Segundo a definição tradicional de conhecimento, a crença, verdade e justificação são

condições necessárias e conjuntamente suficientes para o conhecimento.

O racionalismo defende que o conhecimento tem um fundamento racional: as crenças
básicas provêm da razão. A razão é a fonte principal de conhecimento do mundo e há
crenças sobre o mundo que podem ser justificadas a priori.

O empirismo defende que o conhecimento tem um fundamento empírico: as crenças

básicas provêm da experiência. A experiência é a única fonte de conhecimento do mundo e
o conhecimento a priori não é substancial (sobre o mundo).

Tanto o racionalismo como o empirismo são teorias fundacionalistas. O fundacionalismo é a

perspetiva segundo a qual o conhecimento está alicerçado em fundamentos certos, seguros
e indubitáveis. Tais fundamentos podem encontrar-se na razão (racionalismo) ou na
experiência (empirismo).

O ceticismo defende a tese de que nenhuma fonte de justificação do conhecimento é

satisfatória, quer ela seja a razão, quer ela seja a experiência.

Descartes é um fundacionalista racionalista. Defende que a razão é a fonte de justificação

última das nossas crenças.

A primeira verdade da filosofia cartesiana é o cogito, uma evidência que se impõe ao

pensamento como absolutamente clara e distinta. Deus é a garantia de tudo aquilo que
concebemos clara e distintamente. É o princípio fundante da verdade objetiva e de toda a
realidade.

David Hume é um fundacionalista empirista. Defende que a perceção é o processo pelo

qual adquirimos informação acerca do mundo, usando os nossos sentidos.

As perceções podem ser de dois tipos: impressões e ideias. Elas distinguem-se pelo grau
de força ou de vivacidade. Todas as nossas ideias derivam de impressões, o que significa
que não há ideias inatas.

David Hume defende um fenomenismo (toda a realidade se reduz aos fenómenos, ou seja,
àquilo que aparece) e um ceticismo moderado (reconhece a imperfeição e os limites do
entendimento humano, que não pode ir além da experiência).