Você está na página 1de 82

Tipos textuais

Narração, descrição e argumentação


Narrativa

O aspecto principal da narrativa é a de


expor um personagem à ação do
tempo com a finalidade de vê-lo
transformar-se.
Narrativa

1. Sucessão de eventos no tempo ligados por


uma relação de causalidade e a uma unidade
temática;

2. a presença de personagem com traços de


comportamento humano;
Narrativa

3. a presença de um conflito, que deverá gerar


uma resolução;

4. traço de verossimilhança;

5. e presença de um narrador.
Narrativa – começo | meio | fim

Situação Complicação Ações Resolução Situação Avaliação

inicial final final

personagem Personagem
transformado
Elementos constituintes da
Narrativa
(personagem A)
situação inicial

complicação (ação-resolução)

situação final
(personagem B)
exemplos
• A cigarra e a formiga
• Personagem: cigarra cantora
• Situação inicial: cigarra canta alegremente enquanto as
formigas trabalham
• Complicação: vem o inverno, a cigarra sente fome,
procura as formigas, que fecham-lhe a porta.
• Situação Final: cigarra sofre [morre?] com o frio.
• Avaliação final: moral – não devemos nos descuidar de
nenhuma tarefa para não vir a sofrer depois |a favor da
ideia do trabalho própria de uma sociedade rural |
visão antiartística
narrativa
• Madame Bovary
• Personagem: Pequeno-burguesa casada com
um médico do interior
• Situação inicial: Vida monótona)
• Complicação: apaixona-se por um aristocrata
| aristocrata a abandona | marido descobre
• Situação Final: .....................
Narrativa na publicidade
• Propaganda da Coca-Cola
Situação inicial Complica- Ações Resolução Situação Avalia-
ção final ção final
Urso chateado Garrafa Tentativa de Garrafa Posse da Reversão
com revés atirada para segurar a salva/marcaç garrafa e do estado
sofrido por seu o urso garrafa/lance de ão de ponto vitória da de
time na partida futebol partida espirite
assistida na americano do urso:
tevê (dentro da chateado
caverna) > feliz
Narrativa
O que chamamos de narrativa aqui é uma
sequência formal com determinadas
características que aparecem em diferentes
gêneros textuais.
Essas sequências aparecem em romances,
contos, fábulas, filmes, novelas, anúncios etc.
Essas sequências são formas de categorizar a
nossa experiência. Formas essas que se
cristalizam no texto através da história.
Descrição
• “Enquanto contar [narrar] consiste em expor o
que é da ordem da experiência e do
desenvolvimento das ações no tempo, e cujos
protagonistas são os seres humanos,
descrever consiste em ver o mundo com um
‘olhar parado’ que faz existir os seres ao
nomeá-los, localizá-los e atribuir-lhes
qualidades que os singularizam.”
(CHARAUDEAU, 2008, p.112 – grifos do autor)
Descrição

“Descrição é o tipo de texto em que se relatam


as características de uma pessoa, de um objeto
ou de uma situação qualquer, inscritos num
certo momento estático do tempo” (FIORIN,
2007, p. 297 – grifo nosso).
Descrição
• 1. Nomear: urso polar

• 2. Localizar/Situar: lar no polo norte

• 3. Qualificar: humanizado (cachecol),


teletorcedor, classe média americana
Descrição
• Branca, ainda assim, Mariazinha Tiro a Esmo, é uma peça.
Meteram-lhe esse nome lá pelos altos encardidos da Favela
da Rocinha, num ponto de pivetes tão tumultuado, tão
cheio de movimento, rumor e estripulias que ali acordar
era fácil, dormir é que não.
• Direitinha, como diriam os últimos rapazes, família da Zona
Sul. Ela tem picardia e está na dela, como dizem os tipos
amalandrados dos becos e das favelas. Dissimulada em seu
trabalho, matreira trabalhando na boca do mocó, indo e
vindo na baba de quiabo, enganando os otários e pacatos,
ela sobrevive. Só ou acompanhada na marginalidade, vai
beirando o crime na cidade que castiga – para mais de
quatro milhões de habitantes, mais de um milhão de
favelados. (ANTÔNIO, 1987, p. 163)
DESCRIÇÃO

Descrição
Nomear Localizar Qualificar
Mariazinha Tiro a Esmo Favela da rocinha Direitinha/picardia
/“acordar era fácil, Dissimulada/matreira
dormir é que não”.
Cidade que castiga/ um
milhão de favelados
Descrição
• Patrick Charaudeau observa que “qualificar
• [...] é reduzir a infinidade do mundo,
construindo classes e subclasses de seres. [...]
a qualificação atribui um sentido particular a
esses seres, e isto de maneira mais ou menos
objetiva” (CHARAUDEAU, 2008, p. 115)
Hard Sell – propaganda de varejo
argumentação
• Pode ser considerado argumentativo todo
texto verbal ou não-verbal que pretende
persuadir o leitor a crer no que está escrito
nele. Fiorin acrescenta “e fazer aquilo que ele
propõe” (FIORIN, 2008, p. 173).
argumentação

• tese [ou proposta]


• tomada de posição [proposição]
• persuasão.
argumentação

Tese (Proposição) Tomada de Persuasão


posição

Regulamentação da união Refutar (contra) Argumentos: dados,


homoafetiva exemplos, hipóteses
contra

Regulamentação da união Justificar Argumentos: dados,


homoafetiva (a favor) exemplos, hipóteses a
favor

Regulamentação da união Ponderar Argumentos: dados,


homoafetiva (nem a favor exemplos, hipóteses a
nem contra) favor e contra
Argumentação na Publicidade
Argumentação na Publicidade

Um
clique
pode
mudar
seu
futuro.
Use o
cinto.
argumentação
Tese (Proposição) Tomada de Persuasão
posição

Ingestão de Alimentos Refutar (contra) Argumentos: metáfora –


gordurosos comparação entre batata
frita e projétil

Uso de cinto de segurança Justificar Argumentos: metáfora –


(a favor) cinto aberto = medula
rompida

Site de vendas da Justificar (a Argumentos: pode


Submarino favor) imaginar aqui tem – uso
de um gênero carta para
fixar essa ideia
dissertar
• Dissertar, segundo o Dicionário Houaiss, “é
expor algum assunto de modo sistemático,
abrangente e profundo, oralmente ou por
escrito”. Ou seja, a princípio, dissertar é tornar
algo visível, tornar algo compreensível. Seria
uma ação próxima a do explicar.
Quadro 2

Dissertação

Dissertar Argumentar Descrever Opinar

Expor um Tomar posição e Nomear, situar e Tomar posição


assunto teórico apresentar qualificar sem argumentar.
de forma argumentos para pessoa, objeto
profunda e defendê-la ou coisa
abrangente
dissertação
• A raiz cine é originária do grego Kinema, que
significa movimento, derivada de cinético (teoria
cinética) e de Kinetos, que designa móvel. Por
isso Thomas Edison, quando da invenção do
cinema, chamou seus aparelhos de Kinetoscop e
Kinetograph. A raiz cinema é oriunda de
cinemático (parte da mecânica que estuda os
movimentos dos corpos), e possuía essa
apropriação antes de François Bouilly e os irmãos
Lumière denominarem seus aparelhos
cinematógrafos. Rapidamente, tornou-se um
substantivo, designando um movimento que
permite a procura da sua ilusão pela projeção
registrada por um filme. [...]”
Dissertação científica
• “Cinema é uma mídia que constrói
imaginários narrativos, sonoros e visuais que
configuram o conhecimento, a estética, a
linguagem e a produção simbólica dos afetos.
Eleito como objeto de estudo, tornou-se um
instrumento documental que tem papel
fundamental na construção do saber técnico,
na formação de referências teóricas diversas e
nas estratégias socioculturais que se
delineiam ao longo do tempo.”
dissertação
• 1. O efeito de objetividade

• 2. O argumento de autoridade ou citação


dissertação
• 1. O efeito de objetividade
– “No primeiro caso, pretende-se criar um efeito de
sentido de objetividade, pois se enfatizam as
informações a serem transmitidas” (p. 309);
– “Pode-se dizer que o cinema é a mais complexa
das artes”.
– “Usa-se um ou outro modo de construir os
enunciados em função dos efeitos de sentidos que
se quer criar”.
dissertação
• 2. O argumento de autoridade ou citação
– Segundo Cristiane Freitas Gutfreind (2014, p. 266):
“Cinema é uma mídia que constrói imaginários
narrativos, sonoros e visuais que configuram o
conhecimento, a estética, a linguagem e a
produção simbólica dos afetos”.
– Para Gutfreind (2014, p. 266), o que define o
cinema é a elaboração de formas narrativas
imaginárias, empregando elementos visuais e
sonoros que constituem desde o conhecimento, a
estética, até a linguagem e a produção simbólica
dos afetos.
Texto literário e texto não-literário
A Metamorfose, de Franz Kafka:
• Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos
intranquilos, em sua cama, viu-se metamorfoseado
num inseto monstruoso. Estava deitado sobre suas
costas duras como couraça e, ao levantar um pouco a
cabeça, viu seu ventre abaulado, marrom, dividido por
nervuras arqueadas, no topo de qual a coberta, prestes
a deslizar de vez, ainda mal se sustinha. Suas
numerosas pernas, lastimavelmente finas em
comparação com o volume do resto do corpo,
tremulavam desamparadas diante dos seus olhos.
(trad. Modesto Carone. São Paulo: Cia das Letras,
1997).
Acordei bemol, de Paulo Leminski

• Acordei bemol
Tudo estava sustenido

Sol fazia
Só não fazia sentido
Texto literário
• 1) Imitação e ficção

• 2) Função estética e desautomatização da


linguagem
Texto literário:
Imitação e ficção
• Aristóteles
• literatura (que ele chamava de poética) era
imitação, não expressão de sentimentos
pessoais.

• Mas imitação do quê? Imitação daquilo que


“poderia ou pode ser”.
Texto literário:
Imitação e ficção
• Imitação de ações realizadas por
seres imitados da realidade: reis,
guerreiros, navegantes, funcionários,
jornalistas e até animais e seres
fantásticos.
Texto literário:
Imitação e ficção
• Imitação do que poderia ser,

• não se contam histórias reais nem do passado,


algo feito pelos historiadores, nem do
presente (algo feito pelos jornalistas), mas sim
histórias inventadas
Texto literário:
Imitação e ficção
• Louis Aragon (1897-1982)
– verossimilhança é “um mentir-verdadeiro” (apud
COMPAGNON, 2010, p. 37).
• Adilson Citelli
– verossimilhança é “algo que brinca de verdade;
que se assemelha ao verdadeiro, processo
garantido através de uma lógica que faz o símile
(similar, parecido) confundir-se com o vero
(verdadeiro, original)”. (CITELLI, 2004, p. 14).
Texto literário:
função estética e desautomatização
• Muitos autores consideram, no entanto, o
critério da ficção/imitação insuficiente.

• Como é o caso da poesia lírica, por exemplo.

• O texto literário busca produzir sensações,


experiências do autor e não informação ou
conhecimento ao leitor.
Texto literário:
função estética e desautomatização
• A partir do século 18 começou a se formular
essa diferença: “Em oposição à linguagem
cotidiana, que é utilitária e instrumental,
afirma-se que a literatura encontra seu fim em
si mesma. Segundo o Tesouro da Língua
Francesa [...] a literatura é simplesmente ‘o
uso estético da linguagem escrita’”
(COMPAGNON, 2010, p. 39).
Texto literário:
função estética e desautomatização
• Um conhecimento que só pode ser
experimentado pelo leitor durante a leitura.
• Mas o que provoca essas sensações no leitor?
• A linguagem, ou melhor, a “desautomatização
da linguagem” (Fiorin, 2007, p. 351),
• A “desfamiliarização da linguagem” (Jakobson
apud COMPAGNON, 2010, p. 42).
O narrador
• narrador e autor não são a mesma entidade
literária.

• o narrador é ficcional: imita alguém que conta


uma história...

• O narrador pode tudo; o autor, não.


O narrador
• Simplificando há dois modos de narrar:
• 3ª pessoa
– o narrador pode saber de tudo que se passa com as
personagens, o que elas pensam, sentem, etc.
– Está fora da história, geralmente.
• 1ª pessoa
– Personagem da história: testemunha os
acontecimentos
– Personagem principal: narra a história de dento dela -
ironia, fluxo de consciência
• Texto não-literário
Texto não-literário
• o texto não-literário prioriza o uso comum ou
previsível (automatizado) da linguagem.

• emprega palavras, sentenças e orações com o


sentido mais preciso, sem ambiguidade.
Emprega o sentido denotativo em geral.
Texto não-literário
• Não poderá ser ficcional.

• Trata de coisas, pessoas, fatos reais


• ou
• de ideias, teorias argumentos
Texto teórico
A voz do outro
• Citação direta

• Citação indireta (ou paráfrase)


•Fim
A voz do outro
• Citação direta
• Jornal/publicidade
– Uso de aspas e nome do autor
• Texto acadêmico
– Uso de aspas, nome do autor, ano da obra,
número da página.
A voz do outro
• Citação direta
• Jornal (Nexo, 2016)
– Mas se o mundo está mais conectado do que
nunca, questões básicas, associadas a condições
de vida, ainda persistem como um problema.
“Casas mais pobres têm mais probabilidade de ter
acesso a celulares do que a banheiros ou água
tratada”, diz o documento.
A voz do outro
• Citação indireta (ou paráfrase)
• Jornal/publicidade
– Sem aspas mas nome do autor
• Texto acadêmico
– Sem aspas, mas nome do autor, ano da obra,
número da página.
A voz do outro
• Citação indireta (ou paráfrase)
• Jornal/Publicidade
• A publicação revela que, apesar dos avanços
na tecnologia, o mundo não conseguiu
resolver muitos de seus problemas
estruturais.
Coesão textual
• coesão. Na física, a palavra coesão significa
“força de atração entre átomos e moléculas
que constituem um corpo, e que resiste a que
este se quebre (HOUAISS, 2013).
• coesão textual: coesão é a “[...] propriedade
pela qual se cria e se sinaliza toda espécie de
ligação, de laço, que dá ao texto unidade de
sentido ou unidade temática.” (Antunes, 2005,
p. 47)
Coesão textual
• Coesão referencial • Coesão sequencial

• referência é o “ato de • ”Trata-se do


indicar, por meio de um encadeamento entre
signo linguístico, um sentenças por meio de
indivíduo, objeto, conectores dos mais
processo etc. do mundo diversos tipos.” (KOCH,
extralinguístico, real ou 2004, p. 87].
imaginário (...)” (HOUAISS,
2013).
Coesão referencial
• Saia de bolinhas, colete preto e cabelos presos,
Madonna estava mais para a santa Evita que para a
demoníaca material girl quando desembarcou em
Buenos Aires, no sábado. A tática usada pela pop star
era para aplacar um pouco os ânimos argentinos, mas
não deu muito certo: escalada pelo diretor Alan Parker
para viver no cinema o papel de Eva Perón (1919-
1952), a estrela americana vem enfrentando a ira dos
peronistas. Foi recebida com pichações e bombardeada
pela imprensa. Tentando contornar a situação
Madonna foi logo dizendo que estava em missão de
paz. (extraído de ANTUNES, 2005, p.97)
Coesão referencial
• A repetição

• Substituição
– Lexical
– gramatical
Coesão referencial - Repetição
• A repetição, sem dúvida, pode ser utilizada
como um expediente de expressividade,
sobretudo para enfatizar uma ideia que se
quer destacar, mas, nesse caso, ela adquire
valor funcional no texto e deixa de ser pura
repetição [...]. A funcionalidade ou ausência
de funcionalidade é que serve e critério para
distinguir uma repetição condenável de outra
admissível (FIORIN; SAVIOLI, 2007, p. 320)
Coesão referencial - Repetição
• História de Flor , de Carlos Drummond de Andrade
• Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e
eu furtei a flor.
• Trouxe-a para casa e a coloquei num copo. Logo senti que ela não
estava feliz. O copo destina-se a beber, e uma flor não é para ser
bebida.
• Passei-a para um vaso e notei que ela me agradecia revelando
melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor,
se a contemplarmos bem.
• Sendo o autor do furto, eu assumia a obrigação de conservá-la.
Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida.
Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de
flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
• Já murcha e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e
fui depositá-la no jardim onde nascera. O porteiro estava atento e
repreendeu-me:
• __ Que ideia a sua, de vir jogar lixo neste jardim!
Coesão referencial - Substituição
• Lexical
• sinônimos, hiperônimos ou por retomada
descritiva (perífrase).

• gramatical
Coesão referencial - Substituição
• Lexical
• Sinônimos são palavras com significados
semelhantes que podem substituir umas às
outras sem alterar o significado da frase.
Exemplo: “O menino quebrou o vaso”, por “O
garoto quebrou o vaso”.
• Hiperônimos são superssinônimos, ou seja, são
palavras cujo significado é mais geral, capazes,
portanto, de substituir vários termos de um
mesmo conjunto.
• “Perdi meu martelo e minha chave de fenda.
Sem essas ferramentas não consigo trabalhar”.
Coesão referencial - Substituição
• Lexical
• Retomada descritiva (perífrase): é uma forma
estendida do processo de sinonímia. Em vez de
retomar o significado de uma palavra com outra
palavra, retoma-se com uma expressão, ou seja,
com duas ou mais palavras.
– Cidade Luz
– Cidade Maravilhosa
– Povo lusitano
– Capital ecológica do Brasil
– A dama do teatro brasileiro
Coesão referencial - Substituição
• Gramatical
• esta é feita por palavras relacionais, vazias de
sentido ou significado. Elas funcionam à base
de sinais básicos que ligam uma palavra a
outra. Dois são fundamentais:
– o gênero – masculino e feminino
– o número – plural e singular
• Pronomes:
– ele, ela | o, a, lhe | isso, essa, esse | seu, sua |
que, o qual | etc.
Coesão referencial - Substituição
• História de Flor , de Carlos Drummond de Andrade
• Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e
eu furtei a flor.
• Trouxe-a para casa e a coloquei num copo. Logo senti que ela não
estava feliz. O copo destina-se a beber, e uma flor não é para ser
bebida.
• Passei-a para um vaso e notei que ela me agradecia revelando
melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor,
se a contemplarmos bem.
• Sendo o autor do furto, eu assumia a obrigação de conservá-la.
Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida.
Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de
flores. Eu a furtara, eu a via morrer.
• Já murcha e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e
fui depositá-la no jardim onde nascera. O porteiro estava atento e
repreendeu-me:
• __ Que ideia a sua, de vir jogar lixo neste jardim!
Coesão sequencial

• ”Trata-se do encadeamento entre sentenças


por meio de conectores dos mais diversos
tipos.” (KOCH, 2004, p. 87].
• Conectivos
– Tempo – depois, antes
– Adição – e, além de, ainda
– Causa e efeito – porque, pois, por isso
– Oposição – mas, porém, contudo, embora etc.
Coesão sequencial
• Causa e efeito:
– Aurora comeu muitos doces. Está com dor de
barriga.
– Ênfase no efeito
• Aurora comeu muitos doces, por isso está com dor de
barriga.
– Ênfase na causa
• Aurora está com dor de barriga, porque comeu muitos
doces
Coesão sequencial
• oposição: mas, porém, contudo, entretanto,
no entanto, embora, se bem que, ainda que,
apesar de
– Antônio é um bom funcionário, mas costuma
chegar atrasado.
– Embora seja um bom funcionário, Antônio
costuma chegar atrasado.
Coesão sequencial
– O médico dirigiu-se imediatamente ao hospital,
por isso chegou a tempo de fazer a cirurgia.

• Cavalo de pau | mudança de rumo

– O médico dirigiu-se imediatamente ao hospital,


contudo não chegou a tempo de fazer a cirurgia.
Releitura PBL

Prof. Eugênio Vinci de Moraes


Releitura na Literatura
• Eneida

• “Armas canto, e o varão que, lá de Troia


• Prófugo , à Itália e de Lavínio às praias
• Trouxe-o primeiro o fado.”

• Os Lusíadas

• “As armas e os barões assinalados,


• Que, da ocidental praia lusitana [...]
• Cantando espalharei por toda parte”
Releitura na Literatura
• Canção do Exílio (1843), • Canção do Exílio (1984),
de Gonçalves Dias de Dalton Trevisan

• Não permita Deus que eu • Não permita Deus que eu


morra, morra
• Sem que eu volte para lá; • sem que daqui me vá
• Sem que desfrute os • sem que diga adeus ao
primores pinheiro
• Que não encontro por cá; • onde já não canta o sabiá

• Sem que ainda aviste as
(Fonte: Em busca da Curitiba perdida – Editora Record, Rio de
Janeiro, 1992)

palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
Releitura paródica pela publicidade
• Canto I – Os Lusíadas • Campanha xarope Bromil
• As armas e os barões assinalados, • Os homens de pulmões
• Que, da ocidental praia Lusitana martirizados
• Por mares nunca de antes • Que, de uma simples tosse
navegados renitente,
• Passaram ainda além da • Por contínuos acessos torturados
Taprobana, • Passaram inda além da febre
• Em perigos e guerras esforçados ardente;
• Mais do que prometia a força • Em perigos de vida
humana, atormentados,
• E entre gente remota edificaram • Mais de quanto é capaz um pobre
• Novo Reino, que tanto doente,
sublimaram; • Entre vários remédios
encontraram,
• O BROMIL que eles tanto
sublimaram.
Releitura
Arte e Publicidade
Releituras na publicidade
• Vídeo da Kit Kat
• Vídeo do Greenpeace
Releitura de campanha do Fusca.
Anúncio Original
releitura
• “Se Jesus fosse vivo, quem seriam seus
apóstolos e conselheiros? Escolhi as pessoas
mais legais para uma Santa Ceia, uma síntese
da tolerância”, disse. “Estou mostrando uma
história bíblica, não estou zombando.
Ninguém ali é Jesus, mas são deuses em seu
universo”, completou.
Os discípulos selecionados foram Sidney
Magal, Fernanda Young, Julia Petit, Regina
Guerreiro, Pitty, Pedro Neschling, Emicida,

Você também pode gostar