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na lógica silogística
Piligra
O jogo de sinais
na lógica Silogística
Ilhéus/2023
Edição
3,14
Copyright © 2023, Piligra
Todos os direitos desta edição reservados à Lourival Pereira
Júnior Piligra
Av. Getúlio Vargas 1972, 101. Pontal – Ilhéus – Bahia, Brasil
– 45.654-495
Capa e Revisão – Rebeca Lopes Bastos
Diagramação: Piligra
Piligra
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-70985-8
23-158709 CDD-160
1
Lembramos que não há compatibilidade entre a última linha
do quadro do jogo de sinais e sua aplicação no silogismo, pois
de premissas negativas nada se conclui.
Acreditamos que aqui os interessados nas teorias
da contrariedade e da contraditoriedade irão poder notar
que o Quadrado Lógico de Oposição foi triplamente
simbolizado – fato importante na visualização das relações
de oposição – entre A e E, A e O, I e O, e, E e I – e das
relações de complementação – entre A e I (afirmativa) e E
e O (negativa). Essas possibilidades são sempre ilustradas
via sinalização (+ e - ou - e +) tornando mais assimiláveis
as relações do Quadrado Lógico de Oposição, fundamento
inconteste de toda teoria do silogismo conforme a
compreende Aristóteles. Daqui por diante já nos lançamos
na terceira senda aberta neste libreto.
O terceiro momento é dedicado a um estudo
cuidadoso e completo da teoria do silogismo, suas regras,
figuras, modos válidos e leis de constituição e
diferenciação. Neste ponto específico de nossa análise,
dissecamos, passo a passo, com diversos exemplos, as oito
regras que garantem a validade formal de um silogismo.
Além disso, elucidamos também (com exemplos
claros) a diferença entre as quatro figuras, suas regras
específicas das quais se seguem os seus modos válidos.
Nesse ponto, desmistificamos a ideia de que um modo
válido não contém uma justificativa formal que determina
o seu lugar dentro de determinada figura.
Nesse sentido, demonstramos que cada conjunto
de modo válido referente a cada figura nasce justamente
das regras gerais – aplicadas à todas as figuras – e das
específicas – que regem cada figura em particular. Afinal,
estruturalmente, cada uma das figuras possui uma
particularidade cuja finalidade é garantir um tipo de
conclusão ou argumentação, seja ela com as quatro
possibilidades do Quadrado Lógico (A, E, I ou O) –
primeira figura – seja com a negação (E ou O) – segunda
figura – seja com a particularidade (I ou O) – terceira
figura. A quarta figura terá um tratamento especial
justificado por nós em função do seu caráter especular ou
mimético com a primeira figura. A partir disso adentramos
no quarto momento de nossas análises.
Nesse penúltimo estágio, por assim dizer,
ocupamo-nos com a descrição minuciosa dos modos
válidos, preparando os materiais que irão ser usados no
momento final do livro, a saber: a redução dos silogismos
imperfeitos ao silogismo perfeito2 de primeira figura.
Sugerimos que o(a) estudante fique atento(a) neste ponto
crucial do libreto, pois depende dele a apreensão do
sentido geral das reduções.
2
Esse tema não chegou a ser totalmente explorado no curso.
Nesse quarto momento, seguimos articulando o
jogo das proposições dos silogismos acompanhados
sempre dos sinais (+ ou -), esclarecendo a implicação
entre a qualidade ou quantidade das premissas e seu
resultado (+ ou -) nas conclusões. Quiçá neste ponto é onde
a implicação entre a lógica e o jogo de sinais ganhe mais
relevância e iluminação. A correta compreensão desse
penúltimo momento é deveras fundamental para o
coroamento das nossas investidas, a saber: o trabalho com
as reduções dos silogismos.
Adentramos aqui na última etapa (ou, no último
momento) de nossa senda, na tentativa de mostrar as
implicações, relações e conjunções, entre o jogo dos sinais
da matemática e a lógica silogística. Não obstante,
chamamos atenção sobre um dado importante: o tema da
redução de silogismos imperfeitos a silogismos perfeitos
costuma ser considerado árido ou complexo para a maioria
dos estudantes de Lógica. No entanto, acreditamos que o
percurso natural da ordem de desenvolvimento dos temas
e problemas tratados neste libreto levam a uma conclusão
em contrário, ou seja, a redução mostra-se menos
complexa à medida em que temos em mente o papel
fundamental de duas conversões, ou, inferências
imediatas: a conversão simples e a conversão por acidente.
A primeira – só ocorre entre proposições do tipo E
ou I – e a segunda – só ocorre da proposição do tipo A ao
tipo I. Assim, com vias a testar ou exercitar a assimilação
do conteúdo disposto nesses cinco momentos, elaboramos
e colocamos à disposição, ao final deste libreto, 100
questões com vários níveis de dificuldade dos mais
diversos conteúdos, onde o interessado (ou interessada)
poderá praticar (ao seu tempo) verificando (assim) o
quanto avançou nos seus estudos.
Temos certeza de que o percurso atento, do início
ao fim, deste libreto, proporcionará ao estudante
interessado nos assuntos da lógica dedutiva uma visão
menos perturbadora das dificuldades estruturais que, em
geral, muitos jovens e adultos demonstram no
enfrentamento deste instrumento fundamental do pensar –
que sedimenta, desde a estrutura formal básica de uma
redação até o modelo exemplar de uma petição inicial do
direito – a lógica silogística.
Sumário
19
20
1. O jogo de sinais e sua aplicação na Lógica
++=+
+–=–
–+=–
––=+
21
De forma simples temos a seguinte explicação:
mais com mais, tem por consequência o mais, ou seja,
positivo com positivo tende ao positivo; o mais seguido
pelo menos, sempre tende ao menos, ou seja, o positivo em
combinação com o negativo conclui-se sempre negativo; o
mesmo se aplica à combinação do menos com o mais,
seguindo-se sempre o menos ou o negativo; por fim, na
combinação do menos com o menos, o resultado é sempre
o mais, ou seja, negativo com negativo gera sempre um
positivo. Além do mais, esse conjunto de sinais já recebeu
muitas interpretações ao longo da história e quando
aplicado à retórica temos uma combinação cuja validade
não pode ser levada com o mesmo rigor, assim, podemos
dizer que
22
Devemos notar que essa tendência (ou
possibilidade) apresenta-se e ganha relevância no jogo
retórico à medida em que interpretamos os termos amigo
ou inimigo como aliados nossos ou dos nossos inimigos.
O interessante é perceber que esse jogo dos sinais aplica-
se ou pode servir de fundamento para o uso retórico dos
elementos que compõem os quatro pares de combinações.
Nesse aspecto, agora de um ponto de vista estritamente
lógico, o jogo dos sinais representa de algum modo, sem
levar em conta os resultados das combinações
++
+–
–+
––
a estrutura inicial de toda tabela de verdade formada a
partir de dois elementos quaisquer (a) e (b). Assim
aplicando a fórmula 2n, em que 2 representa os valores de
verdade V e F e (n) o número de proposições, nesse caso
(a e b). Em lógica simbólica3 (e em matemática) podemos
substituir os valores V e F por 1 e 0, ou seja, 1 indica o
valor de verdade, verdadeiro; e 0 indica o valor de verdade,
falso.
3
Lógica Proposicional moderna criada por Boole e Frege.
23
Disso decorrem as seguintes tabelas comparativas:
a| b| a| b| a| b|
V V + + 1 1
V F + - 1 0
F V - + 0 1
F F - - 0 0
4
O mesmo que conectivos ou operadores lógicos.
24
Isso significa que essas tabelas anteriores servem
de base para a demonstração das leis desses respectivos
conectivos, fundamentais tanto na Lógica Simbólica
quanto na Matemática. Vejamos abaixo cada uma dessas
tabelas-de-verdade, iniciando da função de verdade mais
fraca à mais forte.
A conjunção – e – (˄) possui por lei a seguinte
regra: uma conjunção só pode ser verdadeira quando seus
componentes forem ambos (ou sempre) verdadeiros.
Traduzindo isso, usando agora a tabela do jogo de sinais,
a regra significa que: uma conjunção só admite a verdade
quando seus elementos forem ambos + e +. Vejamos as
três tabelas abaixo:
a| b| a ˄ b a| b| a ˄ b a| b| a ˄ b
VV V + + + 1 1 1
VF F + - - 1 0 0
FV F - + - 0 1 0
FF F (............) 0 0 0
5
Iremos sempre apresentar as três tabelas em conjunto. A
visualização das três tabelas ajuda na compreensão da lei que
rege cada conectivo e sua relação entre a verdade e o falso.
25
Notem que optamos por não combinar (menos) -
com (menos) – que se conclui com + (mais), na tabela(2),
para evitar confusões no entendimento da regra e na
analogia feita por nós entre a tabela de verdade e o
quadrado do jogo de sinais.
As outras duas tabelas (1 e 3) as notações seguem
de forma completa, afinal, os valores de verdade são
devidamente representados; o V = 1 e o F = 0. Todavia,
veremos que, em apenas um conectivo, o jogo dos sinais
espelha de forma fidedigna a tabela-de-verdade. Passemos
ao segundo conectivo, o de bicondicional6 – se somente se
– (↔):
a| b| a ↔ b a| b| a ↔b a| b| a ↔ b
VV V + + + 1 1 1
VF F + - - 1 0 0
FV F - + - 0 1 0
FF V - - + 0 0 1
6
Em Lógica Proposicional trabalhamos essa tabela do
bicondicional em paralelo a da disjunção exclusiva, visando,
com isso, mostrar que o resultado da tabela de uma é a negação
da tabela da outra.
26
Com o bicondicional notamos que o jogo de sinais
atende à sua regra de uso, bem simbolizada pela verdade
na primeira e quarta linhas da tabela, daí decorre a seguinte
lei: um bicondicional só pode ser verdadeiro quando seus
componentes tiverem valores lógicos idênticos, ou seja, V
e V gera um resultado V, da mesma forma F e F gera um
resultado V. No caso do jogo de sinais, o negativo, (-)
menos, seguido de outro negativo, (-) menos, gera uma
conclusão sempre afirmativa e, portanto, verdadeira.
Sinais ou valores lógicos idênticos implicam em verdade,
sinais ou valores lógicos diferentes implicam em falsidade.
Em outras palavras: o bicondicional admite a verdade
tanto as duas coisas se dando, ocorrendo ou não. Em nossa
interpretação essa tabela-de-verdade do bicondicional é a
única que melhor espelha o quadrado de possibilidades do
jogo dos sinais.
O próximo conectivo, ou melhor, o resultado da
tabela-de-verdade da disjunção exclusiva (aut) é a
negação7 do resultado da tabela-de-verdade do
bicondicional, assim, vejamos o esquema das três tabelas
e de que modo elas indicam a lei da disjunção exclusiva
(ou/ou) simbolizada pelo w:
7
Vide nota anterior.
27
Tabela (1) Tabela (2)* Tabela (3)
a| b| a ↔ b a| b| a w b a| b| a w b
VV V + + - 1 1 0
VF F + - + 1 0 1
FV F - + + 0 1 1
FF V - - - 0 0 0
A partir daqui começamos a perceber uma
modificação necessária feita por nós no jogo dos sinais.
Notem que todos os valores da Tabela (2)* foram
invertidos, ou seja, negados. Esse procedimento mostra
que, se o resultado da tabela (1) do bicondicional é o
espelho perfeito do quadrado do jogo de sinais. mas o
resultado da tabela-de-verdade da disjunção exclusiva é a
negação completa da anterior, por isso que decidimos pela
inversão dos resultados do jogo de sinais. Obviamente essa
negação tem um valor puramente didático e não se pode
querer expandir isso dentro do esquema de uso,
especialmente na aritmética, desse tipo de recurso
utilizado por nós, nesse caso a negação. O que interessa
aqui é compreender que a disjunção exclusiva tem por
fundamento o princípio do terceiro excluído, que
estabelece – a partir dos valores de verdade V e F ou F e
V –, um resultado sempre verdadeiro.
28
Ao comparar as duas tabelas-de-verdade da
bicondicional e da disjunção exclusiva notamos que uma é
a negação da outra. Veremos que essa disjunção exclusiva
demarca os limites de uso e de identificação do jogo de
sinais das regras – totalmente diverso – de ordenamento
dos conectivos da disjunção inclusiva e do condicional.
A disjunção inclusiva (vel) tem por fundamento a
seguinte tabela-de-verdade:
Tabela (1) Tabela (2)* Tabela (3)
a| b| a v b a| b| a v b a| b| a v b
VV V + + + 1 1 1
VF V (...........) 1 0 1
FV V (...........) 0 1 1
FF F (...........) 0 0 0
Aqui nesse segundo tipo de disjunção já
percebemos o quanto o jogo dos sinais (2) se distancia do
resultado da tabela-de-verdade (1), mantendo um
espelhamento apenas na primeira linha. Isso ocorre porque
a lei da disjunção admite que uma disjunção inclusiva só é
falsa se somente se seus componentes são ambos falsos,
ou seja, a presença de um elemento verdadeiro ou
afirmativo na tabela-de-verdade já faz com que a disjunção
seja verdadeira.
29
Isso ocorre porque essa disjunção inclusiva admite
a disjunção de ambos (V e V) ou a primeira (V) e a
segunda (F) ou a primeira (F) e a segunda (V). Nesse caso,
percebemos que não há compatibilidade, a partir da
segunda linha, entre o resultado da tabela-de-verdade (1) e
o jogo de sinais (2). Daqui para frente veremos o
condicional.
Tabela (1) Tabela (2) Tabela (3)
a| b| a → b a| b| a → b a| b| a → b
VV V + + + 1 1 1
VF F + - - 1 0 0
FV V (............) 0 1 1
FF V - - + 0 0 1
Ao fazer a comparação entre as três tabelas notamos
que na (2) somente na linha 3 não há espelhamento entre
as tabelas-de-verdade (1) e a tabela (2), já que na linha 3 F
e V = V, mas no jogo de sinais - + = -. Fora isso, nas linhas
1, 2 e 4, o espelhamento é perfeito. Desse modo,
apreendemos a regra de uso do condicional indicada na
linha 2, ou seja, um condicional só pode ser falso quando
o antecedente é verdadeiro e o consequente falso.
Qualquer outra possibilidade o condicional é sempre
verdadeiro.
30
Como o condicional opera com causa e
consequência é possível a verdade quando as duas coisas
são conhecidas V e V, ou mesmo desconhecendo a causa
a consequência pode ocorrer F e V, ou pode haver
desconhecimento da causa e do efeito, F e F. O domínio
completo das tabelas anteriores deve fazer parte da meta
de estudo de qualquer pessoa que deseja explicar de modo
consistente as regras de uso dos conectivos lógicos.
Seguem-se a partir daqui uma série de exercícios
planejados exclusivamente para a memorização das regras
de uso desses conectivos. Os exercícios partem dos mais
simples aos mais complexos. Inicialmente praticamos o
uso de cada conectivo em separado para depois combiná-
los em problemas com exigência maior de abstração.
31
Exercício
01 – V e V = V
02 – V e F = F
03 – F e V = V
04 – F e V = F
05 – F e F = F
01 – Se V então V, logo, V
02 – Se F então F, logo, V
03 – Se V então F, logo, F
04 – Se F então V, logo, V
05 – Se F então F, logo, F
01 – Se V então V, (~)logo, V
02 – Se V então F, (~)logo, V
03 – Se F então F, (~)logo, F
04 – Se F então V, (~)logo, V
05 – Se F então F, (~)logo, V
01 – Se V então V, (~)logo, V
02 – Se V então F, (~)logo, F
03 – Se V então F, (~)logo, V
04 – Se F então V, (~)logo, V
05 – Se F então F, (~)logo, F
2. O Quadrado de Oposição e o jogo de sinais
37
A...........................E
I............................O
em seguida um outro:
Sp..........................SP
sp............................sP
e por fim:
+...........................-
+............................-
38
Vamos a partir daqui explicar cada uma dessas
relações estabelecendo suas leis a partir de exemplos.
A (+) – Sp – é contrária de E (-) – SP, assim,
notamos que elas são iguais na extensão do sujeito (S) –
pois ambas são universais – mas diferem no predicado (p
e P), enquanto A(p) é afirmativa, E(P) é negativa. Nesse
caso temos a seguinte lei: ambas podem ser falsas ao
mesmo tempo, mas se A é verdadeira E deve ser falsa, ou
se E é verdadeira A deve ser falsa; se A é falsa E pode ser
verdadeira ou falsa e se E é falsa A pode ser verdadeira ou
falsa.
Numa analogia com o jogo de sinais, notamos aqui
algo fundamental: se A é +, então E é -, logo significa que
qualquer combinação feita entre A (+) e E (-) ou E (-) e A
(+), gera sempre resultado (-) negativo. Isso significa que
a parte mais fraca sempre tem prioridade sobre a mais
forte, ou melhor, no jogo entre o + e o - o resultado tende
sempre para o menos. Não iremos abordar a relação de
subcontrariedade em razão da regra8 do silogismo que não
admite conclusão possível de premissas particulares do
tipo I e O.
8
Chamamos atenção aqui da importância das regras gerais que
garantem a validade de um silogismo, afinal, tais regras formais
anulam algumas das relações do quadrado lógico.
39
Iremos nos deter nessas proposições quando
estivermos explicando a relação de contraditoriedade.
Assim, na relação de subalternidade entre A (+) – Sp – e
I (+) – sp – notamos que elas são diferentes na extensão
(quantidade), A (S) é universal e I (s) é particular, no
entanto, ambas são iguais em compreensão (qualidade),
pois as duas são afirmativas (p). Nesse caso, da relação
entre elas só pode resultar em afirmação, i.é., resultado
positivo, com prioridade de I sobre A. Veremos daqui a
pouco que essa relação de subalternidade fundamenta duas
regras de validade do silogismo cujas formulações são: de
premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa
e a conclusão segue sempre a parte mais fraca, considera-
se a parte mais fraca a particular e/ou negativa. Nesse caso,
sempre que houver no silogismo uma combinação entre A
e I ou entre I e A, a conclusão sempre deverá ser I.
Tudo o que dissemos se aplica às proposições
subalternas negativas, no entanto, conforme uma regra do
silogismo, de premissas negativas nada se conclui, em
razão disso evitamos de estabelecer relação entre E e O.
Nesse caso, a última linha do quadro do jogo dos
sinais menos com menos é igual a mais, não pode ser
aplicada aqui nesse caso, muito embora na Lógica
Proposicional tenha sentido.
40
Chegamos, por fim, a relação que nos interessa
explorar (para demonstrar) de maneira clara a aplicação de
uma das regras fundamentais do jogo dos sinais, a saber:
menos multiplicado com mais é menos e mais
multiplicado com menos é menos. Dito de outro modo: da
relação entre a proposição Afirmativa com uma
proposição Negativa, segue-se sempre uma proposição
negativa; ou da relação de uma proposição Negativa com
uma Afirmativa, segue-se sempre uma proposição
negativa. Então vejamos alguns casos:
Caso 1 - contrárias
Caso 2 - contraditórias
Caso 3 - contraditórias
41
Até aqui vimos as relações entre proposições
afirmativas (positivas) e negativas de duas ordens: (a)
proposições contrárias (A e E) diferentes apenas em
qualidade (a primeira afirmativa e a segunda negativa) e
idênticas em quantidade (ambas universais); (b)
proposições contraditórias (A e O ou E e I) diferentes em
quantidade (uma universal e a outra particular) e diferentes
em qualidade (uma afirmativa e a outra negativa). Dessa
combinação + com - ou - com + o resultado é sempre
negativo.
Agora veremos de que modo podemos aplicar o
jogo de sinais + com + gerando por resultado sempre um
+. Ora, a única proposição, dentre as quatro proposições
do Quadrado Lógico de Oposição, que pode ser combinada
consigo mesma é a do tipo A, ou seja, a proposição
Universal Afirmativa. Pelos exemplos acima percebemos
que ela faz par contrário com E, e contraditório com O,
ambas negativas. Vejamos de que modo ela se relaciona
com ela mesma e com a sua subalterna, a proposição do
tipo I.
Assim,
A ( +)......A (+) = A (+).......+ + = +
A (+).......I (+) = I (+).........+ + = +
I (+)........A (+) = I (+)........+ + = +
42
Pelos exemplos notamos duas coisas importantes:
(a) a proposição do tipo A é a única que se desdobra sobre
si mesma; (b) da combinação entre A e I ou I e A, o
resultado embora sempre afirmativo, a particular como a
mais fraca, sempre ganha lugar frente a Universal na
conclusão. Dessa forma, iremos resumir o Quadrado
Lógico de Oposição com suas relações do seguinte modo:
A+A sempre conclui em A ou em I = (++ = +)
A+ E sempre tende para E ou para O = (+ - = -)
E + A sempre tende para E ou para O = (- + = -)
A + O sempre tende para O = (+ - = -)
O + A sempre tende para O = (- + = -)
E + I sempre tende para O = (- + = -)
I + E sempre tende para O = (+ - = -)
A + I sempre tende para I = (++ = +)
I + A sempre tende para I = (++ = +)
Deixamos claro que não fizemos uso (e nem
faremos) da combinação - com - = +, afinal, as relações
entre E e O, da mesma forma que I e O, I e I, O e O, não
são utilizadas na elaboração do silogismo.
Com isso, fica estabelecido o modo como faremos
uso dos sinais (+ + = +), (+ - = -) e (- + = -) na elucidação
dos modos válidos dos silogismos de primeira, segunda,
terceira e quarta figuras.
43
Antes de nos lançarmos no silogismo precisamos
compreender as tabelas abaixo com as atribuições de
verdade e falsidade às proposições, assim, se
A=V
E=F
I=V
O=F
e se
A=F
O=V
E = indeterminado, logo pode ser V ou F
I = indeterminado, logo pode ser V ou F
Agora se
E=V
A=F
O=V
I=F
e se
E=F
I=V
A = indeterminado, logo pode ser V ou F
O = indeterminado, logo pode ser V ou F
Agora se
44
I=V
E=F
A = indeterminado, logo pode ser V ou F
O = indeterminado, logo pode ser V ou F
e se
I=F
E=V
A=F
O=V
Por fim, se
O=V
A=F
E = indeterminado, logo pode ser V ou F
I = indeterminado, logo pode ser V ou F
Eis abaixo a tabela completa do jogo de verdade e
falsidade9:
(1) (2)
A = V ....................A = F
E = F......................E = V ou F
I = V.......................I = V ou F
O = F......................O = V
9
Se A = +, então E = -, I = + e O = -, mas se A = -, então E pode
ser + ou -, I pode ser + ou – e O é sempre +. Essa notação pode
ser aplicada às próximas tabelas.
45
Nessa primeira tabela (1) verificamos que quando
A é verdadeiro I também é verdadeiro e E e O são ambos
falsos; no entanto, quando em (2) A é falso a única certeza
que temos é a verdade de O, contraditória de A, daí tanto
E quanto I ficam ambas indeterminadas, podendo ser
verdadeiras ou falsas.
(3) (4)
E = V ....................E = F
I = F........................I = V
A = F.......................A = V ou F
O = V......................O = V ou F
46
Aqui no terceiro par de tabelas notamos um
movimento oposto às duas anteriores, afinal, notem que
em (5) se I é Verdadeira só podemos deduzir com certeza
que E é Falsa (contraditória de I), daí tanto A quanto O
ficam indeterminadas, ou seja, podem ser verdadeiras ou
falsas, no entanto, se em (6) I é falsa, então E é verdadeira,
A é falsa e O é verdadeira.
(7) (8)
O = V ....................O = F
A = F......................A = V
I = V ou F...............I = V
E = V ou F..............E = F
10
Na nota anterior exemplificamos com o jogo de sinais as
relações de verdade e falsidade partindo de A, assim, podemos
aplicar a mesma regra aqui, ou seja, se O = V então A = F e I
podem ser V ou F, logo, ficam indeterminadas.
47
O domínio dessas tabelas serve de base para a
correta introdução à teoria do silogismo. Os exercícios que
se seguem ajudam na fixação das regras e das leis
existentes entre as quatro proposições do Quadrado Lógico
de Oposição. Não esqueçam que A (Sp) é a única
proposição que estabelece uma relação consigo própria e
com as demais: E (por contrariedade), I (por
subalternidade) e com O (por contradição). Por outro lado,
a proposição E (SP) estabelece apenas duas relações: com
A (por contrariedade) e com I (por contradição).
Já a proposição I (sp) estabelece duas relações: a
primeira com A (por subalternidade) e com E (por
contradição). O mesmo ocorre com O (sP).11
11
A adequada assimilação ou compreensão dessas relações é de
fundamental importância para o próximo tópico de nosso estudo,
a saber – o silogismo, suas figuras, modos, regras e leis
específicas. Assim, caso paire alguma dúvida sobre o ponto
anterior sugerimos que o(a) estudante retorne ao início da seção
procedendo uma revisão geral das leis e das regras postas aqui
em destaque, afinal, seguir com dúvidas um estudo de lógica é o
mesmo que viajar sem o cinto de segurança, pode ocorrer de
nada acontecer, mas se acontecer, o prejuízo pode ser muito
grande, assim, revisar cada seção antes de seguir para a próxima
é sempre indicado. Ademais, sabemos que o avanço técnico e
teórico no âmbito da Lógica, seja ela de qualquer ordem,
costuma ser sempre lento, gradativo, acumulativo e consistente,
à medida em que a estudante não queima as etapas ou
negligencia as placas indicativas do caminho.
48
Chamamos aqui atenção para algo fundamental: o
silogismo não leva em conta nem a relação de
subcontrariedade, entre I e O, nem a de subalternidade
entre O e E, afinal, duas regras proíbem isso: a primeira
afirma que de proposições particulares (I e O) nada se
conclui, do mesmo modo, de proposições negativas (E e
O) nada se conclui. Dito isso, estamos prontos para
adentrar no campo da silogística12.
12
A cada seção deste libreto temos enfatizado e repetido, até de
uma forma exaustiva, o modo como a relação entre o jogo de
sinais pode ser utilizado visando uma melhor compreensão das
relações entre as proposições do Quadrado Lógico, em razão
disso, insistimos que o(a) estudante deve retomar as seções
anteriores antes de adentrar na seara do Silogismo. Sem o
domínio dessas relações e do que entre elas se pode concluir não
ser deve seguir adiante.
49
“(...) O pensamento que é pensamento por si,
tem por objeto o que por si é mais excelente e
o pensamento que é assim maximamente tem
como objeto o que é excelente em máximo
grau. A inteligência pensa a si mesma,
captando-se como inteligível: de fato, ela é
inteligível ao intuir e ao pensar a si mesma, de
modo a coincidirem inteligência e inteligível”.
Metafísica 1072b 20
3. O silogismo e o jogo de sinais
51
O esquema abaixo ajuda a visualizar melhor:
(T) - termo Maior
(t) - termo menor
(M) - termo médio
M–T
t – M
........
t – T
52
T–M
t–M
........
t–T
M–T
M–t
.......
t–T
T–M
M–t
.......
t–T
53
Dica importante: notem que o termo menor (t) é
sempre sujeito na conclusão, primeira posição, e o termo
maior (T) é sempre predicado. Isso significa que
concluímos, em geral, sempre do menor para o maior, ou
de baixo para cima. Em outros termos: do termo com
menor extensão ao de maior. Esse detalhe é fundamental
no estudo inicial do silogismo. Além disso, essas quatro
figuras são regidas por regras que estabelecem a validade
ou não-validade dos silogismos.
Quatro dessas regras dizem respeito ao uso dos
termos – aplicando-as tanto ao menor (t), ao maior (T)
quanto ao termo médio (M) – e quatro delas dizem respeito
ao uso das proposições, ou premissas - PM, maior, Pm,
menor e Conclusão. Quanto às regras concernentes aos
termos temos as seguintes:
13
Essa é uma característica fundamental do silogismo.
54
1.1.
Toda manga é uma fruta
Alguma camisa tem manga
Logo...(?)
1.2.
Nenhum cão é invertebrado
Alguma constelação é chamada de cão
Logo...(?)
1.3.
Toda fera é um animal selvagem
Pedro é uma fera
Logo...
1.4.
Nem todo sinal é uma palavra
Todo semáforo é um sinal
Logo...(?)
55
2.1.
Todo A é B
Nenhum B é C
Logo, nenhum B é A (?)
3.1.
Todo homem é mortal
Algum baiano é homem
Logo, algum baiano é mortal
56
3.2.
Todo peixe é venenoso
Algum peixe é um ser de água salgada
Logo, algum ser de água salgada é venenoso
3.3.
Nenhum mamífero é invertebrado
Toda ameba é invertebrada
Logo, nenhuma ameba é mamífera
3.4.
Algum carro é um objeto móvel
Todo objeto móvel é bem de consumo
Logo, algum bem de consumo é um carro
57
E, por fim, o exemplo (3.4.) o termo “objeto móvel”
ocupa o lugar do termo médio e é tomado em toda extensão
na premissa menor em que aparece como sujeito da
proposição do tipo A = Sp.
Temos aí a demonstração de validade dessa terceira
regra, veremos daqui para frente a quarta e última regra
referente ao uso dos termos no silogismo.
58
4.3.
Nenhum juiz é empresário
Todo empresário é rico
Logo, nenhum rico é um juiz
4.4.
Todo círculo é um triângulo
Alguma figura geométrica não é um círculo
Logo, alguma figura geométrica não é um triângulo
59
O exemplo (4.3.) é de um silogismo de quarta figura
e o problema recai sobre o predicado da premissa menor,
proposição do tipo A = Sp, o termo “rico”, que se
transforma em sujeito da proposição do tipo E = SP,
ganhando mais extensão na conclusão do que na premissa.
Enfim, no exemplo (4.4.), um silogismo de primeira
figura o problema está uso do termo “círculo”, predicado
na premissa menor (proposição do tipo O = sP) e em
seguida, na conclusão, predicado de proposição do tipo O
= sP. Agora vejamos as regras que dizem respeito às
proposições ou premissas:
60
1.1.
Nenhum A é B
Algum A não é C
Logo...nada se conclui
1.2.
Algum homem não é baiano
Algum africano não é homem
Logo... nada se conclui
1.3.
Nenhum anjo é animal
Ninguém homem é um anjo
Logo... nada se conclui
1.4.
Algum inseto não é carnívoro
Nenhum carnívoro é uma planta
Logo... nada se conclui
61
Fica impedida, inclusive, qualquer combinação de I
consigo mesmo e pela mesma razão de O consigo próprio.
2.1.
Algum homem é baiano
Algum pernambucano é homem
Logo... nada se conclui
2.2.
Algum poeta é brasileiro
Algum médico não é brasileiro
Logo... nada se conclui
2.3.
Alguma mulher não é enfermeira
Alguma enfermeira é baiana
Logo... nada se conclui
2.4.
Algum A não é B
Algum A não é C
Logo... nada se conclui
62
Assim, veremos que + com + sempre terá como
resultado uma conclusão positiva +, independente de uma
conclusão em A ou em I.
Vejamos os exemplos:
3.1.
Todo mamífero é animal de sangue quente
Todo humano é mamífero
Logo, todo humano é um animal de sangue quente
3.2.
Algum médico é cirurgião
Todo médico é conhecedor de anatomia
Logo, algum conhecedor de anatomia é cirurgião
3.3.
Toda mulher é inteligente
Algum ser inteligente é divino
Logo, algum ser divino é uma mulher
3.4.
Toda raiva é desumana
Alguma vingança é fruto da raiva
Alguma vingança é desumana
63
Temos aqui o complemento do jogo de sinais na sua
combinação da primeira linha + + = + e nas duas negativas
(+ - = -), (- + = -). Afinal, essa última regra deixa claro que
sempre que entre as premissas uma delas for particular, a
conclusão deve ser particular e sempre que entre as duas
premissas uma é negativa a conclusão, então, deve ser
negativa.
Do mesmo modo sempre que uma premissa for
Universal Negativa (E) seguida de uma (I) Particular
Afirmativa (ou vice e versa), o resultado é sempre uma
Particular Negativa, afinal, a proposição do tipo (O)
carrega a negatividade de E e a particularidade de I14.
4.1.
Todo mamífero é vertebrado (+ - UA)
Algum macaco é mamífero (+ - PA)
Logo, algum macaco é vertebrado (+ - PA)
14
O nosso trabalho, durante esses mais de vinte anos de
experiência, tem revelado que aqui neste ponto muita gente sente
dificuldade de entender a razão da combinação de uma
proposição do tipo E com uma do tipo I gerar sempre uma
conclusão do tipo O. Mesmo aparentando redundância é preciso
destacar que O, simbolizada por sP, carrega a particularidade no
sujeito – igual a I – e a negatividade no predicado – igual a E,
em razão disso, se a conclusão segue a parte mais fraca, a
proposição do tipo O é a única que atende a regra da
particularidade e negatividade ao mesmo tempo.
64
4.2.
Nenhum baiano é pernambucano (- /UN)
Todo recifense é pernambucano (+ - UA)
Logo, nenhum recifense é baiano (- /UN)
4.3.
Algum médico é ortopedista (+ - PA)
Nenhum ortopedista é analfabeto (- /UN)
Logo, algum analfabeto não é médico (- /PN)
4.4
Nenhuma mulher é tola (- /UN)
Toda mulher é forte (+ - UA)
Logo, nenhuma forte é tola (- /UN)
65
“Isso é evidente pela própria definição de
verdadeiro e do falso: falso é dizer que o ser
não é ou que o não ser é; verdadeiro é dizer
que o ser é e que o não-ser não é.
Consequentemente, quem diz de uma coisa
que é ou que não é, ou dirá o verdadeiro ou
dirá o falso.”
Metafísica 1011b 25
4. As quatro figuras do silogismo, suas leis e
modos válidos
(PM)....M - T
(Pm).... t - M
.....................
(Con) ... t - T
67
Abaixo assinalamos o Sujeito com um (S)* e o
predicado com um (P)#. Vejamos os exemplos dos modos
válidos.
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... A : Todo A é B (+)
(Pm).... t - M ......... A : Todo C é A (+)
..................... .........
(Con) ... t - T A : Todo C é B (+)
(S) (P)
M T
(+) Todo humano é vertebrado (A) Sp
t M
(+) Todo brasileiro é humano (A) Sp
t T
(+) Logo, todo brasileiro é vertebrado (A) Sp
15
Único modo próprio da primeira figura.
68
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... E : Nenhum A é B ( - )
(Pm).... t - M ......... A : Todo C é A ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T E : Nenhum C é B ( - )
(S) (P)
M T
( - ) Nenhum humano é um anjo (E) SP
t M
( + ) Todo baiano é humano (A) Sp
t T
( - ) Logo, nenhum baiano é um anjo (E) SP
69
(S)* (P)#16
(PM)....M - T ......... A : Todo A é B (+)
(Pm).... t - M ......... I : Algum C é A (+)
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é B (+)
(S) (P)
M T
( + ) Todo mamífero é vertebrado (A) Sp
t M
( + ) Algum animal é mamífero (I) sp
t T
( + ) Logo, algum animal é vertebrado (I) sp
16
Lembramos que essas duas indicações do * para o S e do #
para o P, estabelecem as relações entre o que ocupa o lugar de
sujeito e o que ocupa o lugar de predicado dentro da estrutura
geral do Silogismo. Não se deve perder isso de vista.
70
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... E : Nenhum A é B ( - )
(Pm).... t - M ......... I : Algum C é A ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é B ( - )
(S) (P)
M T
( - ) Nenhum humano é um anjo (E) SP
t M
( + ) Algum baiano é humano (I) sp
t T
( - ) Logo, algum baiano não é um anjo (P) sP
71
A A = A : bArbArA .....Sp Sp = Sp
(+ + = +)
E A = E : cElArEnt.......SP Sp = SP
(- + = -)
A I = I : dArII...............Sp sp = sp
(+ + = +)
E I = O : fErIO..............SP sp = sP
(- + = -)
72
A segunda figura – a conclusão é sempre
negativa (E - ou O -)
(PM)....T - M
(Pm).... t - M
.....................
(Con) ... t - T
73
Em outras palavras, se a premissa maior PM deve
ser universal (afirmativa ou negativa) e uma das premissas
deve ser negativa, então a premissa menor Pm pode ser A,
ou E, ou I, ou O.
A partir dessa regra podemos listar os quatro
pares, ou seja, é possível combinar A com E; podemos
combinar A com O; E pode ser combinado com A; e E
pode ser combinado com I. Abaixo assinalamos o Sujeito
com um (S)* e o predicado com um (P)#. Daí seguem os
exemplos dos modos válidos.
(S)* (P)#
(PM)....T - M......... A : Todo A é B ( + )
(Pm).... t - M ......... A : Nenhum C é B ( - )
..................... .........
(Con) ... t - T A : Nenhum C é A ( - )
(S) (P)
T M
( + ) Toda planta é um ser vivo (A) Sp
t M
( - ) Nenhuma pedra é um ser vivo (E) SP
t T
( - ) Logo, nenhuma pedra é planta (A) SP
74
Veremos que nessa segunda figura faremos uso de
duas linhas (a segunda e a terceira) do jogo de sinais, ou
seja, a combinação (+ - = -) e (- + = -). Assim, esse
primeiro modo tem a seguinte estrutura AE = E,
denominado pelos medievais de cAmEnEs.
Vejamos agora a segunda combinação possível.
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... E : Nenhum A é B ( - )
(Pm).... t - M ......... A : Todo C é B ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T E : Nenhum C é A ( - )
(S) (P)
T M
( - ) Nenhum gato é peixe (E) SP
t M
( + ) Todo baiacu é um peixe (A) Sp
t T
( - ) Logo, nenhum baiacu é um gato (E) SP
75
Esse modo válido fora batizado pelos medievais
de cEsArE.
Chegamos ao próximo modo válido17.
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... A : Todo A é B (+)
(Pm).... t - M ......... O : Algum C não é B (-)
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é A (-)
(S) (P)
T M
( + ) Todo cachorro é domesticável (A) Sp
t M
( - ) Algum animal não é domesticável (O) sP
t T
( - ) Logo, algum animal não é cachorro (O) sP
17
Esse modo de segunda figura não será reduzido por nós na
última seção deste nosso libreto, à frente explicamos os motivos.
76
Apresentamos na sequência o último modo, ou
seja, a última combinação possível dessa segunda figura
do silogismo.
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... E : Nenhum A é B ( - )
(Pm).... t - M ......... I : Algum C é B ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é A ( - )
(S) (P)
T M
( - ) Nenhum gato é uma planta (E) SP
t M
( + ) Alguma samambaia é planta (I) sp
t T
( - ) Logo, alguma samambaia não é gato (O) sP
77
Simbolizando no quadro do jogo dos sinais o
esquema da terceira linha (- + = -).
Dito isso iremos listar abaixo todos os quatro
modos válidos e suas respectivas representações no jogo
de sinais:
A E = E : cAmEnEs.......Sp SP = SP
(+ - = - )
E A = E : cEsArE............SP Sp = SP
(- + = - )
A O = O : bArOcO.........Sp sP = sP
(+ - = - )
E I = O : fErIsOn............SP sp = sP
(- + = - )
78
A terceira figura – a conclusão é sempre
particular (I + ou O -)
(PM).....M - T
(Pm).... M - t
.....................
(Con) ... t – T
79
Em outras palavras, se a premissa menor Pm deve
ser afirmativa (Universal ou Particular)18 mesmo quando
as duas premissas são universais, a conclusão deve ser
sempre particular.
A partir dessas regras podemos listar os seis pares;
ou seja, é possível combinar A com A; podemos combinar
A com I; I pode ser combinado com A; E pode ser
combinado com A, E pode ser combinado com I, e, O pode
ser combinado com A. Abaixo assinalamos o Sujeito com
um (S)* e o predicado com um (P)#.
Daí seguem os exemplos dos modos válidos.
(S)* (P)#
(PM)....M - T......... A : Todo A é B ( + )
(Pm).... M - t ......... A : Todo A é C ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é B ( + )
(S) (P)
M T
18
Devemos ficar atentos para o seguinte esquema geral das leis
que regem os modos válidos dos silogismos. A regra da premissa
maior (A ou E) da primeira figura se repente na segunda e a regra
da premissa menor (A ou I) se repete na terceira.
80
( + ) Toda planta é importante (A) Sp
M t
( + ) Toda planta é um ser vivo (A) Sp
t T
( + ) Logo, algum ser vivo é importante (I) sp
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... I : Algum A é B ( + )
(Pm)....M - t ......... A : Todo A é C ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é B ( + )
(S) (P)
M T
19
Esses nomes eram usados para ajudar na memorização.
81
( + ) Algum baiacu é venenoso (I) sp
M t
( + ) Todo baiacu é peixe (A) Sp
t T
( + ) Logo, algum peixe é venenoso (I) sp
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... E : Nenhum A é B (-)
(Pm)....M - t. ......... A : Todo A é C (+)
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é B (-)
20
Modo também perfeitamente conversível à primeira figura.
82
(S) (P)
M T
( - ) Nenhum gato é lento (E) SP
M t
( + ) Todo gato é bicho esperto (A) Sp
t T
( - ) Logo, algum bicho esperto não é lento (O) sP
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... E : Nenhum A é B ( - )
(Pm)....M - t ......... I : Algum A é C ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é B ( - )
21
Temos aqui um modo em que a premissa menor deverá ser
convertida por acidente, transformando A em I.
83
(S) (P)
M T
( - ) Nenhum rato é de pedra (E) SP
M t
( + ) Algum rato é roedor (I) sp
t T
( - ) Logo, algum roedor não é de pedra (O) sP
(S)* (P)#
(PM)....M - T......... A : Todo A é B ( + )
(Pm).... M - t ......... I : Algum A é C ( + )
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é B ( + )
84
(S) (P)
M T
( + ) Toda cobra é um ser vivo (A) Sp
M t
( + ) Alguma cobra é perigosa (I) sp
t T
( + ) Logo, algo perigoso é um ser vivo (I) sp
(S)* (P)#
(PM)....M - T ......... O : Algum A não é B (-)
(Pm).... M - t ......... A : Todo A é C (+)
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é B (-)
(S) (P)
M T
( - ) Algum brinco não é de ouro (O) sP
M t
( + ) Todo brinco é bonito (A) Sp
t T
( - ) Logo, algo bonito não é de ouro (O) sP
85
Temos aí o modo bOcArdO, em que a premissa
maior (PM) é Particular Negativa (O = sP), a premissa
menor (Pm) uma Universal Afirmativa (A = Sp),
concluindo com uma Particular Negativa (O = sP), cuja
estrutura do jogo de sinais segue a terceira linha, - + = -.
Dito isso iremos listar abaixo os seis modos
válidos e suas respectivas representações no jogo de sinais:
A A = I : bAmAlIpt.......Sp Sp = sp
(+ + = + )
I A = I : dInAmIs............sp Sp = sp
(+ + = + )
E A = O : fElAptOn.........SP Sp = sP
(-+=-)
E I = O : fErIsOn............SP sp = sP
(-+=-)
A I = I : dAtIsI...............Sp sp = sp
(+ + = +)
O A = O : bOcArdO.....sP Sp = sP
(-+=-)
86
Esse aspecto também deverá facilitar o trabalho de
redução desses modos de terceira figura aos de primeira,
fazendo uso apenas das conversões simples aplicadas às
proposições do tipo E e I. Com exceção aos modos
bArOcO e bOcArdO que precisam ser convertidos por
redução ao absurdo.
Vejamos agora, daqui por diante, os modos
válidos da quarta figura.
22
Alguns filósofos, a exemplo de Hegel e Schopenhauer,
admitem que o caráter mimético dessa figura com a primeira foi
obra do estudioso medieval Galeno que apenas inverteu a ordem
do termo médio, daí sua falta de legitimidade, afinal, Aristóteles
concebeu apenas as três primeiras na sua célebre obra Primeiros
Analíticos. Schopenhauer defende essa posição na sua
Vorlesung über Die gesamte Philosophie e Hegel na sua
Wissenchaft de Logik.
87
Se na primeira figura o termo médio (M) é sujeito
na premissa maior (PM) e predicado na premissa menor
(Pm), nesta quarta figura o termo médio (M) é predicado
na premissa maior (PM) e sujeito na premissa menor (Pm),
daí a configuração do seu primeiro modo válido:
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... A : Todo A é B (+)
(Pm)....M - t ........... A : Todo B é C (+)
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é A (+)
(S) (P)
M T
(+) Todo vertebrado é inteligente (A) Sp
t M
(+) Todo inteligente é mamífero (A) Sp
t T
(+) Logo, algum mamífero é vertebrado (I) sp
88
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... I : Algum A é B (+)
(Pm)....M - t ........... A : Todo B é C (+)
..................... .........
(Con) ... t - T I : Algum C é A (+)
(S) (P)
M T
(+) Algum animal é ser vivo (I) sp
t M
(+) Todo ser vivo é inteligente (A) Sp
t T
(+) Logo, algo inteligente é um animal (I) sp
89
(S) (P)
M T
(+) Todo carro é objeto móvel (A) Sp
t M
(-) Nenhum objeto móvel é terreno (E) SP
t T
(-) Logo, nenhum terreno é um carro (E) SP
90
Da mesma forma que a anterior, esse modo
também lembra um modo da segunda figura, aqui temos
uma premissa maior (PM) Universal Negativa (E = SP), a
premissa menor Universal Afirmativa (A = Sp), gerando
uma conclusão Particular Negativa (O = sP). Sua
designação mnemônica é fEsApO.
Agora sim, chegamos ao último modo válido desta
quarta (e controversa) figura.
(S)* (P)#
(PM)....T - M ......... E: Nenhum A é B (+)
(Pm)....M - t ........... I : Algum B é C (-)
..................... .........
(Con) ... t - T O : Algum C não é A (-)
(S) (P)
M T
(-) Nenhum gato é um urso (E) SP
t M
(+) Algum urso é lento (I) sp
t T
(-) Logo, algo lento não é um gato (O) sP
91
Notem que a premissa maior (PM) é Universal
Negativa (E = SP), a premissa menor (Pm) é Particular
Afirmativa (I = sp) e a conclusão é uma Particular
Negativa (O = sP), que contém a negatividade da premissa
maior e a particularidade da premissa menor. Seu nome
mnemônico é frEsIsOn. Abaixo o resumo das reduções
feitas por nós.
A A = I : brAmAlIp.......Sp Sp = sp
(+ + = + )
I A = I : dImAtIs............sp Sp = sp
(+ + = + )
A E = E cAlEmEs...........Sp SP = SP
(+ - = - )
E A = O : fEsApO.........SP Sp = sP
(-+=-)
E I = O : fErIsOn............SP sp = sP
(-+=-)
Daqui para frente iremos trabalhar com a redução
dos modos das quatro figuras aos da primeira figura
considerada por Aristóteles como a perfeita23.
23
Quem se interessar pela discussão acerca da peculiaridade
dessa figura do silogismo sugerimos o artigo de Thiago Silva
Freitas Oliveira, intitulado O silogismo perfeito em Aristóteles,
publicado na Revista de Filosofia Argumentos, ano 2016,
,número 16, da página 50 até 60.
92
5. Reduções do silogismo e o jogo dos sinais
93
Do mesmo modo
Ou o contrário
94
Assim, vamos proceder por parte, aplicando aos
modos apenas aqueles que podem ser convertidos de
forma simples. Uma dica: em geral são modos formados
com premissas ou proposições do tipo E ou do tipo I. Da
segunda figura podemos listar os seguintes modos:
cEsArE e cAmEstrEs que são reduzidos ao modo
cElArEnt; o modo fEsTInO é reduzido ao modo fErIO, e
o modo cEsArE (2a Figura) ao modo cElArEnt de (1a
Figura):
(E - ) Nenhum animal é uma planta
(A + ) Toda samambaia é uma planta
(E - ) Logo, nenhuma samambaia é um animal
95
Agora veremos a redução do modo cAmEstrEs ao
cElArEnt:
96
Resta ainda reduzir o modo fEsTInO, de segunda
figura, ao fErIO, de primeira. Notem que as letras E, I e O
já estão organizadas numa identidade entre elas, isso
indica que nesse caso só vamos precisar fazer uma
conversão simples da premissa maior.
Vejamos o exemplo:
97
Daqui por diante iremos fazer as reduções de
alguns modos de terceira figura aos de primeira.
Da terceira figura podemos elencar os seguintes
modos: dArAptI, dIsAmIs e dAtIsI podem ser reduzidas a
dArII; fElAptOn e fErIsOn podem ser reduzidos ao modo
fErIO.
O modo dArAptI oferece apenas a possibilidade
de conversão ao modo de primeira figura, dArII,
procedendo com a conversão por acidente da premissa
menor, assim, a partir do exemplo abaixo
98
(A + ) Todo animal é vertebrado
(I + ) Algum dependente de oxigênio é animal
(I + ) Logo, algo dependente de oxigênio é
vertebrado
99
(I + ) Algum cirurgião é médico
100
(E - ) Nenhuma baleia é um peixe
(I + ) Algum mamífero é baleia
(O - ) Logo, algum mamífero não é peixe
101
Daqui para frente realizaremos as reduções dos
modos de quarta figura (AAI – brAmAlIp, AEE –
cAlEmEs, IAI – dImAtIs, EAO - fEsaApO, EIO –
frEsIsOn) aos seguintes modos de primeira figura
bArbArA, cElArEnt, dArII e fErIO. Iniciamos com o
modo brAmAlIp:
102
(A + ) Toda cabra é herbívora
(E - ) Nenhum herbívoro é invertebrado
(E - ) Logo, nenhum invertebrado é cabra
103
(A + ) Toda engenheira é alguém que sabe cálculo
(I + ) Alguma mulher é engenheira
(I + ) Logo, alguma mulher é alguém que sabe
cálculo
24
Faremos questão de recordar que uma conversão por acidente
ocorre sempre da proposição do tipo A – universal afirmativa
(Sp) para uma proposição particular afirmativa do tipo I, sp.
104
(I + ) Alguém desatento é tolo
105
Chegamos ao final das reduções possíveis
utilizando de três estratégias: a inversão de premissas, a
conversão simples e a conversão por acidente. Deixamos
alguns modos sem redução já que essas reduções precisam
ser feitas via redução do absurdo ou contrapositiva. Além
disso, dividimos com Schopenhauer o mesmo
entendimento de que essas reduções não são naturais, ou
seja, não são realizadas em conformidade com o modo de
proceder imediato da razão.
Nesse caso deixamos de reduzir os seguintes
modos: bArOcO da segunda figura e bOcArdO da terceira.
Ambas podem ser reduzidas via demonstração por
absurdo. Em vista disso, consideramos o trabalho
praticamente completo e didático. Portanto, este breve
estudo pode desmistificar a dificuldade em torno desse
tema amplamente discutido e explorado pelos pensadores
medievais e, por vezes, atualmente, explorado em diversos
concursos públicos.
106
Reflexões finais
107
aqui se encerra finde mesmo somente nas mãos daqueles a
quem ele está homenageando e reconhecendo de um modo
oportuno e único; talvez este libreto seja, quem sabe, a luz
a iluminar as sendas obscuras da nossa Filosofia
mergulhada na inércia e imobilidade das gestões sem
compromisso com a relação de ensino-aprendizagem.
Longe dessas previsões – ou constatações – para
muitos apocalípticas ou trágicas, o certo é que este libreto
é o resultado concreto de um trabalho metodológico
crivado no amor e na dedicação, um trabalho que ganha
destaque onde a relação de ensino-aprendizagem ocupa
lugar num curso de formação de professores voltados à
especulação séria, que só a Filosofia e a Lógica são
capazes de propiciar.
Nesse sentido serei sempre grato a essas pessoas
que depositaram completa confiança em nossa
metodologia, à princípio, assustadora, mas
instrumentalizada para gerar os frutos que foram gerados
ao final do nosso curso. Hoje sabemos o quanto não
sabíamos e o quanto precisávamos saber; hoje sabemos
que o que nos faltava foi acrescentado, não como esmola
ou resto de um manjar oferecido somente aos doutos do
saber falho e incompleto, não como uma obrigação a ser
cumprida ao final do semestre, não como um pouco doado
108
a quem não sabe o que fazer com o que ganha – o que nos
foi acrescentado foi o saber legítimo e leve da própria
lógica.
Em razão disso, e por isso, é que hoje sabemos e
conseguimos justificar, explicar e, até mesmo ensinar o
pouco que apreendemos, aprendemos e assimilamos.
E ninguém neste mundo poderá dizer que essa
turma não aprendeu o que deveria, poderia e gostaria de
aprender, daí minha profunda admiração por cada pessoa
que compôs esse grupo citado por mim ao início deste
libreto.
Gratidão turma de Lógica II do Curso de Filosofia
do ano de 2023.125.
25
Não tenho nenhuma dúvida de que o modo como fui
recepcionado pela turma e o respeito a minha proposta inicial de
trabalho foram decisivos para que pudéssemos fazer da relação
de ensino-aprendizagem aquilo que em um curso de Filosofia é
o essencial: o amor pelo saber faz a diferença onde o ódio à
verdade parece ter se enraizado na forma de desprezo ao próprio
saber. Em razão disso quero agradecer até mesmo às pessoas que
durante o curso se mostraram impedidas de seguir na trilha da
lógica com regularidade, empenho e envolvimento, na certeza
de que a vida é sempre acolhedora quando o vivente faz do gesto
da humildade o sintoma da alegria da comunhão e do afeto.
Sentirei falta das noites de quarta e toda vez que tiver este libreto
nas mãos haverei de trazer à memória nossos melhores
momentos. O tempo será sempre nosso melhor companheiro no
jardim das nossas melhores lembranças.
109
Como diria Nietzsche, "paga-se muito mal a um
mestre quando se permanece sendo apenas um aluno ou
aluna". E, nesse aspecto, no que diz respeito a relação de
ensino-aprendizagem com o conteúdo da Lógica, a turma
já superou em muito este velho e quase aposentado mestre.
Em razão de tudo isso só posso desejar que Deus
nos proteja com sua divina misericórdia e que este libreto
possa ajudar aos futuros alunos de Lógica o caminho das
pedras no rio do saber por onde flui a teoria do Silogismo
de Aristóteles.
110
Exercícios de fixação
(A) A ^ C ^ D
(B) Se C então F
(C) B se somente se D
(D) Se D então A
(E) B v D
111
5. Sobre as leis do Quadrado Lógico de Oposição:
112
9. Se SP é contraditória de sp, então
(A) sP é contraditória de Sp
(B) Sp é subalterna de SP
(C) sp é subalterna de SP
(D) sP é contrária de sp
(E) NDA
10. Se A = F, B = F, C = V, ~D = F, E = V, então
(A) A ˄ ~~D = V
(B) B ↔ ~~E = V
(C) C → ~B = F
(D) E → ~~A = V
(E) (~ A ˄ D) → C = V
113
(C) a disjunção de ~ B ou ~~ A é sempre F
(D) a bicondicional A se somente se B é F
(E) NDA
114
(A) A deve ser F e O deve ser V
(B) I deve ser F e A deve ser V
(C) O deve ser F e I deve ser V
(D) A deve ser F ou V e I deve ser F
(E) A deve ser F, I deve ser V e O deve ser F
(A) Sp e sp
(B) sp e sP
(C)SP e sp
(D) Sp e SP
(E) NDA
115
22. Se levarmos em conta o jogo de sinais do mais + com
o menos - podemos deduzir que:
(A) sp e SP
(B) SP e sP
(C) sp e sP
(D ) Sp e sP
(E) Sp e SP
(A) Sp = A e SP = E
(B) se sp = I, então SP = O
(C) sP = a O se somente se sp = A
(D) Sp = E ou sp = O
(E) NDA
(A) V ˄ F = V
(B) V → F = V
116
(C) V ↔ F = V
(D) V ˅ F = F
(E) F → V = V
(A) a contrária de SP é Sp
(B) a contrária de sp é SP
(C) a subalterna de SP e Sp
(D) a contraditória de sp é SP
(E) NDA
117
31. Se A estabelece relações com E, I e O, então O
estabelece relação
(A) com E, A e I
(B) apenas com I
(C) apenas com E
(D) apenas com A
(E) apenas com ele mesmo
(A) + - = A e I
(B) + + = A e I
(C) - + = E e O
(D) + - = I e O
(E) NDA
(A) E = V; A = F e O = V
(B) E = F; O = F e A = V
(C) A = V; O = V e E = F
(D) E = V; A = F e O = F
(E) NDA
118
35. Se O = F e A = V, então
(A) A e I
(B) I e A
(C) I e O
(D) O e A
(E) O e I
39. Se ~A = V e ~B = F, então
119
(C) qualquer conjunção de ~A e ~B = V
(D) qualquer bicondicional de A se somente se ~~B é
sempre verdadeira
(E) NDA
(A) SP é contrária a sp
(B) sP é subalterna de Sp
(C) SP é subalterna de sp
(D) sP é subcontrária de SP
(E) NDA
120
(A) menos e mais
(B) mais e menos
(C) nem mais nem menos
(D) menos e menos
(E) mais e mais
(A) ser A ou E
(B) ser I ou E
(C) ser A e I
(D) ser A e O
(E) NDA
47. Se X = F, Y = V, Z = F e W = V, então
121
(A) X e W = Verdadeiro
(B) se (X e W = V) então a negação de Y = F
(C) Y ou X = Verdadeiro
(D) W se somente (~Y v X = V)
(E) NDA
48. Se A = F e I = V, então:
(A) E = F e O = F
(B) O deve ser, com certeza, F
(C) E pode ser V ou F e O deve ser F
(D) E deve ser F e O deve ser V
(E) Apenas E deve ser V
(A) condicional
(B) conjunção
(C) disjunção inclusiva
(D) negação
(E) bicondicional
122
é possível dizer que:
123
(D) se IV é um juízo sintético, então I deve ser um juízo
analítico
(E) se I é um juízo analítico, então IV é sempre
verdadeiro
124
(C) a extensão é sinônimo de qualidade
(D) se a extensão se aplica aos sujeitos, então os sujeitos
de proposições particulares são sempre em extensão
restrita
(E) a compreensão se aplica aos predicados e os
predicados de E e I são sempre negativos
125
(B) conclui sempre em E e O
(C) a premissa maior deve ser A ou E
(D) a premissa menor deve ser I ou I
(E) conclui sempre em I e O
126
(A) mudar a ordem das premissas
(B) transformar silogismos válidos em não- válidos
(C) mudar apenas a ordem do termo médio
(D) transformar silogismo perfeito em imperfeito
(E) transformar silogismos de outras figuras na de
primeira
127
(B) pela posição do termo médio nas premissas
(C) apenas pelas regras de cada figura
(D) pela conclusão
(E) pelos termos menor e maior
(A) Todo X é Y A
Algum X é Z
Logo, algum Z não é Y
128
71.Sobre os modos válidos do silogismo podemos dizer
que:
(A) E e A
(B) A e O
129
(C) E e I
(D) A e I
(E) O e A
Nenhum A é B, Algum C é A
Logo, algum C é B
130
(D) se afirmar e negar dizem respeito ao juízo, então este
condicional é necessariamente verdadeiro
(E) se o condicional anterior não é necessariamente
verdadeiro, então afirmar e negar são propriedades da
apreensão
131
Sócrates - "Sendo assim, a proposição que se
refere às coisas como elas são, é verdadeira,
vindo a ser falsa quando indica o que elas não
são". Hermógenes - "É isso mesmo". Sócrates
- "Logo, é possível dizer por meio da palavra
o que é e o que não é".
132
80. Leia com atenção as proposições abaixo, em seguida
responda ao solicitado:
133
(D) se o fragmento acima trata das regras da lógica, então
este condicional é necessariamente verdadeiro
(E) se o fragmento acima trata da lógica, então tais regras
dizem respeito aos princípios ou aos objetos da lógica
134
(D) proposições e raciocínios
(E) nenhuma das opções acima
135
(D) ambas podem concluir em universal negativa
(E) ambas podem concluir em participar afirmativo
136
(A) a compreensão está para a quantidade e a extensão
para a qualidade
(B) a compreensão está para o analítico e a extensão
para o sintético
(C) a compreensão se aplica apenas ao sujeito à medida
em que a extensão se aplica apenas ao predicado
(D) ambas têm por fundamento o princípio de não-
contradição
(E) a compreensão está para a qualidade assim como a
extensão está para a quantidade
92.A lei que rege os modos válidos da terceira figura
silogismo admite que:
137
(A) sua subcontrária
(B) sua supralterna
(C) sua contraditória
(D) nenhuma das relações do quadrado
(E) todas as relações do quadrado
138
(B) julgar é o mesmo que raciocinar
(C) julgar é o mesmo que imaginar
(D) julgar é o mesmo que unir ou separar
(E) julgar é o mesmo que dizer
139
“Há duas vertentes na falta de correção ao
definir. A primeira consiste no uso de
linguagem difícil de interpretar (para que uma
definição seja aceitável deve usar-se uma
linguagem o mais fácil de interpretar possível,
atendendo a que a definição tem por fim
facilitar o conhecimento das coisas); a
segunda consiste em empregar um enunciado
mais longo do que o necessário, pois numa
definição tudo quanto seja de mais é supérfluo.
Por sua vez, cada uma destas vertentes admite
diversas divisões.”
Tópicos 139b
Respostas dos exercícios das páginas 32-36
Questão 01 – 01
Questão 02 – 04
Questão 03 – 01
Questão 04 – 04
Questão 05 – 02
Questão 06 – 03
Questão 07 – 02
Questão 08 – 05
Questão 09 – 04
Questão 10 – 01
Questão 11 – 03
Questão 12 – 04
Questão 13 – 04
Questão 14 – 05
Questão 15 – 03
141
Respostas dos exercícios – páginas 112-140
1. E
2. C
3. D
4. B
5. A
6. D
7. B
8. C
9. A
10. E
11. D
12. C
13. A
14. E
15. B
16. E
17. A
18. B
19. D
20. C
21. B
22. A
23. E
24. D
25. C
26. D
27. A
28. B
29. E
142
30. C
31. E
32. B
33. D
34. A
35. C
36. C
37. B
38. E
39. D
40. A
41. B
42. E
43. D
44. C
45. C
46. A
47. B
48. D
49. E
50. C
51. E
52. C
53. D
54. B
55. A
56. D
57. B
58. C
59. A
60. E
61. D
143
62. C
63. A
64. E
65. B
66. E
67. E
68. B
69. E
70 C
71. B
72. A
73. E
74. D
75. E
76. C
77. E
78. D
79. A
80. B
81. E
82. A
83. C
84. B
85. D
86. D
87. A
88. B
89. E
90. C
91. E
92. B
93. D
144
94. A
95. C
96. C
97.B
98.E
99. D
100. A
145
Referência bibliográfica para aprofundamento
146
_____________________. Primeiros analíticos.
Tradução e notas de Pinharanda Gomes. Lisboa:
Guimarães Editores, 1985.
COPI, Irving. Introdução à Lógica. Buenos Aires:
Eudeba Editorial, 1962.
HEGENBERG, Leônidas. Saber de e saber que:
alicerces da racionalidade. Petrópolis, RJ; Vozes,
2001.
_____________________. Dicionário de Lógica.
São Paulo: E.P.U., 1995.
IDE, Pascoal. A Arte de Pensar. São Paulo:
Martins Fontes, 1997.
JOLIVET, Regis. Tratado de Lógica e
Cosmologia. Rio de Janeiro: Agir, 1969.
MORTARI, C. A. Introdução à Lógica. São Paulo:
UNESP, 2002.
PASTOR Julio Rey e QUILES, Isamael.
Dicionário Filosófico. Buenos Aires, Argentina:
Editora Espasa–Calpe,1952.
147
Sobre o livro
Formato: 15x21
Tipologia: Times New Roman – fontes, 10 e 11
Papel – Pólen 80g (Miolo)
Capa: Duo Design (papel Cartão) 250g.