimento é o ato através do qual um sujeito constrói uma
representação de um objeto. O Ser Humano, porque é dotado de
consciência, tem a capacidade de se apropriar do real, imprimindo-
lhe uma dimensão mental.
O conhecimento remete, assim, para essa capacidade
especificamente humana de construir representações das coisas.
Porém uma vez que, o objeto de conhecimento não é sempre o
mesmo, os tipos de conhecimento também podem variar.
O conhecimento pode ser:
• Processual – Saber Fazer, remete para uma habilidade ou
destreza (como por exemplo, tricotar, conduzir ou
nadar).
• Direto – Se resultar do contacto imediato com um objeto
(que pode ser uma pessoa, um local ou estado mental).
• Proposicional – Saber que, se obtido diretamente,
sobretudo por via inferencial.
CONHECIMENTO A PRIORI OU A POSTERIORI:
A Priori:
• Os conhecimentos a priori, depende, tão-somente, do
pensamento e da capacidade de raciocínio.
• Exs: “Um Homem solteiro não é casado” ou “O dobro de
dois é igual a metade de oito”.
A Posteriori:
• Nesse caso, será necessário recorrer à experiência, ou
seja, à informação que se obtém através dos sentidos,
para as justificar.
• Ex: “O meu irmão tem olhos azuis” ou “O veludo é
macio”.
O PROBLEMA DA POSSIBILIDADE E DA ORIGEM DO
CONHECIMENTO:
O problema da possibilidade do conhecimento consiste em saber
se o Ser Humano pode conhecer os objetos total ou parcialmente
de forma certa e verdadeira, ou pelo contrário, não pode conhecer
nenhum objeto da realidade que o rodeia. Ao Homem não é
possível ter certezas de nada, só dúvidas.
Para este problema existem duas soluções radicais:
• O Ceticismo Radical ou Absoluto
Dogmatismo Radical ou Absoluto:
Aceita a possibilidade do Conhecimento, sem colocar dúvidas e
aceitar tudo como certezas (existe no senso comum – Dogmatismo
Ingénuo, defendido por Descartes).
Ceticismo Radical ou Absoluto:
Nega a possibilidade do Conhecimento (existe em Pirro e em sexto
sentido).
Este problema também comporta posições moderadas:
Como Dogmatismo crítico ou Criticismo
Kant – aceita a possibilidade do Conhecimento, aplicando a crítica.
Ceticismo Metódico:
Aceita a possibilidade do conhecimento, utilizando a dúvida como
método para chegar à verdade e certeza e depois assumir o
dogmatismo.
Resumo…
O Ceticismo como objeto da Filosofia, justifica-se. (Para haver uma
crença, têm que ser justificadas).
A Gnosiologia é a área da Filosofia que analisa e reflete sobre as
questões do Conhecimento (Teoria do Conhecimento).
O Conhecimento por Contacto refere-se ao conhecimento direto
de uma realidade (Se resultar do contacto imediato com um
objeto - que pode ser uma pessoa, um local ou estado mental).
Kant, ao considerar necessária uma crítica prévia da razão, foi um
filósofo dogmático.
Para um dogmático, nenhum conhecimento está sujeito à dúvida.
Segundo os Racionalistas a razão é uma fonte segura para o
conhecimento (Racionalistas = Razão)
Pirro de Élis defendeu a teoria do Ceticismo Radical.
A Definição Tradicional do Conhecimento foi contestada, em
primeiro lugar, por Gattier.
O Conhecimento baseado em técnicas refere-se ao Saber-Fazer.
De acordo com a crítica à definição tradicional do Conhecimento, a
justificação, a crença e a verdade não são condições suficientes do
conhecimento.
O Dogmatismo Ingénuo não ocorre na Filosofia, Isto significa que,
os Filósofos examinam criticamente o que lhes é fornecido pelos
sentidos.
Segundo os Racionalistas o conhecimento verdadeiro é aquele que
é logicamente verdadeiro e universalmente válido.
O Entendimento é semelhante a uma página em Branco, onde,
antes de qualquer experiência, nada se encontra escrito.
A Análise Tripartida do Conhecimento concebe o conhecimento
enquanto: Crença, Verdade e Justificação.
Visão Racionalista: Só a Razão dispõe de condições para garantir
um conhecimento evidente.
Os Conceitos Fundamentais dos Empiristas são: Experiência,
Sensações e conhecimentos a posteriori.
Segundo Kant todo o conhecimento se inicia com a experiência,
mas necessita da razão para ser considerado como tal.
De acordo com os Racionalistas, o modelo do Conhecimento
verdadeiro é a Matemática.
Objeções do Ceticismo Radical:
Ao Afirmar que o “Conhecimento é impossível”, o Ceticismo Radical
incorre numa contradição, pois ao saber que o conhecimento é
impossível é já saber alguma coisa, e sendo assim é possível
conhecer.
Além disso, quando se afirma saber que o conhecimento é
impossível é necessário justificar. Face a esta dificuldade, e porque
para um Cético não a forma de se justificar uma crença, não faz
sentido apoiar-se numa crença para rejeitar outra.
Fundacionalismo:
Outra objeção ao Ceticismo Radical foi apresentada pelos
Fundacionalistas. Para estes pensadores, o Ceticismo Radical não é
uma perspetiva Sustentável, pois, ao contrário do que
argumentam os céticos com a regressão infinita da Justificação,
nem todas as nossas crenças são justificadas com base noutras
crenças.
O FUNDACIONALISMO FOI A RESPOSTA ADOTADA POR:
• Racionalistas – René Descartes
• Empiristas – David Hume
RACIONALISMO:
Para Descartes, não só o conhecimento é possível, como também
há crenças que se podem justificar exclusivamente a partir da
Razão.
O Filósofo apresenta, assim, uma Resposta Racionalista ao
problema da Origem do Conhecimento.
O Racionalismo é a doutrina Filosófica que considera que todo o
conhecimento tem origem na Razão. Uma vez que toda a
proposição universal, é necessária procede da razão, só esta pode
garantir a verdade do Conhecimento.
Os Racionalistas apoiam-se normalmente na Matemática.
Para um Racionalista, conhecer é conhecer a Razão, isto é, é
conhecer as ideias que ou são produzidas espontaneamente por ela
(a priori) ou são inatas.
Para Descartes a Razão é a única fonte que garante a verdade do
conhecimento.
EMPIRISMO:
Para David Hume, ao contrário do que defendia Descartes, as
crenças básicas que permitem responder ao desafio cético (e
afirmar a possibilidade do conhecimento) provêm da Experiência
Sensível.
Assim, o fundacionalismo de Hume, ao sustentar a justificação das
nossas crenças é feita a posteriori, a partir das nossas impressões
sensíveis radica numa posição empirista.
Para o Empirismo, a experiência é o ponto de partida e o limite do
conhecimento. Assim, antes do contato sensorial com o objeto,
não há qualquer possibilidade de representação. Não existem
ideias Inatas.
Para David Hume, todo o conhecimento começa com a experiência,
uma vez que é pelo sentido que captamos a matéria das
representações.
Desta forma, os conteúdos da mente são dados imediatos da
experiência, ou seja, as Impressões (Sensações, sentimentos e
emoções) e as ideias (as representações que construímos a partir
das impressões).
Resumo:
O nome da Teoria segundo a qual o conhecimento deve ser
concebido como uma estrutura, que se desenvolve a partir de
fundamentos certos, seguros e indubitáveis – Fundacionalismo
É o tipo de Juízo cuja verdade, tem origem no pensamento e pode
ser conhecida sem recorrer à experiência – Juízo a priori
Filósofo Fundador do Ceticismo Radical – Pirro de Élis
Problema que trata das fontes do Conhecimento Humano –
Problema da Origem do Conhecimento
Posição Filosófica que admite o valor da razão e da experiência
quanto ao problema da origem do conhecimento – Racionalismo
Posição Filosófica que defende o valor do Sujeito do seu
pensamento no conhecimento dos objetos existentes na realidade
– Empirismo
É a base comum da aprendizagem de todo o Ser Humano que
determina diferentes tipos de conhecimento – Matemática (?)
É algo que nasce com o sujeito e é uma das crenças aceites pelo
Racionalismo – Ideias Fundamentais do Conhecimento
EMPIRISMO VS RACIONALISMO:
Teoria A – Empirismo:
• Criador – David Hume
• Afirma que Conhecimentos tem limites
• Juízos a Posteriori
• Experiências Internas e Externas
• Ideias de Base Empírica
• Sensações e Impressões
• A experiência como base de todo o tipo de
Conhecimento
• O valor do Objeto sobre o Sujeito
• Multiplicidade de sensações sobre o mesmo objeto
• A Mente Humana é comparável a uma página em Branca
• Nada existe no pensamento que não tenha existido nos
sentidos
 Teoria B – Racionalismo:

• Intuição e Dedução
• Ideias Inatas
• Conhecimentos Necessários e Universais
• Otimismo Racionalista
• Confiança total na Razão
• Evidência
• Obtenção verdades e certezas sobre a realidade
• Valor do Sujeito sobre o objeto´

CETICISMO METÓDICO E O DOGMATISMO CRÍTICO E O

VALOR PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESPÍRITO HUMANO.

Ao contrário do Dogmatismo, o Ceticismo é uma corrente

filosófica que afirma não ser possível ao sujeito apreender de
um modo efetivo ou rigoroso, o objeto. No entanto existem
duas formas de Ceticismo, mitigado ou moderado e ao que diz
a respeito ao ceticismo metódico. Ou seja, é quando se adota
uma postura cética perante determinado problema que se
procede com maior prudência na resolução de tal problema e
só desse modo é possível o inconformismo perante as soluções
apresentadas, o que nos move a buscar novas soluções.
Quando faz parte do espírito crítica e autónomo, o ceticismo
adquire um caráter metódico, sendo um meio para alcançar a
verdade e não a confissão explícita de que a não a podemos
encontrar. Com a dúvida adquire-se a razão e é possível
alcançar o conhecimento. Deste modo, o Ceticismo adquire um
papel importante no nosso desenvolvimento intelectual e
desenvolvimento de espírito humano, pois ao questionar e
sujeitar a apreensão do objeto a exames e críticas conduz ao
surgimento de soluções que desencadeiam uma evolução do
conhecimento.

Comparativamente, perguntar pela possibilidade do

Conhecimento equivale a perguntar se o sujeito apreende
efetivamente o objeto, e nesse sentido o dogmatismo é uma
perspetiva filosófica que responde afirmativamente a esta
questão.

Esta perspetiva filosófica tem por supostas a possibilidade e a

realidade do contacto entre o objeto e o sujeito, para ela é
naturalmente compreensível que o sujeito apreende o objeto e
esta posição assenta numa confiança na razão humana, ainda
não sujeita a qualquer dúvida, e por essa razão valoriza o
desenvolvimento do espírito humano, pois esse só evolui na
busca do conhecimento, que se faz pela autonomia da crítica
perante problemas que surgem.