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LÓGICA NO ENEM
Ronald Honório de Santana
LÓGICA NO ENEM.
LÓGICA NO ENEM.

A LÓGICA: é uma área de conhecimento que se originou na


filosofia. Ela estuda os métodos e princípios para distinguir o
raciocínio correto do incorreto.

Em sua lógica, Aristóteles investigou principalmente o


raciocínio dedutivo, mais especificamente um tipo específico
de raciocínio dedutivo, o SILOGISMO.

OS TRÊS PRINCIPIOS LÓGICOS.

Segundo a lógica aristotélica, há três princípios mais gerais,


que não podem ser violados, para obter o raciocínio ou o
conhecimento verdadeiro. Embora as formulações possam
parecer estranhas, esses princípios estão presentes em nosso
dia a dia.

Na lógica aristotélica, nas chamadas LÓGICAS CLÁSSICAS e


no dia a dia, nossos raciocínios são guiados por esses três
princípios lógicos.
LÓGICA NO ENEM.

OS TRÊS PRINCIPIOS LÓGICOS.

Princípios da Princípios da não Princípios do


identidade: contradição: Algo terceiro
Algo é idêntico a não pode ser e não excluídos: Toda
si mesmo; ser ao mesmo proposição ou é
ou A é A. tempo; é verdadeira ou é
impossível A ser A falsa, não há
e não ser A, ao um terceiro caso
mesmo tempo. possível; ou A é
X ou não é X,
não há uma
terceira
possibilidade.
LÓGICA NO ENEM. SILOGISMO

Para Aristóteles, saber é um ato de conhecimento por


demonstração e essa demonstração se dá por meio de
silogismos.

“O Silogismo é uma locução em que, dadas certas


proposições, algo distinto delas resulta
necessariamente, pela simples presença das
proposições dadas”.

O silogismo é então um tipo de raciocínio ou


argumento dedutivo formação por proposições a
partir das quais resulta algo distinto delas: uma
CONCLUSÃO.

Em outras palavras, no argumento silogístico parte-se


de preposições anteriores, chamadas pelo filósofo de
PREMISSAS, das quais se infere ou se conclui algo.
LÓGICA NO ENEM. SILOGISMO

Exemplo de argumento silogístico

PREMISSA 1 Todo Homem tem Coração.

PREMISSA 2 Jonas é Homem.

CONCLUSÃO Jonas Tem Coração.

A Conclusão “Jonas tem coração” decorre das


premissas, que dizer, é consequência da relação entre
as duas proposições anteriores.

Isso significa que o silogismo, ou outro qualquer


argumento, não é apenas um conjunto de proposições
sem relação entre si.
LÓGICA NO ENEM. SILOGISMO

Aristóteles, nos ANALÍTICOS, procurou estabelecer as


formas de silogismo e determinar quais eram válidas, isto
é, o filósofo procurou investigar que tipos de proposição
existem e quais relações podem ser estabelecidas entre as
proposições para que o argumento ou o silogismo seja
válido.

Note que a palavra “HOMEM” está presente nas duas


premissas. Essa palavra é chamada por Aristóteles de
TERMO MÉDIO.

Observe também que, na premissa 1, ou PREMISSA


MAIOR, além do termo médio e do verbo, há o termo
“CORAÇÃO”, chamado de TERMO EXTREMO MAIOR; e na
premissa 2, ou PREMISSA MENOR, além do termo médio e
do verbo, há o termo “ Jonas”, chamado de TERMO
EXTREMO MENOR.
LÓGICA NO ENEM. SILOGISMO

A proposição conclusiva nada mais é do que o resultado da


ligação feito pelo termo médio entre os outros termos das
premissas maior e menor: Jonas (Extremo menor) tem
coração (extremo maior).

PREMISSA MAIOR CONCLUSÃO

JONAS TEM CORAÇÃO.


TODO HOMEM TEM CORAÇÃO.

EXTREMO EXTREMO
TERMO MÉDIO EXTREMO MAIOR MENOR MAIOR
PREMISSA MENOR

JONAS É HOMEM.

EXTREMO MENOR TERMO MÉDIO


LÓGICA NO ENEM. SILOGISMO

O Termo médio é muito importante em um silogismo. É ele


que faz a mediação (ligação ou relação) entre o que é
afirmado na premissa maior e o que é afirmado na
premissa menor.

Sem a presença de um termo médio nas premissas, não


haveria como inferir algo das proposições, isto é, ligar os
extremos. Haveria, então, só afirmações soltas, sem
vinculação.

Aristóteles descobriu, então, que, para se obter um


raciocínio silogístico válido, seria preciso respeitar um
conjunto de regras e de formas. O raciocínio silogístico
tem uma estrutura que, independentemente de seu
conteúdo, tem de ser seguida, como é o caso do termo
médio nas duas premissa.
LÓGICA NO ENEM. LÓGICA FORMAL

A Lógica está preocupada principalmente com as formas de


argumentação, isto é, a lógica analisa a ESTRUTURA do
argumento e deixa em segundo plano o conteúdo.

Isso ficará mais claro se substituirmos os termos de um


silogismo por letras.

Todo cavalo é mamífero. Todo A é B.


Singer é cavalo. C é A.
Singer é mamífero. C é B.

Se substituirmos o termo médio pela letra “A” (cavalo= A),


o terno extremo maior pela letra “B” (mamífero=B) e o
termo extremo menor pela letra “C” (Singer=C), a forma
do silogismo fica evidenciada.
LÓGICA NO ENEM. LÓGICA FORMAL

Repare que essa é uma forma de argumento válido,


independentemente do conteúdo ou do sentido das afirmações.
Isso significa que, se essa forma for respeitada, o silogismo será
válido

Todo santo(A) é bondoso (B). Todo A é B.


Agostinho (C) é Santo (A). C é A.
Agostinho (C) é bondoso (B). C é B.

O Lógico não está preocupado fundamentalmente com a


veracidade ou falsidade das afirmações. Isso foge ao âmbito de
seu estudo. Não cabe ao lógico dizer se uma afirmação no campo
da biologia é verdadeira. Quem pode responder sobre isso é o
biólogo. O mesmo vale para todas as áreas cientificas.

Há inclusive afirmações cientificas, hipóteses, que ainda não


foram confirmadas, mas das quais já se desenvolvem inúmeros
raciocínios e inferências. Baseando no estudo das relações entre
termos e proposições, o lógico pode afirmar se o raciocínio ou o
argumento é valido ou não, ou seja, se sua forma é correta.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

Aristóteles estudou quatro formas típicas de


proposições, chamadas de PROPOSIÇÕES
CATEGÓRICAS, que podem ser assim exemplificadas.

Proposições categóricas

1º) TODOS 2º) NENHU 3º) ALGUNS 4º) ALGUNS


OS HOMENS HOMEM É HOMENS SÃO HOMENS NÃO
SÃO GENEROSO. GENEROSOS. SÃO
GENEROSOS. GENEROSOS.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

1º) TODOS OS HOMENS SÃO GENEROSOS.

Ela afirma que o conjunto de


todos os homens está incluindo
A proposição 1: é uma no conjunto de todos os
PROPOSIÇÃO generosos. Geralmente uma
UNIVERSAL proposição universal afirmativa é
AFIRMATIVA. esquematizada desta maneira:
Todo S é P. (a letra “S”
representa o sujeito da
proposição e a letra “P”, o
predicado.

2º) NENHU HOMEM É GENEROSO.


Porque nega que exista algum
homem generoso, isso é, afirma
que não há nenhum elemento do
A proposição 2: é uma
conjunto homem que pertença ao
PROPOSIÇÃO
conjunto dos generosos. A
UNIVERSAL NEGATIVA.
proposição universal negativa é
esquematizada na forma:
Nenhum S é P.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

3º) ALGUNS HOMENS SÃO GENEROSOS.

Nela encontramos a afirmação de


A proposição 3: é uma que alguns elementos, ou pelo
PROPOSIÇÃO menos um elemento do conjunto
PARTICULAR dos homens, e não todo,
AFIRMATIVA. pertencem também ao conjunto
dos generosos. Por isso, trata-se
de uma afirmativa particular,
representada assim: Algum S é P.

4º) ALGUNS HOMENS NÃO SÃO GENEROSOS

Nela, há uma negação. Nega-se que


alguns homens sejam generosos.
Do conjunto de todos os homens,
A proposição 4: é uma existem alguns (ou pelo menos
PROPOSIÇÃO um) que não pertencem ao
PARTICULAR NEGATIVA. conjunto dos generoso. A
proposição particular negativa
pode ser assim representada:
Algum S não é P.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

Veja no quadro a síntese de que foi dito.

TIPOS DE PROPOSIÇÃO

PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO PROPOSIÇÃO


UNIVERSAL UNIVERSAL PARTICULAR PARTICULAR
AFIRMATIVA. NEGATIVA. AFIRMATIVA. NEGATIVA.

REPRESENTAÇÃO

Todo S é P. Nenhum S é P. Algum S é P. Algum S não é


P.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

Veja no quadro a síntese de que foi dito.

EXEMPLO

Todos os NENHU HOMEM É ALGUNS ALGUNS


homens são GENEROSO. HOMENS SÃO HOMENS NÃO
generosos. GENEROSOS. SÃO
GENEROSOS.
OUTROS EXEMPLOS DOS TIPOS DE PROPOSIÇÃO:

Todas as mulheres são bonitas.

Todo S é P. Todos os alunos são estudiosos.

Nenhum atleta é sedentário.

Nenhum S é P. Nenhuma bebida é sólida.

Alguns gatos são pretos.

Alguns poetas são melancólicos.


Algum S é P.
Algumas pessoas não são
mentirosas.

Algum S não é Algumas notas não são falsas.


P.
OS TIPOS DE PROPOSIÇÃO DA LÓGICO ARISTOTÉLICA.

Algumas vezes, para facilitar ainda mais a


representação, costuma-se identificar cada tipo de
proposição pelas vogais maiúsculas A, E, I e O.

TIPO DE PROPOSIÇÃO REPRESENTAÇÃO I REPRESENTAÇÃO II

PROPOSIÇÃO UNIVERSAL
Todo S é P. A
AFIRMATIVA.
PROPOSIÇÃO UNIVERSAL
Nenhum S é P. E
NEGATIVA.
PROPOSIÇÃO PARTICULAR
Algum S é P. I
AFIRMATIVA.
PROPOSIÇÃO PARTICULAR
Algum S não é P. O
NEGATIVA.
AS RELAÇOES ENTRE AS PROPOSIÇÕES.

Os quatro tipos de proposições (universal afirmativa,


universal negativa, particular afirmativa, particular negativa)
e os princípios lógicos mais gerais (identidade, não
contradição, terceiro excluído) determinam as relações entre
proposições que têm o mesmo sujeito e predicado,
AS RELAÇOES ENTRE AS PROPOSIÇÕES.
Quando uma proposição é
CONTRADITÓRIAS universal afirmativa e outra é
particular negativa.

Todo Cavalo é mamífero. (Todo S é P).


Algum Cavalo não é mamífero. (Algum S não é P.)

ATENÇÃO!: as duas proposições não podem ser ao


mesmo tempo verdadeiras e falsas.

Quando uma proposição é


CONTRÁRIAS universal afirmativa e outra é
universal negativa.

Todo Triângulo é uma figura geométrica. (Todo S é P).


Nenhum Todo Triângulo é uma figura geométrica. (Nenhum S é P.)

ATENÇÃO!: as duas proposições não podem ser ao


mesmo tempo verdadeiras, mas ambas podem ser
falsas.
AS RELAÇOES ENTRE AS PROPOSIÇÕES.
Quando uma proposição é
SUBCONTRÁRIAS particular afirmativa e outra é
particular negativa.

Alguma mulher é bonita. (Algum S é P).


Alguma mulher não é bonita. (Algum S não é P.)

ATENÇÃO!: as duas proposições não podem ser ao mesmo


tempo verdadeiras e falsas, mas ambas podem ser falsas.

Quando uma proposição é


universal afirmativa subordina
SUBALTERNAS uma particular afirmativa ou uma
proposição universal negativa
subordina uma particular
negativa.

Todo cientista é estudioso. (Todo S é P).


Algum cientista é estudioso. (Algum S é P).
Nenhuma formiga é preguiçosa. (Nenhum S é P).
Alguma formiga não é preguiçosa. (Algum S não é P).
AS RELAÇOES ENTRE AS PROPOSIÇÕES.

ATENÇÃO!: Em ambos os casos, se a proposição


universal for verdadeira, a particular também será; se
a proposição universal for falsa, a particular pode ser
falsa.

As possibilidades apontadas foram sintetizadas por


meio de um diagrama criado provavelmente por
estudiosos da Idade Média, que ficou conhecido como
Quadrado dos opostos, quadrado lógico ou tábua das
oposições.

Hoje há diversas versões desse quadro. Não se


esqueça de que A= universal afirmativa (Todo S é P);
E= Universal negativa (Nenhum S é P); I= particular
afirmativa (Algum S é P); O= particular negativa
(Algum S não é P).
ELEMENTOS DA LÓGICA.

Agora, conheceremos outros elementos que


compõem o estudo da lógica, assim como a
organização dos argumentos lógicos. São eles:

Analogia Dedução Indução Falácias Conectivos


lógicos
ELEMENTOS DA LÓGICA.

Analogia é um tipo de
raciocínio que procede a
partir de semelhanças
ANALOGIA
entre casos particulares
sem, no entanto, chegar
necessariamente a uma
conclusão universal, mas
tão somente a uma
conclusão particular.

Exemplo: Minha mãe estava com dor de cabeça, tomou


“Cabeçol” e ficou curada. Logo, quando eu estiver com dor
de cabeça, também tomarei “Cabeçol” e ficarei curado.
ELEMENTOS DA LÓGICA.

A dedução é um tipo de
raciocínio que parte
necessariamente de uma
proposição universal para
concluir uma premissa
DEDUÇÃO
particular. Esta premissa
se apresenta como
necessária, ou seja,
deriva logicamente das
premissas anteriores.

Exemplo: Todo homem é mortal. (Premissa Universal)


Sócrates é homem. (Premissa Particular)
Logo, Sócrates é mortal. (Conclusão)
ELEMENTOS DA LÓGICA.

A indução é o raciocínio
que, após considerar um
número suficiente de
casos particulares, conclui
INDUÇÃO uma verdade universal. A
indução, ao contrário da
dedução, parte da
experiência para chegar à
conclusão.

Exemplo:“Eu não sei falar francês, nem meu vizinho da


frente, nem minha vizinha do lado, nem o nosso zelador:
Logo, ninguém do meu prédio sabe falar francês!”
ELEMENTOS DA LÓGICA.

Existem também os
raciocínios ou
argumentos que são
chamados de falácias,
que são incorretos e
FALÁCIAS podem levar as pessoas
ao erro. Em geral, estes
argumentos possuem
falhas na forma ou no
conteúdo. Quando feito
de modo intensional, é
chamado de sofisma.

Exemplo: Deus é um ser onipotente, sendo assim tudo


pode fazer. Sabendo disso, seria possível a Deus, fazer
uma pedra que nem mesmo ele seria capaz de levantar.
ELEMENTOS DA LÓGICA.

são símbolos utilizados


para comprovar
veracidade das premissas
CONECTIVOS
e unir as proposições
LÓGICOS
simples e as transformar
em proposições
compostas.

São eles:

(~ ou ⌐) (Λ) “e”: (V) “ou”: (↔) “se e


(→) somente se”:
“não”: conjunção. disjunção. “se...então” bicondicional.
negação. condicional.
ELEMENTOS DA LÓGICA.

NEGAÇÃO

Quando usamos a negação (~) invertemos o


valor da proposição dada.

Exemplo:
P: A vaca é quadrúpede.
~P: A vaca não é quadrúpede.

Tabela de negação

P ~P

V F

F V
ELEMENTOS DA LÓGICA. CONJUNÇÃO

Na conjunção, o argumento será válido apenas


quando todas as premissas forem verdadeiras. O
símbolo da conjunção pode ser (E) ou (˄).

Exemplo: P= A vaca tem chifres. Q= A vaca é mamífero.


(P ˄ Q): A vaca tem chifres e é mamífero.(válido)
(~P ˄ Q): A vaca não tem chifres e é mamífero.(inválido)

Tabela de verdade da conjunção:


A B A^B

V V V
V F F
F V F
F F F
ELEMENTOS DA LÓGICA. DISJUNÇÃO

Na disjunção, o argumento será válido quando


ao menos uma das premissas forem
verdadeiras. Será inválido apenas se as duas
premissas forem falsas. Os símbolos da
disjunção são: (OU) ou ( v)

Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.


(P ˅ Q): A vaca muge ou é mamífero.(válido)
(~P ˅ ~Q): A vaca não muge e não é mamífero.(inválido)

Tabela de verdade da disjunção:


ELEMENTOS DA LÓGICA. CONDICIONAL

Este conectivo representa a ideia de condição,


ou seja, para que uma proposição exista outra
proposição também deve existir. O símbolo da
condicional é(→)

Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.


(P → Q): Se a vaca muge, então a vaca é mamífero.

Tabela de verdade da condicional:


P Q P→Q
V V V
V F F
F V V
F F V
ELEMENTOS DA LÓGICA. BICONDICIONAL

Na bicondicional, o resultado das proposições


será verdadeiro se e somente se as duas
premissas forem iguais (as duas verdadeiras ou
as duas falsas). O símbolo da bicondicional é
(↔)

Exemplo: P= A vaca muge. Q= A vaca é mamífero.


(P ↔ Q): A vaca muge se e somente se a vaca for
mamífero.

Tabela de verdade da BICONDICIONAL:


P Q P↔Q
V V V
V F F
F V F
F F V
1. (Ufu 2013) Com efeito, existem a respeito de Deus
verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da
razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e
uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas
pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus
etc.
AQUINO, Tomás de. Súmula contra os Gentios. Capítulo Terceiro: A possibilidade de descobrir a verdade divina. Tradução de Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 61.

Para São Tomás de Aquino, a existência de Deus se prova:


a) por meios metafísicos, resultantes de investigação
intelectual.
b) por meio do movimento que existe no Universo, na medida
em que todo movimento deve ter causa exterior ao ser que
está em movimento.
c) apenas pela fé, a razão é mero instrumento acessório e
dispensável.
d) apenas como exercício retórico.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

No aristotelismo, por exemplo, não havia nenhuma noção de


deus criador, de providência divina, de alma imortal, de queda e
redenção do homem – todas estas noções caras à doutrina
cristã. Essa incompatibilidade levou à censura da obra de
Aristóteles. Porém, a capacidade intelectual de Tomás de Aquino
aliada a sua inabalável fé cristã resolveram tais
incompatibilidades com uma cristianização efetiva da filosofia
aristotélica. Um exemplo da capacidade de Tomás está na sua
apropriação da tese de Aristóteles sobre o Primeiro Motor (para
haver um móvel é necessário que exista um imóvel, para que
exista a passagem da potência para o ato é necessário haver
algo que seja ato puro), e transformação desta em prova da
existência do Deus cristão; essa é uma das cinco provas da
existência de Deus aceitas por Santo Tomás.
2. (Uem 2018) Considere os seguintes argumentos:
Argumento 1: Argumento 2:
Todo brasileiro é mamífero. Políticos são corruptos.
Todo mamífero é um animal João é presidente da república.
vertebrado. Logo, João é corrupto.
Logo, todo brasileiro é um animal
vertebrado.
A partir dos argumentos citados, assinale verdadeiro ou falso:
I) ‘Mamífero’ é o termo médio do argumento 1.
II) O argumento 2 não possui termo médio explícito.
III) As premissas do argumento 1 são universais.
IV) No argumento 2, ‘presidente da república’ é uma particularização de
‘políticos’.
V) A conclusão do argumento 2 é uma inferência válida das premissas,
mas ela é também incorreta, visto ser uma universalização indevida a
partir das premissas.
Assinale o que for correto.
a) se apenas I, II e III estiverem corretas.
b) se apenas I, III e IV estiverem corretas.
c) se apenas II, III e IV estiverem corretas.
d) se apenas I, III, IV e V estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

A partir da leitura do Argumento 1, o aluno


deve identificar que “mamífero” é referente à
posição do termo médio nas premissas, as
quais trazem afirmativas universais, tal como
indicado pelos itens. Já na leitura do
Argumento 2, o aluno deve perceber que,
apesar da inferência conclusiva ser válida, ela
apresenta uma generalização falsa.
3. (Ufsm 2015) O conhecimento é uma ferramenta essencial
para a sobrevivência humana. Os principais filósofos
modernos argumentaram que nosso conhecimento do
mundo seria muito limitado se não pudéssemos ultrapassar
as informações que a percepção sensível oferece. No período
moderno, qual processo cognitivo foi ressaltado como
fundamental, pois permitia obter conhecimento direto, novo
e capaz de antecipar acontecimentos do mundo físico e
também do comportamento social?
a) Dedução.
b) Indução.
c) Memorização.
d) Testemunho.
e) Oratória e retórica.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

Descartes é quem vai estruturar as bases do método científico


moderno. Por meio de sua obra: “Discurso do Método”,
Descartes propõe o uso da razão como instrumento para tornar
claro as informações que nossos sentidos captam. Após o
esclarecimento dos conceitos, por meio da observação e
comparação utilizando o rigor da matemática na análise e
formulação das teorias, seria possível formular leis gerais dos
fenômenos observados. Ambos os autores deixam de lado a
visão e do método dedutivo, proposto por Aristóteles que
predominava até então.
4. (Ufsm 2015) Há diversos indícios empíricos da evolução das
espécies. Alguns desses indícios são conhecidos desde Darwin,
tais como o registro fóssil, as variações entre indivíduos de uma
mesma espécie e a distribuição geográfica das espécies. Outros
indícios provêm de estudos mais recentes, notadamente em
genética. O conjunto desses indícios torna a teoria da evolução
mais provavelmente verdadeira que qualquer outra hipótese
alternativa. Essa inferência, em que se parte de indícios
empíricos e se conclui com teorias ou enunciados gerais, é
comumente chamada de inferência
a) lógica.
b) dedutiva.
c) analógica.
d) indutiva.
e) biológica.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

Segundo o fragmento de texto, embora os procedimentos


científicos sejam baseados em procedimentos lógicos, deve-se
atentar para o fato de que a Lógica é o ramo da filosofia que trata
das leis gerais que regem o pensamento, no intuito de
alcançarmos a verdade através da análise da correlação entre as
informações obtidas pelo intelecto. Assim, a lógica se divide
basicamente em três tipos de raciocínio: dedutivo, indutivo e
analogia. Estes raciocínios são estruturados por meio de
proposições ou premissas (frases que relacionam conceitos
afirmando-os ou negando-os) que geram inferências. As
inferências representam o resultado de uma operação que
afirma a verdade de uma proposição em decorrência de outras
proposições verdadeiras
5. (Unioeste 2012) A Lógica tem como uma de suas tarefas a
análise da consistência de um conjunto de proposições, ou
seja, a investigação da compatibilidade entre proposições.
Um conjunto de proposições (argumento) é considerado
consistente se houver ao menos uma situação possível de
todas as proposições serem verdadeiras ao mesmo tempo
(Wilfred Hodges). Levando em consideração essa descrição da
Lógica, analise o seguinte argumento:
Seria errado censurar programas violentos na televisão, pois o
comportamento das pessoas não é realmente afetado pelo
que elas assistem na tela. Entretanto, seria uma boa ideia ter
mais programas mostrando os aspectos positivos de nosso
modo de vida, pois isso enfraqueceria aquelas pessoas que
sempre denigrem o nosso país.
Considerando o texto e o argumento acima, é correto afirmar
que:
a) o argumento é CONSISTENTE, pois é uma coisa boa
melhorar a imagem de um país e a violência é algo mau.
b) o argumento é CONSISTENTE, pois basta uma proposição
ser verdadeira para que ele seja consistente.
c) o argumento é INCONSISTENTE, pois, independentemente
da verdade ou não da influência da televisão, os programas
não podem, ao mesmo tempo, mudar (melhorar imagem do
país) e não mudar (violência) o comportamento das pessoas.
d) o argumento é INCONSISTENTE, pois as suas proposições
ainda não foram testadas empiricamente.
e) o argumento não é CONSISTENTE nem INCONSISTENTE,
pois a compatibilidade de suas proposições depende do país
ao qual se refere.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

É muito importante ter em mente que a Lógica trata da verdade


de uma proposição de acordo com a sua validade formal, e não
de acordo com a sua validade material, quer dizer, não é bem
necessário que o conteúdo da proposição seja verdadeiro, mas
sim que o modo como ele é proposto seja. Evidentemente,
quando um conteúdo absurdo é dado em uma situação prática,
ele deverá ser descartado, porém, se o argumento no qual ele
está disposto é correto formalmente, então ele não será
descartado por força da Lógica, mas sim por força da ciência.
No caso da questão de vestibular, o argumento é contraditório
devido às afirmações sobre a televisão que predicam tanto a
ineficiência quanto a eficiência do meio para modificação do
comportamento. Não é preciso ser Aristóteles para perceber o
erro, porém, essa falha ignora o princípio de não contradição
enunciado pelo filósofo.
6. (Ufsm 2012) Considere a seguinte afirmação:
Em uma economia capitalista, a produção de bens materiais
é realizada principalmente por empresas privadas.
Qual das alternativas é uma consequência lógica dessa
afirmação?
a) Em uma economia capitalista, os bens materiais devem ser
produzidos apenas por empresas privadas.
b) Em uma economia capitalista, os bens não materiais não
são produzidos por empresas privadas.
c) Em uma economia não capitalista, os bens materiais não
podem ser produzidos por empresas privadas.
d) Em uma economia não capitalista, empresas privadas
produzem bens não materiais.
e) Em uma economia capitalista, há empresas privadas.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

Isso porque a sua verdade está garantida pela


verdade da premissa (no caso, a afirmação do
enunciado). Todas as outras afirmativas
podem ser verdadeiras ou falsas
independentemente do que foi afirmado no
enunciado e, por isso, não correspondem a
uma consequência lógica em relação a ele.
7. (Uem 2012) O silogismo é composto de três juízos ou
termos: dois termos iniciais, também chamados de premissas,
e uma inferência lógica ou conclusão. Para ser válido, o
silogismo deve satisfazer certas regras de validade, conforme
o teor e a extensão das premissas e a forma de raciocínio
(indução, dedução) que expressa. A partir dessas
informações, considerando as formas das proposições a
seguir e as regras de validade do silogismo, assinale o que for
correto.
“Todos os cães são mamíferos”: proposição universal
afirmativa;
“Nenhum animal é mineral”: proposição universal negativa;
“Algum metal não é sólido”: proposição particular negativa;
“Sócrates é mortal”: proposição singular afirmativa.
(ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando, introdução à filosofia. 4.ª ed. revista. São Paulo: Editora Moderna, 2009, p. 133).
A partir dos argumentos citados, assinale verdadeiro ou falso:
I) De duas premissas singulares afirmativas, pode-se inferir uma
conclusão singular afirmativa. Exemplo: Meu irmão caçula é calvo/Meu
irmão mais velho é calvo/ Logo, sou calvo.
II) Em um raciocínio de tipo dedutivo, a conclusão é uma inferência
lógica contida na extensão das premissas anteriores. Exemplo: Todo
brasileiro é sul-americano/ Algum brasileiro é índio/ Logo, algum índio é
sul-americano.
III) Constitui uma forma de raciocínio indutivo a seguinte forma de
silogismo: Proposição universal afirmativa/ Proposição singular
negativa/ Conclusão ambígua (afirmativa e negativa).
IV) Segundo as regras de validade do silogismo, a conclusão do silogismo
a seguir é correta: Todo mercúrio é metal/ O mercúrio não é sólido/
Logo, algum metal não é sólido.
V) Segundo as regras de validade do silogismo, a conclusão do silogismo
a seguir é correta: Alguma mulher não é justa/ Maria é mulher/ Logo,
Maria não é justa.
Assinale o que for correto.
a) se apenas I, II e III estiverem corretas.
b) se apenas I, III e IV estiverem corretas.
c) se apenas II e IV estiverem corretas.
d) se apenas I, III, IV e V estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

Segundo as regras do silogismo, de duas premissas


singulares, nada pode ser concluído.
Há aqui uma explicação adequada e um exemplo
correto de silogismo.
Os silogismos são sempre raciocínios dedutivos.
A estrutura do argumento apresentada está de acordo
com as regras do silogismo. Nesse caso, como uma
das premissas é negativa, a conclusão também é
negativa.
Como já afirmado, de duas premissas particulares
nada pode ser concluído.
8. (Uem 2009) Considere os argumentos a seguir:
(A) “No Brasil, há vários casos de políticos respondendo a processo
criminal, consequentemente a justiça brasileira permite que políticos com
problemas judiciais se mantenham em cargos eletivos.”
(B) “Penso, logo existo.”
A partir dos argumentos citados, assinale verdadeiro ou falso:
I) O argumento (A) é indutivo, pois sua conclusão é uma generalização
indutiva realizada a partir da observação de diversos dados singulares.
II) No argumento indutivo, o conteúdo da conclusão excede o das
premissas. A certeza da indução nunca é absoluta, mas apenas provável.
III) Embora a indução não possua o rigor do pensamento dedutivo, é uma
forma fecunda de raciocinar, à qual devemos grande parte dos
conhecimentos da vida diária e é de grande importância nas ciências
experimentais.
IV) O argumento (B) é dedutivo, ou seja, é um tipo de argumento cuja
conclusão é inferida necessariamente de premissas.
V) Na dedução lógica, o enunciado da conclusão não excede o conteúdo
das premissas; mas, se não acrescenta nada de novo, a dedução é um
modelo de rigor que nos permite organizar o conhecimento já adquirido.
Assinale o que for correto.
a) se apenas I, II e III estiverem corretas.
b) se apenas I, II, III e IV estiverem corretas.
c) se apenas II e IV estiverem corretas.
d) se apenas I, III, IV e V estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

A dedução é o argumento cuja conclusão é inferida


necessariamente de duas premissas.
A indução é uma argumentação na qual, a partir de
dados singulares suficientemente enumerados,
inferimos uma verdade universal. Enquanto na
dedução a conclusão deriva de verdades universais já
conhecidas, partindo, portanto, do plano do
inteligível, a indução, ao contrário, chega a uma
conclusão da experiência sensível, dos dados
particulares.
9. (Uem 2008) O silogismo aristotélico é a dedução lógica na qual uma
conclusão é inferida a partir de suas premissas, a premissa maior e a
premissa menor, pela mediação do termo médio. O termo médio liga o
termo menor (conceito de menor extensão) ao termo maior (conceito
de maior extensão) de acordo com o princípio lógico de que duas
quantidades idênticas a uma terceira são idênticas entre si. Considere o
silogismo a seguir: “Todos os brasileiros são sul-americanos; todos os
paranaenses são brasileiros; logo, todos os paranaenses são sul-
americanos”. Identifique, respectivamente, o termo médio, o termo
maior e o termo menor.
A) brasileiros – sul-americanos – paranaenses
B) são – todos – logo
C) sul-americanos – paranaenses – brasileiros
D) paranaenses – brasileiros – todos
E) sul-americanos – são – brasileiros
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

O termo médio relaciona o termo maior


e o menor, deve estar nas premissas,
mas não na conclusão. No silogismo
apresentado, ele corresponde à palavra
"brasileiros". O termo menor, aquele de
menor extensão, é o "paranaenses",
enquanto que o termo maior é "sul-
americanos".
10. (Unisc 2017) Considere os seguintes silogismos:
I. II.
Todo felino é vertebrado Todo paulista é colombiano
Todo vertebrado é mamífero Todo colombiano é sul-americano
Logo, todo felino é mamífero Logo, todo paulista é sul-
americano
III.
Todos os mamíferos são vertebrados
Alguns répteis são vertebrados
Logo, alguns mamíferos são répteis
Marque agora a afirmativa correta.
Marque agora a afirmativa correta.
a) Todos os silogismos acima pertencem ao mesmo modo e figura.
b) O silogismo II tem um modo e figura inválidos.
c) O silogismo III tem um modo e figura válidos.
d) Os silogismos I e II têm o mesmo modo e figura, os dois são
formalmente válidos, mas somente o I prova sua conclusão.
COMENTÁRIO DA QUESTÃO

Entende-se por modo as formas que o


silogismo pode assumir, em função da
quantidade e do tipo das proposições que o
estruturam. Já as figuras são referentes à
posição do termo médio nas premissas,
tendo o termo médio como predicado na
primeira premissa e como sujeito na segunda.
Tem um silogismo do tipo AAI, que está entre
os 19 modos legítimos dos silogismos (que
não são falácias).
BONS ESTUDOS

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