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Fundacionalismo

Tese: O conhecimento está fundado em crenças básicas (racionais ou empíricas)

O fundacionalismo diz respeito a qualquer teoria epistemológica que se baseie no conceito de crenças
básicas, ou fundamentos para a construção do conhecimento.

A epistemologia é uma das disciplinas centrais da Filosofia: estuda, entre outros, os problemas da natureza e
da possibilidade do conhecimento. A palavra epistemologia tem a sua raiz no termo grego episteme, que
significa conhecimento.

Os fundacionalistas sustentam/afirmam que há crenças fundacionais. Isto é, crenças que não são justificadas
por outras crenças e que, por isso mesmo, funcionam como alicerces, ou seja a base/o suporte/o apoio sobre
as quais assentam as que carecem de justificação. São as chamadas crenças básicas.

Crenças básicas: são crenças que se autojustificam, isto é, que se justificam a si mesmas sendo infalíveis
(não podem estar erradas); incorrigíveis (não podem ser refutadas); e indubitáveis (não podem ser postas em
dúvida). Tanto os racionalistas como os empiristas fazem parte do fundacionalismo.

Crenças não básicas: são crenças que são justificadas por outras crenças

Em relação à origem das crenças básicas, podemos falar de dois tipos. Ou dependem da experiência, como
acontece quando afirmo que há um livro de capa azul sobre a minha secretária, são as chamadas verdades a
posteriori. Ou são independentes da experiência e resultam da razão, são as verdades a priori, como
acontece com a maioria das verdades matemáticas.

Os fundacionalistas para quem as crenças básicas são a priori chamam-se racionalistas. Aqueles que
consideram as crenças básicas a posteriori chamam-se empiristas.

Conhecimento a priori (antes de): quando conhecemos a priori, a fonte de justificação das nossas crenças é
a razão ou o pensamento. Um conhecimento é a priori se o podemos adquirir recorrendo apenas ao
pensamento e independentemente da experiência. Exemplos:

● 2+2=4
● O triângulo tem três lados
● Regras gramaticais
● Significado das palavras

Conhecimento a posteriori (posterior a): quando conhecemos a posteriori, a fonte de justificação das
nossas crenças é a experiência - a informação que obtemos a partir dos sentidos. Um conhecimento é a
posteriori se só o podemos adquirir pela experiência.

● Em Portugal, fala-se portugues.


● Andar de bicicleta
● Tocar um instrumento
● O conhecimento adquirido por meio da leitura de livros ou da observação de outras pessoas.
As fontes de justificação do conhecimento

O racionalismo e o empirismo são escolas de pensamento que buscam explicar a forma como os seres
humanos adquirem o conhecimento, porém elas têm filosofias fundamentalmente opostas.

Enquanto o racionalismo afirma que a fonte do conhecimento é a razão, o empirismo alega que é a
experiência sensorial.

Racionalismo Empirismo

O racionalismo é uma teoria O empirismo é uma teoria filosófica


filosófica que se baseia na baseada na ideia de que a
Definição
afirmação de que a razão é a experiência é a fonte do
fonte do conhecimento humano. conhecimento.

Intuição Acreditam em intuição. Não acreditam.

Indivíduos têm conhecimentos Indivíduos não possuem


Ideias inatas
inatos. conhecimentos inatos.

O conhecimento é baseado no uso O conhecimento é baseado na


De onde vem o conhecimento
da razão e da lógica. experiência e experimentação.

Dedução, conhecimento inato e


Princípios-chave Indução e experiências sensoriais.
razão.

Platão, Descartes, Leibniz e Noam


Teóricos Locke, Berkeley e Hume.
Chomsky.

A disputa entre racionalismo e empirismo ocorre na epistemologia, o ramo da filosofia dedicado ao estudo da
natureza, fontes e limites do conhecimento.

Enquanto os racionalistas afirmam que nosso conhecimento é adquirido pela razão e conhecimentos inatos,
os empiristas afirmam que a fonte de todo o nosso conhecimento é a experiência sensorial.

O que é racionalismo?

O racionalismo acredita que existe um conhecimento inato, e que podemos chegar à verdade apenas pelo
exercício da nossa razão, antes mesmo da experiência sensorial.

Um exemplo disso seria a matemática, onde não precisamos confiar em nossos sentidos para estabelecer que
2 + 2 = 4.

O conhecimento inato seria uma forma superior de conhecimento, que nos dá acesso a uma verdade mais
substancial, que transcende o mundo cotidiano.

O racionalismo acredita em três caminhos por onde os humanos podem chegar ao conhecimento:

Dedução: a dedução é a aplicação de princípios concretos para tirar uma conclusão. Os princípios
matemáticos são um exemplo de dedução. Exemplo: encontrar a metragem quadrada de uma sala sempre é
feito do mesmo modo, multiplicando a largura pelo comprimento.

Ideias inatas: é o conceito de que nascemos com verdades fundamentais ou experiências que trazemos de
outras vidas. Esse pensamento pode explicar porque algumas pessoas possuem mais talento em algumas
coisas do que outras, mesmo que elas tenham recebido exatamente o mesmo ensinamento sobre o tema.
Razão: a razão usa a lógica para determinar uma conclusão, podendo utilizar vários métodos para isso, pois
a ênfase é encontrar a verdade, e não o método usado.

O que é empirismo?

O empirismo é uma escola de filosofia que afirma que a realidade e o conhecimento são derivados da
experiência sensorial.

Como filosofia, é avaliada pela metodologia das ciências naturais, e o único tipo de conhecimento que
importa para o empirista é aquele que pode ser formalmente medido ou verificado.

O empirismo trabalha os determinados princípios-chave para explicar de onde vem o conhecimento humano.

Experiência sensorial

Os empiristas acreditam que nossas ideias vêm unicamente da experiência sensorial. Essas ideias podem ser
simples ou complexas, e fazem uso dos nossos cinco sentidos: tato, paladar, olfato, audição e visão.

Ideias simples são aquelas que usam apenas um dos cinco sentidos para estabelecer a percepção, como, por
exemplo, saber que o açúcar é doce.

Já as ideias complexas usam mais de um dos cinco sentidos para obter uma percepção mais detalhada,
como saber que o açúcar, além de doce, é branco e granulado.

Indução

A indução é o princípio mais crucial para o empirismo, semelhante à razão para os racionalistas. A indução é
a crença de que poucos objetos de estudo podem ser conclusivos, especialmente sem experiência.

Se uma árvore cai na floresta e ninguém está perto para ouvi-la, sua queda produzirá som? Este é um
exemplo da perspectiva empirista da indução. Como não há ninguém na floresta para escutar o som da
árvore caindo, o empirista afirma que não se pode determinar se é verdade que a queda fez algum barulho.

Por sua vez, o racionalista diria que a árvore ao cair produz som. Afinal, pela experiência, as árvores quando
caem fazem barulho por conta do peso e do choque com outras árvores e ao cair, com o solo.

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