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DESCARTES HUME

Temos ideias inataas. Não temos ideias inatas.


A ORIGEM DAS Mesmo a ideia de Deus tem uma
A ideia de Deus é uma delas.
IDEIAS origem empírica.

A mente é uma substância A mente reduz-se a um agregado


A NATUREZA puramente pensante, sem extens ão, de perceções.
DA MENTE
que suporta as nossas ideias.

Podemos saber a priori que Deus Não temos conhecimento a priori


CONHECIMENTO existe e que a mente não é material. sobre questões de existência real.
A PRIORI

Podemos provar que as nossas E impossível provar que as nossas


REALIDADE DO perceções sensíveis são
causadas perceções sensíveis são causadas
MUNDO FÍsIcO por objetos físicos.
por objetos fisicos.
Estrutura do ato de cohecimento Para Descartes, a dúvida é o método
gar à certeza. Através da dúvida che-
Existem três tipos de conhecimento. O conheci- tentamos pôr em metódic
questão tudo
aquilo em que
mento por contacto é uma questão de familia- acreditamos para encontrar algo indubitáyvel
rização: conhecemos um bjeto na medida em
ele. O conhe- Para pôr em questão muito daquilo em
que estamos familiarizados com
que
cimento prático é um "saber-como": obtemos acreditamos, basta encontrar razões para duvi
este conhecimento desenvolvendo aptidões dar de que os sentidos são uma fonte de
conhe-
para realizar tarefas. O conhecimento proposi- cimento. Descartes encontra vârias razões
para
cional consiste em "saber-que": em saber que duvidar, sendo a mais forte delas a hipótese do
uma determinada proposiçãoéverdadeira. génio maligno.

Existem dois tipos de conhecimento proposi- Ao examinar essas razões, Descartes está a
pensar. Ora, para pensar tem de existir. Assim,
cional. O conhecimento a posteriori (ou empi- p e l a i n f e r ê n c i a e u p e n s o , logo existo - conhe-
rico) é aquele que só pode ser obtido através da
cida por cogito Descartes atinge uma pri-
experiência. O conhecimento a priori é o conhe-
meira certeza.
cimento de verdades que podemos descobrir
sem recorrer à experiência.
O cogito sugere um critério de verdade: tudo
Segundo a definição tradicional de conheci aquilo que percebemos com clareza e distinção
Descartes
mento proposicional, este consiste em crença éverdade. Para validar este critério,
tenta demonstrar a existência de Deus.
verdadeira justificada.

Dado que Deus é sumamente bom, não é um


De acordo com o ceticismo radical, nenhum ser
ser enganador. Cada um de nós pode estar cer
humano tem realmente conhecimento. Contra
com
existem to, ent 0, de que tudo aquilo que percebe
o ceticismo radical, pode-se alegar que
fontes de conhecimento básico. Para os empi- toda a clareza e distinção é verdade.

ristas, experiência é a fonte de conhecimento


a
São assim eliminadas as dúvidas quanto à rea
principal. Os racionalistas confiam sobretudo certos
na intuição racional lidade do mundo físico. Podemos estar
de que as nossas perceções sensíveis repre
sao
De acordo com o infalibilismo, uma justificação sentam objetos físicos. Podemos saber que

só é adequada se excluir completamente a pos- causadas por eles.


sibilidade de erro. O falibilismo diz-nos que uma
ico
crença justificada pode ser falsa. A mente, no entanto, não é um objeto
subbs
Um objeto físico, para Descartes, é uma

edade

O racionalismo de Descartes tância extensa: uma coisa cuja proprncu


nsiste

fundamental é a extensão. A extensão co


contrário,

A certeza psicológica, subjetiva, consiste na n OCupar espaço. Uma mente, pelo xtensa.

e uma substância não


convicção mais forte possivel. A certeza epis- pensante, mas
dos
dualista
témica, objetiva, consiste na justificação mais Descartes propõe uma conceção duas

forte possível. A filosofia de Descartes é uma seres humanos. Somos constituidos por d
sejam

busca da certeza epistémica. substâncias: a mente e o corpo. Embora.se

distintas, elas interagem causalmente.


a
deHume
necessária entre eles. Pelo principio da copia
de
ideia de conexão necessária tem de derivar
mpirismo

0
impressões. Segundo Hume, deriva senti do
temos dois tipos de perceções:
Hume, häbito
Para mento de expectativa produzido pelo
ideia AS Impressões distin
impressõese
sua maior vivacidade.
aulem-se das ideias pela um acontecimento
x cau-
Para Hume, dizer que
gu
da cópia, todas as ideias
o principio que dizer que
Seaundo sa um acontecimento yé o mesmo
derivam d e i m p r e s s õ e s .
acontecimentos
(A) a x segue-se ye a todos os
acontecimentos
semelhantes a x seguem-se
bifurcaç o de Hume, todo o nosso
y e
Sequndo a semelhantes a y, ou que (B) a x segue-se
proposicional é de relações de semelhante a x
conhecimento observar um acontecimento
facto. As relações de
ideias ou de questões de faz-nos ter a expectativa de
um acontecimento
conhecidas
definem-se por poderem ser
ideias semelhante a y.
demonstrativamente
Sendo intuitiva ou
a priori. questões
verdades necessárias. As
certas, são Descartes e Hume:
terem de ser conheci-
de facto definem-se por uma análise comparativa
são
Quando são verdadeiras,
posteriori.
das a
verdades contingentes.
afirma a existência de ideias inatas
Descartes
elas não
Contrariamente às ideias facticias,
relativos a
os raciocínios
Segundo Hume, todos são criadas pela
nossa imaginação.
E contra-
assentam na relação de
cau-
questões de facto adventicias, não são
causa-

ser riamente às ideias


salidade. Asrelações causais nunca podem fisicos. Segundo
Descartes são
das por objetos
inferirmos um efeito
descobertas a priori. Para derivam apenas do
nosso poder
conceitos que
uma causa, ou o
inverso, precisamos ideias
a partir de a existência de
na obser- de pensar. Hume nega
apoiar na experiência: da cópia, todas as
sempre de nos
inatas. Segundo o principio
constantes.
vação de conjunções ideias derivam da experiência

es-
inferências causais (ou indutivas), mente consiste numa
Aofazer Para Descartes,
uma
causas seme-
tamos sempre a pressupor que a e nos pensamentos
que
substância pensante
efeitos semelhantes- e, consiste
Ihantes seguem-se nela ocorrem.
uma mente
Para Hume,
assemelhar-se-åao pas- pensamentos ou per-
assim, que o futuro agregado de
apenas num
sado. Este é princípio
o da uniformidade da
Natureza. Hume argumenta que é impossivel ceções.
justificá-lo. O desafio de mostrar, contra Hume, o nosso
conhecimento

é o Hume considera que


que o raciocínio indutivo não é injustificável limitado do que
Descar-
muito mais
priori é
problema da indução. a
podemos descobrir,
Defende que não
tes supõe. entidades con-

Para Hume, as inferências causais não são jus- sem recorrerà experiència, que
natureza.
e qual a sua
tificáveis, mas podem ser explicadas através da cretas existem realmente

do hábito.
lei psicológica Hume pensa que
Descartes,
Contrariamente a
fisicos não
Quando julgamos que um acontecimento cau- realidade dos objetos
a crença na
sa outro, presumimos que existe uma conexão pode ser justificada.
Grupo
Para cada uma das questões que se seguem, indique a única resposta corot.
ta
1. De acordo com a definição tradicional de conhecimento proposicional
conhecimento

a. se for verdadeira. c. só se for verdadeira.


b. só se derivar da experiência. d. se derivar da experiência.

2. 0 conhecimento a priori
a. tem de basear-se na experiêéncia
b. pode não se basear na experiência.

c. resulta de ideias inatas.


d. não pode basear-se na experiência.

3. De acordo como ceticismo radical,


a. nem todas as crenças justificadas são verdadeiras.
b. não temos crenças justificadas.
c. não temos crenças verdadeiras.
d. nem todas as crenças verdadeiras estão justificadas.

4. De acordo como falibilismo, uma crença justificada


a. baseia-se na experiència. C. não pode ser falsa.
b. pode ser falsa. d. baseia-se na intuição racional

5. Segundo Descartes, a existência de Deus pode ser demonstrada a partir da


a. hipótese do génio maligno.
b. ordem do mundo físico.
c. análise da ideia de ser sumamente perfeito.
d. distinção entre mente e corpo.
6. Segundo Descartes, a mente humana é
a. uma substância extensa.
b. um agregado de pensamentos.
c. uma substância pensante.
d. um agregado de partículas materiais.
7. Segundo Hume, o conhecimento de relações de ideias é de
a. verdades necessárias. C. verdades contingentes.
b. impressões externas.
d. impressões internas.
8. Segundo o principio da uniformidade da
a. todas as ideias derivam de Natureza,
impressões.
b. o hábito explica as inferências causais.
c. as
impressões são mais vívidas do que as
d. o futuro ideias.
assemelhar-se-á ao passado.
GrupoI I

n ér e s p o s t a sc l a
aG e Completas às questões que se seguem
r a s s

s e g u i n t e .

texto
0
eia
que alguém aposta regularmente em cavalos. Tenta sempre apostar em
Suponha

cedores, 1as raramente o faz. Contudo, está tão cheio de ilusória autoconfiança
mas raramer

sempre
que consegue uma aposta acredita ardentementee que o seu cavalo vai ga-

Nas raras ocasiðes em que o cavalo ganha, saberia apostador que o cavalo dele
Nas raras Ocasið o

Claro que não. Ele poderia sentir-se completamente confiante, mas isso
nhar
ganhar?
iria
istória. Para se saber algo, não se pode apenas adivinhá-lo,
mesmo que se
outra
é depositamos no nosso pal-
rte. e não o sabemos por maior que seja confiança quealém
a
o sa
acerte, e
da verdadeira?
necessario o conhecimento, crença
ite Assinm, que mais é para
Daniel Kolak e Raymond Martin, Sabedoria Sem Respostas,
Lisboa, Temas e Debates, 2002, p. 51.

ideia que os autores defendem no texto.


Identifique a
1.1.
definição tradicional de conhecimento?
o caso discutido no texto refuta a
1.2. Seráque
Porque?

teoria do conhecimento
de Descartes.
2. Explique o papel da dúvida na

3. Leia o texto seguinte.


independentemente
chávena de café existe
a minha desta
S realistas indiretos aceitam que uma perceção
direta
não tenho
n o entanto, que e u mediadoras.
m. Consideram, envolve imagens
afirma que a perceção sim
realismo indireto diretamente, mas
Cavena. O objeto que
vemos
não é esse
caténa mi
Qua Olhamos para um objeto,
Para o realista
indireto, a chávena de
percetual. (...) bidimensional
vermelho na
Lmediário dos sentidos
dado a
causa a presença de um
diretamente.
Consequentemente,

etaria perceciono
que e u e u so a perceciono
e é este objeto indiretamente,
isto e,
nente, percecionada mente.
por mim
minha
de café só é causou na
na dos sentidos que
a
2013, p. 82
Lisboa, Gradiva,
Porqu
ue estou ciente do dado do
Conhecimento,

à Teoria
Introdução
Dan O'Brien,
Porquê?
indireto?
realismo

3.1. Seráque Descartes


defendeo

Porquer
indireto?
realismo
3.2. oera
S que Hume d e f e n d e o

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