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DE IPATINGA
1
Sidelmar Alves da Silva Kunz
Doutor em Educação pela Universidade de Brasília (UnB) (2019). Mestre em Geografia pela
mesma instituição (2014). Especialista em Ontologia e Epistemologia pela Faculdade Unyleya
(2016). Especialista em Supervisão Escolar pela Faculdade do Noroeste de Minas Gerais
(2009). Graduado em Geografia (licenciatura) e Pedagogia pela Universidade Estadual de
Goiás (UEG). Professor da UAB/UnB, na modalidade a distância. Possui mais de uma centena
de publicações científicas (artigos em revistas, Anais, livros, capítulos, dentre outros) e de
materiais didáticos. Pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira (INEP).
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2921
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Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 FEITORIAS ................................................................................................................ 7
1.2 CAPITANIAS HEREDITÁRIAS ................................................................................. 17
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 29
02
2.1 PLANTATION.......................................................................................................... 33
2.2 ENTRADAS E BANDEIRAS...................................................................................... 40
2.2.1 As bandeiras de apresamento...................................................................43
2.2.2 As bandeiras de prospecção .....................................................................44
2.2.3 Sertanismo de contrato ...............................................................................45
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 50
03
3.1 A PECUÁRIA .......................................................................................................... 54
3.2 A MINERAÇÃO ..................................................................................................... 62
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 70
04
................................................................................................................. 74
05
5.1 INTEGRAÇÃO NACIONAL ................................................................................... 87
5.2 UNIDADE TERRITORIAL .......................................................................................... 94
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 101
06
6.1 DIVERSIDADE SOCIOESPACIAL ......................................................................... 105
6.2 DESIGUALDADE SOCIOESPACIAL ..................................................................... 114
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 126
5
CONFIRA NO LIVRO
6
PROJETO COLONIAL DE UNIDADE
01
OCUPAÇÃO TERRITORIAL
1.1 FEITORIAS
7
A burocracia corporativa instalada tinha como foco central a proteção e
garantia do cumprimento dos objetivos do rei materializados por intermédio das
intenções dos mercadores e suas propostas de ampliação de lucros a qualquer
preço, independentemente do esfacelamento do tecido social.
Esclarece-se que os feitores supostamente defendiam os interesses da nação,
ou seja, do rei. Portanto, a compreensão de nação na perspectiva portuguesa
consistia na realização da vontade do rei que, em si, bastava como o único desejo
válido na Coroa.
O movimento de conquista e colonização do Brasil exigiu de Portugal projetos,
investimentos coletivos e articulações para dar conta dessa empreitada. O fato é
que a circulação de pessoas de diversas origens pelo Atlântico gerava incertezas
para os planos de Portugal.
Embora se cultue a ideia de que Portugal não deu o devido valor para as terras
conquistadas na América, a realidade apresenta uma outra nuance porque nos
primeiros trinta anos da colonização foram realizadas expedições com navios e
armadas portuguesas que tinham o propósito claro de aprofundar os seus
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conhecimentos geográficos e assegurar o domínio do território conquistado no litoral
brasileiro (América portuguesa). Essas movimentações representaram importantes
feitos náuticos e cartográficos para o contexto histórico daquela época
(DOMINGUES, 2012).
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línguas foram nevrálgicas para a manutenção dos negócios portugueses no território
brasileiro, por mais que essa dinâmica não deve ser romantizada de modo que venha
a sufocar ou silenciar a luta dos indígenas em face da incursão portuguesa em seus
territórios. Assinala-se que essas habilidades foram de grande relevância ao longo de
todo o período colonial, entretanto, quando a diplomacia (negociação) e a cruz
(igreja) não funcionavam o recurso mais utilizado foi a espada (guerra).
Figura 3: Pau-brasil
10
[...] tal árvore, tendo sido descoberta em nosso tempo, serviu de
grande alívio aos mercadores, e meio de novas buscas para os que
tinham o costume de navegar, os quais, chegando a este país, e
vendo os selvagens adornados com tão belas plumagens de cores
diversas, e também que esse povo tinha o corpo pintado
diversificadamente, indagaram qual o meio dessa tintura, e alguns lhe
mostraram a árvore que chamamos brasil, e os selvagens,
Orabutan/Araboutã. Essa árvore é muito bela de se olhar e grande,
com uma casca superficialmente de cor acinzentada, e a madeira
vermelha por dentro, principalmente o cerne, que é a parte mais
importante, e que é a carga maior dos mercadores. E direi de
passagem que, de uma árvore tão grossa que só pode ser abraçada
por três homens, tira-se somente do cerne e da medula vermelha uma
porção que corresponde à largura da coxa de um homem (THEVET,
2009, p. 173).
11
Em sintonia com o debate que nos propomos a pensar a formação territorial
brasileira e assim lançar luz nas feitorias, ponderamos que, no Brasil, foram construídas
estrategicamente em pontos comerciais ao longo do litoral sobretudo como
estocagem da madeira pau-brasil para que os navios levassem tais produtos à
Europa.
O principal responsável pela feitoria era o feitor: um funcionário designado
como representante do rei. Dentre as suas responsabilidades estavam a de
representar o rei nas relações comerciais, comprar mercadorias, fazer negociações
com os nativos, proteger as mercadorias, cuidar da preservação da qualidade dos
materiais obtidos, garantir o embarque dos produtos para Portugal, dentre outras. Tais
movimentações que ocorriam na feitoria eram registradas pelo escrivão e isso tornou
possível parte considerável do conhecimento que temos na atualidade sobre esses
mecanismos do período inicial da colonização no Brasil (FERNANDES, 2008).
12
No litoral brasileiro as feitorias eram construídas, em geral, em ilhas para
garantir a segurança e tais empreendimentos eram resultantes do conhecimento
acumulado por Portugal em suas empreitadas na construção de feitorias na África.
13
referência a 1576, tem a descritiva enquadrada pela ótica militar de
sua finalidade (FERNANDES, 2008, p. 174).
14
e em cada porção anexada ao seu domínio demandava delimitação por meio
dessas fortalezas. Tal organização garantia a presença do feitor como representante
do rei, cuja representação exerceu papel relevante nesses anos iniciais da
colonização do Brasil.
Portugal foi o pioneiro da expansão marítima europeia dos séculos XV e XVI e
o que possibilitou isso foi a precoce unificação política, ainda no século XIV, por meio
da Revolução de Avis. A orientação econômica da época era o mercantilismo. O
mercantilismo pregava a acumulação de metais diferente do feudalismo que a
riqueza estava preponderantemente associada à terra (SANTOS; MOURA, 2017).
Cabe ressaltar que a Revolução de Avis se constituiu como fundamental para
a formação do Estado nacional português. Trata-se de uma revolução crucial porque
edificou Portugal como o primeiro Estado nacional da história ocidental. Teve como
antecedente o fato que no século VIII houve a invasão dos muçulmanos na Península
Ibérica que vieram do norte da África e a ocupação forçou os cristãos para o norte
da península ibérica. E os reinos cristãos lutaram pela reconquista até o século XV,
quando os cristãos expulsaram definitivamente os muçulmanos.
O reino de Portugal nasce no âmago das Guerras de Reconquista da Península
Ibérica e aí surge uma burguesia crescente. O Mestre de Avis comandou a Revolução
de Avis que aliado ao povo e a burguesia lutou contra a nobreza do reino de Portugal
e do reino de Castela. A vitória dos burgueses baseada em estratégias defensivas e
usos de emboscadas levaram Dom João, Mestre de Avis, ao posto de rei do reino de
Portugal (SANTOS; MOURA, 2017).
Tal formação do Estado nacional português marcou uma aliança entre o rei e
a burguesia, a qual tinha grande valor para as relações comerciais e econômicas
resultando no financiamento da indústria náutica importante passo para as
empreitadas de navegações portuguesas e, por conseguinte, repercutiu na
colonização do Brasil, de Calicute nas Índias e no domínio da costa africana. Sendo
assim, essa Revolução de Avis foi nevrálgica para o desenho do projeto de
colonização portuguesa na América.
Virgulamos que o capitalismo comercial incorporado por Portugal defendia a
acumulação de metais como forma de expressão da riqueza. Dessa forma, os
portugueses estavam ligados ao comércio de especiarias (pimenta, gengibre,
cardamomo, ervas aromáticas, açafrão, canela, cravo, noz moscada, etc.), cujo
foco era a promoção de rotas comerciais para chegar às Índias a fim de obter as
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famosas especiarias que encontravam dificuldade para serem cultivadas na Europa
em razão da não adaptação ao clima. Também alimentavam o ideário de conseguir
acumular o máximo de metais preciosos que tivessem acesso como meio de
expressão de riqueza e posicionamento privilegiado no cenário internacional perante
as demais potências europeias.
Na costa brasileira no início da colonização não se obteve as especiarias nem
os metais, então, o pau-brasil dava menos lucro que as especiarias indianas. O pau-
brasil era utilizado para extrair corante vermelho que se utilizava em manufaturas
têxteis na Inglaterra, além de servir como madeira para a produção de móveis.
A mão de obra para a extração do pau-brasil era indígena e o escambo era
a relação principal nos 30 primeiros anos da colonização (1500 a 1530). Os indígenas
retiravam o pau Brasil e levava para as feitorias e depois os portugueses embarcavam
essa madeira em direção à Europa. Em troca, os indígenas recebiam dos portugueses
produtos como machado, espelho, vestimentas, dentre outros objetos.
Nessa época o Brasil tinha entre dois e quatro milhões de indígenas distribuídos
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em mais de mil nações e que falavam mais de 150 idiomas, os quais podem ser
divididos em dois troncos linguísticos (Tupi no litoral e Macro-Jê no Planalto Central).
Muitas tribos conheciam a agricultura, no entanto, muitas dessas organizações sociais
se baseavam na caça e na pesca.
Essas sociedades não tinham classes, nem se estruturavam na ideia de
propriedade privada. Pondera-se que na atualidade a população indígena é de
aproximadamente 0,5% (aproximadamente 900 mil pessoas) da população brasileira.
Desse modo, as feitorias exerceram um papel fundamental até o ano de 1532, data
da instauração das capitanias hereditárias (CRUZ, 2015).
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cravo, canela, gengibre, cânfora, noz-moscada...) geraram muitas riquezas para
Portugal, no entanto, a entrada de concorrentes reduziram os lucros. Ademais, os
franceses ameaçavam as ações de Portugal no Brasil. Para fazer frente a isso, o rei
enviou a expedição de Martim Afonso de Sousa e em seguida instituiu o sistema de
Capitanias Hereditárias em que o governo entrava com as terras e a iniciativa
precisava injetar dinheiro no projeto.
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Os donatários enfrentaram dificuldades nesse processo porque tinham que dar
conta de sobreviver diante de ataques dos indígenas e de estrangeiros e com
recursos escassos. Haviam também grandes distâncias entre uma capitania e outra,
faltava uma relação ou intercâmbio de experiências entre as capitanias, não havia
órgãos que coordenasse o trabalho dos donatários, escassez de recursos financeiros
por parte da Coroa (na maioria dos casos), muitos donatários não vieram ao Brasil
(como é o caso do donatário da Capitania de Ilhéus), dentre outros aspectos que se
apresentaram como desafio.
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Figura 8: Capitanias hereditárias
Cabe ressaltar, de acordo com Moreira (1994) que o Tratado de Tordesilhas foi
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assinado por Dom João II de Portugal e o seu significado ultrapassa a demarcação
de limites territoriais entre a Espanha e Portugal.
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Figura 10: Delimitação resultante do Tratado de Tordesilhas
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Figura 11: Carta de doação à Fernão de Noronha concedendo a capitania e o governo
das Ilhas de São João
Um dos requisitos para obter as capitanias era ser uma pessoa abastada na
sociedade portuguesa. Dois eram os documentos: a carta de doação e o foral que
consistia na declaração dos direitos e dos deveres dos capitães donatários. Além
disso, tinha direito de fazer uso da escravidão indígena. O capitão poderia doar
sesmarias para explorar e povoar as terras. A base econômica era pautada em
latifúndios. As sesmarias eram latifúndios e se davam por meio de
23
[...] doações de sesmarias aos colonos importantes, sobretudo
membros da nobreza com algumas exigências para a implantação
de engenhos de açúcar. Na produção de açúcar, portanto, os
maiores investimentos eram voltados para a construção de engenhos
e a compra de escravos, pois as terras eram recebidas em sesmarias.
Em seguida as sesmarias começaram a ser subdivididas sendo
arrendadas aos pequenos colonos (VASCONCELOS, 2016, p. 49).
Era dever do capitão donatário passar parte do lucro para Portugal, explorar
as terras, combater invasões estrangeiras, povoar as capitanias hereditárias. Os
capitães donatários e os sesmeiros perceberam que a vida no Brasil deveria ser
duradoura porque não vislumbravam nitidamente a volta para Portugal.
Os que vieram solteiros precisavam formar famílias. Entretanto, a relação
formalizada com as nativas não era bem vista. Então, começam a trazer mulheres
solteiras de Portugal para o Brasil: no geral, crianças e adolescentes órfãs de Portugal
que vinham para casar de maneira forçada com os homens que estavam fazendo
as primeiras construções brasileiras.
Portugal também enviava homens pobres e existem relatos de envio de
criminosos como alternativa de vida. Portugal queria diminuir a sua população
carcerária e garantir a mão de obra no Brasil. O fidalgo que nasceu com poder e
dinheiro e o plebeu não tinha nada. Os fidalgos vinham como administradores e os
plebeus como trabalhadores, conquanto essa distância foi reduzindo em função da
noção de que os demais estavam abaixo das suas posições. Uma concepção
cultural de inferiorização que colaborou para tal configuração.
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produção de cana-de-açúcar nessa capitania foi fundamental para seu sucesso. Ao
tempo que a Capitania de Pernambuco doada para Duarte Coelho se tornou o
maior centro de produção de cana-de-açúcar durante o período colonial.
A Capitania hereditária de Pernambuco, também conhecida como Nova
Lusitânia, sob o governo descentralizado da iniciativa privada com o objetivo de
implementar a colonização, ou seja, fazer o Brasil gerar lucro esteve inicialmente sob
a direção de Duarte Coelho. A sua prosperidade se estabeleceu em função do
cultivo da cana-de-açúcar que combinou financiamento e propensão geográfica
para tal empreendimento.
Havia demanda crescente para o consumo de açúcar e as capitanias de
Pernambuco, São Vicente e Bahia foram os principais locais de produção na América
Portuguesa. A produção econômica se sustentou inicialmente na mão de obra
indígena e, posteriormente, foi substituída pela mão de obra escrava africana.
Duarte Coelho recebeu degredados em sua capitania que lhe rendeu muitos
conflitos, também cabe ressaltar os conflitos encampados contra os indígenas. A
cana-de-açúcar se estabeleceu como empresa agrícola açucareira e contou com
a crucial participação holandesa.
Portugal desde o empreendimento náutico contou com capitais de uma
burguesia comercial financeira holandesa. A maioria do capital do empreendimento
náutico português contou com esse capital. A Capitania de Pernambuco ou Nova
Lusitânia teve a sua prosperidade impulsionada em função de recursos holandeses
na produção açucareira que participava do financiamento, transporte, refino e
distribuição do açúcar na Europa.
No caso da empresa agrícola açucareira tornou-se expressivo o
financiamento da implantação da produção, o transporte e o refino que era feito na
Holanda. Além disso, os holandeses distribuíram o açúcar e o lucro ficava de forma
massiva sob o seu poder. Portugal recebia impostos dos navios e da comercialização
em uma estrutura de monopolização dessa atividade. A esperança de Portugal era
conseguir instituir uma empresa mineradora das terras brasileiras, sonho esse que foi
perseguido desde o início da colonização.
Também a Capitania de São Vicente, sob os auspícios de Martim Afonso de
Sousa, conseguiu prosperidade em seu segundo lote em razão da produção de
açúcar. Ressaltamos que no total eram 14 capitanias distribuídas em 15 lotes de terra,
os quais foram doados para 12 donatários portugueses.
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Conforme dito anteriormente, os capitães donatários eram representantes da
burocracia ou da nobreza de Portugal e eram chamados de fidalgos. Recebiam a
carta de doação que atribuía a concessão para a exploração da capitania. A terra
continuava a pertencer ao Estado português. Em caso de descumprimento de regras
o donatário poderia perder o seu direito à concessão. A concessão era passada de
pai para filho, ou seja, vitalícia. No foral estabeleciam os direitos e os deveres dos
capitães donatários. As sesmarias eram lotes grandes de terras que eram doados a
colonos para a exploração.
Portugal teve que agir em defesa do território e optou em trazer para o Brasil o
Governo Geral com a finalidade de controlar as áreas das capitanias. Os objetivos
eram defender o território, dinamizar a economia e fiscalizar as capitanias. Com as
capitanias pode-se assinalar que trouxeram muitas vantagens para Portugal como a
instalação de uma base territorial que sustentou a colonização portuguesa.
Os povoamentos de destaque podemos citar Santos, Olinda, Ilhéus e São
Vicente. A posse das terras em face dos riscos de invasões estrangeiras também é de
grande significado para a empreitada portuguesa. Outro aspecto notável foi a
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viabilidade da exploração da cana-de-açúcar.
O sistema de capitanias não funcionou na prática como se previa
inicialmente. Em caso de guerra as capitanias não se ajudavam. Existiam muitos
contrabandos dos franceses e outras nações que dificultavam o crescimento das
capitanias. Os capitães donatários, em muitos casos, abandonaram as suas
capitanias e não foi construída a estrutura necessária para o seu funcionamento.
Muitos capitães não acreditaram que o projeto das capitanias hereditárias
daria certo. A figura do capitão donatário assumiu outra noção a partir de 1549 até
1572, período a partir do qual Portugal adota outro esquema: o Governo Geral. O
Brasil passa a ter um governador geral que o administra. Portanto, se trata da
centralização administrativa do território. A falta de condições de administração fez
com que o Governador Geral nomeasse o Ouvidor Mor (justiça), o Provedor Mor
(finanças) e Capitão Mor (defesa territorial).
Veio para o Brasil o Governador Geral, Tomé de Souza, com sede em Salvador,
que estava no centro da produção açucareira. Salvador era a capital do Brasil e teve
o início de sua construção em 1º de maio de 1549 em uma área elevada de frente
para o mar e com arquitetura que viabilizava a defesa militar.
Portugal teve gastos e se sentia obrigado a transformar a colônia em um
empreendimento lucrativo. A lógica do Governo Geral era promover a centralização
da administração da colônia. Esse sistema não significou o fim das capitanias
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hereditárias, dessa forma, coexistiram até o ano de 1759.
O regimento do Governo Geral tinha como propósito fazer a defesa das terras
contra os ataques estrangeiros, promover ações em busca de metais preciosos,
apoiar a disseminação da igreja católica e fazer frente à resistência indígena. O
regime teve que enfrentar problemas como a dificuldade de comunicação e a
oposição com os interesses locais.
Os jesuítas surgiram no Concílio de Trento, o concílio da contrarreforma. A
Companhia de Jesus tinha a missão de catequizar povos recém descobertos - a
cristianização dos povos. São os responsáveis pela educação dos índios e dos
colonos em uma forma mais ampla. Esse grupo de religiosos chegaram juntamente
com o Governador Geral representados por seis jesuítas sob a chefia do padre
português Manuel da Nóbrega e tinham a incumbência de catequizar os indígenas.
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FIXANDO O CONTEÚDO
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4. (UEL) No Brasil colônia, a pecuária teve um papel decisivo na
30
c) o Pacto Colonial luso enrijeceu-se.
d) os capitães-donatários forma substituídos pelos vice-reis.
e) a justiça colonial passou a ser exercida pelos “homens novos”.
7. (PUC-RIO) "Isto é claro - diziam os mareantes - que depois deste Cabo não há aí
gente nem povoação alguma (...) e as correntes são tamanhas, que navio que lá
passe, jamais nunca poderá tornar."
Gomes Eanes de Zurara, ca. 1430
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a) Os conflitos entre portugueses e holandeses devem ser compreendidos no
contexto da União Ibérica (1580-1640) e da separação das Províncias Unidas do
Império Habsburgo.
b) A ocupação das áreas de plantio de cana obrigou os holandeses a intensificarem
a escravização dos indígenas, uma vez que não possuíam bases no continente
africano.
c) Estabelecidos em Pernambuco, os holandeses empreenderam uma forte
perseguição aos judeus e católicos ali residentes e fortaleceram a difusão do
protestantismo no Brasil colonial.
d) A administração de Maurício de Nassau foi caracterizada pelo pragmatismo e
pela desmontagem do grande centro de artistas e letrados organizado pelas
autoridades portuguesas em Olinda.
e) Os holandeses implementaram uma nova e eficiente estrutura produtiva baseada
em pequenas e médias propriedades familiares, que se diferenciava das antigas
plantations escravistas.
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SISTEMAS DE EXPLORAÇÃO UNIDADE
02
TERRITORIAL
2.1 PLANTATION
O Brasil tendia a ser uma colônia britânica “oculta”, pois, em consonância com
Velho (2009), uma grande parte do que era extraído enviava-se para a Grã-Bretanha,
com quem Portugal, sobretudo após 1703, possuía uma relação de dependência
semicolonial. Ressalta-se que “[...] no Brasil, com um imenso território, com fronteiras
imprecisas, e com o estabelecimento do sistema escravista, além da gestão das
outras partes do Império, era necessário controlar e colonizar a colônia”
(VASCONCELOS, 2016, p. 48). Ainda, Velho (2009, p. 103) destaca que
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cana-de-açúcar foi escolhida para levantar lucros na colônia e a economia
açucareira teve seu apogeu nos séculos XVI e XVII.
34
sesmarias, e mais que isso, justificavam a própria requisição da concessão de terras”
(TANEZINI 1994, p. 50).
Onde as plantations eram implementadas se proibia o fomento de atividades
manufatureiras, a colônia era proibida de competir com a metrópole. Além disso, o
Brasil era obrigado a consumir os produtos manufaturados da Europa e isso teve
como implicação a industrialização tardia, bem como reforçou as mentalidades
colonizadas, monopolizadoras e conservadoras que pouco se preocupavam com a
necessidade de industrialização do Brasil.
Para pensar o sistema da plantation, também chamado de plantação ou
plantagem, é necessário ter a clareza de que se trata de um termo datado e que
reporta a concepções polissêmicas. Ele pode ser pensado na dimensão física do
espaço, assim como é razoável expor que uma fazenda se distingue de uma
plantation. A dimensão cultural deve ser considerada, bem como a compreensão
de que há um recorte da burocracia que está envolvida nessas dinâmicas.
Precisamos olhar para a plantation e entender as relações culturais envolvidas,
as quais não podem ser desconectadas da territorialidade. A terra, o capital e o
trabalho devem ser vistos em suas interações. A respeito do seu conceito:
35
A "plantation" se constituiu como o fundamento econômico-social da
colonização portuguesa, depois adotada por outras nações
europeias nas Antilhas. Como processo produtivo agroindustrial
instalado nas colônias, representava uma contra tendência à divisão
internacional do trabalho (TANEZINI, 1994, p. 112) .
36
Não faltou a mão-de-obra, porque desde o século XV portugueses e
espanhóis e depois ingleses, franceses, holandeses, dinamarqueses
organizaram o lucrativo tráfico de escravos. Com a "Plantation"
americana generalizou-se a escravidão sistemática moderna em
função do suprimento da força de trabalho para a atividade
produtiva, como instituição para garantir a compulsão ao trabalho (e
não por guerras etc), para uma indústria que demandava enorme
dispêndio de energia física e que operava em regiões tórridas e
úmidas, em clima exaustivo (TANEZINI, 1994, p. 112).
37
A arquitetura materializava a lógica de discriminação social. Nas capelas, no
geral, se tinham os alpendres na frente onde muitos assistiam à missa fora da igreja
porque não eram batizados (catecúmenos, às vezes escravos). Assistir à missa dentro
da igreja era um privilégio de poucos.
38
era dono de tudo e a sua dominação do tempo de trabalho do morador fez com
que a lógica escravocrata se ampliasse ou se renovasse em novos formatos.
A mulher não tinha direito de ter a fazenda em seu nome e em boa parte dos
casos as escravas eram abusadas pelos senhores e as esposas socialmente não
podiam se levantar contra a dominação masculina na época.
Acentua-se que a rede comercial relacionada à colônia compusera camadas
sociais que não se reduziam a senhores e escravos, mas também uma rede média
que integravam roceiros, caixeiros, produtores de alimentos, dentre outros, que
abasteciam as plantations.
Até hoje esse modelo de plantation nos permeia e nos fazem ter um legado
que colabora para sermos considerados grandes produtores de laranja, café, soja,
frango, linguiça, carne, dentre outros. E, conforme pontua Tanezini (1994, p.179):
39
negreiros que eram vistos como tumbas navegantes, eram priorizadas porque
espécies parecidas com a cana que era produzida no Brasil já eram conhecidas por
eles. Os africanos por terem um maior conhecimento eram mais lucrativos e geravam
dinheiro para a Coroa com o tráfico negreiro.
Colocamos em relevo o fato de que não houve a passividade, nem pactos de
conciliação de classes, o que tivemos foi uma atuação abominável por parte dos
portugueses que trouxeram africanos de línguas e dialetos distintos com formações
mais plural possível nas fazendas.
A busca dos fazendeiros também passava pela tentativa de colocarem numa
mesma fazenda negros oriundos de etnias rivais. Essas estratégias buscavam evitar
revoltas, fugas resultantes de diálogos e uniões entre os negros.
40
Contudo, esse caráter litorâneo e periférico da territorialidade
portuguesa no Brasil colonial não deve ser considerado em absoluto.
Mesmo no século XVI e, fundamentalmente, nos séculos subseqüentes,
a ocupação colonial portuguesa, embora de forma rarefeita e
dispersa, estendeu-se para o interior, movida pelos deslocamentos das
entradas, das bandeiras e das missões. Esses deslocamentos para o
interior do espaço colonial tinham como objetivos: aprisionar os
indígenas para vendê-los como escravos, procurar os metais preciosos
e as drogas do sertão, estabelecer currais, para a prática da pecuária,
e roçados, para a agricultura acessória, fundar aldeias para
evangelizar os índios etc. (COSTA; FARIAS, 2009, p. 01).
O ponto mais ao interior durante o século XVI foi a Vila de São Paulo que se
localizava 65 quilômetros de São Vicente. No caso dos espanhóis, conseguiram
explorar o interior bem antes dos portugueses e isso viabilizou a exploração mais
precoce de metais preciosos.
Ressalta-se que por decreto do rei Dom João III a pecuária extensiva foi levada
para o interior e a sua execução era realizada por mão de obra livre. No sul do país,
as missões jesuíticas encamparam produções relevantes no que se refere a dimensão
agropastoril e o gado da região passou a ser chamado de missioneiro.
O Brasil na virada do século XVI para o XVII estava com suas atividades
econômicas concentradas na região nordeste em razão da pujança da produção
açucareira. A busca por outras atividades lucrativas foi materializada por meio da
atuação de expedições denominadas de entradas e bandeiras.
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esclarece que “Um dos desdobramentos do mito do sertão é o do bandeirante,
responsável pelo aumento do espaço territorial da colônia portuguesa nos séculos
XVII e XVIII”. Tendo em vista as entradas:
[...] Hélio Viana considera como entradas as que partiram das várias
capitanias do Brasil [colônia], com exceção de São Vicente, e, como
bandeiras, as que partiram desta capitania. Assim, poderíamos dizer
que as bandeiras foram paulistas, enquanto as entradas foram
maranhenses, pernambucanas, baianas, espírito-santenses e
fluminenses. Outros autores distinguem os dois movimentos,
considerando como entradas as expedições organizadas e dirigidas
pelo poder público, enquanto as bandeiras seriam as expedições
particulares (ANDRADE, 2003, p. 61).
De acordo com Costa e Farias (2009), a atuação das entradas teve a sua
relevância garantida na consolidação do território brasileiro, haja vista que instituiu
propostas de ocupação territorial e fixação cada vez maior para o interior do Brasil.
Além disso, foi fundamental para a sustentação econômica do modelo de
exploração adotado por Portugal para sua colônia Brasil. As atividades ligadas à
atuação da plantation foram cruciais e as entradas tornaram viáveis essas atuações
de suporte produtivo. Também é pertinente assinalar que as entradas tiveram uma
importância geopolítica ímpar porque colaboraram para o domínio português em
face das constantes ameaças estrangeiras. No entanto, resultou ainda no quadro de
avanço para além dos limites impostos pelo Tratado de Tordesilhas.
42
Os corpos de ordenanças, existentes em Portugal já no século XVI,
representaram um desdobramento da organização militar portuguesa
mais antiga, na qual existiam as bandeiras. Essas bandeiras medievais
constituíam-se como organizações militares espontâneas e
tumultuárias a que o Regimento das Ordenanças procurou disciplinar
ainda naquele século. No Brasil, foi através desse regimento que se
vulgarizou a definição de bandeira. As adaptações do instituto das
bandeiras por aqui não se fizeram esperar. Primeiramente, de
emprego defensivo e estático na metrópole, a bandeira passou a
exercer diversas outras funções. Seus comandantes eram, em geral,
também comandantes das milícias e ordenanças nomeados pelas
autoridades coloniais ou reinóis (FONSECA, 2017, p. 41).
Não respeitar o Tratado de Tordesilhas foi uma marca forte e importante para
a configuração do território brasileiro, pois “Sem a constituição de núcleos de
colonização portuguesa a oeste de Tordesilhas, não haveria consolidação da
expansão da fronteira que seria legitimada pelos tratados de limites” (FONSECA, 2017,
p. 47). Podemos fazer o registro de tipos distintos de bandeirismo. A seguir é
apresentado um breve panorama de cada um dos três tipos.
43
Figura 14: Bandeiras de preação
44
Figura 15: Bandeiras de prospecção
45
Figura 16: A Guerra dos Palmares, Óleo de Manuel Vítor de 1955
46
alargamento da fronteira colonial, a descoberta do ouro, o desenvolvimento da
pecuária do sul, dentre outros aspectos. O propósito dessas expedições era
proporcionar a exploração das terras do interior do Brasil e assumiu a importância de
expandir o território e dominar novas áreas, inclusive serviram de pressão em face da
pressão que Portugal vinha sofrendo em razão da presença de espanhóis. Assevera-
se que:
As grandes bandeiras traziam os índios para São Paulo e ali ficavam, então, é
47
um mito a ideia de que os bandeirantes capturavam índios para abastecer
atividades no nordeste brasileiro como forma de compensar as dificuldades
momentâneas da escravidão negra. O universo cultural dos portugueses se
intercalou com os conhecimentos indígenas porque sem eles a dificuldade de
movimentação seria enorme. É um grande engano achar que a conquista no Brasil
se deu em função da superioridade europeia, haja vista que a dominação
portuguesa aconteceu sobretudo em razão de uma ocupação constituída por meio
de alianças que viabilizavam o entendimento das trilhas, das técnicas, dos animais e
dos locais de defesa mais estratégicos. Sendo assim, os indígenas e, de modo mais
expressivo, os protagonistas foram os mestiços ou mamelucos que foram os líderes
das expedições ou integraram como capitães juntamente com os índios.
Praticamente não haviam capitães portugueses.
48
marcados pelo tráfico de escravos, conquista de terras e apropriação
de seus produtos, havendo questionamento acerca da humanidade
ou não dos índios. Este período é marcado pela disputa entre paulistas
e jesuítas e a questão não era a "legitimidade do uso de mão-de-obra
indígena mas sim de quem deveria ter direitos sobre ela" (Abud, 1985,
p. 24). O século XVIII recoloca a questão das bandeiras, na medida
em que se discute e se fixa a posição das terras ocupadas por Portugal
desde o Tratado de Tordesilhas. A descrição de caminhos, de pontos
de referência e a localização de minas tinham como função preservar
caminhos e roteiros que pudessem assegurar a glória dos paulistas e
garantir aos portugueses o domínio da terra. Assim, as primeiras
descrições e narrativas acontecem simultaneamente ao
descobrimento e à exploração das minas disputadas por diferentes
populações. Os Tratados de Madri (1750), El Pardo (1761) e Santo
Ildefonso (1777) acabaram por consagrar os contornos territoriais do
Brasil, garantindo através do princípio do uti possidetis as terras que os
colonos portugueses ocuparam da Espanha em sua busca de índios
(OLIVEIRA, 1998, p. 09).
49
FIXANDO O CONTEÚDO
50
As “plantations da América”, citadas no texto, correspondem a
51
produção de gêneros tropicais, voltada para a exportação. Esse sistema, na
atualidade, persiste em países como Brasil, Colômbia, Costa do Marfim, Índia e
Malásia, dentre outros. O sistema agrícola descrito acima refere-se à
a) Agricultura de subsistência.
b) Agricultura de jardinagem.
c) Plantation.
d) Agroecologia.
e) Agricultura de orgânicos
a) Buscando capturar o índio para utilizá-lo como mão de obra, ou para descobrir
minas de metais e pedras preciosas, o chamado bandeirismo apresador e o
prospector foram importantes para a ampliação dos limites geográficos do Brasil
colonial.
52
b) As bandeiras eram empresas organizadas e mantidas pela Metrópole, com o
objetivo de conquistar e povoar o interior da colônia, assim como garantir,
efetivamente, a posse e o domínio do território.
c) As chamadas bandeiras apresadoras tinham uma organização interna militarizada
e eram compostas exclusivamente por homens brancos, chefiados por uma
autoridade militar da Coroa.
d) O que explicou o impulso do bandeirismo do século XVII foi a assinatura do tratado
de fronteiras com a Espanha, que redefiniu a linha de Tordesilhas e abriu as regiões
de Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, possibilitando a conquista e a exploração
portuguesa.
e) Derivado da bandeira de apresamento, o sertanismo de contrato era uma
empresa particular, organizada com o objetivo de pesquisar indícios de riquezas
minerais, especialmente nas regiões de Mato Grosso e Minas Gerais.
53
ESTRATÉGIAS DE OCUPAÇÃO DO UNIDADE
03
TERRITÓRIO BRASILEIRO
3.1 A PECUÁRIA
54
do gado; d) disponibilidade de água do rio São Francisco; e)
exigência de reduzidos investimentos para a composição e custeio
dos rebanhos e; f) mercado consumidor garantido tanto para o couro
como para a carne, representado pelos engenhos (TEIXEIRA;
HESPANHOL, 2014, p. 28).
55
Figura 20: Engenho real
56
interiorização da pecuária se apresentou como fundamental. O desenvolvimento
dos rebanhos bovinos impulsionou conflitos com os produtores açucareiros, haja vista
que os animais invadiam as plantações de cana-de-açúcar e provocavam prejuízos
enormes que se agravavam pelo fato que as lavouras não possuíam cercas capazes
de conter os animais.
57
Figura 22: Territorialização do capital em meados do século XVIII
Com essas iniciativas pecuárias o território passa a ser visto para além da ideia
da cana-de-açúcar e busca por metais preciosos lançando um novo olhar acerca
58
das possibilidades de uso das terras ressignificando a atuação do homem colonial na
produção de carne, leite e couro. Assinala-se que no século XVIII:
59
O gado ao se deslocar para outras áreas do território colonial provocou um
processo de expansão colonial por meio da geração de pequenos núcleos de
povoamento.
Os tropeiros ao percorrerem muitos caminhos criados por eles faziam com que
marcassem seus locais de passagens, construção de taperas, caminhos de pedras,
além de se estabelecer relações amorosas com populações indígenas criando
núcleos familiares. A pecuária é mais que uma dimensão econômica, pois abarcou
a perspectiva cultural com o artesanato oriundo do couro como matéria prima para
a produção de artefatos e utensílios dos sertanejos, a culinária, dentre outros
aspectos.
60
Figura 24: Tropeiros
61
Os núcleos ocupacionais que surgem comportavam pequenos empórios,
tavernas, capelas, vilas, casas ou instalações de moradias de temporada,
conglomerados de feirantes, pessoas ligadas à salga e ao aproveitamento dos
subprodutos da pecuária, núcleos familiares, base de repouso e de descanso.
3.2 A MINERAÇÃO
62
possibilidades de encontrar ouro na colônia brasileira. Movimentos como as entradas
e as bandeiras compuseram essas iniciativas que ampliavam o território por meio do
adentramento no interior.
Na política econômica mercantilista de Portugal o metalismo ocupava lugar
de destaque em sua lógica econômica, haja vista que quanto mais metais preciosos
uma nação possuísse mais poderosa ela seria.
É pertinente ressaltar que a mineração também foi um importante processo
para a expansão territorial brasileira. Portugal desde o início da colonização tinha o
desejo de encontrar os metais preciosos, no entanto, somente no final do século XVII
foi possível encontrar esses metais.
63
com as atividades açucareiras de Portugal.
Com a descoberta de ouro o Brasil se destacou na produção desse metal no
cenário internacional e a repercussão da descoberta gerou consequências como a
explosão demográfica ao longo das décadas que se seguiram.
64
Figura 27: Economia colonial (século XVIII )
A mão-de-obra escrava que era destinada para o trabalho nas minas, em boa
parte, já possuíam conhecimentos e técnicas de mineração porque já as praticavam
na África e assim se alargava a exploração das jazidas auríferas.
65
e estimulando, inclusive, a emigração européia (SOUZA; REIS, 2006, p.
01).
Como não haviam estruturas para receber essas pessoas de vários lugares do
Brasil e portugueses que vieram de Portugal ampliando os problemas relacionados à
segurança, falta de alimentos, inflação, mudança da paisagem das regiões,
ampliação de queimadas, surgimento de vilas e cidades, conflitos nativistas, dentre
outros.
66
Figura 29: Áreas auríferas
67
A urbanização da economia do ouro era nômade, no entanto, as relações de
trabalho geravam uma diversificação social distinta da lógica da cana-de-açúcar.
Essa diversificação expressava as distintas possibilidades de atuação profissional e
formação de camadas sociais múltiplas que constituem o plano da garimpagem, da
faiscação, da retirada do ouro nas encostas, dentre outros aspectos.
68
variava de 30 a 100 arrobas de ouro por ano (1751). A capitação (17 gramas por
escravo) era calculada conforme a quantidade de escravos que os mineradores
possuíam em idade superior a 12 anos. Uma forma de fiscalização era a derrama
(1763) se constituía na cobrança de impostos atrasados, cuja lógica era o
recolhimento de tudo que as pessoas tinham de valor como forma de receber os
impostos atrasados.
A mão de obra era escrava que foi manchada com forte violência sobretudo
em função das condições péssimas de trabalho no universo da região mineradora.
A exploração era até a exaustão, tanto que a expectativa de vida era a mais baixa
de toda a colônia (7 a 12 anos de trabalho).
Em 1720 foram criadas as casas de fundição que transformavam o ouro em
barras e recebiam o registro real, assim como era quintado. Fez parte das estratégias
da Coroa. em função da exploração do ouro, a mudança da capital brasileira para
o Rio de Janeiro (1763), haja vista que se posicionaria no fluxo Sul-Minas e era um
porto estratégico para a ida a Portugal. Assim a capital do Brasil foi transferida no
século XVIII também como meio de controle metropolitano em relação ao
contrabando do ouro e a sua movimentação no país.
No que se refere à produção de diamantes, em 1729, foram encontradas as
primeiras minas no Arraial do Tejugo (atual Diamantina-MG) e, em 1734, se instituiu o
Distrito Diamantino. A produção de diamantes foi extraordinária ao ponto que a
Coroa proibiu a extração de 1734 a 1737 para que assim não se esgotasse as reservas,
assim como para diminuir a oferta expressiva e conseguir regular o preço no mercado
internacional. Assinala-se que em 1771 a extração de diamantes ficou sob a
responsabilidade direta da Coroa em virtude da importância desse comércio para a
vida econômica portuguesa.
69
FIXANDO O CONTEÚDO
2. (Fuvest-SP) "Os que trazem [o gado] são brancos, mulatos e pretos, e também
índios, que com este trabalho procuram ter algum lucro. Guiam-se indo uns
adiante cantando, para serem seguidos pelo gado, e outros vêm atrás das reses,
tangendo-as, tendo o cuidado para que não saiam do caminho ou se
amontoem".
(ANTONIL, Cultura e opulência do Brasil, 1711)
70
d) por destinar os trabalhos mais penosos aos negros e mais leves aos índios.
e) por impedir a emigração em massa de trabalhadores livres para o Brasil.
a) atraídos pelo ouro, vieram para o Brasil aventureiros de toda espécie, que
inviabilizaram a mineração.
b) a exploração das minas de ouro só trouxe benefícios para Portugal.
c) a mineração deu origem a uma classe média urbana que teve papel decisivo na
independência do Brasil.
d) o ouro beneficiou apenas a Inglaterra, que financiou sua exploração.
e) a mineração contribuiu para interligar as várias regiões do Brasil e foi fator de
diferenciação da sociedade.
6. (PUC – SP) “Assim confabulam, os profetas, numa reunião fantástica, batida pelos
ares de Minas. Onde mais poderíamos conceber reunião igual, senão em terra
mineira, que é o paradoxo mesmo, tão mística que transforma em alfaias e púlpitos
e genuflexórios a febre grosseira do diamante, do ouro e das pedras de cor?”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Colóquio das Estátuas. In: MELLO, S. Barroco mineiro. São Paulo: Brasiliense, 1985.
71
b) o rebaixamento na política de distribuição de terras na colônia e a vigência de
uma concepção racionalista de planejamento das cidades.
c) a diversificação das atividades produtivas na colônia e a construção de um
conjunto artístico e arquitetônico que singularizou a principal região da mineração.
d) o deslocamento do eixo produtivo do nordeste para as regiões centrais da colônia
e o desenvolvimento de uma estética que procurava reproduzir as construções
românicas europeias.
e) a expansão do território colonial brasileiro e a introdução, em Minas, da arte
conhecida como gótica, especialmente na decoração dos interiores das igrejas.
72
c) A separação e autonomia da capitania das Minas Gerais, a concessão do
monopólio da extração dos metais aos paulistas e a proliferação da profissão de
ourives.
d) A proibição do ingresso de ordens religiosas em Minas Gerais, o enriquecimento
generalizado da população e o êxito no controle do contrabando.
e) O incentivo da Coroa à produção das artes, o afrouxamento do sistema de
arrecadação de impostos e a importação dos produtos para a subsistência
diretamente da metrópole.
73
CONFIGURAÇÕES TERRITORIAIS DO UNIDADE
04
IMPÉRIO E DA PRIMEIRA REPÚBLICA
74
Portanto, as potencialidades dos recursos naturais contidas no Brasil
impulsionaram o processo de ocupação e também o desenvolvimento de atividades
econômicas. Na qual, várias matérias-primas interessavam os estrangeiros, assim
como mobilizaram os investimentos das elites brasileiras, dentre elas se
destacam: madeira, ouro, diamantes, algodão, borracha, café, etc.
“Assim, é importante compreender que a existência de uma extensa base
territorial e de uma fronteira econômica a ser desbravada fez com que a destruição
ambiental constitui se um elemento central da própria lógica de ocupação [...]”
(FIGUEIREDO, 2016, p. 12). Por isso, o século XVIII é marcado por profundas
transformações socioespaciais, sobretudo em relação à política de interiorização, a
diversificação econômica e as várias alterações de fronteiras e tratados.
75
a independência se constituiu sobre o arcabouço econômico e social gerado no
período colonial (FIGUEIREDO, 2016). Em virtude disso, as províncias imperiais, bem
como os estados federados, herdaram uma divisão territorial extremamente
desigual.
Figura 31: Mapa das Províncias Imperiais no Brasil no século XIX (1840-1882)
76
controle da nação, cuja liderança assumiram em 1831, quando
levaram D. Pedro I a abdicar. Nos anos que se seguiram, os grupos no
poder sofreram a oposição de liberais radicais que se insurgiram em
vários pontos do país (COSTA, 1977, p. 12).
E, em 1822, foi marcado pelo início do período imperial, que durou até o ano
de 1889. Para Costa (1977, p. 11):
77
e econômicas são emblemáticas no país e principalmente como vivenciou contextos
diferentes dos demais países vizinhos que conquistaram o período republicano.
78
exploração da mão de obra dos afrodescendentes foram mantidas no processo de
independência do Brasil possibilitando a integridade territorial e a formação do
Estado Nacional. Ao passo que as negociações/explorações econômicas dos países
estrangeiros propiciaram a consolidação de variadas identidades regionais no
interior da colônia, do Império, assim como da República brasileira.
Em síntese:
79
aproximação, de integração entre sociedades propiciando contatos espontâneos e
naturais, responsáveis pelo surgimento de interesses sócio-econômicos e culturais
comuns (REICHEL; GUTFREIND, 1995).
Em complemento, é importante destacar a questão da formação de fronteiras
geopolíticas no espaço brasileiro, considerando a primeira abordagem de fronteira
como linha divisória entre territórios, tomamos como fio condutor as ocupações
territoriais. E em uma segunda abordagem, fronteira sendo compreendida como
uma “[...] zona promotora de aproximações e intercâmbios econômicos e sociais,
bem como de integração cultural entre as populações de diferentes territórios”
(REICHEL; GUTFREIND, 1995)(REICHEL; GUTFREIND, 1995, p. 4)
No Brasil:
80
Outrossim, para regularizar as propriedades e conceito de terra, a Lei de Terras
também foi decretada no Brasil no ano de 1850, na qual proibia a aquisição de terras
públicas através de qualquer outro meio que não fosse a compra, colocando um fim
à aquisição por meio de ocupação ou doação da Coroa, que de acordo com Costa
(1977, p. 129) “No começo da colonização, a terra era vista como parte do
patrimônio pessoal do rei. A fim de adquirir um lote de terra, tinha-se que solicitar uma
doação pessoal [...]”. Aqui, é importante destacar que as terras a partir do século XIX,
tornou-se um patrimônio público, patrimônio da Nação, em que para adquiri-las
implicaria poder econômico e prestígio social.
81
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Enem) Viam-se de cima as casas acavaladas umas pelas outras, formando ruas,
contornando praças. As chaminés principiavam a fumar, deslizavam as
carrocinhas multicores dos padeiros; as vacas de leite caminhavam como seu
passo vagaroso, parando à porta dos fregueses, tilintando o chocalho; os
quiosques vendiam café a homens de jaqueta e chapéu desabado; cruzavam-se
na rua os libertinos retardios com os operários que se levantavam para a
obrigação; ouvia-se o ruído estalado dos carros de água, o rodar monótono dos
bondes.
AZEVEDO, Aluísio de. "Casa de Pensão". São Paulo: Martins, 1973.
82
d) parlamentar defensor das políticas protecionistas adotadas pelo império.
e) produtor de café no vale do paraíba fluminense.
a) ao problema dos altos impostos que recaiam sobre produtos do Maranhão e que
ocasionaram a Balaiada.
b) aos fatores econômicos que motivaram a Revolução Farroupilha, iniciada durante
o Período Regencial.
c) às implicações econômicas do movimento de independência da Província
Cisplatina.
d) às dificuldades econômicas do Nordeste, que justificaram a eclosão da
Confederação do Equador.
e) aos problemas econômicos do Pará, que deram origem à Cabanagem.
83
Regencial teve muito de sua origem em ações que ocorreram nas décadas de
1810 e de 1820, que foram:
6. (Simulado Tales dos Santos Pinto) O Período Regencial foi marcado por uma
grande instabilidade política, decorrente, principalmente, da eclosão de rebeliões
contra o Governo Central em diversas províncias. No aspecto econômico, a
situação também não era estável. Os principais produtos de exportação nacional
sofreram forte concorrência no mercado externo, criando dificuldades para a
economia do Brasil.
84
“Meu querido filho e imperador… Deixar filhos, pátria e amigos, não pode haver
maior sacrifício; mas levar a honra ilibada, não pode haver maior glória. Lembre-
se sempre de seu pai, ame a sua e a minha pátria, siga os conselhos que lhe derem
aqueles que cuidarem de sua educação, e conte que o mundo o há de admirar…
Eu me retiro para a Europa… Adeus, meu amado filho, receba a bênção de seu
pai que se retira saudoso e sem mais esperanças de o ver. D. Pedro de Alcântara,
12 de abril de 1831”
a) A grave crise econômica causada pela superprodução do açúcar, que fez baixar
drasticamente seu preço no mercado externo, afetando diretamente a balança
comercial brasileira.
b) A pressão exercida pelo governo britânico, insatisfeito com as medidas absolutistas
do imperador, em nome da manutenção de uma monarquia constitucional que
se espelhasse no modelo liberal inglês.
c) A perda do apoio político de grande parte da elite política, formada por grandes
fazendeiros e comerciantes, insatisfeita com o autoritarismo de d. Pedro i,
evidenciado pela criação e utilização do poder moderador.
d) A grande pressão popular, através de manifestações violentas na corte, exigindo
do imperador a adoção do voto universal, o fim da escravidão e uma reforma
agrária radical.
e) Nenhuma das alternativas acima.
8. (UFPE) Na segunda metade do século XIX, o governo brasileiro realizou uma série
de iniciativas, no que diz respeito ao desenvolvimento urbano. Sobre esta questão,
assinale a alternativa correta.
85
a gás e o abastecimento d'água foram algumas iniciativas que mudaram a face
das grandes cidades do país.
c) O desenvolvimento de uma malha ferroviária, não apenas para escoar a
produção agrícola, mas para ligar regiões, possibilitou o crescimento industrial em
regiões interioranas.
d) Construções de represas, aproveitando o potencial hidrográfico dos rios São
Francisco, Amazonas e Paraná para a produção de energia, facilitaram a
industrialização.
e) A política econômica protecionista, traduzida na Tarifa Alves Branco (1844),
possibilitou o aparecimento de indústrias, as quais determinaram a vinda de
imigrantes europeus, mudando a face das cidades.
86
POLÍTICAS TERRITORIAIS NO UNIDADE
05
SÉCULO XX
87
ou seja, após a Segunda Guerra Mundial.
88
Integrar um país marcado por culturas tão singularidades não foi e não é ainda
uma proposta real, apenas um ideal extremamente necessário, mas emblemático
quando o assunto perpassa a identidade e a diferença. A ideia de litoral e sertão se
fez muito presente para se pensar esse processo de integração nacional, em que no
Brasil aspirava principalmente nos discursos a teoria de modernização do país. Nísia
Lima (2013, p. 21-22) ressalta que foi (re)construído um imaginário social e político
sobre o conceito de sertão, segundo a socióloga:
Nesse sentido, esse sertão pode ser interpretado como os indígenas, o ouro, a
sesmaria e a aventura (LIMA, 2013). Esse imaginário foi elaborado pelos viajantes,
missionários e cronistas que passaram pelo território brasileiro desde o período do
Brasil colônia em que “[...] a região colonial representaria o espaço preenchido pelo
colonizador, como sua antítese encontra-se o sertão” (LIMA, 2013, p. 22).
E foi nas primeiras três décadas do século XX, que os temas sertão,
povoamento, civilização, nacionalidade e ciência ganharam notoriedade nas
discussões políticas, culturais e socioeconômicas da classe dominante no Brasil. Ao
passo que em muitas perspectivas opunha à civilização do litoral, a ‘barbárie’ do
sertão em que enaltece a ideia de que “[...] civilizar, então, significava, antes de mais
nada, estender o raio de ação da autoridade, significava generalizar o princípio da
89
ordem” (LIMA, 2013, p. 23). Contexto esse que foi marcado por várias revoltas durante
o período regencial.
Mas foi no pós-1930 que esse processo de construção material e territorial da
nação que encontrou momentos importantes, pois, foi nesse período que a Comissão
Rondon sobretudo nas viagens científicas do instituto Oswaldo Cruz, que novas
‘imagens’ dos sertões foram atualizados, ou seja, associaram à doença e ao
abandono pelo Estado.
90
XX, principalmente nos países subdesenvolvidos, pautados numa perspectiva que os
Estados-nação deviam ser culturalmente homogêneos. Promovendo uma
91
entre litoral e interior que valoriza negativamente os sertões, “[...] visto como espaço
da barbárie ou do atraso cultural, as que os idealizaram como lugar em que se
desenvolveria a autêntica nacionalidade, e as ambivalências em torno dessa
representação geográfico/social” (LIMA, 2013, p. 50).
92
Figura 34: Marco Zero e Esplanada dos Ministérios em 30/09/1958
93
Figura 35: Caravana da Integração Nacional saindo do Rio de Janeiro rumo a Brasília em
janeiro de 1960
Esse encontro de perspectivas e culturas nos faz pensar sobre esse Brasil real
que é marcado por um intenso (des)encontros de hábitos, saberes, comportamentos,
ações inclusive crenças. Em virtude de sua construção fez surgir pequenos
acampamentos ao redor do Plano Piloto para abrigar os trabalhadores que vieram
para construir a nova capital. Portanto, a construção de Brasília, a capital modernista,
foi construída no sertão brasileiro.
94
Figura 36: Enquadramento do Brasil
95
Figura 37: A ocupação do território brasileiro
96
Figura 38: Evolução da divisão regional do Brasil
97
Figura 39: Propostas de novas unidades federativas
98
Rocas e Ilhas de Trindade e Martin Vaz localizadas no mar territorial brasileiro.
99
Figura 41: Divisão dos estados brasileiros
100
FIXANDO O CONTEÚDO
101
a) a Região Sudeste, coordenando o mercado nacional, caracteriza-se por ser
exportadora unicamente de produtos provenientes do setor primário.
b) a Região Sul desempenha um papel eminentemente industrial como fornecedora
de produtos do setor secundário.
c) a Região Norte caracteriza-se pela exportação de matérias-primas de origem
diversa, com destaque para os minérios.
d) A Região Nordeste, mesmo com seus problemas endêmicos, consegue ser
fornecedora de alimentos para a força de trabalho de outras regiões.
e) A Região Centro-Oeste caracteriza-se principalmente pela exportação de
produtos agrícolas com destaque para o cacau e o fumo.
102
III. A redução dos gastos públicos e a diminuição do papel do Estado na economia
levaram a cortes nos investimentos em infraestrutura, piorando a oferta de serviços
públicos.
IV. A paridade cambial que marcou esse período resultou em uma aceleração do
consumo e, em consequência, no aumento da oferta de emprego e na elevação
da qualidade de vida da população.
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) II e IV, apenas.
e) III e IV, apenas.
a) Região Norte.
b) Região Nordeste.
c) Região Centro-Oeste.
d) Região Sudeste.
e) Região Sul.
103
parte do tempo ocioso nas filas, têm seu custo majorado, onerando fortemente o
exportador, afetando sua margem de lucro e ameaçando nossa competitividade
internacional.
FLEURY, P. F. A infraestrutura e os desafios logísticos das exportações brasileiras. Rio de Janeiro: CEL; Coppead; UFRJ, 2005
(adaptado).
a) carência de matérias-primas.
b) degradação da rede rodoviária.
c) aumento do crescimento vegetativo.
d) centralização do poder político.
e) realocação da atividade industrial.
104
TERRITÓRIO BRASILEIRO NO UNIDADE
06
SÉCULO XXI
Enfim, século XXI, abordar um período que vive requer ainda mais atenção nas
reflexões críticas e reflexivas pois constantemente se configura a maneira de olhar,
escutar, analisar e sintetizar os fatos ocorridos. Mas, já é possível se desenvolver
percepções, principalmente pelos avanços do neoliberalismo articulado ao
movimento da globalização constituindo uma fase da expansão atual do
capitalismo. O neoliberalismo está intimamente relacionado à produção e à
reorganização espacial em função do conjunto de forças que envolve a diversidade
socioespacial em prol da prevalência do mercado por intermédio do Estado
(MAGALHÃES, 2015).
105
mundial complexa em redes sobre territórios, porém sem uma função política, sem
atingir o status de uma sociedade política [...]”. Na qual, no espaço nacional
observamos um enfraquecimento do papel do Estado, tanto no âmbito de
estratégias, quanto nas decisões soberanas.
Por sua vez, Delors (1996, p. 248) afirma que “As políticas sociais, culturais e
educativas adotadas pelos Estados em relação aos diversos povos, nações e grupos
étnicos que vivem nos territórios refletem, diretamente, tensões". Em virtude sobretudo
da diversidade étnica no interior de suas fronteiras que marcam as “minorias”
religiosas, linguísticas e nacionais, sendo essas as populações tradicionais (indígenas
e afrodescendentes) as principais referências que em suma foram subordinadas por
vezes à força e contra vontade aos anseios do Estado e da sociedade dominante.
Identidades sendo reconstruídas, ao mesmo tempo que uma nova ideia de
consciência nacional em que muitos foram obrigados a abandonar a sua cultura,
língua, religião, tradições e se adaptarem às normas e costumes estrangeiros.
Embora, ressaltamos que esse processo de (des)encontros não foram pacíficos e
isentos de hibridismo cultural.
106
Figura 44: Diversidade étnica e cultural brasileira
[...] Com certeza que não faltam, nos nossos dias, exemplos de
nacionalismo étnicos excessivos que conduzem ao separatismo
político e à decomposição social, para não falar de massacres que
chegam a ser verdadeiros genocídios e de campanhas de
purificação étnica alimentadas pelo ódio. Contudo, a diversidade
étnica não desaparecerá por encanto e não é realista censurar as
políticas multiculturalistas em relação a muitos conflitos que, muitas
vezes, têm exatamente por origem o não-reconhecimento da
diversidade étnica ou o seu aniquilamento (DELORS, 1996, p. 250)
107
Figura 45: Estado brasileiro e cidadania
108
Figura 46: Território brasileiro
As nossas fronteiras atuais são resultado das dinâmicas do período colonial até
o século XXI de modo a refletir as ações do Estado no transcurso da história. As
transformações políticas proporcionam as mudanças no desenho das fronteiras.
Lembrando que com o processo de globalização as relações geopolíticas têm
alterado significativamente a maneira de lidar com as fronteiras, mantendo-as nos
seus pontos geométricos, no entanto, podem reconfigurar as relações de modo a
implicar nas funções exercidas pelos países.
109
- a necessidade de uma política de interiorização, visando a
incorporar a imensa massa continental inexplorada ao processo de
enriquecimento e de fortalecimento do Poder Nacional;
- nesta política, acentuada prioridade vem adquirindo a consciência
da importância do desenvolvimento e da defesa da região
amazônica;
- a vantagem de nossa maritimidade estará sempre assentada numa
respeitada presença estratégica no Atlântico Sul;
- o desenvolvimento aeronáutico, (transporte, vigilância e defesa)
face à extensão geográfica do país, constitui-se em fator
indispensável à integração territorial;
- em termos gerais, impõe-se uma política de desenvolvimento
econômico, social, científico e tecnológico em benefício de todo o
território;
- prevalece o reconhecimento de que o Brasil possui condições para
vir a ser uma das grandes potências de nível mundial para chegar a
isto precisará melhorar o seu desempenho administrativo e acelerar o
seu desenvolvimento econômico e social;
- em face das ambições internacionais suscitadas pelo seu imenso
patrimônio geográfico e suas riquezas inexploradas, o Brasil precisa
manter uma força militar de dissuasão estratégica, capaz de
desencorajar possíveis tentativas de aventura sobre o seu território
(MATTOS, 2000, p. 16).
110
Figura 47: Trabalho escravo no Brasil do século XXI
111
Figura 48: Posição geoestratégica do Brasil
112
que discutir o desenvolvimento implica discutir o papel das classes sociais no Brasil e
os seus interesses inconciliáveis em meio as distintas racionalidades. Dessa forma, é
algo mais complexo que passa pelo amadurecimento e compreensão do atual
estágio imperialista do capitalismo e suas relações dialéticas que sedimentam a
perspectiva de atraso que viabiliza a superexploração nas economias periféricas
(STRAUSS, 2019).
113
Figura 49: Patriotismo
114
desenvolvimento do Brasil coloca a questão da desigualdade como fulcral devido
aos problemas geoeconômicos que estão associados à realidade brasileira. Para
Pires (2020) essa situação de fragilidade que estamos vivendo é resultado de longos
períodos de aprofundamento das experiências de vulnerabilidade que se
interconectam nos polos renda, moradia, território, gênero e desigualdade racial.
Estamos diante de uma desigualdade socioespacial que se manifesta no
território e encontra-se materializada por meio das dinâmicas e condições que fazem
com que o nosso país seja um dos mais desiguais do mundo. Pires (2020) esclarece
que:
115
Figura 50: Desigualdade socioespacial
De acordo com a leitura desses autores, conhecer o território permite ter uma
visão diferenciada da sociedade e possibilita identificar o que produz as
desigualdades e as condições subumanas. Nesse sentido, a proatividade e o
engajamento são uma marca importante para fundar novas realidades mais
promissoras para a população brasileira.
A crise sanitária que vivemos se retroalimenta com as desigualdades que
temos alimentado ao longo da nossa história socioespacial do Brasil. O raciocínio
espacial se apresenta nessa discussão como fundamental porque ultrapassa a ideia
de representação e alcança a inovação e a interpretação da realidade em face
das possibilidades de transição em distintas escalas.
Vale a pena sinalizar que o poder se articula e manifesta em lógicas espaciais
expondo forças que impulsionam certas dinâmicas em detrimento de outras. E o
plano local, na atual fase do capitalismo, dialoga com o global, ganhando
relevância a geoeconomia que combina redes de territórios e seus fluxos em múltiplas
escalas. Em tal horizonte, o Estado nacional tem se ressignificado e o seu
entendimento é crucial para se projetar ações no cenário do século XXI.
116
Figura 51: Lógicas espaciais e as redes geográficas
117
Figura 52: Disputa entre Estados Unidos e China
O panorama do mundo nesse campo tem mudado com a ideia da nova rota
da seda e o novo cinturão econômico envolvendo a Europa, a África e Ásia como
forma de expandir a capacidade de polarização chinesa.
Cabe lembrar que os Estados Unidos ainda possui a primazia das invenções e
dos avanços em ciência e tecnologia, bem como grandes avanços no campo
militar. Essa situação está vem sendo ameaçada com o crescimento do papel chinês
no que se refere ao avanço técnico no século XXI.
118
Figura 54: Países líderes em inovação
119
Figura 55: Desigualdade de renda no Brasil
120
pontos de maior expressão. É salutar esclarecer que a desigualdade impacta
diretamente nas oportunidades e resultados educacionais. Os resultados do Exame
Nacional do Ensino Médio manifestam que os jovens de famílias vulneráveis possuem
menos oportunidades de acesso à educação. Sendo assim, a desigualdade de
renda afeta a educação e vice-versa.
121
Figura 57: A educação como materialização da desigualdade
A prioridade deve ser os mais pobres porque essa perspectiva colabora para
a qualidade da economia. Um caminho necessário é o investimento na educação
de qualidade e ações específicas com qualidade, transparência e controle social.
Além disso, é preciso impulsionar a construção de um sistema tributário que torne
possível a justiça, mudando o atual quadro em que, proporcionalmente, quem
ganha menos paga mais imposto.
O social não pode ser apartado do econômico, pois são polos indissociáveis
fazendo-se necessário retomar o congresso brasileiro para o jogo político em busca
da equidade e das formas de dar espaço para os diferentes interesses no futuro do
país.
A desigualdade socioespacial no Brasil possui relações com a tradição
escravocrata que condena os pobres como classe social excluída, mesmo fazendo
uso de um discurso de inclusão. Nesse sentido, o racismo assume uma face
democrática em meio a nossa cultura deixando-o vivo, sedimentando por meio do
moralismo uma ideologia que favorece a elite que pretende se apropriar de modo
exclusivo dos benefícios promovidos pelo Estado.
O discurso político vigente encobertado pelo moralismo político proporciona
o escamoteamento da verdadeira pretensão de modernização da escravidão que
pretende sustentar o racismo de raça e de classe. A criminalização da política social
como estratégia das nossas elites é uma saída para atacar os avanços sociais e para
122
isso o interesse de garantir o orçamento público para o mercado sustenta até mesmo
a orquestração de golpes políticos que pertencem ao processo de expropriação da
riqueza.
Por sua vez, a classe média branca luta para manter os privilégios
educacionais e culturais como forma de arcar com a competição e justificação de
sua condição de não cidadania em função da busca permanente por privilégios,
condição que descaracteriza a noção de cidadania.
A herança colonial desigual nas regiões brasileiras é um fator significativo para
a compreensão das nossas configurações territoriais. E o congelamento dos gastos
públicos, promovido pelo governo federal com apoio do congresso, atingiram
principalmente aos mais pobres que demandam políticas de saúde e educação
com ampla cobertura, sobretudo com o agravamento dos problemas sociais.
As desigualdades socioespaciais estão cristalizadas e institucionalizadas nas
nossas estruturas sociais devido a carência de um pensamento do espaço
geográfico brasileiro como um todo com políticas de longo prazo. Para ir além das
políticas assistencialistas é preciso tocar em temas necessários com vistas a constituir
mecanismos para superar o nosso padrão socioespacial ancorado em uma
sociedade racista, escravocrata e patrimonialista.
Nesse tocante, esclarece-se que no Brasil ainda não foi feita a reforma agrária.
A situação da propriedade não foi discutida de fato e a abolição da escravatura foi
123
conduzida sob o manto da perpetuação da desigualdade. Em tal cenário, faz-se
necessário reforma agrária, reforma urbana, política de redistribuição de renda,
taxação de fortuna, dentre outras políticas que possam tocar radicalmente na
estrutura social com rebatimento no espaço. Apenas ações de assistencialismo não
são suficientes para romper as iniciativas que se constituem alicerçadas na
desigualdade socioespacial brasileira.
Ao abordarmos o comportamento e expansão das indústrias no território
brasileiro percebemos que há uma concentração de renda no Brasil. A estrutura
industrial reflete uma desconcentração para além das regiões sul e sudeste, no
entanto, essa trajetória ainda não foi suficiente para romper com o fato que
aproximadamente 70% das indústrias se concentram nessas regiões. Por outro lado,
as regiões norte, nordeste e centro-oeste aumentaram suas participações na
produção industrial nesses primeiros anos do século XXI.
É salutar pensar que para reduzir as desigualdades no Brasil é preciso entender
que para combater a desigualdade é necessário reduzir a diferença entre as rendas
dos mais pobres e os mais ricos por meio da tributação dos mais ricos. A pobreza
pode ser reduzida mesmo que nada aconteça com os mais ricos. A desigualdade
em nosso país é uma das mais elevadas do mundo (CAMPELLO, 2017).
124
como forma de ampliar a igualdade de oportunidade, considerando as condições
e o acesso aos bens em função da localização geográfica. O desenvolvimento de
habilidades cognitivas e de competências socioemocionais são cruciais para a vida
escolar e colaboram para o rompimento do ciclo de pobreza.
Para a realização dessas iniciativas, faz-se necessário investir significativamente
em ações em prol da taxação dos mais ricos por meio da elevação dos impostos dos
mais ricos como, por exemplo, sobre a herança, a propriedade e a alíquota do
imposto de renda daqueles que compõem o grupo mais abastado da população.
Investimentos educacionais e em saúde são fundamentais para a alteração
da realidade em longo prazo, no entanto, a população de alta vulnerabilidade
socioeconômica depende de uma assistência social que proteja os mais pobres dos
choques econômicos provocados pela lógica econômica em curso no Brasil.
125
FIXANDO O CONTEÚDO
a) A pobreza no Brasil não é causada por um episódio único, sendo resultado de uma
série de fatores históricos, sociais, conjunturais e políticos.
b) O tipo de colonização ao qual o Brasil foi submetido no passado exerce influência
até os dias atuais na distribuição da riqueza no país.
c) Fatores históricos possuem influência insignificante na expressiva quantidade de
pessoas que vivem na pobreza no Brasil. O principal fator reside em uma tradição
cultural de desvalorização do trabalho. A maior parte dessas pessoas opta por não
trabalhar, por comodismo ou escolha.
d) O desenvolvimento tardio do país configura-se como uma das causas do quadro
de pobreza brasileiro.
e) A histórica dependência econômica que nosso país tem em relação às nações
desenvolvidas e organismos financeiros internacionais agrava ainda mais a
desigualdade social e a pobreza existentes no Brasil.
I. O cálculo adotado pelo Brasil em 2011 define extrema pobreza como aquela em
que o indivíduo recebe menos de 70 reais mensais, cerca de 2,3 reais por dia.
II. Segundo a ONU e o Banco Mundial, as pessoas em situação de extrema pobreza
são aquelas que vivem com menos de 1,25 dólar por dia.
III. Os critérios adotados pelo Governo brasileiro, ONU e Banco Mundial são muito
distintos. Se adotada a medida internacional, teríamos no Brasil um número muito
maior de pessoas classificadas em situação de extrema pobreza.
126
a) I e III.
b) I e II.
c) II e III.
d) Todas as alternativas.
e) Apenas a alternativa I.
4. (Simulado Amarolina Ribeiro) Nos últimos anos, o país tem adotado políticas
públicas para o combate à fome e à miséria no país. Entretanto, o foco principal
dessas políticas tem sido um programa em que o Governo oferece subsídio para
famílias em condições de pobreza ou miséria acentuada. Que programa é esse?
a) PETI.
b) Bolsa Família.
c) Prouni.
d) Minha casa, minha vida.
e) Garantia safra.
5. (Simulado Rodolfo Pena) “O Brasil dispõe de uma extensa rede fluvial, que pode
127
servir à navegação em condições naturais. São 28 mil quilômetros de rios
naturalmente navegáveis, ou seja, não há necessidade de nenhuma obra de
dragagem ou transposição para sua utilização como meio de transporte. No
entanto, apenas 10 mil quilômetros são utilizados para o transporte de passageiros
e de carga”.
SILVA, A. C. et. al. Geografia contextos e redes. 1º ed, vol. 2. São Paulo: Moderna, 2013. p.51
128
país, onde está localizada a maior parcela da base produtiva, que se moderniza
mais rapidamente, e onde estão as melhores condições locacionais’”
Maria Luisa Catello Branco in As metrópoles e a questão social brasileira. Rio de Janeiro: Revan, 2007. p. 101 Adaptado.
a) I e II, apenas.
b) I, II e III, apenas.
c) I, II e IV, apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
129
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E
130
REFERÊNCIAS
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InterSaberes, 2018.
ARNAUT, L.; MOTTA, R. P. S. A Segunda Grande Guerra. São Paulo: Atual, 1994.
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séculos XVIII e XIX: uma análise comparativa introdutória. In: XII Seminário sobre a
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