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do Brasil
2019
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Profª. Andréa Oliveira Hopf Diaz
Profª. Josélia Elvira Teixeira
D542f
Diaz, Andréa Oliveira Hopf
Formação econômica do Brasil. / Andréa Oliveira Hopf Diaz;
Josélia Elvira Teixeira. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
CDD 330.981
Impresso por:
Apresentação
Seja bem-vindo a nova jornada que iniciaremos com o nosso livro de
estudos da Disciplina Formação Econômica do Brasil.
III
no século XIX; o Tópico 2, destaca o desenvolvimento da indústria no início
do século XX; seguido do processo de substituição de importações, iniciado
na década de 1930, assunto que continua na unidade a seguir, mas que já
ganha destaque aqui, no Tópico 3 desta unidade.
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO.......................................................... 1
VII
2.2 A ECONOMIA MONETÁRIA INCIPIENTE................................................................................ 64
3 A BASE ECONÔMICA CAFEEIRA................................................................................................... 70
3.1 AS CONDIÇÕES DE OCORRÊNCIA E MERCADO ................................................................. 70
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 81
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 82
VIII
3 ESTAGNAÇÃO E INFLAÇÃO BRASILEIRA: OS PLANOS DE
ESTABILIZAÇÃO ECONÔMICA.................................................................................................... 165
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 174
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................... 176
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 177
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 179
IX
X
UNIDADE 1
EXPANSÃO EUROPEIA E
COLONIZAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1 INTRODUÇÃO
Este tópico tem como proposta entender os motivos que levaram os reinos
como (Portugal, Espanha, Inglaterra, França e Holanda) a buscar por novas rotas
de comércio por mares até então desconhecidos como o Oceano Atlântico e
Índico. Veremos que estes reinos estavam em busca das especiarias na África e
Ásia para comerciarem na Europa, pois o comércio era de domínio dos genoveses
e venezianos pelo mar Mediterrâneo.
3
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
4
TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/asgrandesnavegaes-150330144711-conversion-
gate01/95/as-grandes-navegaes-1-638.jpg?cb=1427744902>. Acesso em: 14 jul. 2018.
NOTA
VOCÊ SABIA?
“Portugal se afirmava no conjunto da Europa como um país autônomo, com tendência
a voltar-se para fora. Os portugueses já tinham experiência, acumulada ao longo dos séculos
XIII e XIV, no comércio de longa distância, embora não se comparassem ainda a venezianos e
genoveses, a quem iriam ultrapassar. Aliás, antes de os portugueses assumirem o controle de
seu comércio internacional, os genoveses investiram na sua expansão, transformando Lisboa
em um grande centro mercantil sob sua hegemonia. A experiência comercial foi facilitada
também pelo envolvimento econômico de Portugal com o mundo islâmico do Mediterrâneo,
onde o avanço das trocas pode ser medido pela crescente utilização da moeda como meio
de pagamento. Sem dúvida, a atração para o mar foi incentivada pela posição geográfica
do país, próximo às ilhas do Atlântico e à costa da África. Dada a tecnologia da época, era
importante contar com correntes marítimas favoráveis, e elas começavam exatamente nos
portos portugueses ou nos situados no sudoeste da Espanha.
Por último, lembremos que, no início do século XV, a expansão correspondia aos
interesses diversos das classes, grupos sociais e instituições que compunham a sociedade
portuguesa. Para os comerciantes era a perspectiva de um bom negócio; para o rei era
a oportunidade de criar novas fontes de receita em uma época em que os rendimentos
da Coroa tinham diminuído muito, além de ser uma boa forma de ocupar os nobres e
motivo de prestígio; para os nobres e os membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus
cristianizando "povos bárbaros" resultava em recompensas e em cargos cada vez mais
difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar
significava sobretudo emigrar, tentar uma vida melhor, fugir de um sistema de opressões.
Dessa convergência de interesses só ficavam de fora os empresários agrícolas, para quem
a saída de braços do país provocava o encarecimento da mão de obra. Daí a expansão ter-
se convertido em uma espécie de grande projeto nacional, ao qual todos, ou quase todos,
aderiram e que atravessou os séculos”.
FONTE: FAUSTO, Boris. História do Brasil: história do Brasil cobre um período de mais de
quinhentos anos, desde as raízes da colonização portuguesa até nossos dias. São Paulo: Edusp,
1996. Disponível em: <http://www.intaead.com.br/ebooks1/livros/hist%F3ria/12.Hist%F3ria%20
do%20Brasil%20-%20Boris%20Fausto%20(Col%F4nia).pdf>. Acesso em: 21 jul. 2018.
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
Pimenta
Noz Moscada
FONTE: <http://4.bp.blogspot.com/-6MHcINfEpTY/TrLwu-20GgI/AAAAAAAAA6M/lY0vMUK50Vw/
s400/Especiarias.png>. Acesso em: 20 jul. 2018.
6
TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
Segundo Fausto (1996, p. 14), “ouro e especiarias foram bens sempre muito
procurados nos séculos XV e XVI, mas havia outros, como o peixe, a madeira,
os corantes, as drogas medicinais e, pouco a pouco, um instrumento dotado de
voz – os escravos africanos”. Portugal assumiu o comércio da pimenta que era
monopólio de Veneza, considerada, na época, a especiaria mais cara da Índia,
produto que passou a dar muito lucro para os portugueses (SIMONSEN,1967).
FONTE: <https://image.slidesharecdn.com/aula01antecedentesdaproduodoespaobrasileiro-
150219171925-conversion-gate01/95/antecedentes-da-produo-do-espao-brasileiro-18-638.
jpg?cb=1424388101>. Acesso: 14 jul. 2018.
7
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
• a expansão do comércio;
• obter metais preciosos pela escassez para a cunhagem de moedas;
• terras para produção de alimentos;
• busca das especiarias na Ásia e África;
• igreja católica tinha grande influência religiosas.
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TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
UNI
ESCOLA DE SAGRES
9
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/21/Caminho_maritimo_para_a_
India.png>. Acesso: 18 jul. 2018.
Período Fase
Conquista de Ceuta – localizado no Estreito de Gibraltar –
1415 dominado pelos muçulmanos – ponto de partida para chegar ao
litoral da África.
1434 Gil Eanes ultrapassou o Cabo do Bojador.
10
TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
Período Fase
Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, no extremo
1488
sul da África.
Vasco da Gama chegou a Calicute, na Índia, realizando um novo
1498
caminho para o Oriente.
1500 Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil.
NOTA
De acordo com Souto Maior (1976) Portugal atingiu o auge quando passou
a colonizar o Brasil. Nesse período, Portugal possuía outras colônias, como
podemos observar na figura a seguir. Dessa forma, as novas colônias fomentavam
a economia portuguesa com os produtos extraídos e comercializados no mercado
europeu por Portugal.
11
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
NOTA
Uma Feitoria é um lugar ou estabelecimento, que pode ou não ser fortificado, geralmente
situado junto a um porto, e que funcionava como um entreposto comercial para as trocas
comerciais com os naturais da região ou com os mercadores que aí se deslocavam. Muito do
comércio português nos territórios descobertos na época dos Descobrimentos era efetuado
através das feitorias aí fundadas. A primeira dessas feitorias foi a Feitoria de Arguim na costa
africana. No Golfo da Guiné foi fundada uma outra feitoria, a Feitoria da Mina, na qual se
desenvolvia o comércio de escravos, marfim, malagueta e ouro. No Oriente foi fundada
uma extensa rede de feitorias que permitiram a Portugal tornar-se o mais poderoso Estado
mercantil do mundo.
FONTE: <https://images.slideplayer.com.br/6/5652141/slides/slide_2.jpg>.
Acesso em: 18 jul. 2018.
NÃO!
ISSO AINDA
NÃO FIZ!
E EU
COM
ISSO?
CERTO, CRISE!
VOU ASSINAR ESTE CARAVELAS
CHEQUE PARA A USADAS
COMPRA DAS
CARAVELAS! SANTA
PINTA
MARIA
NIÑA
FEZ UM
VOU LEVAR
ESSAS TRÊS! ÓTIMO
NEGÓCIO!
14
TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
UNI
As Viagens de Colombo
A frota da terceira viagem era formada por seis navios, divididos em dois grupos.
Colombo modificou a rota para uma latitude mais próxima da linha equinocial, descobriu a ilha
de Trinidad e o delta do Orinoco, na atual Venezuela, tendo sido o primeiro europeu a avistar
terras continentais do novo mundo na sua porção sul. Dirigiu-se para o estabelecimento de
Santo Domingo, Espanhola, para defrontar-se com uma situação de guerra entre os próprios
castelhanos e de extermínio e sujeição dos nativos a trabalhos forçados para produção
de alimentos e mineração do ouro. As desavenças entre os colonizadores resultaram na
destituição de Colombo, que retornou como prisioneiro à Espanha.
FONTE: VELOSO FILHO, Francisco de Assis. A expansão europeia dos séculos XV e XVI:
contribuições para uma nova descrição geral da terra. Revista Equador (UFPI), v. 1, n. 1, p.
4-25, jun./dez., 2012, p. 7-8.
15
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
Alguns estudiosos dizem que Colombo morreu sem saber que havia
chegado em um novo continente pela rota que havia traçado. A divulgação de
um novo caminho fez com que os portugueses ficassem preocupados, levando a
estabelecer direito de posse das terras encontradas (SOUTO MAIOR, 1976).
NOTA
Bulas
Durante os séculos XV e XVI, o poder não se restringia aos reis, figurando como
sujeito no âmbito internacional, o Papa. Época em que o Sumo Pontífice exercia através do
seu poder temporal e espiritual significativa influência e interferência nos conflitos ocorridos
entre os Estados, quadro que começaria a ser modificado somente no século XVII, pelo
Tratado de Paz de Westfália (1648), quando os Estados passariam a ter menos influência do
Catolicismo
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TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
FONTE: PONTIN, Rafael de Almeida Leme. As bulas e tratados dos séculos XV, XVI e XVIII na
história do direito brasileiro: seus reflexos na América portuguesa. Disponível em: <http://
www.salesianocampinas.com.br/unisal/downloads/art07cad04.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2018.
FONTE: <https://i0.wp.com/files.professor-leandro.webnode.com.br/200000227-82a2284978/
cabral2.png>. Acesso em: 19 jul. 2018.
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
UNI
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TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
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TÓPICO 1 | AS GRANDES NAVEGAÇÕES MARÍTIMAS NO SÉCULO XV
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
DICAS
NOTA
Para saber mais sobre a Era das Navegações, na Espanha, assista ao filme
A Conquista do Paraíso de 1492, que narra toda a viagem do navegador genovês
Cristóvão Colombo e a descoberta da América em 1492, e o primeiro contato os índios.
Colombo conhece uma pessoa que poderá conseguir uma audiência com a rainha Isabel,
da Espanha e viabilizar sua expedição. Por meio do filme, você poderá analisar o papel
social dos banqueiros no contexto das Grandes Navegações. Disponível em: <https://www.
youtube.com/watch?v=ip9H_2MjWJY>. Acesso em: 14 jul. 2018.
22
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• O que foi o Périplo africano em que Bartolomeu Dias chegou até o Cabo das
Tormentas; isto é, o caminho para se chegar as Índias foi contornado pelo
continente africano.
23
AUTOATIVIDADE
1 Explique por que Portugal foi o primeiro país a dar início às Grandes
Navegações.
3 Explique por que Portugal não aceitou a Bula Inter Coetera e foi estabelecido
um novo acordo conhecido como Tratado de Tordesilhas.
24
mantêm longos, sem nunca cortar. Eles se pintam de preto, e são da cor dos
canários, nem negros nem brancos, e se pintam de branco, e de encarnado,
e do que bem entendem, e pintam a cara, o corpo todo, e alguns somente
os olhos ou o nariz. Não andam com armas, que nem conhecem, pois lhes
mostrei espadas, que pegaram pelo fio e se cortaram por ignorância. Não
tem nenhum ferro: as suas lanças são varas sem ferro, sendo que algumas
têm no cabo um dente de peixe e outras uma variedade de coisas. Todos,
sem exceção, são de boa estatura, e fazem gesto bonito, elegantes. Vi alguns
com marcas de ferida no corpo e, por gestos, perguntei o que era aquilo
e eles, da mesma maneira, demonstraram que ali aparecia gente de outras
ilhas das imediações com a intenção de capturá-los e então se defendiam. E
eu achei e acho que aqui vêm procedentes da terra firme para levá-los para
o cativeiro. Devem ser bons serviçais e habilidosos, pois noto que repetem
logo o que a gente diz e creio que depressa se fariam cristãos; me pareceu
que não tinham nenhuma religião. Eu, comprazendo a Nosso Senhor, levarei
daqui, por ocasião de minha partida, seis deles para Vossas Majestades, para
que aprendam a falar. Não vi nesta ilha nenhum animal de espécie alguma,
a não ser papagaios”. Todas as palavras que acabo de transcrever são do
Almirante e nelas se refletem as impressões que colheu no primeiro contato
com os índios”.
25
26
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
As condições em que o Brasil foi ocupado são decorrentes das
transformações históricas que se consolidaram entre o século XV e XVI e que
derivou a denominação de economia-mundo europeia. Para Wallerstein, a
economia-mundo era algo diferente, um sistema mundial, não porque englobava
todo o mundo, mas incluía impérios, cidades-Estado e as nações-estado. Nesse
sentido, a colonização é inerente a este sistema mundial que se configurava
(MENDONÇA; PIRES, 2002). Como se viu no tópico anterior, todos estavam
interessados no comércio além do continente europeu, o que permitiu o
desenvolvimento da expansão ultramarina.
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
DICAS
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
UNI
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
DICAS
Para saber mais sobre o assunto, leia o artigo intitulado Imagens do Brasil: o
século XVI, que aborda as percepções dos primeiros exploradores do Brasil sobre os costumes
dos nativos no século XVI. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0103-40141990000300005>. Acesso em: 16 jul. 2018.
30
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
UNI
1) O poder que viera parar às suas mãos era forte, centralizado e o seu governo tendeu
abertamente para o absolutismo. Com efeito reuniu cortes logo quando subiu ao trono,
em Montemor-o-Novo e só mais três vezes, em 1498, 1499 e 1502, e sempre em Lisboa,
o que é significativo. Nas cortes de Montemor-o-Novo, toma medidas no sentido duma
centralização mais profunda de toda a administração pública: mandou confirmar todos
os privilégios, liberdades e cartas de mercê, pelos principais letrados do reino que elegeu,
reforma os tribunais superiores e toma uma política de tolerância em relação aos nobres
emigrados por razões políticas e judeus castelhanos que D. João II reduzira à escravatura.
Pelo decreto de 1496 obriga todos os judeus que não se quisessem batizar a abandonar o
país no prazo de dez meses, sob pena de confisco e morte. Pela lei de 4 de maio de 1497,
proibiu que se indagasse das crenças dos novos convertidos e, por alvará de 1499, dificulta
a saída do reino aos conversos. O objetivo era agradar aos Reis Católicos e ao mesmo
tempo, evitar que os judeus continuassem a ser um todo independente dentro do reino.
Pelas Ordenações Afonsinas, deixa de reconhecer individualidade jurídica aos judeus; faz a
reforma dos forais, com o fito económico de atualizar os encargos tributários e para eliminar
a vida local; em 1502 saiu o regimento dos oficiais das cidades, vilas e lugares (Livro dos
Ofícios); em 1509 o das Casas da Índia e Mina e em 1512 saiu o novo regimento de sisas.
Por outro lado, com D. Manuel inaugura-se o Estado burocrático e mercantilista, mandando
cunhar índios, o português ou escudo de prata.
2) D. Manuel herdou o impulso dos descobrimentos. Partiu para a índia (8 de julho de 1497) a
armada de Vasco da Gama, que chegou a Calecut em 20 de maio de 1498. Em 1500 uma
armada comandada por Pedro Álvares Cabral, com o objetivo da Índia, rumou intencionalmente
(opinião atual) para sudoeste, atingindo a Terra de Santa Cruz. Soube D. Manuel em matéria de
política externa, usar de grande habilidade e diplomacia. No aspecto cultural, reconheceu o
atraso do ensino universitário, mandando promover a reforma da universidade, estabelecendo
entre 1500 e 1504 novos planos de estudo e uma nova administração escolar.
31
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
UNI
A Coroa Portuguesa dividiu em lotes as terras e doou para 12 donatários ou capitães. Assim,
a Coroa assegurava-se do apoio da iniciativa privada para iniciar o processo de colonização,
com pouco investimento e além de tudo, conseguiria estabelecer novas receitas.
1º) obrigaram-se, com sua gente, filhos, agregados ou escravos a servir com o
capitão em caso de guerra;
2ª) pagarem ao alcaide-mor das vilas e povoados os foros, direitos e tributos que
se pagavam no reino, de acordo com as ordenações (para fazer mercê aos
colonos e donatários, comprometia-se El-Rei a não consentir em que houvesse,
em tempo algum, na capitania, direitos de sisa, nem de saboaria, nem tributo
de sal, nem outro algum, além dos que se consignavam no foral);
34
TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
3ª) direito de pedir e receber sesmarias sem maiores ônus que o dízimo devido ao
Mestrado de Cristo;
4ª) o serviço de culto, pago por El- Rei.
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
O açúcar era usado pelos europeus com fins medicinais e até o sec. XIV
era produzido em pequenas quantidades e a Europa importava como artigo de
luxo. O barateamento da produção por meio de novas técnicas de plantio de cana-
de-açúcar e produção possibilitou que atingisse mercados mais abrangentes.
Os portugueses contribuíram com o seu barateamento aumentando no século
XV a oferta do produto. Em 1496, o rei D. Manuel I teve que baixar decretos
para diminuir a produção, para tentar impedir que o preço da mercadoria caísse
(MENDONÇA; PIRES, 2002).
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
Autores Estimativa
Roberto Simonen 350.000
Maurício Goulart 550.000
Philip Curtin 560.000
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
FONTE: <https://historiadesaopaulo.files.wordpress.com/2010/12/navionegreiro_poro_thumb.
jpg?w=452&h=278>. Acesso em: 5 dez. 2018.
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
DICAS
Documentário feito pela BBC aborda desde o início da colônia, os ciclos econômicos
e enfatiza o sistema produtivo e de trabalho escravo imposto pelos portugueses no Brasil.
Com a alta geral dos preços das mercadorias, devido ao fluxo de ouro e prata
encontrado pelos espanhóis, o preço do açúcar também acompanhou o mercado
internacional. Portugal, desde meados do século XV, já apresentava supremacia
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
UNI
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
Número de
Ano Arrobas Valor em libras
engenhos
1570 60 180.000 270.406
1580 118 350.000 528.181
1600 200 2.800.000 n/d
1600 400 4.000.000 n/d
1630 n/d 1.500.000 2.454.140
1640 n/d 1.800.000 3.598.860
1650 n/d 2.100.000 3.765.620
1670 n/d 2.000.000 2.247.920
1710 650 600.000 1.726.230
1760 n/d 2.500.000 2.379.710
UNI
Você sabia...
FONTE: MENDONÇA, Marina Gusmão de; PIRES, Marcos Cordeiro. Formação econômica
do Brasil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002, p. 66.
41
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
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TÓPICO 2 | FUNDAMENTOS DA COLONIZAÇÃO: FORMAÇÃO E EXPANSÃO ECONÔMICA NO PERÍODO COLONIAL
UNI
FONTE: CASA DA MOEDA DO BRASIL. História da casa da moeda. Disponível em: <http://
www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/historia-da-cmb.html>. Acesso
em: 21 jul. 2018.
45
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A organização da colônia a princípio se deu por meio das feitorias, que também
foram responsáveis por organizar o comércio e estabelecer o povoamento.
46
AUTOATIVIDADE
47
48
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você entenderá como se deu o modelo primário exportador
no Brasil no período do século XVIII ao XIX. Primeiramente é importante saber
como estava a política e a economia da França, Inglaterra e de Portugal neste
período e que influência tiveram para a economia do Brasil.
49
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
UNI
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UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
FONTE: <http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/exp_cafeeira.html>.
Acesso em: 22 jul. 2018.
População
Soma
Livre Escrava
Pará 121.246 51.840 173.086
Maranhão 261.220 201.176 462.396
Pernambuco 455.248 192.559 647.807
Bahia 419.432 173.476 592.908
Rio de Janeiro 505.543 200.506 706.049
São Paulo 269.379 122.622 392.001
Mato Grosso 33.806 13.280 47.086
52
TÓPICO 3 | O MODELO PRIMÁRIO EXPORTADOR NO BRASIL
53
UNIDADE 1 | EXPANSÃO EUROPEIA E COLONIZAÇÃO
TABELA 7 – BRASIL: DISTRIBUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES E EXPORTAÇÕES POR PAÍS (EM MILHÕES)
Exportações Importações
País 1853-1854 1870-1871 1853-1854 1870-1871
1857-1858 1872-1873 1857-1858 1872-1873
Grã-Bretanha 32,90 39,40 54,80 53,40
Estados Unidos 28,10 28,80 12,70 12,20
França 7,80 7,50 6,30 7,00
Alemanha 6,00 5,90 5,90 6,50
Portugal 5,90 5,80 7,00 5,40
Bélgica 1,80 1,00 2,00 2,50
Espanha 0,90 0,80 1,10 1,60
Países Escandinavos 3,70 0,70 0,40 0,80
Estados Austríacos 1,60 0,00 0,70 0,20
Itália 1,40 0,50 0,70 0,50
Diversos 9,90 9,60 8,80 9,90
Total 100,00 100,00 100,00 100,00
FONTE: Relatório do Ministério da Fazenda – 1854 e 1880 (apud PIRES, 2010, p. 31)
54
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• D. João se instala no Brasil e abre o comércio para outras nações por meio
da abertura dos portos e a Inglaterra acaba se tornando a grande beneficiária
dessa mudança do Regente português ao Brasil.
2 Por que mesmo com a independência da metrópole, o Brasil não teve uma
ruptura das estruturas estabelecidas na fase colonial?
56
UNIDADE 2
A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado
57
58
UNIDADE 2
TÓPICO 1
A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE
INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
1 INTRODUÇÃO
Olá, estimado acadêmico! Na continuidade desta jornada de conhecer o
processo de formação econômica do Brasil, vamos agora ingressar nas origens
do Processo de Industrialização Brasileiro, partindo dos contextos ou cenários
históricos a partir da instauração da República em 1889.
Enfim, se você ainda não fez esses questionamentos, talvez seja o momento
oportuno de fazê-los! Convido você a isso!
59
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
61
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
NOTA
Também, neste link, você encontra as principais ações políticas e econômicas de cada
Presidente Brasileiro desde a Velha República.
NOTA
A abolição da escravatura segue uma cronologia de eventos, desde 1815, que vão
culminar de fato no episódio em 1888, com a Lei Áurea. Com base em interesses nacionais e
internacionais, promoveu a libertação, mas sem indenização, pouca ou nenhuma preocupação
com direitos ou inserção social. Para saber mais, leia o texto “A abolição da escravatura
brasileira”, acessando o link : <http://www.politize.com.br/abolicao-da-escravatura-brasileira/>.
63
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
OBS.:
MO (Base Monetária = Papel Moeda emitido) = 1ª Linha (próximo ao eixo).
M1 (Papel Moeda em Poder do Público, mais Depósitos a vista) = 2ª Linha (do meio).
M2 (M1 + Depósitos Remunerados, Títulos e afins) = 3ª Linha (de cima).
FONTE: <https://financasfaceis.wordpress.com/2010/05/16/brasil-republica-ii/>.
Acesso em: 5 jun. 2018.
NOTA
NOTA
O que temos até agora, é uma conjunção de fatores, que tornaram mais
relacionados entre si os problemas econômicos que viriam a revelar-se nas próximas
décadas, confirmando o caráter estrutural. Isto é, a migração para uma mão de obra livre,
o aumento da mobilização ou demanda por moeda e a forte dependência ao mercado
externo do café, que ocorreram sem uma política adequada ou antecipada, que amenizasse
efeitos sociais e econômicos consequentes.
67
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
FONTE: <http://www.dplnumismatica.com.br/cd%20reis/r100c%20f1.jpg>.
Acesso em: 31 jul. 2018.
E
IMPORTANT
68
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
Sob esse pacto, admite-se que se caracterizou por uma forma de governar
centralizado na figura do Presidente, o qual conseguiu aglutinar interesses
de classes políticas produtivas, donos de capital, especialmente destinadas à
produção do café.
69
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
Esse contexto foi responsável pelo baixo nível técnico na zona rural e
reforçou ainda mais a economia de subsistência e a miséria nesse período anterior
ao café.
70
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
FONTE: <https://www.slideshare.net/marpim/histria-do-brasil-da-repblica-a-era-vargas>.
Acesso em: 9 jun. 2018.
72
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
Assim, essa inversão se daria não só pelo caráter dinâmico dessa cultura,
decorrente da exaustão do solo, mas também, por outras razões de ordem histórica.
Ainda, no que tange a outras condições, no Oeste Paulista, [...] cujas terras eram
muito mais planas e extensas, permitindo a cultura em maior escala [...] devido
sua topografia mais favorável, também se prestava melhor para infraestrutura
ferroviária [...] (FURTADO, 2009, p. 83).
De fato, esse risco era real, mas a possibilidade da substituição pela mão
de obra imigrante europeia preencheu essa lacuna de forma eficaz, conforme
veremos mais profundamente no tópico seguinte.
73
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
dos imigrantes em São Paulo e Rio de Janeiro. A figura a seguir nos dá uma ideia
de como era a estrutura física de suporte a chegada do Imigrante em São Paulo
nesse período.
FONTE: <http://museudaimigracao.org.br/hospedaria-de-imigrantes-de-sao-paulo-tudo-
comecou-ha-130-anos/>. Acesso em: 23 jul. 2018.
74
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
NOTA
NOTA
Foi então a expansão do negócio do café que gerou o aparecimento das Casas
Comissionadas, que atuavam como instituições bancárias. Estas tinham acesso ao crédito e
podiam estocar o produto até regularizar o preço da oferta, isto é, atuavam como um regulador
de preços e ofertante no mercado. Entretanto, sua função foi relevante até a atuação das Casas
Exportadoras, que então passaram a representar intermediários no mercado, representantes
de empresas internacionais. Para saber mais sobre essas atividades, também comerciais, leia o
texto O fazendeiro de café como representante de uma casa comissionada.
76
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
77
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
E
IMPORTANT
78
TÓPICO 1 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
PRECO
ANO PRODUÇÃO (I) EXPORTAÇÃO (II)
INTERNACIONAL (III)
1900/01 13.845 9.155 7,05
1901/02 15.076 14.760 6,94
1902/03 13.640 13.157 6,54
1903/04 11.217 12.927 6,8
1904/05 11.159 10.025 7,55
1905/06 11.652 10.821 8,35
1906/07 20.607 13.966 8,25
1907/08 11.604 15.680 7,75
1908/09 13.945 12.658 7,55
1909/10 15.567 16.881 7,7
1910/11 11.543 9.724 9,1
1911/12 14.031 11.258 11,8
1912/13 13.515 12.080 13,55
1913/14 13.754 13.268 12,45
1914/15 15.151 11.270 10,35
1915/16 15.773 17.061 9,6
1916/17 13.891 13.069 9,85
1917/18 15.606 10.606 9,55
1918/19 11.781 7.433 11,55
1919/20 8.870 12.963 19,5
1920/21 17.116 11.525 19,5
1921/22 14.276 12.369 10,7
1922/23 14.289 12.673 12,9
1923/24 15.862 14.466 13,5
1924/25 14.801 14.226 17,5
1925/26 15.997 13.482 22,3
1926/27 18.348 13.751 21,6
1927/28 27.848 15.115 18,5
1928/29 16.275 13.881 21,3
1929/30 29.179 14.281 20,4
79
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
E
IMPORTANT
Sob esse ponto de vista, admite-se que a expansão da economia cafeeira era
bem menos um problema de condições estruturais internas, mas sim, majoritariamente,
decorrente de um desajuste ou descompasso, com o mercado internacional, principal
cenário do produto e do capital financeiro. Toda decisão interna dependia do setor externo
sobre esse produto, o que era um fator positivo para nosso mercado (um produto líder), ao
mesmo tempo atuava como ameaça e estrangulamento para a nossa economia.
Por fim, com a introdução da mão de obra assalariada, esta viria a representar
uma oportunidade real de certa recuperação do negócio, na medida em que vai
contribuir para a consolidação de um mercado interno, bastante promissor, não só
para o café, mas para todos os produtos agrícolas do setor exportador ou não, além
do projeto de desenvolvimento industrial que viria na sequência.
80
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• A transição para mão de obra livre e uma economia incipiente voltada para o
setor agrícola de exportação submeteram as decisões econômicas a interesses
também externos, consequentemente, a uma vulnerabilidade a cenários
internacionais.
81
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V.
b) ( ) V – V – F.
c) ( ) F – V – F.
d) ( ) F – F – V.
82
UNIDADE 2 TÓPICO 2
O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO
INÍCIO DO SÉCULO XX
1 INTRODUÇÃO
Olá! Tudo bem até aqui? Vamos dar continuidade a nossa exploração
sobre a Formação Econômica do Brasil! No Tópico 1, apresentamos as origens
do capitalismo no século XIX, sob os contextos de formação e consolidação de
elementos da República Velha.
83
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
FONTE: <http://olhonahistoria.blogspot.com/2011/07/atividades-de-historia-do-brasil_20.html>.
Acesso em: 15 jun. 2018.
Não foi uma tarefa fácil, embora sob inúmeras justificativas, o processo
abolicionista no Brasil seria árduo e longo. A pressão da Inglaterra foi intermitente,
várias medias e dificuldades comerciais e políticas foram acirradas com o Brasil.
Havia um grande desinteresse por parte dos latifundiários que mais se beneficiavam
com a escravidão, em adotar a tendência mundial. Entretanto, após o esvaziamento
do debate em torno do futuro da oferta dessa mão de obra, em 1888, a Lei Áurea
daria um fim irreversível à escravidão com já foi apresentado em tópico anterior.
[...] seu sucesso estava na sua efetiva integração aos circuitos comerciais
da economia mundial em gestação a partir da Revolução Industrial. O
êxito da imigração não estava na economia de subsistência, mas na sua
efetiva inserção dentro dos fluxos monetários e comerciais da economia
global [...]. No Brasil, a inserção da imigração europeia ocorreu de uma
forma singular, por meio do trabalho assalariado nas grandes plantações
de café, durante a metade do século XIX. Constitui-se um caso inédito
em que a imigração europeia foi direcionada para a produção agrícolas
tropicais [...]. Nesse contexto, de mudança de relações de trabalho, [...]
a Abolição da escravatura não trouxe melhoras significativas para a
população trabalhadora, mais pobre na maior parte do país.
85
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
NOTA
86
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
FONTE: <https://www.slideshare.net/marpim/histria-do-brasil-da-repblica-a-era-vargas>.
Acesso em: 15 jun. 2018.
DICAS
FONTE: <http://www.familiavaccaro.com.br/historia-da-familia-vaccaro.php>.
Acesso em: 23 jul. 2018.
Por mais limitado e precário que fosse esse trabalho remunerado em parte,
porém livre, ele ainda assim permitiu a ocorrência de efeitos multiplicadores de
movimentação de mão de obra rural para urbana, certa dinâmica de comércio e
produção de manufaturados, mobilização de recursos para esfera das cidades e
atividades relacionadas, mobilizadas por necessidades das famílias de bens de
consumo, só alcançadas graças a disponibilidade do dinheiro ou renda.
E
IMPORTANT
Diante disso, fica evidente a complexidade desse trabalhador, que atraído por
inúmeras razões, mesclou-se ao contingente local brasileiro, na busca por oportunidades
de subsistência. Fica claro que existiu uma certa dependência maior por parte dos
contratantes, ou fazendeiros, nesse momento, na medida em que estes eram proprietários
e, consequentemente, controlavam a maior parte do processo de produção.
NOTA
89
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
1898-1910 52,7 1,9 2,7 2,7 2,8 2,1 25,7 4,2 5,2
1911-1913 61,7 0,3 2,3 2,3 1,9 2,1 20,0 4,2 4,4
1914-1918 47,4 3,9 4,2 4,2 2,8 1,4 12,0 7,5 17,4
1919-1923 58,8 4,7 3,3 3,3 2,6 3,4 3,0 5,3 16,5
1224-1929 72,5 0,4 3,3 3,3 2,0 1,9 2,8 4,5 9,7
90
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
3 O DESENVOLVIMENTISMO E
NACIONALISMO ECONÔMICO
Na sequência, este subtópico vai apresentar a efervescência política,
social e econômica, na qual o país é influenciado quanto à condução de seu
projeto de desenvolvimento. O conflito e a diversificação de interesses e
atividades serão os cenários mobilizadores da política populista, seus alcances
e desfechos. Vamos adiante!
NOTA
91
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
DICAS
Que tal saber mais sobre cada um desses movimentos históricos com
detalhes? O livro, “Histórias não (ou mal) contadas. Revoltas, golpes e revoluções
no Brasil”, de Rodrigo Trespach, Editora Harper Collins, 2017, é uma excelente dica!
E
IMPORTANT
92
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
NOTA
UNI
93
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
94
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
DICAS
95
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
FONTE: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Get%C3%BAlio_Vargas#/media/File:Getulio_Vargas_
(1930).jpg>. Acesso em: 23 jun. 2018.
Sua base política era composta por militares, aliado a oligarquias estaduais,
que por usa vez, possuíam como apoiadores, intelectuais e técnicos preocupados
em modernizar a economia e todos os objetivos de crescimento do país, ou seja,
colocar em ação os planos nacionalistas.
DICAS
“Trata-se daquele líder que dá a entender, por seus discursos e propagandas, que sua gestão é
para o bem de todos, tanto para os que lhe são próximos como para as diferentes partições que
formam o povo que governa. Além disso, esse tipo de governante centra seus discursos em uma
lógica em que todas as mazelas de seu governo são frutos daqueles que são contra ele e, por
consequência, são contra o povo. Todavia, geralmente, o que esse líder realmente busca é a
manipulação do ambiente sociopolítico para se fortalecer no poder” (BRAGA; SILVA, 2016, p. 179).
96
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
NOTA
97
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
seguida, pela oferta acessível desses bens de capitais no mercado externo. Uma
terceira razão seria a necessidade de produtos industriais no comércio externo,
dado a desorganização do setor nesse ambiente, ocasionado pelo contexto das
guerras. Em 1941 então, alcancaríamos situacões mais frequentes de balanças
comerciais favoráveis.
FONTE: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-
76342006000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em: 23 jun. 2018.
98
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
NOTA
“[...] essa teia de relações [...] com o apoio das forças armadas, garantiu
ampla dominação [...] a ausência de mecanismos formais de representação [...]
o caráter ditatorial [...] – era foco de permanente insatisfação de vários grupos
sociais [...]” (GREMAUD; SAES; JÚNIOR, 1996, p. 102). Insatisfação essa, sempre
relacionada com a insuficiente participação política sob esse regime.
É sob essa insatisfação que seu apoio popular sofreu instabilidade, quando
em 1945 é deflagrada sua saída antes mesmo de eleições previstas, encerrando seu
99
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
primeiro ciclo de poder. De 1930 a 1934, como chefe de governo provisório dada
a Revolução de 30, como presidente constitucionalmente eleito de 1934 a 1937 e
até 1945 como ditador do Estado Novo, assumindo a partir desse momento, o
General Eurico Gaspar Dutra, com o apoio do próprio Presidente Vargas.
DICAS
Seu retorno no cenário econômico, sob eleições diretas, foi marcado pela defesa
da indústria pesada, base do processo de substituição de importações, que veremos no
próximo tópico, só dificultado pelos episódios de estrangulamentos cambiais.
100
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
Em 1950, o cenário externo era marcado pela Guerra Fria, os demais países da
América Latina, inclusive o Brasil, estavam livres ou abandonados para desenvolver
seus projetos desenvolvimentistas. No caso brasileiro, a defesa do nacionalismo
político, o projeto da Petrobras, que garantiu o monopólio do petróleo a esta empresa
estatal, contrariando as grandes companhias de petróleo internacionais.
Quanto à Petrobras,
NOTA
Para detalhes na íntegra, sobre essa ou outras instruções ao longo da formação econômica
no Brasil, o Banco Central do Brasil apresenta toda a instrução. Disponível em: <https://www.
bcb.gov.br/?id=SUMOCINST&ano=1953>.
101
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
E
IMPORTANT
“[...] Foi extinto o controle seletivo de importações e instituído o regime de leilões de divisas
para importação, criando-se cinco categorias de bens importados definidas de acordo com
critérios de essencialidade. A cada uma destas categorias correspondia uma taxa cambial
estabelecida em leilão em função da demanda de bens de cada categoria e da decisão
do governo relativa à oferta de cambiais para o leilão de cada categoria. Quanto menos
“essencial” determinada importação, maior a restrição de oferta de divisas por parte do
governo e mais desvalorizada a taxa cambial [...]”.
102
TÓPICO 2 | O DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA NO INÍCIO DO SÉCULO XX
DICAS
FONTE: <http://memorialdademocracia.com.br/card/getulio-se-mata-com-um-tiro-no-peito>.
Acesso em: 25 jul. 2018.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Nesta unidade, você aprendeu que:
104
AUTOATIVIDADE
105
106
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Olá, novamente! Vamos dar mais um passo em direção ao nosso último
tópico, em busca do entendimento sobre a formação econômica do Brasil!
Por agora, essa unidade será concluída neste último tópico. Todavia, em
continuação, na próxima Unidade 3, promoveremos a complementação da SI,
na qual novas necessidades e propostas surgirão, tornando essa jornada ainda
mais emocionante! Além do mais, ajudando-nos a compreender, principalmente
a nossa realidade nos dias de hoje, em relação às condições de crescimento e
desenvolvimento econômico brasileiro. Então, vamos adiante!
Furtado (apud Abreu 1990) admite que a origem da crise nesse momento
foi clássica, dado a sustentação da demanda agregada por gastos públicos como a
aquisição do café para controlar o preço e as políticas de renegociação de dívidas
dos cafeicultores, entre outros. Havia o desafio permanente de administrar
um conflito entre os interesses cafeeiros e a indústria nascente, que também se
beneficiava de políticas expansionistas, como as restrições às importações.
108
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
Assim,
NOTA
110
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
E
IMPORTANT
FONTE: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/EleVoltou/
ComissaoMista>. Acesso em: 25 jul. 2018.
FONTE: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas2/artigos/EleVoltou/ComissaoMista>.
Acesso em: 25 jul. 2018.
111
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
Não restaria outro caminho, a não ser reduzir as despesas do setor público
e pressionar a elevação da receita dos Estados e municípios. Entretanto, a política
creditícia seguiu caminho contrário, no quesito empréstimos do Banco do Brasil
ao Tesouro Nacional e ao sistema bancário comercial. Essa situação favoreceu
os investimentos privados em detrimento ao público em atividade ligadas ao
desenvolvimento e à industrialização.
112
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
FONTE: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71402005000200004>.
Acesso em: 23 jun. 2018.
113
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
114
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
Assim,
NOTA
115
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
116
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
117
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
LEITURA COMPLEMENTAR
118
TÓPICO 3 | O PROCESSO DE SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES (SI): A PARTIR DE 1930
119
UNIDADE 2 | A INTRODUÇÃO DO PROCESSO DE INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRO
FONTE: VIANNA, Salvador Teixeira Werneck; LEITE, Marcos Vinicius Chiliatto. A questão da Lei de
Say e o retorno à teoria de subdesenvolvimento de Celso Furtado. In: ARAÚJO, Tarcisio P.; VIANNA,
Salvador T.; MACAMBIRA, Junior (Orgs.). 50 anos de Formação Econômica do Brasil: Ensaios sobre a
obra clássica de Celso Furtado. RJ: IPEA, 2009. Disponível em: <http://ipea.gov.br/agencia/images/
stories/PDFs/livros/livros/Livro50AnosdeFormacao_Salvador_WEB.pdf>. Acesso em: 25 jul. 2018.
120
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
121
AUTOATIVIDADE
( ) V – F –V.
( ) F – V – F.
( ) F – V – V.
( ) V – V – F.
122
UNIDADE 3
A ECONOMIA BRASILEIRA DO
SÉCULO XX
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• examinar a crise dos anos 1980 e as medidas utilizadas para conter o pro-
cesso de hiperinflação.
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você en-
contrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
123
124
UNIDADE 3
TÓPICO 1
INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico! Chegamos à terceira e última unidade do livro de
Formação Econômica do Brasil. Nas páginas seguintes, você descobrirá de que
forma se estruturou a economia brasileira durante o século XX, sobretudo entre
a década de 1950 e 1990. Estudaremos desde os conceitos mais elementares a
respeito do planejamento econômico do Plano de Metas até os planos de
estabilização econômica ao final da década de 1980.
125
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
E
IMPORTANT
126
TÓPICO 1 | INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
O que podemos começar a entender é que planejar tem a ver com a definição
de objetivos que serão alcançados em futuro de curto, médio ou longo prazo.
E
IMPORTANT
128
TÓPICO 1 | INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
NOTA
foi levado aos países do “Terceiro Mundo” como forma de alcançar o progresso e o
desenvolvimento. Assim, foi possível desenvolver-se não apenas o planejamento
global, mas também o regional e microrregional, e o planejamento setorial,
chegando à elaboração de projetos muito bem especificados.
E
IMPORTANT
130
TÓPICO 1 | INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
FONTE: <http://www.jws.com.br/2018/02/documentario-sobre-a-construcao-de-brasilia/>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
FONTE: <http://pensamentojk.blogspot.com/2011/05/3-o-plano-de-metas.html>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
132
TÓPICO 1 | INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Assim, para que o Plano pudesse ser executado, foram criados novos
grupos executivos de trabalho, congregando representantes públicos e privados
para que a formulação de políticas industriais pudesse ocorrer de forma conjunta.
Os grupos mais conhecidos e atuantes foram o Grupo Executivo da Indústria
Automobilística (GEIA), da Construção Naval (GEICON), de Máquinas Agrícolas
e Rodoviárias (GEIMAR), de Indústria Pesada (GEIMAP), de Exportação de
Minério de Ferro (GEMF), de Armazenagem (Comissão Consultiva de Armazéns
e Silos), e de Material Ferroviário (GEIMF) (LACERDA; REGO; MARQUES, 2000).
NOTA
133
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
Entre o período dos anos de 1951 e 1961, o Produto Interno Bruto (PIB)
brasileiro cresceu a uma taxa anual de 8,2%, resultando em um aumento da
renda per capita (PIB per capta) de 5,1% – variações que superaram até mesmo os
objetivos do Plano de Metas.
carvão e do aço, são privilegiadas pela ação do Estado. Já uma segunda frente de
atuação é a partir de grandes obras de infraestrutura, no que diz respeito às rodovias,
ao cimento e à energia, com a construção de novas usinas hidrelétricas. Os últimos
três itens da tabela revelam que a indústria também recebe especial atenção, com a
produção de carros e caminhões, além do movimento de nacionalização da produção.
NOTA
135
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
NOTA
136
TÓPICO 1 | INDUSTRIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
FONTE: <http://www.saopauloantiga.com.br/vemag-uma-fabrica-que-agoniza-no-tempo/>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
DICAS
FONTE: <http://www.saopauloantiga.com.br/vemag-uma-fabrica-que-agoniza-no-tempo/>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
137
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
NOTA
A Vemag foi uma empresa brasileira fundada em 1945 que atingiu seu auge nas
décadas de 1950 e 1960 a partir da produção de veículos sob licença da fábrica alemã DKW. O
parque fabril brasileiro tinha mais de dois milhões de metros quadrados e produziu ao longo
de 11 anos de operação junto à DKW pouco mais de 115.000 unidades de veículos, tornando-
se um império automotivo da década de 1960 no Brasil. Com relação à política econômica
do período, vale destacar que a Vemag foi a primeira empresa a receber incentivos fiscais do
governo para a implantação de empresas de automóveis oriundos do Grupo Executivo da
Indústria Automobilística (GEIA). Em 1966 a empresa é adquirida pela alemã Volkswagen e,
então, tem suas atividades encerradas em 1967.
FONTE: <http://www.saopauloantiga.com.br/vemag-uma-fabrica-que-agoniza-no-tempo>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
Uma vez que o Brasil passou a contar com uma indústria com escala
produtiva bastante alta e intensa em capital, foram inevitáveis a entrada e a
supremacia do capital externo, que dominava amplamente os setores mais
dinâmicos da economia brasileira. Assim, cabia ao capital privado nacional o
papel de fornecedor de insumos e componentes, como é o caso da relação entre o
setor automobilístico e o setor de autopeças.
138
RESUMO DO TÓPICO 1
139
AUTOATIVIDADE
140
UNIDADE 3
TÓPICO 2
MILAGRE ECONÔMICO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, o tópico que você estudará a partir de agora é muito
importante para todo o estudo da disciplina de Formação Econômica do Brasil.
Este tópico está divido em seis itens ao longo de suas páginas. Além desta
introdução, no item 2 estudaremos a crise que a economia brasileira atravessa
logo no início da década de 1960.
141
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
NOTA
FONTE: <http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=204
5:catid=28&Itemid=23>. Acesso em: 8 nov. 2018.
142
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
FONTE: <https://noticias.bol.uol.com.br/fotos/bol-listas/2015/08/09/100-fotos-que-vao-fazer-voce-
querer-ter-vivido-no-brasil-de-antigamente.htm?fotoNav=54#fotoNav=67>. Acesso em: 8 nov. 2018.
E
IMPORTANT
143
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
FONTE: <https://dougnahistoria.blogspot.com/2016/08/o-governo-janio-quadros-1961.html;
https://seuhistory.com/hoje-na-historia/joao-goulart-destituido-da-presidencia-do-brasil>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
Uma das medidas ocorreu em março de 1961 por meio de uma reforma
cambial que desvalorizava em 100% o chamado câmbio de custo, que era aplicado
às importações preferenciais, tal como o petróleo, e o papel de imprensa. O
objetivo era diminuir a pressão dos subsídios cambiais sobre o déficit público.
144
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
NOTA
O fato é que entre setembro de 1961 e janeiro de 1965 houve três gabinetes
parlamentares diferentes no governo de Jango. O quadro de indefinição política
impossibilita a implementação de uma política econômica consistente e de longo
prazo. A taxa de inflação sobe de 33,2% em 1961 para 45,5% em 1962. O regime
parlamentarista manteve-se apenas até janeiro de 1963, após a convocação de um
plebiscito.
Ao fim do ano de 1962, uma resposta foi dada à crise político fiscal e
econômica brasileira por meio da apresentação do Plano Trienal. O economista
responsável pelo Plano Trienal foi Celso Furtado, então ministro extraordinário
para Assuntos do Desenvolvimento Econômico. O plano procurava conter a
aceleração do aumento das taxas de inflação e a deterioração econômica causada
pela dívida externa para promover o desenvolvimento econômico do país.
145
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
FONTE: <https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/imagens/dossies/nav_jgoulart/fotos/Modulo6/
PNBFOTO007_s.jpg>. Acesso em: 8 nov. 2018.
NOTA
Celso Monteiro Furtado nasceu em Pombal (PB) no dia 26 de julho de 1920 e foi
um dos mais importantes economistas brasileiros. Suas ideias enfatizavam o desempenho do
papel do Estado na economia para a promoção do desenvolvimento econômico. Realizou
sua tese de doutoramento na Universidade de Paris-Sorbonne em 1948 sobre a economia
brasileira no período colonial. Foi integrante da Comissão Econômica para a América Latina
(CEPAL) e junto a Raúl Prebisch fizerem desta instituição o centro de debates sobre o
desenvolvimento latino-americano no século XX. Sua principal obra foi publicada em 1959,
sob o título “Formação Econômica do Brasil”, mas foi autor de cerca de 30 livros sobre teoria,
política e história econômica. Além da carreira acadêmica, ocupou cargos no Governo
Federal, tal como no Ministério do Planejamento e na Superintendência de Desenvolvimento
do Nordeste (SUDENE). Celso Furtado faleceu em 2004, no Rio de Janeiro.
FONTE: <http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/celso-monteiro-furtado>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
146
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
148
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
149
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
150
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
NOTA
FONTE: <https://www.bcb.gov.br/pre/Historia/HistoriaBC/historia_BC.asp>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
NOTA
152
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
153
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
6 O PROJETO NACIONAL-DESENVOLVIMENTISTA DO
GOVERNO MILITAR
Antes do cessar do mandato de Castelo Branco é instaurada uma nova
Constituição, em 1967, que de certa forma, delineia as ações do governo de
Marechal Costa e Silva. As novas linhas de atuação foram apresentadas de forma
demasiada genéricas quando tratavam dos problemas de política econômica,
“versando somente sobre o homem, a humanização do desenvolvimento etc.”.
(ALVES; SAYAD, 1975, p. 92).
154
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
Com relação aos resultados obtidos, podemos dizer que esses foram
atingidos em parte. O nível geral de preços cresceu a uma taxa inferior ao
período passado. Entretanto, a principal causa foi à nova forma de distribuição
e financiamento do déficit público. As despesas foram distribuídas ao longo
do ano, e o financiamento era realizado com recursos ociosos das autoridades
monetárias, reduzindo a participação inflacionária oriunda do déficit do Governo
(ALVES; SAYAD, 1975).
155
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
FONTE: <https://ecivilufes.wordpress.com/2011/06/14/2-usina-hidreletrica-de-itaipu/>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
156
TÓPICO 2 | MILAGRE ECONÔMICO
1950
Plano de Metas (1956 – 1961) / Juscelino Kubitschek (1951 – 1960)
1960
Plano Decenal (1966 – 1976) / Castelo Branco (IPEA)
Plano Trienal do Governo (1968 – 1970) / Costa e Silva (1967 – 1969)
Programa de Metas e Bases (1970 – 1973) / Emilio Médici (1969 – 1974)
157
RESUMO DO TÓPICO 2
• A crise política fez com a taxa de inflação subisse de 33,2% em 1961 para 45,5%
em 1962.
158
• O I Plano Nacional de Desenvolvimento (I PND, 1972-1974) dava destaque
aos insumos básicos da economia: indústria nuclear, pesquisa do petróleo,
programa do álcool, construção de hidrelétricas (Itaipu) e o investimento em
novas tecnologias.
159
AUTOATIVIDADE
160
UNIDADE 3
TÓPICO 3
REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A década de 1980 imprimiu marcas tanto na economia quanto na
população brasileira. Do ponto de vista econômico, passamos por dificuldades
nunca vistas com baixíssimo crescimento do Produto Interno Bruto e altíssimo
níveis de inflação. Para a população, representou o fim de uma ditadura militar
extremamente autoritária que durou 20 anos.
162
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
FONTE: <https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,fotos-historicas-a-maquina-da-
inflacao,11211,0.htm>. Acesso em: 8 nov. 2018.
163
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
NOTA
A figura anterior remete a uma cena comum no comércio antes do controle dos
altíssimos níveis de inflação brasileiros: ver um gerente ou um funcionário com uma “arma”
em punho circulando entre prateleiras e clientes. A “arma” era a máquina de remarcar preços,
usada quase que diariamente em uma época de inflação fora de controle. O remarcador
tornou-se o símbolo desta época, assim como a falta de mercadorias e o arrocho do crédito.
Para fugir da ação da maquininha, as pessoas corriam ao supermercado para comprar de
manhã antes que os preços subissem ou as mercadorias se esgotassem.
FONTE: <https://acervo.estadao.com.br/noticias/acervo,fotos-historicas-a-maquina-da-inflacao,
11211,0.htm>. Acesso em: 8 nov. 2018.
164
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
DICAS
165
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
• Plano Verão (janeiro de 1989), congela salários e tarifas, efetua-se corte de três
zeros do Cruzado, altera-se o nome da moeda para Cruzado Novo.
Plano Cruzado
O objetivo principal ali era criar uma moeda nova, com estabilidade,
que pudesse eliminar a memória inflacionária. Contudo, não foram esclarecidas
e estabelecidas metas para as políticas fiscais ou monetárias de médio prazo,
devendo ficar a cargo dos condutores do plano.
166
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
FONTE: <https://veja.abril.com.br/blog/cacador-de-mitos/da-veja-ao-pt-todos-elogiaram-o-
plano-cruzado>; <https://www.youtube.com/watch?v=TOdzFViggrU>. Acesso em: 8 nov. 2018.
Para favorecer ainda mais as classes mais baixas, o salário mínimo foi
definido em Cz$ 804,00, valor que significava um abono de 16% em relação ao
poder de compra médio dos seis meses anteriores.
FONTE: <https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/plano-bresser-21461686>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
Plano Bresser
168
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
FONTE: <https://acervo.oglobo.globo.com/incoming/plano-bresser-21461686>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
169
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
FONTE: <http://www.panoramamercantil.com.br/entrevista-com-mailson-de-nobrega/>.
Acesso em: 8 nov. 2018.
170
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
172
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
Congelamento de preços,
Plano Bresser José Sarney Jun./1987 salários e aluguéis; desativa-se
o “gatilho”.
Congelamento dos salários
Plano Verão José Sarney Jan/1989 e tarifas; corte de três zeros;
Cruzado Novo.
Nova reforma monetária,
Fernando Collor de Mar/1990- confisco de aplicações
Plano Collor
Mello (1990-1992) Fev/1991 financeiras e limites aos saques
das contas à vista.
Conclusão
173
UNIDADE 3 | A ECONOMIA BRASILEIRA DO SÉCULO XX
LEITURA COMPLEMENTAR
A ideia era que a população passasse a ter a URV como unidade de valor
confiável enquanto o valor da URV em termos de cruzeiros reais, a moeda da
época, era modificado todos os dias. Esse mecanismo permitiu o ajuste dos
preços a uma nova referência sem obrigar o Banco Central a abrir mão da política
monetária por meio de uma dolarização ou de uma caixa de conversão. A transição
por meio da URV foi inspirada em uma proposta de moeda indexada elaborada
pelos economistas Pérsio Arida e André Lara Rezende. Tal engenharia econômica
permitiu que o Brasil ficasse livre do câmbio fixo. Em vez disso, adotamos um
regime de bandas em que era admitida alguma flutuação, de forma a acomodar
a política monetária.
174
TÓPICO 3 | REDEMOCRATIZAÇÃO E INFLAÇÃO
FONTE: ELLERY JR., Roberto. Plano Real: o fim de mais uma grande inflação. Desafios do
Desenvolvimento, ano 10, 80. ed., 2014. Disponível em: <http://desafios.ipea.gov.br/index.
php?option=com_content&view=article&id=3055&catid=29&Itemid=34>. Acesso em: 23 nov. 2018.
175
RESUMO DO TÓPICO 3
176
AUTOATIVIDADE
3 Após a execução dos Planos Cruzados I e II, Dílson Funaro deixa a pasta
do ministério da Fazenda para Luis Carlos Bresser Pereira, e declara a
moratória aos credores internacionais. Como podemos compreender o
período subsequente, em que é executado o Plano Bresser?
177
178
REFERÊNCIAS
ABREU, Marcelo de Paiva. Crise, crescimento e modernização autoritária: 1930-
1945. In: ABREU, Marcelo de Paiva. A ordem do progresso: cem anos de política
econômica republicana 1889-1989. 26. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 1990.
BRAGA, Bernardo Piccoli M.; SILVA, João Ernani. Uma reflexão introdutória
sobre o Brasil e sua formação econômica. Curitiba: Intersaberes, 2016.
179
ESCOBAR, Arturo. Planejamento. In: SACHS, Wolfgang. Dicionário do
desenvolvimento: guia para o conhecimento como poder. Petrópolis: Vozes,
2000. 399p. Tradução de: The development dictionary.
FURTADO, Celso. A fantasia desfeita. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1989. 206 p.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 1995.
180
LACERDA, Antônio C. et al. Economia brasileira. São Paulo: Saraiva, 2000.
MARX, Karl. O capital: crítica da economia política. 2. ed. São Paulo: Nova
Cultural, 1985a. (=Os economistas, v. 1, t. 1). Tradução de: Das Kapital: Kritik
der politischen Okonomie.
MATUS, Carlos. O Plano como Aposta. São Paulo em perspectiva. 5 (4), p. 28-
42, out./dez., 1991.
181
MIRANDA NETO, Manoel José de. A crise do planejamento. Rio de Janeiro:
Nórdica, 1981. 199p.
PONTIN, Rafael de Almeida Leme. As bulas e tratados dos séculos XV, XVI e
XVIII na história do direito brasileiro: seus reflexos na América portuguesa.
Disponível em: <http://www.salesianocampinas.com.br/unisal/downloads/
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PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. 23. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1997.
PRADO JUNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo: colônia. 23. ed. São
Paulo: Brasiliense, 1994.
PRADO JUNIOR, Caio. História econômica do Brasil. 37. ed. São Paulo:
Brasiliense, 1976.
182
REZENDE, Cyro. História econômica. 9. ed. São Paulo: Contexto, 2007.
SANTOS, Maria Januária Vilela. História geral. 7. ed. São Paulo: Ática, 1984.
SOUTO MAIOR, Armando Souto. História geral. 18. ed. São Paulo: Editora
Nacional, 1976.
183