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As terras do Morgado de Marapicú e seus processos de transformação - Século

XVIII ao século XX.


Introdução:
O presente artigo tem por objetivo discutir em linhas gerais a temática do
universo agrário articulado em torno das terras do antigo Morgado de Marapicú, desde a
sua fundação no final do século XVIII até a sua completa transformação em propriedade
privada plena na década de 40 do século XX. A discussão desenvolvida neste artigo
tratará de maneira bem resumida dos assuntos debatidos com maior complexidade em
minha tese de doutorado defendida junto ao programa de pós-graduação de História da
Universidade Federal Fluminense no ano de 2019, por isso deixamos aqui a referência
ao trabalho completo destinado aos leitores que se interessarem pelo tema 1.

O que é um Morgado?
Para iniciarmos, precisamos entender o que se define como morgadio ou
morgado dentre da lógica jurídica portuguesa. Sabemos que os especialistas nos estudos
jurídicos portugueses definem morgadio com um tipo de propriedade vinculada, tendo a
existência de correspondentes na Américas espanhola e inglesa. Todavia, não cabe aqui
a discussão profunda da correspondência jurídica da instituição de propriedades
vinculadas nas Américas, e sim entendermos o que era um morgadio em finais do
século XVIII na América Portuguesa, localização espacial e temporal do nosso objeto.
Em linhas gerais, podemos definir que o morgadio se constitui de um
mecanismo jurídico de transmissão de herança centrado na indivisibilidade do
patrimônio e na primogenitura, buscando beneficiar sempre o mais velho herdeiro do
sexo masculino como único recebedor do patrimônio familiar. Neste sentido, Márcia
Motta afirma que a sistema de morgadio estava sempre calcado no passado, ligado a
honra e ao passado da família nos quadros da elite, sendo representado como “uma
tentativa de controlar o destino de novas gerações, diminuir o grau de instabilidade
ocasionado pela morte de seu detentor.”2

1
MACHADO (2019). Disponível em: https://www.historia.uff.br/stricto/td/2025.pdf
2
MOTTA (2011) p.642.
A instituição do Morgado de Marapicú e a família Azeredo Coutinho
Neste intuito de preservação do patrimônio e da honra familiar ao longo das
gerações, o casal formado pelo capitão-mor Manoel Pereira Ramos de Lemos e Faria e
Dona Helena de Andrade SoutoMaior Coutinho constituíram, ao final do século XVIII,
a organização de um morgadio em seu extenso domínio territorial na província do Rio
de Janeiro, tendo como principal destaque as terras nas freguesias de Santo Antônio de
Jacutinga e Nossa Senhora da Conceição de Marapicú, indicando na solicitação de
confirmação do vínculo que o Morgadio seria “capaz de sustentar, promover a
perpetuidade e esplendor de sua família por meio do Real serviço.”3.
A necessidade confirmação real se dava em decorrência de uma nova legislação
de 1770 que exigia a confirmação do histórico de nobreza e apresentação dos
rendimentos dos bens reunidos em Morgadio. A descendência direta do casal formador
do Morgado de Marapicú era composta por 12 herdeiros. Os filhos, João Pereira Ramos
de Azeredo Coutinho e Francisco Lemos Faria Pereira Azeredo Coutinho, possuíram
carreiras de destaque entre a nobreza de serviço portuguesa. O primeiro se formou em
Coimbra, chegando a ocupar algumas cadeiras na instituição, além de participar da
reforma da mesma em 1762 junto com o irmão referido irmão, posteriormente seguiu
carreira na magistratura, tendo ocupado cargo de Desembargo da Relação na Bahia e
depois no Porto. O segundo por sua vez, fez carreira eclesiástica em Portugal, tendo
funções de grande relevância, como Deputado do Santo Ofício e o Bispo de Coimbra,
sendo ainda bastante atuante junto à Universidade de Coimbra, tendo ocupado cadeiras,
e alcançando o cargo de Reitor por duas vezes, quando participou da reforma curricular
da instituição. Além dos cargos eclesiásticos e administrativos, Francisco de Lemos
Faria Pereira Azeredo Coutinho era conselheiro do rei D. José I4.
Destacamos ainda, o herdeiro Inácio de Andrade Souto Maior Rondon, que se
dedicou à carreira militar, alcançando postos de destaque na Capitania do Rio de
Janeiro. Sabemos que, em outubro de 1772, foi nomeado Capitão de Cavalaria Auxiliar
por ordens do Conde de Borbadela5. Já em agosto de 1778, o então Capitão de
Cavalaria foi nomeado Mestre de Campo do Terço dos Auxiliares no Distrito de

3
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
4
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
5
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx. 106, Doc. 8905
Guaratiba, por ocasião do falecimento de João Velho Barreto, que deixará o cargo
vago6. A nomeação ao posto de Mestre de Campo ocorre por ordens do Marquês do
Lavradio7.
O Distrito de Guaratiba reunia ao todo sete freguesias na Capitania do Rio de
Janeiro, sendo elas São Salvador do Mundo de Guaratiba, São Francisco Xavier de
Itaguaí, Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, Nossa Senhora do Loreto de
Jacarepaguá, Santo Antônio de Jacutinga, Nossa Senhora da Piedade de Iguaçu e Nossa
Senhora da Conceição de Marapicú8.
A ascensão na carreira militar de Inácio de Andrade Souto Maior Rondon não
termina no posto de Coronel de Milícias do Distrito de Guaratiba. Sabemos que em
maio de 1806, o Coronel escreve ao Príncipe Regente D. João VI solicitando a reforma
no serviço militar, com a ascensão para o posto de Brigadeiro. No requerimento emitido
ao Conselho Ultramarino, o Coronel indica que prestou 43 anos de serviço militar à
Coroa Portuguesa, já se encontrando naquele momento com 73 anos de idade, condição
que dificulta a continuidade nas atividades militares. Na mesma carta, o agora
Brigadeiro dos Reais Exércitos Portugueses, solicitava a promoção de seu filho, Manoel
Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, com 13 anos de serviços prestados como
Capitão do 1º Regimento de Infantaria de Linha da Cidade do Rio de Janeiro, ao posto
de Coronel de Milícias9. Dessa forma, Manoel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto
Coelho substituiria seu pai no posto de Coronel de Milícias do Distrito de Guaratiba,
perpetuando o domínio dos Azeredo Coutinho naquela posição militar.
O destaque social de Inácio de Andrade Souto Maior Rondon não se atribui
unicamente aos postos militares no Distrito de Guaratiba, o militar controlava diferentes
engenhos nas freguesias Santo Antônio de Jacutinga e Nossa Senhora da Conceição de
Marapicú, conforme indicado no relatório do Marquês de Lavradio de 1779. Vale
lembrar que nessa época Inácio de Andrade Souto Maior Rondon era Mestre de Campo

6
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx. 106, Doc. 8905; Capitania
do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx.236, D. 16166.
7
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx. 110, D. 9162.
8
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx. 106, Doc. 8905.
9
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_17, Cx.236, D. 16166;
RHEINGANTZ (1965; p. 148).
do Distrito de Guaratiba, cabendo-lhe, pelo exercício do cargo, informar ao Marquês da
organização social e econômica daquele distrito.
Na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga, o então Mestre de Campo Inácio de
Andrade Souto Maior Rondon era senhor do engenho de Santo Antônio do Mato.
Anteriormente pertencente a Francisco Sanchez de Castilho, o engenho encontrava-se
em ruínas, indo por dívidas para a arrematação em praça, e comprado pelo Mestre de
Campo em 1778, que logo iniciou o processo de reestruturação. Já em 1779, o engenho
Santo Antônio contava com 30 escravos, estando em pleno funcionamento.
A freguesia vizinha de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú foi descrita no
relatório constando de 4 engenhos. Sabemos que 3 desses engenhos estavam sob o
controle da família Azeredo Coutinho: os engenhos de Cabuçú e Marapicú estavam sob
a administração do Morgado de Marapicú, e o engenho Mato Grosso tinha como senhor
Inácio de Andrade Souto Maior Rondon. O documento de instituição do vínculo de
Morgado também informa que dentro da data de Marapicú havia ainda as fazendas
denominadas Poços e Paul do Gandú, essa última conhecida na região pelo nome de
Pantanais10.
O engenho de Mato Grosso foi erguido no ano de 1776, e se encontrava ainda
em obras, mas já produzia, com 70 escravos, a quantidade de 12 caixas de açúcar e 4
pipas de aguardente.
O mapa descritivo da população do Distrito de Guaratiba, produzido pelas
ordens do Conde de Resende, Vice-rei do Estado do Brasil, D. José Luís de Castro, em
1797, indica que Inácio de Andrade Souto Maior Rondon ampliou o seu controle
econômico dos engenhos da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú. A
freguesia foi descrita no relatório de 1797 abarcando 4 engenhos, todos sob o controle
dos herdeiros da família Azeredo Coutinho. Os engenhos de Cabuçú e Marapicú,
constituintes dos bens vinculados ao Morgado de Marapicú, tiveram como senhor
relacionado João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho, primeiro administrador do
Morgado. Os outros dois engenhos da freguesia, engenho de Mato Grosso e Piranga
eram controlados por seu irmão, Inácio de Andrade Souto Maior Rondon11.

10
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
11
BN. Projeto Resgate. Capitania do Rio de Janeiro. AHU_ACL_CU_017, Cx.163, D.12203.
Os dados recolhidos no mapa populacional produzido sob as ordens do Conde de
Resende ajuda a entender a administração organizada por Inácio de Andrade Souto
Maior Rondon nos 2 engenhos da freguesia de Nossa Senhora de Conceição de
Marapicú.
Todavia, João Pereira Ramos de Azeredo Coutinho residia no Reino há muitos
anos, tendo desempenhado diferentes funções administrativas junto à Coroa Portuguesa,
e, naquele ano de 1797, ocupava de função desembargador do Paço e Chanceler da Casa
de Suplicação. Portanto, o chefe da casa dos Azeredo Coutinho residia do outro lado do
Oceano Atlântico, e era peça chave na articulação político-social da família junto à
constituição política do Império Português. Seu irmão Inácio de Andrade Souto Maior
Rondon era a figura proeminente da hierarquia militar e administrativa do Distrito de
Guaratiba, e senhor de dois engenhos na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de
Marapicú. É inteiramente razoável que o administrador dos bens do Morgado de
Marapicú tenha feito da figura do irmão, Inácio de Andrade Souto Maior Rondon, seu
lugar-tenente na administração dos engenhos vinculados ao Morgado.
Vale lembrar que o relatório do Marquês do Lavradio de 1779 indica o Coronel
de Milícias como senhor 3 engenhos em duas freguesias vizinhas, no Distrito de
Guaratiba12. Portanto, acreditamos que o Inácio de Andrade Souto Maior Rondon e
seria o chefe do clã familiar dos Azeredo Coutinho em terras de Guaratiba, ficando
administrava 4 engenhos na freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú,
Cabuçú e Marapicú, reunidos em Morgado por sua família, e ainda os engenhos de
Piranga e Mato Grosso. Na freguesia vizinha, de Santo Antônio de Jacutinga, o mesmo
Inácio Rondon era senhor do engenho de Santo Antônio do Mato. Desta forma, o Inácio
Rondon administrava 5 engenhos de posse de sua família no Distrito de Guaratiba.

A administração dos engenhos dos Azeredo Coutinho no final do século XVIII


A inserção privilegiada dos citados herdeiros do casal Azeredo Coutinho
certamente contribuiu para a confirmação real do vinculo de Morgadio de Marapicú no
ano de 1772, que reunia a extensos domínios rurais, créditos emprestados à terceiros e
um conjunto de sete casas na cidade do Rio de Janeiro. Em relação aos bens agrários, o

12
Relatório do Marquês do Lavradio. 1769-79.
que representa os maiores valores dos bens vinculados em Morgado, se destacam as
terras dos engenhos de Cabuçú e Marapicú, além das fazendas Paul do Gandú e Poços
nas terras nas terras das freguesias de Santo Antônio de Jacutinga e Nossa Senhora da
Conceição de Marapicú, além da fazenda de Itaúna na freguesia de São Gonçalo.
Entre os bens agrários que compunham o Morgado de Marapicú, se destacam os
engenhos de Cabuçú e Marapicú, que no final do século XVIII eram equipados com
todo o maquinário para a produção do açúcar, com os engenhos em si, a casa de purgar,
casa para o encaixe e os armazéns. Aparece ainda a indicação de destilaria para a
fabricação de aguardente, bem como outros maquinários para a produção de mel,
farinha de mandioca, olaria, além de carros e animais destinados ao transporte 13. O
Mapa Populacional organizado sob o governo do Conde de Resende indica que os dois
engenhos possuíam escravaria de tamanhos semelhantes, o engenho de Marapicú
contando com 60 cativos, e o engenho de Cabuçú com 62 escravos14.
Se destaca que entre o plantel escravo de Marapicú aparece profissões
especializadas, como enfermeiros, barbeiros, carreiros, ferreiros, oleiros, carpinteiros,
serradores, e outras funções ligadas ao mundo doméstico, como mucamas e cozinheiras.
Em comparação, no engenho de Cabuçú somente a parece a indicação de duas
profissões especializadas entre os cativos, caso de um serrador, e o escravo denominado
Antônio, que acumulava a função de pedreiro e feitor. A concentração de construções
como enfermaria e ferraria e dos cativos de profissões especializadas no engenho de
Marapicú possivelmente estivesse relacionada a proximidade física dos senhores, afinal
a sede do Morgado de Marapicú esteva localizada no engenho homônimo.
Por sua vez, as fazendas Poços e Paul do Gandú foram descritas pelo documento
instituidor do vínculo de Morgadio como terras destinadas a criação de animais, em
razão do grande número de gado vacum, cavalos, ausência de informações sobre
lavouras, maquinários e pela qualificação das pastagens, descrita como “vasta capina
que sustentavam o gado vacum”15. A informação sobre a boa qualificação da capina das
fazendas aparece reforçada por Pizarro, que descreveu a área de pastagens das duas

13
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
14
Biblioteca Nacional - Projeto Resgate - Rio de Janeiro (1614-1830). Mapa Populacional de 1797 do
Conde de Resende. Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú.
15
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
fazendas como “dilatadamente largas e de boa nutrição para os animais.”16
Provavelmente Pizarro estaria fazendo um referencia direta ao significativa quantidade
de gado vacum existente nas fazendas, que juntos totalizavam 2.490 nas descrições do
documento instituidor do vinculo em 177217.
Na descrição do inventário para a instituição do vínculo de Morgado foi
indicado a existência de um trapiche e uma casa para abrigar embarcações e
passageiros, e ainda uma ponte descrita como “excelente para passar gado e cavalaria
para a outra banda do rio [Gandu].”18 No relatório do Marquês do Lavradio, o rio
Gandú foi descrito como navegável para “grandes canoas que carregam 3 caixas de
açúcar, podendo ainda subir da Ilha Grande e outras costas carregadas de peixes”19. O
pai de Inácio Rondon, o Capitão Manoel Pereira Ramos foi indicado como responsável
por abrir uma ampla vala de 1 légua no dito rio, tornando-o navegável, e construindo
ainda um porto na fazenda Paul do Gandú.
No inventário dos bens pertencentes ao Morgado, há a presença de uma Sumaca
avaliada em um conto de réis. Essa embarcação de fundo chato se popularizou nas
costas da América Portuguesa por sua versatilidade na navegação, podendo navegar em
rios e nos mares, aliada a grande capacidade de carga 20. Monsenhor Pizarro confirma a
existência de um trapiche nas terras da fazenda Paul do Gandú, “que recolhe os efeitos
das lavouras, enquanto se demora o seu embarque em lanchas ancoradas no mar de
Angra dos Reis.”21. Na listagem de escravos presentes na fazenda Paul do Gandu, não
havia a informação sobre as profissões dos cativos, todavia, lembramos que no engenho
de Marapicú encontramos a presença de 3 escravos barqueiros, caso dos escravos
Salvador, André e Carlos, que possivelmente poderia realizar a navegações no rios
locais com a sumaca e outras pequenas embarcações.
As dimensões dos engenhos dos Azeredo Coutinho
A tabela abaixo indica as dimensões territoriais dos engenhos administrados pela
família Azeredo Coutinho na freguesia de Santo Antônio de Jacutinga.

16
PIZZARO (1820) IV Tomo. p.121. As visitações de Monsenhor Pizarro podem ser encontradas ainda
em GALDAMES (2007).
17
BN. Seção de Obras Raras, Ms. 5, 3, 13-15.
18
Relatório do Marquês do Lavradio. 1769-79. p. 331.
19
Relatório do Marquês do Lavradio 1769-79. p. 331.
20
MELLO (2001).
21
Relatório do Marquês do Lavradio. 1769-79.
Tabela 1 - Dimensões territoriais dos Engenhos da Freguesia de Nossa Senhora de
Conceição de Marapicú

Quantidade de terras
Braças de testada Braças de fundos
Engenho de Mato Grosso 1200 3500
Engenho do Piranga 1300 3500
Engenho de Marapicú 3000 2500
Engenho de Cabuçú 3000 2500
Descrição: Biblioteca Nacional - Projeto Resgate - Rio de Janeiro (1614-1830) Mapa Populacional de
1797 do Conde de Resende. Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú

As áreas de testada em quantidade de braças são significativamente maiores nos


engenhos de Marapicú e Cabuçú, superando inclusive o dobro da quantidade de braças
na dimensão da testada dos engenhos de Mato Grosso e Piranga. Todavia, as áreas
correspondentes aos fundos dos engenhos de Mato Grosso e Piranga superaram em
1000 braças as dimensões dos engenhos vinculados em Morgado. Na descrição das
limitações do engenho de Marapicú, a fazenda do Mato Grosso foi indicada estando
localizada nos fundos da área destinada ao engenho de Marapicú.
Lembremos que o relatório do Marquês do Lavradio de 1779 indicou que os
engenhos de Mato Grosso e Piranga foram constituídos por Inácio de Andrade Souto
Maior Rondon no final do século XVIII. Segundo o relatório do Marquês do Lavradio,
o engenho de Mato Grosso foi levantado em 1776, e ainda se encontrava em obras
naquele ano de 1779. Já o engenho de Piranga, no ano de produção do relatório pela
autoridade portuguesa, ainda era administrado pelo Tenente Antônio Marinho de
Moura22.
Vinte cinco anos depois, no ano 1797, o mapa populacional do Distrito de
Guaratiba já indica a posse do engenho de Piranga nas mãos do Coronel de Milícias
Inácio de Andrade Souto Maior Rondon. Portanto, os engenhos de Mato Grosso e
Piranga haviam sido levantados naquele final do século XVIII. Talvez, Inácio de
Andrade Souto Maior Rondon desejasse expandir seus domínios por áreas ainda pouco

22
Relatório do Marquês do Lavradio. 1769-79.
ocupadas, caso das áreas do engenho de Mato Grosso e Piranga, ampliando o número de
braças de fundos23.
Nesse mesmo sentindo, a construção recente dos engenhos de Mato Grosso e
Piranga, ocupando terras ainda pouco acessadas pela atividade agrícola, talvez ajude a
explicar a maior produtividade naqueles engenhos. As terras ainda pouco castigas com a
atividade agrícola rudimentar poderia apresentar maiores índices de produtividade.

Os moradores nas terras do Morgado de Marapicú.


As dimensões significativas das terras sob o controle da família Azeredo
Coutinho, seja os engenhos vinculados a Inácio Rondon ou as terras dos engenhos de
Cabuçú e Marapicú, estes vinculados ao Morgado de Marapicú, apontam que o controle
de extensas áreas nas freguesias de N.S. da Conceição de Marapicú e Santo Antônio de
Jacutinga representava vantagens políticas e econômicas para o clã dos Azeredo
Coutinho. As unidades produtivas dos engenhos de açúcar comandados por família
Azeredo Coutinho não ocupavam as grandes áreas territoriais sob o domínio do clã.
Desta forma, o controle sob extensos domínios favoreciam a presença diferentes
moradores nas terras administradas pelos Azeredo Coutinho. O estudo dos Mapas
Populacionais das freguesias de N.S. da Conceição de Marapicú e Santo Antônio de
Jacutinga indicou a presença de diferentes categorias de moradores nas terras
controladas pelos herdeiros dos Azeredo Coutinho no final do século XVIII, que
pudemos classifica-los sob diversas categorias, em função da relação parentesco
estabelecida com a família Azeredo Coutinho, as condições de permanecia naqueles
domínios submetidas a pagamentos periódicos, e os tipos de lavouras cultivadas em
suas terras.
Entre os moradores que possuíam relações de parentesco conseguimos
identificá-los pelos sobrenomes listados nos Mapas Populacionais das respectivas
freguesias24. Em relação esse grupo, classificado como moradores-parentes, não existe

23
Vale ressaltar que no ano de 1797, Inácio de Andrade Souto Maior Rondo era Coronel de Milícias no
Distrito de Guaratiba, e a emissão das informações para a elaboração do mapa descritivo do Distrito de
Guaratiba pode estar diretamente relacionada com a reafirmação da posse do Coronel em determinadas
áreas da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú.
24
Biblioteca Nacional - Projeto Resgate - Rio de Janeiro (1614-1830) Mapa Populacional de 1797 do
Conde de Resende. Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú
nenhuma referência nos Mapa Populacionais sobre valores pagos relacionados a
mecanismo de condicionamento do acesso àquelas terras, e estavam empenhados na
produção de diversos gêneros agrícolas, com destaque para a lavoura de cana de açúcar,
item com o maior valor econômico de comercialização. De outro lado, se organizou os
moradores que declararam a realização de pagamentos ao clã Azeredo Coutinho para o
acesso, denominados de lavradores-moradores, que plantavam diferentes tipos de
gêneros agrícolas, como cana de açúcar, mandioca, feijão, arroz, milho, e café.
Gostaria de chamar atenção para um segmento dos grupos de moradores em
especial, significativo entre os moradores-parentes e nos lavradores-moradores, que
era os partidistas de cana. Essa denominação é original do Mapa Populacional realizado
a mando do Conde de Resende, e representava aqueles moradores que cultivavam
significativas porções de cana de açúcar, e não possuíam maquinários de engenho para
realizar o processo de transformação do gênero agrícola em açúcar, e por destinavam a
produção de suas lavouras nos engenhos controlados pela família Azeredo Coutinho 25.
A presença de segmentos de agricultores como fornecedores de cana de açúcar para
engenhos foi descrita por Stuart Schwartz26 para o contexto do Recôncavo Baiano e por
Manoela Pedroza27 para a região de freguesia de N.S. do Desterro de Campo Grande,
região vizinha as freguesias que englobavam o Morgado de Marapicú28.
Por fim, é interessante ressaltar a presença nas terras do Morgado de Marapicú
de um grupo denominado como ‘forros da casa’, formado por libertos que aparecem
habitando nos domínios dos Azeredo Coutinho no final do Setecentos. A expressão
coeva “forro da casa” designava os ex-escravos que após a alforria permaneciam sob o
teto de seus antigos senhores, submetidos aos códigos sociais de proteção e ordem. Nas
terras do Morgado, podemos visualizar a presença de 10 moradores que seguramente
podem ser considerados “forros da casa”. A historiografia brasileira dedicada à temática
da escravidão afirma que os ex-escravos tendiam a adotar o uso social do nome de seus
senhores quando conquistavam a liberdade, ou que poderiam ser conhecidos

25
Biblioteca Nacional - Projeto Resgate - Rio de Janeiro (1614-1830) Mapa Populacional de 1797 do
Conde de Resende. Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú
26
SCHWARTZ (1988).
27
PEDROZA (2011)
28
Toda essa discussão pode ser observada na em MACHADO (2013) e no capítulo 3 de MACHADO
(2019).
socialmente com atribuição da terminologia “Preto” agregada ao primeiro nome.
Portanto, acreditamos que esse grupo constituído por 10 moradores que possuem a
terminologia “Preto” vinculado ao seu primeiro nome era constituído de forros que
permaneceram nas terras da família Azeredo Coutinho após a conquista da liberdade, e
aparecem no Mapa Populacional com laços familiares constituídos e como produtores
de diferentes gêneros agrícolas em suas terras29.

A transformação do Morgado em propriedade privada


O Morgado de Marapicú foi administrado por 4 descendentes da família
Azeredo Coutinho desde a sua instituição no final do século XVIII até a sua dissolução
em princípios do século XX. Em 31 de Outubro de 1835 foi aprovada a legislação que
decretava o fim da estrutura jurídica dos Morgadios no Brasil, determinando que o
vínculo seria extinto com a morte do administrador. Naquela época, o administrador do
Morgado de Marapicú era Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, o Conde de
Alsejur, que após uma longa vida, faleceu em 1909. Neste mesmo ano, a sua viúva
vendeu as terras do antigo Morgado de Marapicú para o João Leopoldo Modesto Leal,
Conde Modesto Leal.
Sabemos que João Leopoldo Modesto Leal enriqueceu no comércio de sucatas
de navios, posteriormente estendendo as suas ações comerciais aos ramos dos
empréstimos financeiros, aluguéis de imóveis, além de possuir diversas fazendas
espalhadas por todo o Estado do Rio de Janeiro para a criação de animais e plantios.
Modesto Leal foi um dos homens mais ricos dos primeiros anos da República brasileira,
tendo inclusive sido eleito senador da República pelo Estado do Rio de Janeiro.
O Conde Modesto Leal expandiu os seus negócios agrários na região de Iguaçu
incorporando até meados dos anos 1920 mais de três dezenas de fazendas, expandindo
os seus domínios para muito além das terras compradas em 1909 do antigo Morgado de
Marapicú. Os empreendimentos agrícolas de Modesto Leal enfrentaram a resistência de
antigos arrendatários presentes nas terras adquiridas nas negociações de compra, que se

29
Biblioteca Nacional - Projeto Resgate - Rio de Janeiro (1614-1830) Mapa Populacional de 1797 do
Conde de Resende. Freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Marapicú. Essa discussão pode ser
encontrada no capítulo 3 de MACHADO (2019).
recusavam abandonar seus domínios, bem como de confrontantes que recorriam à
justiça para contestar as demarcações das terras compradas pelo Conde30.
Todavia, no ano de 1927, o conjunto de bens fundiários adquiridos por João
Leopoldo Modesto Leal, que incluíam domínios agrários nos Municípios de Nova
Iguaçu e Itaguaí, foi negociado com o Dr. Guilherme Guinle. A transação comercial
entre Modesto Leal e Guinle envolviam a incorporação de 33 fazendas como capital
social da empresa Companhia de Fazendas Reunidas Normandia S.A, responsável por
administrar 565 milhões de metros quadrados.31
A Companhia de Fazendas Reunidas Normandia S.A. era administrada pela
família Guinle, tendo em Guilherme Guinle seu principal acionista e diretor. Sabemos
que Guilherme Guinle era um dos mais importantes empresários brasileiros na primeira
década do século XX, tendo apoiado Getúlio Vargas desde sua chegada ao governo
provisório, assumindo diversos cargos públicos, e atuando em empreendimentos
financeiros de destaque, como a Companhia Doca de Santos, o Banco Boa Vista, o
Centro Industrial Brasileiro (CBI) – depois rebatizado de Federação das Indústrias do
Estado do Rio de Janeiro (FIRJ), sendo ainda fundador e primeiro presidente da
Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)32.
Em relação à atuação da Companhia de Fazendas Reunidas Normandia S.A. nas
terras administradas pela Companhia na região de Nova Iguaçu e Itaguaí, sabemos,
através da ata da Assembleia Geral Extraordinária realizada em 18 de março de 1942,
que os objetivos da Companhia eram a exploração agrícola e a comercialização de lotes
nas terras sob sua administração.
Na referida assembleia extraordinária, o conselho diretivo da Companhia modificou a
redação do primeiro artigo do seu estatuto para a seguinte redação:

30
Os casos envolvendo os conflitos com antigos arrendatários das terras adquiridas, e os confrontos com
os confrontantes dos domínios adquiridos pelo Conde Modesto podem ser observados com maiores
detalhes no capítulo 4 de MACHADO (2019).
31
BN. Jornal do Commercio. Ano 1935\Edição 00215 (1). Dia 12/06/1935. p.8,9.
32
No verbete “Guiherme Guinle” da FGV, o empresário aparece com atuação como presidente da
Companhia Segurança Industrial, Companhia Nacional de Seguros, Companhia Nacional de Tecidos de
Juta, Fábrica de Tecidos Aliança, Usina São José, Banco Boavista S.A., Indústria Brasileira de
Regeneração de Óleos S.A., Artes Gráficas Indústrias Reunidas, Moinho Selmi-Dei S.A., Companhia
Territorial Jardim Guilhermina, Companhia Brasileira de Educação, Fábrica de Tecidos Santa Helena,
Companhia Telefônica Nacional, Companhia de Cigarros Souza Cruz, Indústria da Seda Nacional,
Mesbla S.A. e Guinle e Irmãos. Sendo ainda membro do conselho executivo da Companhia Belgo-
Mineira, do conselho administrativo da Panair do Brasil e do conselho diretor da Fundação Getúlio
Vargas. E também delegado do Tesouro Nacional para a Carteira de Emissão do Banco do Brasil.
“O objetivo da Companhia é a exploração da propriedade Normandia, para
fins agrícolas e pastoris em todas as suas modalidades, e também a
exploração de quaisquer outras propriedades, compreendendo a venda
parcelada de glebas, lotes ou sítios, assim como a exploração de indústrias
conexas”33.

Os negócios econômicos da Normandia S.A. envolvendo a citricultura se


expandiram rapidamente, levando a construção de uma moderna packhouse para o
tratamento da fruta voltada para a exportação, o que tornou a Companhia a maior
exportadora de laranja da região34. Além da exportação de laranja, a Companhia
direcionava os seus negócios na comercialização de lotes e chácaras, buscando expandir
a comercialização a Companhia de Fazendas Reunidas Normandia S.A. associou a
venda dos lotes de suas propriedades em Nova Iguaçu e arredores à Companhia de
Expansão Territorial (CET). Sabemos que a CET era uma companhia imobiliária
responsável pela comercialização de diversos empreendimentos imobiliários na região
metropolitana do Rio de Janeiro. Podemos encontrar nas páginas do Jornal do
Commercio anúncios da CET propagandeando a venda de terrenos e prédios nas regiões
de Jacarepaguá35 e Barra da Tijuca36 aos longos dos anos 1930.
Sabemos que a CET era dirigida por Robert Edward Mac Gregor, como maior
acionista da Companhia37, ficando responsável pela gestão e comercialização do
patrimônio da Companhia Normandia S.A. nas décadas de 1930 e 1940. Dessa forma,
desejando noticiar o comércio de loteamento nas terras da Normandia S.A., a
imobiliária CET produziu os cartazes-propagandas apresentados, anunciando a venda do
metro quadrados a partir de 80 réis. A propaganda indicava a facilidade de transporte
para a circulação de pessoas e mercadorias nas terras da Normandia S.A., com o acesso

33
BN. Jornal do Commercio. Ano 1942\Edição 00167 (1). Dia 17 de Abril 1842. p.10. Link:
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_13/11622
34
SOARES (1962). p. 205-206. PEREIRA (1977) p. 139. FORTE (1933) p. 125/126.
35
BN. Jornal do Commercio. Ano 1937\Edição 00131. Dia 5 de Março de 1937. Pg. 14. Link:
http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=364568_12&pagfis=47192
36
BN. Jornal do Commercio. Ano 1937/ Edição 00145. Dia 21 de Março de 1937. Pg. 26. Link:
http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=364568_12&pagfis=47460
37
BN. Jornal do Commercio. Ano 1941\Edição 00271 (1). Dia 19 de Agosto de 1941. Pg. 10. Link:
http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=364568_13&PagFis=896&Pesq=Companhia%20
Normandia.
de quatro estradas de ferros e diversas estradas de rodagem que faziam a comunicação
com o Distrito Federal38.

Conclusão:
Neste artigo buscamos de maneira resumida discutir o processo de criação e
transformação das terras do Morgado de Marapicú por mais de um século e meio.
Discutimos a política de formação do vínculo de Morgado nos bens da família Azeredo
Coutinho, com suas estratégias locais e nos centros de poder do Império Português,
passando os diferentes mecanismos de obtenção de renda sob seus domínios agrários,
seja na economia gerada por seus engenhos, bem como pela estratégia de concessão de
arrendamentos e aforamentos de terras nas extensas terras sob seu controle. E por fim,
passamos a discutir o processo de transformação do morgado de Marapicú em
propriedade privada pela aquisição de Modesto Leal no início do século XX, e sua
posterior transação com a Companhia de Fazendas Reunidas Normandia S.A., e sua
política de expansão da citricultura e comercialização de lotes.

Bibliografia.
ARAUJO, José de Sousa Azevedo Pizarro. Memorias históricas do Rio de Janeiro e das
províncias anexas à jurisdição do Vice-rei do Estado do Brasil, dedicadas a El-Rei
Nosso senhor D. João VI. Rio de Janeiro: Impressa Régia, 1820-1822. IX Tomos.
Disponível em: http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/182898

FORTE, José Matoso Maia. Memória da Fundação de Iguassú. Rio de Janeiro: Typ.
do Jornal do Commercio,1933. Link:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv44757.pdf

38
Exemplos de anúncios de lotes da comercialização de lotes nas terras da Normandia S.A. podem ser
encontrados em: BN. Jornal do Comercio. Ano 1937\Edição 00146. Dia 22 de Fevereiro de 1937.
Pg.1838. http://memoria.bn.br/docreader/DocReader.aspx?bib=364568_12&PagFis=47480
BN. Jornal do Comercio. Ano 1937\Edição 00048. Dia 26 de Novembro de 1937. Pg. 1638.
http://memoria.bn.br/DocReader/364568_12/51646. Entre outros exemplos no capítulo 4 de MACHADO
(2019).
GALDAMES, Francisco Javier Müller. Entre a cruz e a coroa: a trajetória de Mons.
Pizarro (1753-1830). 2007. 555 f. Dissertação (Mestrado em História Social)-
Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2007.

MELLO, Evaldo Cabral de. Cabotagem no Nordeste Oriental: A Aparição da Sumaca –


A vitória da Barcaça. Revista Continental. Edição nº 5, Maio de 2001. Companhia
Editora de Pernambuco.

MACHADO, Rubens da Mota. A terra e seus muitos domínios: senhores, lavradores e


escravos nas redes pelo usufruto da terra (Vila Iguaçu, 1840 – 1880). 2013. 149f.
Dissertação (Dissertação em História). Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 2013.

________________________. O Morgado em perspectiva: A política administrativa do


Morgado de Marapicú (1772 - 1940). Tese (Doutorado em História) – Universidade
Federal Fluminense, Niterói, RJ, 2019. Disponível em:
https://www.historia.uff.br/stricto/td/2025.pdf

MOTTA, Márcia Maria Menendes. Minha casa, minha honra: morgadios e conflito no
império português. In: MONTEIRO, Rodrigo Bentes e outros (Org.). Raízes do
privilégio: hierarquias sociais no mundo do Antigo Regime. Rio de Janeiro: Record,
2011.

RHEINGANTZ, Carlos. Primeiras famílias do Rio de Janeiro (séculos XVI e XVII).


Rio de Janeiro: Livraria Brasiliana Editora, 1965.

PEDROZA, Manoela da Silva. Engenhocas da Moral: redes de parentela, transmissão


de terras e direitos de propriedade na freguesia de Campo Grande (Rio de Janeiro/século
XIX). Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2011.

PEREIRA, Waldick. Cana, Café & Laranja: história econômica de Nova Iguaçu. Rio
de Janeiro: FGV; SEEC-RJ, 1977.
SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: engenhos e escravos na sociedade colonial,
1550-1835. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.

SOARES, M. T. de Segadas. Nova Iguaçu - Absorção de uma célula urbana pelo grande
Rio de Janeiro. REVISTA BRASILEIRA DE GEOGRAFIA . n.2. p.155-256, 1962.
Disponível:https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1962_v24_n2
.pdf

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