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FACULDADE ÚNICA EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA

PSICOLOGIA DO ESPORTE

DAVI CORREIA DA SILVA

1
PSICOLOGIA
DO ESPORTE
DAVI CORREIA DA SILVA

1
Davi Correia da Silva

Doutorando em Ciências do Exercício e do Esporte (PPGCEE), Mestre em Educação Física


pela Universidade Federal de Viçosa (2017), Especialista em Futebol pela Universidade Fe-
deral de Viçosa (2014) e Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Alago-
as (2012). É bolsista pela Fundação Carlos Chagas Filho de amparo a pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro e membro do laboratório de Estudos em Futebol (LABESFUT). Além disso,
é professor assistente dos cursos de Educação Física (Licenciatura e Bacharelado) do Cen-
tro Universitário Governador Ozanam Coelho. Desenvolve trabalhos científicos na área da
Tática, Jogos Reduzidos e Condicionados, Formação de Talentos e Psicologia do Esporte,
sendo em sua maioria aplicadas ao contexto do Futebol.

1
PSICOLOGIA
DO ESPORTE
1° edição

Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Aline de Paiva Alves
Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.



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do Editor

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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3
LEGENDA DE

Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:

FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.

BUSQUE POR MAIS


São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.

VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.

FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.

GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.

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SUMÁRIO UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA DO ESPORTE

1.1 Breve Histórico ...............................................................................................................................................................................8


1.2 Áreas de atuação .........................................................................................................................................................................8
1.3 Regulação Psicológica da Ação Esportiva .................................................................................................................11
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................13

UNIDADE 2
PROCESSOS SOCIAIS
2.1 Tipos de Comunicação ..........................................................................................................................................................17
2.2 Comunicação efetiva .............................................................................................................................................................19
2.3 Formas de liderança ..............................................................................................................................................................20
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................22

UNIDADE 3
PROCESSOS COGNITIVOS
3.1 Percepção ......................................................................................................................................................................................27
3.2 Atenção e concentração .....................................................................................................................................................27
3.3 Memória .........................................................................................................................................................................................30
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................31

UNIDADE 4
PROCESSOS COGNITIVOS II
4.1 Conhecimento procesual e declarativo ....................................................................................................................35
4.2 Inteligência e criatividade .................................................................................................................................................36
4.3 Tomada de decisão ................................................................................................................................................................37
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................39

UNIDADE 5
MOTIVAÇÕES E EMOÇÕES NO EXERCÍCIO E NO ESPORTE
5.1 Motivação em diferentes contextos de prática ....................................................................................................43
5.2 Emoções ........................................................................................................................................................................................44
5.3 Flow-Feeling e Winning-Feelin ......................................................................................................................................45
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................47

UNIDADE 6
ESTRESSE E AGRESSÃO
6.1 Concepção psicológica do estresse ..............................................................................................................................51
6.2 Agressividade no contexto escolar e competitivo ............................................................................................52
6.3 Prevenção e controle do estresse e da agressão ...............................................................................................53
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................56

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................................................60


REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................61

5
UNIDADE 1
Nesta unidade será apresentado um breve histórico da psicologia do esporte e suas
áreas de atuação. Além disso, será apresentado como a psicologia do esporte trata a
CONFIRA NO LIVRO

ação esportiva com base na teoria cognitiva.

UNIDADE 2
Nesta unidade serão tratados os processos sociais relacionados à comunicação e
como ela pode ser efetiva. Além disso, serão tratados os processos sociais relacionados
à liderança.

UNIDADE 3
Nesta unidade serão abordados os processos cognitivos relacionados à percepção,
atenção, concentração e memória, e como esses processos são determinantes para
o rendimento esportivo.

UNIDADE 4
Nesta unidade serão abordados os processos cognitivos relacionados ao
conhecimento processual e declarativo, inteligência, criatividade e tomada de
decisão, e como esses processos são determinantes para o rendimento esportivo.

UNIDADE 5
Nesta unidade serão abordados aspectos relacionados às motivações que envolvem
a prática de exercícios físicos e a prática esportiva. Além disso, serão abordadas as
possíveis emoções no contexto esportivo.

UNIDADE 6
Nesta unidade serão abordados os fatores estressantes no exercício e no esporte e
como esses fatores podem levar a síndromes de Overtraining e Burnout. Além disso,
abordará aspectos relacionados ao comportamento humano de agressão.

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01
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA UNIDADE
DO ESPORTE

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1.1 BREVE HISTÓRICO

Os primeiros laboratórios e institutos de psicologia do esporte surgem na década


de 1920 em diferentes países como a União Soviética, Japão, Estados Unidos e Alemanha.
Apesar disso, na área da Educação Física e, particularmente no Brasil, a psicologia do
esporte é uma área relativamente nova. Isso ocorre pela formação histórica dos profissionais
de educação física em áreas das Ciências Biológicas e da Saúde. Na década de 1970, a
psicologia do esporte se desenvolve na América Latina e, especificamente em 1979, foi
fundada a Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, da Atividade Física e da Recreação
- SOBRAPE (SAMULSKI, 2009).
A psicologia do esporte deriva de sua “ciência-mãe”, a psicologia. No entanto, a
psicologia do esporte já é considerada uma área científica independente, isto é, com seus
próprios métodos, teorias e programas de treinamento. Portanto, antes de tratarmos com
mais detalhes da psicologia do esporte, é necessário compreender a sua definição:

FIQUE ATENTO
A psicologia do esporte e do exercício representa uma das disciplinas da ciência do esporte
e constitui um campo da psicologia aplicada. A psicologia do esporte dedica-se ao estudo
dos comportamentos no contexto esportivo e dos exercícios físicos, além da aplicação desses
conhecimentos (SAMULSKI, 2009).

1.2 ÁREAS DE ATUAÇÃO


Diversas são as áreas de atuação de um psicólogo do esporte. Entre elas estão o
ensino e a pesquisa. Em relação ao ensino, os professores de educação física e treinadores
de diferentes modalidades esportivas vivenciam situações que necessitam transmitir
determinado conhecimento em eventos como cursos e palestras. Basicamente, esses
eventos de natureza de ensino têm a finalidade de formar profissionais para atuar com
diferentes princípios e métodos psicológicos.

Figura 1: Representação de uma atividade ensino.


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3eKstYs.
Acesso em: 17 mai. 2021

8
Em relação à pesquisa, diversos professores têm se dedicado ao avanço no
conhecimento acerca de diferentes áreas relacionadas à psicologia do esporte. Um exemplo
disso foi a construção da “Escala de robustez mental para o esporte juvenil (RME-J)”
desenvolvida durante o mestrado de Sermarini (2019). A validação dessa escala permitiu
a avaliação da Robustez Mental em jovens esportistas brasileiros. Até o momento, não
havia um instrumento que permitisse tal avaliação no contexto brasileiro. Por essa e outras
razões, as pesquisas científicas são importantes e necessárias para desenvolvimento de
uma área como a psicologia do esporte.

Figura 2: Representação de atividades de pesquisa


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3uM1VLF.
Acesso em: 17 mai. 2021.

Além do ensino e da pesquisa, existe o campo de atuação da psicologia que permite


a intervenção psicológica no esporte, seja esse esporte no contexto de formação, escolar e/
ou de alto rendimento. De acordo com Samulski (2009), o acompanhamento psicológico
(coaching) tem o objetivo de potencializar o rendimento de indivíduos e equipes nas
competições.

VAMOS PENSAR?
Em uma equipe de futebol, os jogadores naturalmente podem ter objetivos diferentes em
uma determinada competição. Talvez um atleta com idade mais avançada queira o título
para encerrar sua carreira e se aposentar após uma conquista. Por outro lado, um jovem atle-
ta pode ter o objetivo de se apresentar bem, em termos de rendimento, para ser vendido em
uma próxima janela de transferência. E assim por diante... A meta do psicólogo do esporte é
influenciar positivamente esses indivíduos como grupo social e as metas específicas do rendi-
mento devem orientar e direcionar a regulação psicológica na competição.

9
Figura 3: Representação das intervenções do psicólogo do esporte
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3faRlHE.
Acesso em: 17 mai. 2021.
Adicionalmente, outro campo de intervenção emerge através do conceito de mental
coaching. De acordo com Nitsch (1999), o objetivo do mental coaching é desenvolver as
habilidades de autorregulação e autoadministração de treinadores, atletas, dirigentes,
árbitros etc. Esse desenvolvimento ocorre por meio de assessoria psicológica profissional e
contempla:
i. o diagnóstico da personalidade e o contexto esportivo;
ii. treinamento psicológico para estimular o desenvolvimento da competência
psicossocial;
iii. suporte social e psicológico e;
iv. intervenções psicológicas em situações de crises emocionais.
Nessas áreas de atuação, os psicólogos do esporte geralmente se baseiam em
teorias para nortear seus estudos e intervenções. Essas teorias por vezes são contraditórias.
Por isso, é importante que o psicólogo do esporte saiba qual área pode explorar. Por
exemplo, no construto de Robustez mental, existem teorias que a definem como um fator
multidimensional enquanto em outra perspectiva essa variável é definida como um fator
unidimensional. Outro exemplo está nas teorias: cognitivista e ecológica. Basicamente, a
teoria ecológica sugere que a ação do esportista emerge de maneira mais significativa das
condições do ambiente, enquanto a teoria cognitivista sugere que o conhecimento e a
experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas ações.

BUSQUE POR MAIS


• A dissertação de mestrado, “Treino tático no futebol: efeito das modifica-
ções de jogos reduzidos”, escrita por Baldi (2014) disponibilizada no link a
seguir aborda as principais diferenças entre as teorias cognitivista e ecoló-
gica, e como elas se relacionam com as ações dos atletas.
Disponível em https://bit.ly/3u1QrCA. Acesso em: 17 mai. 2021.

• A obra “Manual de Psicologia Cognitiva, 7th Edition” dos autores Eysenck


e Keane (2017) elucida os aspectos relacionados a teoria cognitivista e está
disponível em: https://bit.ly/3u1jtT4. Acesso em: 17 mai. 2021.

10
1.3 REGULAÇÃO PSICOLÓGICA DA AÇÃO ESPORTIVA

A ação esportiva é considerada um processo complexo e de interação, intencional,


dirigido e regulado psicologicamente para atingir uma determinada meta. De acordo com
Nitsch (1985) a ação esportiva emerge da interação entre fatores objetivos e subjetivos da
pessoa, do meio ambiente e da tarefa.

Figura 4: Tríade de acordo com a teoria da ação proposta por Nitsch (1985)
Fonte: Samulski (2009, p. 22)
Desse modo, os fatores relacionados a pessoa referem-se às características individuais
de cada indivíduo, as quais podem ser físicas (ex.: altura e peso) e psicológicas (ex.: motivações
e emoções). Os fatores físicos citados anteriormente podem ser enquadrados como
condições objetivas e as motivações podem ser entendidas como condições subjetivas.
Por exemplo, os níveis de experiência na modalidade também são condições subjetivas,
mas que influenciam as ações dos atletas, pois jogadores de futebol considerados peritos
tendem a explorar melhor suas possibilidades de ação, além de tomar decisões mais
rápidas e mais precisas, para se adaptarem aos diferentes contextos e produzirem soluções
eficientes (BAKER et al., 2003) (ARAÚJO, 2009).
Por sua vez, os fatores do meio ambiente também estão relacionados aos fatores físicos
e sociais (SILVA, 2017). Por exemplo, em termos físicos (condições objetivas), a temperatura
e a altitude podem influenciar o rendimento esportivo devido à interação do indivíduo
com o ambiente (PASSOS; BATALAU; GONÇALVES, 2006). Ao mesmo tempo, o rendimento
esportivo pode ser influenciado pelas expectativas sociais (condições subjetivas), como
a oportunidade de disputar uma olimpíada fora do seu país e os possíveis incentivos de
treinadores, família e amigos (ARAÚJO, 2005).
Por fim, os fatores relacionados à tarefa também possuem características objetivas
e subjetivas que influenciam a ação esportiva. Em relação às características objetivas
incluem, por exemplo, as regras do esporte específico, a área de jogo e suas delimitações e
os utensílios utilizados durante a atividade (ARAÚJO, 2009). Por sua vez, as características
subjetivas englobam, por exemplo, as dificuldades de cada pessoa para lidar com a tarefa.
De acordo com Nitsch (1985), as ações possuem três funções básicas:
• Função de exploração: por meio de ações se explora, experimenta e reconstrói a
realidade; isso significa que o indivíduo é capaz de aprender e se desenvolver por meio
de vivências e experiências nas modalidades esportivas em questão.
• Função construtiva: por meio de ações se cria e transforma a realidade e soluciona
tarefas e problemas específicos; essas ações permitem que os atletas possam coordenar
suas ações coletivas e tomar decisões como uma equipe, no intuito de solucionar os
problemas advindos das partidas.

11
• Função de apresentação: a ação é a auto apresentação da pessoa e seu reflexo interno
de valores, normas e regras sociais. Em esportes que necessitam de uma boa expressão
corporal como na dança e as ginásticas, essa função é dominante.

GLOSSÁRIO
• Robustez Mental: De acordo com Clough, Earle e Sewell (2002), a robustez mental está
relacionada com os quatro Cs: control, commitment, challenge e confidence. Na tradu-
ção para o português, os quatro Cs podem ser entendidos como: (1) controle (tendência de
sentir e agir com domínio e ter controle emocional); (2) comprometimento (envolvimento
com metas independentes das dificuldades); (3) desafio (tendência de enxergar potenciais
ameaças como oportunidades de desenvolvimento) e; (4) confiança (acreditar nas pró-
prias habilidades e nas relações interpessoais apesar de possíveis contratempos).
• Teoria Ecológica: A perspectiva ecológica considera não só o ambiente, mas também o
indivíduo com as suas características e ainda que tipo de tarefas (de exercícios) realiza o
indivíduo na sua interação com o ambiente (ARAÚJO, 2009).
• Teoria Cognitivista: “Propõe analisar a mente, o ato de conhecer; como o homem desen-
volve seu conhecimento acerca do mundo, analisando os aspectos que intervém no pro-
cesso ‘estímulo/resposta’” (SANTOS, 2008, p. 100).

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FIXANDO O CONTEÚDO
1. A psicologia do esporte se ocupa da análise e modificação de processos psíquicos e de
ações esportivas. Muitos autores partem do princípio de que a ação esportiva representa
um comportamento intencional e psiquicamente regulado a partir da interação do
indivíduo com o ambiente e a tarefa. Diante do exposto, analise as duas asserções e assinale
a alternativa correta.

I. A psicologia do esporte analisa as bases e os efeitos psíquicos das ações esportivas,


considerando por um lado a análise de processos psíquicos básicos (cognição, motivação,
emoção) e, por outro, a realização de tarefas práticas do diagnóstico e da intervenção.

PORQUE

II. A função da psicologia do esporte consiste na descrição, na explicação e no prognóstico


de patologias psicológicas, a fim de desenvolver e aplicar tratamentos, cientificamente
fundamentados, de intervenção, levando em consideração os princípios éticos.

a) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda uma proposição falsa.


b) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira.
c) As duas asserções são proposições falsas.
d) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não se relaciona com a
primeira.
e) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda se relaciona com a primeira.

2. Em 1920 surgiram os primeiros laboratórios e institutos de psicologia do esporte. Esses


institutos surgiram na União Soviética, Estados Unidos, Japão e Alemanha. Atualmente,
o Brasil ocupa uma posição de liderança na América Latina em relação à produção de
conhecimento científico na área. A Psicologia do esporte é uma disciplina científica
independente com suas próprias teorias, métodos, programas. Em relação as teorias, uma
delas, proposta por Nitsch, indica que a ação esportiva é fruto dos aspectos objetivos e
subjetivos da tríade: pessoa, meio ambiente e tarefa. Ainda de acordo com essa teoria, a ação
esportiva possui três funções: de exploração, construtiva e de apresentação. A partir das
informações supracitadas, qual teoria relacionada com a ação esportiva foi mencionada?

a) Teoria da Ação.
b) Teoria do Caos.
c) Teoria Cognitiva.
d) Teoria dos Sistemas Dinâmicos.
e) Teoria Ecológica.

3. O Brasil ocupa uma posição de liderança na América Latina em relação aos eventos
relacionados a psicologia do esporte (congressos; publicações, etc.). No entanto, muitos
profissionais de educação física ainda não conhecem a diferença de psicologia do esporte
para psicologia aplicada. Diante disso, o que se refere a psicologia do esporte?

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a) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos da ação esportiva.
b) Ciência que intervém nas bases e efeitos psíquicos das patologias.
c) Ciência que analisada as bases e efeitos psíquicos das patologias.
d) Ciência que intervém nas bases e efeitos sociais da ação esportiva.
e) Ciência que observa as bases e efeitos sociais das patologias no esporte.

4. A psicologia do esporte não é apenas um ramo da psicologia, pois o esporte e as ações


esportivas têm suas próprias regras, estruturas e princípios. Portanto, afigura-se uma
disciplina científica independente com suas próprias teorias, métodos, programas. O
objetivo e a meta do treinamento psicológico é a modificação dos processos e dos estados
psíquicos (ex. percepção, pensamento, motivação). Diante disso, quais dessas alternativas
representam as funções e tarefas da psicologia do esporte?

1. Especialista em análise das condições de treino.


2. Especialista em otimizar o desempenho.
3. Conselheiro para solucionar conflitos.
4. Cientista/pesquisador.

a) Apenas as alternativas 1 e 2 estão corretas.


b) Apenas as alternativas 2 e 4 estão corretas.
c) Apenas as alternativas 2, 3 e 4 estão corretas.
d) Apenas as alternativas 3 e 4 estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

5. De acordo com a teoria da ação, os fatores relacionados a pessoa podem ser físicos e/
ou psicológicos. Esses fatores podem ser como condições objetivas e subjetivas. Dessa
maneira, considere as afirmativas abaixo, em relação as condições:

1. O peso e a altura do indivíduo podem ser considerados fatores psicológicos objetivos.


2. A expectativa do atleta para determinada competição pode ser considerado um
fator subjetivo.
3. O peso é uma característica física objetiva que o atleta possui.

Está correto o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

6. A ação esportiva é fruto da interação da tríade: indivíduo, ambiente e tarefa. As ações


possuem três funções básicas que busca:
1) explorar, experimentar e reconstruir a realidade;
2) criar e transformar a realidade e solucionar tarefas e problemas específicos; e
3) permitir a auto apresentação da pessoa e seu reflexo interno de valores, normas e regras

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sociais. Diante disso, indique a alternativa correta com as três funções da ação:

a) Função de reconhecimento, construtiva e de exposição.


b) Função de exploração, desconstrutiva e de apresentação.
c) Função de exploração, construtiva e de apresentação.
d) Função de reconhecimento, desconstrutiva e de exposição.
e) Função de exploração, desconstrutiva e de exposição.

7. A psicologia do esporte é formada por suas próprias teorias. De acordo com o estudado
na unidade, enquanto uma das teorias da psicologia do esporte sugere que a ação do
esportista é mais influenciada pelas condições do ambiente, outra teoria aponta que o
conhecimento e a experiência do esportista irão influenciar mais na realização de suas
ações. Diante desse contexto, quais teorias estão sendo citadas acima?

a) Ecológica e dos Sistemas Dinâmicos.


b) Cognitivista e da Ação.
c) Ecológica e da Ação.
d) Cognitivista e dos Sistemas Dinâmicos.
e) Ecológica e Cognitivista.

8. O objetivo do mental coaching é desenvolver as habilidades de autorregulação e


autoadministração de treinadores, atletas, dirigentes, árbitros, etc. Esse desenvolvimento
ocorre por meio de assessoria psicológica profissional e contempla diferentes aspectos
desde o diagnóstico até a intervenção. Diante disso, considere as informações abaixo:

1. O diagnóstico da personalidade e o contexto esportivo.


2. Treinamento físico para estimular o desenvolvimento da competência pessoal.
3. Intervenções psicológicas em situações de crises emocionais.

Está correto o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

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02
PROCESSOS SOCIAIS UNIDADE

16
2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO
O foco das pesquisas científicas relacionadas à psicologia do esporte no campo dos
processos sociais é estabelecer uma ligação entre o contato do indivíduo e seus fatores in-
ternos como pensamentos e emoções, ao comportamento visível (externo), como a forma
de falar e até mesmo os gestos e posturas. Dessa maneira, a comunicação surge como um
ponto importante no campo da psicologia do esporte, pois é através da comunicação efe-
tiva que se pode ter sucesso em uma competição esportiva e em muitas áreas da vida.

FIQUE ATENTO
De acordo com Samulski (2009, p. 337) “a comunicação é o intercâmbio de informações, pen-
samentos, ideias e emoções entre duas ou mais pessoas”.

A comunicação possui diversos objetivos. Entre eles estão: persuadir; avaliar; infor-
mar; motivar e solucionar conflitos (SAMULSKI, 2009). A partir disso, a comunicação pode
ocorrer de diferentes maneiras. Abaixo segue um esquema das características da comuni-
cação:

Figura 5: Tipos de comunicação


Fonte: Samulski (2009, p. 339)

De acordo com esse esquema, a comunicação pode ser intencional ou não intencio-
nal. Além disso, a comunicação intencional ou não intencional pode ser verbal ou não ver-
bal. No que se refere à comunicação intencional, o indivíduo pode com intencionalidade
transmitir uma mensagem que deve ser passada a outro indivíduo ou a um determinado
grupo de pessoas. Por exemplo, enquanto escrevo este livro, intencionalmente escolho as
palavras para formar frases e, consequentemente, os parágrafos e o texto completo. Isso
é um tipo de comunicação intencional e não verbal, pois utilizo a escrita para enviar (pro-
positalmente) a mensagem (conteúdo da disciplina de psicologia do esporte) aos leitores.
Da mesma maneira, quando estou ministrando uma aula (presencial ou remota) para uma
turma de psicologia do esporte, de maneira intencional escolho as palavras para enviar a
mensagem (que ainda é o conteúdo da disciplina) aos alunos. Portanto, esse é um tipo de
comunicação intencional e verbal.

17
Figura 6: Representação da comunicação verbal do professor em uma sala de aula
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3v0HfQs. Acesso em: 17 mai. 2021.

Por sua vez, a comunicação pode ser não intencional, sendo ela verbal ou não verbal.
A comunicação não intencional ocorre quando o indivíduo não tem o propósito de enviar
determinada mensagem. Por exemplo, imagine que você está em uma sala de aula e o
professor quer emitir um comando para a turma: “Não pense na cor azul”. Qual foi a primei-
ra cor que você pensou? Azul! O cérebro humano não consegue anular a cor azul pelo fato
de o comando ter a palavra “não”, primeiro ele vai filtrar a informação pensando na cor azul
para depois compreender que não deve pensar nessa cor. Por muitas vezes, professores e
treinadores cometem erros na comunicação verbal por não se concentrarem na informa-
ção mais relevante. Se o professor deseja que o aluno pense em outra cor ao invés do azul,
ele pode direcionar a cor desejada. Por exemplo, pense na cor amarelo. Seu cérebro já o
conduziu para essa determinada cor. Por fim, a comunicação pode ser não intencional não
verbal. Essa é expressa por meio de gestos, expressões (conforme figura 7) ou escrita, por
exemplo.

Figura 7: Representação da comunicação não verbal por meio de expressões


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3osPyC7. Acesso em: 17 mai. 2021.

Em relação aos gestos ou expressões, por vezes esses aspectos não refletem o que
nossas palavras dizem. Posso afirmar que estou entusiasmado para determinada tarefa,
mas se minha expressão mostra que estou cansado ou com medo, essa mensagem irá se
sobrepor às minhas palavras. Em relação à escrita, sentenças mal elaboradas podem se
tornar ambíguas e pode gerar diferentes sentidos nas frases. Dessa maneira, pode ser que

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a mensagem principal não seja compreendida corretamente pelo receptor.

2.2 COMUNICAÇÃO EFETIVA


Para uma comunicação efetiva é necessário entender que o processo de comuni-
cação possuí diferentes estágios: 1) Emissor: pessoa que lidera a comunicação; 2) Mensa-
gem: forma de informação, sugestão, direção ou ordem; 3) Canal de comunicação: Verbal,
não verbal, escrita, sonora etc.; e 4) Receptor: pessoa ou grupo que recebe a mensagem
(SAMULSKI, 2009).
A habilidade de comunicação do indivíduo depende de fatores como a sua persona-
lidade, liderança, capacidade de tomar decisões, entre outros. No entanto, o sucesso nas
competições esportivas é resultado de comunicações eficazes entre membros das comis-
sões técnicas, a torcida, os árbitros, os atletas. Por isso, de acordo com Samulski (2009) in-
dependentemente das características dos indivíduos, alguns pontos são transversais para
uma boa comunicação:
Para uma boa comunicação verbal, é imprescindível:
• Seja direto: evite excesso de informações desnecessárias. Isso pode sobrecarregar o re-
ceptor e ele pode não conseguir discernir as informações relevantes das irrelevantes;
• Assuma suas mensagens: responsabilize-se por suas mensagens, por exemplo, fale de
seus sentimentos e emoções quando não gostar de algo no seu ambiente de trabalho;
• Seja completo: complete sua mensagem com todas as informações necessárias para
ser bem compreendido;
• Claro e coerente: garanta que sua mensagem tenha um significado para o receptor;
• Reforce sua mensagem por meio de repetição: quando as mensagens são repetidas,
damos ao nosso cérebro tempo suficiente para processar a mensagem e fixar como
algo importante;
• Use linguagem apropriada: se estiver em um ambiente formal de trabalho, evite usar
palavras que não se encaixam nesse ambiente;
• Procure por feedback: procure por expressões ou gestos que demonstre que sua men-
sagem foi corretamente entendida pelo receptor.

Para uma boa comunicação não-verbal, leva-se em conta:


• Aparência física: a vestimenta adequada transmite uma mensagem de profissionalis-
mo;
• Postura: no sentido de comportamento indica a forma como um profissional encara
suas funções;
• Gestos: gestos inapropriados (mesmo que involuntários) podem ofender pessoas que
estão recebendo as mensagens de sua comunicação;
• Posição do corpo: demonstra muito sobre sua personalidade, sobre o quão confiante
está na comunicação;
• Expressões faciais: não é necessário parar uma comunicação verbal para indicar que
algo está sendo positivo ou negativo, por vezes basta um “olhar” para enviar a mensa-
gem;
• Características da voz: o tom de voz é mais significativo do que as palavras usadas.

19
VAMOS PENSAR?
Em um contexto esportivo, quantas vezes consideramos todos esses elementos para montar
uma boa aula ou um bom treinamento? Além disso, em um ambiente de competição, no qual
influencia o comportamento de atletas e treinadores devido ao estresse e às emoções, todos
esses elementos da comunicação são considerados? O que a falta de uma comunicação efe-
tiva pode promover para o desempenho esportivo?

2.3 FORMAS DE LIDERANÇA


No contexto esportivo, liderança tem sido definida, consensualmente, como a ca-
pacidade de influenciar pessoas a trabalharem juntas, visando alcançar metas de forma
harmônica (BRANDÃO; AGRESTA; REBUSTINI, 2008). Dessa maneira, o processo de lide-
rança depende essencialmente da compreensão do comportamento humano. Por isso,
extrair o melhor de cada membro do grupo para realizar objetivos é uma tarefa complexa
(por vezes difíceis) que o líder deve realizar. Essa tarefa é complexa, pois o comportamento
humano, de acordo com Hersey e Blanchard (1986, p. 31), é “a soma dos padrões de hábitos
ou respostas condicionadas a vários estímulos”.
O livro “O poder do Hábito” de Duhigg (2012) (repórter investigativo do New York
Times na época que o livro foi lançado em 2012) nos aponta que é possível modificar os
hábitos dos indivíduos. No entanto, sob forte pressão, os indivíduos tendem a se comportar
de acordo com seus “velhos hábitos” e a consequência disso pode ser a frustração. No con-
texto esportivo, pressões internas ou externas podem gerar comportamentos indesejados
em atletas e isso pode levá-los ao abandono da modalidade esportiva. Por isso, o líder deve
conhecer a estrutura que gera motivação de cada membro de seu grupo. Além disso, deve
perceber e conhecer os traços de personalidade de cada membro do grupo, assim como a
forma como cada um reage às diversas situações. Para que isso seja possível, é necessário
conhecer a estrutura de uma liderança efetiva conforme figura abaixo:

Figura 8: Fatores para uma liderança efetiva


Fonte: Samulski (2009)

20
A liderança efetiva depende de vários fatores situacionais, tais como o tamanho do
grupo (grupo maiores exigem mais de seus líderes), pressão de tempo para realizar de-
terminada tarefa e a maturidade do grupo. Quanto mais maduro é um grupo, mais esse
grupo irá respeitar o líder pela competência e menos pela coerção. Por conseguinte, a lide-
rança efetiva depende das características dos liderados. Estes podem ser mais autônomos
nas suas ações ou mais dependentes das orientações do líder. Ademais, a qualidade do
líder também influencia esse processo de liderança efetiva, um dos aspectos está relacio-
nado com a comunicação exposta no início dessa unidade. Por fim, o estilo de liderança
(autocrático e democrático) também pode influenciar esse processo de liderança efetiva.
Em relação aos estilos de liderança, Samulski (2009) enfatiza que o treinador ou pro-
fessor autocrático toma as decisões pelo grupo e tem como característica a dominância
verbal sobre o grupo. Além disso, esse treinador ou professor é mais orientado a tarefa e
tende a manter uma distância emocional em relação ao grupo. Por sua vez, o autor supra-
citado destaca ainda que o treinador ou professor democrático procura colocar os proble-
mas em discussão com o grupo, sugere alternativas e oferece ajuda. Esse estilo de lideran-
ça é mais orientado a pessoa e mesmo orientado a tarefa. Os dois estilos de liderança têm
seus pontos positivos e negativos e devem ser utilizados de acordo com o que o contexto
“exige”.

BUSQUE POR MAIS


Para compreender melhor como um líder pode gerir um grupo de pessoas, in-
fluenciando positivamente suas ações e rendimentos, o livro “Gestão de pessoas
nas organizações: Sua Relação com Governança, Cultura e Liderança”, escrito
Barbieri (2015) está disponível em: https://bit.ly/3oC1eCv. Acesso em: 18 mai. 2021.

21
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Se não houver comunicação entre os jogadores e comissão técnica ou essa comunicação
não acontecer de forma efetiva, existe a possibilidade de prejudicar o desempenho da
equipe. Dessa maneira, o treinador influencia o desempenho individual e coletivo, e deve
ter conhecimento dos processos de intervenção, principalmente na emissão de informação.
Diante disso, quais os processos de comunicação que estão presentes no esporte?

a) Emissor, mensagem, canal de comunicação e receptor.


b) Orador, mensagem, canal de aviso e receptor.
c) Emissor, mensagem, canal de aviso e recebedor.
d) Orador, notícia, canal de comunicação e receptor.
e) Emissor, notícia, canal de aviso e recebedor.

2. No contexto esportivo, liderança tem sido definida, consensualmente, como a capacidade


de influenciar pessoas a trabalharem juntas, visando alcançar metas de forma harmônica
(Brandão et al., 2002). Grandes líderes mudam de estilo para levantar a autoestima de suas
equipes. Por isso, o processo de liderança depende essencialmente da compreensão do
comportamento humano. No entanto, extrair o melhor de cada membro do grupo para
realizar objetivos é uma tarefa complexa que o líder deve realizar. Diante disso, quais os
tipos de liderança?

1. Autocrático.
2. Democrático.
3. Tirano.
4. Ditador.

a) Apenas as alternativas 1 está correta.


b) Apenas as alternativas 1 e 2 estão corretas.
c) Apenas as alternativas 1 e 3 estão corretas.
d) Apenas as alternativas 2 e 3 estão corretas.
e) Todas as alternativas estão corretas.

3. O processo de liderança depende essencialmente da compreensão do comportamento


humano. Dependendo da situação da competição, cada atleta pode se comportar de uma
maneira diferente.
Diante disso, avalie as asserções a seguir:

I. Em relação à manifestação do comportamento frustrado, a agressão diz respeito às


desculpas e transferência de responsabilidades, além de comportamentos imaturos.

PORQUE

II. A regressão diz respeito à manutenção do comportamento apesar da ineficácia e

22
perder a esperança de atingir seus objetivos.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.

a) Tanto a primeira quanto a segunda asserções são proposições falsas.


b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
da primeira.
c) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa da
primeira.
d) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa.
e) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira.

4. Os estudos relacionados à liderança no ambiente esportivo buscam verificar o papel


do técnico e a influência de suas ações na gestão da equipe comandada, sendo que os
componentes da Liderança Efetiva (esquema abaixo), proposto por Martens (1987), é um
dos mais utilizados para representar a liderança efetiva:

Fonte: Samulski (2009)

Considerando os componentes da Liderança Efetiva, que pode ser utilizado pelo treinador
na gestão de uma equipe, analise as afirmações que se seguem:

I. A qualidade do líder depende da empatia que ele tem pelo grupo e da qualidade da
sua comunicação.
II. O estilo de liderança depende da característica da personalidade do líder.
III. A liderança efetiva independe dos fatores situacionais.
IV. As características do líder interferem diretamente no seu comportamento real com
seus comandados.

É correto o que se afirma em:

a) II.
b) I.
c) I, II, III, IV.
d) II, III, IV.

23
e) I, II, IV.

5. Em um clube de handebol, Celso treinador de atletas da categoria Sub-15, percebeu


que seus atletas apresentaram dificuldade para se comunicar durante uma competição,
provavelmente devido às diferenças culturais dos atletas, que são nascidos em diferentes
estados do Brasil. No esporte, se não houver comunicação entre os atletas ou essa
comunicação não acontecer de forma efetiva, existe a possibilidade de prejudicar o
desempenho da equipe. Além disso, o treinador tem o poder de influenciar positivamente
o desempenho individual e coletivo através de uma boa comunicação e, por isso, deve
conhecer os processos de intervenção, principalmente na emissão de informação. Assim,
considere a afirmativa correta em relação aos processos de comunicação:

a) Os canais de comunicação se referem apenas aos meios escritos da comunicação.


b) O emissor é a pessoa que recebe a mensagem na comunicação através de um
determinado meio de comunicação.
c) O processo de comunicação ocorre a partir de três elementos: ouvinte, mensagem e
emitente.
d) O receptor é a pessoa que lidera a comunicação no intuito de transmitir a informação
que deseja.
e) O processo de comunicação ocorre a partir de quatro elementos: emissor, mensagem,
canal de comunicação e receptor.

6. No esporte, a comunicação é um fator essencial para o bom desempenho nas competições.


O professor/treinador tem o poder de influenciar (positivamente ou negativamente) o
desempenho individual e coletivo e, por isso, deve conhecer os processos de intervenção,
principalmente na emissão de informação. Assim, considere as afirmativas abaixo, em
relação aos processos de comunicação:

1. O processo de comunicação ocorre a partir de quatro elementos: emissor, mensagem,


canal de comunicação e receptor.
2. Os canais de comunicação se referem aos meios verbais, não verbais, escritas, sonoras.
3. O receptor é a pessoa que lidera a comunicação.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

7. A comunicação influencia na motivação, na concentração, na aquisição de habilidades,


nas atitudes e em outros processos importantes para o rendimento esportivo. Neste
sentido, quais os objetivos da comunicação?

a) Persuadir; avaliar; informar; motivar e solucionar conflitos.


b) Persuadir; refletir; confundir; desmotivar e solucionar conflitos.

24
c) Persuadir; avaliar; informar; motivar e provocar conflitos.
d) Persuadir; refletir; informar; motivar e solucionar conflitos.
e) Persuadir; avaliar; confundir; desmotivar e solucionar conflitos.

8. O professor/treinador possui uma posição que necessita influenciar seus alunos/atletas


na busca de um desenvolvimento individual e coletivo. Para que isso ocorra, é necessário
que a sua liderança seja efetiva. Desse modo, quais fatores estão relacionados à liderança
efetiva?

a) Fatores ambientais; características dos liderados; qualidade do líder; tipos de liderança.


b) Fatores situacionais; características dos liderados; qualidade do líder; estilos de liderança.
c) Fatores ambientais; características dos liderados; relações pessoais; estilos de liderança.
d) Fatores sociais; características dos liderados; qualidade do líder; tipos de liderança.
e) Fatores ambientais; características dos liderados; relações pessoais; tipos de liderança.

25
03
PROCESSOS COGNITIVOS UNIDADE

26
3.1 PERCEPÇÃO
A Percepção é responsável pela extração de informação do meio ambiente para
dar significado às coisas e objetos. É o processo pelo qual o indivíduo se torna consciente
das relações no mundo circundante, na medida em que essa consciência depende dos
processos sensoriais como por exemplo, a visão e a audição.

FIQUE ATENTO
De acordo com Eysenck & Keane (1994, p. 43) a percepção são “os meios pelos quais a infor-
mação adquirida do meio ambiente através dos órgãos sensoriais é transformada em expe-
riência de objetos, eventos, sons etc.”

É importante destacar a visão dentre os processos sensoriais, pois de 80 a 90% das


informações extraídas do ambiente, no contexto dos esportes coletivos, advém da visão.
Além disso, a característica da visão tem sido um indicador de comparação entre atletas
experientes e novatos, mais habilidosos e menos habilidosos etc. Por exemplo, a literatura
científica aponta que em situações de habilidade motora fechada (como a cobrança de
um pênalti no futebol), os atletas mais habilidosos fixam a visão em um menor número
de pontos “importantes” por períodos mais longos (WILLIAMS et al., 1993). Isso significa
que os atletas são capazes de ignorar os estímulos irrelevantes para captar as informações
essenciais para realização da tarefa.
Por outro lado, em situações de habilidade motora aberta (como situações de ataque
e defesa no handebol), os atletas mais habilidosos fixam em um maior número de pontos
“importantes” por períodos mais curtos (WILLIAMS; DAVIDS, 1995). Isso significa que esses
atletas são capazes de “rastrear” melhor as informações no ambiente para ter uma boa
“leitura do jogo” e ajudar no processo de tomada de decisão. Portanto, o conhecimento
é um fator primordial para que os atletas percebam melhor as situações de jogo (PETIOT;
SILVA; OMETTO, 2020).
No contexto esportivo, a percepção deve ser entendida e analisada em relação a
dois aspectos: percepção externa e percepção interna. A percepção externa diz respeito
à habilidade de extrair informações dos objetos em movimentos, por exemplo: a bola,
os adversários e os próprios companheiros de equipe. Portanto, conhecer as estruturas
funcionais do jogo, por exemplo, possibilita reconhecer informações relevantes para agir
em determinadas situações. Ademais, a percepção externa também se refere à captação
de informações em objetos fixos como o gol, a cesta, a marcação da quadra ou campo etc.
Por fim, a percepção interna diz respeito a reconhecer os próprios movimentos e se orientar
em tarefas que exige essa habilidade. Os atletas de ginástica, por exemplo, necessitam ter
uma excelente percepção interna para realizar suas ações.
Cabe destacar que a quantidade de informações provenientes do meio ambiente é
maior do que a capacidade de assimilação do organismo. Por isso, o conhecimento torna-
se essencial no processo de percepção e, consequentemente, no rendimento esportivo.
É através do conhecimento que o atleta é capaz de captar informações, processar as
informações, reconhecer padrões e tomar decisões. Para ilustrar, veja a figura abaixo e
responda quantas patas tem esse elefante.

27
Figura 9: Imagem de um elefante com ilusão de ótica
Fonte: Disponível em https://bit.ly/2SbcCZK. Acesso em: 17 mai. 2021.

É interessante notar que essa imagem foi criada para gerar uma ilusão de ótica.
Dessa maneira, pela imagem, o elefante parece ter cinco patas na base e quatro patas na
parte mais superior dos membros. Pelo conhecimento, pode-se afirmar que esse elefante
tem quatro patas, pois em condições normais, um elefante tem quatro patas.

3.2 ATENÇÃO E CONCENTRAÇÃO

A atenção é entendida, de modo geral, como um estado seletivo, intensivo e dirigido


da percepção. Além disso, a atenção também é entendida como um processo consciente
que envolve uma pessoa focalizando-se em um objeto, uma pessoa ou uma ação específica
(SAMULSKI, 1992) (SCHUBERT, 1981). Dessa maneira, pela necessidade de interpretação e
compreensão da situação de forma específica, a atenção torna-se importante. A atenção
faz o papel de filtro, ou seja, somente uma pequena quantidade desses estímulos sensoriais
torna-se evidente na percepção.
A atenção pode ser dividida em três tipos: a atenção concentrada, a atenção
distributiva e a capacidade de alternação da atenção (KONZAG; SCHELLENBERG, 1981). A
atenção concentrada compreende a focalização da atenção em um determinado objeto/
pessoa ou em uma ação. É a capacidade de dirigir conscientemente a atenção a um local
específico para se concentrar somente naquele momento ou situação. É a utilização de
um ponto específico da percepção: a percepção central. Um exemplo disso é um atleta
atirando uma flecha em um alvo.

Figura 10: Representação de um atleta profissional de arco e flecha


Fonte: Disponível em https://bit.ly/2T4cImE. Acesso em: 17 mai. 2021.

28
Por sua vez, a atenção distributiva compreende a distribuição da atenção sobre
vários objetos. Um exemplo disso é o momento em que o levantador realiza um toque no
Voleibol. Esse atleta deve perceber as movimentações e posicionamento de seus colegas e
adversários para passar a bola.

Figura 11: Atleta profissional de voleibol realizando um levantamento


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3wnso2N. Acesso em: 17 mai. 2021.
Por conseguinte, a capacidade de alternação da atenção diz respeito à habilidade de
se adaptar às diferentes situações. O atleta é capaz de alternar a atenção concentrada para
distributiva e a atenção distributiva para a concentrada. Um exemplo disso é um goleiro
no futebol que necessita ter atenção concentrada quando um chute é realizado contra sua
baliza e a bola vem em sua direção. À medida que esse goleiro consegue realizar a defesa,
ele necessita utilizar a atenção distributiva para fazer uma boa “leitura do jogo” e poder dar
sequência às ações ofensivas da equipe.
De acordo com Cratty (1989), os determinantes da atenção correspondem aos fatores
internos e externos. Os fatores internos dependem do sistema sensorial do indivíduo e
sua capacidade de processar informações. Além disso, dependem do comportamento
aprendido em situações específicas e das características da personalidade. Por sua vez, os
fatores externos dependem da quantidade de informações provenientes do ambiente, o
estresse social e a complexidade dos estímulos. Portanto, a qualidade da atenção vai variar
de indivíduo para indivíduo.
Adicionalmente, a concentração é a capacidade de manter o foco de atenção
sobre os estímulos relevantes do meio ambiente. Três elementos importantes definem
a concentração: focalização de estímulos relevantes, manutenção do nível de atenção
durante determinado tempo e a conscientização da situação (WEINBERG; GOULD,
1999). Dessa maneira, é importante entender que o atleta pode estar atento, mas não
concentrado. Portanto, um estado mental focalizado não ocorre ao acaso, mas parece
requerer intencionalidade e esforço deliberado do atleta.

29
3.3 MEMÓRIA

A memória diz respeito ao processo de armazenamento e recuperação de


informações (MATIAS; GRECO, 2010). Estes autores sugerem que a memória não é apenas
um local onde as informações ficam armazenadas, mas é um local onde as informações
podem interagir com as informações contextuais por meio sensoriais de curto prazo e de
longo prazo. Adicionalmente, os autores supracitados dividem a memória em sensorial
(ultracurto prazo), curto prazo e a memória de longo prazo. Segue a explicação de cada
tipo de memória escrita pelos autores:
A memória sensorial é uma forma transitória de armazenamen-
to entre os sentidos e a memória de curto prazo. É responsá-
vel por registrar uma grande quantidade de informações e por
guardá-las em breve espaço de tempo, conserva as característi-
cas físicas do estímulo durante menos de um segundo. As infor-
mações selecionadas pela memória sensorial são transferidas
para o segundo estágio da memória, ou seja, para memória de
curto prazo. A memória de curto prazo oferece um armazena-
mento temporário para as informações transferidas da memó-
ria sensorial. É o estágio da memória que apresenta uma reten-
ção de informações em intervalos breves (aproximadamente 30
segundos) e uma capacidade limitada a ± 7 itens. A memória de
longo prazo é, por fim, o terceiro estágio. O que a maioria das
pessoas acredita ser a memória propriamente dita. É o arma-
zenamento de longo prazo, o armazenamento para a vida toda
(Hockenbury e Hockenbury, 2003). Na memória de longo pra-
zo as informações são retidas de forma organizada (Glassman e
Hadad, 2006). Segundo Marina (1995) a memória é essencial nos
Jogos Esportivos Coletivos, pois é a chave de acesso das infor-
mações (MATIAS; GRECO, 2010, p. 254).

A memória é um processo cognitivo importante, pois estabelece relações entre as


informações adquiridas por meio de vivências e experiências no esporte e as informações
presentes no contexto em que a ação esportiva está acontecendo. Dessa maneira, a
utilização do conhecimento processual e declarativo se manifesta por meio das informações
que estão armazenadas na memória.

BUSQUE POR MAIS


Para se aprofundar no conhecimento acerca do funcionamento da memória e
como ela se interage com os demais processos cognitivos leia o livro “Manual de
Psicologia Cognitiva, 7th Edition” dos autores Eysenck e Keane (2017). Disponível
em: https://bit.ly/3u1jtT4. Acesso em: 18 mai. 2021.

30
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Durante uma partida de qualquer modalidade esportiva, a atenção tem um papel
importante, pois essas partidas têm como características vários estímulos que estão
disponíveis no ambiente e, dessa maneira, é necessário que o atleta interprete e compreenda
a informação identificando-a como estímulos-sensórios. Portanto, a concentração é a
capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio ambiente.
A literatura indica que existem diferentes tipos de atenção. Diante disso, analise a situação
abaixo e indique qual tipo de atenção o atleta está utilizando na ação:

Durante uma ação de contra-ataque, no handebol, um jogador que porta a bola tem a
sua frente três adversários e três colegas da mesma equipe, formando uma superioridade
numérica de 4x3. Neste momento, precisa passar a bola para o jogador melhor posicionado.
Portanto nessa situação, qual tipo de atenção ele deverá utilizar?

a) Focalização em um objeto.
b) Concentrada.
c) Alternação da atenção.
d) Distributiva.
e) Ampla-externa.

2. Uma estudante de educação física está cursando a disciplina de Psicologia do Esporte.


Durante seus estudos ela leu em um livro que em situações de habilidade motora fechada
ou aberta, os atletas mais habilidosos e não habilidosos tendem a fixar o olhar em diferentes
pontos e por períodos distintos. Neste caso, os atletas mais habilidosos tendem a fixar o olhar
em pontos mais relevantes no contexto esportivo em que está inserido. Esse fenômeno
ocorre através da percepção, a qual permite dar significados as coisas e aos objetos através
da identificação da informação e do reconhecimento de semelhanças e diferenças. Dessa
maneira, considere a afirmativa correta em relação à percepção:

a) A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente.
b) O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas
ecológica e cognitivista.
c) A quantidade de informações provenientes do meio ambiente é igual a capacidade de
assimilação do organismo.
d) No esporte, a percepção é caracterizada apenas como percepção externa dos sinais
relevantes do ambiente.
e ) A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada
em experiência.

3. A atenção é um estado seletivo da percepção. Durante uma partida, os atletas devem


ser capazes de selecionar as informações relevantes e ignorar as informações irrelevantes.
Dessa maneira, analise a situação abaixo e indique qual tipo de atenção está sendo exigida
nessa ação:

31
Durante uma ação de arremesso, no basquetebol, um jogador sofre uma falta. O árbitro
então assinala a infração e determina a cobrança de lances livres. Neste momento, a bola
está morta e o cronômetro parado. No momento exato que o jogador for executar o lance
livre, qual tipo de atenção ele deverá utilizar?

a) Distributiva.
b) Concentrada.
c) Alternação da atenção.
d) Focalização em vários objetos.
e) Ampla-externa.

4. A memória é um processo cognitivo importante, pois estabelece relações entre as


informações adquiridas por meio de vivências e experiências no esporte e as informações
presente no contexto em que a ação esportiva está acontecendo. Dessa maneira, a literatura
científica aponta três tipos de memória. Diante disso, considere a afirmativa correta em
relação à memória:

a) Auditiva, médio prazo e de longo prazo.


b) Sonora, curto prazo e de médio prazo.
c) Sensorial, curto prazo e de longo prazo.
d) Sonora, curto prazo e de longo prazo.
e) Sensorial, médio prazo e de longo prazo.

5. A percepção decorre dos conhecimentos adquiridos por cada indivíduo e a aplicação


desses conhecimentos. No entanto, a percepção também depende das condições
ambientais. Diante disso, considere a afirmativa correta em relação à percepção:

a) Em geral, percebem-se todas as informações que estão disponíveis no ambiente.


b) A percepção interna está relacionada com as informações que estão inseridas dentro de
um jogo, em qualquer esporte.
c) A quantidade de informação que o cérebro consegue processar é menor que a quantidade
de informações disponíveis no meio ambiente.
d) A percepção externa está relacionada com a autopercepção em relação aos movimentos
realizados em um esporte.
e) A quantidade de informações disponíveis em um ambiente de jogo é compatível com a
quantidade de informações que o cérebro é capaz de processar.

6. A percepção permite dar significados às coisas e aos objetos através da identificação da


informação e do reconhecimento de semelhanças e diferenças. Dessa maneira, considere
as afirmativas abaixo, em relação à percepção:

1. A visão é o único meio pelo qual as informações são adquiridas do meio ambiente.
2. A percepção é o meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente é transformada
em experiência.
3. O processo da percepção possui os mesmos mecanismos em relação às perspectivas
ecológica e cognitivista.

32
Está correto o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

7. De acordo com Konzag (1981), existem três tipos de atenção: atenção concentrada,
atenção distributiva e a capacidade de alternação da atenção. Diante disso, considere as
afirmativas sobre os tipos de atenção:

1. A atenção concentrada é a focalização da ação em um objeto/pessoa, ou seja, é a


utilização de um campo específico no campo da percepção.
2. A atenção distributiva é a distribuição da concentração em um objeto, pessoa ou ação
especificamente.
3. A capacidade de alternação da atenção está relacionada com adaptação da situação,
na qual o aluno consegue transitar entre a atenção concentrada e distributiva.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

8. A atenção é fundamental para o rendimento esportivo, pois sem ela o aluno poderá não
perceber os estímulos relevantes no contexto esportivo. Diante disso, de acordo com o
texto, a atenção é entendida, de modo geral, como

a) um estado inconsciente através do qual a pessoa dirige processos psíquicos sobre um


determinado objeto, uma pessoa ou ação.
b) a capacidade de manter o foco de atenção sobre os estímulos relevantes do meio
ambiente.
c) um estado seletivo, dirigido, intensivo e dirigido da percepção.
d) meio pelo qual a informação adquirida do meio ambiente, através dos órgãos sensoriais,
é transformada em experiência de objetos e eventos.
e) reconhecimento de semelhanças e diferenças sobre objetos, pessoas ou ações.

33
04
PROCESSOS COGNITIVOS II UNIDADE

34
4.1 CONHECIMENTO PROCESSUAL E DECLARATIVO
A literatura aponta que o conhecimento no contexto esportivo não é um conhecimento
geral, mas sim um conhecimento específico (MATIAS; GRECO, 2010). Dessa maneira, o
conhecimento pode ser expresso por ações ou pela verbalização. Estes são conhecidos
na literatura como conhecimento processual e declarativo. Esses tipos de conhecimento
são importantes para o rendimento esportivo, pois eles se interagem durante a ação
esportiva. Isso significa que a ação esportiva do atleta está condicionada à forma como ele
compreende as situações do jogo.

FIQUE ATENTO
“O conhecimento tático declarativo refere-se à capacidade do atleta de saber ‘o que fazer’,
isto é, conseguir declarar de forma verbal e/ou escrita qual a melhor decisão a ser tomada e
o porquê desta decisão. O conhecimento tático processual refere-se a ‘como fazer’, é a capa-
cidade do atleta de operacionalizar a ação, está intimamente ligado a ação motora em si”
(MATIAS; GRECO, 2010, p. 257).

Uma vez que o conhecimento é específico de cada modalidade, esse é um


conhecimento tático, pois essa dimensão proporciona sentido às demais dimensões em
um jogo (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017).

VAMOS PENSAR?
Quando um jogador de futebol realiza uma ação de passe, por exemplo, ele faz para resolver
um situação-problema do jogo, como criar oportunidades de finalizar a baliza adversária. De
maneira simples, ele observa o melhor posicionamento do seu companheiro, observa as mo-
vimentações dos adversários. Dessa maneira, uma “simples” ação técnica não está isolada do
seu contexto. Por isso, essa ação ganha significado devido à dimensão tática.

Adicionalmente, existe na literatura alguns instrumentos de avaliação capazes de


medir o conhecimento processual e declarativo (TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA,
2017). Por exemplo, em relação ao processual, o Sistema de Avaliação Tática no Futebol
(FUT-SAT) permite avaliar o comportamento e o desempenho tático em situação de jogo
(TEOLDO; GUILHERME; GARGANTA, 2017). Diversos estudos apontaram diferenças no
comportamento tático de jogadores de diferentes posições, de diferentes faixas etárias,
em respostas às manipulações dos constrangimentos do jogo (e de diferentes níveis de
desempenho (OMETTO et al., 2021) (SOUZA et al., 2020). Além desses, foram encontradas
diferenças no comportamento tático em equipes com diferentes colocações em torneios
de jogos reduzidos e condicionados (SILVA et al., 2019).
Por sua vez, o TacticUP® é um recente instrumento capaz de avaliar o conhecimento
tático declarativo e proporciona informações relevantes acerca da velocidade de tomada de
decisão dos jogadores (GUILHERME; TEOLDO, 2020). Ele é um teste de vídeo composto por

35
sequências de cenas referentes às ações ofensivas e defensivas extraídas de jogos oficiais
do futebol. Os vídeos são apresentados através de uma perspectiva panorâmica para
permitir que os jogadores visualizem os princípios táticos, dentro ou fora do centro de jogo.
O teste é composto por cenas de cada um dos princípios táticos fundamentais (ofensivos
e defensivos). Para cada cena são apresentadas quatro possibilidades de soluções para a
sequência de vídeos. Os participantes devem escolher a solução mais adequada para cada
cena.

BUSQUE POR MAIS


O artigo disponibilizado a seguir trata da validação de diferentes instrumentos de avaliação
do conhecimento tático:
• Costa et. al (2011) explanam em seu artigo, “Sistema de avaliação tácti-
ca no Futebol (FUT-SAT): desenvolvimento e avaliação preliminar”, cinco
perspectivas de noção de validade e métodos heurísticos. Disponível em:
https://bit.ly/2S2Tv4e. Acesso em: 18 mai. 2021.

• O livro “Avaliação Neuropsicológica” de Malloy-Diniz et. al (2018) ampliam o


conhecimento acerca da avaliação da inteligência, seus desafios, cognição
e etc. Disponível em: https://bit.ly/3v1i0xl. Acesso em: 18 mai. 2021.

4.2 INTELIGÊNCIA E CRIATIVIDADE

A inteligência e a criatividade são fatores fundamentais para o bom desempenho


esportivo (PETIOT; SILVA; OMETTO, 2020).

FIQUE ATENTO
De acordo com esses autores, a inteligência está principalmente associada à solução de pro-
blemas e a criatividade está relacionada com a capacidade de realizar ações novas para
resolver os problemas advindos das situações dos jogos.

No que diz respeito à inteligência, para o atleta realizar uma ação inteligente, deve
contar com a capacidade de ler o jogo e interpretá-lo (percepção) para identificar o
problema exato a ser resolvido e ter a intenção correta ao escolher a ação que deve resolver
o problema (GARGANTA, 2005) (DEN HARTIGH et al., 2018). Além disso, o conhecimento é
fundamental para permitir soluções capazes de resolver o problema do jogo (isto é, ações
inteligentes).
Apesar da inteligência ter como base o conhecimento, ela não se exprime apenas
pela quantidade de conhecimento que o indivíduo possui, mas é dependente também
da realidade ecológica das diversas situações que se apresentam no jogo. Dessa maneira,
a inteligência irá emergir das vivências e experiências adquiridas no contexto específico
de treinamento e jogo juntamente com a interação de todos os constrangimentos que
envolvem suas práticas. Por isso, recomenda-se que os atletas possam testar diferentes

36
ações e experimentar as consequências delas. Isso irá permitir o aprendizado devido à
ampla variedade de situações representativas. Por meio dessa variabilidade, eles descobrem
quais soluções são relevantes e adequadas às situações.
Adicionalmente, no que se refere a criatividade, essa variável está relacionada as
ações novas ou que poucas pessoas realizam. Isso torna a criatividade uma qualidade
importante a ser desenvolvida no praticante. A criatividade permite soluções diferentes
em um ambiente imprevisível e, por isso, pode ser uma vantagem no confronto entre duas
equipes, por exemplo.
De acordo com Petiot, Silva e Ometto (2020), a criatividade se relaciona com o
conhecimento, com as demais habilidades cognitivas e a habilidade técnica do praticante,
pois reflete a experiência necessária para a tomada de decisões diferentes dos habituais.
Os autores afirmam ainda que a criatividade poderá ser desenvolvida em ambientes ricos
com variados estímulos, mas não necessariamente vinculada a muitas regras. Em tal
ambiente, os praticantes devem ser estimulados a desenvolver seu lado criativo, devem ser
incentivados a fazê-lo, ou devem se ater às ações esperadas e seus resultados imediatos.
No entanto, dada a natureza não linear dos esportes, os praticantes irão desenvolver
habilidades de acordo com suas vivências e experiências.

4.3 TOMADA DE DECISÃO


A tomada de decisão é caracterizada como o processo de seleção de uma opção
ou curso de ação a partir de um conjunto de alternativas (WILSON; KEIL, 1999). Dessa
maneira, entender como os praticantes tomam suas decisões, pode fornecer informações
valiosas para o contexto esportivo. A literatura científica relacionada ao esporte aponta
diferentes modelos para explica o processo de tomada de decisão (ASSIS, 2016). Entre
diferentes modelos, Assis (2016) destaca o modelo sequencial de tomada de decisão, o qual
possui diferentes fases: percepção da informação, o processamento dessa informação e a
resposta. A percepção envolve os sentidos como visto anteriormente neste livro, o processo
da informação depende de diferentes habilidades percepto-cognitivas e a resposta pode
ser observada pelas ações dos praticantes.
Alguns estudos acerca da tomada de decisão apontam que os indivíduos considerados
experts são capazes de tomar as melhores decisões em relação aos seus pares menos
experientes (ROCA et al., 2011). Isso ocorre, uma vez que os mais experientes costumam
buscar a informação disponível no jogo de forma mais eficaz, detectar e reconhecer melhor
os padrões estruturados de jogo, interpretar melhor o significado das informações e tomar
decisões mais rápidas e mais apropriadas (WILLIAMS et al., 2011). Recentemente, Assis et al.
(2020) encontraram que praticantes do mesmo nível competitivo, porém com diferentes
níveis de eficiência no comportamento tático, tomam decisões diferentes. Esses autores
apontam que os praticantes mais eficientes taticamente são melhores em tomar decisão,
pois foram capazes de fazer melhor leitura do contexto do jogo.
Os estudos da tomada de decisão não se limitam a investigar os praticantes dos
esportes, mas têm investigado diferentes intervenientes como os árbitros. Por exemplo, em
um estudo realizado por Helsen e Bultynck (2004), os autores investigaram a quantidade
de decisões observáveis (as decisões transformadas em ações) de árbitros e assistentes em
31 partidas da “UEFA Euro 2000”. Eles realizaram em média 136,5 tomadas de decisões por
jogo.
Em média, os árbitros principais tomaram:

37
• 3,6 decisões de vantagem;
• 37,9 decisões de falta;
• 0,5 decisões de pênalti;
• 2,4 decisões de simulação;
• 0,2 Bola ao chão;
• 0,4 Cartão vermelho;
• 3,9 Cartões amarelos.

Figura 12: Árbitro principal após tomar uma decisão de aplicar o cartão vermelho
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3yntv46. Acesso em: 17 mai. 2021.

Por sua vez, em média, os assistentes tomaram:


• 10,7 decisões de escanteio;
• 2,8 decisões de gol;
• 19,9 decisões de tiro de meta;
• 6,7 decisões de impedimento;
• 5,2 decisões de substituições;
• 42,4 decisões de lateral.

Figura 13: Árbitro assistente indicando uma decisão


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3otrpLA. Acesso em: 17 mai. 2021.

GLOSSÁRIO
CONSTRANGIMENTOS : Os constrangimentos são um aspecto particular da organização dos
jogos (ex.: tamanho do campo) que limita o espectro do jogo e influencia as ações dos jogado-
res (DAVIDS; ARAÚJO, 2005).

38
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A organização inerente ao jogo de Futebol justifica que as capacidades tácticas e os
processos cognitivos subjacentes à tomada de decisão sejam considerados requisitos
essenciais para o desempenho dos jogadores (McPherson, 1994). A essencialidade desses
requisitos torna-se mais evidente ao considerar três aspectos específicos do jogo de Futebol:
i) a maioria das ações ocorre sem que os jogadores estejam em contacto direto com a bola;
ii) jogadores com limitado domínio das habilidades técnicas podem jogar Futebol se
tiverem um nível razoável de compreensão táctica (Oslin, Mitchell, & Griffin, 1998);
iii) parco conhecimento táctico pode comprometer a execução eficiente e/ou eficaz das
habilidades técnicas (Teodorescu, 1984). Dada a importância da componente tática para o
futebol, alguns instrumentos de avaliação são capazes de avaliar dessa componente. No
entanto, apenas um avalia em um teste de campo as ações com e sem bola de acordo com
os 10 princípios táticos do jogo de futebol. Diante disso, qual é esse instrumento?

a) Sistema de Avaliação Táctica no Futebol (FUT-SAT).


b) Konzeptorientierte Expertenratings (KORA).
c) Game Performance Assessment Instrument (GPAI).
d) Performance Assessment in Team Sports (TSAP).
e) TacticUp.

2. Durante um dia, em condições normais, uma pessoa toma, em média, cerca de 6 mil
decisões. Essas decisões vão desde as mais simples como escolher o que comer no café
da manhã, até as mais complexas como decidir qual profissão seguir carreira. No futebol,
durante 90 minutos, um jogador pode tomar cerca de 2 mil decisões gerando uma
sobrecarga cognitiva. Neste sentido, sabendo que a tomada de decisão é uma escolha por
parte do atleta no contexto esportivo e ela decorrente das variadas habilidades percepto-
cognitivas, quais são as habilidades percepto-cognitivas subjacentes à tomada de decisão?

a) Atenção; memória; criatividade; percepção e liderança.


b) Atenção; memória; criatividade; percepção e pensamento.
c) Atenção; comportamento; comunicação; percepção e pensamento.
d) Atenção; memória; comunicação; percepção e pensamento.
e) Atenção; memória; comunicação; percepção e liderança.

3. Nos esportes é muito importante o uso do conhecimento, da captação da informação e


tomada de decisão, pois, é preciso agir de modo contrário a previsibilidade ou se adaptar
à imprevisibilidade do jogo. É necessário que o atleta tenha o saber da sua modalidade
esportiva para solucionar, por meio dos processos cognitivos, os problemas presentes no
contexto do jogo, resolução que será efetivada via a execução de uma habilidade motora.

Dessa maneira, o modelo decisional explica os três aspectos necessários para tomada
de decisão. Portanto, assinale a alternativa correta acerca dos três aspectos do modelo
decisional:

39
a) Percepção; processamento; resposta.
b) Atenção; pensamento; resposta.
c) Percepção; processamento; técnica.
d) Percepção; pensamento; resposta.
e) Atenção; processamento; técnica.

4. Durante uma partida a informação disponibilizada pelo ambiente é processada através


de uma série de sistemas de processamento. Portanto, o processamento da informação
do atleta será realizado por meio de diversas habilidades percepto-cognitivas. Essas
habilidades irão proporcionar uma melhor tomada de decisão. Dessa maneira, quais
habilidades percepto-cognitivas abaixo compõe o processamento da informação:

a) Memória de trabalho; pensamento; inteligência; criatividade.


b) Memória de trabalho; pensamento; estratégia de busca visual; antecipação.
c) Esforço cognitivo; pensamento; inteligência; criatividade.
d) Memória de trabalho; atenção; estratégia de busca visual; antecipação.
e) Esforço cognitivo; atenção; inteligência; criatividade.

5. No futebol, cada partida é controlada por um árbitro que tem total autoridade para
cumprir as regras da modalidade durante o jogo (IFAB, 2016). Para cumprir as regras, o
árbitro tem que analisar cada situação de tomar uma decisão acerca do que ele percebe. A
tomada de decisão é caracterizada como o processo de seleção de uma opção ou curso de
ação a partir de um conjunto de alternativas (FREDERICK, 2005). Helsen e Bultynck (2004)
investigaram a quantidade de decisões observáveis de árbitros e assistentes em 31 partidas
da “UEFA Euro 2000”.

De acordo com esse estudo, quantas decisões observáveis, em média, são tomadas ao
longo de um jogo de futebol?

a) 136,5 tomadas de decisões por jogo.


b) 166,5 tomadas de decisões por jogo.
c) 186,5 tomadas de decisões por jogo.
d) 236,5 tomadas de decisões por jogo.
e) 286,5 tomadas de decisões por jogo.

6. O TacticUP® é um teste de vídeo composto por sequências de cenas referentes às ações


ofensivas e defensivas extraídas de jogos oficiais do futebol. Os vídeos são apresentados
através de uma perspectiva panorâmica para permitir que os jogadores visualizem
os princípios táticos, dentro ou fora do centro de jogo. Esse instrumento permite obter
informações relevantes do desempenho dos jogadores. Diante disso, quais informações
são obtidas desse instrumento:

a) Conhecimento tático processual e a velocidade de tomada de decisão.


b) Conhecimento tático declarativo e a velocidade de processamento da informação.
c) Conhecimento tático declarativo e a velocidade de tomada de decisão.
d) Conhecimento tático processual e a velocidade de processamento da informação.
e) Conhecimento tático processual e a velocidade de captação da informação.

40
7. A tomada de decisão é fruto da interação de diversas habilidades percepto-cognitivas.
Dentre essas habilidades, a criatividade tem um papel importante para a tomada de
decisão. Diante disso, aponte o conceito de criatividade para o esporte:

a) Realizar uma ação exclusivamente nova.


b) Realizar uma ação que poucas pessoas realizam.
c) Realizar uma ação nova e/ou que poucas pessoas realizam.
d) Realizar uma ação treinada previamente.
e) Realizar uma ação automatizada pelo treinamento.

8. Foi descoberto na literatura científica praticantes do mesmo nível competitivo, porém


com diferentes níveis de eficiência no comportamento tático, tomam decisões diferentes.
Isso ocorre, pois os praticantes mais eficientes taticamente foram melhores em tomar
decisão devido a melhor capacidade de

a) lembrar informações do contexto de jogo.


b) realizar ações novas no contexto de jogo.
c) captar mais informações no contexto de jogo.
d) fazer melhor leitura do contexto de jogo.
e) manter o foco atencional no contexto de jogo.

41
05
MOTIVAÇÕES E EMOÇÕES NO UNIDADE
EXERCÍCIOS E NO ESPORTE

42
5.1 MOTIVAÇÃO EM DIFERENTES CONTEXTOS DE PRÁTICA
No contexto esportivo, a motivação tem sido compreendida como um processo ativo.
Além disso, essa compreensão passa pela intencionalidade e a direção da motivação para
alcançar determinada meta. Por fim, essa compreensão interage com os fatores pessoais
(fatores intrínsecos) e ambientais (fatores extrínsecos) (SAMULSKI, 2009). Esse autor
sugere que os fatores pessoais dizem respeito a diversos fatores como as expectativas, as
necessidades e interesses. Por sua vez, os fatores ambientais se relacionam com as tarefas
atraentes, possibilidades de desafios e influências sociais.
A literatura científica aponta diversos motivos que levam os indivíduos à prática de
exercício físicos e/ou esportes. Por exemplo, Henriques e colaboradores (2019) analisaram
os fatores motivacionais que levam homens e mulheres à prática de corrida de rua. Os
autores encontraram que o fator Saúde e Fitness tiveram maior relevância nessa atividade.
Portanto, conhecer os fatores motivacionais podem ajudar professores e treinadores a
criar estratégias para manter os indivíduos na prática de exercícios por mais tempo, o que
estimula um estilo de vida mais ativo.

Figura 14: Representação da corrida de rua


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3eXz15Y. Acesso em: 17 mai. 2021.

Adicionalmente, Souza et. al (2019) avaliaram a motivação de praticantes de futebol


amador. Os autores encontraram que os aspectos relacionados à saúde/fitness foram os
fatores principais da prática de futebol. Na sequência, os fatores sociais, diversão/interesse,
competência e aparência surgem como os principais fatores para a mesma prática. Dessa
maneira, percebe-se que os indivíduos investigados a busca pela melhoria na condição
física e prevenção de doenças está relacionada com a prática de futebol amador, e que o
fator aparência (busca por estética) pouco influencia a busca pela prática desportiva.
Ademais, no contexto do esporte paraolímpico, por muitas vezes os indivíduos
necessitam de uma motivação intrínseca para iniciar a prática. No entanto, diferentes
fatores podem fazê-los permanecer no contexto esportivo. Nesse sentido, Cardoso et al.
(2019), buscaram identificar os motivos que levam o atleta paralímpico brasileiro a continuar
praticando sua modalidade esportiva. Os autores apontam que as razões mais relevantes
para a continuidade dos atletas são:
(i) o incentivo de professores de Educação Física e Treinadores;
(ii) a participação em competições e,
(iii) o suporte emocional. Os autores ainda indicam que conhecer tais razões pode evitar
possíveis abandonos no esporte, como também, aprimorar seu desempenho na modalidade

43
paralímpica.

Figura 15: Atletas paralímpicos durante a competição


Fonte: Disponível em https://bit.ly/33XXQIG. Acesso em: 17 mai. 2021.

5.2 EMOÇÕES
A literatura científica aponta que as emoções emergem das interrelações de três
sistemas: psíquico, fisiológico e social (HACKFORT, 1993). Dessa maneira, as emoções estão
no centro desses sistemas.
De acordo com o autor supracitado, as emoções exercem duas funções básicas:
i) organizar, orientar e controlar as ações; e ii) a função energética e de ativação. Dessa
maneira, cabe destacar que os indivíduos orientados ao fracasso planificam suas ações de
forma diferente que os orientados ao êxito. Além disso, o esportista alegre participa mais
ativamente no treinamento que um desmotivado. Portanto, fica evidente que as emoções
influenciam as ações dos atletas. Essa influência ocorre em diferentes fases da competição:
fase pré-competitiva, durante a competição e pós-competitiva.
Na fase pré-competitiva, o indivíduo se encontra em um estado de intensa carga
psíquica. Este estado caracteriza-se pela antecipação da competição e, consequentemente,
pela antecipação das oportunidades, dos riscos e das consequências. Existem três estados
pré-competitivos: i) estado de febre (ex. nervosismo e incapacidade de concentração); ii)
estado de apatia (ex. estado de mau humor e aversão à competição) e, iii) estado ótimo
de ativação (ex. autoconfiança e orientação para o êxito). Este último é o ideal para o bom
desempenho esportivo.
Por outro lado, durante a competição o indivíduo pode experimentar emoções
positivas como o flow-feeling e winning-feeling (que serão explicados com detalhes no
próximo tópico desse capítulo), e emoções negativas que por muitas vezes são fruto da
percepção do indivíduo em relação à sua prática.

VAMOS PENSAR?
Quando um resultado negativo, perder uma partida ou um jogo, poderia ter sido evitado pelo
próprio atleta, ou esse atleta considera que outras pessoas impediram o alcance de um bom
trabalho (a anulação de um gol por parte do árbitro), quais emoções podem surgir desses
episódios? É bem provável que sejam emoções negativas como a raiva, a tristeza ou a revolta.

44
Figura 16: Representação de um atleta com uma emoção negativa
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3f1z3tG. Acesso em: 17 mai. 2021.

Por sua vez, após a competição o indivíduo pode ter uma experiência de êxito ou
fracasso. E esses dois aspectos podem trazer benefícios ou malefícios para o próprio
indivíduo. A experiência de êxito pode estimular processos emocionais e mentais para
o indivíduo continuar se preparando para obtenção de um novo nível de rendimento
ou uma nova conquista. No entanto, essa experiência de êxito também pode trazer um
comportamento de arrogância, preguiça, autossatisfação, subestimação do adversário e
autoestima exagerada. Esses fatores podem ser prejudiciais ao rendimento do indivíduo.
Por fim, as experiências de fracasso podem trazer descontentamento, sentimento de
inferioridade e a perda da autoconfiança. No entanto, de maneira positiva ainda pode levar
o indivíduo a aumentar seus esforços, ter modéstia e uma autoavaliação realista.

5.3 FLOW-FEELING E WINNIG-FEELIN


O flow-feeling (sensação de fluir) e winning-feelin (sensação de ganhar) são emoções
positivas consideradas particularmente interessantes para o esporte.

FIQUE ATENTO
O flow é uma sensação de alegria durante a atividade, a total e absoluta identificação e con-
centração na tarefa que se realiza, esquecendo-se de si mesmo.

O flow-feeling é um equilíbrio entre habilidade e desafio, por exemplo: - “neste


importante torneio, posso demonstrar todo o meu talento e o meu potencial”. É a absorção
total na atividade: - “identifico-me tanto com o jogo que esqueço o que está acontecendo
ao meu redor”. É a união entre consciência e ação: “Estou só pensando em jogar bem”
(SAMULSKI, 2009, p. 217). Adicionalmente, este autor recomenda que os atletas tenham
alto nível de motivação para adquirirem o estado de fluir. Além disso, devem ter um bom
nível de ativação na fase pré-competitiva e de atenção etc. Dessa maneira, é possível
perceber que para ter o praticante possa obter o estado de fluir é preciso uma harmonia
dos aspectos cognitivos, fisiológicos e sociais.

45
Figura 17: Representação de um atleta com uma emoção positiva
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3owgYXx. Acesso em: 17 mai. 2021.

Por sua vez, o winning-feelin (sensação de ganhar) possui quatro características


segundo Unestahl (1983):
• Amnésia: geralmente após bons rendimentos os atletas não costumam recordar suas
ações durante a competição;
• Concentração: os atletas conseguem focar sua atenção nos estímulos relevantes;
• Aumento de tolerância a dor: o atleta costuma não sentir dor ou fadiga.
• Mudanças na percepção: o atleta pode ter modificações de sua percepção em relação
as ações durante a competição. Por exemplo, mesmo em alta intensidade, o atleta pode
ter total controle das ações e ter a percepção que o jogo está mais lento.

46
FIXANDO O CONTEÚDO
1. No esporte, as emoções podem influenciar as ações dos atletas de maneira positiva (ex.
aumento da motivação) ou negativa (ex. ansiedade). Essa influência depende da capacidade
do atleta de regular suas emoções. De acordo com Hackfort (1993), qual o conceito de
emoção?

a) Interrelações dos sistemas psíquico, fisiológico e coletivo.


b) Interrelações dos sistemas respiratório, hormonal e social.
c) Interrelações dos sistemas psíquico, hormonal e social.
d) Interrelações dos sistemas psíquico, fisiológico e social.
e Interrelações dos sistemas respiratório, fisiológico e coletivo.

2. As emoções exercem duas funções básicas:


1) Organizar, orientar e controlar as ações;
2) A função energética e de ativação. Atletas orientados ao fracasso planificam suas ações
de forma diferente que os orientados ao êxito. Além disso, o esportista alegre participa mais
ativamente no treinamento que um desmotivado. Portanto, fica evidente que as emoções
influenciam as ações dos atletas. Essa influência ocorre em diferentes fases da competição,
isto é: fase pré-competitiva, durante a competição e pós-competitiva. Em relação a fase
pré-competiviva, três manifestações do estado de emoção podem ocorrer.

Diante disso, indique quais são esses estados:

a) Estado de febre, estado de apatia e estado ótimo de disposição.


b) Estado de inquietação, estado de apatia e estado ótimo de disposição.
c) Estado de febre, estado de abatimento e estado ótimo de atenção.
d) Estado de agitação, estado de abatimento e estado ótimo de disposição.
e) Estado de febre, estado de apatia e estado ótimo de atenção.

3. No esporte, as emoções podem influenciar o rendimento esportivo, por isso devem ser
reguladas antes, durante e depois da competição. Assim, considere as afirmativas abaixo,
em relação às emoções:

1. As emoções são um conjunto de reações psíquicas, fisiológicas e sociais.


2. São apenas experiências mentais de uma ação.
3. Atletas orientados ao fracasso planificam suas ações de forma diferente que os
orientados ao êxito.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 1 e 3.

47
e) 2 e 3.

4. A motivação é um fator preponderante para o bom desempenho esportivo, uma vez


que influencia o grau de comprometimento com a tarefa a ser realizada. Nesse sentido, a
motivação é uma soma de variáveis sociais, ambientais e individuais que estabelecem a
escolha de uma modalidade esportiva e a intensidade da prática dessa modalidade, que
acarretará o rendimento. As investigações da motivação em torno da prática esportiva
tornam-se relevantes, em especial para compreender a influência que a motivação tem
sobre o desempenho esportivo dos atletas. Basicamente, a motivação pode surgir de
dois aspectos fundamentais, a motivação intrínseca e extrínseca. Diante disso, indique as
respostas correta em relação ao conceito de motivação intrínseca:

a) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores externos ao indivíduo.


b) A motivação intrínseca diz respeito aos motivos pessoais dos indivíduos.
c) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores ambientais.
d) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores da tarefa.
e) A motivação intrínseca diz respeito aos fatores sociais.

5. A literatura científica aponta diversos motivos que levam os indivíduos à prática de


exercício físicos e/ou esportes, pois a motivação é caracterizada como um processo ativo,
intencional e dirigido a uma meta, o qual depende da interação de fatores pessoais e
ambientais. Diante disso, os fatores extrínsecos são:

a) Os fatores que se relacionam com a personalidade do indivíduo.


b) Os fatores que se relacionam com o estilo de liderança do indivíduo.
c) Os fatores que se relacionam com aspectos externos ao indivíduo.
d) Os fatores que se relacionam com a atenção do indivíduo.
e) Os fatores que se relacionam com a percepção do indivíduo.

6. No esporte paralímpico diversos fatores podem fazer com que o atleta permaneça
ou abandone o esporte. Nesse sentido, Cardoso e colaboradores (2019) identificaram os
motivos que levam o atleta paralímpico brasileiro a continuar praticando sua modalidade
esportiva. Analise as informações abaixo e indique a resposta correta em relação às
principais motivações dos atletas:

1. O incentivo de professores de Educação Física e Treinadores.


2. A participação em competições.
3. O suporte emocional.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.

48
7. O flow-feeling (sensação de fluir) e winning-feelin (sensação de ganhar) são emoções
positivas consideradas particularmente interessantes para o esporte.
Em relação ao winning-feelin, de acordo com a literatura científica, existem quatro
características que são observadas nos atletas. Quais são essas características?

a) Amnésia, concentração, aumento de tolerância a dor, mudanças na percepção.


b) Amnésia, falta de concentração, aumento de tolerância a dor, manutenção da percepção.
c) Amnésia, concentração, diminuição de tolerância a dor, manutenção da percepção.
d) Amnésia, falta de concentração, aumento de tolerância a dor, mudanças na percepção.
e) Amnésia, falta de concentração, diminuição de tolerância a dor, manutenção da
percepção.

8. O flow é uma sensação de alegria durante a atividade, a total e absoluta identificação e


concentração na tarefa que se realiza, esquecendo-se de si mesmo. Dessa maneira, uma
das características do flow-feeling é um equilíbrio entre habilidade e desafio. Analise as
afirmativas abaixo que representam esse equilíbrio entre habilidade e desafio:

1. Nesta competição estou em dúvidas sobre meus talentos.


2. Nesta competição poderei demonstrar todo meu potencial.
3. Estou preparado para enfrentar essa importante competição.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.

49
06
ESTRESSE E AGRESSÃO UNIDADE

50
6.1 CONCEPÇÃO PSICOLÓGICA DO ESTRESSE

O estresse é uma condição presente no cotidiano dos indivíduos, incluindo o esporte.


Dessa maneira, pesquisadores ligados à psicologia do esporte têm se dedicado a entender
essa condição.

FIQUE ATENTO
A literatura científica afirma que o estresse é “um estado de desestabilização psicofísica ou a
perturbação do equilíbrio entre a pessoa e o meio ambiente” (SAMULSKI, 2009, p. 232).

Figura 18: Representação de um atleta apresentando sintomas de estresse


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3whC7Y9. Acesso em: 17 mai. 2021.

Este autor afirma ainda que o estresse é consequência das condições psicológicas,
biológicas e sociais. Em termos psicológicos, o estresse é entendido como um estado de
excitação e tensão emocional (SAMULSKI, 2009). Portanto, no contexto do exercício e/ou do
esporte, é necessário haver um equilíbrio constante entre estresse e recuperação.
A recuperação é entendida como:
[...] um processo inter e intraindividual com vários níveis envol-
vidos (psicológico, fisiológico, social, relativo ao humor, com-
portamental e regenerativo), que em um período de tempo
propõe-se ao restabelecimento das habilidades do desempe-
nho (SAMULSKI, 2009, p. 408).

Segundo Kellmann e Kallus (2001), o processo de recuperação é personalizado e ativo


e, por isso, não pode ser um processo isolado como uma eliminação simples do estresse.
Caso esse processo não seja realizado de maneira adequada o indivíduo pode sofrer das
síndromes do overtraining ou do Burnout.
O Overtraining ocorre quando os fatores estressantes são mais frequentes do que
a recuperação. Dessa maneira, existe um desequilíbrio entre estresse e recuperação
(LEHMANN et al., 1999). De acordo com Samulski (2009), em situação de overtraining, os
atletas podem apresentar um declínio aparentemente “inexplicável” do desempenho,

51
mesmo que esteja mantendo uma rotina intensa de treinamento. Esse fato tem sido
atribuído a determinados processos psicológicos e fisiológicos. Por sua vez, o indivíduo
com a síndrome do Burnout, pode pelo nível de estresse ou insatisfação, gerar uma fuga
psicológica e/ou emocionalmente de atividades prazerosas (ex. treinamento e competição).
Isso ocorre, pois, o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono da
prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.

6.2 AGRESSIVIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR E COMPETITIVO

A agressão não é um comportamento exclusivamente humano, por exemplo: os


animais lutam entre si no intuito de estabelecer domínio em uma hierarquia social, ou
estabelecer determinados direitos territoriais (MORRIS, 1967). Este autor ainda destaca que
o gorila é uma espécie com organização social violenta, pois o chefe dos gorilas distribui
as fêmeas entre os machos inferiores, apesar de se apresentar de forma generosa na hora
da comida. No entanto, o chefe costuma se impor quando surge algo que não possa ser
partilhado, quando há sinais de revolta, ou quando os membros mais fracos começam a
lutar desregradamente. Neste caso, a intervenção do chefe serve para manter a ordem.
No contexto esportivo, por muitas vezes a agressão está presente nas ações dos
atletas, uma vez que necessitam “brigar” por espaços, pelo objeto de desejo do jogo (ex.
bola) e existe uma necessidade de se sobrepor ao adversário, não só de maneira física, mas
também de maneira psicológica.

VAMOS PENSAR?
Em um jogo de futebol americano, onde o contato físico é muito intenso, a agressão pode
ajudar o atleta a se manter competitivo. Caso contrário o que aconteceria com esse atleta?

Figura 19: Jogo de Futebol Americano com muitos contatos físicos


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3hEyV4M. Acesso em: 17 mai. 2021.

52
Adicionalmente, Samulski (2009) destaca que a agressão pode ser boa ou ruim. A
agressão boa diz respeito a uma ação que não está ligada a uma infração do jogo. Por
exemplo, um atleta de voleibol que salta no chão para buscar uma bola considerada
“perdida”, pode ser enquadrado no comportamento agressivo de maneira positiva. O
autor destaca ainda que essa agressão boa é denominada na psicologia do esporte como
comportamento assertivo, pois o atleta joga de acordo com as regras em alta intensidade
e ativação, sem a intenção de lesionar o adversário.
Por sua vez, ainda de acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a
um comportamento que visa lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado
em evitar esse comportamento. Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada
um comportamento humano (ou seja, é intencional e movido por diferentes razões) que
envolve lesões e danos a outra pessoa (GILL, 1986).
No contexto escolar, tal comportamento de agressão é por muitas vezes sutil e não
se difere das práticas da sociedade. Este interessante trabalho intitulado “As sutilezas das
faces da violência nas práticas escolares de adolescentes” aponta em seus resultados que
são encontradas duas maneiras de se desvencilhar das punições destinadas à contenção
da violência visível: i) dentro da escola só agressão verbal; ii) a violência mascarada (ex.
depredação da escola).

BUSQUE POR MAIS


O ambiente escolar nem sempre é um ambiente favorável à saúde mental. Para
compreender as dificuldades de lidar com a situações de violência na escola, leia
a obra intitulada “Saúde Mental na Escola”, liderada por Estanislau e Bressan
(2014). Disponível em: https://bit.ly/3oAfiwf. Acesso em: 17 mai. 2021.

6.3 PREVENÇÃO E CONTROLE DO ESTRESSE E DA AGRESSÃO

A prevenção e o controle do estresse são fundamentais para evitar situações


desagradáveis. Dessa maneira, algumas estratégias são tomadas para esse fato. Por
exemplo, Liz et. al (2015) encontraram que o quarto motivo que leva pessoas à prática de
exercícios físicos em academias é o controle do estresse. Além disso, os autores indicam
que o controle do estresse por meio de exercícios se torna mais relevantes com o avançar
da idade.
Apesar do exercício físico ter essa característica, é necessário ter cuidado para essa
prática não se tornar mais um elemento que vai gerar estresse devido à sobrecarga do
treinamento. Portanto, é importante realizar bem a relação entre carga e recuperação nos
treinamentos. Além disso, fatores como um boa noite de sono e alimentação saudável
também contribuem para evitar o estresse. Em última análise, algumas técnicas podem
ser inseridas nas rotinas dos indivíduos para prevenir e controlar o estresse (SAMULSKI,
2009).
Dentro dessas técnicas se destaca a técnica somática de respiração, a qual tem o
objetivo de relaxamento de todo o organismo e segmentos corporais. Além disso, segundo
Nitsch e Hackfort (1981), as técnicas de autorregulação pelo esportista e regulação
externa pelo treinador são estratégias de prevenção e controle do estresse. No que diz

53
respeito a essas técnicas, elas consideram as condições e os sintomas. Por exemplo, na
autorregulação pelo esportista o controle das condições se refere a boa preparação para os
jogos, descanso suficiente e influenciar o adversário. Por sua vez, o controle dos sintomas
se refere a emprego de técnicas de regulação psicológica, conversas para distração e apoio
dos espectadores.
Por conseguinte, o exemplo para a regulação externa pelo treinador envolve em
relação ao controle das condições o treinamento técnico e tático, mudanças nos métodos
de treinamento para melhor atender aos jogadores e as equipes e planejar as viagens
da equipe com antecedência necessária. Por fim, em relação ao controle dos sintomas o
treinador pode ser um motivador para os atletas, criar um bom ambiente nos treinamentos
e aplicar técnicas de regulação psicológicas.

Figura 20: Representação de um ambiente de descontração no treinamento para


prevenção e controle do estresse
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3yz7nUK. Acesso em: 17 maio. 2021.

Ademais, Samulski (2009) recomenda algumas medidas pedagógicas e psicológicas


para intervenção e controle da agressão no futebol. No entanto, as ideias apresentadas pelo
autor podem ser transferidas para outros contextos esportivos. Entre essas medidas estão
as medidas psicológicas, as medidas orientadas aos torcedores, as medidas orientadas
ao comportamento dos jogadores e dos árbitros e as medidas orientadas aos meios de
comunicação.
Em relação às medidas psicológicas, o autor supracitado indica:
• Reduzir a pressão por sucesso;
• Respeitar as regras do jogo;
• Respeitar os valores humanos e os princípios éticos;
• Melhorar a formação dos árbitros;
• Informar o atleta as causas e consequências do comportamento agressivo.

Em relação às medidas orientadas aos torcedores, o autor supracitado indica:


• Controlar o consumo de bebidas alcoólicas;
• Realizar trabalho social com os grupos agressivos;
• Incentivar a prática de exercícios físicos.

Em relação às medidas orientadas ao comportamento dos jogadores e dos árbitros,


o autor supracitado indica:

54
• Respeitar as regras e a saúde dos companheiros de profissão;
• Devem se comportar como modelos positivos;
• Os árbitros devem sancionar todas as infrações das regras;
• Devem se comportar de forma equilibrada.

Por fim, em relação às medidas orientadas aos meios de comunicação, o autor


supracitado indica:
• Evitar termos de “guerra”;
• Diminuir conceitos agressivos e violentos nos meios de comunicação;
• Evitar sensacionalismo e dramatização das situações esportivas.

55
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Pedro é atleta e foi diagnosticado com overtraining após uma competição de tênis
extremamente estressante. O overtraining é uma condição resultante de se fazer mais
exercícios do que seu corpo é capaz de se recuperar. Alguns fatores são agravantes, por
exemplo, uma dieta incorreta e a falta de descanso. Portanto, esse excesso de exercícios
pode se dar por falta de conhecimento, mas pode também ser consequência da aplicação
incorreta dos princípios do treinamento esportivo e da falta de periodização nos treinos.
Para que outros atletas não atinjam o estado de overtraining, além de uma dieta correta
e tempo adequado para descanso, quais ações de prevenção do overtraining podem ser
realizadas?

1. Considerar diferentes níveis de aptidão dos atletas.


2. Monitoramento do desempenho dos atletas em treinos e competições.
3. Aumento da carga de treinamento de forma progressiva.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.

2. A prevenção e o controle do estresse são fundamentais para evitar situações desagradáveis.


Dessa maneira, algumas estratégias são tomadas para esse fato. Diante disso, analise as
duas asserções e assinale a alternativa correta:

I. A prática de exercícios físicos é uma estratégia utilizada para o controle do estresse.


PORQUE
II. Fatores como um boa noite de sono e alimentação saudável também contribuem para
evitar o estresse.

a) A primeira asserção é uma proposição verdadeira e a segunda uma proposição falsa.


b) A primeira asserção é uma proposição falsa e a segunda uma proposição verdadeira.
c) As duas asserções são proposições falsas.
d) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
e) As duas asserções são proposições verdadeiras e a segunda justifica a primeira.

3. O estresse é consequência da interação das condições psicológicas, biológicas e sociais.


Em termos psicológicos, o estresse é compreendido como um estado de excitação e
tensão emocional (SAMULSKI, 2009). Portanto, no contexto do exercício e/ou do esporte,
é fundamental evitar situações estressantes para manter o bom desempenho esportivo.

Dessa maneira, de acordo com estudo na disciplina, qual o conceito de estresse?

56
a) Um estado de desestabilização psicofísica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa
e o meio ambiente.
b) Um estado de estabilização psicofísica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.
c) Um estado de desestabilização física ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e o
meio ambiente.
d) Um estado de desestabilização técnica ou à perturbação do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.
e) Um estado de desestabilização técnica ou à manutenção do equilíbrio entre a pessoa e
o meio ambiente.

4. A literatura científica recomenda algumas medidas pedagógicas e psicológicas para


intervenção e controle da agressão, as quais podem ser aplicadas em diferentes contextos
esportivos. Dentre essas medidas estão as medidas psicológicas, as medidas orientadas
aos torcedores, as medidas orientadas ao comportamento dos jogadores e dos árbitros e
as medidas orientadas aos meios de comunicação. Em relação as medidas psicológicas,
analise as afirmativas abaixo:

1. Aumentar a pressão por sucesso.


2. Respeitar as regras do jogo.
3. Ignorar os valores humanos e os princípios éticos.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 1 e 2.
d) 2 e 3.
e) 1, 2 e 3.

5. Em relação à algumas medidas pedagógicas e psicológicas para intervenção e controle


da agressão afirma-se que se deve evitar termos de “guerra”, deve-se diminuir conceitos
agressivos e violentos nos meios de comunicação e deve-se evitar sensacionalismo e
dramatização das situações esportivas. Essas recomendações são medidas orientadas:

a) As questões psicológicas.
b) Aos torcedores.
c) Ao comportamento dos jogadores.
d) Aos árbitros.
e) Aos meios de comunicação.

6. A agressão não é um comportamento exclusivamente humano, por exemplo: os animais


lutam entre si no intuito de estabelecer domínio em uma hierarquia social, ou estabelecer
determinados direitos territoriais. No contexto esportivo, por muitas vezes a agressão está
presente nas ações dos atletas, uma vez que necessitam “brigar” por espaços, pelo objeto
de desejo do jogo (ex. bola) e existe uma necessidade de se sobrepor ao adversário. Dessa

57
maneira, a agressão no sentido do comportamento assertivo é fundamental para o bom
rendimento esportivo. Dessa maneira, o que representa esse comportamento assertivo?

a) Jogar de acordo com as regras em baixa intensidade e ativação, sem a intenção de


lesionar o adversário.
b) Jogar fora das regras em alta intensidade e ativação, com a intenção de lesionar o
adversário.
c) Jogar de acordo com as regras em alta intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar
o adversário.
d) Jogar de acordo com as regras em alta intensidade e ativação, com a intenção de lesionar
o adversário.
e) Jogar fora das regras em baixa intensidade e ativação, sem a intenção de lesionar o
adversário.

7. De acordo com Samulski (2009) a agressão ruim diz respeito a um comportamento que visa
lesionar ou machucar outro indivíduo que esteja interessado em evitar esse comportamento.
Portanto, no contexto esportivo a agressão é considerada um comportamento humano, o
qual é intencional e movido por diferentes razões. Diante disso, qual afirmação abaixo se
refere a agressão na intenção de lesionar o adversário.

1. O jogador de voleibol salta para buscar uma bola considerada “perdida”.


2. O jogador de basquetebol impede um arremesso de forma limpa.
3. O jogador de handebol esquece a bola e visa deslocar o ombro do adversário com
um empurrão.

É correto apenas o que se afirma em:

a) 1.
b) 2.
c) 3.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

8. O indivíduo com a síndrome do Burnout, pode pelo elevado nível de estresse ou


insatisfação, agir de forma que procure fugir de maneira psicológica e/ou emocional de
atividades prazerosas no seu contexto de treinamento e competição. Analise as afirmativas
abaixo e responda por qual motivo o indivíduo com Burnout tem essa fuga.

1. Isso ocorre, pois o fator estressante é irrelevante para o indivíduo e o total abandono
da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
2. Isso ocorre, pois o fator estressante é tão grande para o indivíduo que o total abandono
da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.
3. Isso ocorre, pois o fator estressante não tem significado para o indivíduo e o total
abandono da prática esportiva parece ser a melhor solução para o alívio desse fator.

a) 1.
b) 2.

58
c) 3.
d) 1 e 3.
e) 2 e 3.

59
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D

UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

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