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Descrição e interpretação
da atividade cognoscitiva
[Filosofia do Conhecimento]
Em discussão
Teoria do conhecimento (epistemologia ou gnosiologia)
Problemas em discussão
Conhecimento
É no Teeteto, de Platão, que se encontra a definição tradicional de conhecimento (uma definição tripartida):
o conhecimento é crença verdadeira justificada.
Contraexemplos de Gettier
Será que as três condições são todas elas necessárias para haver conhecimento?
Ceticismo radical,
Nega a possibilidade do conhecimento.
absoluto ou global
Fundacionalismo
Crenças
básicas São autoevidentes e justificam-se a si mesmas.
Fontes de conhecimento
Razão Experiência
(pensamento) (sentidos)
Proposição Proposição
a priori a posteriori
Exemplos:
Exemplos:
• A neve é fria.
• Nenhum solteiro é casado. • A língua oficial da Região Autónoma
• 23 + 5 = 28.
da Madeira é o Português.
Modos de conhecimento
Conhecimento Conhecimento
a priori a posteriori
A justificação das crenças tem por base A justificação das crenças tem por base
unicamente a razão ou o pensamento. a experiência sensível.
O racionalismo e o empirismo
Racionalismo Empirismo
O modelo do conhecimento
encontra-se na matemática.
Conhecimento a priori
Inatismo
Existem conhecimentos a priori acerca do mundo. Não existem conhecimentos a priori acerca do mundo.
Há conhecimento inato
Nenhum conhecimento é inato.
(mas apenas para alguns racionalistas).
Filósofo racionalista
Análise
Método Regras
Síntese
Enumeração
e revisão
Deve guiar o espírito no exercício das
duas operações fundamentais do
entendimento.
Operações fundamentais do entendimento
Intuição Dedução
Medicina
permanece una e idêntica, por muito diferentes
que sejam os objetos a que se aplique.
Mecânica
Física
Dúvida metódica
Se alguma crença resistir à dúvida, poderá ser a base ou o fundamento para outras crenças.
Uma crença fundacional permitirá evitar a regressão infinita da justificação.
Razões para duvidar
Hipótese
Falta de critério
Ilusões e enganos Enganos e da existência de um
para distinguir
dos sentidos erros de raciocínio deus enganador ou
o sonho da vigília
génio maligno
Permite que nos libertemos dos juízos precipitados que formulámos na infância,
dos preconceitos adquiridos, das opiniões erróneas, da confiança cega nas
informações dos sentidos, assim como da tradição e da autoridade.
Da dúvida ao cogito
Cogito
Dúvida Sou um ser Afirmação Não posso
– “Penso,
– ato livre que pensa e da minha duvidar
logo
da vontade. duvida. existência. sem existir.
existo”.
Critério de verdade
Clareza Distinção
Evidência
Equivale à
separação de uma
Diz respeito à
ideia relativamente
presença da ideia à
a outras, de modo
mente que a
que ela não
considera com
contenha elementos
atenção.
que não lhe
pertençam.
É um princípio É conhecido por
É uma ideia clara e
evidente e indubitável, intuição
distinta
uma certeza – é uma verdade da
– uma ideia evidente.
inabalável. razão (a priori).
Fornece o critério de
verdade.
Cogito É a primeira verdade.
Não é suficiente para garantir que a existência do corpo ou de um mundo exterior e independente do pensamento.
Embora tendo um critério de verdade, o sujeito pensante, limitado e imperfeito, é incapaz, por si só,
de garantir a verdade objetiva daquilo que pensou com clareza e distinção.
Também ainda não afastámos a hipótese da existência do génio maligno ou deus enganador.
Provada a existência de Deus, Descartes irá deduzir muitas verdades, provando igualmente a existência do
corpo e de um mundo exterior.
Será agora possível construir o edifício do conhecimento e superar todos os argumentos dos céticos radicais
Os três tipos de substâncias e o fundacionalismo de Descartes
Tipos de substâncias
Vários atributos,
Pensamento Extensão decorrentes da
perfeição infinita.
Atributos essenciais
Dualismo cartesiano
Dualismo substancial
Principais verdades
(das quais se deduzirão outras)
David Hume
(1711-1776)
Filósofo empirista
Ideias
Impressões maior
Grau de menor (pensamentos)
força e
vivacidade
Simples
Exemplo: Exemplo:
• impressão de um • ideia de um tom de
tom de azul. azul.
Ideias
Impressões (pensamentos)
Exemplo: Exemplo:
• impressão de uma • ideia de uma
equipa de futebol. equipa de futebol.
Complexas
Contiguidade Causalidade
Semelhança
no tempo e no espaço (relação de causa e efeito)
Mas há factos que esperamos que se verifiquem no futuro e há afirmações que fazemos e
que não podemos justificar se nos basearmos apenas no testemunho da memória ou na
experiência imediata dos sentidos – afirmações que vão para além da experiência.
Não é obtido por raciocínios a priori (pela razão), mas deriva totalmente da experiência.
A única coisa que a experiência nos revela é que entre dois fenómenos, eventos
ou objetos se verifica uma conjunção constante.
Através da experiência,
Como chegamos a conhecer a relação de
ao observarmos
causa e efeito?
conjunções constantes.
Hume apresenta uma perspetiva cética a respeito do conhecimento científico dos fenómenos.
O problema da indução
Problema da indução
Não há um bom argumento indutivo nem um bom argumento dedutivo a favor do PUN.
Existe o eu?
Cada ser humano é apenas um feixe ou coleção de diferentes perceções que se sucedem umas às outras.
Não temos boas razões para pensar que exista, que tenha essas perceções.
Existe o mundo exterior?
A única realidade de que estamos certos é constituída por perceções (impressões e ideias). Assim,
também não sabemos se as perceções são causadas por objetos exteriores.
Ceticismo de Hume
É um ceticismo
Não é um ceticismo
• Não observamos conexões mitigado
radical ou pirrónico.
necessárias entre fenómenos; ou moderado.
• A indução não é fiável;
• Não são racionalmente justificáveis
as crenças em realidades que
transcendam o domínio da
experiência.
Impressões dos sentidos
Críticas a Hume
Origem
A experiência (as impressões) é a
do A razão ou pensamento é a fonte
fonte principal de conhecimento.
conhecimento principal de conhecimento.
Não existem ideias inatas. Todas as
Existem ideias inatas. A partir
ideias derivam de impressões. Hume
delas é possível obter o
sublinha a importância do raciocínio
conhecimento, mediante a intuição
indutivo, embora considere que a
e a dedução.
indução não é fiável.
Existe conhecimento a priori
Não existe conhecimento a priori
acerca do mundo. É nele que o
acerca do mundo. Todo o conhecimento
conhecimento a posteriori encontra
acerca do mundo tem origem na
o seu fundamento.
experiência (é a posteriori).
Descartes – Racionalismo Hume – Empirismo