Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Coerência, inteligência
Lógica
Conceito juízo, raciocínio;
formal e informal
Matemática; Filosofia;
ciência do pensamento
Validade da argumentação;
sistematização da validade
da argumentação
Proposições
(teses)
argumentos
As proposições são enunciados (ideias, juízos, asserções
declarativas ou indicativas) suscetíveis de serem
considerados V ou F.
Interrogações, exclamações, ordens, promessas e frases sem
sentido não constituem proposições.
Enunciado Proposição?
Cf. https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/cogencia/10197
Para ser sólido, um argumento
pq
Formalização e ambiguidades
• símbolos proposicionais
• parênteses
• operadores verofuncionais.
Formalização
As proposições são substituídas, na lógica simbólica, por letras:
PQ
Conectivas
P: Vou a Paris
Q: Vejo um filme
R: Procuro um bom vinho
Contudo, subsistem dois significados possíveis, que a lógica ajuda a clarificar:
ou
“Vou a Paris; e vejo um filme ou procuro um bom vinho”
Isto é,
P (Q R)
Nas linguagens naturais, a inexistência, em muitos casos, de
indicadores explícitos de âmbito gera ambiguidades sintáticas ou
estruturais de um certo género, as quais são conhecidas como
«ambiguidades de âmbito»
P: José é rico
Q: José é feliz
Note-se que na construção do dicionário não indicamos os operadores (se, então, não,
ou, e,…), que são sempre omitidos.
Formalização – exercícios resolvidos
Linguagem natural Formalização
José é rico. P
P(¬(q(Ʌ
(P Q) R
((P Q) R)
P ( Q) R
PQ)(R
Regra da negação:
Sabendo o valor de uma proposição, infere-se imediatamente que a
sua negação tem valor contrário.
p ¬p
V
F
1. Negação
Regra da negação:
Sabendo o valor de uma proposição, infere-se imediatamente que a
sua negação tem valor contrário.
p ¬p
V F
F V
2. Conjunção
V V V
V F V
F V F
F F F
O segundo passo consiste em determinar o valor da conectiva com menor âmbito, neste
caso aquilo que está dentro de parênteses:
(P V Q)
Trata-se de uma disjunção inclusiva. A regra da disjunção inclusiva enuncia que a disjunção
inclusiva é sempre verdadeira exceto quando as proposições são ambas falsas.
p q (p V q ) P
V V V V
V F V V
F V V F
F F F F
A seguir, a outra conectiva:
(P V Q) P
Trata-se de uma conjunção. A regra da conjunção enuncia que a conjunção só
é verdadeira quando ambas as proposições são verdadeiras. Então, teremos de
tomar os valores obtidos na expressão (P V Q) e fazer a conjunção com P.
p q (p V q ) P
V V V V V
V F V V V
F V V F F
F F F F F
Podemos aumentar o número de variáveis proposicionais – p, q e r.
Exemplifiquemos:
(p V q) r
p q r (p V q) r
V V V V
V V F F
V F V V
V F F F
F V V V
F V F F
F F V V
F F F F
p q r (p V q) r
V V V V V
V V F V F
V F V V V
V F F V F
F V V V V
F V F V F
F F V F V
F F F F F
p q r (p V q) r
V V V V V V
V V F V F F
V F V V V V
V F F V F F
F V V V V V
F V F V F F
F F V F F V
F F F F F F
Se as duas expressões anteriores tivessem uma
conclusão, constituiriam um argumento e seria possível
avaliar a sua validade recorrendo a um inspetor de
circunstâncias. Como não têm uma conclusão,
chamam-se fórmulas e sobre elas apenas podemos
fazer tabelas de verdade.
Recorde:
O argumento é válido.
Regras de inferência válida
Existem casos em que não é necessário, sequer, avaliar a validade do
argumento recorrendo a um inspetor de circunstâncias.
“Há muitos casos em que podemos dispensar o teste de validade das
tabelas de verdade, pois há formas de inferência válida muito comuns e
que são facilmente reconhecíveis. Trata-se de formas argumentativas
em que a verdade das premissas, sejam elas quais forem, garante a
verdade da conclusão. “
Aires Almeida
Negação dupla
Modus tollens
Contraposição
Silogismo
disjuntivo
NOTA: as definições e
Silogismo exemplos que se seguem
hipotético foram retirados de Aires
Almeida, 2018
Leis de De Morgan
Negação dupla
Assim, ou a democracia
não é boa ou a ditadura ∴ ¬P ∨ ¬Q
não é boa.
Falácias formais
Falácia da afirmação da consequente
analogia
autoridade
Argumentos indutivos
Generalização precipitada
Falácias informais
Apelo ilegítimo à autoridade
Falsa analogia
Apelo à ignorância
Falso dilema
Falsa relação causal
Boneco de palha / espantalho
Derrapagem
Petição de princípio
NOTA: todas as definições e exemplos
são retirados do Guia de falácias de
Ad hominem Stephen Downes, traduzido e adaptado
por Júlio Sameiro e disponível em
http://
www.lemma.ufpr.br/wiki/images/5/5c/
Ad populum Falacias.pdf
Generalização precipitada
A amostra é demasiado limitada e • Fred, o australiano, roubou a minha
é usada apenas para apoiar uma carteira. Portanto, os Australianos
conclusão tendenciosa. são ladrões. (Claro que não devemos julgar os
Australianos na base de um exemplo.)
Ainda que às vezes seja apropriado citar • O famoso psicólogo Dr. Frasier Crane
uma autoridade para suportar uma recomenda que compre o último modelo
opinião, a maioria das vezes não o é. O de carro da Skoda.
apelo à autoridade é especialmente
impróprio se: • O economista John Kenneth Galbraith
defende que uma apertada política
1. A pessoa não está qualificada para ter econômica é a melhor cura para a
uma opinião de perito no assunto. recessão. (Apesar de Galbraith ser um perito, nem
2. Não há acordo entre os peritos do todos os economistas estão de acordo nesta questão.)
campo em questão. • Caminhamos para uma guerra nuclear. A
3. A autoridade não pode, por algum semana passada Ronald Reagan disse que
motivo ser levada a sério — porque começaríamos a bombardear a Rússia em
estava brincando, estava ébria ou por menos de cinco minutos. (Claro que o disse por
qualquer outro motivo. piada ao testar o microfone.)
Falsa analogia
• Almeida, A. (2017). Racionalidade argumentativa da Filosofia e dimensão discursiva do trabalho filosófico. Edição APF-SPF,
disponível em https://apfilosofia.org/wp-content/uploads/2018/09/AE.pdf
• Almeida, A; Dias, L.; Lagoa, S. (2017). Racionalidade argumentativa da Filosofia e dimensão discursiva do trabalho
filosófico – Exercícios 1. Edição APF-SPF, disponível em
https://apfilosofia.org/wp-content/uploads/2017/10/AE-LO_GICA_caderno_1_V5_18.10.2017.pdf
• Almeida, A; Dias, L.; Lagoa, S. (2017). Racionalidade argumentativa da Filosofia e dimensão discursiva do trabalho
filosófico- Exercícios 2. Edição APF-SPF, disponível em
https://apfilosofia.org/wp-content/uploads/2017/11/AE-LOGICA_caderno_2_-paginado-SEM-solucoes.pdf
• Branquinho, J. (2005). Enciclopédia de termos lógico-fiosóficos. Lisboa: Gradiva.
• Downes, Stephen (s/d). Guia de falácias (tradução de Júlio Sameiro). Disponível em http://
www.lemma.ufpr.br/wiki/images/5/5c/Falacias.pdf
• Faria, D.; Veríssimo, L. (2018). Lógica proposicional e outras ferramentas para o trabalho filosófico. Lisboa: Sebenta.
Versão resumida disponível em https://domingosfaria.net/logica/logicaproposicional.pdf
• Newton-Smith (2003). Lógica: um curso introdutório. Lisboa: Gradiva.
Ficha técnica