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Conhecimento

Conhecimento: cognitio (cum+gnosco), palavra latina que significa “captação


conjunta”. Refere-se à relação estabelecida entre um sujeito que conhece
(cognoscente) e um objeto que é conhecido (cognoscido).

 O sujeito é o cognoscente, é aquele que conhece.


 O objeto é o cognoscido, é aquele que é conhecido.

Fenomenologia: Método fenomenológico desenvolvido por Husserl que tem como


objetivo descrever o que aparece à consciência, isto é, os fenómenos. Estuda a sua
estrutura, procurando evitar quaisquer pressupostos, sejam eles ideias, teorias ou
crenças. Sendo passível de aplicação em vários domínios, é no campo do
conhecimento que a fenomenologia husserlina se afirma, descrevendo o fenómeno do
conhecimento como um conjunto de relações entre um sujeito e um objeto.

Tipos de conhecimento

Conhecimento por contacto trata-se do sujeito conhecer um determinado objeto, seja


ele, um país, uma pessoa, um jogo.
Ex.: O João conhece o jogo de xadrez.

Conhecimento de saber-fazer que corresponde a uma competência, ou seja, quando o


sujeito sabe tocar um instrumento, andar de bicicleta ou nadar.
Ex.: A Carlota sabe jogar xadrez.

Conhecimento proposicional ou saber-que é o que tem por objeto proposições ou


pensamentos verdadeiros.
Ex.: A Julieta sabe que Garry Kasparov foi um campeão mundial de xadrez.

Definição tradicional de conhecimento

O conhecimento é uma crença verdadeira justificada.

➢ Conhecer implica formar uma ideia acerca de algo, crer em algo.


➢ Conhecer implica que a ideia que temos acerca de algo seja verdadeira. Não
faz, por isso, sentido falar em conhecimento falso.
➢ Conhecer implica poder explicar ou fundamentar o que acreditamos ser
verdade, um palpite feliz, por exemplo, não é conhecimento.

S sabe que P, se e só se, S tem uma crença verdadeira justificada de que P.

O filósofo Edmund Gettier pôs em causa a definição tradicional de


conhecimento, dando uma série de contraexemplos que mostram que é
possível termos uma crença verdadeira justificada sem que seja, realmente,
conhecimento. Assim, defende que, para além da crença, da veracidade e da
justificação, há uma condição extra: que a justificação seja infalível.

Crença Crença Condição extra (?)

Gettier
Platão

Verdadeira Justificada Verdadeira Justificada

O problema da origem do conhecimento:


o Será o conhecimento possível?
o Será que efetivamente sabemos aquilo que julgamos saber?

Este problema está intrinsecamente ligado ao problema da justificação das nossas


crenças: se defendermos que as nossas crenças estão devidamente justificadas, então,
há conhecimento, mas se defendermos que não há justificação para as nossas crenças,
então temos de reconhecer que o conhecimento não é possível.

A grande divisão na resposta ao problema da origem do conhecimento tem oposto


empiristas e racionalistas.

Conhecimento A posteriori – conhecimento dependente da experiência. É constituído


por crenças que só podem ser justificadas através de dados empíricos.
Pode ser sensorial, experiência através de sentidos ou introspetivo, experiência através
de sentimentos.

Conhecimento A priori – conhecimento independente da experiência. É constituído por


crenças que podemos obter recorrendo apenas ao pensamento.

A teoria racionalista

A origem do conhecimento está na razão.

As teorias que identificam como fonte de conhecimento o pensamento ou a razão,


tratam-se de racionalismo.
Os racionalistas desprezam o papel dos sentidos e defendem que o conhecimento
deve satisfazer dois critérios: necessidade lógica universalidade.

O filósofo francês René Descartes é, sem dúvida, racionalista. Defende que as nossas
crenças estão devidamente justificadas e que, por conseguinte, o conhecimento é
possível, assumindo uma posição dogmática. O dogmatismo é uma corrente filosófica
que defende a possibilidade do conhecimento.

A teoria empirista

Em clara oposição ao racionalismo, encontra-se o empirismo, uma teoria segundo a


qual todo o conhecimento se baseia na experiência sensível.

O filósofo escocês David Hume é, sem dúvida, cético. Defende que muitas das nossas
crenças não estão devidamente justificadas e, por conseguinte, estabelece limites para
o conhecimento humano, admitindo uma posição cética. O ceticismo é uma corrente
filosófica que nega a possibilidade, parcial ou total, do conhecimento.

PROBLEMA DA
ORIGEM DO
CONHECIMENTO

Racionalismo (Descartes) Empirismo (Hume)


Sobrevalorização da razão como Sobrevalorização da experiência como
fonte prioritária do conhecimento. fonte prioritária do conhecimento.

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