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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Bruno Ferreira Mendes

Graduado em Educação Física (Bacharelado) pela Faculdade Pitágoras-Teixeira de


Freitas (BA) (2013). Mestre em ciências fisiológicas trabalhando na sublinha de fisiologia
do exercício pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM)
(2018). Atualmente é professor do curso de educação física do Centro Universitário
Presidente Tancredo de Almeida Neves e aluno de doutorado na UFVJM. Tem
experiência na área treinamento, com ênfase em treinamento neuromuscular resistido,
treinamento físico aeróbico e restrição alimentar experimental.

PERSONAL E GINÁSTICA DE ACADEMIA

1ª edição
Ipatinga – MG
2021

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem
Autorização escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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www.faculdadeunica.com.br

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Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos científi-


cos (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações,
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE INTRODUÇÃO AO TREINAMENTO PERSONALIZADO ............................... 7

01
1.1 CONCEITO DE PERSONAL TRAINING .................................................................. 7
1.2 PÚBLICO ALVO E OBJETIVOS DO TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO ............... 9
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 17

UNIDADE PILARES DO TRABALHO DE UM PERSONAL TRAINING ............................ 22

02
2.1 ATENDIMENTO .................................................................................................... 22
2.2 PLANO DE TRABALHO E ESPECIFICIDADE ......................................................... 24
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 29

UNIDADE MUSCULAÇÃO ........................................................................................ 33

03
3.1 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR RESISTIDO ........................ 33
3.2 PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS ....................................................................... 35
3.3 EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE MUSCULAÇÃO ................................................ 38
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 46

UNIDADE A MÚSICA NAS AULAS DE GINÁSTICA DE ACADEMIA ......................... 50

04
4.1 A MÚSICA COMO FATOR MOTIVADOR DURANTE AS AULAS DE GINÁSTICA 50
4.2 A MÚSICA COMO ELEMENTO CONSTITUINTE DAS AULAS ............................... 54
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 57

UNIDADE POSTURA PROFISSIONAL DURANTE A AULA DE GINÁSTICA DE


ACADEMIA .............................................................................................. 60

05 5.1
5.2
5.3
MOTIVAÇÃO ...................................................................................................... 60
POSICIONAMENTO DO PROFISSIONAL ............................................................ 61
UTILIZAÇÃO DO TOM DE VOZ ........................................................................... 63
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 66

DIRETRIZES BÁSICAS PARA O TRABALHO COM GINÁSTICA DE


UNIDADE ACADEMIA .............................................................................................. 70

06
6.1 INICIANTE ........................................................................................................... 70
6.2 INTERMEDIÁRIO .................................................................................................. 73
6.3 AVANÇADO ....................................................................................................... 74
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 77

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................... 81

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 82

5
CONFIRA NO LIVRO

Na unidade I é abordado o conceito de personal training e


possíveis públicos e objetivos com os quais são desenvolvidos os
trabalhos de um personal training.

A unidade II trata de temas que são pilares para que um personal


training possa desenvolver seus trabalhos. São abordados os
princípios básicos que servem de norteadores para o
desenvolvimento do treinamento físico.

A unidade III disserta sobre o treinamento neuromuscular resistido,


popularmente conhecido como musculação. São discutidas
algumas das bases teóricas a respeito do tema e são abordadas
algumas aplicações de forma prática sobre a temática.

Na unidade IV é demonstrada a importância da utilização da


música em diferentes modalidades de ginástica de academia,
tendo em vista que a música é um elemento constituinte
importante para essas modalidades.

A unidade V é a respeito da postura do profissional de educação


física durante as aulas de ginástica de academia, norteando sobre
questões práticas relativas ao posicionamento do profissional
durante a execução do seu trabalho.

Na unidade VI são abordadas diretrizes para a prática da ginástica


de academia em indivíduos com diferentes níveis de treinamento
nessas modalidades.

6
INTRODUÇÃO AO TREINAMENTO UNIDADE
PERSONALIZADO

1.1 CONCEITO DE PERSONAL TRAINING


01
Personal training, ou treinador pessoal, em uma tradução livre da língua
inglesa, é o profissional da educação física que desenvolve treinamento de forma
personalizada com seus clientes. Um ramo de atuação da educação física que
vem ganhando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, muito em
decorrência do contexto de mundo vivido pela sociedade atual, em que apesar
da extensa e consolidada literatura que demonstra os benefícios gerados pela
realização do exercício físico de forma regular, uma considerável parcela da
população ainda encontra dificuldades para aderir a programas de treinamento
físico, a um ponto que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT´s) (doenças
como diabetes, hipertensão, diversos tipos de cânceres, entre outros), que estão
intimamente associados ao sedentarismo, são a principal causa de óbitos no
planeta na última década. Já sendo reconhecido o papel do exercício físico como
uma ferramenta não farmacológica que pode e deve ser utilizada tanto de forma
preventiva quanto terapêutica no combate às DCNT´s (DING et al., 2020).
Fica a cargo do profissional da educação física um papel de destaque
nesse contexto, uma vez que o profissional da educação física tem como
ferramenta de trabalho o exercício físico. Obviamente, que independente do
objetivo galgado pelo indivíduo, seja promoção da saúde nos seus mais variados
aspectos, aumento do desempenho, ou questões de cunho estético, o trabalho do
personal training é fundamental para que esse objetivo seja alcançado com maior
efetividade.
Dessa forma o personal training é um profissional de educação física que vai
estar habilitado para aturar nos mais diversos espaços em que se realize exercício
físico, como por exemplo, academias, clubes, studios fitness, entre outros.
Obviamente que nesses espaços um profissional pode desenvolver seu trabalho
voltando-se para os mais variados objetivos que seus clientes possam ter.
Diante da diversidade que é característica de cada indivíduo, o personal

7
training deve pautar-se entre outros princípios, sobre o princípio da individualidade
biológica, que preconiza que cada indivíduo é um somatório de características de
cunho genótipo e fenótipo, devendo-se entender o genótipo como as
características expressas de maneira genética e o fenótipo como o conjunto de
fatores que incidem sobre o indivíduo desde o seu nascimento, sendo assim o
trabalho desenvolvido vai se dar de acordo com o indivíduo que o personal
training esteja atendendo (SIDDIQUE et al., 2020).
Historicamente a origem do personal training parece estar enraizada nos
trabalhos desenvolvidos nos anos cinquenta e sessenta em Hollywood, Estados
Unidos da América, quando atores começam a procurar pelo auxílio de
profissionais do exercício físico, que começam a ser conhecidos como “treinadores
pessoais”. Com o passar das décadas o trabalho realizado pelo personal training
foi tornando-se cada vez mais estruturado, e atualmente está respaldado pela
licitude do exercício da profissão, que no Brasil é reconhecida na resolução
056/2003 do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) que dispões sobre o
código de ética do profissional da educação física, em que fica reconhecido o
personal trainer como profissional de educação física, desta forma, o personal
training é um profissional formado em educação física que deve estar
regularmente associado ao Conselho Federal de Educação Física e ao Conselho
Regional de Educação Física (CREF) (CONSELHO FEDERAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA,
2003). Como pode ser observado na resolução nº 046/2002 (CONSELHO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO FÍSICA, 2002).

“V - ESPECIFICIDADES DA INTERVENÇÃO PROFISSIONAL


2 - TREINAMENTO DESPORTIVO
Intervenção: Identificar, diagnosticar, planejar, organizar, dirigir,
supervisionar, executar, programar, ministrar, prescrever, desenvolver,
coordenar, orientar, avaliar e aplicar métodos e técnicas de
aprendizagem, aperfeiçoamento, orientação e treinamento técnico
e tático, de modalidades desportivas, na área formal e não formal.
3 - PREPARAÇÃO FÍSICA
Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar,
coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver,
prescrever, orientar e aplicar métodos e técnicas de avaliação,
prescrição e orientação de atividades físicas, objetivando promover,
otimizar, reabilitar, maximizar e aprimorar o funcionamento fisiológico
orgânico, o condicionamento e o desempenho físico dos praticantes
das diversas modalidades esportivas, acrobáticas e artísticas.
4 - AVALIAÇÃO FÍSICA
Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar,
coordenar, executar, dirigir, programar, ministrar, desenvolver,
prescrever, orientar, identificar necessidades, desenvolver coleta de

8
dados, entrevistas, aplicar métodos e técnicas de medidas e
avaliação cineantropométrica, biomecânica, motora, funcional,
psicofisiológica e de composição corporal, em laboratórios ou no
campo prático de intervenção, com o objetivo de avaliar o
condicionamento físico, os componentes funcionais e morfológicos e
a execução técnica de movimentos, objetivando orientar, prevenir e
reabilitar o condicionamento, o rendimento físico, técnico e artístico
dos beneficiários.
6 - ORIENTAÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS
Intervenção: Diagnosticar, planejar, organizar, supervisionar,
coordenar, executar, dirigir, assessorar, dinamizar, programar,
desenvolver, prescrever, orientar, avaliar, aplicar métodos e técnicas
motoras diversas, aperfeiçoar, orientar e ministrar os exercícios físicos,
objetivando promover, otimizar, reabilitar e aprimorar o
funcionamento fisiológico orgânico, condicionamento e o
desempenho fisiocorporal, orientar para: o bem-estar e o estilo de
vida ativo, o lazer, a sociabilização, a educação, a expressão e
estética do movimento, a prevenção de doenças, a compensação
de distúrbios funcionais, o restabelecimento de capacidades
fisiocorporais, a auto-estima, a cidadania, a manutenção das boas
condições de vida e da saúde da sociedade”.

1.2 PÚBLICO ALVO E OBJETIVOS DO TREINAMENTO INDIVIDUALIZADO

Antes de iniciar um programa de treinamento é preciso que o profissional da


educação física tenha bem estabelecidos os objetivos que ele busca atingir com
seu cliente, as ferramentas que ele terá à sua disposição para realizar o seu
trabalho, e as características que compõem o aluno/cliente com o qual ele vai
trabalhar, para que então possa ser montado o cronograma de trabalho que
melhor atenda a demanda pleiteada.
O personal training munido de conhecimento teórico adequado está apto a
aturar com os mais diversos tipos de clientes, que tenham os mais variados
objetivos, seja o ganho de performance esportiva, melhoras nos variados
parâmetros relacionados a saúde, ganho de massa muscular, perda de percentual
de gordura, aprimoramento de valências físicas, entre outros.
Dessa maneira existe uma gama de conhecimentos que o personal training
deve ter sobre seu domínio, que vão desde o aspecto anatômico, afinal é preciso
que se conheça os músculos esqueléticos que serão ferramenta de trabalho do
personal training, assim como é necessário o conhecimento de biomecânica que
será fundamental para que o trabalho realizado com essa musculatura possa
ocorrer de forma segura e eficiente, além do conhecimento dos princípios do
treinamento esportivo, que tratam sobre pilares sobre os quais o planejamento de

9
um personal training deve estar pautado, assim como o conhecimento de
informática no que diz respeito ao uso de softwares deve ser estimulado, pois esses
softwares são ferramentas que vão acompanhar o personal training durante todo o
seu trabalho. Alguns desses temas são abordados de forma mais detalhada em
capítulos posteriores.
Quando se pensa na prescrição de exercícios físicos deve-se primeiramente
escolher a metodologia de avaliação mais adequada, para que se possa então,
fazer a escolha pela modalidade de exercício que atenda as demandas de cada
indivíduo, por exemplo, existem métodos de avaliação física que são específicos
para portadores de determinadas patologias. Ao realizar-se a avaliação física em
pessoas com graus elevados de obesidade, muitas vezes o grau de abertura da
pinça do plicômetro/adipômetro é insuficiente para realizar a aferição da dobra
cutânea, dessa forma, o profissional deve estar munido de conhecimento para
realizar a escolha metodológica que mais se adegue a esse indivíduo (EHRMAN et
al., 2018).
Pensando nessa etapa comum a maioria dos programas de exercício físico
deve ser a avaliação pré participação do indivíduo. Nesse momento é interessante
realizar testes e aplicar questionários para que se possa verificar se a prática do
exercício físico vai ser adequada ao indivíduo, exemplos de questionários que
podem ser aplicados nesse momento são o PAR-Q (questionário para prontidão
em atividade física), que pode ser aplicado no momento da anamnese
(MARANHÃO NETO et al., 2019).
É interessante que o profissional realize a avaliação das medidas
antropométricas dos seus clientes, nessa etapa podem ser realizadas medias das
circunferências dos indivíduos e a aferição do percentual de gordura por meio do
uso de plicômetros/adipômetros, ou mesmo por meio do uso de balanças de
bioimpedância (JORGE; TOMASSO; HESSEL, 2021).
Pensando na prática de exercícios físicos e no bem-estar do indivíduo na sua
vida cotidiana, outra avaliação interessante que o profissional realize é a avaliação
de flexibilidade, exemplos de protocolos que podem ser utilizados nessa avaliação
são o protocolo de sentar e alcançar no banco de Wells e o flexiteste (FERREIRA et
al., 2017).
Uma avaliação muito interessante de ser realizada, sobretudo quando se
pensa na prática de treinamento neuromuscular resistido é a avaliação de força,

10
em que se descobre qual é o nível de força do indivíduo para determinados
movimentos. Exemplos de testes que podem ser utilizados nesse momento são o
teste de uma repetição máxima, teste com dinamômetro e o teste de força-
resistência (MACEDO et al., 2018).
A avaliação da potência e da capacidade aeróbica são extremamente
importantes quando se pensa em realizar treinamento com o objetivo de levar a
incremento nessas variáveis. A avaliação de forma direto do consumo máximo de
oxigênio ou VO2Máx pode ser realizada com o uso de equipamentos específicos,
mas na falta desses equipamentos podem ser realizados testes como Teste de
Cooper e Yoyo teste, em que a partir dos resultados destes testes são utilizadas
fórmulas para se mensurar o VO2Máx do indivíduo (TIBURTINO; GATTO, 2021).
Outra avaliação interessante de ser realizada nas mais variadas práticas é a
avaliação postural, tendo em vista que desvios posturais interferem de forma direta
na qualidade de vida do indivíduo e podem prejudicá-lo durante a execução dos
exercícios do seu programa de treinamento. Um exemplo simples de avaliação
postural visual (ALMEIDA et al., 2018).

Após a realização da avaliação o que se deve pensar é a modalidade que


será utilizada. Os benefícios oriundos da prática regular de exercícios físicos de
moderada intensidade e longa duração (EFML) de forma preventiva ou mesmo
terapêutica para promoção da saúde são bem consolidados na literatura
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2017), assim como para aumento do desempenho
esportivo, fins estéticos, entre outros. Todavia, principalmente nos últimos anos os
exercícios em maior intensidade, com destaque ao treinamento intervalado de
alta intensidade (HIIT) tem ganhado cada vez mais espaço no meio acadêmico
por exercerem efeitos similares ou mesmo superiores ao EFML, no entanto

11
demandando menor despenho de tempo para sua realização e muitas vezes com
maior aderência e adesão (BATACAN et al., 2017; GIBALA; HAWLEY, 2017;
RAVNHOLT et al., 2018; RAMEZ et al., 2019 WILSON et al., 2019;).

Outra modalidade de treinamento utilizada de forma preventiva e/


terapêutica para promoção da saúde, aumento do desempenho esportivo, fins
estéticos, entre outros, bem consolidados na literatura (MCARDLE, KATCH; KATCH,
2017), é o treinamento neuromuscular resistido, a musculação (FLECK; KRAEMER,
2017; ACSM, 2018).
O exercício físico também tem sua capacidade de promoção da saúde em
grupos considerados como especiais. Com o aumento significativo do número de
idosos e de indivíduos acometidos por doenças crônicas não transmissíveis (DCNT´s),
doenças como hipertensão arterial, diabetes e vários tipos de cânceres, existe um
número crescente de pesquisas que buscam demonstrar a efetividade da
realização de exercícios físicos com o objetivo de promover melhorias em
parâmetros relacionados a saúde para esses grupos, assim como benfeitorias
estéticas. Sendo assim, o profissional de educação física está habilitado para atuar
com os mais variados públicos como crianças e jovens, gestantes, atletas e grupos
especiais.
As recomendações de atividade física alcançam a população em diversas
faixas etárias, segundo documento do ministério da saúde, crianças e jovens de 6 a
17 anos devem praticar no mínimo 1 hora de atividade física por dia, sendo que o
tipo de atividade deve ser variado, com o intuito de gerar ganhos globais de
desenvolvimento psicomotor e social para essas crianças e jovens. Gestantes e
mulheres que recentemente tornaram-se mães também devem ser incentivadas a
realizar atividade física, uma vez que a execução dessas atividades promove
ganhos de cunho psicológico, físico, motor, social e funcional. Desde que durante a
gestação a prática da atividade física seja realizada de forma a não colocar em

12
risco a integridade da gestante e do seu bebê. Caso não existam contraindicações
a orientação é de se realizar no mínimo 150 minutos de atividades físicas
moderadas das mais variadas por semana. No caso de mulheres já ativas antes da
gestação, existe a opção de praticar 75 minutos de atividade física mais intensa por
semana (BRASIL, 2021).
Em 2018, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório em
que as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT´s) foram apontadas como a
causa de 41 milhões de óbitos anualmente, o que foi equivalente a 71% dos
falecimentos em todo planeta.
Diante dos cânceres, que foram responsáveis por um grande número dessas
fatalidades, o exercício físico tem caráter preventivo e/ou terapêutico, por
promover efeitos com o intuito de combater a formação de tumores cancerosos
como pode ser demonstrado na figura 1. Sendo tomadas algumas precauções
quando se tratar de indivíduos acometidos pelo câncer que já estejam debilitados,
como evitar testes de alto impacto, testes com alto consumo de oxigênio, testes
máximos, ou mesmo testes que levem a pressões/traumatismos sobre as áreas de
cirurgia.

Figura 1: Efeitos do exercício físico sobre fatores relacionados aos cânceres

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

13
A prescrição do exercício para indivíduos acometidos pelo câncer vai variar
ao depender de uma série de fatores como o tipo do câncer, o estágio no qual o
paciente se encontra, entre outros, no entanto algumas características gerais são
apresentadas no quadro 1.

Quadro 1: Exercício físico regular e Câncer


VARIÁVEL PARA PRESCRIÇÃO ORIENTAÇÕES
Frequência 3-5 vezes por semana.
Intensidade Geralmente entre 50-70 VO2pico; ou 60-80% da FCmáx.
Tipo Atividades que envolvam grandes grupos
musculares.
Duração Geralmente 20-30 minutos diários que podem ser
realizados de forma contínua ou fracionadas ao
longo do dia.
Progressão Nem sempre linear, muitas vezes cíclica, com
períodos de regressão inclusive.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Dentre as DCNT´s, deve-se dar destaque as doenças do miocárdio, ao


pensar-se na prescrição do exercício físico para pacientes portadores dessas
patologias, devem ser levados em conta fatores como a fisiopatologia especifica
da doença, os mecanismos que podem atuar como limitantes para a realização do
exercício e as diferenças individuais na capacidade funcional de cada indivíduo. A
prescrição do exercício deve ser pensada no momento da recuperação em que o
paciente se encontra, quando se trata de casos cirúrgicos como demonstrado no
quadro 2.

Quadro 2: Fase da recuperação e tipo de atividade.


FASE DA RECUPERAÇÃO OBJETIVO
1- Paciente internado. Atividades de auto assistência e caminhada
independente até 6 vezes por semana, desde que
não ajam restrições.
2- Paciente externo ao hospital. Fazer com que o paciente possa voltar a realizar
atividades diárias de forma independente.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Já quando o indivíduo é diagnosticado com alguma doença do miocárdio,


mas a internação cirúrgica não se faze necessária e caso não ajam restrições,
deve-se levar em consideração que o exercício físico aeróbico continuo de
intensidade moderada, realizado de forma regular, com sessões geralmente de 30-
60 minutos diários, com intensidade moderada entre 60-75% do VO2Máx, mostra-se
como uma ferramenta terapêutica efetiva, ou mesmo a realização desse exercício

14
de moderada intensidade em duas ou mais sessões ao longo do dia com duração
de 10-30 minutos por sessão. Todavia, existe uma literatura crescente que especula
uma maior efetividade para exercícios realizados em alta intensidade, sobretudo,
de forma intermitente, com destaque para o HIIT, sendo orientado que esse seja
realizado ao menos 3 vezes por semana (OMS, 2018; ACSM, 2018). É recomendada
também a realização do treinamento neuromuscular resistido, preconizando a
realização de exercícios que não sejam realizados acima da linha do ombro para
pacientes hipertensos, por exemplo. Valendo-se principalmente de exercícios
multiarticulados que envolvam grandes grupamentos musculares, sendo realizadas
de 3-5 sessões de treinamento por semana, com número de séries e repetições que
vão variar ao depender do estado de cada participante do programa de
treinamento, sendo recomendada a realização de exercícios de baixa a moderada
intensidade ao depender do grupo especial com o qual se trabalha (ACSM, 2018;
FLECK e KRAEMER 2017).
Para portadores de doenças cardiometabólicas, como a diabetes mellitus
tipo II (que acomete mais de 90% dos diabéticos), obesos, e portadores de
dislipidemias sem comorbidades associadas, as orientações são muito semelhantes.
Tradicionalmente realiza-se de 30-60 minutos diários, por 3-7 dias da semana de
exercício aeróbico contínuo de moderada intensidade (até 75% do VO2Máx), ou
acumula-se 2-3 sessões ao longo do dia com 10-30 minutos de duração por sessão.
Sendo recomendado também a execução do treinamento neuromuscular resistido
na ausência de contraindicações, em 2-3 dias por semana, com 2-3 series de 8-12
repetições ente 60-80% de 1-RM em 8-10 exercícios com múltiplas articulações. No
entanto, especialmente nas últimas décadas o HIIT também passa a fazer parte das
orientações para a promoção da saúde em todo o mundo para esses grupos
especiais (ACSM, 2018; OMS, 2018; SILVA et al., 2019).
Outro grupo considerado especial, são os idosos, segundo o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) são consideradas como idosas as pessoas com 60
anos de idade ou mais, condição na qual 30,2 milhões dos brasileiros se
enquadravam segundo o senso de 2017, com a projeção que em 2060 25% da
população brasileira seja constituída por idosos (INSTITUTO BRASILEIRO DE
GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2017). As recomendações das diretrizes de 2018 do
Colégio Americano de Medicina esportiva, preconizam que indivíduos idosos
devem realizar um programa de treinamento que envolva de forma combinada

15
treinamento neuromuscular resistido e treinamentos aeróbico de 3-5 vezes por
semana, levando-se em conta características individuais de cada participante do
programa de treinamento para que sejam determinadas a quantidade de séries,
repetições e intensidade do treinamento (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2018).
Quando um profissional de educação física planeja a realização de
exercícios físicos com o intuito de promover a saúde em indivíduos que não são
acometidos por nenhuma patologia, ou mesmo melhorias estéticas, ou para algum
grupo especial, ele deve levar em conta que existem diretrizes que servem de
norteadoras para que o planejamento seja realizado, no entanto cabe ao
profissional munido do conhecimento teórico adequado optar pela melhor
metodologia a ser utilizada em cada caso específico, afinal as adaptações a cada
situação são imprescindíveis, tendo em vista que não existe nenhum metodologia
de prescrição de exercício físico que deva ser simplesmente reproduzida, pois cabe
ao profissional realizar os ajustes que se fizerem necessários, algo que deve ser uma
constante na prática de um personal training.

16
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (AGIRH – adaptado- 2020) A prática de exercícios físicos é considerada um dos


três pilares na prevenção e tratamento da Diabetes Mellitus (DM), juntamente
com a dieta e o uso de medicamentos, pois:

a) Promove redução da sensibilidade à ação da insulina, o que leva ao aumento


da resposta à insulina.
b) Está fortemente associada ao controle glicêmico, melhora da sensibilidade à
ação da insulina e controle de comorbidades que elevam o risco de
desenvolver dm.
c) O exercício físico causa aumento da hiperinsulinemia com ou sem o controle
dietético em pacientes com dm.
d) A prática de exercícios físicos, mesmo em poucos dias, é efetiva em aumentar a
glicemia pós-prandial.
e) A pratica regular de exercício físico inibe o metabolismo periférico da glicose.

2. Julgue os itens a seguir como V (Verdadeiro), ou F (Falso), e assinale a sequência


correta.

( ) O trabalho de um personal training se desenvolve normalmente atendendo vários


clientes ao mesmo tempo.
( ) É bem aceito historicamente que os primeiros trabalhos como “Personal training”
que se tem registro no mundo se iniciaram no Brasil.
( ) O trabalho de um personal training entre outros princípios se pauta na
especificidade de cada indivíduo.
( ) O exercício da profissão de um personal training tem respaldo legal, sendo assim
o mesmo deve ser afiliado ao conselho de classe da educação física.

Assinale a sequência correta:

a) F, F, V, V.
b) V, V, F, F.
c) V, F, V, V.
d) V, V, V, F.
e) F, F, F, V.

17
3. Pensando na prescrição do exercício físico que é objeto de trabalho de um
personal training, assinale a alternativa com a sequência cronológica correta de
ações que devem ser tomadas pelo personal training para o desenvolvimento do
seu trabalho.

(1) Anamnese.
(2) Avaliação antropométrica e postural.
(3) testes físicos.
(4) montagem da ficha de treinamento físico.
(5) execução das sessões de treinamento físico.

Aponte a sequência cronologicamente correta de atitudes a serem tomadas.

a) ( ) 5, 4, 3, 2, 1.
b) ( ) 4, 3, 2, 1, 5.
c) ( ) 1, 2 ,3, 4, 5.
d) ( ) 1, 3, 4, 2, 5.
e) ( ) 4, 5, 3, 1, 2.

A. Montagem da ficha de treinamento físico, testes físicos, avaliação antropométrica


e postural, anamnese, execução das sessões de treinamento físico
B. Execução das sessões de treinamento físico, montagem da ficha de treinamento
físico, testes físicos, avaliação antropométrica e postural, anamnese.
C. Anamnese, avaliação antropométrica e postural, testes físicos, montagem da
ficha de treinamento físico, execução das sessões de treinamento físico.
D. Testes físicos, avaliação antropométrica e postural, anamnese, execução das
sessões de treinamento físico, montagem da ficha de treinamento físico.
E. Avaliação antropométrica e postural, execução das sessões de treinamento físico,
montagem da ficha de treinamento físico, anamnese, testes físicos.

4. Sobre treinamento neuromuscular resistido e controle da pressão arterial, assinale


a afirmativa correta:
a) Indivíduos hipertensos não devem realizar treinamento neuromuscular resistido em
hipótese alguma.
b) Não existem indícios na literatura que apontam que a execução do treinamento

18
neuromuscular resistido auxilia no tratamento da hipertensão arterial.
c) A execução de exercícios de musculação acima da linha ombro pode causar
efeitos negativos sobre a pressão arterial de indivíduos hipertensos.
d) Uma sessão de exercício que seja composta de treinamento neuromuscular
resistido e treinamento aeróbico não deve ser encorajada com indivíduos
hipertensos.
e) Um programa de treinamento de musculação que trabalha grandes grupos
musculares deve ser desencorajado pensando-se no controle da pressão arterial.

5. (FUNDATEC- adaptado- 2020) Quando o objetivo primário da atividade física é


melhorar os padrões de saúde, reduzir os riscos de doença e morte,
principalmente decorrentes do sedentarismo, são recomendadas algumas
orientações, segundo a Organização Mundial da Saúde. Considere as assertivas
abaixo, assinalando V, se verdadeiras, ou F, se falsas.

( ) Intensidade: prescrever atividades com intensidade <45% VO² máx.


( ) Frequência: de preferência diariamente, ou na maioria dos dias da semana.
( ) Duração: acumular pelo menos 30 minutos de atividades físicas diariamente.

A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

a) V – F – F.
b) V – V – F.
c) V – V – V.
d) F – V – F.
e) F – V – V.

6. (INSTITUTO EXCELÊNCIA- adaptado- 2017) Sobre os benefícios da prática do


esporte para saúde é CORRETO afirmar que:

I. A melhoria do sistema cardiorrespiratório e da coordenação motora;


II. Promove o aumento do tônus muscular e da força física;
III. Reduz os riscos de contrair doenças crônicas e melhora a percepção do espaço
corporal;

19
IV. Promove a persistência, perseverança, e capacidade de traçar estratégias.

Estão corretas as alternativas:

a) Apenas I e IV estão corretas.


b) Apenas II e III estão corretas.
c) Apenas a I está correta.
d) I, II, III e IV.
e) Apenas a alternativa I está correta.

7. (AGIRH- adaptado- 2020) São fatores que contribuem para o baixo nível de
atividade física apresentado pelos adolescentes brasileiros: I. a faixa etária, o
nível socioeconômico, o local ou região de moradia. II. a participação nas aulas
de educação física. III. tempo excessivo de televisão, suporte social oferecido
pelos pais ou amigos. IV. consumo de álcool e tabagismo. São corretas as
afirmativas:

a) III e I.
b) I e II.
c) II e III.
d) I, III e IV.
e) I, II, III e IV.

8. (CESPE / CEBRASPE- 2020) Apesar de a população em geral ter entendimento


sobre a importância de se movimentar para a saúde, essa tendência não se
expressa em igual proporção no número de pessoas que praticam regularmente
alguma atividade física. Do ponto de vista da alfabetização física, para diminuir
esse paradoxo e aumentar a adesão à vida ativa, os profissionais de educação
física devem, em suas intervenções,

a) Reforçar as cargas de esforço físico ao limite potencial de cada pessoa desde a


primeira infância.
b) Exigir a obrigatoriedade da prática de atividades físicas desde o início da vida
escolar.

20
c) Promover especialização esportiva precoce com referência nas modalidades de
maior destaque no cenário cultural e midiático da população.
d) Eliminar, nas fases da infância e da adolescência, atividades de formação para
o esporte de alto rendimento que não sejam para toda a vida.
e) Ensinar, além da competência motora, o conhecimento, a motivação e a
confiança que as pessoas precisam para se movimentar durante toda a vida.

21
PILARES DO TRABALHO DE UM UNIDADE
PERSONAL TRAINING

2.1 ATENDIMENTO
02
É essencial que o profissional de educação física que pretende atuar como
personal training entenda que ele deve se organizar como se fosse uma empresa,
no sentido de ter metas bem estabelecidas, e um plano de trabalho que torne
possível diante da realidade que ele possui, galgar os objetivos traçados. O
empreendedorismo necessário para que se cumpra essa tarefa está
etimologicamente associado ao atendimento, ou seja, a prestação de um
determinado serviço, que seria o produto comercializado pelo profissional (SANTOS;
PINHEIRO, 2017).

Pensando de forma prática, é fundamental que um personal training tenha


claro o tipo de público com o qual deseja trabalhar, para que ele possa então
definir como se dará o uso de ferramentas como mídias digitais, por exemplo, para
captar clientes, ao mesmo tempo que devem ser realizadas estratégias que
cativem o cliente já conquistado a continuar os trabalhos, buscando inclusive
reconquistar clientes que por ventura venham a deixar de realizar o treinamento
físico com o profissional (SILVA; MAZZON, 2016).
Nesse contexto fica inserido um dos pilares do trabalho realizado por um
personal training, o atendimento. Atendimento que pode ser entendido como a
capacidade que o profissional prestador de serviço tem em atender as demandas
que o cliente/aluno possui, através da capacidade de entender o mesmo em suas
perspectivas, estando munido dos conhecimentos teóricos que fundamentam seu

22
trabalho, estando atento as situações que venham a ser vivenciadas,
desenvolvendo ferramentas de verificação da qualidade do serviço prestado.
Por meio de um atendimento realizado com excelência o profissional
aumenta as chances de que o cliente/aluno desenvolva fidelidade ao serviço
prestado, ou seja, um atendimento bem realizado pode ser um fator determinante
para que o indivíduo apresente adesão e aderência ao programa de treinamento
proposto, para os mais variados objetivos (BOGDEZEVICIUS; MIRANDA, 2020).
Dessa maneira, dentre outros fatores o atendimento realizado pelo
profissional training deve pautar-se nos aspectos apresentados no quadro 3 a
seguir.

Quadro 3: Fatores associados a um bom atendimento


Princípios básicos Tratamento cortês, coerência entre as metas
propostas e alcançadas, facilidade de
comunicação com o cliente.

Satisfação do cliente O cliente deve se sentir acolhido, os seus anseios e


dúvidas são importantes para o prestador do
serviço, não foram e nem serão feitas propostas
inverídicas.

O personal training Deve ser detentor de um conhecimento teórico


que sirva de subsidio para a escolha das
metodologias empregadas, deve conhecer os
materiais que tem em mãos para executar o seu
trabalho, deve ser capaz de reconhecer a
individualidade que cada aluno/cliente demanda
para que o trabalho seja bem realizado.

O ambiente de trabalho Deve ser um local que prime pela limpeza e


organização, devem ser utilizados todos os recursos
estruturais disponíveis para que os resultados
possam ser alcançados com maior efetividade
possível.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Dessa forma o atendimento realizado pelo personal training serve como uma
ferramenta para captação e aderência dos seus clientes, devendo-se entender
atendimento como algo multifatorial, ou seja, são diversos os aspectos que incidem
sobre essa prática, sendo que o personal training deve estar atendo às demandas
de cada cliente/aluno, para que ele possa de fato realizar um trabalho voltado
para a realidade de cada indivíduo com o qual ele venha a desenvolver o seu
trabalho.

23
2.2 PLANO DE TRABALHO E ESPECIFICIDADE

Uma das principais etapas para que um personal training possa desenvolver
o seu trabalho de forma eficiente é o planejamento, sendo esse entendido como
um processo sistemático utilizado para atingir um objetivo, um processo pautado
na elaboração de um plano de trabalho. Desta forma o plano de trabalho bem
elaborado é fundamental para que se possa atingir as metas que são traçadas
(FERNANDES; ALVES, 2017).
Diante disso, é imprescindível que dentre outros elementos, estejam
presentes no plano de trabalho traçado por um personal training os elementos
listados no quadro 4.

Quadro 4: Elementos básicos do trabalho de um personal training


Estado do indivíduo É preciso que sejam realizados testes para que se entenda qual o
estado que o indivíduo se encontra.

Materiais utilizados O profissional deve realizar um levantamento dos materiais que ele
vai ter à sua disposição.
Estrutura física É preciso que o personal training entenda a estrutura que ele vai
poder utilizar para que ele possa atingir os objetivos traçados.
Objetivos e metas Quando o profissional está ciente do estado em que se encontra
o indivíduo e das ferramentas que ele vai dispor para a execução
do seu trabalho, diante dos objetivos que o cliente/aluno
apresenta, o personal training deve traçar as metas que serão
alvo do trabalho realizado, para que ele possa desenvolver o
planejamento mais adequado diante da realidade encontrada.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Sendo assim, é fundamental que o plano de trabalho elaborado seja


executado pensando em cada cliente/aluno que o personal training venha a
atender. Esse plano de trabalho deve ser pensado seguindo alguns princípios
básicos do treinamento físico. Tubino (1979) propõe 5 princípios para o treinamento
esportivo que foram extremamente disseminados na literatura sobre o tema: 1-
Princípio da individualidade biológica, 2- Princípio da adaptação, 3- Princípio da
sobrecarga, 4- Princípio da interdependência volume-intensidade e 5- Princípio da
continuidade, os princípios defendidos por Dantas (2003) da especificidade,

24
Mcardle, Katch e Katch (1996) da reversibilidade, somam-se aos princípios de
Tubino (1979) como os mais comumente encontrados na literatura a respeito do
treinamento esportivo.

Como dito anteriormente, a individualidade biológica pode ser entendida


como o somatório das características de genótipo e fenótipo. Através do princípio
da individualidade biológica pode-se inferir que os potenciais têm carga genética,
mas as capacidades e habilidades expressas são decorrentes da sua estimulação
que são decorrentes do fenótipo (AOYAMA et al., 2019). Ou seja, um indivíduo
pode ter uma carga genética predominante de fibras tipo II, mas para que ele se
torne um velocista de sucesso é preciso que ele seja exposto ao treinamento que
irá fazer com que essa potencialidade se manifeste.
Para que se entenda o princípio da adaptação é de suma importância que
se tenha conhecimento sobre o conceito de homeostase, que preconiza que
existe um equilíbrio dinâmico mantido entre os sistemas que constituem os seres
vivos, assim como entre esses sistemas e o meio ambiente. Toda vez que acontece
alguma perturbação sobre a homeostase o organismo dispara uma série de ações
compensatórios com o intuito de reestabelecer o equilíbrio, ou seja, todo estímulo
sofrido acarreta uma reação do organismo, sendo que essa reação acontece em
magnitude proporcional a intensidade do estímulo (MCARDLE; KATCH; KATCH,
2017). Desta maneira o princípio da adaptação preconiza que em resposta a um
estímulo o corpo realiza um rearranjo sistêmico com o intuito de reestabelecer a
homeostase.
O princípio da sobrecarga faz-se necessário para que o indivíduo possa
obter um incremento em seu desempenho, por meio do equilíbrio entre o tempo
de recuperação e um novo estímulo de carga. Dessa maneira deve-se aplicar o
princípio da sobrecarga sobre o intervalo de recuperação, volume e intensidade

25
do treinamento (SILVA; SILVA, 2019). O quadro 5 demonstra maneiras pelas quais
pode-se aplicar a sobrecarga sobre o volume e intensidade do treinamento.

Quadro 5: Aplicação da sobrecarga sobre o volume e intensidade do treinamento


Sobrecarga sobre o volume Quilometragem percorrida, número
máximo de repetições, duração do
trabalho (tempo), número de séries,
horas de treino, etc.
Sobrecarga sobre a intensidade Velocidade, ritmo, redução dos
intervalos (pausa), amplitude dos
movimentos, etc.
Fonte: Elaborado pelo autor (2021).

Sendo assim, um indivíduo que está realizando treinamento neuromuscular


resistido pode realizar um incremento na intensidade ao diminuir o período de
recuperação entre as séries de exercício, já se o objetivo for aumentar o volume, é
possível realizar esse incremento ao aumentar-se o número repetições por séries.
O aumento das cargas de trabalho é fundamental para que se tenha um
incremento do desempenho, dessa forma é necessário o entendimento do princípio
da interdependência volume-intensidade. Esse princípio fundamenta-se no fato que
para que se realize uma tarefa em alta intensidade é preciso que se faça uma
redução no volume, já para tarefas de alto volume deve-se reduzir a intensidade,
ou seja, essas duas grandezas devem ser trabalhadas de maneira inversamente
proporcional (SILVA et al., 2020), como pode ser demonstrado na figura 2.

Figura 2: Interdependência volume-intensidade

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

26
A interdependência volume intensidade pode ser observada quando se faz
a análise de trabalhos como o de Gibala e Hawley (2017) que preconizam que os
exercícios de SIT (Treinamento intervalado de arrancada) devem ser realizados em
períodos de estímulo de 20 segundos a 170% do consumo máximo de oxigênio, ou
seja, quanto maior for a intensidade do estímulo, menor deve ser o seu volume.
Segundo o princípio da continuidade é preciso que a sobrecarga aconteça
de maneira sistematizada progressiva para que haja adaptações positivas oriundas
do treinamento. Dois aspectos ressaltam de imediato desse princípio: a interrupção
controlada e não controlada do treinamento. É fundamental que haja períodos de
interrupção do treinamento para que a recuperação adequada oportunize
aumentos de desempenho. Um dos pontos fundamentais do princípio da
continuidade é que deve-se aplicar as cargas de trabalho de forma sistematizada
antes que o organismo retorne a homeostase, indo de encontro aos princípios da
sobrecarga e adaptação. Preconizado que as interrupções do treinamento devem
ser sistematizadas para que não se perda as adaptações positivas (LIMA; JÚNIOR;
BANDEIRA, 2020).
Já a interrupção não programada do treinamento acarreta o princípio da
reversibilidade ligado ao destreinamento (TEIXEIRA et al., 2019). Segundo o princípio
da reversibilidade quando se deixa de realizar o trabalho para o aumento do
desempenho de determinada variável, as adaptações positivas oriundas do
treinamento podem ser parcial ou totalmente abolidas. Como pode ser
demonstrado em trabalhos como os de Teixeira e colaboradores em 2019, quando
um protocolo de treinamento resistido durante 3 semanas com frequência semanal
de 4 dias levou a hipertrofia muscular, após um período de destreinamento de 12
dias os ganhos hipertróficos não foram mantidos. No trabalho realizado por
Chatterjee, Chaudhuri e Sarkar, em 2019, a interrupção do protocolo de
treinamento levou ao aumento de mecanismos ligados a mudança do perfil de um
coração fisiologicamente para patologicamente hipertrofiado.
O princípio da especificidade preconiza que o treinamento deve ser
montado de maneira a que se trabalhe as capacidades fisiológicas e
psicomotoras que se fazem necessárias para a realização de determinada
atividade. Ressaltando-se que é fundamental que se realize tarefas que tem
características similares as da competição alvo quando se está próximo ao período
de competição propriamente dito. Diante disso um treinador de futebol de campo

27
deve realizar treinamentos específicos diferentes para um jogador que joga na
posição de lateral e um jogador que jogue na posição de goleiro, afinal esses dois
atletas praticantes da mesma modalidade esportiva precisam de trabalhar
valências físicas diferentes, ou mesmo ao trabalhar as mesmas valências físicas
como a flexibilidade, por exemplo, precisam realizar trabalhos com objetivos
específicos diferenciados (CAMPUS; MARINS, 2020).

É fundamental que o profissional de educação física seja conhecedor dos


princípios do treinamento esportivo, pois somente dessa maneira ele estará munido
do conhecimento necessário somado a outros oriundos da sua formação para que
ele seja capaz de realizar programas de treinamento com sucesso, afinal é vital
que se entenda desses princípios para que o planejamento do treinamento leve o
indivíduo a um real incremento da sua performance sem que ajam prejuízos
fisiológicos. Obviamente que devem ser respeitadas também características de
cunho psicológico, por exemplo, de cada indivíduo.
Ciente de todo esse contexto que engloba o indivíduo em sua
integralidade, é fundamental que o personal training realize a avaliação física do
seu cliente, estando munido do conhecimento para que ele possa interpretar os
resultados oriundos dessa avaliação. Pensando no momento da avaliação física
existem protocolos que devem ser adotados pelo profissional que vão depender
do que ele pretende trabalhar, todavia, uma etapa é comum em praticamente
todas as avaliações físicas, a anamnese, que é um questionário que faz um
levantamento do histórico do indivíduo e da sua família, um primeiro momento em
que o profissional começa a conhecer melhor seu cliente (ROSA; PROFICE, 2018).

28
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ENADE - 2013) O empreendedorismo pode ser considerado uma iniciativa


própria de alguém que realiza um conjunto de ações podendo idealizar novos
métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou
qualquer atividade de organização e administração. Especificamente como
profissional de Educação Física, o personal trainer exerce atividades que
requerem alto grau de empreendedorismo. Os recursos para se investir nessa
atividade envolvem duas formas: equipamentos/espaços ou tempo. O
profissional pode investir em espaços e equipamentos e, também, em sua
formação acadêmica, o que requer tempo de dedicação aos estudos.

Diante do exposto, conclui-se que o personal trainer deveria:

I. Manter-se sempre atualizado em relação aos métodos de treinamento e


atividades físicas, pois lhe possibilitaria apresentar novidades aos seus alunos.
II. Gerenciar sua carteira de modo eficaz para manter sempre contato com os
alunos ativos, evitando perder tempo em tentar reconquistar os ex-alunos.
III. Decidir com clareza qual tipo de público deseja atender e, assim, demonstrar
excelência nesse atendimento, respeitando as características individuais de
cada aluno.
IV. Organizar-se como se fosse uma empresa, conseguindo administrar o próprio
tempo de trabalho com o tempo de lazer.

É correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) I, III e IV.
e) II, III e IV.

2. O atendimento deve ser entendido como um dos pilares nos quais se


fundamenta o trabalho de um personal training. A respeito dessa temática

29
marque a alternativa correta.

a) O atendimento não se encontra entre os fatores que levam um cliente a manter-


se com um prestador de serviços.
b) Uma característica demonstrada no mercado é que independente do
atendimento, o cliente sempre opta pelo prestador de serviço que seja mais
barato.
c) Atendimento pode ser entendido como a capacidade que o profissional
prestador de serviço tem em atender as demandas que o cliente/aluno possui
através da capacidade de entender o mesmo em suas perspectivas.
d) O ambiente onde é realizada a prestação de serviço não influencia na
qualidade do atendimento.
e) O profissional prestador de serviços não tem a necessidade de atualizar-se
quando ele já tem vasta experiência no mercado.

3. Quando se trata de plano de trabalho e especificidade, alguns conceitos


devem ser claros para o personal training. Diante disso, relacione a coluna da
esquerda (conceitos), com a coluna da direita (definições)

1-Objetivos e metas ( ) Refere-se ao estado físico e mental


2-Estrutura física ( ) Implementos utilizados durante o treinamento.
3-Materiais utilizados ( ) Local onde se realiza o treinamento.
4-Estado do indivíduo ( ) O que se pretende ao realizar o treinamento..

A sequência correta para as alternativas é:

a) 1, 2, 3, 4.
b) 2, 3, 4, 1.
c) 3, 2, 1, 4.
d) 2, 1, 4, 3
e) 4, 3, 2, 1.

4. (UNOESC- Adaptado - 2020) O treinamento desportivo é uma atividade bastante


antiga, que evoluiu em uma progressão geométrica através dos tempos. Há

30
milhares de anos, no Egito e na Grécia, já é possível constatar o uso de alguns
princípios do treinamento para preparar atletas para os Jogos Olímpicos e para
a guerra (BARBANTI, 1997). O treinamento esportivo é norteado por alguns
princípios. Assinale a alternativa que não corresponde a um dos princípios do
treinamento esportivo.

a) Princípio da Especificidade.
b) Princípio da Adaptação.
c) Princípio Individualidade biológica.
d) Princípio do Sobrepeso.
e) Princípio da força máxima.

5. (COTEC - 2020) No treinamento em geral, algumas normas e regras foram sendo


criadas ou desenvolvidas com base em princípios relacionados com a
constituição física humana e com as respostas orgânicas aos estímulos
aplicados. Sobre os princípios do treinamento, é CORRETO afirmar que

a) O princípio da especificidade leva em consideração cada ser humano com as


suas estruturas físicas e psicológicas individualizadas.
b) O princípio da continuidade determina que todo treinamento deve ser
elaborado respeitando-se a individualidade biológica.
c) O princípio da reversibilidade relaciona-se à aplicação das cargas,
potencializando o trabalho.
d) O princípio pedagógico é desnecessário para a aplicação dos princípios
biológicos.
e) O princípio da adaptação ocorre quando os tecidos são estimulados,
produzindo tanto adaptações metabólicas quanto fisiológicas. Esse princípio
deve ser aplicado com uma frequência gradativa.

6. (IBADE - 2020) “O indivíduo deverá ser sempre considerado como a junção do


genótipo e do fenótipo, dando origem ao somatório de especificidades que o
caracteriza”. Isso está relacionado ao princípio do treinamento esportivo da:

a) Individualidade biológica.

31
b) Adaptação.
c) Sobrecarga.
d) Continuidade.
e) Especificidade.

7. (INSTITUTO CONSULPLAN- adaptado - 2019) “Para um bom desenvolvimento das


valências físicas tanto para alunos quanto atletas, é necessário respeitar os
Princípios Científicos do Treinamento Desportivo. Considere um indivíduo
submetido a um trabalho muito intenso que só poderá executá-lo por curto
espaço de tempo. Por outro lado, em um trabalho de longa duração, a carga
será necessariamente moderada.” A descrição se refere a um Princípio
Científico do Treinamento Desportivo; assinale-o.

a) Da Continuidade.
b) Da Especificidade.
c) Da Individualidade Biológica.
d) Da Interdependência Volume-Intensidade.
e) Do Overtraining.

8. (Instituto Consulplan – adaptado - 2019) “Exercícios de resistência de longa


duração que desenvolvem o condicionamento cardiorrespiratório. Requerem
um esforço prolongado e contínuo, envolvendo vários grupos musculares
durante a atividade.” A afirmativa se refere às atividades:

a) De força.
b) Aeróbias.
c) Resistidas.
d) Anaeróbias.
e) De potência.

32
MUSCULAÇÃO UNIDADE

3.1 PRINCÍPIOS DO TREINAMENTO NEUROMUSCULAR RESISTIDO


03
O treinamento neuromuscular resistido, popularmente conhecido como
musculação, se caracteriza pela execução de exercícios físicos contra a
resistência, seja essa resistência um implemento, ou mesmo a própria massa
corporal do indivíduo (FLECK; KRAEMER, 2017).

Entre os pilares constituintes do treinamento neuromuscular resistido está o


conceito de força que é uma das valências a serem desenvolvidas com o
treinamento neuromuscular resistido. É clássica a divisão da força em força estática
e força dinâmica. Entendendo-se por força estática a força gerada pela ativação
da musculatura contra uma resistência fixa, como a musculatura postural que fica
constantemente ativada durante o cotidiano do indivíduo, no esporte, observa-se o
uso dessa força por parte de atletas como ginastas que participam da modalidade
de argolas, são comuns movimentos como os de sustentar o peso do próprio corpo
com os braços enquanto se seguram nas argolas. Na musculação existem
movimentos como o da “ponte”, em que o indivíduo permanece na mesma
posição resistindo a carga resultante do próprio peso corporal. Já a força dinâmica
está presente ao manter-se o movimento contra a resistência, a exemplo do que é
realizado quando o indivíduo em uma academia realiza 10 repetições de uma série
para determinado exercício. Com o desenvolvimento desses diferentes tipos de
força, o treinamento neuromuscular resistido tende a reverberar efeitos positivos
sobre variados aspectos ligados a fins estéticos e de promoção da saúde

33
(SAMPAIO; NASCIMENTO, 2018).
É reconhecida a efetividade do treinamento resistido (TR), no que diz respeito
ao combate das Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT´s), seja em caráter
preventivo ou terapêutico, assim como no combate de diversas outras patologias, a
um ponto que a realização do TR é incentivada por entidades que lançam diretrizes
em todo o mundo com o intuito de promover a saúde como a Organização
Mundial de Saúde (OMS) (DING et al., 2020). Além do TR ser reconhecidamente
eficiente em programas que busquem incrementos do desempenho esportivo e
mudanças em aspectos estéticos.
A capacidade do treinamento neuromuscular resistido em promover esses
efeitos benéficos pode ser observada em variados públicos, desde crianças à
idosos. Existindo a recomendação para que crianças realizem exercício físico de
forma regular, exercício esse que pode ser o treinamento neuromuscular resistido,
tendo em vista a gama de benefícios oriundos da prática, obviamente que sendo
respeitados os aspectos fisiológicos e sociais presentes no desenvolvimento da
criança como cidadão social (LLOYD R.S. et al., 2014; CARVALHO et al., 2021).
Já quando se trata de indivíduos idosos a recomendação é que seja
realizada a mescla entre treinamento neuromuscular resistido e treinamentos
aeróbico de 3-5 vezes por semana, sendo realizados exercícios para todo o corpo,
dando-se preferência para exercícios multiarticulares, em intensidade que vai
depender de cada indivíduo, preconizando uma menor velocidade na perda de
massa muscular que tende a acontecer com o avançar da idade, sendo assim
deve-se levar em conta características individuais de cada participante do
programa de treinamento para que sejam determinadas a quantidade de séries,
repetições e intensidade do treinamento (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE, 2018).
O TR deve ser executado pautando-se nos mesmos princípios norteadores do
treinamento esportivo de modo geral: Individualidade biológica, adaptação,
sobrecarga, interdependência intensidade-volume, continuidade, especificidade
e reversibilidade (MCARDLE; KATCH; KATCH, 1996; TUBINO, 1979; DANTAS, 2003).
É fundamental que o personal training tenha domínio dos princípios do
treinamento esportivo para que possa aplicá-los durante a execução do
treinamento resistido. Executar o exercício supino reto em 3 séries de 10 repetições
com intervalo de recuperação de 1 minuto, com 50 quilos, em um grupo de

34
pessoas leva a diferentes respostas para cada indivíduo, para que a adaptação
seja bem sucedida, é preciso que o estresse gerado pela execução desse
exercício ocorra em uma magnitude que leve a adaptações no organismo com o
objetivo de manter a homeostase.
À medida que o indivíduo se adapta as cargas de trabalho, esses 50 quilos
nessa quantidade de séries e repetições com esse intervalo de recuperação,
podem não gerar mais as adaptações esperadas, sendo assim a carga do
exercício deve ser aumentada progressivamente para que o treinamento continue
a exercer efeitos positivos, sendo que essa carga pode ser aumentada por meio do
incremento do peso com o qual se executa o exercício, seja pelo aumento da
quantidade de repetições, pelo aumento da amplitude de realização do
exercício, pelo aumento na cadência com a qual se executa o exercício,
sobretudo na fase excêntrica, ou pela diminuição do intervalo de recuperação. Se
o treinamento for realizado com 100 quilos, dificilmente será possível manter a
mesma quantidade de repetições. As faltas as sessões de treinamento acarretam
em uma maior dificuldade para que as metas traçadas sejam alcançadas. Um
indivíduo que realiza um exercício supino reto não pode esperar que a execução
desse exercício leve a hipertrofia do seu tríceps sural. Caso o indivíduo deixe de
realizar o treinamento as adaptações positivas podem ser parcialmente ou
completamente perdidas.

3.2 PLANOS E EIXOS ANATÔMICOS

Para que se entenda os movimentos realizados durante os exercícios do TR é


preciso que se realize uma análise cinesiológica e biomecânica dos exercícios
realizados, para que de fato se possa identificar se determinado exercício ativa os
músculos alvos da atividade. Para realizar essa análise parte-se de uma posição
“neutra”, a posição anatômica. Posição em que o corpo se encontra ereto,
membros inferiores unidos. Pontas dos pés, olhos, e palmas das mãos devem estar
voltados para frente, com os membros inferiores estendidos ao lado do corpo
(FILHO; PEREIRA, 2015).

35
Figura 3: Posição anatômica

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Os planos são linhas imaginárias que são traçadas pelo corpo humano que
facilitam a análise cinesiológica e biomecânica do movimento humano. Sendo
assim, são definidos 3 planos de movimento: Transverso, Sagital e Frontal ou
coronal. O plano transverso divide o corpo em parte superior e inferior. O plano
sagital divide o corpo em duas partes, direita e esquerda. Já o plano frontal divide
o corpo em porção anterior e posterior.

36
Figura 3: Planos de movimento

TRANSVERSO SAGITAL

FRONTAL OU CORONAL

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Os eixos são linhas imaginárias paralelas aos planos de movimento. No plano


transversal ocorrem os movimentos de supinação, pronação, rotação lateral –
medial, em torno do eixo longitudinal ou vertical. No plano sagital as ações de
flexão, extensão, hiperextensão dorsiflexão e flexão plantar ocorrem em torno do
eixo horizontal ou transversal. Já no plano frontal ocorrem os movimentos de
abdução, adução, desvio ulnar, desvio radial, elevação escapular, depressão
escapular, inversão, eversão, flexão e extensão lateral da coluna, em torno do eixo
anteroposterior (OSAR, 2017). Existem também movimentos que se dão em
múltiplos planos, como a circundução que é resultante da extensão, flexão,
abdução e adução.
No quadro a seguir são demonstrados os planos, eixos e movimentos
realizados pelo corpo humano.

37
Quadro 6: Planos, eixos e movimentos
PLANO EIXO MOVIMENTO
Transversal Longitudinal ou Vertical Supinação, pronação, rotação lateral
– medial.
Sagital Horizontal ou Transversal Flexão, extensão, hiperextensão
dorsiflexão e flexão plantar.
Frontal Anteroposterior Abdução, adução, desvio ulnar,
desvio radial, elevação escapular,
depressão escapular, inversão,
eversão, flexão e extensão lateral da
coluna.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

3.3 EXEMPLOS DE EXERCÍCIOS DE MUSCULAÇÃO

Munido do conhecimento a respeito de biomecânica e cinesiologia, o


personal training fica apto a planejar quais exercícios de treinamento resistido
(musculação), irão compor a sessão de exercício do seu aluno/cliente. Para realizar
a escolha desses exercícios ele deve ter em mente os objetivos, limitações, e
material físico que ele vai ter a sua disposição (FLECK; KRAEMER, 2017). Na
sequência serão apresentados exemplos de alguns dos exercícios mais utilizados
durante a execução de programas de musculação.
O músculo deltóide, que se encontra na articulação do ombro, pode ser
dividido em 3 porções, deltóide clavicular (anterior), deltóide acromial (deltóide
médio), deltóide espinhal (posterior) (GILROY; MACPHERSON; ROSS, 2014). Exercícios
como elevação frontal com halteres (A) trabalham prioritariamente a porção
clavicular do deltóide, enquanto o foco de exercícios como elevação lateral com
halteres (B) trabalha prioritariamente a porção acromial do deltóide, já a execução

38
do aparelho fly (C) (voador, também conhecido como peck deck) de forma
invertida, trabalha prioritariamente a porção espinhal do deltóide.

Figura 4: Exercícios para o deltóide

(A) (A) (B) (C)


Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O músculo bíceps braquial possuí duas cabeças, uma curta e uma longa
(SCHÜNKE, 2013). Ao executar exercícios como rosca direta com barra (A), ou rosca
concentrada com halteres (B) o bíceps braquial é prioritariamente recrutado.

Figura 5: Exercícios para o bíceps braquial

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

39
O músculo tríceps braquial é composto por 3 cabeças, a cabeça curta,
cabeça média e cabeça longa (TORTORA, 2013). Ao realizar-se o exercício tríceps
no cross (A) e tríceps francês (B), é possível trabalhar o tríceps braquial.

Figura 6: Exercícios para a musculatura do tríceps braquial

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O músculo peitoral é composto pelo peitoral maior e peitoral menor (MOORE


e DALEY, 2014). Exercícios como supino reto (A), supino inclinado (B) e fly (C)
(também conhecido como voador ou como peck deck) trabalham as mais
variadas porções do peitoral.

Figura 7: Exercícios para musculatura do peitoral

(A) (B) (C)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

40
A musculatura dorsal (costas) é composta pelos músculos: trapézio, latíssimo
do dorso, romboide maior, romboide menor e levantador da escápula (DANGELO;
FATTINI, 2004). Exercícios como puxada dorsal com pegada supinada (A), puxada
dorsal com pegada pronada (B) e remada sentada (C) trabalham prioritariamente
a musculatura dorsal.

Figura 8: Exercícios para a musculatura das costas

(A) (A) (B) (B) (C)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O antebraço é composto por músculos flexores e extensores. Os músculos


flexores superficiais do antebraço são: Pronador redondo, flexor radial do carpo,
flexor ulnar do carpo, palmar longo e flexor superficial dos dedos. Já os músculos
extensores superficiais do antebraço são: extensor ulnar do carpo, braquiorradial,
extensor radial longo do carpo, extensor radial curto do carpo, ancôneo, extensor
dos dedos e extensor do dedo mínimo (SOBOTTA, 2018). Exercícios como rosca
inversa (A) e flexão (B) e extensão do punho (C) trabalham o antebraço.

41
Figura 9: Exercícios para musculatura do antebraço

(A) (B) (C)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Os músculos abdominais são: diafragma, Oblíquo Externo do Abdome,


Oblíquo Interno do Abdome, Transverso do Abdome, Reto Abdominal, Piramidal,
Iliopsoas e quadrado lombar (DANGELO; FATTINI, 2007). Flexão de coluna (A) e
rotações interna (B) e externa da coluna (B) trabalham a musculatura abdominal.

Figura 10: Exercícios para a musculatura abdominal


(A) (B) (B)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Os músculos da coxa em sua porção anterior (quadríceps) são: vasto medial,


vasto lateral, vasto intermédio e reto femoral. Já os músculos da porção posterior da
coxa (extensores de quadril) são: bíceps femoral, semitendinoso e
semimembranáceo.
Na região externa da coxa, encontra-se o Tensor da fáscia lata. Na porção

42
interna da coxa (adutores) estão os músculos: gracilis, adutor curto e adutor longo,
adutor magno e pectíneo (SOBOTTA, 2018). Exercícios como agachamento (A),
cadeira adutora (B), cadeira abdutora (C), cadeira flexora (D) e cadeira extensora
(E) trabalham os músculos da coxa.

Figura 11: Exercícios para a musculatura da coxa


(A) (B) (C) (D) (E)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O segmento do glúteo é composto pelo glúteo mínimo, médio e máximo


(DANGELO; FATTINI, 2004). Alguns dos exercícios que causam maior recrutamento
da musculatura do glúteo são o agachamento (A), principalmente quando feito
com grande amplitude e a máquina de glúteo (B).

43
Figura 12: Exercícios para a musculatura do glúteo

(A) (B)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

O tríceps sural (panturrilha), é composto por 3 músculos: sóleo, plantar e


gastrocnêmio (GILROY; MACPHERSON; ROSS, 2014). Exercícios como o banco de
panturrilha (A) e realizar flexão plantar (B) trabalham a musculatura do tríceps sural.

Figura 13: Exercícios para a musculatura do tríceps sural.

(A) (B)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

44
45
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (EBSERH - 2016) Assinale a alternativa correta. Existem 3 eixos anatômicos, cada


um associado a um plano de movimentação e perpendicular àquele plano,
sendo que o eixo:

a) Transverso (latero-lateral) atravessa o corpo de lado a lado, sendo perpendicular


ao plano sagital.
b) Ântero-posterior atravessa o corpo da frente para trás e está associado com a
movimentação no plano sagital.
c) Longitudinal atravessa o corpo de cima para baixo, sendo horizontal ao plano
frontal.
d) Transverso (longitudinal) atravessa o corpo de trás para frente e está associado ao
plano transverso.
e) Longitudinal atravessa o corpo de lado a lado, sendo perpendicular ao plano
sagital.

2. (UFPE - 2019) A definição de um plano longitudinal que divida o corpo em partes


anterior e posterior é relacionada com o plano

a) Sagital.
b) Coronal.
c) Axial.
d) Transverso
e) Oblíquo.

3. (CONTEMAX - 2020) A Educação Física traz em seus fundamentos da musculação


que qualquer condição que leve a perda do tônus muscular é uma.

a) Aplasia muscular.
b) Hipertrofia muscular
c) Hiperplasia muscular.
d) Hipoplasia muscular
e) Atrofia muscular.

46
4. (VUNESP - 2017) Dois grupos de adolescentes, entre 13 e 15 anos de idade, são
observados para identificação de possíveis benefícios da prática regular de
exercícios físicos. Os indivíduos de um dos grupos são submetidos a treinos com
exercícios resistidos, utilizando o peso corporal, pesos livres e aparelhos de
musculação, três vezes por semana, enquanto o outro grupo não se submete a
treinamento algum.

Comparado ao grupo que não realiza exercícios físicos, espera-se que os


indivíduos do outro grupo tenham:

a) Maior força e percentual de massa magra, porém menor percentual de gordura


corporal.
b) Maior força, maior percentual de massa magra e também maior percentual de
gordura corporal.
c) Maior força, menor percentual de massa magra e menor percentual de gordura
corporal.
d) Menor força, menor percentual de massa magra e menor percentual de gordura
corporal.
e) Menor força, menor percentual de massa magra e maior percentual de gordura
corporal.

5. (UECE-CEV- adaptada - 2019) O profissional de Educação Física deve advertir o


iniciante na prática de musculação de que ele deve tomar alguns cuidados em
relação a essa prática. Atente para as indicações apresentadas a seguir e
assinale a opção que corresponde a uma indicação INADEQUADA para a prática
de musculação.

a) Realizar um programa de treinos, exercitando somente os grupamentos


musculares preferidos do praticante, com descanso entre os treinos musculares.
b) Fazer o aquecimento articular antes dos exercícios musculares, o que irá preparar
melhor suas articulações para o treino.
c) Obedecer ao descanso estabelecido entre os treinos e as repetições, para a
reconstrução muscular, gerando aumento da massa muscular.
d) Dormir bem, pois hormônios produzidos durante o sono agem no aumento de

47
massa muscular.
e) Procurar um nutricionista para que seja feito um plano alimentar condizente com
os objetivos galgados.

6. (UFPB - 2019) O treinamento em circuito na musculação foi concebido


teoricamente com base na necessidade de criar um meio de treinamento físico
que:

a) Movimentasse um grande número de alunos em um curto espaço de tempo.


b) Em cada estação, fossem trabalhados 20 minutos, seguidos de uma pausa de 32
segundos.
c) A sua execução trouxesse desmotivação para os praticantes.
d) Fosse de assimilação difícil por parte de professores e alunos.
e) Necessitasse de muitas pessoas (professores, treinadores) para sua execução.

7. (IBADE - 2018) O treinamento de musculação é um método de preparação física


praticada por atletas e não atletas; cujo efetivo sucesso, depende da
manipulação de algumas variáveis do treinamento como: intensidade, volume,
pausa, tipo de exercício, ações musculares predominantes, velocidade de
execução, ordem de execução dos exercícios e frequência semanal. Quando se
menciona o volume de treinamento durante as sessões de musculação, faz-se
referência ao (à):

a) Percentual de uma Repetição Máxima (1RM) ou zonas de RM.


b) Número de séries, repetições e exercícios.
c) Execução rápida ou lenta durante as ações musculares a serem desempenhadas.
d) Tempo de descanso entre séries, exercícios e sessões.
e) Predominância de contrações concêntricas, excêntricas ou isométricas.

8. (FUNCERN- adaptado - 2018) Hipertrofia é o aumento da massa muscular que


resulta da combinação de três fatores, se equacionados corretamente:

a) Exercícios moderados, prolongados e generalizados.


b) Exercícios aeróbios, cíclicos e de resistência muscular localizada.

48
c) Exercícios intensos, alimentação adequada e descanso.
d) Exercícios intensos, sem descanso, e a ingestão de carboidratos.
e) Exercícios em baixa intensidade, alimentação hipercalórica e poucas horas de
sono.

49
A MÚSICA NAS AULAS DE UNIDADE
GINÁSTICA DE ACADEMIA

4.1 A MÚSICA COMO FATOR MOTIVADOR DURANTE AS AULAS DE GINÁSTICA


04
São diversas as modalidades de ginastica de academia que podem e
devem ser utilizadas pelo profissional da educação física, com os mais variados
objetivos, como, por exemplo: ganhos de condicionamento físico, melhorias no
convívio social e outros parâmetros ligados a saúde de modo geral, uma vez que a
participação dos indivíduos em aulas de ginástica de academia pode gerar esses
efeitos positivos (SILVA et al., 2019).
Existe uma gama de modalidades que podem ser desenvolvidas nas aulas de
ginastica de academia, como, aulas focadas em exercícios abdominais, que tem
como objetivo trabalhar de forma direcionada a musculatura dessa região, que é
fundamental para que o indivíduo realize com plenitude sua movimentação
rotineira diária, além de serem músculos intimamente associados a uma postura
adequada (PEREIRA et al, 2020). Exercícios como flexão do tronco parte superior (A),
flexão do tronco com rotação (B, C), flexão do tronco na máquina (D), flexão do
tronco com rotação (E), flexão do tronco com pés elevados (F), flexão do tronco
com auxílio da bola (G), ponte (H), elevação das pernas (I), ponte lateral (J).

50
Figura 14: Exemplos de exercícios abdominais em aula

(A) (B) (C) (D) (E)

(F) (G) (H) (I) (J)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Outra modalidade utilizada nas aulas de ginástica de academia são as aulas


de jump, realizadas sobre mini trampolins elásticos, com o objetivo de trabalhar a
musculatura de modo global, são realizados exercícios que simulam corridas, são
executados saltos, movimentos ginásticos como acrobacias, polichinelos e afins
(LEMES et al., 2020).

51
Figura 15: Exemplos de movimentos aula jump

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Dentre as modalidades de ginástica de academia realizadas pelo profissional


de educação física, destacam-se as aulas de alongamento, que são ferramentas
de caráter preventivo e terapêutico nos programas de combate a diversas
patologias, uma vez que a sua realização acarreta no aumento da flexibilidade,
agilidade e elasticidade, fatores que corroboram para um melhor funcionamento
do corpo de modo geral (LIMA, 2018). Na imagem a seguir são apresentados
exemplos de alongamento para a parte posterior do corpo (A, B, C, D, E, G, K),
musculatura adutora (F), parte anterior da coxa (H), peitoral (I, J).

52
Figura 16: Exemplos de alongamentos
(A) (B) (C) (D) (E)

(F) (G) (H) (I) (J) (K)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Um denominador comum a essas variadas modalidades de ginástica de


academia, é a música, que exerce caráter motivador durante a execução dessas
aulas, uma vez que o estímulo dado pela presença da música é capaz de gerar
respostas acentuadas quando comparadas as respostas dos estímulos sem a
presença da mesma (KOMMERS et al., 2019).
Sendo assim, a música pode ser um fator que venha a levar a uma maior
aderência e adesão por parte dos praticantes das aulas de ginástica de academia,

53
por levar a uma maior motivação por parte dos indivíduos praticantes dessas
modalidades, entendendo-se a motivação como um processo que leva a um
aumento do entusiasmo do indivíduo, e consequentemente, a um aumento na sua
disposição em ter maior despenho de energia para cumprir uma determinada
tarefa. Obviamente, que a música por si só não é uma ferramenta que vai impor
motivação, mas pode e deve servir como um recurso eficiente, e de baixo custo,
para desencadear essa motivação que tende a levar ao sucesso na execução da
tarefa (MOREIRA, 2007).

4.2 A MÚSICA COMO ELEMENTO CONSTITUINTE DAS AULAS

A relação existente entre a ginástica e a música é datada desde a Grécia


antiga, em que relatos já demonstravam que a ginástica naqueles tempos era
executada acompanhada pelo som de instrumentos típicos da época, pois desde
então já se trabalhava o conceito do prazer associado ao ouvir um som que seja
apropriado a situação vivenciada (PAHLEN, 1985).
Se o ato de ouvir pode ser entendido como algo involuntário, a partir do
momento que o ouvido em condições não patológicas é capaz de captar todo
som produzido e propagado pelo ambiente, o ato de escutar já é considerado
como algo que demanda a atenção do indivíduo (CLAIR, 1996).
É preciso que o professional de educação física que vai fazer uso da música
nas suas aulas de ginástica de academia, tenha conhecimento do ritmo, melodia e
harmonia das músicas com as quais ele pretende desenvolver seu trabalho. A
melodia pode ser entendida como a sequência de notas musicais que é
componente de uma música, sendo que essas notas são organizadas em sua
altura, intensidade e duração. O tempo musical e o estilo da música são
determinados pelo ritmo, já a harmonia é caracterizada quando sons são
produzidos de forma simultânea (ASSUNÇÃO et al., 2020).

54
A partir desses conceitos é preciso que se entenda a importância da
musicalidade, uma vez que as coreografias criadas são pautadas no ritmo de
execução das músicas que são usadas em determinado momento da aula que se
desenvolve, com o objetivo de tornar a aula mais atraente e fazer com que a
execução dos movimentos aconteça em um ritmo mais intuitivo, ou seja, além do
fator motivacional, a música é utilizada como um marcador para que o ritmo da
aula seja desenvolvida, logo uma música de um ritmo mais acelerado, vai compor
uma aula, ou momento da aula, em que os movimentos devem acontecer de
forma mais dinâmica, sendo o contrário também válido, uma música em ritmo mais
lento, vai compor uma aula, ou momento da aula, em que os movimentos devem
acontecer de maneira mais cadenciada (TOSCANO, 2001). Destacando também o
papel da música na assimilação dos conteúdos coreográficos e movimentos
desenvolvidos durante a aula, uma vez que a música têm capacidade de atingir
diversos órgãos, como o cérebro, por exemplo, fazendo com que o processo de
assimilação de determinado movimento e/ou coreografia possa ser otimizado.
Sendo assim, a música é um elemento constituinte das aulas de ginástica de
academia, que também colabora para o caráter preventivo e terapêutico que
essas aulas possuem no combate as doenças crônicas não transmissíveis, uma vez
que a música pode otimizar os efeitos positivos oriundos da realização dessas
atividades a nível neural, humoral e cardiometabólico. Além de serem aulas que ao
depender da modalidade executada tem como característica acentuado gasto
energético e trabalho do músculo esquelético, podendo assim serem integrantes de
programas com fins de perda de peso e trabalho muscular (MIRANDA, 2009).

55
56
FIXANDO O CONTEÚDO

1. São exemplos de benefícios oriundo da prática de ginástica de academia:

a) Ganhos de condicionamento físico.


b) Melhorias no convívio social.
c) Melhorias na saúde de modo geral.
d) Aumento do tecido adiposo visceral.
e) Ganhos de condicionamento físico, melhorias do convívio social e melhorias da
saúde de modo geral.

2. São variadas as modalidades de aulas de ginástica de academia que podem ser


desenvolvidas pelo profissional de educação física. Como, por exemplo:

a) Aulas de exercícios abdominais.


b) Aulas de Jump.
c) Aulas de alongamentos.
d) Aulas de exercícios abdominais, Aulas de jump e Aulas de alongamento.
e) Aulas de desenho.

3. No que diz respeito a aulas de exercícios abdominais assinale a afirmativa


verdadeira.

a) Realizar aulas de exercícios abdominais são a principal ferramenta para perder


gordura na região visceral, uma vez que esse exercício localizado é o mais
importante para levar a perda de gordura nessa região.
b) Exercícios abdominais devem ser realizados apenas com objetivos estéticos, uma
vez que a musculatura dessa região não tem função importante para a vida
cotidiana do indivíduo.
c) Não é indicado que se utilize música durante a aula de exercícios abdominais.
d) Em caso alguma há contra indicações para a prática de exercícios abdominais.
e) Aulas de exercícios abdominais podem ser importantes aliados para melhorar a
postura do indivíduo.

57
4. Sobre as aulas de Jump, assinale a alternativa verdadeira:

a) As aulas de jump são realizadas sobre mini trampolins elásticos, com o objetivo de
trabalhar a musculatura de modo global, são realizados exercícios que simulam
corridas, são executados saltos, movimentos ginásticos como acrobacias,
polichinelos e afins.
b) Nas aulas de Jump não é indicado o uso da música.
c) Não existem contra indicações para a prática de qualquer indivíduo para a aula
de jump.
d) São aulas em que o indivíduo permanece estático na maior parte do tempo.
e) O fator motivação é indiferente nas aulas de jump.

5. Sobre as aulas de alongamentos, assinale a alternativa correta:

a) Os alongamentos são indicados apenas para indivíduos idosos, umas vez que eles
são os que passar por maior diminuição da flexibilidade.
b) Não é indicado que se utilize música durante aulas de alongamento.
c) Uma das limitações das aulas de alongamento é que necessariamente o
alongamento deve ser realizado em dupla, pois a própria pessoa não é capaz de
alongar-se.
d) As aulas de alongamento, que são ferramentas de caráter preventivo e
terapêutico nos programas de combate a diversas patologias, uma vez que a sua
realização acarreta no aumento da flexibilidade, agilidade e elasticidade.
e) Não existe comprovação científica dos benefícios da realização de aulas de
alongamento para a promoção da saúde de modo geral do indivíduo.

6. São elementos básicos constituintes da música:

a) Ritmo, melodia e harmonia.


b) Volume, altura, decibéis.
c) Melodia, instrumentos, letra.
d) Letra, ritmo, cantor.
e) Ritmo, melodia, harmonia, volume, altura, decibéis, melodia, instrumentos, letra.

58
7. Análise as alternativas a seguir e marque a opção com a sequência correta:

I. A música possui caráter preventivo e terapêutico no combate a diversas


patologias.
II. Aulas de ginástica de academia podem levar a perda de gordura corporal.
III. Nas aulas de ginástica de academia não é indicado o uso da música.

A sequência com afirmativas verdadeiras é:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I,II.
e) I,III.

8. Sobre o uso da música nas aulas de ginástica de academia, análise as


alternativas a seguir e marque a alternativa com a sequência correta:

I. A música não exerce caráter motivacional durante uma aula de ginástica de


academia.
II. O uso da música durante uma aula de ginástica de academia não precisa ser
analisado sobre critérios rigorosos, uma vez que seu único objetivo é distrair os
alunos.
III. O uso da música durante uma aula de ginástica de academia deve ser feito
diante de um planejamento criterioso.

A sequência com afirmativas verdadeiras é:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I,II.
e) I,III

59
POSTURA PROFISSIONAL DURANTE UNIDADE
A AULA DE GINÁSTICA DE
ACADEMIA
05
5.1 MOTIVAÇÃO

Via de regra o público que compõe as aulas de ginástica de academia é


variado nos mais diversos âmbitos, desde aspectos físicos, como composição
corporal, aos objetivos desses indivíduos ao procurarem essas aulas, que abrangem
desde questões estéticas à ganhos de qualidade de vida por meio da melhoria do
processo saúde-doença. Dessa forma, é preciso que o profissional de educação
física responsável pela aula seja conhecedor do perfil desses alunos, para que ele
seja capaz de conseguir motivar esse público para que a adesão (pessoas que
procuram pela aula) e a aderência (pessoas que procuram pela aula e
permanecem frequentes) seja aumentada (SILVA et al., 2020).
Para que esse processo aconteça de forma eficiente de fato, o profissional
precisa ser capaz de motivar seus alunos. Para que essa motivação possa ocorrer é
necessário que o profissional de educação física entenda o quão multifatorial é
esse processo. Motivação com origem no motio (movimento) e motus (movido) em
latin está relacionada a disposição do indivíduo para efetuar determinada tarefa
(OLIVEIRA et al., 2020).

Pensando em aulas de ginástica de academia, a motivação intrínseca é


caraterizada como um tipo de motivação positiva que relaciona-se aos anseios

60
internos do indivíduo, aos fatores que ele tem consigo que o levam a execução de
uma tarefa, cabendo ao profissional da educação física buscar explorar esses
fatores para que o indivíduo obtenha sucesso na frequência as aulas (SILVA et al.,
2021).
Já a motivação extrínseca tem sua origem em fatores externos ao indivíduo,
a estímulos que são dados pelo ambiente que aumentam a vontade do indivíduo
de cumprir determinada tarefa, como questões sociais ou a melhoria de
determinado aspecto (BARBOSA et al., 2019).
A motivação positiva está ligada a recompensa em se conseguir realizar uma
tarefa, ou seja, caso o indivíduo faça algo, ele recebe um benefício por isso, já a
motivação negativa trabalha sobre o aspecto oposto, se o indivíduo não realiza
uma tarefa ele é punido por isso, ou sofre uma consequência negativa (ALMEIDA et
al., 2021).
Estando ciente dessas diversas facetas constituintes do processo de
motivação, o profissional de educação física deve procurar trabalhar sobre esses
aspectos para que as aulas possam se desenvolver de uma maneira que ele seja
capaz de alcançar seus alunos. Elementos como o uso de recursos audiovisuais,
como descrito anteriormente, posicionamento do profissional (como será abordado
no tópico subsequente), tom de voz utilizado pelo profissional da educação física
que conduz a aula (tema abordado posteriormente), são elementos que podem e
devem ser utilizados com o intuito de fazer com que o aluno esteja mais motivado e
frequente às aulas.

5.2 POSICIONAMENTO DO PROFISSIONAL

Durante a execução de aulas de ginástica de academia a postura do


profissional que conduz a aula faz toda a diferença para que o trabalho possa ser
desenvolvido sem intercorrências e com maior efetividade possível, postura essa

61
que está fundamentada na seriedade que o profissional tem ao conduzir seu
trabalho, busca constante pela atualização de suas bases teórico/práticas,
comportamento ético e profissional (SOUZA; LUZ; BUGARIM, 2020).
Pensando-se sobre uma perspectiva operacional, o profissional deve buscar
posicionar-se fisicamente falando, de maneira a contribuir para que as explicações
e instruções passadas de maneira oral e visual por meio dos exemplos possam ser
assimiladas pelos alunos. A demonstração pelo profissional dos movimentos que
serão realizadas em uma aula de ginástica de academia é fundamental para que
os alunos possam entender a natureza do movimento a ser realizado do ponto de
vista mecânico e a intensidade que se deseja para determinado movimento ou
sequência de movimentos. De forma que a prática seja segura, evitando o
surgimento de lesões, além de proporcionar maior efetividade para que se possa
galgar os objetivos traçados (COSTA et al., 2021).
Durante as aulas de ginástica de academia, é aconselhável que o professor
se posicione de frente para a turma em um momento inicial, para que ele possa
demonstrar para os alunos como deve ser realizado cada movimento da sequência
que vai ser realizada, demonstrando inclusive a intensidade que preferencialmente
deve ser imprimida nos movimentos, deixando sempre claro que essa intensidade
vai variar de acordo com as possibilidades e limitações de cada indivíduo, sendo
desejável que o professor circule entre os alunos, sempre dando instruções gerais e
realizando pequenos ajustes individuais quando necessário, sempre tomando o
cuidado para não constranger nenhum aluno, seja com determinado movimento,
ou mesmo no momento de realizar uma correção, sendo o professor sempre
cauteloso nesse momento de sugerir correções, fazendo usos dos recursos didáticos
para explicação que melhor se encaixem com a realidade do aluno, desde o
toque que é utilizado para ajudar o aluno na assimilação de determinada postura,
ao tom de voz que se utiliza para chamar a atenção para determinado ponto
(DECUSSATTI; CAMINHA, 2020).
Na figura a seguir é dado um exemplo de qual deve ser o posicionamento
inicial do professor de educação física que conduz a aula de ginástica de
academia, de frente para a turma passando as instruções iniciais dos movimentos a
serem realizados, preferencialmente executando o movimento e levando sempre
em consideração as questões de implementos disponíveis e limitações de cada
aluno.

62
Figura 17: Exemplo de posicionamento do professor de educação física ao início de uma
aula de ginástica de academia

Fonte: Acervo pessoal do Autor (2021)

5.3 UTILIZAÇÃO DO TOM DE VOZ

Durante uma aula de ginástica de academia a comunicação entre o


profissional de educação física que é responsável pela aula e os alunos que estão a
executando é peça fundamental para que os objetivos traçados possam de fato
ser atingidos. Essa comunicação se desenvolve por meio de diversos aspectos, seja
por meio de estratégias visuais, quando o profissional de educação física faz uma
demonstração dos movimentos e sequências que devem ser realizados, seja por
meio da mudança fácil do profissional após a execução de determinado
movimento por parte de um aluno, seja por meio da comunicação sonora, quando
o professor se dirige ao aluno, ou grupo de alunos e faz uso da comunicação de
maneira verbal (PINTO; CAMACHO, 2018).
Debruçando-se sobre a perspectiva da comunicação verbal, o tom de voz
utilizado pelo professor é fundamental para que o processo de comunicação possa
acontecer de maneira fluída. Em salas espaçosas em que ao depender da prática
realizada a música utilizada pode estar em volumes mais elevados, é preciso que o
professor que se posiciona à frente da turma tenha um tom de voz alto e claro, para
que as instruções passadas possam ser entendidas com clareza pelos alunos.
Todavia, é importante que o professor entenda a importância da alternância do

63
tom de voz utilizado, afinal, ao depender da maneira que o professor passa uma
instrução instintivamente os alunos irão diminuir ou aumentar o ritmo de execução
dos movimentos (MOURA et al., 2009).
Um momento em que é preciso que o profissional esteja extremamente
atento ao tom de voz utilizado é o momento de realizar a correção de um
determinado movimento executado por um aluno que não tenha se dado da
maneira desejada. Uma correção feita de maneira geral, para todo o grupo deve
ser realizada em um tom de voz sereno, porém deve ser em uma altura que torne a
compreensão de todos possível. Caso essa correção seja feita de forma específica
a um indivíduo, é preciso que se tenha ainda mais atenção ao tom de voz utilizado,
afinal ao depender de como o professor se dirija a esse aluno ele pode acabar por
afastar esse aluno da prática (VIGARELLO, 2003).
Outro aspecto que o profissional de educação física deve levar em
consideração é que por mais que seja imprescindível que ele consiga se comunicar
de forma clara com os alunos e que isso muitas vezes demande dele que ele utilize
um tom de voz mais alto, o profissional deve planejar sua aula com momentos de
alternância do volume da música utilizada, sobretudo estando atento para sempre
que possível realizar diminuições no volume da música utilizada para quando ele for
se dirigir a turma, buscando assim preservar as próprias cordas vocais, que são
instrumento de trabalho do profissional da educação física que trabalha com aulas
de ginástica de academia, instrumento esse de trabalho que tende a ser mais
exigido em aulas coletivas, em que a comunicação se dá com um grupo muitas
vezes heterogêneo de pessoas (ANELLI et al., 2013).
É importante que o profissional de educação física que trabalha com aulas
de ginástica de academia esteja atento para as diversas nuanças envolvidas na
execução de uma aula, o tom de voz utilizado, a música escolhida, o
posicionamento do professor, o tipo de movimentos que se deseja executar com
determinado público, todos esses são fatores que compõem uma aula de ginástica,
e todos devem estar em consonância para que os objetivos almejados possam de
fato ser alcançados da maneira mais segura e com o maior público possível.

64
65
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Complete a lacuna do trecho a seguir:


Ao realizar as explicações iniciais de movimentos que serão desenvolvidos na
aula o professor deve posicionar-se preferencialmente______________ da turma.

a) À frente.
b) De forma lateral.
c) No fundo da sala.
d) Em meio aos alunos.
e) Fora do campo de visão dos alunos.

2. Complete as lacunas a seguir com os termos em ordem subsequentes referentes


a composição das turmas das aulas de ginástica de academia:

Geralmente as turmas são__________, logo os resultados tendem a acontecer em


uma velocidade___________.

a) Homogêneas...padronizada.
b) Homogêneas....que depende de cada aluno.
c) Heterogêneas...padronizada.
d) Heterogêneas...que depende de cada aluno.
e) Similares...padronizada.

3. Uma variável importante para que os trabalhos desenvolvidos com a ginástica


de academia possam de fato levar ao sucesso é a adesão, entende-se adesão
como:

a) O indivíduo ser frequente às aulas.


b) O indivíduo melhorar seu condicionamento físico.
c) O indivíduo se matricular nas aulas.
d) O estado psicológico do indivíduo.
e) O indivíduo alcançar seus objetivos.

66
4. Sobre a motivação, assinale a alternativa correta.

a) A motivação depende de fatores intrínsecos.


b) A motivação depende de fatores extrínsecos.
c) A motivação positiva está relacionada a satisfação por conseguir algo.
d) A motivação negativa está relacionada a fazer algo para tentar evitar
determinado desfecho negativo.
e) A motivação depende de fatores intrínsecos, extrínsecos, sendo a motivação
positiva relacionada a satisfação por conseguir algo e a negativa ao fazer algo
para tentar evitar um desfecho negativo.

5. Durante a realização de uma aula de ginástica de academia é normal que em


determinados momentos o professor precise corrigir a execução de um aluno
em um determinado momento. Quando se trata do “toque”, realizado por um
professor for para corrigir algum movimento é preciso que se atente para:

a) Tocar o aluno em qualquer parte do corpo, pois o aluno que está na aula sabe
que vai ser tocado.
b) Realizar o ato de tocar o aluno de forma respeitosa e profissional, evitando
qualquer constrangimento.
c) Chamar a atenção de todos para o erro cometido pelo aluno, sem se
preocupar com o tom de voz e maneira que isso vai ser feito, afinal o aluno
jamais fica constrangido ao ser corrigido.
d) Não tocar o aluno, afinal em aulas coletivas é muito difícil fazer correção de
movimento.
e) O momento do “toque” é um momento que faz parte das aulas de ginástica, no
entanto o mesmo deve acontecer de forma respeitosa e não deve gerar
nenhuma interpretação que venha a depreciar o trabalho do professor.

6. Um professor de educação física que conduz aulas de ginástica de academia


deve pensar na sua voz como instrumento de trabalho. Sendo assim, marque a
alternativa correta.

a) Ele deve falar sempre no tom de voz mais alto possível.

67
b) Como a música é um elemento constituinte da aula por diversos fatores, ela
deve estar sempre o mais alta possível.
c) É preciso que existam momentos de alternância do tom de voz do professor.
d) Professores jovens não precisam se preocupar, uma vez que as cordas vocais
dos jovens raramente são acometidas por problemas.
e) O tom de voz do profissional nas aulas de ginástica de academia é irrelevante.

7. Sobre as aulas de ginástica de academia assinale a alternativa correta:

a) As aulas de ginástica de academia não podem ser consideradas exercícios


físicos.
b) Não existem lesões em praticantes de aulas de ginástica de academia.
c) Como são modalidades de exercício físico, as aulas de ginástica de academia
devem ser pautadas em princípios do treinamento esportivo.
d) Para dar aulas de ginástica de academia, não é necessário que o profissional
seja formado em educação física.
e) Aulas de ginástica de academia não são objeto de trabalho do profissional da
educação física.

8. Sobre as aulas de ginástica de academia marque V para (Verdadeiro) e F para


(falso)

a) Podem ser utilizadas como ferramentas de combate as Doenças Crônicas Não


Transmissíveis.
b) As aulas de ginástica de academia não contribuem para mudanças na
composição corporal.
c) Aulas de ginástica de academia não contribuem para o estado de humor do
indivíduo.
d) Aulas de ginástica de academia devem ser realizadas sempre em alta
intensidade.
e) A intensidade nas aulas de ginástica de academia não é um fator que deve ser
levado em conta no momento da sua elaboração.

A sequência correta para as alternativas é:

68
a) V, F, F, F, F.
b) V, V, V, F, F.
c) V, V, V, V, F.
d) F, F, V, V, V.
e) F, V, V, V, V.

69
DIRETRIZES BÁSICAS PARA O UNIDADE
TRABALHO COM GINÁSTICA DE
ACADEMIA
06
6.1 INICIANTE

Um dos primeiros passos que deve ser tomado ao se iniciar uma rotina de
exercícios físicos é entender com qual público se está trabalhando, quando se
pensa em uma aula de ginástica de academia em que via de regra se trabalha
com grupos de pessoas, é importante que seja feita uma estratificação, uma vez
que ao depender do nível de condicionamento e de vivência de cada indivíduo
com determinada prática o profissional da educação física vai montar aulas que
sejam adequadas a determinada realidade e objetivos (YANG; CHEN, 2018).

Realizar essa estratificação entre os níveis de treinamento para a aula de


cada indivíduo é algo que vai proporcionar mais segurança ao trabalho realizado,
além de ser uma possível ferramenta que aumente a aderência à prática, uma vez
que os indivíduos tendem a se sentir mais motivados aos participarem de uma aula
condizente com o seu nível de treinamento para a modalidade.

70
O indivíduo pode ser considerado iniciante quando ele tem pouco tempo de
prática, normalmente menos de 1 ano, por exemplo, e ainda realiza exercícios mais
básicos ou em menor intensidade. Intensidade essa que pode ser entendida pela
quantidade de peso que o indivíduo é capaz de trabalhar quando se trata de
exercícios com esse implemento, pela quantidade de repetições que o indivíduo é
capaz de fazer e pela velocidade de execução que o indivíduo possui em
movimentos que se caracterizam como de via metabólica predominantemente
aeróbica, movimentos popularmente conhecidos como aeróbicos (FERREIRA;
MARINS, 2019).
Para que se possa pensar na prescrição da quantidade de exercícios e
intensidade na qual se dará a execução desses exercícios, é preciso que o
profissional tenha em mente qual é a estrutura básica que ele pretende seguir em
sua aula, no quadro a seguir apresenta um modelo estrutural básico de como pode
ser programada uma aula de ginástica de academia.

Quadro 7: Fases de uma aula de ginástica de academia


Tempo de duração da aula: 60 minutos
Fases da aula
Aquecimento Parte principal Recuperação ativa Relaxamento

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

71
Assumindo uma estrutura básica para que se monte a aula, o profissional
deve então começar a desenhar o tempo que será demandado por cada uma
dessas etapas, e os movimentos que serão utilizados. O quadro a seguir faz a
ilustração temporal que pode ser adotada em cada uma dessas etapas,
pensando-se em uma aula de 60 minutos realizada com indivíduos iniciantes.

Quadro 8: Tempo em cada fase de uma aula de ginástica de academia para indivíduos de
nível iniciante
Tempo de duração da aula: 60 minutos
Fases da aula
Aquecimento Parte principal Recuperação ativa Relaxamento
10-15 minutos 20-25 minutos 10- 15 minutos 10-15 minutos
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Segundo o princípio da progressão pedagógica, o aquecimento deve ser


realizado com movimentos que envolvam o corpo de forma global, em que o ritmo
de execução deve ser aumentado de forma progressiva. Já na parte principal da
aula devem ser realizados movimentos básicos, tendo em vista o nível de
condicionamento de indivíduos iniciantes. Na fase de recuperação ativa, o
indicado é que sejam executados movimentos em uma velocidade de execução
menor do que a que foi utilizada na parte principal da aula. A fase de relaxamento
pode ser composta por alongamentos de forma globalizada (VIDAL; ANIC; KERBEJ,
2018).
O aquecimento realizado possui caráter importante do ponto de vista físico,
uma vez que as articulações e musculatura precisam ser preparadas para a
demanda da atividade que vai acontecer em sequência. Além do aspecto
cognitivo do indivíduo, pois nesse momento podem ser utilizados movimentos que
fazem parte da estrutura básica da parte principal da aula. Além do aspecto
psicológico desse momento, uma vez que esse acaba sendo um momento em que
muitas vezes ocorre o primeiro contato entre o aluno e o professor (SILVA; GARLIPP,
2020).
Na parte principal da aula são realizados movimentos que via de regra
procuram levar a melhorias do sistema cardiovascular e cardiorrespiratório do
indivíduo, além de capacidades como coordenação motora, resistência muscular
localizada, força, agilidade, potência, entre outras, ao depender do objetivo que

72
venha a ser traçado pelo professor que está conduzindo a aula (TUBINO, 1979).
Na fase de recuperação ativa o objetivo é exatamente o oposto da fase de
aquecimento, nesse momento o objetivo principal deve ser o de preparar o
organismo ´para sair de um estágio em que a demanda metabólica, o ritmo
cardíaco e a liberação de hormônios adrenérgicos estão acelerados. Algo que
deve ser sempre realizado com o intuito de evitar qualquer mal estar relacionado a
interrupção abrupta do exercício (JUNQUEIRA, 2006).
Na fase de relaxamento uma alternativa interessante seria utilizar exercícios
de alongamento, principalmente exercícios de alongamento ativo, com o objetivo
de melhorar a postura do aluno, sem realizar um trabalho que seja exigente do
ponto de vista físico (ALVES et al., 2021).

6.2 INTERMEDIÁRIO

Indivíduos que já estão há aproximadamente 6 meses a 1 ano frequentando


aulas de ginástica de academia podem ser considerados de nível intermediário
tanto no que diz respeito a sua familiaridade com a prática. Dessa forma pensando
na progressão pedagógica dos trabalhos realizados, o momento da parte principal
da aula pode ser composto por exercícios mais complexos do que quando se
trabalha com indivíduos iniciantes, assim como o ritmo de execução em que se
realiza as atividades pode ser mais rápido. A quantidade de séries e repetições nas
passagens também pode ser aumentada (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). O quadro a
seguir demonstra um exemplo de como pode ser estruturada a aula de ginástica
de academia para praticantes de nível intermediário.

Quadro 9: Tempo em cada fase de uma aula de ginástica de academia para indivíduos de
nível intermediário
Tempo de duração da aula: 60 minutos
Fases da aula
Aquecimento Parte principal Recuperação ativa Relaxamento
10-15 minutos 25-30 minutos 10- 15 minutos 10-15 minutos
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Para indivíduos em nível intermediário de vivencia com as aula de ginástica


de academia também devem ser observados os princípios básicos referentes a

73
estruturação da aula que são observados com indivíduos iniciantes. O aquecimento
deve ser realizado para preparar o organismo para a demanda metabólica que vai
aumentar com o decorrer da atividade, durante a parte principal da aula, os
movimentos realizados podem ser de uma maior intensidade quando comparados
aos indivíduos de nível iniciante, no entanto de menor intensidade do que os
movimentos realizados com indivíduos de nível avançado.
O momento de recuperação ativa continua sendo parte integrante da aula,
uma vez que partindo do princípio que a parte principal da aula é mais intensa do
que a aula para indivíduos de nível iniciante, cessar a atividade de forma abrupta
pode ser algo ainda potencialmente prejudicial. Questões como o tipo de
movimento realizado vão depender da turma com a qual se trabalha, lembrando
que existem variações mesmo entre indivíduos que possuem teoricamente o mesmo
nível de treinamento, dessa forma, o profissional deve estar atento para questões
individuais que podem vir a acontecer em uma aula coletiva.

6.3 AVANÇADO

Já indivíduos que estão há mais de um ano frequentando aulas de ginástica


de academia podem ser considerados como avançados para essa prática. Sendo
assim, seguindo o princípio da progressão pedagógica esses indivíduos já estão
aptos a realizarem movimentos mais complexos e elaborados na parte principal da
aula, assim como o ritmo de execução pode ser mais acelerado em relação a
indivíduos de nível iniciante e intermediário (VIDAL; ANIC; KERBEJ, 2018). O quadro a
seguir demonstra um exemplo de como pode ser estruturada a aula de ginástica
de academia para praticantes de nível intermediário.

Quadro 10: Tempo em cada fase de uma aula de ginástica de academia para indivíduos
de nível avançado
Tempo de duração da aula: 60 minutos
Fases da aula
Aquecimento Parte principal Recuperação ativa Relaxamento
5-10 minutos 30-40 minutos 10- 15 minutos 10-15 minutos
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

Assim como para indivíduos de níveis iniciante e intermediário, as aulas


realizadas com indivíduos avançados devem seguir uma estrutura que busca

74
garantir maior segurança para o seu praticante. O momento do aquecimento deve
ser uma constante nas aulas para indivíduos com esse nível de
vivência/condicionamento em aulas de ginástica de academia, com o adendo
que o aquecimento para esses indivíduos deve acontecer em maior intensidade,
uma vez que a parte principal da aula que vai se suceder tende a acontecer com
maior intensidade quando comparada as aulas para praticantes iniciantes e
intermediários nas aulas de ginástica de academia.
Os movimentos utilizados na parte principal da aula podem ser os mais
variados, ao depender do objetivo da aula, no entanto é preciso que o profissional
da educação física esteja atento, uma vez que exercícios realizados com maior
intensidade quando executados de maneira incorreta tornam o indivíduo mais
susceptível a lesões. Lembrando sempre, que por mais que os indivíduos em um
grupo possam ser categorizados como de nível avançado, sempre irão existir
diferenças de cunho individual no que diz respeito a facilidade e/ou execução de
determinados movimentos, dessa forma o profissional da educação física deve se
manter atento para que sua aula não se torne excludente pela natureza dos
movimentos realizados e nem se torne pouco atrativa por apresentar um nível de
desafio para indivíduos avançados que não seja o desejado. Quanto a natureza
dos movimentos realizados, cabe ao profissional realizar a escolha dos mesmos
tendo em vista a estrutura física, público e objetivos da aula.
Pensando nas aulas de ginástica de academia como exercício físico, é
fundamental que o profissional da educação física lembre-se que as mesmas
devem ser pautadas em princípios como os princípios do treinamento esportivo
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 1996; TUBINO, 1979; DANTAS, 2003), dessa forma essas
aulas seguem uma estruturação que busca garantir bases de segurança e
fundamentação para a sua execução.
Durante um longo período histórico o exercício físico foi utilizado de maneira
generalizada, inclusive é comum encontrar na literatura obras que se propõem a ser
“guias” para determinada prática, em que os autores chegam a criar roteiros para
a realização de uma atividade, ditando quais movimentos deveriam ser usados,
quais deveriam ser os materiais que deveriam fazer parte de determinada prática
ou mesmo como deveria ser montado o roteiro da aula de forma categórica, não
deixando espaço para que o profissional da educação física pensasse na
estruturação do seu trabalho e montasse uma proposta de exercício que melhor se

75
encaixasse para o seu público alvo tendo em vista as ferramentas que ele possuía.
Uma maneira equivocada de tratar do exercício físico que durante muito tempo foi
disseminada, no entanto, contemporaneamente já foi demonstrado que o
profissional da educação física deve ter o fomento teórico para montar a estratégia
que melhor se adeque a realidade por ele vivenciada e pelo público com o qual
ele trabalha.

76
FIXANDO O CONTEÚDO

1. No que se refere ao público que frequenta aulas de ginástica de academia


julgue os itens a seguir como V (verdadeiro) e F (falso).

( ) Geralmente o grupo que forma uma aula de ginástica de academia é


homogêneo.
( ) Geralmente o grupo que forma uma aula de ginástica de academia é
heterogêneo.
( ) Via de regra são variados os objetivos dos indivíduos que frequentam as aulas
de ginástica de academia.
( ) Via de regra os indivíduos que frequentam as aulas de ginástica de academia
tem apenas o objetivo de emagrecimento.

A sequência correta de resposta para os itens anteriores é:

a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) F, V, F, V.
d) F, F,F, V.
e) V, V, V, F.

2. Pensando em indivíduos que são de nível iniciante nas aulas de ginástica de


academia, julgue os itens a seguir como V (verdadeiro) e F (falso).

( ) É interessante que a parte principal da aula seja composta por movimentos


mais básicos.
( ) Indivíduos considerados iniciantes geralmente não comentem erros técnicos de
execução dos movimentos durante as aulas.
( ) Indivíduos com vários anos de prática são considerados iniciantes nas aulas de
ginástica de academia.
( ) Indivíduos considerados como iniciantes devem desenvolver consciência
corporal para conseguir realizar os exercícios da forma mais adequada .

77
A sequência correta de resposta para os itens anteriores é:

a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) F, F, F, V.

3. Pensando na estrutura básica de uma aula de ginástica de academia, marque a


alternativa correta.

a) Aulas de ginástica de academia costumam ter duração de 2h ou mais, afinal


somente assim as aulas vão trazer resultados.
b) Aulas de ginástica de academia devem ser realizadas necessariamente sempre
com alta intensidade.
c) Aulas de ginástica de academia podem seguir uma estrutura, mas essa estrutura
é maleável, afinal o público e objetivos da aula são variáveis.
d) A motivação nas aulas de ginástica de academia só é possível se a música for
bem alta.
e) Aulas de ginástica de academia devem sempre acontecer em alta intensidade,
tendo longa duração.

4. Pensando na fase de aquecimento como uma constituinte das aulas de


ginástica de academia, marque a alternativa correta.

a) O aquecimento é um momento importante das aulas de ginástica de academia,


pois prepara o organismo para a atividade que irá se suceder.
b) Além do aspecto motor, o aquecimento pode contar também um aspecto
cognitivo, umas vez que podem ser inseridos movimentos que irão ser realizados
na parte principal da aula.
c) O aquecimento também possui um aspecto psicológico, uma vez que acaba
sendo um momento que em muitas vezes marca o primeiro contato entre o
professor e os alunos.
d) O aquecimento prepara o organismo para a atividade que vai se suceder, pode

78
conter aspectos cognitivos, além de em muitas vezes marcar o primeiro contato
entre o professor e os alunos.
e) O aquecimento é dispensável nas aulas de ginástica de academia.

5. No que se trata da estrutura das aulas de ginástica de academia julgue os itens a


seguir:

a) O aquecimento deve fazer parte das aulas de ginástica de academia.


b) A parte principal das aulas de ginástica de academia tem intensidade e volume
variáveis ao depender do nível dos indivíduos que participam dela.
c) A recuperação ativa realizada após a parte principal das aulas de ginástica de
academia prepara o organismo para a diminuição da demanda energética que
acontece com a proximidade do final da aula.
d) Na etapa de relaxamento que é realizada ao final da aula a execução de
exercícios de alongamento pode ser uma estratégia interessante, que entre
outros benefícios pode auxiliar em um trabalho de melhora da postura dos
alunos.
e) O aquecimento deve fazer parte das aulas de ginástica de academia, a parte
principal da aula tem intensidade e volume que devem variar de acordo com o
público que se trabalha, a recuperação ativa prepara o organismo para a
demanda energética que vai ser diminuída e alongamentos podem levar a
melhorias na postura do seu executante.

6. Pensando em indivíduos com nível intermediário nas aulas de ginástica de


academia, marque a alternativa correta:

a) Para indivíduos com nível intermediário em aulas de ginástica de academia, o


aquecimento se torna dispensável.
b) Durante a fase principal das aulas de ginástica de academia, indivíduos com
nível intermediário devem realizar movimentos da mais alta complexidade,
movimentos mais complexos inclusive do que os realizados por indivíduos com
nível avançado.
c) Indivíduos com nível intermediário nas aulas de ginástica de academia podem
realizar na fase principal da aula movimentos mais complexos do que os

79
realizados por indivíduos de nível iniciante.
d) O aquecimento de indivíduos com nível intermediário nas aulas de ginástica de
academia costuma levar a lesão.
e) Indivíduos com nível intermediário estão no mais elevado nível de
condicionamento para as aulas de ginástica de academia.

7. Pensando em uma aula de ginástica de academia para indivíduos com nível


avançado, marque a alternativa correta.

a) Para indivíduos avançados nas aulas de ginástica de academia o aquecimento


é dispensável.
b) Para indivíduos avançados nas aulas de ginástica de academia, não é
necessário realizar o momento de recuperação ativa, também conhecido como
“volta a calma”.
c) Para indivíduos com nível avançado nas aulas de ginástica de academia, a fase
principal da aula normalmente dura cerca de 3h com alta intensidade, afinal
somente assim os resultados podem de fato ser alcançados.
d) Indivíduos com nível avançado em aulas de ginástica de academia estão aptos
para darem essas aulas sem a necessidade de estarem associados ao Conselho
Federal ou Regional de Educação Física.
e) Indivíduos com nível avançado nas aulas de ginástica de academia podem
realizar a parte principal da aula em alta intensidade.

8. Ao realizar aulas de ginástica de academia, o indivíduo pode obter melhorias


como.

a) Melhorias no funcionamento do sistema cardiovascular.


b) Melhorias no funcionamento do sistema cardiorrespiratório.
c) Melhorias na coordenação motora.
d) Ganhos de resistência muscular localizada e força.
e) Melhorias do funcionamento dos sistemas cardiovascular e cardiorrespiratório,
melhorias da coordenação motora e ganhos de resistência muscular localizada .

80
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 B

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E

81
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