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DE IPATINGA
Felipe Júnio de Souza Oliveira
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4
SUMÁRIO
01 1.1
1.2
1.3
1.4
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 8
A GEOMETRIA PLANA COMO CONSTRUÇÃO HUMANA .................................... 9
DO SENSO COMUM À CIÊNCIA DEDUTIVA ......................................................... 13
CONCEITOS FUNDAMENTAIS E POSTULARES ....................................................... 18
22
02
2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 28
2.2 ESTUDO DAS RETAS ............................................................................................. 29
2.3 INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE DESENHO ........................................................ 34
2.4 CONSTRUÇÕES ELEMENTARES ........................................................................... 36
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 41
03
3.1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 46
3.2 ESTUDO DE ÂNGULOS E REGIÕES ANGULARES ................................................... 46
3.3 OS POLÍGONOS E ALGUMAS PARTICULARIDADES ............................................. 50
3.2.1 Triângulos ou triláteros ........................................................................ 53
3.2.2 Quadriláteros ou quadrângulos ........................................................ 56
3.4 AS CIRCUNFERÊNCIAS, OS CÍRCULOS E SEUS ELEMENTOS ............................... 59
3.5 CONSTRUÇÕES ESPECIAIS ...................................................................................... 63
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................... 71
04
4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 76
4.2 SEMELHANÇAS ENTRE REGIÕES PLANAS........................................................... 76
4.3 REGULARIDADES POLIGONAIS, INSCRIÇÕES E CIRCUNSCRIÇÕES ................. 79
4.4 ÁREAS DE FIGURAS PLANAS .............................................................................. 82
4.5 A SIMETRIA E OS SEUS FENÔMENOS .................................................................. 84
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 87
05 5.1
5.2
5.3
5.4
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 92
ESCALAS.............................................................................................................. 92
A HOMOTETIA E AS TRANSFORMAÇÕES GEOMÉTRICAS ................................. 94
CONSTRUÇÕES ESPECIAIS COM TANGRAM E ORIGAMI ................................. 97
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 102
5
UNIDADE AS CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS NO MUNDO CONTEMPORÂNEO. 108
06
6.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 108
6.2 ENSINO-APRENDIZAGEM DE GEOMETRIA PLANA .......................................... 108
6.3 PROJETOS DE GEOMETRIA PLANA COM O USO DE SOFTWARES................... 110
6.4 APLICAÇÕES ARQUITETÔNICAS A PARTIR DA GEOMETRIA PLANA .............. 113
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 117
07
7.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 122
7.1.1 Vetores no plano .................................................................................. 122
7.2 NORMA DE UM VETOR NO PLANO .................................................................. 123
7.3 OPERAÇÕES BÁSICAS COM VETORES NO PLANO ......................................... 124
7.1.2 Multiplicação de um vetor por um escalar ..................................... 124
7.1.3 Adição de vetores ................................................................................ 124
7.4 VETORES NO ESPAÇO ℝ𝟑................................................................................. 127
7.5 VETORES NO ℝ𝒏................................................................................................ 128
FIXANDO OCONTEÚDO .............................................................................................. 129
08
8.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 133
8.2 DISTÂNCIA ENTRE DOIS VETORES .................................................................... 133
8.3 ÂNGULO ENTRE DOIS VETORES ........................................................................ 134
8.4 PRODUTO VETORIAL ......................................................................................... 136
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 138
5
UNIDADE SISTEMAS LINEARES ............................................................................... 143
09
9.1 EQUAÇÕES LINEARES ....................................................................................... 143
9.2 SOLUÇÃO DE UMA EQUAÇÃO LINEAR ........................................................... 143
9.3 SISTEMA LINEAR ................................................................................................ 144
9.4 SOLUÇÃO DE UM SISTEMA LINEAR .................................................................. 145
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 150
5
ESPAÇO VETORIAL ................................................................................ 154
UNIDADE
10
10.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 154
10.2 PROPRIEDADES DE UM ESPAÇO VETORIAL ..................................................... 155
10.3 SUBESPAÇOS VETORIAIS .................................................................................. 156
10.4 COMBINAÇÃO LINEAR .................................................................................... 157
10.5 DEPENDÊNCIA E INDEPENDÊNCIA LINEAR ...................................................... 157
10.6 BASE DE UM ESPAÇO VETORIAL ...................................................................... 159
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 161
5
UNIDADE TRANSFORMAÇÕES LINEARES .............................................................. 166
11
11.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................ 166
11.2 PROPRIEDADES DAS TRANSFORMAÇÕES LINEARES ....................................... 167
11.3 AUTOVALORES E AUTOVETORES ...................................................................... 169
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 170
5
6
UNIDADE GEOMETRIA ANALÍTICA........................................................................ 175
12
12.1 PLANO CARTESIANO E PONTOS ...................................................................... 175
12.1.1 Ponto no plano cartesiano ......................................................... 175
12.2 NOÇÕES DA RETA NO PLANO ......................................................................... 180
12.3 DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA .................................................................... 184
12.4 ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA......................................................................... 185
12.5 ESTUDO DAS CÔNICAS – ELIPSE ...................................................................... 187
5
12.6 ESTUDO DAS CÔNICAS – HIPÉRBOLE .............................................................. 189
.1 ESTUDO DAS CÔNICAS – PARÁBOLA.............................................................. 193
12.7 PLANOS NO ESPAÇO E QUÁDRICAS NO ℝ𝟑 .................................................. 196
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................. 200
7
GEOMETRIA PLANA: HISTÓRIA, UNIDADE
CIÊNCIA DEDUTIVA E CONCEITOS
BASILARES
01
INTRODUÇÃO
8
A GEOMETRIA PLANA COMO CONSTRUÇÃO HUMANA
Figura 1: Placas de barro com mapas da cidade babilônica de Nippur (~1300 a. C.)
9
Figura 2: Parede do palácio de Nínive, antiga região Assíria no norte da Mesopotâmia (~700
anos a.C)
10
administrativas na Babilônia. Sobre a primeira placa, Weiss (2019) afirma que “esta
placa, que mapeia uma área próxima à cidade, apresenta uma complexa rede de
irrigação de valas e canais, representada por linhas, juntamente com uma série de
cidades e propriedades agrícolas, representadas por círculos”. Os traços grossos
representariam rios e canais de irrigação, sendo o principal deles em forma de “U”.
Na segunda placa, os principais templos seriam os quadrados margeados, algumas
áreas agrícolas e jardins estariam em forma de retângulo e trapézio, respectivamente,
e os traços mais finos ao redor seriam muralhas da cidade.
Já na Figura 2, é possível perceber que os Assírios já construíam rodas com raios
diametralmente opostos e ângulos centrais de mesma medida. Segundo Giovanni,
Giovanni Júnior e Castrucci (2015, p. 172), “tal fato nos leva a concluir que os povos
que viviam na Mesopotâmia, naquela época, já dominavam um processo de divisão
da circunferência em partes iguais”. Ainda de acordo com esses autores, esse pode
ser um dos problemas matemáticos mais antigos conhecidos na história da
civilização, pois, entre 4000 e 3000 anos a.C. Na mesma região mesopotâmica há
indícios de que, para registrar e contar o tempo, iniciou-se um processo de divisão do
movimento orbital circular do Sol em torno da Terra (assim como eles acreditavam
1
que acontecia naquela época) em 360 partes, supondo que representaria um
360
dia dessa órbita circular.
É de se admirar que, mais de três milênios depois, assim como representado
pelas Figuras 3 e 4, utilizemos noções semelhantes de Geometria Plana, assim como
os povos que viveram naquela época. Os traços do Cubismo e da chamada Pop Art
pintados por Romero Britto, assim como os desenhos técnicos dos projetos de planta
baixa de construções, feitos, muitas vezes, com o apoio de um computador, também
são inspirados por representações, sistematizadas ou não, da Geometria Plana.
11
Antes mesmo dos gregos darem origem à palavra Geometria, os conceitos, as
ideias e propriedades dela já eram utilizados em muitas culturas com diferentes
aprofundamentos e a partir de demandas distintas. Os egípcios, por exemplo, entre
os anos 4000 e 3000 a.C., por meio da emergência de comunidades que já possuíam
certa densidade populacional e em que práticas agrícolas e as edificações eram
comuns nas proximidades dos rios Nilo, Eufrates e Tigre, já utilizam noções de
Geometria de forma prática para medir e dividir terrenos, além de capitalizarem essas
terras para pagamento de impostos ao faraó proporcionais às áreas cultivadas. As
engenhosas e enigmáticas pirâmides de Gizé, construídas entre 3000 e 2000 anos a.C,
são uma demonstração do quão desenvolvidos poderiam ser os conhecimentos de
agrimensura e Geometria dos egípcios.
A notabilidade desses conhecimentos percorreu muitas regiões do
mediterrâneo e despertou a atenção de alguns gregos que buscaram, no Antigo
Egito, novas aplicações da Geometria. Nesse contexto, além de conhecerem e
adquirirem um acervo significativo sobre noções de Geometria que eram utilizadas
no Egito, os gregos deram um passo à frente dando ênfase às primeiras
sistematizações das teorias da Geometria e ao raciocínio dedutivo (COSTA, 2010). De
acordo com Giovanni, Bonjorno e Giovanni Júnior (1994, p. 408), “por volta de 600 a.
C., filósofos e matemáticos gregos, entre os quais podemos incluir Tales de Mileto e
Pitágoras, passaram a sistematizar os conhecimentos geométricos da época”. A
Geometria, até então, era puramente experimental, com muitas informações,
saberes e aplicações dispersos e sem compromisso com alguns fundamentos
matemáticos que já eram conhecidos na época e que se ligavam, de certa forma, à
12
Geometria.
Nessa perspectiva, um matemático grego estava na atmosfera para se tornar
um dos maiores expoentes da Geometria de todos os tempos, organizando
logicamente e conectando os conhecimentos matemáticos apropriados para dar
origem à Geometria Euclidiana. Euclides de Alexandria, conhecido como o “pai da
Geometria”, foi o responsável por conferir um embasamento teórico robusto e
axiomático aos conhecimentos matemáticos relacionados à Geometria conhecida
na época e sistematizada, principalmente, por ele. A Geometria Euclidiana que
ensinamos em sala de aula atualmente é praticamente a mesma de Euclides!
É consenso que, antes dos gregos, por volta do século VI a.C, grande parte dos
conhecimentos sobre Geometria era espalhada, muitas vezes sem suportes
matemáticos seguros e lógicos e carecia de registros que acumulariam e transmitiriam
os saberes socioculturais para as próximas gerações. Como já vimos anteriormente,
as geometrias egípcia e mesopotâmica eram, fundamentalmente, marcadas pelo
13
uso de artefatos empíricos e da observação para formularem ideias e aplicações
diretas para os trabalhos agrícolas e de edificação estrutural. Logo, a lógica do
pensamento era, metodologicamente, indutiva; ou seja, pela quantidade e
padronização de eventos, pelo senso comum e pelo uso comum de certas técnicas
socialmente repetidas e/ou testadas, argumentava-se, algumas vezes de forma até
mesmo autoritária, que casos particulares indicariam leis gerais que deveriam ser
aceitas como verdadeiras.
Claro que estamos analisando esse fato histórico de uma perspectiva
Ocidental. No entanto, a influência e o predomínio das produções gregas acerca da
Geometria, e Matemática em geral, se destacavam até mesmo no Oriente, em
especial, por dois fatores: os registros documentais e o método científico dedutivo. De
acordo com Giovanni, Bonjorno e Giovanni Júnior (1994, p. 408), “os gregos foram os
primeiros a introduzir o raciocínio dedutivo”, o que ampliou e impulsionou todos os
conhecimentos sistematizados, a partir de então, para outro patamar do
determinismo axiomático característico da Matemática como ciência.
14
Outro motivo para o poder sistematizador e difusor do conhecimento dos
gregos, especialmente no Ocidente, demonstrando forte hegemonia das escolas
gregas, é o caráter documental ao se registrar tudo o que se sabia de Geometria até
então, produzida por meio do senso comum, por agrícolas, construtores ou por
estudiosos. Textos, esboços, artefatos de desenho, protótipos e outros objetos eram
produzidos, estudados, analisados e interpretados seguindo uma lógica dedutiva.
Nesse bojo foi que, segundo Giovanni, Bonjorno e Giovanni Júnior (1994), o
matemático grego Euclides fez da cidade egípcia Alexandria, onde vivia, o centro
mundial da Geometria por volta de 300 anos a.C. Num processo rigoroso e
coordenado de sistematização dos conhecimentos de outros povos antigos e das
propriedades dos objetos geométricos, Euclides concebia a Geometria como “uma
ciência dedutiva cujo desenvolvimento partia de certas hipóteses básicas: os
axiomas ou postulados” (GIOVANNI; BONJORNO; GIOVANNI JÚNIOR, 1994, p. 408,
grifos nossos). Estudioso da Academia de Platão e partícipe do polo cultural que se
constituiu em torno da Biblioteca de Alexandria ao reunir vários sábios da época de
diferentes áreas (COSTA, 2010), Euclides “produziu uma extensa obra, tendo como
sustentação os axiomas e o método dedutivo. Sua obra maior, Os Elementos,
representou a primeira axiomatização da história da Matemática” (SANTOS;
15
NACARATO, 2014, p. 13, grifos das autoras).
Composto por 13 volumes, Os Elementos reuniram boa parte do que se sabia
de Geometria naquele tempo. Essa obra tornou-se tão importante após a sua
divulgação que toda a sistematização feita por Euclides passou a ser conhecida
como Geometria Euclidiana e, no decorrer da história, passou a ser categorizada
como Geometria Euclidiana Plana (estudos sobre os espaços uni e bidimensional),
Geometria Euclidiana Espacial (estudos sobre o espaço tridimensional) e Geometria
Euclidiana Analítica (também chamada de Geometria Cartesiana, abrange os
estudos sobre a Geometria Algébrica com base num sistema de coordenadas). Uma
imagem de duas versões de Os Elementos está na Figura 5.
Fonte: Biblioteca Digital Mundial. Disponível em: https://bit.ly/3rCFHLj. Acesso em: 22 de fev.
2021.
16
algumas das propriedades observáveis dos objetos e conceitos matemáticos. Eles são
a essência das cadeias dedutivas sobre as quais coisas mais complexas são
construídas (ou descobertas) a partir de outras mais simples. Inclusive, a negação ou
a modificação de algum dos axiomas e postulados propostos por Euclides deu origem
às chamadas geometrias não euclidianas, especialmente, a partir do Renascimento,
no século XV, e por toda a Idade Moderna (COSTA, 2010).
Machado e Ferraz (2019, p. 16-17) apresentam um compilado dos principais
axiomas e postulados que se constituíram como um dos alicerces para a
sistematização dos conhecimentos sobre Geometria:
Axiomas
Axioma I: pode-se traçar uma única reta ligando quaisquer dois pontos;
Axioma II: pode-se continuar (de uma maneira única) qualquer reta
finita continuamente em uma reta;
Axioma III: pode-se traçar um círculo com qualquer centro e qualquer
raio;
Axioma IV: todos os ângulos retos são iguais;
Axioma V: se uma reta, ao cortar outras duas, forma ângulos internos,
no mesmo lado, cuja soma é menor do que dois ângulos retos, então
essas duas retas encontrar-se-ão no lado onde estão os ângulos cuja
soma é menor do que dois ângulos retos.
Postulados
Postulado I: dados dois pontos distintos, há um único segmento de reta
que os une;
Postulado II: um segmento de reta pode ser prolongado
indefinidamente para construir uma reta;
Postulado III: dados um ponto e uma distância quaisquer, pode-se
construir uma circunferência de centro naquele ponto e com raio igual
à distância dada;
Postulado IV: todos os ângulos retos são congruentes (semelhantes);
Postulado V: se duas linhas intersectam uma terceira linha, de tal forma
que a soma dos ângulos internos em um lado é menor que dois ângulos
retos, então as duas linhas devem intersectar-se nesse lado, se forem
estendidas indefinidamente (MACHADO; FERRAZ, 2019, p. 16-17).
17
todos demonstrados com base em axiomas e postulados. Não obstante o conteúdo
dos teoremas já esteja fixado neles, esse conteúdo está longe de ser óbvio”.
Nesse sentido, tendo em vista que, se não pudéssemos definir noções sem
demonstrá-las, ficaríamos num processo infinito de definições (SANTOS; VIGLIONI,
2011), Euclides precisou estabelecer alguns conceitos e relações primitivos sem os
quais não seria possível avançar na construção da Geometria Plana e dos espaços
uni e bidimensional. Na sequência, abordaremos algumas dessas peças primitivas,
justificando-as como sendo essenciais para o que desejamos discutir neste livro: a
própria Geometria Euclidiana Plana e as construções geométricas decorrentes dela.
I. Ponto é o que não tem partes, ou o que não tem grandeza alguma;
II. Linha é o que tem comprimento, porém não tem largura;
III. As extremidades da linha são pontos;
IV. Linha reta é aquela que está posta igualmente entre as suas
extremidades;
V. Superfície é o que tem comprimento e largura;
VI. As extremidades da superfície são linhas;
VII. Superfície plana é aquela sobre a qual assenta toda uma linha reta
entre dois pontos quaisquer que estiverem na mesma superfície
(MACHADO; FERRAZ, 2019, p. 17).
Também existem outras ideias lançadas por Euclides, mas destacamos aqui as
18
noções elementares de ponto (Figura 6), reta (Figura 7) e plano (Figura 8):
Figura 6: Ponto
Figura 7: Reta
Figura 8: Plano
19
Dessas definições axiomáticas, postulares e primitivas até então discutidas aqui,
decorrem as seguintes proposições: toda reta possui pelo menos dois pontos (Figura
9); não existe uma reta contendo todos os pontos (Figura 10); e existem pelo menos
três pontos no plano (Figura 11) (MACHADO; FERRAZ, 2019). Observe:
20
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
21
1. No preâmbulo da Unidade 1 apresentamos o seguinte verso do poeta brasileiro
Mário Quintana: “Linha curva: o caminho mais agradável entre dois pontos”.
22
e as que eram empregadas nas construções não eram apoiadas em nenhuma
metodologia lógico-matemática.
III. Euclides, a partir do método dedutivo axiomático, pôde criar, demonstrar, provar e
sistematizar grande parte dos conhecimentos e das técnicas geométricas dos povos
antigos, especialmente os mediterrâneos.
a) I.
b) I e III.
c) I, II e III.
d) Apenas III.
e) II e III.
a) V-V-V.
b) V-F-V.
c) F-F-V.
d) F-V-F.
23
e) F-V-V.
a) 1 - 1 – 2.
b) 1 - 2 – 2.
c) 1 - 2 – 1.
d) 2 - 2 – 1.
e) 2 - 1 – 1.
24
I. Adotavam um caráter documental de registrar, sistematizar e divulgar os
conhecimentos gregos e de outros povos.
II. Concebiam e utilizavam o método lógico-dedutivo em suas análises,
demonstrações e provas.
III. A proposição de axiomas e postulados como geradores de cadeias dedutivas
era a essência e a base para a construção (ou descoberta) de propriedades e
conceitos mais complexos a partir de noções mais simples.
a) I, II e III.
b) Apenas I.
c) I e II.
d) Apenas III.
e) II e III.
25
7. Ponto, reta e plano são noções primitivas sobre as quais Euclides lançou mão para,
junto com os axiomas e postulados, propor definições, teoremas e demonstrações
capazes de darem corpo ao que chamamos hoje de Geometria Euclidiana Plana.
No âmbito dessas noções, algumas ideias decorrem de suas propriedades, apesar
de não receberem definições exatas de suas existências e, quase sempre, não
serem demonstradas ou provadas.
a) V – V – V.
b) F – V – F.
c) V – F – V.
d) F – F – F.
e) V – F – F.
26
Sobre essa figura, podemos destacar como verdadeira a seguinte relação direta e
aplicada:
27
GEOMETRIA PLANA BÁSICA DA UNIDADE
RETA E DO DESENHO GEOMÉTRICO
INTRODUÇÃO
02
“Um dos meus anseios de chegar ao infinito é a esperança de que,
ao menos lá, as paralelas se encontrem”
― Helder Câmara.
Segundo Costa (2010, p. 03, grifo da autora), “uma das primeiras noções
28
matemáticas desenvolvidas pelo homem desde a pré-história foi a ideia de
dimensão, advinda de formas, tamanhos, distâncias, necessidade de delimitação de
terras, construções de moradias e objetos da natureza”. De acordo com Eves (1992),
inicialmente, essa ideia de dimensão estava ligada à chamada geometria
subconsciente em que os problemas que envolviam a Geometria eram concretos e
tinham pouca ou nenhuma ligação entre si e estavam vinculados aos potenciais
humanos de reconhecer, comparar e estabelecer configurações, formas e
tamanhos. Mas, a partir da capacidade de abstração de algumas características e
propriedades, leis foram concebidas e a Geometria ganhou o status de ciência
(COSTA, 2010).
Nesse sentido, no âmbito das noções uni e bidimensionais, abordaremos
tópicos da Geometria Euclidiana Plana que são básicos e estruturais para as
construções que são decorrentes dessas noções. Para tal, inicialmente, faremos
algumas discussões sobre as retas e introduziremos alguns instrumentos e técnicas de
desenho buscando aplicá-los em algumas construções elementares.
29
Ao pensarmos nas possibilidades de localizarmos duas ou mais retas num
mesmo plano (Figura 14), existem três cenários para que elas sejam:
Paralelas entre si: nesse caso, elas não se encontram no plano e, por isso, não
há pontos comuns. Usa-se o símbolo // para indicar que r // s (r é paralela à s).
Concorrentes, ou seja, elas se encontram em apenas um ponto. Usa-se o
símbolo X para indicar que s X t (reta s é concorrente à reta t).
Coincidentes. Isso significa que todos os pontos de uma são pontos da outra
também. Usa-se o símbolo ≡ para indicar que m ≡ t (retas m e t são
coincidentes).
Usa-se o símbolo ⊥ para indicar que r ⊥ s Usa-se o símbolo ∠ para indicar que m ∠ n
(Leia: a reta r é perpendicular à reta s) (Leia: a reta m é oblíqua à reta n)
Fonte: o autor.
30
É estrategicamente importante que, na Matemática, haja a definição de
noções de partes e divisões de uma reta. Aliás, nunca conseguiremos desenhar uma
reta de verdade por ela estar associada à ideia de um conjunto infinito de pontos
sem origem ou fim, mas, parte dela sim. Existem muitas construções que são
concebidas tomando-se a ideia das partes de uma reta.
Assim, em Geometria, considerando-se um ponto A qualquer pertencente a
uma reta r qualquer, denominam-se semirretas as duas partes da reta cuja origem
está em A. Logo, uma semirreta terá uma origem, mas não terá um fim.
Representamos uma semirreta por sua origem, um ponto pertencente a ela e uma
seta acima das letras que representam esses pontos (Figura 16).
31
Figura 17: Segmentos de reta Sobre a reta suporte r, tem-se os
segmentos de reta ̅̅̅̅
BD, ̅̅̅̅
DE, ̅EF
̅̅̅, ̅̅̅̅
BE, ̅̅̅̅
BF e ̅̅̅̅
DF.
32
ser sempre colocados em correspondência biunívoca com os números reais, de
modo que o módulo da diferença entre estes números meça a distância entre os
pontos correspondentes” (VIGLIONI, 2011, p. 34-35).
Dito de outra forma, existe uma correspondência fixada entre os números reais
e os pontos de uma reta (que podemos chamar de coordenadas) que permite a
seguinte dedução, segundo Santos e Viglioni (2011, p. 35): “se a e b são as
coordenadas dos pontos A e B, respectivamente, então o comprimento do segmento
AB, denotado por 𝐴𝐵
̅̅̅̅, é igual a AB = |a − b|, ou seja, o módulo (valor positivo) da
33
Então, se C é o ponto médio de AB
̅̅̅̅, a
34
construções geométricas para propor soluções em diversas áreas. Portanto, nesta
seção, alguns instrumentos e técnicas de desenho geométrico serão apresentados
para que, a partir deles, possamos propor algumas construções e discussões.
Assim, o desenho geométrico caracteriza-se por um conjunto de aspectos e
processos nos quais várias construções geométricas são concebidas para
representar, resolver problemas ou desenvolver novos e aplicados problemas. As
técnicas estão ligadas, exatamente, aos objetivos propostos e problemas que
precisam ser resolvidos. Por exemplo: se quero desenhar um sorvete, poderia optar
pela sobreposição ou encaixe de um triângulo e um círculo. O encaixe de um trapézio
e algumas elipses pode se tornar, por exemplo, um vaso de cactos, como na Fig. 20.
Figura 20: Sorvete, folha e vaso com cactos a partir da sobreposição de desenhos
geométricos
35
um isósceles (um ângulo de 90º e dois de 45º) e o outro escaleno (um ângulo
de 90º, um de 30º e o outro de 60º). Os esquadros são usados, principalmente,
no traçado de retas perpendiculares e paralelas ou no desenho de alguns
ângulos com a combinação ou não das duas peças;
Compasso: instrumento articulado que liga duas hastes, cada uma com uma
ponta, serve para traçar pontos equidistantes de um ponto central
(circunferência), arcos de circunferência e transportar ângulos e outras
medidas. O modelo atual do compasso que utilizamos na escola, por exemplo,
foi criado por Leonardo Da Vinci (1452-1519).
CONSTRUÇÕES ELEMENTARES
36
anterior, esboçaremos algumas construções elementares utilizando, para tal, a
técnica axiomática que permitirá que os desenhos fiquem, adequadamente, de
acordo com o que preconizam as leis da Geometria Euclidiana Plana. Assumimos as
propriedades dos instrumentos que utilizaremos como os ângulos dos esquadros, a
linearidade da régua ou a circularidade da volta do compasso, por exemplo.
Passos:
1. Dados a reta t e o ponto P, deseja-se traçar uma paralela a t que passe por P.
Posicione um esquadro isósceles sobre t e uma régua de apoio, como na 1ª
figura.
2. Com a régua fixa e o esquadro móvel, movimente-o sobre a régua até
alcançar o ponto P, conforme indica a seta.
3. Solte a régua e trace a reta paralela que passe por P.
Construção
de paralela
que passe
pelo ponto
P
37
Construção de retas perpendiculares e perpendicular que passa por ponto:
Passos:
1. Dada a reta s e o ponto B, deseja-se traçar uma perpendicular a s
Construção de
que passe por B.
perpendicular
que passe pelo
2. Repetem-se os passos anteriores de 2 a 6. Aqui, substituímos o
ponto B
esquadro escaleno por uma régua de apoio que permanecerá fixa.
38
3. Após a repetição dos passos de 2
a 6, desliza-se o esquadro isósceles
sobre a régua fixa, conforme
indicação das setas, para posicionar
o esquadro retilineamente ao ponto
B visando que a reta perpendicular a
s, que passe por B, seja desenhada.
39
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
40
FIXANDO O CONTEÚDO
a) 139,4.
b) 131,0.
c) 127,5.
d) 125,0.
e) 123,9.
41
c) F, V, F, V.
d) V, V, V, F.
e) F, V, V, F.
a) 2 – 3 – 4 – 1.
b) 4 – 1 – 2 – 3.
c) 1 – 2 – 4 – 3.
d) 1 – 2 – 3 – 4.
e) 4 – 2 – 1 – 3.
42
c) ̅̅̅̅
BE e ̅̅̅̅
BC são segmentos consecutivos e colineares.
d) ̅̅̅̅ AB, pois são segmentos consecutivos.
BC ⊂ ̅̅̅̅
e) ̅̅̅̅ BF, pois são segmentos consecutivos.
BE ⊃ ̅̅̅̅
43
Sabendo que A e B são os pontos extremos desse segmento, a coordenada x do
ponto médio C (ou número real associado) de ̅̅̅̅
AB é:
a) 12.
b) 16.
c) 24.
d) 26.
e) 31.
a) F – F – F – V.
b) V – V – F – V.
c) F – V – V – V.
d) V – V – V – V.
e) F – V – F – V.
44
descrita a seguir.
Com alguma inclinação sobre o segmento de reta AB dado, traça-se uma
semirreta auxiliar s, com origem num dos extremos A ou B. Sobre esse segmento
auxiliar, e a partir da origem escolhida, marcam-se comprimentos iguais, com uma
abertura qualquer de compasso, de acordo com o número (n) de divisões
desejadas, achando-se os pontos 1, 2, 3, ... , n. Une-se o último ponto marcado com
o outro extremo do segmento de reta AB e traçam-se paralelas a essa linha que
passam pelos pontos marcados na semirreta auxiliar s.
45
TÓPICOS DE GEOMETRIA PLANA UNIDADE
BÁSICA ESTRUTURAL E ALGUMAS
CONSTRUÇÕES ESPECIAIS
INTRODUÇÃO
03
“A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que
nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos
senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos”.
― Mahatma Gandhi
46
Figura 22: Ângulo e alguns elementos
Pode-se indicar esse ângulo das seguintes
formas:
AÔB (lê-se ângulo AOB) ou BÔA (lê-se ângulo
BOA).
A medida desse ângulo pode ter três
representações:
Em relação ao ângulo AÔB, duas regiões são delimitadas: região convexa (lilás)
em que dois pontos quaisquer determinam um segmento de reta que estará contido
nessa região e região não convexa (amarela) em que haverá dois pontos que
determinarão segmentos que não estarão totalmente nesta região. Assim, diz-se que
AÔB é uma região convexa (ou ângulo convexo). Isso é regra geral.
O grau (º), uma criação dos babilônios antes da era cristã, é a unidade de
medida que utilizaremos neste material para indicar a abertura (ou medida) dos
ângulos. O transferidor é um dos instrumentos de medida de ângulos mais utilizados
em virtude da leitura fácil e direta. Na unidade 2, apresentamos esse importante
instrumento como suporte para algumas construções e medições geométricas.
47
somente se, os lados do ângulo coincidem” (p. 39). Disso decorre que um semiplano
(metade de um plano) é dividido por uma semirreta se essa semirreta pertence a esse
semiplano e se sua origem (um ponto de interseção) pertence à reta que determinou
o semiplano.
Um segundo axioma propõe que “existe uma bijeção entre as semirretas de
mesma origem que dividem um dado semiplano e os números entre zero e 180, de
modo que a diferença entre os números é a medida do ângulo formado pelas
semirretas correspondentes” (SANTOS; VIGLIONI, 2011, p. 40).
Pareceu um pouco confuso? Observe a Figura 23, pois nela esclareceremos,
de forma prática e ilustrativa, esses axiomas:
48
Ângulos consecutivos Ângulos adjacentes Bissetriz de um ângulo
São dois ângulos cuja soma de suas São dois ângulos cuja soma de suas
medidas é 90º. Um será o complemento do medidas é 180º. Um será o suplemento do
outro. outro.
Fonte: Adaptado de Barreto Filho e Silva (2000); Costa (2010) e Giovanni, Giovanni Júnior e
Castrucci (2015).
49
Sob a ótica do vértice O, na Figura 24, as retas r e s determinam ângulos opostos
pelo vértice (usa-se a abreviação “o.p.v.”) que são sempre congruentes. Segundo
Santos e Viglioni (2011, p. 86), o axioma das paralelas é enunciado da seguinte forma:
“por um ponto fora de uma reta dada, pode-se traçar uma única reta paralela a esta
reta”. Considerando esse axioma, que equivale ao quinto postulado do primeiro livro
de Os Elementos, e a conclusão dos ângulos o.p.v., ao considerarmos duas retas
distintas r e s (com r // s) cortadas por outra reta t que dividirá o plano em dois
semiplanos (por isso, a chamaremos de reta transversal t), obtêm-se “pares de ângulos
importantes nos estudos da Geometria” (BARRETO FILHO; SILVA, 2000, p. 413). Esses
ângulos formados pela reta transversal t são denominados de forma específica de
acordo com a posição que ocupam e detêm algumas propriedades que são
evidenciadas, mas não demonstradas, na Figura 25. Intuitivamente, é simples
compreendê-las ao considerarmos o que foi discutido aqui.
- Têm-se ângulos internos (região verde) e
externos (região laranja);
- Colateral significa “mesmo lado ou mesmo
Figura 25: Ângulos formados por paralelas e semiplano” e alterno “lado diferente ou
uma transversal semiplano diferente”;
- Se r // s, ambas estão cortadas pela reta
transversal t e se todas são coplanares,
então os ângulos:
𝑎̂ ≅ 𝑒̂ , 𝑏̂ ≅ 𝑓̂ , 𝑐̂ ≅ 𝑔̂ 𝑒 𝑑̂ ≅ ℎ̂ são
correspondentes e congruentes;
𝑑̂ ≅ 𝑓̂ e 𝑐̂ ≅ 𝑒̂ são alternos internos e
congruentes;
𝑎̂ ≅ 𝑔̂ e 𝑏̂ ≅ ℎ̂ são alternos externos e
congruentes;
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 𝑑̂ 𝑒 𝑒̂ , 𝑐̂ 𝑒 𝑓̂ são colaterais internos e
suplementares (soma=180º);
𝑎̂ 𝑒 ℎ̂, 𝑏̂ 𝑒 𝑔̂ são colaterais externos e
suplementares (soma=180º);
50
construtivista, sem nos ater à Álgebra ou à Aritmética subjacentes a alguns atributos.
No entanto, destacaremos alguns conceitos e propriedades que são importantes
para as construções e desenhos geométricos fazendo o uso, caso seja necessário, de
fórmulas, expressões ou cálculos, além de algumas demonstrações, para endossar o
conceito ou propriedade tratados.
Saber o que é um polígono é mais simples que defini-lo e entender a definição,
pois ela foi construída com um conjunto de argumentos fundamentais sob os quais
precisamos mobilizá-los e empregá-los para que as propriedades sejam válidas. De
origem grega, a palavra significaria “muitos/vários ângulos”. Giovanni, Giovanni Júnior
e Castrucci (2015, p. 214) definem polígono como sendo a “reunião de uma linha
fechada simples, formada apenas por segmentos de reta de um mesmo plano com a
sua região interna”. Já Dolce e Pompeo (2005, p. 132) afirmam que, “dada uma
sequência de pontos de um plano (A1, A2, ..., An), com n ≥ 3, todos distintos, onde três
pontos consecutivos não são colineares, chama-se polígono a reunião dos segmentos
A1 A2, A
̅̅̅̅̅̅̅ 2 A3 , ..., A𝑛−1 A𝑛 , A𝑛 A1 ”.
̅̅̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅̅̅̅̅̅ ̅̅̅̅̅̅̅
51
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
Neste polígono, a reta r contém um dos lado Qualquer reta que suporte dos lados do
Como a figura está contida nos dois semiplanos polígano (como t e w) determina
̅̅̅̅ não está totalmente
determinados por r e AB semiplanos que contém, totalmente,
contida na região interna, este polígono é a região interna. Além disso, qualquer
não-convexo. segmento cujos extremos sejam pontos
internos estará contido nesse polígono
que é convexo.
Quantidade de diagonais Soma dos ângulos internos Soma dos ângulos externos
52
𝑛 ∙ (𝑛 − 3)
𝑑= 𝑆𝑖 = (𝑛 − 2) ∙ 180° 𝑆𝑒 = 360°
2
Em que 𝑑 é a quantidade de Em que 𝑆𝑖 é a soma dos Em que 𝑆𝑒 é a soma dos
diagonais e 𝑛 o número de ângulos internos e 𝑛 o ângulos externos que será,
lados. número de lados. sempre, 360º.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
Triângulos ou triláteros
53
os em termos de suas propriedades e como objetos geométricos peculiares e
basilares para toda a Geometria. Considerando, também, um dos postulados de
determinação, o qual afirma que três pontos distintos e não colineares determinam
um único plano que passa por eles e um dos axiomas de incidência que destaca a
existência de três pontos distintos com a propriedade que nenhuma reta passa pelos
três pontos, Dolce e Pompeo (2005, p. 36) definem que “dados três pontos A, B e C
não colineares, à reunião dos segmentos ̅̅̅̅
AB, ̅̅̅̅
AC e BC
̅̅̅̅ chama-se triângulo ABC”. Na
54
Para finalizarmos esta parte introdutória sobre os triângulos, existem importantes
características e aplicações sobre essas figuras que vão para além das abstrações
matemáticas: são os pontos notáveis! Os triângulos são amplamente utilizados na
Engenharia e Arquitetura, pois conferem rigidez às construções que os utilizam em
virtude da dificuldade em se deformar essa estrutura. Subjacentes a essa
característica, as alturas, bissetrizes, medianas e mediatrizes de um triângulo
determinam pontos de destaque com as seguintes definições e propriedades:
Quadro 8: Alturas, bissetrizes, medianas, mediatrizes e seus pontos notáveis num triângulo
55
A mediana é o segmento de reta que une um
vértice ao ponto médio do lado oposto num
triângulo.
Ao encontro de todas as medianas de um Δ,
damos o nome de Baricentro (ponto G). Duas
Medianas
coisas notáveis:
1ª: Em Física, o Baricentro é o centro de
gravidade ou centro de massa (ponto que
representaria a massa concentrada de um
corpo em que agiria a gravidade);
2ª: O Baricentro divide as medianas sempre na
razão 2/3 (parte que contém o vértice) e 1/3 (a
outra parte).
A mediatriz é uma reta (ou segmento)
perpendicular que passa pelo ponto médio de
outro segmento.
O Circuncentro (ponto O) é o ponto notável de
encontro de todas as mediatrizes de um
triângulo.
Mediatrizes
Quadriláteros ou quadrângulos
56
possuem quatro lados são chamados de quadrilátero. No geral, assim como nos
triângulos, destacamos os seguintes elementos dessa figura bidimensional convexa:
(retos);
- As diagonais são congruentes: ̅̅̅̅AC ≅ ̅̅̅̅
BD;
- Pode ser decomposto em dois triângulos
retângulos congruentes em que as diagonais são
as hipotenusas: ΔDAB ≅ ΔBCD; ΔABC ≅ ΔADC.
57
- Todo losango é um paralelogramo;
- Os quatro lados são congruentes (um
paralelogramo equilátero);
Losango
58
AS CIRCUNFERÊNCIAS, OS CÍRCULOS E SEUS ELEMENTOS
59
- Diâmetro: qualquer corda que passa pelo centro
da circunferência como, por exemplo, ̅̅̅̅ AB = d =
2●r;
- Se um diâmetro é perpendicular a uma corda,
então ele passará pelo ponto médio. Assim, ̅̅̅̅ CM ⊥
DE sendo que M é o ponto médio da corda ̅̅̅̅
̅̅̅̅ DE;
- A mediatriz de qualquer corda de λ passará pelo
centro da circunferência. Por exemplo, ̅CL ̅̅̅ é
mediatriz de ̅̅̅̅
FG, então passa por C e CL̅̅̅̅ é um raio
de λ;
- A e B determinam duas semicircunferências de λ
(duas metade) e ̅̅̅̅
AB dois semicírculos de ω.
(normalmente, inclui-se mais um ponto para indicar qual dos arcos é o maior). Nessa
figura, os pontos A e B são extremidades de arco e coincidem com as extremidades
de um diâmetro. Assim, A e B determinam duas semicircunferências, ou seja, dois
arcos de mesmo comprimento e que enxergam um ângulo de 180º.
Por falar nisso, observe que os arcos AB
̂ são relacionados ao ângulo raso AÔB
e que o arco CD
̂ se associa ao ângulo CÔD. Esses ângulos, AÔB e CÔD, possuem os
atribui-se a diferença entre uma volta completa e a medida do arco menor, ou seja,
arco maior = 360º – arco menor: med (CAD
̂ ) = 360º – med (CD
̂ ).
60
Figura 32: Arco capaz de uma
Figura 31: Arco de uma circunferência
circunferência
61
BC
ângulo é constante para qualquer vértice inscrito nesse arco. O ângulo V4 está inscrito
no arco maior CV
̂ 4 D e, por isso, enxerga a corda CD com um ângulo suplementar ao
̅̅̅̅
62
semicircunferência.
CONSTRUÇÕES ESPECIAIS
63
Novamente, partiremos do pressuposto de que as propriedades dos instrumentos que
utilizaremos foram preservadas e satisfazem os axiomas e postulados.
Passos:
1. Dado um ângulo qualquer, utilize um transferidor para medi-lo (primeira
Traçado
figura).
de uma
2. Divida essa medida por 2, pois cada ângulo determinado pela bissetriz será
semirreta
metade do ângulo inicial (no nosso exemplo, AÔB/2 = 55º).
bissetriz
3. Com um lápis, marque o ponto exatamente na metade da medida do
com o uso
ângulo inicial.
de um
4. Com uma régua, construa uma semirreta que ligue o vértice do ângulo ao
transferidor
ponto que você marcou. Essa será a bissetriz do ângulo original (segunda
figura).
64
Fonte: Adaptado de https://bit.ly/3y6EIFD. Acesso em: 29 abr. 2021.
Quadro 12: Construção do Postulado das Retas Paralelas com régua e transferidor
Postulado
Passos:
das Retas
1. São dados a reta r e o ponto P a seguir (primeira figura).
Paralelas
2. Com uma régua, desenha-se uma reta t qualquer que passe por P e
(5º
intercepte r num ponto Q qualquer, sinalizado (segunda figura).
postulado
3. Usando-se um transferidor, medimos o menor ângulo que t faz com r (ângulo
de Os
â).
Elementos)
65
4. Com o centro do transferidor em P e a linha de fé em t (ângulo 0º),
transportamos o ângulo â, com o vértice em P, conforme a terceira figura
(marca X do transporte).
5. Usamos uma régua para ligar o ponto P à marca X do transporte do ângulo
â, determinando a reta s. Assim, evidenciamos o ângulo â’ cujo vértice é P (3ª
figura).
6. Logo, â e â’ são congruentes e alternos internos. Logo, s // r e passa por P.
_ _
Fonte: Adaptado de Giovanni, Giovanni Júnior (2015); Castrucci (2015).
66
5. É importante destacar, conforme o teorema enunciado por Santos e Viglioni
(2011), que o baricentro (G) sempre estará entre o ortocentro (H) e o circuncentro
(O) e ̅̅̅̅
GH = 2●OG
̅̅̅̅.
6. No Quadro 8, você poderá obter mais informações sobre as alturas, bissetrizes,
medianas, mediatrizes e seus pontos notáveis num triângulo qualquer.
_
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).
67
Quadro 14: Construção da base média do triângulo e do trapézio
Passos:
1. O triângulo possui três bases médias, cada qual relativa a um dos lados.
2. Seja um ΔABC qualquer. Os pontos médios M e N relativos aos lados ̅̅̅̅ AC e
AB, respectivamente, podem ser construídos a partir do processo de
̅̅̅̅
desenho do ponto médio de um segmento, conforme o Quadro 3.
3. Com o apoio de uma régua, ligamos os pontos M e N.
4. Usando-se o par de esquadros, é possível notar a primeira propriedade: a
base média ̅̅̅̅̅ 𝐌𝐍 é paralela ao lado ̅̅̅̅
𝐁𝐂 do triângulo, ou seja, ̅̅̅̅̅
MN // ̅̅̅̅
BC.
5. Agora, com um compasso, copiamos o segmento MN e o transportamos
̅̅̅̅̅
para BC
̅̅̅̅. Com a mesma abertura, coloca-se a ponta seca em C e marca-se
Base um arco no lado BC ̅̅̅̅. Usando-se uma régua ou desenhando-se o ponto
média do médio de BC ̅̅̅̅ é possível notar uma relação métrica: 𝐌𝐍̅̅̅̅̅ é metade de ̅̅̅̅
𝐁𝐂, ou
triângulo seja, ̅̅̅̅
𝐁𝐂 = 2●𝐌𝐍 ̅̅̅̅̅.
68
Passos:
1. O trapézio possui uma base média relativa aos lados não paralelos.
2. Seja EFGH um trapézio qualquer. Os pontos médios X e Y relativos aos lados
EH e ̅̅̅̅
̅̅̅̅ FG, respectivamente, podem ser construídos a partir do processo de
desenho do ponto médio de um segmento, conforme o Quadro 3 (primeira
figura).
3. Com o apoio de uma régua, ligamos os pontos X e Y (primeira figura).
4. Usando-se o par de esquadros, é possível notar a primeira propriedade: a
base média ̅̅̅̅ 𝐗𝐘 é paralela às bases ̅̅̅̅𝐄𝐅 e ̅̅̅̅
𝐆𝐇 do trapézio, ou seja, ̅EF̅̅̅ // GH
̅̅̅̅ (2ª
figura).
5. Agora, com um compasso e com uma régua, copiamos e traçamos as
bases ̅EF
̅̅̅ e GH
̅̅̅̅ uma ao lado da outra sobre uma mesma reta r suporte, de
forma que os pontos F e G coincidam (terceira figura).
6. Com o apoio de um compasso, transportamos a base média ̅̅̅̅ XY para a
Base reta r e comparamos o tamanho dessa base com a união das bases ̅EF ̅̅̅ e ̅̅̅̅
GH.
média do Assim, notamos uma relação métrica: a base média é igual à semissoma das
trapézio bases do trapézio, ou seja, 2●𝐗𝐘 ̅̅̅̅ = ̅̅̅̅
𝐄𝐅 + ̅̅̅̅
𝐆𝐇 ou ainda ̅̅̅̅
𝐗𝐘 = (𝐄𝐅
̅̅̅̅ + ̅̅̅̅
𝐆𝐇)/2 (terceira
figura).
69
70
FIXANDO O CONTEÚDO
a) Reta paralela.
b) Reta mediatriz.
c) Semirreta bissetriz.
d) Plano ortogonal.
e) Tangente.
( ) Diagonais são segmentos de reta que ligam vértices a outros não consecutivos.
( ) A soma de cada ângulo interno com o seu externo correspondente (que é
adjacente) equivale ao ângulo reto, ou seja, eles são complementares.
( ) Todos os polígonos possuem, pelo menos, uma diagonal.
( ) Três pontos distintos, não colineares, determinam um único plano que passa por
eles. Se esses pontos estão ligados por segmentos, então se tem um triângulo.
a) F – F – F – V.
b) V – V – F – V.
c) F – V – V – V.
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – V.
3. Os triângulos e quadriláteros são polígonos utilizados como base para muitos outros
conceitos e abstrações da Geometria. Alguns aspectos específicos dessas figuras
podem ser interessantes em eventos de construção ou desenhos geométricos.
Considere as seguintes sentenças em relação aos triângulos e quadriláteros:
71
(1) Num triângulo, a medida de um lado é sempre menor que a soma das medidas
dos outros dois lados.
(2) O triângulo equilátero é um tipo de triângulo isósceles.
(3) Os pontos notáveis de um triângulo dependem, apenas, de um dos vértices para
serem construídos.
(4) Os quadriláteros paralelogramos e trapézios são diferenciados pela quantidade
de ângulos congruentes e opostos.
(5) Um losango é, ao mesmo tempo, um paralelogramo e um retângulo.
(6) Trapézios são os quadriláteros convexos com apenas um par de lados paralelos.
a) 3.
b) 5.
c) 6.
d) 9.
e) 12.
a) 230º
b) 225º
c) 205º
72
d) 215º
e) 195
A soma x + y vale:
a) 24°
b) 40°
c) 56°
d) 72°
e) 88°
73
Dentre as posições apresentadas, as duas em que a angulação das pernas é
superior a de um ângulo reto são as posições:
a) 1 e 2.
b) 1 e 3.
c) 2 e 3.
d) 2 e 4.
e) 3 e 4.
74
( ) Para a construção da semirreta bissetriz, o traçado de arcos com um compasso
ou o uso de um transferidor são indicações pertinentes a essa construção.
( ) Um dos pontos da Reta de Euler é o centro de uma circunferência circunscrita a
um triângulo. Esse ponto é obtido por meio das mediatrizes de um triângulo.
( ) O processo de desenho do ponto médio de um segmento, usado na construção
das bases médias do triângulo e do trapézio, requer o traçado de arcos ou
circunferências cujos centros são as extremidades do segmento (no caso, o lado
da figura).
a) F – F – F – V.
b) V – V – F – V.
c) F – V – V – V.
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – V.
75
TÓPICOS ESPECIAIS E APLICADOS À UNIDADE
GEOMETRIA PLANA
INTRODUÇÃO
04
“O equilíbrio, a simetria e a harmonia entre as formas e as cores são
as partes mais difíceis de serem alcançadas na construção do belo”.
― Ricardo V. Barradas
Para avançarmos nessa reflexão, de acordo com Costa (2010, p. 126), “duas
ou mais figuras são congruentes quando, por superposição, elas coincidem”. Nas
76
unidades anteriores, sempre que utilizávamos o sinal de congruência (≅) queríamos
afirmar que duas medidas ou objetos eram iguais. Essa autora, no entanto, utiliza o
símbolo ≡ (equivalente) como sinônimo de congruente. Ela ainda acrescenta que
“dois ou mais polígonos são congruentes quando é possível estabelecer uma
correspondência biunívoca (um a um) entre seus vértices, de modo que lados e
ângulos correspondentes ou homólogos sejam congruentes” (COSTA, 2010, p. 128,
grifo da autora).
Assim, basicamente, por meio de quatro casos de congruência (lado-lado-
lado, lado-ângulo-lado, ângulo-lado-ângulo, lado-ângulo adjacente-ângulo oposto,
em relação aos triângulos, por exemplo) conseguimos identificar quando duas ou
mais figuras são congruentes. Na figura 35, ilustramos um exemplo de duas figuras
congruentes em que o ponto A corresponde ao ponto D, B ao E e C ao F. Santos e
Viglioni (2011) destacam que os casos de congruência também são chamados de
axiomas de congruência tomando como base o processo lógico-dedutivo.
77
̅̅̅̅
AB ̅̅̅̅
BC ̅̅̅̅
CD ̅̅̅̅̅
AD
̅̅̅̅̅̅̅
A′B′
= ̅̅̅̅̅̅
B′C′
= ̅̅̅̅̅̅̅
C′D′ ̅̅̅̅̅̅̅ = 1,5. Com isso, observa-se que a razão de semelhança do
= A′D′
quadrilátero ABCD para o quadrilátero A’B’C’D’, que guarda a proporção entre essas
duas figuras semelhantes, é fixa (constante) e vale 1,5.
78
O ΔABC ~ ΔEDC, pois:
- Os ângulos em C são opostos pelo
vértice e, por isso, são congruentes;
- Ambos os ângulos em B e D são retos;
- Logo, o terceiro ângulo em cada
triângulo (A e E) é congruente
também.
Assim, x = 2●CD
̅̅̅̅ = 8cm e y = ̅̅̅̅
AC/2 = 5cm.
79
propriedades em relação aos chamados polígonos regulares. O fenômeno da
regularidade poligonal diz respeito à congruência dos lados e ângulos internos e
externos, segundo Barreto Filho e Silva (2000). Corroborando, Dolce e Pompeo (2005,
p. 136) afirmam que “um polígono convexo é regular se, e somente se, tem todos os
lados congruentes (é equilátero) e todos os ângulos congruentes (é equiângulo)”.
Os polígonos regulares possuem outras propriedades e relações para além da
congruência dos lados, ângulos internos ou externos. Eles podem estar inscritos ou
circunscritos por uma circunferência que lhes dão origem ao ser usada em suas
construções geométricas. Giovanni Jr. e Castrucci (2009, p. 323, destaques dos
autores) definem o conceito de polígono regular inscrito ao pontuarem que “quando
dividimos uma circunferência em n arcos congruentes (com n > 2), as cordas
consecutivas delimitam um polígono regular de n lados, inscrito nessa circunferência”.
Santos e Viglioni (2011), por exemplo, axiomaticamente, demostram que todo
polígono regular está inscrito numa circunferência, seja qual for o número de lados.
Esses autores também apresentam e provam um corolário que define que “todo
polígono regular possui um círculo inscrito” (p. 123), ou seja, um polígono regular
também circunscrita uma circunferência. Giovanni, Bonjorno e Giovanni Jr. (1994, p.
423) definem o polígono que circunscrita uma circunferência da seguinte forma:
“dividindo-se a circunferência em n arcos (n > 2) congruentes, as tangentes nos
pontos consecutivos de divisão formam um polígono regular de n lados, circunscrito
à circunferência”. No Quadro 15, organizamos essas informações e destacamos os
principais conceitos e propriedades dos polígonos regulares, das inscrições ou
circunscrições relacionadas a eles.
80
Quadro 15: Polígonos regulares inscritos ou circunscritos à circunferência
- Ângulos internos (ai) são congruentes e a
medida depende do número n de lados: a i =
180º ● (𝑛−2)
. Na figura, ai = 90º, pois ABCD é um
𝑛
quadrado;
- Ângulos externos (ae) também são todos
360º
congruentes e são dados por a e = , em que n
𝑛
Polígono regular inscrito
81
Esses autores afirmam que dois ou mais polígonos regulares que têm o mesmo
número de lados são semelhantes, pois possuem ângulos internos correspondentes
congruentes e lados homólogos proporcionais.
Desde muito antes da era cristã, no Egito Antigo, por exemplo, a determinação
da medida de uma superfície era usada para pagamento de imposto aos faraós
sobre áreas cultivadas. Hoje, o IPTU (imposto predial e territorial urbano) também usa
como uma das bases de cálculo as áreas urbanas delimitadas e registradas, com ou
sem construções, para a cobrança dessa arrecadação municipal.
O cálculo da área de figuras planas pode ter diferentes abordagens. Uma
delas é a construção axiomática que fez parte de várias construções geométricas
que aqui produzimos. Segundo Santos e Viglioni (2011, p. 152), “uma região poligonal
é uma figura plana que pode ser expressa como a união de um número finito de
regiões triangulares, de tal modo que duas a duas não têm pontos interiores em
comum”, ou seja, a área de uma figura plana é um objeto geométrico limitado por
uma fronteira poligonal em que todos os pontos da região convexa são internos. Esses
autores destacam os seguintes axiomas de área:
82
e os conceitos dos triângulos, suas semelhanças e congruências, além da
equivalência entre áreas, Costa (2011), Giovanni Jr. e Castrucci (2009), Santos e
Viglioni (2011) e Giovanni, Bonjorno e Giovanni Jr. (1994), propõem as seguintes
relações para se calcular áreas de regiões planas, conforme esquematizamos no
Quadro 16.
D●d
S=
2
S=b●h
Retângulo
D = med
Losango
b = med (base) (diagonal
h = med maior)
(altura) d = med
(diagonal
menor)
(B+b)
S=h●
Quadrado
2
Trapézio
S = l²
b = base menor
l = med (lado) B = base maior
h = med (altura)
Paralelogram
S=b●h
S = 𝜋 ● r²
Círculo
b = med (base)
o
r = med (raio)
h = med
𝜋 ≃ 3.141592...
(altura)
â ● π ● r²
b●h S=
Setor circular
S= 360°
Triângulo
â = ângulo
b = med (base)
central
h = med
r = med (raio)
(altura)
𝜋 ≃ 3.141592...
S = n ● SΔ S = n ● SΔ
Polígono regular
Polígono regular
n = nº de lados n = nº de lados
SΔ = área do Δ SΔ = área do Δ
Deste Deste
hexágono: pentágono:
L●h L●h
S=6● S=5●
2 2
Fonte: o autor.
83
respectiva circunferência. Ou seja, infinitos triângulos que comporiam a área do
disco.
84
detalharemos no Quadro 17.
85
Fonte: Adaptado de Carvalho et al. (2011); Moura e Campagnaro (2021).
86
FIXANDO O CONTEÚDO
a) 12 metros.
b) 10 metros.
c) 8 metros.
d) 12 metros.
e) 15 metros.
I. Dois triângulos são semelhantes se, e se somente se, possuem os três ângulos
ordenadamente congruentes.
II. Dois triângulos são semelhantes se, e se somente se, possuem os lados homólogos
proporcionais.
III. Dois triângulos são semelhantes se, e se somente se, possuem os três ângulos
ordenadamente congruentes e os lados homólogos proporcionais.
a) l e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.
e) II, apenas.
87
indicadas na figura abaixo.
a) 6,8 m.
b) 8,4 m.
c) 9,2 m.
d) 7,9 m.
e) 5,1 m.
a) 96 cm.
b) 36 cm.
c) 54 cm.
d) 42 cm.
e) 48 cm.
88
padrão de construção:
a) 21.
b) 10.
c) 19.
d) 17.
e) 15.
a) 8.
b) 10.
c) 12.
d) 15.
e) 20.
89
quatro partes iguais, também quadradas, e, em uma delas, deverá ser mantida
uma reserva de mata nativa (área hachurada), conforme mostra a figura a seguir.
a) 625,0.
b) 925,5.
c) 1.562,5.
d) 2.500,0.
e) 3.525,0.
a) a = 8
b) a = 12
c) a = 0
90
d) a = 10
e) a = 5
91
GEOMETRIA ESCALAR, HOMOTETIA UNIDADE
E OUTRAS CONSTRUÇÕES ESPECIAIS
INTRODUÇÃO
05
“Tudo o que se encontra no universo numa escala maior, reflete-se no
homem numa escala menor. [...] Podemos dizer que no homem está
refletida toda a natureza”.
― Franz Bardon
ESCALAS
92
que permite desenhar um objeto pequeno ou grande demais com tamanhos que
possamos enxergar em nosso campo visual natural. Isto é, conseguimos representar
as dimensões reais de objetos por meio de desenhos ou construções que estão
ligados, proporcionalmente, por uma razão com o objeto original.
93
responsável por agrupar aspectos relacionados à construção de objetos que
guardam proporções de semelhança com o objeto original por meio de uma razão.
A escala pode ser representada de duas formas e, por isso, a definimos como escala
numérica (baseada numa fração ou divisão entre dois valores) ou escala gráfica
(utiliza um recurso de desenho semelhante a uma régua). Esses dois tipos de escala
estão expressos na Figura 39 e transmitem informações equivalentes.
94
Plana, para a formação inicial ou continuada de professores, é a homotetia. Assim
como as isometrias, a homotetia é uma transformação geométrica e um processo
que gera objetos semelhantes ao original a partir da multiplicação das medidas de
seus segmentos de reta por um valor constante, chamado de razão da homotetia ou
fator de escala, a partir de um ponto fixo de apoio que é chamado de centro de
homotetia. Ou seja, a partir de um ponto fixo (centro de homotetia), conseguimos
ampliar (esticar) ou reduzir (contrair) os segmentos que passam por esse ponto para
obtermos uma figura semelhante à original, sem deformá-la. Por isso, essa
transformação também é chamada de transformação de semelhança.
De acordo com Souza e Dutra (2004), homotetia vem do grego homo
(semelhante) e tetia (posição), ou seja, posição semelhante. Para diferenciar
isometria de homotetia, essas autoras afirmam que “quando rodamos, refletimos ou
transladamos um segmento temos uma isometria. Já os casos de semelhança de
figuras podem ser obtidos por homotetia” (SOUZA; DUTRA, 2004, p. 01, grifo das
autoras). Assim, na homotetia, a ampliação e a redução, com ou sem inversão da
orientação espacial, preservam os ângulos, a razão de semelhança entre os lados
correspondentes da figura e o paralelismo em relação aos segmentos de reta do
objeto original e a sua ampliação ou redução.
95
Se k > 1, ampliaremos a figura original, afastando-a desse centro;
Se k = 0, toda a figura se reduzirá a um ponto (centro de homotetia);
Se k = 1, a transformação preserva distâncias e temos uma simetria;
Se k < 0, alteraremos a orientação espacial da figura, sendo que o módulo de
k (|k|) determinará se ocorrerá uma ampliação ou redução.
96
que liguem os vértices da figura que se deseja transformar ao centro de homotetia.
O prolongamento desses segmentos permitirá desenhar figuras maiores, menores ou
invertidas bastando, para tanto, escolher um k adequado que determinará a
distância em relação ao centro de homotetia que se deseja para os vértices da figura
transformada e ligar esses vértices com segmentos de reta que serão paralelos aos
segmentos originais, caso a premissa da razão de homotetia seja respeitada.
97
Fonte: Adaptado de Hamze (2021).
A estimativa é que seja possível formar mais de cinco mil construções com as
sete peças do Tangram como figuras geométricas, pessoas, plantas, animais, dentre
muitas outras possibilidades. Além disso, de forma lúdica, há oportunidades variadas
para o ensino e a aprendizagem de Matemática e de Geometria Euclidiana Plana
que vão além das construções, como salienta Hamze (2021), ao dizer que:
98
Fonte: Adapatado de Leroy (2010).
99
Figura 43: Frações, ângulos e arte por meio do Tangram
Fonte: Lima et al. (2011); Giovanni, Giovanni Jr. e Castrucci (2015) e Hamze (2021)
Quadro 18: Prova da soma dos ângulos internos de um triângulo qualquer com Origami
2. Construir a altura em 3. Faça uma
1. Construa um triângulo qualquer
relação ao vértice A por dobradura
usando dobraduras. Recorte.
meio de uma dobra. coincidindo o
ponto A com o
ponto O.
100
Já na Figura 42 e no Quadro 18, duas possibilidades foram apresentadas: a
construção de um octaedro com toda a conceituação geométrica adjacente e a
prova de que a soma dos três ângulos internos de um triângulo é, de fato, 180º. São
exemplos simples de serem executados, mas com riquezas históricas e conceituais
muito grandes que, de alguma forma, podem promover o pensamento geométrico.
101
FIXANDO O CONTEÚDO
a) 0,84 km.
b) 8,4 km.
c) 84 km.
d) 840 km.
e) 8.400 km.
a) 1: 1.900.
b) 1: 190.000.000.
c) 1: 475.000.
102
d) 1: 4.750.000.
e) 1: 47.500.000.
a) As áreas.
b) Os perímetros.
c) Os lados.
d) Os ângulos.
e) As alturas relativas.
Quando dois polígonos são homotéticos, infere-se que eles são polígonos
semelhantes colocados de maneira tal que seus lados homólogos fiquem
paralelos. Polígonos ou figuras planas equivalentes apresentam uma mesma área,
independentemente de suas formas. Considerando essas informações e a figura
acima, é correto afirmar que:
103
d) Todas as figuras são inversas, homoteticamente.
e) As figuras A e B são homotetias diretas em relação à figura C.
a) l e II, apenas.
b) II e III, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.
e) II, apenas.
104
Se ABC é um triângulo qualquer, após a construção, são exemplos de triângulos
isósceles os triângulos:
a) CMA e CMB.
b) CAD e ADB.
c) NAM e NDM.
d) CND e DMB.
e) CND e NDM.
Com essas peças, podemos formar várias figuras, utilizando todas elas, sem
sobrepô-las. Estima-se que é possível montar mais de 1700 figuras. Dentre as figuras
abaixo, qual NÃO pode ser formada utilizando-se as peças do Tangram Clássico?
a)
b)
105
c)
d)
e)
Com essas 7 peças, sem sobrepô-las, pode se formar várias figuras como a de uma
casa, a de um gato, a de um cisne, além de figuras geométricas, como a do
quadrado representado acima. Considerando-se todos os ângulos internos
das tans, representam-se como α e β as medidas, em graus, do maior e do menor
desses ângulos. Nesse caso, α + β corresponde à medida de um ângulo:
106
e) Côncavo, ou seja, com medida entre 180º e 360º.
107
AS CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS UNIDADE
NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
INTRODUÇÃO
06
“O céu deve ser necessariamente esférico, pois a esfera, sendo
gerada pela rotação do círculo, é, de todos os corpos, o mais
perfeito”.
― Aristóteles
108
Apesar da presença da Geometria nos currículos, percebemos que a
partir da década de 1960, este conhecimento passa a não figurar mais
nas salas de aula, fato que foi intitulado [...] como “Abandono do
Ensino da Geometria”. Este abandono relaciona-se, por meio da parca
formação dos professores que ministravam matemática, com a
implementação da Matemática Moderna divulgada pelo grupo
Bourbaki e a democratização do acesso ao ensino (CALDATTO;
PAVANELLO, 2015, p. 125).
109
matemáticas fundamentais associadas a essa temática são,
principalmente, construção, representação e interdependência
(BRASIL, 2017, p. 271).
110
participação ativa dos alunos na construção do conhecimento”. De fato,
concordando também com Santos et al. (2011), as tecnologias digitais podem
estimular os estudantes a se envolverem em situações de autonomia,
experimentação e pesquisa com fins educacionais de diferentes maneiras, tendo em
vista uma motivação inata às novas gerações, especialmente a dos chamados
nativos digitais, oportunizando novas formas e abordagens no processo de ensino e
aprendizagem.
111
São muitos os exemplos de softwares, gratuitos ou pagos, que podem ser
usados em projetos para o ensino de Geometria Plana e de construções geométricas,
da Educação Básica ao Ensino Superior, inclusive, alguns auxiliam profissionais que
trabalham com desenhos técnicos. Santos et al. (2011), por exemplo, sugerem dois: o
Super Logo, que é um software bastante intuitivo de orientação espacial, lógica e de
abstração de medidas angulares por meio de comandos muito simples executados
pela tartaruga virtual chamada “TAT”, personagem principal do aplicativo; e o Cabrí-
Geomètre que é “um software que permite construir todas as figuras da geometria
elementar que podem ser traçadas com a ajuda de uma régua e de um compasso”
(SANTOS et al., p. 72). Essa segunda tecnologia permite a manipulação e
movimentação das construções, conservando-se propriedades ou deformando-se
para que verificações e validações sejam feitas em relação às definições
geométricas.
No Quadro 19, apresentamos outras possibilidades e algumas características
de softwares voltados ao desenvolvimento de projetos de Geometria Plana e de
construções geométricas. São sugestões para trabalhos nessa perspectiva. Segundo
Meredyk, Elias e Motta (2020, p. 1), autores que investigaram, analisaram e
propuseram os programas que serão referenciados no Quadro 19, apesar da
quantidade expressiva de softwares gratuitos para o ensino de Geometria que estão
disponíveis para uso irrestrito por meio da web. Assim, “faz-se necessário que o
professor escolha de forma consciente tais recursos de forma a criar um ambiente
educacional interativo, criativo e lúdico para o desenvolvimento da aprendizagem
dos alunos”.
112
É um jogo de quebra-cabeça Apresenta conceitos da
Pico
Tangra que geometria euclidiana e
Matemática
envolve figuras geométricas. fórmulas.
Jogo que permite que os alunos
Geometry Conceitos e exercícios sobre Tangran
explorem e montem figuras
Practice geometria euclidiana. Geometry
utilizando a criatividade.
Apresenta conceitos e Jogo com problemas que
Geo Plana e Geometry
validações de geometria e envolvem os conceitos da
Espacial quiz
construções. geometria euclidiana
Fonte: Adaptado de Meredyk, Elias e Motta (2020)
113
distâncias, usando, como suporte, mapas (em papel, tablets ou smartphones), croquis
e outras representações” (BRASIL, 2017, p. 272, grifos do autor), assumindo essa área
da Matemática como fundamental para o desenvolvimento e conhecimento do
espaço, das formas, do senso artístico, métricas e proporções usuais ou deformadas
visando uma expressão no mundo ou leitura dele por meio da Geometria. Essa visão
da Geometria Plana e das construções geométricas ligadas a ela reforça a
importância do seu trabalho, inclusive, para uma interdisciplinaridade entre áreas
escolares ou não, na tentativa de se estabelecer uma ligação e uma justificação da
Matemática com outras áreas do conhecimento e como expressão artística, técnica
e essencialmente como construção humana social e histórica, por meio da expressão
de sentimentos, significados ou mesmo na resolução de problemas
extramatemáticos.
Um bom exemplo da utilização da Geometria Plana em construções
arquitetônicas e projetos de engenharia é o uso dos triângulos. Segundo Giovanni,
Giovanni Júnior e Castrucci (2015), pedir aos alunos que construam um triângulo e um
quadrado com palitos de sorvete e percevejos nos vértices (Figura 44) e mostrar que
o triângulo não pode ser deformado, diferentemente do quadrado, ajuda-os a
entender o porquê de se escolher estruturas triangulares nas construções já que são
rígidas. Isso também pode ser demonstrado em aplicativos de geometria dinâmica,
simulando-se a deformação de triângulos e quadrados no plano.
114
Figura 44: Triângulo e quadrado com palitos vs. um guindaste que usa triângulos em sua
estrutura
Desenhos fora de escala.
115
áreas de engenharia, arquitetura e design, o desenho como linguagem e parâmetro
permite identificar condicionantes que interferem, substancialmente, nas estruturas e
formulações de espaços internos ou externos de uma construção ou de ambientes.
Esse autor aponta os conceitos e as representações da geometria gráfica, descritiva
ou projetiva e o desenho geométrico como âncoras de qualquer projeto
arquitetônico e de engenharia, seja em estruturas de sustentação, seja na
formulação dos ambientes e paisagens disponíveis. Assim, nos cursos de graduação
e pós-graduação em Arquitetura, Urbanismo, Engenharias e áreas de projetos, em
geral, disciplinas e atividades práticas que têm como base conceitos e aplicações
da Geometria são fortemente recomendadas (e, por muitas vezes, obrigatórias)
dadas as premissas de que qualquer projeto estrutural ou paisagístico confiável
precisa conter e revisar, sistematicamente, os seus pressupostos geométricos e
matemáticos.
116
FIXANDO O CONTEÚDO
117
curricular foi o que implementou a BNCC, em 2017. Sobre esses movimentos e
currículos promulgados, analise as seguintes afirmativas:
a) Apenas I.
b) I e III.
c) I e II.
d) Apenas III.
e) II e III.
118
A sequência correta de V e F está na seguinte opção:
a) F – F – F – V.
b) V – V – F – V.
c) F – V – V – V.
d) V – F – F – V.
e) F – V – F – V.
1) Autonomia e protagonismo;
2) Experimentação e pesquisa;
3) Manipulação de dados numéricos;
119
4) Tomada de decisões;
5) Revisão textual.
a) 6.
b) 7.
c) 9.
d) 10.
e) 15.
a) Apenas I.
b) I e III.
c) I e II.
d) Apenas III.
e) Todos.
120
8. Dos projetos estruturais às aplicações arquitetônicas e paisagísticas, a Geometria
Plana e as construções geométricas são úteis de diferentes maneiras. Assim,
elencamos algumas utilidades que podem ou não estar relacionadas aos projetos
e às aplicações arquitetônicas ou de engenharia. Analise-as:
a) Apenas I.
b) I e III.
c) I e II.
d) Apenas III.
e) II e III.
121
VETORES NO PLANO E NO ESPAÇO UNIDADE
INTRODUÇÃO
01
Estudaremos nessa unidade, conceitos básicos a respeito de vetores, bem
como a aplicação desses em vários ramos da ciência além de trabalharmos as
representações dos mesmos no plano e no espaço.
VETORES NO PLANO
Definimos como vetores no plano a segmentos orientados de reta que tem
origem e extremidade, como no exemplo mostrado a seguir.
Vetor é uma palavra que vem de um radical latino e que significa “carregar”. Portanto
um vetor é formado quando um determinado ponto é deslocado ou carregado a uma
certa distância e em uma certa direção. De uma maneira mais usual, o vetor “carrega”
três informações: Módulo (valor absoluto), direção e sentido.
122
Um vetor é um segmento de reta ORIENTADO, ou seja, uma semirreta.
Exemplo: Sendo dado um vetor v = (2 ; 4), dizemos que sua componente será o par
ordenado (2 ; 4). Veja na Figura abaixo a representação.
123
Figura 3: Vetor 𝐮
k ∙ v = ( k ∙ xv ; k ∙ yv ) (3)
Exemplo: Sendo dado o vetor v com componentes (2; -3), podemos então dizer que
4 ∙ v = (8; -12).
Adição de vetores
Considerando dois vetores u e v no plano cartesiano, podemos definir a
adição de u com v da seguinte forma:
Sendo os vetores u = ( xu ; yu ) e v = ( xv ; yv ), então a soma algébrica dos
vetores u + v é:
124
u + v = (xv + xu ; yv + yu ) (4)
Regra da adição
Regra do paralelogramo
125
Figura 5: Vetor soma de 𝐮 e 𝐯
Produto escalar
126
u ∙ v = xu ∙ xv + yu ∙ ∙ yv (5)
O produto escalar tem como objetivo obter a medida do ângulo entre dois
vetores (assunto que estudaremos ainda).
Exemplo: Sendo dados os vetores u e v, tais que seus componentes serão (2 ; -2) e (5;
7) respectivamente. Veremos então, que o produto interno u ∙ v será calculado da
seguinte forma:
u ∙ v = 2 ∙ 5 + (−2) ∙ 7 = 10 – 14 = −4
xv
v = (xv ; yv ) ou v = ቀy ቁ
v
VETORES NO ESPAÇO ℝ𝟑
127
Figura 6: Representação de um vetor qualquer no espaço ℝ𝟑
VETORES NO ℝ𝒏
v1
v = ( v1 ; v2 ; v3 ; … ; vn ) ou v = ( ⋮ )
vn
128
FIXANDO OCONTEÚDO
1. A grandeza força é considerada como vetorial, ou seja, para ficar bem definida,
necessitamos do seu módulo (valor absoluto), direção e sentido. Suponha que
queiramos representar a grandeza força no plano. O vetor u que representa uma
força aplicada em um determinado objeto está mostrado a seguir:
a) u = (2,5; -5)
b) u = (0; 2, 5)
c) u = (-2,5; 5)
d) u = (5; -2, 5)
e) u = (-5; 2,5)
129
As componentes do vetor soma u + v que é aquele no qual representamos a força
resultante nessas cordas seria:
a) (3; 8)
b) (-3; 6)
c) (2; 8)
d) (-2 ; -4)
e) (0; 7)
4. Considerando dois vetores u e v, do plano, vamos supor que eles representam duas
grandezas vetoriais. Para determinarmos a resultante da soma desses vetores, temos
a forma algébrica (somando as componentes) e a forma gráfica
(apresentando o vetor que seria a soma no plano). Se u e v, são dados inicialmente
130
por pares de pontos que caracterizam origem e extremidade de cada um. Como
teria que proceder um estudante que desejasse apresentar o vetor soma usando o
método do paralelogramo no plano de coordenadas cartesianas?
a) 8
b) 10
c) 12
d) 26
e) 5
131
−1 3
2ª afirmativa: Se u = ( 6 ) e v = ( 2 ) então o produto escalar ), u ∙ v será negativo
−2 −1
pelo fato de termos 4 componentes negativas e apenas duas positivas.
Assim, em relação ás afirmativas dadas, podemos garantir que:
a) Ambas estão corretas.
b) Ambas são falsas.
c) A 1ª afirmação é falsa e a 2ª é correta.
d) A 1ª afirmação é verdadeira e a 2ª é falsa.
e) A primeira afirmação está correta e a segunda está parcialmente correta.
a) 12
b) 14
c) 18
d) 10
e) 5
132
COMBINAÇÃO LINEAR UNIDADE
INTRODUÇÃO
02
8
Sendo dados os vetores u1 , u2 , u3 , ..., un , se existirem números reais r1 , r2 , r3 , ..., rn
tal que v também um vetor e v = r1 . u1 + r2 . u2 + r3 . u3 + ... + rn . un , dizemos que v é
combinação linear de u1 , u2 , u3 , ..., un .
Exemplo:
2 1 2 5
O vetor (−2 ) é uma combinação linear dos vetores ( 0 ), (−3) e (−4 ), pois
−1 −1 1 0
temos a seguinte igualdade verificada:
1 2 5 2
3 ( 0 ) + 2 (−3 ) + (−1). (−4 ) = (−2 )
−1 1 0 −1
133
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
A distância entre u e v será representada por d(u, v) e será calculada por meio
da equação (5):
d(u, v) = ‖u − v ‖ (6)
√2 0
Exemplo: Determine a distância entre os vetores u = ( 1 ) e v = ( 2 ).
−1 −2
√2
Primeiramente calcularemos u − v = ( −1 )
1
E logo a seguir, calculamos a distância, usando a equação (5). Assim temos:
2
d(u, v) = ‖u − v ‖ = √(√2) + (−1)2 + 12 = √4 = 2
134
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)
Assim então, teremos a equação (6), que nada mais é que a Lei dos cossenos
aplicada ao triângulo.
u∙v
cos(α) = (8)
‖u‖ ∙ ‖v‖
135
1
cos(α) =
3√3
E assim 𝛂 = 𝟕𝟖, 𝟗°
O ângulo entre dois vetores necessita exclusivamente do produto interno entre esses
vetores e está relacionado ao cosseno de tal ângulo.
PRODUTO VETORIAL
u × v (9)
xu xv
Definimos o produto vetorial entre u = (yu ) e v = (yv ) como sendo o vetor
zu zv
yu ∙ zv − zu ∙ yv
u × v tal que: u × v = ( zu ∙ xv − xu ∙ zv )
xu ∙ yv − yu ∙ xv
0 3
Exemplo: Sendo dados os vetores u = (1) e v = (−1), vamos determinar o vetor u ×
1 2
v.
Solução:
1 ∙ 2 − 1 ∙ (−1) 3
u × v= ( 1∙3−0∙2 )=( 3 )
0 ∙ (−1) − 1 ∙ 3 −3
136
137
FIXANDO O CONTEÚDO
a) α = 1 e β = 2
b) α = −2 e β = 2
c) α = −1 e β = −2
d) α − 2 e β = 3
e) α = 1 e β = 3
1
w = u + 3v
2
3 2
a) w = ቀ ; ቁ
5 3
1 5
b) w = ቀ5 ; 7ቁ
3 7
c) w = ቀ2 ; 2ቁ
13 2
d) w = ቀ 5 ; 3ቁ
13 3
e) w = ቀ 2 ; 2ቁ
138
Podemos então afirmar que a distância entre esses dois corpos após o
deslocamento será de:
a) √13 km
b) 2√13 km
c) 2√26 km
d) 15√3 km
e) √15 km
a) u − v = w
b) u + v = w
139
c) u + w = v
d) −u + v = w
e) w − v = u
5. Dois animais estão amarrados a cordas distintas e irão realizar um trabalho, onde
vão aparecer tensões em tais cordas. Estas tensões estão sendo representadas no
plano cartesiano abaixo:
a) 92,8º
b) 100,1º
c) 85,2º
d) 12,7º
e) 106,3º
6. Considere as afirmações a seguir que são a respeito do ângluo formado entre dois
vetores e logo a seguir julgue-as em verdadeiras ou falsas.
140
II. Dois vetores do ℝ2 são perpenciculares, o que acarreta de a norma de cada um
deles ser nula.
III. Ao calcularmos,segundo a fórmula apresentada, o valor do cosseno do ângulo
formado entre dois vetores do ℝ2 , se encontrarmos um valor negativo, resulta em
termos um ângulo também negativo
7. Sabemos que o produto vetorial é aqule em que tomados dois vetores do ℝ3 , iremos
obter um outro vetor também do ℝ3 . Importante afirmar que essa operção é
exclusiva do espaço ℝ3 . Sendo dessa operação dada, e lembrando que a
obtenção do vetor resultante é dado por:
yu ∙ zv − zu ∙ yv xu xv
z ∙
u × v= ( u v x − x u ∙ z v ) onde u = ( u ) e v = (yv ),
y
xu ∙ yv − yu ∙ xv zu zv
Determine o produto vetorial u × v quando u = ( −1; 2; 1 ) e v = y(u 2; −3; 0 )
a) (3; 2; −1)
b) (3; −2; −1)
c) (0; 2; 1)
d) (3; −1; 0)
e) (3; 0; −1)
141
afirmações, encontre, aproximadamente, então o ângulo formado emtre os
vetores do espaço que têm as seguintes componentes u = ( 2; 1; −2) e v=
( 0; 3; −1).
a) 36,8°
b) 58,2º
c) 24,9º
d) 69,2º
e) 108,3
142
SISTEMAS LINEARES UNIDADE
EQUAÇÕES LINEARES
03
Definimos uma equação linear (9) como sendo a seguinte igualdade:
2x + 5y − 8z + 10w = 0
−1x + 2y – 4z = −1
143
Toda equação linear possui uma infinidade de n-uplas ordenadas que serão possíveis
soluções da mesma.
SISTEMA LINEAR
144
Podemos apresentar um sistema apenas pelas suas matrizes ampliadas, em que cada
linha seria uma forma abreviada da equação correspondente do sistema.
Um sistema na forma escada é aquele que em que o número de variáveis nulas antes na
primeira variável não nula, aumenta progressivamente de uma equação para a outra.
Sistemas equivalentes: São aqueles que têm a mesma solução, porém com equações não
idênticas.
145
Podemos multiplicar qualquer equação de um sistema por um número real.
Podemos trocar qualquer equação de um sistema pela soma dela mesma com
outra.
Podemos então trocar também qualquer equação de um sistema pela soma
de uma equação múltipla dessa com outra.
2x + 2y + 3z = 2
Exemplo: Considerando o sistema linear { 3x − y − 6z = 4 , Vamos usar o méto do do
8x + 4y + 3z = 8
escalonamento para determinar a sua solução.
2 2 3 2
(3 −1 −6|4) Essa é a matriz estendida do sistema apresentado.
8 4 3 8
Teremos então:
3 1
1 1 2
(3 −1 −6|4)
8 4 3 8
Agora vamos substituir a segunda linha pela soma dela mesma com a primeira
linha multiplicada por -3 (com o objetivo de zerar o primeiro termo dessa segunda
linha).
Assim fazendo, teremos:
3
1 12 1
21|1
0 −4 −
2 8
(8 4 3 )
146
A seguir, substituiremos a terceira equação pela soma dela mesma com a
primeira multiplicada por -8 (com o objetivo de zerar o primeiro elemento dessa linha
).
3
1 1
2 1
21|1
0 −4 − 2
0
(0 −4 −9 )
Logo a seguir vamos substituir a terceira equação por ela mesma adicionada à
segunda multiplicada por -1. E assim então teremos:
3
1 1
2 1
21|
0 −4 − 1
2|
3 −1
(0 0 2 )
3 1
1 1 1
2
21|− 4
0 1 8 2
(0 − 3)
0 1
147
Um sistema linear pode ter as seguintes classificações conforme a solução do mesmo:
Sistema Possível e Determinado (SPD): O sistema possui uma única solução que
atende às equações do mesmo.
Sistema Possível e Indeterminado (SPI): O sistema possui infinitas soluções que
atendem às equações do mesmo.
Sistema Impossível (SI ): O sistema não possui nenhuma solução que atende às
equações.
x + 3y − 2z = 1
{
0x − y + 5z = −2
Isolando na 2ª equação a variável y, teremos:
y = 5z + 2
148
x = −13z − 5
S = { (−13z − 5; 5z + 2; z ), com z ∈ ℝ }
149
FIXANDO O CONTEÚDO
x + 2y + 3z = 0
{2x + y + 3z = 0
3x + 2y + z = 0
a) S= { ( 1; 2; 3 )}
b) S ={ ( -1; 0 ; 1 ) }
c) S = { ( 0; 0; 0 ) }
d) S= { ( 0; -2 ; 1 ) }
e) S= { (0;-2;-3 )}
2. Sabe-se que, na compra de uma caixa de lenços, dois bonés e três camisetas,
gasta-se um total de R$127,00. Se três caixas de lenços, quatro bonés e cinco
camisetas, dos mesmos tipos que os primeiros, custam juntos R$241,00, a quantia a
ser desembolsada na compra de um boné, uma camiseta e uma caixa de lenço é:
a) R$72,00.
b) R$65,00.
c) R$60,00.
d) R$57,00.
e) R$49,00.
a) 26.
150
b) 38.
c) 48.
d) 62.
e) 68.
4. (Cp2 2019) - Jorge, Marcos e Paulo são três irmãos que adoram colecionar figurinhas
e também adoram charadas. Como eles têm uma prima, Lavínia, que também
adora decifrar enigmas, propuseram a ela o seguinte problema:
151
a) Todas as afirmativas são verdadeiras.
b) Todas as afirmativas são falsas.
c) Somente a afirmativa I é verdadeira.
d) Somente a afirmativa I é falsa.
e) Somente a afirmativa III é verdadeira.
a) 2
b) 3
c) 4
d) 5
e) 6
7. (Espm 2019) Daqui a 3 anos, a idade de um pai será a soma das idades que terão
sua esposa e seu filho. Quando a esposa nasceu, a idade do pai era:
152
2x − 5y + 2z = 0
{ x+y+z = 0
2x + 0y + kz = 0
a) k = 1
b) k = 2
c) k = −2
d) k = −1
e) k = 3
153
ESPAÇO VETORIAL UNIDADE
DEFINIÇÃO
04
Um espaço vetorial é um conjunto V, não vazio, que está definido com duas
0
operações:
Exemplo 1: O conjunto formado por todas as matrizes de ordem 2x2 (V = M2x2 ) será
um espaço vetorial, pois ele é fechado para as operações de soma e produto por
escalar, veja:
α β δ π
Sendo u = [ ] ev= [ ] Então teremos:
γ θ μ σ
α+δ β+π
u+v= [ ]
γ+μ θ+σ
α β c∙α c∙β
c∙u=c∙[ ]= [ ]
γ θ c∙γ c∙θ
154
E assim verificamos o fechamento do conjunto para a soma e para o produto
por escalar.
u + v = v + u
(u + v) + w = u + (v + w)
IV – Elemento oposto
155
a V de modo de que u + ( − u ) = ( − u ) + u = 0.
𝐜 ∙(u + v) = 𝐜 ∙u + 𝐜 ∙v ou (u + v) ∙𝐜 = 𝐜 ∙u + 𝐜 ∙v
𝐜 ∙ ( 𝐝 ∙ v ) = (𝐜 ∙ 𝐝) ∙ v
SUBESPAÇOS VETORIAIS
156
resulta em um outro número real).
Considerando o vetor u = ( u1 ; 0; u3 ) pertencente a W e t um número real
qualquer, t ∙ u = ( t ∙ u1 ; 0; t ∙ u3 ) que também irá pertencer a W.
Portanto W é um subespaço de ℝ3 .
COMBINAÇÃO LINEAR
Sendo dados os vetores u1 , u2 , u3 , ..., un , se existirem números reais r1 , r2 , r3 , ..., rn tal que v
também um vetor e v = r1 . u1 + r2 . u2 + r3 . u3 + ... + rn . un , dizemos que v é combinação
linear de u1 , u2 , u3 , ..., un .
α1 ∙ u1 + α2 ∙ u2 + ⋯ + αn ∙ un = 0
157
For verificada para valores de α1 , α2 , … , αn iguais a zero, ou seja
α1 = α2 = … = αn = 0.
Caso a igualdade seja verificada para algum valor de α1 , α2 , … , αn diferente de
zero, o conjunto de vetores {u1 , u2 , u3 , ..., un } será classificado como linearmente
dependente (LD).
Um teorema é uma informação, propriedade ou dado que necessita ser provado, para
Demonstração do teorema:
Sejam o conjunto de vetores {u1 , u2 , u3 , ..., un } LD. Podemos então considerar
que existem α1 + α2 + ⋯ + αn tais que:
α1 ∙ u1 + α2 ∙ u2 + ⋯ + αn ∙ un = 0 = 0
158
α1 ∙ u1 + α2 ∙ u2 + ⋯ + αn ∙ un = v
α1 ∙ u1 + α2 ∙ u2 + ⋯ + αn ∙ un − 1 ∙ v = 0
E assim verificamos que tal igualdade ocorre quando um dos coeficientes dos
vetores é diferentes de zero, ou seja, existe um dos α1 , α2 , … , αn não é nulo.
E assim provamos então teorema.
159
temos que :
Definição importante:
Considere β uma base de um espaço vetorial V de tal maneira que β =
{v1 , v2 , v3 , … , vn } e v ∈ V um vetor tal que v = α1 ∙ v1 + α2 ∙ v2 + α3 ∙ v3 + ⋯ + αn ∙ vn .Vamos
chamar estes coeficientes numéricos α1 , α2 , α3 , … , αn de coordenadas de v em relação
à base β. Podemos denotar da seguinte maneira:
α1
α2
[v]β = [ ⋮ ]
αn
Exemplo: Sendo dado o espaço vetorial V = ℝ2 . Considere então a base β =
{(1; 0), (0; 1)} como uma base de V. O vetor (4;3) = 4(1,0) + 3(0,1) e assim então
4
poderíamos dizer que [(4; 3)]β = [ ].
3
BOULOS, P. Pré Cálculo. 2. ed. São Paulo: Perason, 2011. 118 p. Disponível em:
https://bit.ly/2Uj9MQh.
160
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Vamos nos lembrar que para efetivamente um conjunto ser considerado como
espaço vetorial, algumas operações devem ser observadas em seu fechamento
(um conjunto é fechado para uma operação quando dois elementos quaisquer
resultam em um outro elemento que também pertence obrigatoriamente a esse
conjunto). Considere então o conjunto W formado por todas as matrizes de ordem
3. Sobre tal conjunto, podemos afirmar corretamente que:
a) Não pode ser considerado um espaço vetorial, pois existem matrizes de ordem 3
que quando somadas resultam em uma matriz de ordem 2 que por sua vez não
pertencem a W.
b) Não pode ser considerado um espaço vetorial pois a propriedade do elemento
neutro não pode ser verificada, uma vez que se somarmos duas matrizes opostas
vamos obter um número real e não uma outra matriz de ordem três.
c) O conjunto W admite como um subespaço o conjunto formado por todas as
x 0 y
matrizes de ordem 3 do tipo [w 0 t ], com x, y, w, t, v e z sendo números reais.
v 0 z
d) O conjunto W não admite nenhum subespaço.
e) O conjunto W não pode ser considerado um espaço vetorial pois a propriedade do
elemento oposto não pode ser verificada.
a) O conjunto V não será um espaço vetorial, pois não será “fechado” para a
operação usual de adição.
b) O elemento neutro da operação de adição será a matriz identidade de ordem 2,
1 0
ou seja: [ ].
0 1
1 0 0 1
c) O conjunto V é gerado por {[ ]; [ ]}, ou seja esse subconjunto apresentado
0 1 1 0
é uma base de V.
1 0 0 1 0 0 0 0
d) O conjunto {[ ]; [ ];[ ];[ ]} é uma base de V.
0 0 0 0 1 0 0 1
161
e) O conjunto V não é um espaço vetorial, pois não obedece à propriedade do
elemento oposto, ou seja, não existe uma matriz que somada a um original, resulta
em uma matriz nula.
Afirmação 1:
O vetor (2; -3; 2; 2) pertencente ao ℝ4 é tambem pertencente ao subespaço
gerado por v1 = (1; −1; 0; 0 ), v2 = ( 0; 0; 1; 1 ), v3 = ( −2; 2, 1, 1 ) e v4 = ( 1; 0; 0; 0 ).
Afirmação 2:
O subespaço gerado por v1 , v2 , v3 e v4 , ou seja [v1 , v2 , v3 , v4 ] = ℝ4 .
162
a) K = 0
b) K =-1
c) K = -3
d) K = 3
e) K = 2
Conjunto I
Conjunto II
163
e) Não podemos classificar em LI e LD dois vetores do plano ℝ2 .
1 7
3 4
1 5
a) −3 d) 4
1 2
[ 3 ] [ 3 ]
1 1
6 3
7 1
b) −3 e) 3
2 1
[− 3 ] [ 3 ]
2
5
1
c) 3
4
[ 3 ]
164
Em relação às afirmativas acima, podemos dizer que:
165
TRANSFORMAÇÕES LINEARES UNIDADE
DEFINIÇÃO
Verificação:
Considere dois vetores de ℝ2 , u = ( x1 ; y1 ) e v = ( x2 ; y2 ), vamos verificar
que T(u + v) = T(u) + T(v) ⟹ observemos que u + v = ( x1 + x2 ; y1 + y2 )
Logo,
166
PROPRIEDADES DAS TRANSFORMAÇÕES LINEARES
T(0) = 0
T(−v) = −T( v), para qualquer v ∈ V.
T( u − v) = T (u) − T(v)
Resolução:
Os vetores (1; 1) e (2; 3) são base para ℝ2 , logo, todos os outros vetores do ℝ2
podem ser escritos como uma combinação linear deles.
−8 ∙ (1; 1) + 3 ∙ ( 2; 3 ) = (−2 ; 1)
T(−8. ( 1; 1 )) + T( 3 ∙ ( 2; 3 )) = −8 ∙ T(1; 1 ) + 3 ∙ T( 2; 3 )
−8 ∙ ( 2 − 3x + x 2 ) + 3 ∙ ( 1 − x 2 )
Importante:
Em algumas situações temos alguns “valores” das aplicações de vetores
específicos em uma transformação linear, mas não temos a “equação”, a lei de
167
formação dessa transformação linear. Para realizar o encontro dessa lei teremos que
realizar alguns procedimentos e algumas operações com os vetores e valores
apresentados.
Primeiramente temos que verificar se os vetores os quais calculamos os valores
da transformação para eles são linearmente independentes (LI). Assim sendo, todos os
outros vetores desse conjunto podem ser escritos como combinação linear daqueles
dados.
Assim então podemos através dessa informação deduzir que se temos um vetor
genérico do ℝn , chamado de v, a lei da transformação linear T: ℝn → ℝn
T(v), conhecidas algumas imagens de alguns vetores v1 , v2 , … , vn conhecidos será:
Exemplo de aplicação:
168
T(x; y) = ( −2x + y; = x + y; −x )
AUTOVALORES E AUTOVETORES
FERNANDES, D. B. Álgebra Linear. São Paulo: Person, 2014. 146 p. Disponível em:
https://bit.ly/2GPIQVd. Acesso em: 15 abr. 2020.
169
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Lembrando-se que uma transformação linear é uma aplicação que leva elementos
de um espaço vetorial a outro espaço vetorial, considere a seguinte transformação
linear:
T: ℝ3 → : ℝ2 tal que T(x; y; z ) = ( 2x + y; y − z )
a) T( x + y; 4x; 2x)
b) T( x + y; x − y; 2x)
c) T( x + y; 4x; −x )
d) T( x − y; −2x; 2x)
e) T( 2x + y; −x; x)
170
O deslocamento de um vetor do ℝ2 segundo um ângulo α pode ser observado
graficamente da seguinte forma:
A transformação linear que realiza essa rotação é dada por T: ℝ2 → ℝ2 tal que a
sua lei de formação será: T(x; y ) = (x ∙ cosα − y ∙ senα; y ∙ cosα+ x ∙ senα). Baseando-se
nessa informação, ao rotacionarmos o vetor ( 1; 3) por um ângulo de 90º,
encontrriamos quais componentes do vetor rotacionado?
a) (1; -3)
b) (2 ; 0)
c) (-3 ; 1)
d) (0 ; 3)
e) (-1; -3)
171
Em relação as afirmativas apresentadas acima, podemos dizer que:
172
T(0; 1) = (3; 0; 4 )
Determine então o vetor resultante de T( 2; 5)
a) (1; 0; 0)
b) (15; 0; 12)
c) (17; 0; -2)
d) (9; -3; 7)
e) (17; 4; 18)
a) T( x; y ) = ( x; y ) c) T( x; y ) = ( -x; -y ) e) T(x; y ) = ( y; x )
b) T( x; y) = ( -x; y ) d) T( x; y ) = ( x; -y )
173
8. Considere a seguinte transformação linear:
x+3y x+7y x−y
T: ℝ2 → P2 tal que que T(x; y) = ቀ4
ቁ − ቀ 4 ቁx +ቀ 2
ቁ x2 Onde P2 representa o
a) P(x) = 3 - 5x + 6x2
b) P(x) = 5 - 14x + 8x2
c) P(x) = -2 + 4x + 9x2
d) P(x) = 7 - 15x - 7x2
e) P(x) = 1 + 13x + 18x2
174
GEOMETRIA ANALÍTICA
Estamos definindo a ideia de ponto no plano cartesiano ℝ𝟐 eassim é que iremos trabalhar
durante todo o capítulo, motivo pelo qual o ponto é apresentado por um par ordendo.
No espaço, o ponto será representado algebricamente por um terno, ou terna ordenada.
175
O ponto, representado por um par ordenado, tem suas características que devem ser
observadas:
176
a distância entre A e B.
Pontos equidistantes são aqueles que estão a uma mesma distância. O prefixo e que nos
diz respeito à igualdade.
Exemplo: Sendo dados os pontos A (x; 3), B (−1; 4) e C (5; 2), obtenha o valor de x de
modo que o ponto A seja equidistante de B e C.
Resolução:
dAB = dAC
√x 2 − 2x + 1 + (−1)2 = √x 2 − 10x + 25 + 1
√x 2 − 2x + 2 = √x 2 − 10x + 26
177
Elevando os dois membros ao quadrado, teremos:
x 2 − 2x + 2 = x 2 − 10x + 26
8x = 24 ⇒ x = 3
Mediana de um triângulo: É uma das cevianas que parte de um vértice até o ponto médio
do lado oposto a esse vértice.
178
Ceviana: É um segmento que “liga” um vértice de um triângulo a um lado oposto a esse
vértice.
Resolução:
Primeiramente, iremos encontrar o ponto médio, M, do lado BC
̅̅̅̅, que é o lado m
oposto a o vértice A.
−3+3 2+4
xM = 2
=0 e yM = 2
=3
M (0;3)
179
(xB − xA ) ∙ ( yC − yB ) = ( xC − xB ) ∙ ( yB − yA )
(xB − xA ) ∙ ( yC − yB ) − ( xC − xB ) ∙ ( yB − yA ) = 0
xA ∙ (yB − yC ) − yA ∙ ( xB − xC ) + ( xB ∙ yC − xC ∙ yB ) = 0
xA yA 1
|xB yB 1| = 0
xC yC 1
𝑥 −2 1
| 2 5 1| = 0
−3 1 1
(5x + 6 + 2) – (−15 + x − 4) = 0
4x + 27 = 0
𝟐𝟕
x = −
𝟒
NOÇÕES DA RETA NO PLANO
180
obter a equação geral de uma reta, usando também a condição de alinhamento.
Se uma reta é formada por infinitos pontos, tomemos um desses pontos como
sendo um genérico o qual chamaremos de P( x ; y ). Todos os pontos três a três estarão
alinhados, portanto se conhecermos dois específicos, poderemos construir uma
expressão geral para a reta.
Portanto, conhecendo os pontos A = ( xA ; yA ) e B = ( xB ; yB ) pertencentes a
uma reta r, vamos considerar um ponto genérico P = ( x; y ) e assim constrir a equação
geral de r, usando o fato de que os três pontos estão alinhados, logo:
xA yA 1
|xB yB 1| = 0
x y 1
(yA − yB ) ∙ x + (xB − xA ) ∙ y + xA ∙ yB − xB ∙ yA = 0
ax + by + c = 0
Exemplo importante: Vamos obter a equação geral de uma reta r a qual passa pelos
pontos A ( −1 ; 2 ) e B ( 3; −1 ).
Resolução:
Organizando o determinante teremos:
−1 2 1
| 3 −1 1| = 0
𝑥 𝑦 1
(1 + 2x + 3y) – (−x − y + 6 ) = 0
2x + 3y + 1 + x + y − 6 = 0
3x + 4y − 5 = 0 ⇒ EQUAÇÃO GERAL DA RETA QUE PASSA PELOS PONTOS A E B.
181
Temos alguns casos especiais de algumas retas no plano:
182
Observando a representação gráfica da reta x = 3, verificamos que não existe
intersecção com o eixo y e assim paralela ao mesmo. Para 𝑥 = 3, y pode assumir
qualquer valor real.
183
DISTÂNCIA ENTRE PONTO E RETA
𝐚 ∙ 𝐱 𝐏 + 𝐛 ∙ 𝐲𝐏 + 𝐜
𝐝𝐏𝐫 = | | (11)
√𝐚𝟐 + 𝐛 𝟐
𝟑 ∙ (−𝟏) + 𝟒 ∙ 𝟑 + (−𝟏) −𝟑 + 𝟏𝟐 − 𝟏 𝟖 𝟖
𝐝𝐀𝐫 = | |= | |= | |=
√𝟑𝟐 + 𝟒𝟐 𝟓 𝟓 𝟓
𝟖
Portanto, a menor distância será 𝟓 unidades de comprimento.
184
ESTUDO DA CIRCUNFERÊNCIA
𝐝𝐏𝐎 = 𝐫
𝒅𝑷𝑶 = √(𝒙 − 𝒙𝒐 )𝟐 + (𝒚 − 𝒚𝒐 )𝟐 = 𝒓
(x − xo )2 + (y − yo )2 = r 2 (12)
Centro no ponto
O(xO ; yO ) e raio
medindo r unidades
de comprimento.
Centro no ponto
Podemos escrever essa equação na forma geral, o que seria obtido, após o
desenvolvimento dos produtos notáveis que estão aparecendo na forma reduzida.
x 2 − 2xO x + xO 2 + y 2 − 2yO y + yO 2 = r 2
185
Organizando a igualdade e chamando 2x0 de A , −2y0 de B e x02 + y02 = − r 2 de
C , teremos a equação geral da circunferência descrita assim:
x 2 + Ax + y 2 + By + C = 0
Organizando melhor:
x 2 + y 2 + Ax + By + C = 0
a) As coordenadas do centro O;
b) A medida do raio r.
Resolução:
a) −2x0 = −6
x0 = 3
−2y0 = 10
y0 = −5
186
por se tratar de uma medida de raio e que não pode ser considerada como negativa
(medida de comprimento).
A1 F1 + A1 F2 = A2 F2 + A2 F1
A1 A2 = A1 F1 + F1 F2 + A2 F2
Como A1 F1 = A2 F2 , teremos:
A1 A2 = A1 F2 + A1 F1
187
Que obedece à definição da elipse e portanto igual a 2a.
dPF1 + dP2 = 2a
x2 y2
+ =1
a2 b 2
9x 2 25y 2
+ =1
225 225
Simplificando:
x2 y2
+ =1
25 9
E então, graficamente:
188
ESTUDO DAS CÔNICAS – HIPÉRBOLE
plano
Hipérbole = {P ∈ − dPF2 = 2a }
dPF1
B1 B2 eixo imaginário.
̅̅̅̅̅̅
189
|𝐝𝐏𝐅𝟏 − 𝐝𝐏𝐅𝟐 | = 2a (13)
x2 y2
− =1
a2 b 2
Onde o termo positivo está associado ao eixo real e o termo negativo ao eixo
imaginário
Exemplo: Vamos verificar então a representação no plano cartesiano de uma
𝑥2 𝑦2
hipérbole com centro na origem e eixo real sobre o eixo x 9 − 16
=1
190
Observaremos que uma elipse e uma hipérbole podem ser apresentadas com centro
“fora” da origem. As equações reduzidas serão diferentes daquelas com o centro na
origem.
Exemplo 1: A elipse apresentada a seguir, tem centro no ponto O (2; −1 ), eixo maior
vertical com tamanho igual a 10 unidades de comprimento e eixo menor horizontal
com 8 unidades de comprimento.
(𝑥 − 2)2 (𝑦 + 1)2
+ =1
16 25
x 2 − 4x + 4 y 2 + 2y + 1
+ =1
16 25
Graficamente:
191
Exemplo 2: Apresentaremos a seguir uma hipérbole com centro “fora” da origem e
logo em seguida iremos obter a sua equação na forma reduzida e também na forma
geral, além de apresentá-la graficamente no plano cartesiano.
(𝑦 − 2)2 (𝑥 + 1)2
− =1
9 4
Equação reduzida da hipérbole com centro no ponto (−1; 2) e eixo real y e eixo
imaginário x. Desenvolvendo os quadrados e realizando algumas operações
esimplificações, vamos então obter a equação geral.
𝑦 2 − 4𝑦 + 4 𝑥 2 + 2𝑥 + 1
− =1
9 4
4𝑦 2 − 16𝑦 + 16 − 9𝑥 2 − 18𝑥 + 9
=1
36
4𝑦 2 − 16𝑦 + 16 − 9𝑥 2 − 18𝑥 + 9 = 36
4𝑦 2 − 9𝑥 2 − 18𝑥 − 16𝑦 + 25 = 36
4𝑦 2 − 9𝑥 2 − 18𝑥 − 16𝑦 − 11 = 0
192
.1 ESTUDO DAS CÔNICAS – PARÁBOLA
F é o foco da parábola;
d é a reta diretriz da parábola;
p é o parâmetro;
V é o vértice da parábola;
A reta que passa pelos pontos;
F e V é o eixo de simetria.
𝐩
Relação notável em uma parábola: 𝐎 𝐬𝐞𝐠𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 ̅̅̅̅
𝐕𝐅 = 𝟐
193
Inicialmente apresentaremos uma parábola com eixo de simetria localizado
sobre um dos eixos coordenados, vértice na origem e diretriz paralela a outro eixo,
posteriormente poderemos observar e apresentar parábolas com eixos de simetria
“fora” dos eixos, vértice “fora” da origem, porém com diretriz ainda paralela a um dos
eixos.
Equação reduzida de uma parábola com eixo de simetria localizado
exatamente sobre o eixo das abscissas.
p p
Considere um ponto F ቀ2 ; 0 ቁ e uma reta d com equação geral x + 2 = 0.
y 2 = 2px
194
Uma parábola pode ter eixo de simetria vertical, horizontal ou eixo oblíquo (não sendo
assim nem horizontal e nem vertical). Para trabalhar com uma parábola com eixo oblíquo,
necessitaríamos de uma mudança de eixos, a qual não trabalharemos nesse material.
(y − yv ) = 2p ∙ (x − xv )2 (14)
195
p
Vamos observar que p = 4 e consequentemente 2 = 2. Portanto as coordenadas
(x − 7)2 = 8 ∙ (y − 5 )
x 2 − 14x + 49 = 8y − 40
x 2 − 14x + 49 + 40 = 8y
1 2 7 49
x − x+ +5=y
8 4 8
x 2 7x 49
y= − + +5
8 4 8
Nem toda a parábola pode ser a representação gráfica de uma função. Somente aquelas
em que a diretriz é paralela ao eixo das abscissas é que podem ser a representação de
uma função quadrática.
Ax + By + Cz + D = 0 (15)
196
Exemplo: A equação 2x – 3y + z – 3 = 0 é a equação de um plano no ℝ3 .
Elipsóde
197
Um elipsóde com centro na origem pode apresentar a seguinte estrutura
algébrica (15):
x2 y2 z2
+ + =1 (16)
a2 b 2 c 2
x2 y2 z2
+ − =1 (17)
a2 b 2 c 2
198
A equação reduzida (representação algébrica) de um hiperbolóide de duas
folhas é a seguinte (17):
x2 y2 z2
− + − =1 (18)
a2 b 2 c 2
199
FIXANDO O CONTEÚDO
2x 2 + 4x + 3y − 4 = 0
a) (0; 3)
b) (0; 0)
c) (-1; 2)
d) (3; 0 )
e) (2 ; -1)
200
II. A equação geral da circunfência é dada por x 2 + y 2 + 2x + y – 3 = 0.
III. A distância do centro da circunferência apresentada até a origem do sistema
de coordenadas cartesianas é igual a √𝟓.
IV. Ao traçarmos uma reta que passa pelo centro da circunferência e pelo ponto
A (-1; 3), a sua equação geral será dada por 2x + 3y − 7 = 0.
a c
ax + by + c = 0 ⟹ by = −ax − c ⇒ y = − x−
b b
Assim então, podemos verificar que o coeficiente de x e nessa forma reduzida será
denominado de coeficiente angular e estará relacionado com a inclinação da reta
que ele representa ( o coeficiente angular também será cahamado de declividade
).
Observando as retas r e s apresentadas no plano cartesiano a seguir, determine
então os valores dos coeficientes angulares de cada uma delas ( mr e ms ).
201
a) mr = 2 e ms = −3
1 4
b) mr = − 2 e ms = 3
2
c) mr = 3 e ms = 3
1
d) mr = − e ms = −3
2
4
e) mr = 2 e ms = 5
( 𝑥 − 1 )2 ( 𝑦 − 1)2
+ =1
4 16
E gráfico apresentado a seguir:
202
As afirmações abaixo seão relativa à cônica, julgue-as em verdadeiras ou falsas e
logo após assinale a alternativa correta:
203
Considerando o exemplo do automóvel, em um projeto o alinhamento lateral do
carro é feito comparando a posição das rodas (dianteira e traseira de um mesmo
lado) com um ponto lateral do chassi. O carro está alinhado se os pontos que
representam cada uma dessas partes forem colineares. Sabe-se que nesse projeto
a roída dianteira é representada pelo ponto A (-1 , 2), o ponto que representa o
chassi é B(0, 3) e a roda traseira C (1 , k ). Dessa forma, para que o carro esteja
alinhado o valor de k deve ser igual a:
a) 1
b) 3
c) 4
d) 5
e) 9
6. Uma hipérbole como a apresentada na figura abaixo, tem como equação geral a
seguinte expressão algébrica:
a) 9𝑥 2 − 25𝑦 2 − 225 = 0
b) 25𝑥 2 + 9𝑦 2 − 225 = 0
c) 9𝑥 2 + 25𝑦 2 − 225 = 0
d) 𝑥 2 − 25𝑦 2 − 25 = 0
e) 9𝑥 2 − 25𝑦 2 + 225 = 0
204
7. A condição de alinhamento a respeito de três pontos, nos informa que se o
determinante que envolve as coordendas dos pontos for igual a zero, podemos
garantir que os pontos apresentados são colineares. Podemos então concluir que
se os pontos não estiverem alinhados, obrigatoriamente eles serão vértices de um
triângulo qualquer do plano cartesiano.
Analisando os pontos A(3k+2; -1), B(2; 3) e C (-1; 4), encontre a condição para que
eles sejam vétices de um triângulo ABC.
a) k = -1
b) k ≠ 0
c) k ≠ 3
d) k ≠ 4
e) k ≠ 2
205
APÊNDICES
APÊNDICE A – ESTUDO DAS MATRIZES E DETERMINANTES
Como dito, podemos nomear uma matriz com uma letra maiúscula do alfabeto.
Vamos apresentar agora as maneiras as quais podemos representar uma matriz com
sua respectiva ordem.
Toda matriz M, com m linhas e n colunas pode ser apresentada como Mm x n.
São representados esses m x n elementos através de um par de parênteses ou
um par de colchetes. Considere a seguinte tabela que apresenta a altura (em cm ) e
206
a massa (em quilogramas) de três indivíduos :
207
elemento, ou seja, de i e de j.
Exemplo: Considere uma matriz A3x3 tal que cada elemento aij dessa matriz será
i2 + j, se i = j
dado pela seguinte lei de formação: aij = {
2i + 3j, se i ≠ j
Vamos então construir essa matriz.
Primeiramente iremos apresentar a forma”genérica” da matriz A.
a11 a12 a13
(a21 a22 a23 )
a31 a32 a33
Agora, vamos encontrar o valor de cada um dos 9 elementos da matriz, usando
a lei de formação:
Assista os videos disponíveis nos links a seguir para melhorar sua compreensão acerca da
construção de uma matriz.
208
APÊNDICE D – MATRIZES ESPECIAIS
Matriz nula: é a matriz de ordem m x n que tem dos os elementos nulos (iguais a
zero ).
Exemplo: Vamos tomar como exemplo uma matriz C3x2 que vamos considerá-la
como uma matriz nula.
209
0 0
C = [ 0 0]
0 0
Matriz coluna: é a matriz que possui apenas uma coluna e m linhas (m > 1 ).
Exemplo: Veja a matriz A4x1
2
3
A= [ ]
0
−8
Matriz linha: é a matriz que possui apenas uma linha e n colunas ( n > 1 ).
Exemplo: Considere a matriz D1x3
D = [3 −1 6]
0 9 12 2
−2 4 10
2 −2
A= [ ] B= [ 0 9 −7] C = [1 5 3 3]
0 −3 2 6 18 5
1 7 5 9 7 −3 8
210
As matrizes quadradas serão de fundamental importância para estudo de algumas
situações específicas: obtenção de determinantes (os quais apresentaremos
posteriormente), uso de matrizes associadas a sistemas para obter uma solução do mesmo,
dentre outras informações.
5 0 0
2 0
A= [ ] B = [ 0 1 0]
0 6
0 0 7
Matriz identidade: uma matriz é denominada de matriz identidade quando ela for
uma matriz diagonal em que todos os elementos da diagonal principal forem
iguais a 1.
Exemplo de uma matriz identidade de ordem 3.
1 0 0
𝐴 = (0 1 0)
0 0 1
211
Exemplo: vamos tomar a matriz A3x3 em que os elementos equidistantes da
diagonal principal serão iguais.
2 3 9
𝐀 = (3 −1 5)
9 5 4
212
Soma e subtração de matrizes
Para somarmos duas ou mais matrizes, temos que obedecer a algumas regras
básicas dessa operação:
só podemos somar (ou subtrair) matrizes que tenham a mesma ordem.
verificada a condição anterior, a soma é feita adicionando algebricamente
os termos correspondentes.
Termos correspondentes em uma matriz, são aqueles que estão em mesmas posições, ou
seja, linha e coluna. Exemplo: Nas matrizes abaixo, podemos verificar que os elementos
que se encontram na 2ª linha e na 3ª coluna são correspondentes e iguais.
1 10 0 3 0 4
𝐴= [ ] e [ ]
9 −8 𝟓 10 3 𝟓
Exemplo: sendo dadas as matrizes abaixo, vamos determinar o que se pede em cada
um dos itens que se seguem.
a) A + B
b) A – B
c) B – A
1 −2 −3 7
A = (3 10 ) e B = ( 2 −4)
0 4 9 2
−2 5
a) A + B = ( 5 6)
9 6
4 −9
b) A – B = ( 1 14 )
−9 2
213
−4 9
c) B – A = (−1 −14)
9 −2
214
Sendo dada uma matriz A de ordem m x n, definimos como transposta de A a
matriz At de tal forma que cada elemento dessa matriz é igual a aji da matriz A.
Na prática, para obter a transposta de uma matriz dada, basta “trocar” linha
por coluna.
Exemplo:
1 1
1 3 0
Considerando a matriz 𝐴 = [ ], podemos então dizer que 𝐴𝑡 = [3 6]
1 6 9
0 9
O que “era” primeira linha passou a “ser” primeira coluna, o que “era” segunda
linha passou a “ser” segunda coluna e assim por diante.
Multiplicação de matrizes
𝐴𝑚 × 𝑝 ∙ 𝐵𝑝 × 𝑛 = 𝐶𝑚×𝑛
215
isso então concluiremos C será uma matriz quadrada de ordem 2, ou seja C, será uma
c11 c12
matriz do tipo: C = ቀc ቁ e assim o que nos falta são os valores dos elementos de
21 c22
C.
O elemento c11, por exemplo, será resultante do produto da soma dos
elementos da primeira linha com a primeira coluna (primeiro da horizontal multiplicado
com primeiro da vertical, segundo da horizontal multiplicado com segundo da vertical
e assim por diante). Assim então, só para termos uma ideia do cálculo a ser feito:
c11 = 1 ∙ (−1) + 2 ∙ 0 + 3 ∙ 1 = −1 + 0 + 3 = 2
c12 = 1 ∙ 3 + 2 ∙ 2 + 3 ∙ 1 = 3 + 4 + 3 = 10
c21 = 1 ∙ (−1) + 2 ∙ 0 + 0 ∙ 1 = −1 + 0 + 0 = −1
c22 = 1 ∙ 3 + 2 ∙ 2 + 0 ∙ 1 = −1 + 0 + 0 = 1
2 10
E finalmente, a matriz resultante: C = ቀ ቁ
−1 1
O importante a respeito do produto de matrizes é ressaltar que ele não é
comutativo, ou seja, dadas duas matrizes A e B, não podemos garantir que A.B = B.A.
Determinantes
216
A, nomearemos o determinante dessa matriz de A. A representação desse
determinante é feita de maneira que vamos escrever os elementos da matriz entre
duas barras.
0 1 3
Exemplo: considerando a matriz A = (1 2 0), podemos apresentar o seu
4 5 6
determinante assim:
0 1 3
det A = |1 2 0|
4 5 6
a11 a12
De uma maneira geral, se tivermos uma matriz de ordem 2 A = ቀa a22 ቁ, o seu
21
3k − 1 1
| |=2
4 3
Determine o valor de k para que a igualdade seja verdadeira.
Resolução:
3 ∙ (3k − 1) − 4 ∙ 1 = 2
9k − 3 − 4 − 2 = 0 ⇒ 9k − 9 = 0 ⇒ k = 1
217
Para calcularmos um determinante de ordem 3, usaremos a regra de Sarrus,
que consiste em transpor as duas primeiras colunas da matriz e realizar uma soma de
produtos dos elementos da diagonal principal e as suas paralelas subtraindo de uma
soma de produtos dos elementos da diagonal secundária e suas paralelas.
2 1 3
Exemplo: Considere a matriz A = (2 1 0). Vamos usar a regra de Sarrus e encontrar
3 2 1
o valor do determinate de A ( det A ).
Resolução:
2 1 3 2 1
|2 1 0| 2 1 = 2 + 0 + 12 − 9 − 0 − 2 = 3
3 2 1 3 2
Portanto det A = 3
−1 2𝑥 − 3 3
|1 3 2| = 2
5 1 1
−1 2x − 3 3 −1 2x − 3
|1 3 2| 1 3 =2 ⇒ ( 20x − 30 ) − ( 40 + 2x ) = 2
5 1 1 5 1
20x − 2x − 30 − 40 = 2 ⇒ 18x = 72 ⇒x=4
Importante dizer que o determinante de ordem três tem fundamental
importância na resolução de problemas relacionados a sistemas lineares, a resolução
de problemas na geometria analítica e também na geometria plana.
218
A área de um triângulo pode ser calculada, usando o estudo de determinantes
de ordem 3. Precisamos construir um determinante usando as coordenadas dos pontos
que serão vértices da figura.
Fórmula para o cálculo da área de um triângulo, conhecendo os seus vértices:
1 xA yA 1
A = . ||xB yB 1||
2 x yC 1
C
−1 1 1 −1 1
| 0 3 1| 0 3 = ( −3 + 3 + 0) − ( 9 + 0 + 0) = −9
3 0 1 3 0
1
𝐴= 2
∙ 9 = 4,5 Unidades de área.
219
coordenadas dos vértices do triângulo
Conceitos iniciais
2 0 1 0
𝐴 = [2 2 2 2]
1 1 0 8
4 7 0 1
Vamos encontrar então
A12 = (−1)1+2 ∙ D12
2 2 2 2 2 2 2 2
D12 = |1 0 8| = |1 0 8| 1 0 = ( 0 + 64 + 0 ) − ( 0 + 0 + 2) = 62
4 0 1 4 0 1 4 0
220
efetuando a soma dos produtos dos elementos de uma fila pelos seus respectivos
cofatores. ”
Quando trabalhamos com uma matriz, ao considerarmos uma fila, podemos
estar interessados tanto em linha quanto coluna.
Exemplo: vamos calcular o determinante da matriz de ordem 4 a seguir:
1 0 2 5
A = [0 0 2 2]
3 1 0 0
1 3 1 7
Resolução:
Podemos escolher qualquer fila para ser a referência no cálculo do
determinante da matriz dada. Vamos tomar sempre a fila que possui mais zeros.
Assim então, tomaremos como referência a segunda coluna.
Vamos precisar calcular apenas os cofatores dos elementos que não são nulos.
A32 = (−1)5 ∙ D32 e A42 = (−1)6 ∙ D42
1 2 5 1 2
D32 = |0 2 2| 0 2 = ( 14 + 4 + 0) − ( 10 + 2 + 0) = 18 − 12 = 6
1 1 7 1 1
1 2 5 1 2
D42 = |0 2 2| 0 2 = ( 0 + 12 + 0) − ( 30 + 0 + 0) = 12 − 30 = −18
3 0 0 3 0
E os cofatores:
A32 = (−1)5 ∙ 6 = −6
A42 = (−1)6 ∙ (−18) = −18
221
Importante: Todas as matrizes de ordem maior que 1 podem ter os seus determinantes
encontrados pelo teorema de Lapalace, porém é mais conveniente usá-lo apenas
para cálculo de determinantes de ordem maior que 3 e não sendo ele a única forma
de efetuar tal cálculo.
222
1. Uma situação muito comum no meio empresarial é a informação a respeito dados
por tabelas. São necessários alguns raciocínios para a aplicação do estudo de
matrizes na prática científica e empresarial. Considere uma tabela que representa
o total de vendas de certos produtos ao longo de trimestres. Se tivermos que
apresentar um resultado dessas vendas após um semestre, vamos ter que efetuar
a soma de duas matrizes. São apresentadas abaixo as duas matrizes que envolvem
a venda ao longo de dois trimestres de um certo ano:
Tabela I
Produtos Janeiro Fevereiro Março
Produto A 1260 1230 1290
Produtos B 1060 2300 1500
Tabela II
Produtos Abril Maio Junho
Produto A 1200 2400 3000
Produtos B 1000 2810 ------
a) 2500
b) 2460
c) 1200
d) 2460
e) 2200
223
prescrição médica. Os teores de magnésio e sódio, presentes em 100 m l de iogurte
feito com leite integral ou com leite desnatado, estão representados pelas
variáveis x, y, z, t na matriz. Determine a quantidade de magnésio encontrada em
100 ml de leite desnatado e a quantidade de sódio em 100 ml de leite integral.
a) 13 mg e 50 mg
b) 14 mg e 35 mg
c) 10 mg e 50 mg
d) 13 mg e 45 mg
e) 12 mg e 25 mg
3. Um engenheiro localiza três pontos que representam três cidades de uma região
onde se tem uma certa epidemia de um vírus. A equipe de saúde da região
precisa mapear os locais e para isso se faz necessário demarcar a área a ser
trabalhada pelos agentes de saúde no combate à doença. Um matemático
recolhe os pontos e apresenta para a equipe o seguinte esquema de
mapeamento e demarcação. Para a equipe se organizar melhor, deverá
encontrar área a ser trabalhada (na unidade quilômetros). Fazendo isso
encontrará:
a) 12 km
b) 16,5 km
c) 19,5 km
d) 21,8 km
e) 48, 2 km
GABARITO APÊNDICE X
QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 C
224
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 E
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B
UNIDADE 07 UNIDADE 08
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B
225
UNIDADE 09 UNIDADE 10
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C
UNIDADE 11 UNIDADE 12
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 -
226
REFERÊNCIAS
BARRETO FILHO, B.; SILVA, C. X. Matemática aula por aula: volume único - ensino
médio. São Paulo: FTD, 2000.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular – BNCC. SEF. Brasília: MEC/SEF, 2017.
227
GIOVANNI, J. R.; BONJORNO, J. R.; GIOVANNI JÚNIOR, J. R. Matemática fundamental.
São Paulo: FTD, 1994.
228
SOUZA, F. C. A. G.; DUTRA, K. M. P. Estudando semelhança e geometria das
transformações através da geometria dinâmica. In: Anais... VIII Encontro Nacional de
Educação Matemática, Recife/PE, UFPE, 2004. p. 1-15.
229