Você está na página 1de 18

Resumos

O conhecimento pratico é o que resulta de


uma competência, de um saber-fazer. Por
exemplo, saber nadar, saber cozinha. O
1. O que é conhecer? objeto do conhecimento é uma atividade.
A epistemologia é uma das disciplinas
centrais da filosofia: estuda, entre outros, os O conhecimento proposicional, ou saber-
problemas da natureza e da possibilidade que, tem como objeto conhecimento uma
do conhecimento. A palavra epistemologia proposição verdadeira. Por exemplo: “A
tem a sua raiz no termo grego episteme, que Maria sabe que Lisboa é a capital de
significa conhecimento. Portugal.” É o tipo de conhecimento que
nos distingue dos outros animais e
corresponde a muito do que aprendemos na
escola (História, Matemática, Biologia,
ETC..) - centrar-nos-emos neste tipo de
conhecimento.

O que é o «Não será a mais censurável das


conhecimento? ignorâncias julgar saber-se o que não se
sabe?»

epistemologiQual é a principal fonte


a de justificação das
A definição tradicional de
nossas crenças?
conhecimento- a crença verdadeira
justificada é condição necessária e
Será o conhecimento suficiente para haver conhecimento.
possível?
Problema  em que consiste o Platão apresenta-nos uma proposta de
conhecimento?  definição tradicional definição de conhecimento proposicional
de conhecimento que assenta na ideia de que há três
condições necessárias para o
conhecimento: crença, verdade e
Conhecer é estabelecer uma relação entre justificação. Separada ou individualmente,
nós e o mundo. O conhecimento por cada uma destas condições não é suficiente
contacto implica estar, ou ter estado, para haver conhecimento, mas as três
diretamente em contacto com o que é condições necessárias são, conjuntamente,
conhecido. Por exemplo: “A Maria conhece suficientes para o conhecimento.
o Luís.”;” A Joana conhece o México.”
Neste caso, o objeto do conhecimento é
uma pessoa ou um lugar. TESE – conhecer é ter uma crença
verdadeira justificada.

Filosofia Definição tradicional de conhecimento /


definição tripartida de conhecimento:
conhecer é ter crenças verdadeiras e boas Verdade- para haver conhecimento, as
razões, ou justificações, para as sustentar. nossas crenças têm de ser verdadeiras. A
verdade é uma condição necessária para
S sabe que P se e somente se:
haver conhecimento. O conhecimento é
1. S acredita que P factivo, o que significa que não podemos
2. P é verdadeira saber algo que é falso: saber algo implica a
3. S tem uma justificação para verdade daquilo que sabemos. Mas a crença
acreditar em P verdadeira não é uma condição suficiente
para o conhecimento.
verdade
Imagina que perguntas a alguém que não
te conhece quantos animais de estimação
tens e essa pessoa afirma que tens dois.
Respondes, espantado, que efetivamente
tens um cão e um gato. Por isso a crença é
verdadeira. Mas terá essa pessoa
crença Justificação
conhecimento? Não terá sido uma questão
de sorte ou de acaso? O conhecimento não
pode ser obtido ao acaso.
«o saber é opinião verdadeira
acompanhada de explicação»
Justificação- para haver conhecimento, não
Conhecimento
basta termos uma crença verdadeira; a
Crença- é um estado mental de convicção nossa crença tem de estar justificada, ou
ou de adesão a algo. Todo o conhecimento seja, temos de ter boas razões a favor da
envolve uma crença. Por exemplo, se verdade dessa crença.
sabemos que Lisboa é a capital de Portugal,
então acreditamos nisso. Seria contraditório A justificação é uma condição necessária
se assim não fosse. para o conhecimento. No entanto a
justificação não é uma condição suficiente
A crença é, desta forma, uma condição para o conhecimento, porque ter boas
necessária para haver conhecimento: razões para acreditar em algo não garante
quando eu sei algo, acredito nesse algo. que essa crença seja verdadeira.
Mas a crença não é uma condição
suficiente para o conhecimento: saber e
acreditar são coisas distintas. Podes ter justificação para acreditar que
Na antiguidade, por exemplo, acreditava- vai chover – o céu esta nublado e escuro,
se que a Terra estava no centro do está vento e a previsão meteorológica
Universo e a convicção era tão forte que se afirma-o – e, no entanto, essa crença
pensava que se sabia isso. No entanto, justificada pode revelar-se falsa e não
hoje sabemos que estavam enganados. chover.
Na definição tradicional ou tripartida de justificadas e, no entanto, não tem
conhecimento, a crença verdadeira conhecimento. Os contraexemplos de
justificada é, como tal, aquilo que define o Edmund Gettier mostram que, apesar de a
conhecimento: crença, verdade e crença em causa ser verdadeira e estar
justificação tomadas em conjunto são justificada, a justificação que o sujeito
suficientes para o conhecimento. Se tem para essa crença não se baseia nos
alguém tiver uma crença, se essa crença for aspetos relevantes da realidade que
verdadeira e, se além disso, houver boas tornam a sua crença verdadeira.
razões a favor da verdad3e dessa crença,
então essa pessoa tem conhecimento.
TESE – ter uma crença verdadeira
justificada é condição necessária, mas
É o dia do teu aniversario. Tens a crença de não é condição suficiente para o
que os teus pais te vão oferecer um conhecimento.
telemóvel e esta crença está justificada
pelo facto de eles próprios terem
comentado contigo que precisavas de um Edmund Gettier tem por base argumentos
dedutivos, mas é possível fazer o mesmo
novo. Efetivamente, é verdade que te vão
tipo de refutação com argumentos não
oferecer um telemóvel. Assim, podemos
dedutivos, como no caso do seguinte
afirmar que sabes que a tua prenda de
contraexemplo formulado por Bertrand
aniversario é um telemóvel, porque tens Russel:
uma crença verdadeira justificada.
Conhecimento
Um relógio muito fiável esta na praça.
Todos os dias passas por ele e todos os dias
ele te indica a hora certa. Esta manhã, olhas
A para ele para saberes que horas são. Como
Crença Verdade Justificação resultado, ficas a saber que são 9:55. Tens
Condição Condição condição
justificações para acreditar nisso, baseado
Necessária necessária necessária
na suposição correta de que o relógio tem
crença verdadeira justificada não é sido muito fiável no passado.
condição suficiente para haver
conhecimento.
Mas supõe que o relógio parou há
exatamente 24 horas, apesar de tu não o
saberes. Tens a crença verdadeira
justificada de que são 9:55, mas na
realidade não sabes se esta é a hora
correta.
rença verdadeira justificada
Edmund Gettier refuta a definição
Condições, conjuntamente,
tradicional de conhecimento de Platão,
suficientes
propondo situações hipotéticas em que as A quarta condição necessária para o
pessoas têm crenças verdadeiras conhecimento
Há muitas tentativas para resolver ou
dissolver o problema formulado por Gettier
que procuram acrescentar uma quarta
condição para o conhecimento ou, então,
propor uma teoria epistemológica
radicalmente diferente.
Alvin Goldman propôs uma quarta
condição necessária para o O conhecimento é um estado inteiramente
conhecimento: uma condição o causal. mental

«O estatuto de justificabilidade de uma Timothy


crença é uma função de fiabilidade do Crença
processo ou dos processos que a causam, verdade
Williamson propõe
onde (numa primeira aproximação) a
uma
fiabilidade consiste na tendência de um
abordagem
processo para produzir crenças que são
verdadeiras ao invés de falsas.» conhecimento
TESE- conhecer é ter uma crença
verdadeira justificada a partir de um
fiabilidade
processo fiável de obtenção de crenças epistemológica inovadoraJustificação
e distinta.
(em que o sujeito está causalmente ligado Segundo ele, a definição tradicional de
aos aspetos relevantes da realidade conhecimento é analisável em elementos
responsáveis pela verdade da crença). epistémicos mais básicos (crença, verdade e
Segundo Goldman, uma crença verdadeira justificação) e é um estado híbrido entre um
só pode constituir conhecimento se estiver estado mental associado à crença e à
justificada e tiver sido adquirida através de justificação e um estado não mental
uma relação causal entre o sujeito que associado à verdade. Não devemos, no
conhece e os aspetos da realidade que entanto, partir do pressuposto de que todos
tornam a sua crença verdadeira. os conceitos são analisáveis e de que o
conhecimento é um estado híbrido
S sabe que P se e somente se: suscetível de ser analisado em componentes
1. P é verdadeira mentais e não mentais.
2. S acredita que P Assim Williamson propõe que o
3. S tem uma justificação para conhecimento é o estado epistémico mais
acreditar em P básico, indefinível e inanalisável.
4. S está justificado a acreditar que P
porque P foi obtida por um processo TESE- o conhecimento é um estado
fiável de obtenção de crenças. inteiramente mental em que nos
encontramos se os nossos pensamentos
representarem corretamente o mundo.

O facto de ser um estado inteiramente


mental não significa que é unicamente
determinado pelo que está “dentro da nossa a sua raiz no termo grego episteme, que
cabeça”. O conhecimento é, também, em significa conhecimento.
parte, determinado
-Segundo a definição tradicional de
pelo que está no mundo
conhecimento proposicional, apresentada
exterior. Por exemplo,
problema por Platão, há três condições necessárias
eu não posso
para o conhecimento: crença, verdade e
saber que
justificação. Separadamente, não são
o café está
condições suficientes para o conhecimento,
quente
mas, conjuntamente, de acordo com esta
Como justificamos as
(não posso
teoria, são condições suficientes para o
estarnossas
nesse crenças?
estado mental) se ele realmente
conhecimento.
não estiver quente. O café- essa parte do
mundo exterior- constitui em parte o meu -Gettier apresenta contraexemplos que
estado mental de saber. mostram que, apesar de a crença em causa
ser verdadeira e estar justificada, a
justificação que o sujeito tem para essa
Definição tradicional de conhecimento crença não se baseia nos aspetos relevantes
da realidade que tornam a sua crença
 O conhecimento é analisável através
verdadeira.
de conceitos mais elementares
(crença, verdade e justificação). -Goldman propôs uma quarta condição- a
 O conhecimento é um estado mental condição causal: uma crença verdadeira só
(crença e justificação) e um estado pode constituir conhecimento se estiver
não mental (verdade). justificada e tiver sido adquirida através de
uma relação causal entre o sujeito que
Definição de conhecimento de
conhece e os aspetos da realidade3 que
Williamson
tornam a sua crença verdadeira.
 O conhecimento é o estado -Williamson propõe uma abordagem
epistémico mais básico (inalisável e epistemológica inovadora e distinta: o
indefinível). conhecimento é um estado inteiramente
 O conhecimento é inteiramente um mental em que nos encontramos se os
estado mental (também determinado nossos pensamentos representam
pelo mundo exterior). corretamente o mundo.

1.2 As fontes de justificação do


conhecimento

A RECORDAR
-A epistemologia é uma das disciplinas
centrais da filosofia: estuda problemas
como o da natureza e da possibilidade do
conhecimento. A palavra epistemologia tem
ao pensamento e independentemente
da experiência.
Conhecimento a priori e conhecimento a
posterior Neste tipo de conhecimento, a fonte de
justificação das nossas crenças é o
Os filósofos admitem duas fontes de
pensamento ou a razão, na medida em
justificação: a razão (ou pensamento) e a
que é um conhecimento que se pode
experiência. A estas duas fontes estão
obter independentemente dos sentidos.
associados, respetivamente, dois modos de
Para sabermos que “A metade de quatro
conhecimento: a priori e a posteriori.
é dois”, não precisamos de recorrer aos
Se sentidos, é possível usarmos apenas o
as raciocínio.
Razão A experiência pode desempenhar um
Experiência
certo papel na aquisição do
Conhecimento Conhecimento conhecimento a priori. Não precisamos
a priori de recorrer à experiência para justificar
a posteriori
razões que usamos o conhecimento de que um objeto azul é
para justificar uma determinada crença ou colorido, no entanto, o conceito de cor e
proposição são a posteriori, então a fonte de azul teve de ser, em primeiro lugar,
de justificação a posteriori. No entanto, isso adquirindo pela experiência.
não implica, por si só, que esse
O que está em causa na distinção entre
conhecimento seja de tipo a posteriori,
conhecimento priori e o conhecimento a
porque o que determina a sua classificação
posteriori é o modo como conhecemos
como tal é se ele é suscetível de (se pode)
certa proposição e não o modo como
ser conhecido a priori ou se só é suscetível
adquirimos os conceitos considerados
de (se só pode) ser conhecido a posteriori,
relevantes para a compreendermos.
Se conheço os resultados de um cálculo
através de uma máquina de calcular,
conheço de modo a posteriori, mas esse
tipo de conhecimento matemático, é priori, 2. Conhecimento a posteriori
dado que se pode obter esse conhecimento
recorrendo apenas ao pensamento e Um conhecimento é a posteriori se só o
independentemente da experiência. Não podemos adquirir pela experiência.
podemos limitar-nos a assumir que um Neste tipo de conhecimento, a fonte de
conhecimento é de tipo a priori e posteriori justificação das nossas crenças é a
baseando-nos apenas na fo0nte de experiência – a informação que obtemos a
justificação que foi usada para o obter ou partir dos sentidos. É também chamado de
justificar. conhecimento empírico (decorrente da
experiência). Não é possível sabermos, por
exemplo, que a “Neve é branca.”: Através
1. Conhecimento a priori apenas do pensamento ou do raciocínio.
Um conhecimento é a priori se o Precisamos de recorrer aos sentidos para
podemos adquirir recorrendo apenas obter e justificar esta crença.
Fontes de justificação do conhecimento: garante a aquisição e justificação do
conhecimento.
- Razão (conhecimento a priori).
Exemplos: 2+2=4; o triangulo tem três
lados; Os solteiros não são casados. Empirismo
-Experiência (conhecimento a posteriori) TESES- o conhecimento tem um
fundamento empírico: as crenças básicas
Exemplos: A neve é branca; O pedro é
provem da experiência. O conhecimento a
solteiro; Em Portugal, fala-se português.
priori não é substancial (sobre o mundo).
O empirismo, por sua vez, atribui o papel
Racionalismo e empirismo fundamental à experiência e aos sentidos.
Sob o ponto de vista da origem do Os empiristas enfatizam o conhecimento a
conhecimento (da génese das nossas posteriori e desvalorizam o conhecimento a
crenças), os racionalistas defendem que a priori, o qual consideram que nada nos diz
razão é a principal fonte do conhecimento. acerca do mundo.
Por sua vez, os empiristas defendem que
todos os nossos conhecimentos têm origem,
em última análise, na experiência
PROBLEMA- Qual é a principal fonte de
justificação das nossas crenças? Fundacionalismo
-Razão Tanto o racionalismo como o empirismo se
enquadram naquilo a que se pode chamar
-Experiência.
de fundacionalismo.
Relativamente à justificação das crenças
O fundacionalismo é a perspetiva segundo a
(ao que as suporta), a razão e a
qual o conhecimento está alicerçado em
experiência são as duas fontes principais
fundamentos certos, seguros e
de justificação. Mas, qual delas é a
indubitáveis – as crenças básicas. Tais
fundamental? É essa a discussão principal
fundamentos podem encontrar-se na
que divide racionalistas e empiristas.
razão(racionalismo) ou na experiência
(empirismo).
Racionalismo TESE – o conhecimento está fundado em
TESES – o conhecimento tem um crenças básicas (racionais ou empíricas).
fundamento racional: as crenças básicas Para um fundacionalista, renunciar a esta
provem da razão. As crenças sobre o base significa inviabilizar a possibilidade
mundo que podem ser justificadas a priori. de justificar qualquer crença ou
O racionalismo atribui ao conhecimento a conhecimento.
priori um papel fundamental
desvalorizando o papel dos sentidos. O
Crenças básicas:
primado está na razão, que, por si só,
 Crenças que se autojustificam, isto Tais fundamentos podem encontrar-se na
é, que se justificam a si mesmas. razão (racionalismo) ou na experiência
(empirismo).
Crenças não básicas:
As crenças básicas são crenças que se
 Crenças justificadas por outras
justificam a si mesmas.
crenças.
As crenças não básicas são crenças que
A RECORDAR
são justificadas por outras crenças.
Conhecimento a priori: quando
conhecemos de modo a priori, fonte da
justificação das nossas crenças é a razão ou
pensamento. Um conhecimento é a priori
se o podemos adquirir recorrendo apenas ao
pensamento e independentemente da
experiência.
Conhecimento a posteriori: quando
conhecemos de modo a posteriori, a fonte
de justificação das nossas crenças é a 2- É possível conhecer?
experiência – a informação que obtemos a PROBLEMA
partir dos sentidos. Um conhecimento é a
posteriori se
só o É possível podemos
conhecer? adquirir pela
experiência.
O racionalismo defende que o
conhecimento tem um fundamento racional: Ceticism Empirismo
as crenças básicas ‘provem da razão. A de Hume
razão é a fonte principal de conhecimento
do mundo e há crenças sobre o mundo que Racionalismo
podem ser justificadas a priori. de Descartes
O empirismo defende que o conhecimento
Como sabemos que não estamos a
tem um fundamento empírico: as crenças
sonhar?
básicas provem da experiência. A
experiência é a única fonte de Será possível que, para sabermos as
conhecimento do mundo e o conhecimento coisas, não precisamos de saber que não
do mundo e o conhecimento a priori não é as estamos a sonhar?
substancial (sobre o mundo). A possibilidade do sonho é o ponto de
Tanto o racionalismo como o empirismo partida de alguns filósofos céticos para
são teorias fundacionalistas. O duvidar que as pessoas saibam o que acham
fundacionalismo é a perspetiva segundo a que sabem.
qual o conhecimento está alicerçado em
fundamentos certos, seguros e indubitáveis.
Descartes começa por aceitar esse Razões para a suspensão do juízo.
argumento dos céticos, e de forma ainda
Uma das principais fontes de informação
mais radical, um deus enganador que
sobre o ceticismo são os escritos de Sexto
manipula, os nossos pensamentos.
Empírico. ele expos os principais
Contrariamente aos céticos, quer
argumentos céticos para duvidar:
Descartes, quer David Hume afirmam a
divergência de opiniões, ilusão e regressão
possibilidade de conhecermos, ao
infinita da justificação
encontrarem na razão e na experiência,
respetivamente as bases solidas que
sustentam o edifício do conhecimento.

1. Argumento da divergência de
2.1 A resposta cética opiniões.
O ceticismo é a ideia de que nenhuma Se algumas opiniões estivessem
fonte de justificação do conhecimento é devidamente justificadas, não haveria razão
satisfatória, quer seja ela a razão, quer seja para outras pessoas razoáveis não as
ela a experiência. aceitarem. No entanto, mesmo entre os
especialistas da mesma área isso esta longe
O mais sensato é como tal, suspendermos
de acontecer. Frequentemente, estes
o juízo – epoché – em vez de supormos que
discordam entre si, o que significa que
sabemos seja o que for.
nenhum deles considera boas as razoes que
TESE: não podemos afirmar que temos justificam a opinião do outro.
conhecimento. Porque nenhuma fonte de
Assim, nenhuma crença esta devidamente
justificação das nossas crenças é
justificada. O mais certo a fazer é portanto,
satisfatória.
suspender o juízo, ao invés de considerar
que algum deles sabe seja o que for.
Os céticos não afirmam que nada sabemos Resumo: se fosse possível justificar as
– ate porque afirmar isso seria nossas crenças, não haveria lugar para
autodestrutivo: o cético não pode afirmar divergência de opinião. Há divergências de
com segurança que nada sabemos, porque opinião. Logo, é impossível justificar as
isso entraria em contradição com a sua nossas crenças.
postura de dúvida – mas desafiam a
2. Argumento da ilusão
possibilidade de podermos afirmar que
temos conhecimento ao negarem que as Habitualmente, confiamos nos nossos
nossas crenças estejam devidamente sentidos, mas, por vezes, eles enganam-nos.
justificadas. Por exemplo, quase todos nos já tivemos a
experiência embaraçosa de parecer
reconhecer um amigo à distância, para
descobrir depois que estamos a acenar a um
desconhecido; a lua parece tanto maior justificadas. Logo, as nossas crenças não
quanto mais baixa esta no horizonte. estão justificadas.
Estas ilusões sensoriais questionam a
fiabilidade dos sentidos; parecem mostrar-
nos que os sentidos não são uma fonte de
justificação segura do conhecimento. Em síntese, estes três argumentos principais
Parece pouco provável que o mundo dos céticos provam que nenhuma
exterior seja exatamente como parece ser. justificação é adequada para mostrar
que não estamos enganados quando
Resumo: tudo o que é uma fonte de
julgamos conhecer alguma coisa.
justificação segura do conhecimento não
nos engana. Os sentidos enganam-nos.
Logo, os sentidos não são uma fonte de 1) Se há conhecimento, algumas das
justificação segura de conhecimento. nossas crenças estão justificadas.
2) Mas nenhuma das nossas crenças
esta justificada.
3. Argumento da regressão infinita da
3) Logo, não há conhecimento.
justificação
Este argumento, diferentemente do anterior,
baseia-se apenas no raciocino. Se segundo A RECORDAR:
os céticos, tentamos justificar uma crença - O ceticismo defende a tese de que
com base noutra crença. NO entanto, para nenhuma fonte de justificação do
que esta segunda crença possa justificar a conhecimento é satisfatória, quer seja ela a
primeira, tem de estar, ela própria, razão, quer seja ela a experiência.
justificada. Assim, justificamos a segunda
crença com base numa terceira crença, e - Argumento cético para duvidar –
assim por adiante. O único modo que temos divergência de opiniões: haver duas
para justificar as nossas crenças é opiniões opostas sobre a mesma coisa
recorrendo a outras crenças, que também mostra que nenhuma esta adequadamente
teremos de justificar. justificada, sendo mais razoável suspender
o juízo.
- Argumento cético para duvidar- ilusão:
A questão que se coloca é que este sistema porque os nossos sentidos, por vezes, nos
de justificação de crenças não tem fim, enganam, nunca podemos ter a certeza,
iniciando-se uma regressão de justificações perante qualquer caso específico, que não
infinita. nos estão a enganar em determinado
Resumo: a justificação de qualquer crença é momento.
inferida de outras crenças. - Argumento cético para duvidar-
Se a justificação de qualquer crença é regressão infinita da justificação: o único
inferida de outras crenças, então dá-se uma modo que temos para justificar as nossas
regressão infinita. Se há uma regressão crenças é recorrendo a outras crenças que
infinita, as nossas crenças não estão também temos de justificar, caindo numa
regressão infinita da justificação.
Descartes pensa ter descoberto um método
infalível e simples para por à prova todas as
2.2. Descartes e a reposta racionalista
nossas crenças: a dúvida. Todos as nossas
O fundacionalismo cartesiano crenças terão de ser submetidas à dúvida
Descartes é um fundacionalista e só serão aceites como justificadas se
racionalista. Considera que o passarem no teste da dúvida, ou seja, se não
conhecimento tem um fundamento racional conseguirmos encontrar nelas a mais
e que a razão é a fonte de justificação pequena suspeita de incerteza. O objetivo é
última das nossas crenças. O filosofo não desta forma, encontrar crenças
ignorou os principais argumentos dos indubitáveis (impossíveis de duvidar) e
céticos. O seu principal objetivo era fundacionais: que sirvam de fundamento
demonstrar que os céticos estavam a todas as outras, como ponto de partida só
enganados quando negavam a lido a partir das quais será reconstruído
possibilidade do conhecimento. Assim, todo o edifício do conhecimento. O ato
procurou demonstrar que há crenças radical da dúvida consiste num momento
justificadas e que o conhecimento possível. purificador pelo qual o entendimento
humano se liberta de todos os
TESE: o conhecimento é possível. A razão preconceitos e falsas crenças que
é a principal fonte de justificação das acumulou durante a vida. É o 1º movimento
nossas crenças. da razão para a constituição de um saber
certo e evidente. Encontrando esses
princípios fundamentais e indubitáveis,
Preocupava-o, sobretudo, a solidez do Descartes consegue provar que não há
conhecimento: queria obter conhecimento regressão infinita de justificação e que os
seguros acerca da natureza da realidade. céticos estão errados, pois nem o mais
Considerava que o saber do sue tempo radical dos céticos conseguiria duvidar
estava assente em princípios frágeis e em essas crenças.
conclusões diferentes e, até, opostas. Como
tal, era importante remover os velhos Duvida -> duvidar de todas as crenças em
materiais do edifício do conhecimento, que se levante a mais pequena suspeita ->
antes de iniciar a construção de um novo considerar provisoriamente falsas crenças
sistema filosófico assente em fundamentos que não passam o teste da dúvida ->
absolutamente seguros e inabaláveis. objetivo: encontrar crenças fundacionais
Precisava, para isso, de encontrar um ponto que sejam o ponto de partida do
de partida solido, do qual ninguém fosse conhecimento -> os céticos estão errados:
capaz de duvidar. não há regressão infinita da justificação ->
o conhecimento é possível.

A dúvida é, um instrumento colocado ao


serviço da verdade:
A dúvida metódica 1. É metódica, porque é um meio para
alcançar um conhecimento certo e
indubitável. É um instrumento da razão Há crenças relativamente às quais é difícil
que permite evitar o erro. duvidar: que temos mãos, que estamos a
2. É provisoria, porque o objetivo não é segurar um livro, sentados numa poltrona
concluir que tudo é duvidoso, mas que em frente à lareira. Duvidar disto parece
há crenças indubitáveis. Como tal é loucura, mesmo admitindo que os sentidos
abandonada, uma vez alcançado o erram frequentemente. No entanto,
objetivo de encontrar crenças sonhamos quando dormimos e podemos
fundacionais. sonhar que estamos em frente à lareira com
3. É universal, porque todas as crenças são um livro na mão.
submetidas à dúvida (a posterior e a
Como excluir, a possibilidade de
priori).
podermos estar a sonhar quando
4. É hiperbólica, porque é exagerada: leva
julgamos estar acordados?
a supor que é falso tudo o que possa
levantar a mais pequena dúvida Enquanto sonhamos acreditarmos que tudo
esta a acontecer na realidade e, é uma
Submissão das crenças ao teste da dúvida
ilusão provocada por um sonho. Como não
metabólica
podemos assegurar com certeza quando
Descartes decide analisar os princípios estamos a sonhar e quando estamos
fundamentais de cada um dos domínios do acordados, tudo pode não passar de ilusão.
conhecimento, dado que a tarefa de analisar
Assim as crenças a posteriori não podem
todas as nossas crenças seria interminável.
ser o fundamento do conhecimento, já
Se esses princípios se revelarem falsos, as
que não são indubitáveis.
crenças que neles se baseiam são rejeitadas.

Crenças a priori
Crenças a posterior
Descartes submete as crenças a priori ao
As crenças a posteriori são as primeiras a
teste da dúvida metódica. Porem mesmo
serem submetidas ao teste da dúvida.
que estejamos a sonhar, “o quadrado tem
Assim, Descartes começa por aceitar o
sempre quatro lados”. E “dois mais três é
argumento cético da ilusão: os sentidos já
cinco.” Assim, parece não ser possível
nos enganaram algumas vezes e já nos
duvidar destas crenças.
fizeram assumir como verdadeiro algo que
depois verificamos ser falso. A hipótese do génio maligno é uma
experiência mental através da qual
Descartes imagina que existe uma espécie
Assim, não passam o teste da dúvida, de deus enganador, que se diverte em
embora não nos enganem sempre, não manipular sistematicamente os nossos
sabemos com rigor quando nos estão a pensamentos sem que nos apercebamos
enganar. Temos, de ser cautelosos ao disso. É um génio, porque o seu poder é
confiar na experiência sensorial como idêntico ao de um deus, mas não é um deus,
fonte de verdade ou de justificação das porque é enganador.
nossas crenças.
Através desta experiência mental, as
crenças a priori não passam o teste da
dúvida metódica, já que este génio 2. Uma crença indubitável, pois noa
maligno conseguira fazer-nos acreditar que conseguimos duvidar da sua verdade.
são verdadeiras proposições que podem ser 3. Uma verdade racional e a priori. Foi
falsas, como uma proposição matemática. descoberta através da intuição racional
Descartes não afirma que o génio maligno e não da dedução, porque é indissociável
existe mesmo, mas basta a hipótese da sua do próprio pensamento (é apreendida em
existência para duvidarmos também simultâneo com o pensamento).
destas crenças. 4. Uma evidencia que se impõe ao
pensamento como absolutamente clara e
Descartes derrubou, todo o edifício do
distinta.
conhecimento do seu tempo.
5. Uma substância pensante (res
cogitans- alma), distinta e
Duvida metabólica independente da existência do corpo
(res extensa). A distinção alma-corpo é
uma verdade descoberta por dedução a
Crenças a posteriori Crenças a priori partir do cogito.
-Argumento da
ilusão Hipótese do
génio maligno
-Argumento do
Critério da verdade:
sonho evidencia
«E, tendo notado que, na afirmação “Penso,
logo existo.” Não há absolutamente nada a
garantir-me que esteja a dizer a verdade, a
Cogito (pensamento; a não ser o ver muito claramente que, para
natureza/substancia do cogito é pensar) pensar, é preciso existir, julguei que podia
Depois de colocar tudo em dúvida, tomar como regra geral que são verdadeiras
nomeadamente a ideia de que tinha um todas aquelas coisas que concebemos
corpo, Descartes chega à primeira verdade muito claramente e muito
que procurava: «Penso, logo existo.». distintamente.»

Este princípio resulta do próprio ato de O critério de verdade consiste na clareza


duvidar: ao duvidar, está a exercer um ato e distinção das ideias, na evidencia. O
de pensamento e, tem claramente de existir. critério da clareza e da distinção permite
A clareza e distinção do cogito é a prova de distinguir as ideias verdadeiras das falsas.
que existe enquanto ser pensante
Duvido -> Penso -> Existo Deus existe
O cogito cartesiano é, como tal: Argumento ontológico
1. Uma crença fundacional, refutando-se Descartes apresenta um argumento a priori
assim o argumento da regressão infinita para provar a existência de deus.
da justificação dos céticos, porque se
trata de uma crença básica justificada.
A existência de deus é a conclusão limitado. Para se reconhecer como
necessária da ideia de ser perfeito. A imperfeito, tem de ter em si a ideia de
partir da ideia de deus (res divina) e dos perfeição, com a qual se comprar. Mas
seus atributos intrínsecos, descartes conclui qual é a origem desta ideia de perfeição?
a necessidade ds sua existência. A
existência de deus é necessária, porque a
sua existência esta contida necessariamente Tipos de ideias
na sua essência: logo, Deus é e existe. Não pode ter sido adquirida pelos sentidos
(ideia adventícia), porque nada que alguma
vez tenha observado é perfeito.
Ideia de um ser perfeito -> a existência esta
contida necessariamente na essência ->
Deus existe. Também não pode ser ter sido uma
invenção sua (ideia factícia), porque um
ser imperfeito não pode ser a causa de uma
ideia que o ultrapassa. Assim, a ideia de
Sendo Deus o ser absolutamente perfeito, é perfeição é uma ideia inata colocada na
da sua natureza possuir todas as perfeições sua mente por um ser perfeito – Deus -, que
concebíveis, entre estas, a da existência, a deixou como marca de um artista
sem a qual não seria um ser perfeito. A impressa na sua obra.
propriedade de existir é algo que um ser
perfeito não pode deixar de ter. Se não
existisse, não era perfeito, faltar-lhe-ia essa «E, certamente, não é de admirar que Deus,
perfeição. criando-me, tenha posto em mim esta ideia,
para que fosse como marca do artista
impressa na sua obra.».
Segundo Descartes podemos ter um
Tipos de ideias:
conhecimento evidente (claro e distinto) de
três tipos de substâncias: a) Inatas: ideias que já nascem connosco
e que são descobertas racionalmente.
- Res cogitans – substância pensante
Exemplos: ideia de existência, de
(pensamento).
verdade, ideias da matemática.
- Res extensa – substância extensa b) Factícias: ideias fabricadas pela
(extensão/corpo). O sujeito constitui-se imaginação.
enquanto res cogitan e res extensa. Exemplos: sereia, centauro, lobisomem.
c) Adventícias: ideias que tem origem na
- Res divina – substância divina (todos os
experiência sensível.
atributos de Deus: perfeição, bondade,
Exemplos: oceanos, cavalo, arvores.
infinitude, omnipotência, benevolência).

Este argumento é a posterior, baseia-se no


Argumento da marca impressa
princípio de causalidade aplicando às
O cogito é uma substância pensante que ideias que existem no nosso espírito.
duvida e, por isso mesmo, imperfeito e Enquanto ser imperfeito e finito, Descartes
não pode ser a causa de ideia de uma sujeito isolado que pensa e às suas ideias.
substância perfeita e infinita, logo, só o ser Não podia provar que os outros existem,
absoluto é causa da ideia de perfeição que que tem um corpo e que existe um mundo
encontrou no seu pensamento. exterior.
As provas a favor da existência de Deus
resolveram este problema. Agora, já não
esta só, para la do seu pensamento existe
Ideia de perfeição-> porque duvida é também o ser divino. Quebra-se o
imperfeito-> não pode tirar de si a ideia solipsíssimo, a clausura em que o cogito
de perfeição->é uma ideia inata colocada estava mergulhado.
por um ser perfeito-> Deus existe.
Demonstrada a existência de Deus, afasta-
se definitivamente a hipótese do génio
Argumento da causa da existência do maligno.
cogito «por onde é bastante claro que ele n~
Esta prova da existência de Deus encontra- Ao pode ser enganador, visto que é
se em íntima relação com a prova anterior e manifestado pela luz natural que toda a
é, também ela, a posteriori. fraude e engano dependem de alguma
O cogito é um ser pensante que duvida, provação.»
logo, é imperfeito, porque se não o fosse
teria todas as qualidades e todos os
Deus existe e é perfeito, não pode ser
conhecimentos. Como ser imperfeito,
enganador, porque isso seria uma
finito e contingente, o cogito não pode ser
imperfeição. Como tal, podemos confiar na
a causa de si mesmo. Se existe é porque
razão quando esta pensa descobrir
um ser superior a conserva. Assim conclui-
verdades. O fundamento de toda a
se que Deus existe e é causa criadora e
racionalidade esta no ser absoluto e
conservadora da existência do cogito. Para
perfeito.
além disso, Deus existe por si e não
depende de nenhuma outra causa (é causa Deus é a garantia de tudo aquilo que
sui). concebemos clara e distintamente. É o
princípio fundante da verdade objetiva e
Cogito (partimos do pensamento) ->
toda a realidade.
imperfeito, finito e contingente-> não pode
ser a causa de si próprio-> deus é a causa Assim, porque são ideias claras e distintas,
criadora e conservadora do cogito Descartes conclui que tem um corpo e que
existe um mundo à sua volta, o qual inclui
-> deus existe e é causa sui.
outras pessoas e uma grande diversidade de
outras coisas captadas pelos sentidos.
Deus como princípio fundante de toda a O cogito e Deus são, as duas crenças
verdade e de toda a realidade. fundacionais para a reconstrução do
Depois de provar a existência do cogito, edifício do conhecimento certo, seguro e
descartes ficou preso ao solipsismo: a um inabalável, e a razão é a fonte principal
para a descoberta de verdades objetivas.
Se deus é o garante e verdade de todas as
ideias claras e distintas, então também
garante da existência da realidade que
participa da ideia de extensão (evidente e
indubitável).

CONHECIMENTO

FUNDAMENTOS

COGITO DEUS

Solipsismo de res cogitans Princípio fundante da verdade


objetiva e de toda a realidade

 Afasta-se a hipótese do
génio maligno
 Podemos confiar na razão
quando esta concebe
ideias claras e distintas.

Existência do corpo, dos


outros e do mundo físico
Critica a descartes
Círculo cartesiano -Descartes submete as crenças a priori ao
teste da dúvida metódica com a hipótese
Deus desempenha um papel fundamental na
do génio maligno.
filosofia cartesiana uma vez que é a
garantia de que descartes não se engana
quando concebe clara e distintamente as
-A 1ª verdade da filosofia cartesiana é
ideias. No entanto, descartes cometeu a
«Penso, logo existo». (Corgito, ergo sum).
falacia da petição de princípio ao usar o
O cogito é uma crença fundacional,
critério da evidencia para provar a
indubitável, uma verdade racional e a
existência de deus e, usar deus para
priori, descoberta através da intuição
fundamentar o critério da evidencia. O
racional. É uma evidencia que se impõe ao
raciocínio é circular: para saber que as
pensamento como absolutamente clara e
ideias claras e distintas são verdadeiras,
distinta. O critério de verdade consiste na
Deus tem de existir; no entanto, para saber
clareza e distinção das ideias, na
que Deus Existe, tem de se rer 1º a ideia
evidencia.
clara e distinta da sua existência

-Provas da existência de Deus:


Deus existe porque concebo argumento ontológico – a existência de
Aquilo que concebo clara e A Deus é a conclusão necessária da ideia de
clara e distintamente a sua
distintamente é verdadeiro ser perfeito; argumento da marca
existência
porque Deus existe. impressa – o cogito tem em si a ideia de
perfeição, que é uma ideia inata, colocada
RECORDAR:
na sua mente por Deus, como a marca de
-Descartes é um fundacionalista um artista impressa na sua obra;
racionalista. Considera que o argumento da causa da existência do
conhecimento tem um fundamento racional cogito – o cogito, como ser imperfeito,
e que a razão é a fonte de justificação finito e contingente, não pode se a causa de
última das nossas crenças. si mesmo, do que se conclui que Deus
existe e é a causa criadora e conservadora
da existência do cogito.
-Para descartes, todas as nossas crenças
-Descartes distingue três tipos de ideias:
terão de ser submetidas à dúvida. O
inatas, adventícias e factícias. As ideias
objetivo é encontrar crenças indubitáveis.
inatas já nascem connosco e são
-A dúvida é metódica, provisoria, descobertas racionalmente. As ideias
universal e hiperbólica. adventícias têm origem na experiência
sensível. As ideias factícias são ideias
fabricadas pela imaginação.
-As crenças a posteriori são as primeiras a
serem submetidas ao teste da dúvida.
Descartes aceita o argumento cético da -Deus é a garantia de tudo aquilo que
ilusão. concebemos clara distintamente. É o
princípio fundante da verdade objetiva e de
toda a realidade.

-Uma das críticas ao pensamento cartesiano


é a de este ter cometido a falacia de
petição de princípio, ao usar o critério da
evidencia para provar a existência de Deus
e, usar Deus para fundamentar o critério da
evidencia. A outra critica esta relacionada
com o Cogito. Só podemos concluir do
cogito que há pensamentos e nada mais.

Você também pode gostar