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A TRAGÉDIA GREGA

FILOSOFIA
O SURGIMENTO DO HOMEM COMO FOCO DA FILOSOFIA - O RELATIVISMO

Habilidades a serem desenvolvidas: (EM13CHS101) Analisar e


comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas
linguagens, com vistas à compreensão e à crítica de ideias filosóficas e
processos e eventos históricos, geográficos, políticos, econômicos,
sociais, ambientais e culturais.

PRIMEIRO ANO DO ENSINO MÉDIO SLIDE 029


O HOMEM COMO FOCO DA FILOSOFIA

Com as transformações históricas ocorridas na Grécia, a preocupação


da Filosofia se deslocou da natureza, representada pela filosofia pré-
socrática e pela busca da arché, para o homem. O que interessa agora
não é mais investigar o cosmos, mas sim pensar o homem como
cidadão, considerando-se todos os aspectos políticos, sociais,
econômicos e culturais que dizem respeito aos homens livres e
responsáveis pelo futuro da cidade.
O HOMEM COMO FOCO DA FILOSOFIA

Podemos dizer que houve uma verdadeira revolução espiritual, uma


guinada antropocêntrica em que o importante tornou-se a polis, as
leis, o governo, a cidadania, deixando-se de lado o estudo da origem
do Universo e de seu funcionamento.
O HOMEM COMO FOCO DA FILOSOFIA

É nesse contexto que compreendemos a importância dos sofistas para


a história da Filosofia, pois eles despontam como os grandes
responsáveis por ensinar aos cidadãos aquilo que era essencial para
que a democracia se tornasse possível: a arte de falar.
O RELATIVISMO
Os sofistas transmitiam seus ensinamentos tanto para pequenos
grupos de adultos quanto para os mais jovens em aulas particulares
individualizadas, principalmente para aqueles provenientes de famílias
mais abastadas, que viam nos ensinamentos sofistas o caminho mais
curto e promissor para uma ascensão dentro da política.
O RELATIVISMO

A final, falar bem possibilita ser ouvido e seguido por outros,


possibilita fazer valer suas ideias e se sobrepor aos demais.

Desse modo, os sofistas eram muito bem recebidos pelas famílias das
classes sociais emergentes, constituídas pelos comerciantes e
artesãos.
O RELATIVISMO

Porém, eram duramente criticados pelas famílias da aristocracia


tradicional, que acreditavam que ser cidadão não é algo que se
aprende, mas que nasce com o homem, assim, não é possível ensinar
aquilo que é natural ao homem.
O RELATIVISMO

Para a aristocracia, a atividade dos sofistas era uma afronta à própria


natureza: a final, como homens, na maioria estrangeiros
(principalmente da região da Jônia, pois praticamente não existiam
sofistas atenienses), poderiam chegar à sua cidade, desconhecendo
sua estirpe privilegiada, e querer ensinar o que não pode ser ensinado?
O RELATIVISMO

Os sofistas também eram criticados pelos socráticos, uma vez que, ao


ensinarem a arte de argumentar, de persuadir, de convencer, eles
trabalham simplesmente com a doxa, com a opinião, não estando
comprometidos com a verdade (alétheia), que, para os socráticos,
seria a mesma para todos os homens.
O RELATIVISMO

Para os sofistas, o que importa não é o conteúdo da ideia, mas sim a


maneira como ela é argumentada, podendo ser convincentemente
defendida como certa ou errada, dependendo das intenções de quem
as defende ou as contradiz.
O RELATIVISMO
Como, para os sofistas, é possível argumentar persuasivamente
contra ou a favor de qualquer ideia, isso significa que eles não
acreditam na existência de verdades únicas e absolutas. Ao
discursarem em praça pública, os sofistas introduzem em Atenas o
ardor e o interesse pela dialética, enquanto disputa de ideias, e pela
retórica, a arte de falar bem.
O RELATIVISMO

Trazem também à tona uma questão fundamental para a compreensão


de seu pensamento: a crítica à pretensão da Filosofia de alcançar as
verdades últimas das coisas. Será que realmente existe uma natureza,
uma essência, uma verdade única e determinante que é exclusiva para
todos os homens? Ou será que as verdades não passam de convenções
humanas sobre temas variados que podem se alterar de acordo com o
argumento?
O RELATIVISMO

Moradores da Jônia, região portuária que recebia várias embarcações


vindas de outras regiões, os sofistas concluíram que os valores e as
ideias são muitos e variam de acordo com cada povo e de lugar para
lugar, assim, defendiam não existirem normas, ideias e valores únicos
e absolutos para todas as pessoas. Por isso, os sofistas são
considerados relativistas.
O RELATIVISMO

Em Atenas, defendendo os democratas contra a aristocracia, os


sofistas afirmam que as normas e os valores antigos, próprios dessa
classe, não passam de convenções que adquiriram, com o passar do
tempo, caráter de verdade única e inalterável, mas podiam sim ser
alteradas ou mesmo desconsideradas.
O RELATIVISMO
Para eles, as verdades morais, políticas, religiosas, a natureza dos
homens – divididos como melhores ou piores –, a origem dos estados e
das cidades, tudo isso é pura convenção, não é natureza, não é physis,
mas tão somente manifestações da vontade humana em algum tempo
anterior. Desse modo, se tudo é convenção, se tudo é opinião criada e
não determinada pela natureza, tudo pode sofrer alterações
O RELATIVISMO
Para isso, basta que se argumente, que se convença, que se
apresentem as razões. É este, aliás, o significado de retórica: a arte
de oferecer argumentos que possam persuadir os homens daquilo que
é melhor e útil para eles e para a cidade. A arte da retórica
fundamenta-se, então, na dialética, que é a arte de discutir e
confrontar ideias.
O RELATIVISMO

A sofística não é uma escola, pois não tem um fundador. É um


ensinamento, uma paidéia. Os sofistas ensinavam a defender e a
atacar, uma ou outra coisa, quando conveniente, da mesma forma e
com a mesma força persuasiva.
O RELATIVISMO

Por isso, aquele que discute deve aprender tanto os argumentos


contrários quanto os favoráveis ao mesmo assunto, se quiser vencer a
discussão e fazer valer sua opinião sobre a dos demais.

Dentre os mais importantes sofistas, temos Protágoras de Abdera e


Górgias de Leontini, conhecidos como os primeiros pensadores da
sofística. Falemos destes dois expoentes da arte da argumentação.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ARANHA, Mária Lúcia de Arruda [et.al]. Filosofando. Volume Único. São Paulo:
Editora Moderno, 2009.

AMORIM, Richard Garcia [et.al] Filosofia. Volume 1 e 2. São Paulo: Editora Bernoulli

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