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DISTÂNCIA
PSICOLOGIA DO ESPORTE
1
PSICOLOGIA
DO ESPORTE
DAVI CORREIA DA SILVA
1
Davi Correia da Silva
1
PSICOLOGIA
DO ESPORTE
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
3
LEGENDA DE
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
4
SUMÁRIO UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE
UNIDADE 2
PROCESSOS SOCIAIS
2.1 Tipos de Comunicação ..........................................................................................................................................................17
2.2 Comunicação efetiva .............................................................................................................................................................19
2.3 Formas de liderança ..............................................................................................................................................................20
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................22
UNIDADE 3
PROCESSOS COGNITIVOS
3.1 Percepção ......................................................................................................................................................................................27
3.2 Atenção e concentração .....................................................................................................................................................27
3.3 Memória .........................................................................................................................................................................................30
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................31
UNIDADE 4
PROCESSOS COGNITIVOS II
4.1 Conhecimento procesual e declarativo ....................................................................................................................35
4.2 Inteligência e criatividade .................................................................................................................................................36
4.3 Tomada de decisão ................................................................................................................................................................37
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................39
UNIDADE 5
MOTIVAÇÕES E EMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE
5.1 Motivação em diferentes contextos de prática ....................................................................................................43
5.2 Emoções ........................................................................................................................................................................................44
5.3 Flow-Feeling e Winning-Feelin ......................................................................................................................................45
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................47
UNIDADE 6
ESTRESSE E AGRESSÃO
6.1 Concepção psicológica do estresse ..............................................................................................................................51
6.2 Agressividade no contexto escolar e competitivo ............................................................................................52
6.3 Prevenção e controle do estresse e da agressão ...............................................................................................53
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................56
5
UNIDADE 1
Nesta unidade será apresentado um breve histórico da psicologia do esporte e suas
áreas de atuação. Além disso, será apresentado como a psicologia do esporte trata a
CONFIRA NO LIVRO
UNIDADE 2
Nesta unidade serão tratados os processos sociais relacionados à comunicação e
como ela pode ser efetiva. Além disso, serão tratados os processos sociais relacionados
à liderança.
UNIDADE 3
Nesta unidade serão abordados os processos cognitivos relacionados à percepção,
atenção, concentração e memória, e como esses processos são determinantes para
o rendimento esportivo.
UNIDADE 4
Nesta unidade serão abordados os processos cognitivos relacionados ao
conhecimento processual e declarativo, inteligência, criatividade e tomada de
decisão, e como esses processos são determinantes para o rendimento esportivo.
UNIDADE 5
Nesta unidade serão abordados aspectos relacionados às motivações que envolvem
a prática de exercícios físicos e a prática esportiva. Além disso, serão abordadas as
possíveis emoções no contexto esportivo.
UNIDADE 6
Nesta unidade serão abordados os fatores estressantes no exercício e no esporte e
como esses fatores podem levar a síndromes de Overtraining e Burnout. Além disso,
abordará aspectos relacionados ao comportamento humano de agressão.
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01
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA UNIDADE
DO ESPORTE
7
1.1 BREVE HISTÓRICO
FIQUE ATENTO
A psicologia do esporte e do exercício representa uma das disciplinas da ciência do esporte
e constitui um campo da psicologia aplicada. A psicologia do esporte dedica-se ao estudo
dos comportamentos no contexto esportivo e dos exercícios físicos, além da aplicação desses
conhecimentos (SAMULSKI, 2009).
8
Em relação à pesquisa, diversos professores têm se dedicado ao avanço no
conhecimento acerca de diferentes áreas relacionadas à psicologia do esporte. Um exemplo
disso foi a construção da “Escala de robustez mental para o esporte juvenil (RME-J)”
desenvolvida durante o mestrado de Sermarini (2019). A validação dessa escala permitiu
a avaliação da Robustez Mental em jovens esportistas brasileiros. Até o momento, não
havia um instrumento que permitisse tal avaliação no contexto brasileiro. Por essa e outras
razões, as pesquisas científicas são importantes e necessárias para desenvolvimento de
uma área como a psicologia do esporte.
VAMOS PENSAR?
Em uma equipe de futebol, os jogadores naturalmente podem ter objetivos diferentes em
uma determinada competição. Talvez um atleta com idade mais avançada queira o título
para encerrar sua carreira e se aposentar após uma conquista. Por outro lado, um jovem atle-
ta pode ter o objetivo de se apresentar bem, em termos de rendimento, para ser vendido em
uma próxima janela de transferência. E assim por diante... A meta do psicólogo do esporte é
influenciar positivamente esses indivíduos como grupo social e as metas específicas do rendi-
mento devem orientar e direcionar a regulação psicológica na competição.
9
Figura 3: Representação das intervenções do psicólogo do esporte
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3faRlHE.
Acesso em: 17 mai. 2021.
Adicionalmente, outro campo de intervenção emerge através do conceito de mental
coaching. De acordo com Nitsch (1999), o objetivo do mental coaching é desenvolver as
habilidades de autorregulação e autoadministração de treinadores, atletas, dirigentes,
árbitros etc. Esse desenvolvimento ocorre por meio de assessoria psicológica profissional e
contempla:
i. o diagnóstico da personalidade e o contexto esportivo;
ii. treinamento psicológico para estimular o desenvolvimento da competência
psicossocial;
iii. suporte social e psicológico e;
iv. intervenções psicológicas em situações de crises emocionais.
Nessas áreas de atuação, os psicólogos do esporte geralmente se baseiam em
teorias para nortear seus estudos e intervenções. Essas teorias por vezes são contraditórias.
Por isso, é importante que o psicólogo do esporte saiba qual área pode explorar. Por
exemplo, no construto de Robustez mental, existem teorias que a definem como um fator
multidimensional enquanto em outra perspectiva essa variável é definida como um fator
unidimensional. Outro exemplo está nas teorias: cognitivista e ecológica. Basicamente, a
teoria ecológica sugere que a ação do esportista emerge de maneira mais significativa das
condições do ambiente, enquanto a teoria cognitivista sugere que o conhecimento e a
experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas ações.
10
1.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA
Figura 4: Tríade de acordo com a teoria da ação proposta por Nitsch (1985)
Fonte: Samulski (2009, p. 22)
Desse modo, os fatores relacionados a pessoa referem-se às características individuais
de cada indivíduo, as quais podem ser físicas (ex.: altura e peso) e psicológicas (ex.: motivações
e emoções). Os fatores físicos citados anteriormente podem ser enquadrados como
condições objetivas e as motivações podem ser entendidas como condições subjetivas.
Por exemplo, os níveis de experiência na modalidade também são condições subjetivas,
mas que influenciam as ações dos atletas, pois jogadores de futebol considerados peritos
tendem a explorar melhor suas possibilidades de ação, além de tomar decisões mais
rápidas e mais precisas, para se adaptarem aos diferentes contextos e produzirem soluções
eficientes (BAKER et al., 2003) (ARAÚJO, 2009).
Por sua vez, os fatores do meio ambiente também estão relacionados aos fatores físicos
e sociais (SILVA, 2017). Por exemplo, em termos físicos (condições objetivas), a temperatura
e a altitude podem influenciar o rendimento esportivo devido à interação do indivíduo
com o ambiente (PASSOS; BATALAU; GONÇALVES, 2006). Ao mesmo tempo, o rendimento
esportivo pode ser influenciado pelas expectativas sociais (condições subjetivas), como
a oportunidade de disputar uma olimpíada fora do seu país e os possíveis incentivos de
treinadores, família e amigos (ARAÚJO, 2005).
Por fim, os fatores relacionados à tarefa também possuem características objetivas
e subjetivas que influenciam a ação esportiva. Em relação às características objetivas
incluem, por exemplo, as regras do esporte específico, a área de jogo e suas delimitações e
os utensílios utilizados durante a atividade (ARAÚJO, 2009). Por sua vez, as características
subjetivas englobam, por exemplo, as dificuldades de cada pessoa para lidar com a tarefa.
De acordo com Nitsch (1985), as ações possuem três funções básicas:
• Função de exploração: por meio de ações se explora, experimenta e reconstrói a
realidade; isso significa que o indivíduo é capaz de aprender e se desenvolver por meio
de vivências e experiências nas modalidades esportivas em questão.
• Função construtiva: por meio de ações se cria e transforma a realidade e soluciona
tarefas e problemas específicos; essas ações permitem que os atletas possam coordenar
suas ações coletivas e tomar decisões como uma equipe, no intuito de solucionar os
problemas advindos das partidas.
11
• Função de apresentação: a ação é a auto apresentação da pessoa e seu reflexo interno
de valores, normas e regras sociais. Em esportes que necessitam de uma boa expressão
corporal como na dança e as ginásticas, essa função é dominante.
GLOSSÁRIO
• Robustez Mental: De acordo com Clough, Earle e Sewell (2002), a robustez mental está
relacionada com os quatro Cs: control, commitment, challenge e confidence. Na tradu-
ção para o português, os quatro Cs podem ser entendidos como: (1) controle (tendência de
sentir e agir com domínio e ter controle emocional); (2) comprometimento (envolvimento
com metas independentes das dificuldades); (3) desafio (tendência de enxergar potenciais
ameaças como oportunidades de desenvolvimento) e; (4) confiança (acreditar nas pró-
prias habilidades e nas relações interpessoais apesar de possíveis contratempos).
• Teoria Ecológica: A perspectiva ecológica considera não só o ambiente, mas também o
indivíduo com as suas características e ainda que tipo de tarefas (de exercícios) realiza o
indivíduo na sua interação com o ambiente (ARAÚJO, 2009).
• Teoria Cognitivista: “Propõe analisar a mente, o ato de conhecer; como o homem desen-
volve seu conhecimento acerca do mundo, analisando os aspectos que intervém no pro-
cesso ‘estímulo/resposta’” (SANTOS, 2008, p. 100).
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FIXANDO O CONTEÚDO
1. A psicologia do esporte se ocupa da análise e modificação de processos psíquicos e de
ações esportivas. Muitos autores partem do princípio de que a ação esportiva representa
um comportamento intencional e psiquicamente regulado a partir da interação do
indivíduo com o ambiente e a tarefa. Diante do exposto, analise as duas asserções e assinale
a alternativa correta.
PORQUE
a) Teoria da Ação.
b) Teoria do Caos.
c) Teoria Cognitiva.
d) Teoria dos Sistemas Dinâmicos.
e) Teoria Ecológica.
3. O Brasil ocupa uma posição de liderança na América Latina em relação aos eventos
relacionados a psicologia do esporte (congressos; publicações, etc.). No entanto, muitos
profissionais de educação física ainda não conhecem a diferença de psicologia do esporte
para psicologia aplicada. Diante disso, o que se refere a psicologia do esporte?
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a) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos da ação esportiva.
b) Ciência que intervém nas bases e efeitos psíquicos das patologias.
c) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos das patologias.
d) Ciência que intervém nas bases e efeitos sociais da ação esportiva.
e) Ciência que observa as bases e efeitos sociais das patologias no esporte.
5. De acordo com a teoria da ação, os fatores relacionados a pessoa podem ser físicos e/
ou psicológicos. Esses fatores podem ser como condições objetivas e subjetivas. Dessa
maneira, considere as afirmativas abaixo, em relação as condições:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
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sociais. Diante disso, indique a alternativa correta com as três funções da ação:
7. A psicologia do esporte é formada por suas próprias teorias. De acordo com o estudado
na unidade, enquanto uma das teorias da psicologia do esporte sugere que a ação do
esportista é mais influenciada pelas condições do ambiente, outra teoria aponta que o
conhecimento e a experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas
ações. Diante desse contexto, quais teorias estão sendo citadas acima?
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
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02
PROCESSOS SOCIAIS UNIDADE
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2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
O foco das pesquisas científicas relacionadas à psicologia do esporte no campo dos
processos sociais é estabelecer uma ligação entre o contato do indivíduo e seus fatores in-
ternos como pensamentos e emoções, ao comportamento visível (externo), como a forma
de falar e até mesmo os gestos e posturas. Dessa maneira, a comunicação surge como um
ponto importante no campo da psicologia do esporte, pois é através da comunicação efe-
tiva que se pode ter sucesso em uma competição esportiva e em muitas áreas da vida.
FIQUE ATENTO
De acordo com Samulski (2009, p. 337) “a comunicação é o intercâmbio de informações, pen-
samentos, ideias e emoções entre duas ou mais pessoas”.
A comunicação possui diversos objetivos. Entre eles estão: persuadir; avaliar; infor-
mar; motivar e solucionar conflitos (SAMULSKI, 2009). A partir disso, a comunicação pode
ocorrer de diferentes maneiras. Abaixo segue um esquema das características da comuni-
cação:
De acordo com esse esquema, a comunicação pode ser intencional ou não intencio-
nal. Além disso, a comunicação intencional ou não intencional pode ser verbal ou não ver-
bal. No que se refere à comunicação intencional, o indivíduo pode com intencionalidade
transmitir uma mensagem que deve ser passada a outro indivíduo ou a um determinado
grupo de pessoas. Por exemplo, enquanto escrevo este livro, intencionalmente escolho as
palavras para formar frases e, consequentemente, os parágrafos e o texto completo. Isso
é um tipo de comunicação intencional e não verbal, pois utilizo a escrita para enviar (pro-
positalmente) a mensagem (conteúdo da disciplina de psicologia do esporte) aos leitores.
Da mesma maneira, quando estou ministrando uma aula (presencial ou remota) para uma
turma de psicologia do esporte, de maneira intencional escolho as palavras para enviar a
mensagem (que ainda é o conteúdo da disciplina) aos alunos. Portanto, esse é um tipo de
comunicação intencional e verbal.
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Figura 6: Representação da comunicação verbal do professor em uma sala de aula
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3v0HfQs. Acesso em: 17 mai. 2021.
Por sua vez, a comunicação pode ser não intencional, sendo ela verbal ou não verbal.
A comunicação não intencional ocorre quando o indivíduo não tem o propósito de enviar
determinada mensagem. Por exemplo, imagine que você está em uma sala de aula e o
professor quer emitir um comando para a turma: “Não pense na cor azul”. Qual foi a primei-
ra cor que você pensou? Azul! O cérebro humano não consegue anular a cor azul pelo fato
de o comando ter a palavra “não”, primeiro ele vai filtrar a informação pensando na cor azul
para depois compreender que não deve pensar nessa cor. Por muitas vezes, professores e
treinadores cometem erros na comunicação verbal por não se concentrarem na informa-
ção mais relevante. Se o professor deseja que o aluno pense em outra cor ao invés do azul,
ele pode direcionar a cor desejada. Por exemplo, pense na cor amarelo. Seu cérebro já o
conduziu para essa determinada cor. Por fim, a comunicação pode ser não intencional não
verbal. Essa é expressa por meio de gestos, expressões (conforme figura 7) ou escrita, por
exemplo.
Em relação aos gestos ou expressões, por vezes esses aspectos não refletem o que
nossas palavras dizem. Posso afirmar que estou entusiasmado para determinada tarefa,
mas se minha expressão mostra que estou cansado ou com medo, essa mensagem irá se
sobrepor às minhas palavras. Em relação à escrita, sentenças mal elaboradas podem se
tornar ambíguas e pode gerar diferentes sentidos nas frases. Dessa maneira, pode ser que
18
a mensagem principal não seja compreendida corretamente pelo receptor.
19
VAMOS PENSAR?
Em um contexto esportivo, quantas vezes consideramos todos esses elementos para montar
uma boa aula ou um bom treinamento? Além disso, em um ambiente de competição, no qual
influencia o comportamento de atletas e treinadores devido ao estresse e às emoções, todos
esses elementos da comunicação são considerados? O que a falta de uma comunicação efe-
tiva pode promover para o desempenho esportivo?
20
A liderança efetiva depende de vários fatores situacionais, tais como o tamanho do
grupo (grupo maiores exigem mais de seus líderes), pressão de tempo para realizar de-
terminada tarefa e a maturidade do grupo. Quanto mais maduro é um grupo, mais esse
grupo irá respeitar o líder pela competência e menos pela coerção. Por conseguinte, a lide-
rança efetiva depende das características dos liderados. Estes podem ser mais autônomos
nas suas ações ou mais dependentes das orientações do líder. Ademais, a qualidade do
líder também influencia esse processo de liderança efetiva, um dos aspectos está relacio-
nado com a comunicação exposta no início dessa unidade. Por fim, o estilo de liderança
(autocrático e democrático) também pode influenciar esse processo de liderança efetiva.
Em relação aos estilos de liderança, Samulski (2009) enfatiza que o treinador ou pro-
fessor autocrático toma as decisões pelo grupo e tem como característica a dominância
verbal sobre o grupo. Além disso, esse treinador ou professor é mais orientado a tarefa e
tende a manter uma distância emocional em relação ao grupo. Por sua vez, o autor supra-
citado destaca ainda que o treinador ou professor democrático procura colocar os proble-
mas em discussão com o grupo, sugere alternativas e oferece ajuda. Esse estilo de lideran-
ça é mais orientado a pessoa e mesmo orientado a tarefa. Os dois estilos de liderança têm
seus pontos positivos e negativos e devem ser utilizados de acordo com o que o contexto
“exige”.
21
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Se não houver comunicação entre os jogadores e comissão técnica ou essa comunicação
não acontecer de forma efetiva, existe a possibilidade de prejudicar o desempenho da
equipe. Dessa maneira, o treinador influencia o desempenho individual e coletivo, e deve
ter conhecimento dos processos de intervenção, principalmente na emissão de informação.
Diante disso, quais os processos de comunicação que estão presentes no esporte?
1. Autocrático.
2. Democrático.
3. Tirano.
4. Ditador.
PORQUE
22
perder a esperança de atingir seus objetivos.
Considerando os componentes da Liderança Efetiva, que pode ser utilizado pelo treinador
na gestão de uma equipe, analise as afirmações que se seguem:
I. A qualidade do líder depende da empatia que ele tem pelo grupo e da qualidade da
sua comunicação.
II. O estilo de liderança depende da característica da personalidade do líder.
III. A liderança efetiva independe dos fatores situacionais.
IV. As características do líder interferem diretamente no seu comportamento real com
seus comandados.
a) II.
b) I.
c) I, II, III, IV.
d) II, III, IV.
23
e) I, II, IV.
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
24
c) Persuadir; avaliar; informar; motivar e provocar conflitos.
d) Persuadir; refletir; informar; motivar e solucionar conflitos.
e) Persuadir; avaliar; confundir; desmotivar e solucionar conflitos.
25
03
PROCESSOS COGNITIVOS UNIDADE
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3.1 PERCEPÇÃO
A Percepção é responsável pela extração de informação do meio ambiente para
dar significado às coisas e objetos. É o processo pelo qual o indivíduo se torna consciente
das relações no mundo circundante, na medida em que essa consciência depende dos
processos sensoriais como por exemplo, a visão e a audição.
FIQUE ATENTO
De acordo com Eysenck & Keane (1994, p. 43) a percepção são “os meios pelos quais a infor-
mação adquirida do meio ambiente através dos órgãos sensoriais é transformada em expe-
riência de objetos, eventos, sons etc.”
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Figura 9: Imagem de um elefante com ilusão de ótica
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2SbcCZK. Acesso em: 17 mai. 2021.
É interessante notar que essa imagem foi criada para gerar uma ilusão de ótica.
Dessa maneira, pela imagem, o elefante parece ter cinco patas na base e quatro patas na
parte mais superior dos membros. Pelo conhecimento, pode-se afirmar que esse elefante
tem quatro patas, pois em condições normais, um elefante tem quatro patas.
28
Por sua vez, a atenção distributiva compreende a distribuição da atenção sobre
vários objetos. Um exemplo disso é o momento em que o levantador realiza um toque no
Voleibol. Esse atleta deve perceber as movimentações e posicionamento de seus colegas e
adversários para passar a bola.
29
3.3 MEMÓRIA
30
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Durante uma partida de qualquer modalidade esportiva, a atenção tem um papel
importante, pois essas partidas têm como características vários estímulos que estão
disponíveis no ambiente e, dessa maneira, é necessário que o atleta interprete e compreenda
a informação identificando-a como estímulos-sensórios. Portanto, a concentração é a
capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente.
A literatura indica que existem diferentes tipos de atenção. Diante disso, analise a situação
abaixo e indique qual tipo de atenção o atleta está utilizando na ação:
Durante uma ação de contra-ataque, no handebol, um jogador que porta a bola tem a
sua frente três adversários e três colegas da mesma equipe, formando uma superioridade
numérica de 4x3. Neste momento, precisa passar a bola para o jogador melhor posicionado.
Portanto nessa situação, qual tipo de atenção ele deverá utilizar?
a) Focalização em um objeto.
b) Concentrada.
c) Alternação da atenção.
d) Distributiva.
e) Ampla-externa.
a) A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente.
b) O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas
ecológica e cognitivista.
c) A quantidade de informações provenientes do meio ambiente é igual a capacidade de
assimilação do organismo.
d) No esporte, a percepção é caracterizada apenas como percepção externa dos sinais
relevantes do ambiente.
e ) A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada
em experiência.
31
Durante uma ação de arremesso, no basquetebol, um jogador sofre uma falta. O árbitro
então assinala a infração e determina a cobrança de lances livres. Neste momento, a bola
está morta e o cronômetro parado. No momento exato que o jogador for executar o lance
livre, qual tipo de atenção ele deverá utilizar?
a) Distributiva.
b) Concentrada.
c) Alternação da atenção.
d) Focalização em vários objetos.
e) Ampla-externa.
1. A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente.
2. A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada
em experiência.
3. O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas
ecológica e cognitivista.
32
Está correto o que se afirma em:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
7. De acordo com Konzag (1981), existem três tipos de atenção: atenção concentrada,
atenção distributiva e a capacidade de alternação da atenção. Diante disso, considere as
afirmativas sobre os tipos de atenção:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
8. A atenção é fundamental para o rendimento esportivo, pois sem ela o aluno poderá não
perceber os estímulos relevantes no contexto esportivo. Diante disso, de acordo com o
texto, a atenção é entendida, de modo geral, como
33
04
PROCESSOS COGNITIVOS II UNIDADE
34
4.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO
A literatura aponta que o conhecimento no contexto esportivo não é um conhecimento
geral, mas sim um conhecimento específico (MATIAS; GRECO, 2010). Dessa maneira, o
conhecimento pode ser expresso por ações ou pela verbalização. Estes são conhecidos
na literatura como conhecimento processual e declarativo. Esses tipos de conhecimento
são importantes para o rendimento esportivo, pois eles se interagem durante a ação
esportiva. Isso significa que a ação esportiva do atleta está condicionada à forma como ele
compreende as situações do jogo.
FIQUE ATENTO
“O conhecimento tático declarativo refere-se à capacidade do atleta de saber ‘o que fazer’,
isto é, conseguir declarar de forma verbal e/ou escrita qual a melhor decisão a ser tomada e
o porquê desta decisão. O conhecimento tático processual refere-se a ‘como fazer’, é a capa-
cidade do atleta de operacionalizar a ação, está intimamente ligado a ação motora em si”
(MATIAS; GRECO, 2010, p. 257).
VAMOS PENSAR?
Quando um jogador de futebol realiza uma ação de passe, por exemplo, ele faz para resolver
um situação-problema do jogo, como criar oportunidades de finalizar a baliza adversária. De
maneira simples, ele observa o melhor posicionamento do seu companheiro, observa as mo-
vimentações dos adversários. Dessa maneira, uma “simples” ação técnica não está isolada do
seu contexto. Por isso, essa ação ganha significado devido à dimensão tática.
35
sequências de cenas referentes às ações ofensivas e defensivas extraídas de jogos oficiais
do futebol. Os vídeos são apresentados através de uma perspectiva panorâmica para
permitir que os jogadores visualizem os princípios táticos, dentro ou fora do centro de jogo.
O teste é composto por cenas de cada um dos princípios táticos fundamentais (ofensivos
e defensivos). Para cada cena são apresentadas quatro possibilidades de soluções para a
sequência de vídeos. Os participantes devem escolher a solução mais adequada para cada
cena.
FIQUE ATENTO
De acordo com esses autores, a inteligência está principalmente associada à solução de pro-
blemas e a criatividade está relacionada com a capacidade de realizar ações novas para
resolver os problemas advindos das situações dos jogos.
No que diz respeito à inteligência, para o atleta realizar uma ação inteligente, deve
contar com a capacidade de ler o jogo e interpretá-lo (percepção) para identificar o
problema exato a ser resolvido e ter a intenção correta ao escolher a ação que deve resolver
o problema (GARGANTA, 2005) (DEN HARTIGH et al., 2018). Além disso, o conhecimento é
fundamental para permitir soluções capazes de resolver o problema do jogo (isto é, ações
inteligentes).
Apesar da inteligência ter como base o conhecimento, ela não se exprime apenas
pela quantidade de conhecimento que o indivíduo possui, mas é dependente também
da realidade ecológica das diversas situações que se apresentam no jogo. Dessa maneira,
a inteligência irá emergir das vivências e experiências adquiridas no contexto específico
de treinamento e jogo juntamente com a interação de todos os constrangimentos que
envolvem suas práticas. Por isso, recomenda-se que os atletas possam testar diferentes
36
ações e experimentar as consequências delas. Isso irá permitir o aprendizado devido à
ampla variedade de situações representativas. Por meio dessa variabilidade, eles descobrem
quais soluções são relevantes e adequadas às situações.
Adicionalmente, no que se refere a criatividade, essa variável está relacionada as
ações novas ou que poucas pessoas realizam. Isso torna a criatividade uma qualidade
importante a ser desenvolvida no praticante. A criatividade permite soluções diferentes
em um ambiente imprevisível e, por isso, pode ser uma vantagem no confronto entre duas
equipes, por exemplo.
De acordo com Petiot, Silva e Ometto (2020), a criatividade se relaciona com o
conhecimento, com as demais habilidades cognitivas e a habilidade técnica do praticante,
pois reflete a experiência necessária para a tomada de decisões diferentes dos habituais.
Os autores afirmam ainda que a criatividade poderá ser desenvolvida em ambientes ricos
com variados estímulos, mas não necessariamente vinculada a muitas regras. Em tal
ambiente, os praticantes devem ser estimulados a desenvolver seu lado criativo, devem ser
incentivados a fazê-lo, ou devem se ater às ações esperadas e seus resultados imediatos.
No entanto, dada a natureza não linear dos esportes, os praticantes irão desenvolver
habilidades de acordo com suas vivências e experiências.
37
• 3,6 decisões de vantagem;
• 37,9 decisões de falta;
• 0,5 decisões de pênalti;
• 2,4 decisões de simulação;
• 0,2 Bola ao chão;
• 0,4 Cartão vermelho;
• 3,9 Cartões amarelos.
Figura 12: Árbitro principal após tomar uma decisão de aplicar o cartão vermelho
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3yntv46. Acesso em: 17 mai. 2021.
GLOSSÁRIO
CONSTRANGIMENTOS : Os constrangimentos são um aspecto particular da organização dos
jogos (ex.: tamanho do campo) que limita o espectro do jogo e influencia as ações dos jogado-
res (DAVIDS; ARAÚJO, 2005).
38
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A organização inerente ao jogo de Futebol justifica que as capacidades tácticas e os
processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão sejam considerados requisitos
essenciais para o desempenho dos jogadores (McPherson, 1994). A essencialidade desses
requisitos torna-se mais evidente ao considerar três aspectos específicos do jogo de Futebol:
i) a maioria das ações ocorre sem que os jogadores estejam em contacto direto com a bola;
ii) jogadores com limitado domínio das habilidades técnicas podem jogar Futebol se
tiverem um nível razoável de compreensão táctica (Oslin, Mitchell, & Griffin, 1998);
iii) parco conhecimento táctico pode comprometer a execução eficiente e/ou eficaz das
habilidades técnicas (Teodorescu, 1984). Dada a importância da componente tática para o
futebol, alguns instrumentos de avaliação são capazes de avaliar dessa componente. No
entanto, apenas um avalia em um teste de campo as ações com e sem bola de acordo com
os 10 princípios táticos do jogo de futebol. Diante disso, qual é esse instrumento?
2. Durante um dia, em condições normais, uma pessoa toma, em média, cerca de 6 mil
decisões. Essas decisões vão desde as mais simples como escolher o que comer no café
da manhã, até as mais complexas como decidir qual profissão seguir carreira. No futebol,
durante 90 minutos, um jogador pode tomar cerca de 2 mil decisões gerando uma
sobrecarga cognitiva. Neste sentido, sabendo que a tomada de decisão é uma escolha por
parte do atleta no contexto esportivo e ela decorrente das variadas habilidades percepto-
cognitivas, quais são as habilidades percepto-cognitivas subjacentes à tomada de decisão?
Dessa maneira, o modelo decisional explica os três aspectos necessários para tomada
de decisão. Portanto, assinale a alternativa correta acerca dos três aspectos do modelo
decisional:
39
a) Percepção; processamento; resposta.
b) Atenção; pensamento; resposta.
c) Percepção; processamento; técnica.
d) Percepção; pensamento; resposta.
e) Atenção; processamento; técnica.
5. No futebol, cada partida é controlada por um árbitro que tem total autoridade para
cumprir as regras da modalidade durante o jogo (IFAB, 2016). Para cumprir as regras, o
árbitro tem que analisar cada situação de tomar uma decisão acerca do que ele percebe. A
tomada de decisão é caracterizada como o processo de seleção de uma opção ou curso de
ação a partir de um conjunto de alternativas (FREDERICK, 2005). Helsen e Bultynck (2004)
investigaram a quantidade de decisões observáveis de árbitros e assistentes em 31 partidas
da “UEFA Euro 2000”.
De acordo com esse estudo, quantas decisões observáveis, em média, são tomadas ao
longo de um jogo de futebol?
40
7. A tomada de decisão é fruto da interação de diversas habilidades percepto-cognitivas.
Dentre essas habilidades, a criatividade tem um papel importante para a tomada de
decisão. Diante disso, aponte o conceito de criatividade para o esporte:
41
05
MOTIVAÇÕES E EMOÇÕES NO UNIDADE
EXERCÍCIOS E NO ESPORTE
42
5.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA
No contexto esportivo, a motivação tem sido compreendida como um processo ativo.
Além disso, essa compreensão passa pela intencionalidade e a direção da motivação para
alcançar determinada meta. Por fim, essa compreensão interage com os fatores pessoais
(fatores intrínsecos) e ambientais (fatores extrínsecos) (SAMULSKI, 2009). Esse autor
sugere que os fatores pessoais dizem respeito a diversos fatores como as expectativas, as
necessidades e interesses. Por sua vez, os fatores ambientais se relacionam com as tarefas
atraentes, possibilidades de desafios e influências sociais.
A literatura científica aponta diversos motivos que levam os indivíduos à prática de
exercício físicos e/ou esportes. Por exemplo, Henriques e colaboradores (2019) analisaram
os fatores motivacionais que levam homens e mulheres à prática de corrida de rua. Os
autores encontraram que o fator Saúde e Fitness tiveram maior relevância nessa atividade.
Portanto, conhecer os fatores motivacionais podem ajudar professores e treinadores a
criar estratégias para manter os indivíduos na prática de exercícios por mais tempo, o que
estimula um estilo de vida mais ativo.
43
paralímpica.
5.2 EMOÇÕES
A literatura científica aponta que as emoções emergem das interrelações de três
sistemas: psíquico, fisiológico e social (HACKFORT, 1993). Dessa maneira, as emoções estão
no centro desses sistemas.
De acordo com o autor supracitado, as emoções exercem duas funções básicas:
i) organizar, orientar e controlar as ações; e ii) a função energética e de ativação. Dessa
maneira, cabe destacar que os indivíduos orientados ao fracasso planificam suas ações de
forma diferente que os orientados ao êxito. Além disso, o esportista alegre participa mais
ativamente no treinamento que um desmotivado. Portanto, fica evidente que as emoções
influenciam as ações dos atletas. Essa influência ocorre em diferentes fases da competição:
fase pré-competitiva, durante a competição e pós-competitiva.
Na fase pré-competitiva, o indivíduo se encontra em um estado de intensa carga
psíquica. Este estado caracteriza-se pela antecipação da competição e, consequentemente,
pela antecipação das oportunidades, dos riscos e das consequências. Existem três estados
pré-competitivos: i) estado de febre (ex. nervosismo e incapacidade de concentração); ii)
estado de apatia (ex. estado de mau humor e aversão à competição) e, iii) estado ótimo
de ativação (ex. autoconfiança e orientação para o êxito). Este último é o ideal para o bom
desempenho esportivo.
Por outro lado, durante a competição o indivíduo pode experimentar emoções
positivas como o flow-feeling e winning-feeling (que serão explicados com detalhes no
próximo tópico desse capítulo), e emoções negativas que por muitas vezes são fruto da
percepção do indivíduo em relação à sua prática.
VAMOS PENSAR?
Quando um resultado negativo, perder uma partida ou um jogo, poderia ter sido evitado pelo
próprio atleta, ou esse atleta considera que outras pessoas impediram o alcance de um bom
trabalho (a anulação de um gol por parte do árbitro), quais emoções podem surgir desses
episódios? É bem provável que sejam emoções negativas como a raiva, a tristeza ou a revolta.
44
Figura 16: Representação de um atleta com uma emoção negativa
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3f1z3tG. Acesso em: 17 mai. 2021.
Por sua vez, após a competição o indivíduo pode ter uma experiência de êxito ou
fracasso. E esses dois aspectos podem trazer benefícios ou malefícios para o próprio
indivíduo. A experiência de êxito pode estimular processos emocionais e mentais para
o indivíduo continuar se preparando para obtenção de um novo nível de rendimento
ou uma nova conquista. No entanto, essa experiência de êxito também pode trazer um
comportamento de arrogância, preguiça, autossatisfação, subestimação do adversário e
autoestima exagerada. Esses fatores podem ser prejudiciais ao rendimento do indivíduo.
Por fim, as experiências de fracasso podem trazer descontentamento, sentimento de
inferioridade e a perda da autoconfiança. No entanto, de maneira positiva ainda pode levar
o indivíduo a aumentar seus esforços, ter modéstia e uma autoavaliação realista.
FIQUE ATENTO
O flow é uma sensação de alegria durante a atividade, a total e absoluta identificação e con-
centração na tarefa que se realiza, esquecendo-se de si mesmo.
45
Figura 17: Representação de um atleta com uma emoção positiva
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3owgYXx. Acesso em: 17 mai. 2021.
46
FIXANDO O CONTEÚDO
1. No esporte, as emoções podem influenciar as ações dos atletas de maneira positiva (ex.
aumento da motivação) ou negativa (ex. ansiedade). Essa influência depende da capacidade
do atleta de regular suas emoções. De acordo com Hackfort (1993), qual o conceito de
emoção?
3. No esporte, as emoções podem influenciar o rendimento esportivo, por isso devem ser
reguladas antes, durante e depois da competição. Assim, considere as afirmativas abaixo,
em relação às emoções:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
47
e) 2 e 3.
6. No esporte paralímpico diversos fatores podem fazer com que o atleta permaneça
ou abandone o esporte. Nesse sentido, Cardoso e colaboradores (2019) identificaram os
motivos que levam o atleta paralímpico brasileiro a continuar praticando sua modalidade
esportiva. Analise as informações abaixo e indique a resposta correta em relação às
principais motivações dos atletas:
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
48
7. O flow-feeling (sensação de fluir) e winning-feelin (sensação de ganhar) são emoções
positivas consideradas particularmente interessantes para o esporte.
Em relação ao winning-feelin, de acordo com a literatura científica, existem quatro
características que são observadas nos atletas. Quais são essas características?
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
49
06
ESTRESSE E AGRESSÃO UNIDADE
50
6.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE
FIQUE ATENTO
A literatura científica afirma que o estresse é “um estado de desestabilização psicofísica ou a
perturbação do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente” (SAMULSKI, 2009, p. 232).
Este autor afirma ainda que o estresse é consequência das condições psicológicas,
biológicas e sociais. Em termos psicológicos, o estresse é entendido como um estado de
excitação e tensão emocional (SAMULSKI, 2009). Portanto, no contexto do exercício e/ou do
esporte, é necessário haver um equilíbrio constante entre estresse e recuperação.
A recuperação é entendida como:
[...] um processo inter e intraindividual com vários níveis envol-
vidos (psicológico, fisiológico, social, relativo ao humor, com-
portamental e regenerativo), que em um período de tempo
propõe-se ao restabelecimento das habilidades do desempe-
nho (SAMULSKI, 2009, p. 408).
51
mesmo que esteja mantendo uma rotina intensa de treinamento. Esse fato tem sido
atribuído a determinados processos psicológicos e fisiológicos. Por sua vez, o indivíduo
com a síndrome do Burnout, pode pelo nível de estresse ou insatisfação, gerar uma fuga
psicológica e/ou emocionalmente de atividades prazerosas (ex. treinamento e competição).
Isso ocorre, pois, o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono da
prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
VAMOS PENSAR?
Em um jogo de futebol americano, onde o contato físico é muito intenso, a agressão pode
ajudar o atleta a se manter competitivo. Caso contrário o que aconteceria com esse atleta?
52
Adicionalmente, Samulski (2009) destaca que a agressão pode ser boa ou ruim. A
agressão boa diz respeito a uma ação que não está ligada a uma infração do jogo. Por
exemplo, um atleta de voleibol que salta no chão para buscar uma bola considerada
“perdida”, pode ser enquadrado no comportamento agressivo de maneira positiva. O
autor destaca ainda que essa agressão boa é denominada na psicologia do esporte como
comportamento assertivo, pois o atleta joga de acordo com as regras em alta intensidade
e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário.
Por sua vez, ainda de acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a
um comportamento que visa lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado
em evitar esse comportamento. Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada
um comportamento humano (ou seja, é intencional e movido por diferentes razões) que
envolve lesões e danos a outra pessoa (GILL, 1986).
No contexto escolar, tal comportamento de agressão é por muitas vezes sutil e não
se difere das práticas da sociedade. Este interessante trabalho intitulado “As sutilezas das
faces da violência nas práticas escolares de adolescentes” aponta em seus resultados que
são encontradas duas maneiras de se desvencilhar das punições destinadas à contenção
da violência visível: i) dentro da escola só agressão verbal; ii) a violência mascarada (ex.
depredação da escola).
53
respeito a essas técnicas, elas consideram as condições e os sintomas. Por exemplo, na
autorregulação pelo esportista o controle das condições se refere a boa preparação para os
jogos, descanso suficiente e influenciar o adversário. Por sua vez, o controle dos sintomas
se refere a emprego de técnicas de regulação psicológica, conversas para distração e apoio
dos espectadores.
Por conseguinte, o exemplo para a regulação externa pelo treinador envolve em
relação ao controle das condições o treinamento técnico e tático, mudanças nos métodos
de treinamento para melhor atender aos jogadores e as equipes e planejar as viagens
da equipe com antecedência necessária. Por fim, em relação ao controle dos sintomas o
treinador pode ser um motivador para os atletas, criar um bom ambiente nos treinamentos
e aplicar técnicas de regulação psicológicas.
54
• Respeitar as regras e a saúde dos companheiros de profissão;
• Devem se comportar como modelos positivos;
• Os árbitros devem sancionar todas as infrações das regras;
• Devem se comportar de forma equilibrada.
55
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Pedro é atleta e foi diagnosticado com overtraining após uma competição de tênis
extremamente estressante. O overtraining é uma condição resultante de se fazer mais
exercícios do que seu corpo é capaz de se recuperar. Alguns fatores são agravantes, por
exemplo, uma dieta incorreta e a falta de descanso. Portanto, esse excesso de exercícios
pode se dar por falta de conhecimento, mas pode também ser consequência da aplicação
incorreta dos princípios do treinamento esportivo e da falta de periodização nos treinos.
Para que outros atletas não atinjam o estado de overtraining, além de uma dieta correta
e tempo adequado para descanso, quais ações de prevenção do overtraining podem ser
realizadas?
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
56
a) Um estado de desestabilização psicofísica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa
e o meio ambiente.
b) Um estado de estabilização psicofísica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.
c) Um estado de desestabilização física ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e o
meio ambiente.
d) Um estado de desestabilização técnica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.
e) Um estado de desestabilização técnica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.
a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.
a) As questões psicológicas.
b) Aos torcedores.
c) Ao comportamento dos jogadores.
d) Aos árbitros.
e) Aos meios de comunicação.
57
maneira, a agressão no sentido do comportamento assertivo é fundamental para o bom
rendimento esportivo. Dessa maneira, o que representa esse comportamento assertivo?
7. De acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a um comportamento que visa
lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado em evitar esse comportamento.
Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada um comportamento humano, o
qual é intencional e movido por diferentes razões. Diante disso, qual afirmação abaixo se
refere a agressão na intenção de lesionar o adversário.
a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
1. Isso ocorre, pois o fator estressante é irrelevante para o indivíduo e o total abandono
da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
2. Isso ocorre, pois o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono
da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
3. Isso ocorre, pois o fator estressante não tem significado para o indivíduo e o total
abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
a) 1.
b) 2.
58
c) 3.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.
59
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
60
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