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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

1
Jean Carlos Rodrigues

Possui mais de 12 anos de experiência na área educacional e na engenharia, atuando


como: professor, coordenador e consultor. Graduado em Física Licenciatura pela UFMG,
em Engenharia Industrial Mecânica pelo CEFET-MG e Mestre em Engenharia Metalúrgica e
de Materiais pela UFMG. Além de especialista em Tecnologias Educacionais e
Metodologias Ativas.

FÍSICA III

1ª edição
Ipatinga – MG
ANO

2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza Perboyre Campos
Taisser Gustavo de Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br

3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos


científicos (artigos, monografias, dissertações e teses),
sites ou links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e
Biblioteca Pearson) relacionados com o conteúdo
abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações
importantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de


determinados termos/palavras mostradas ao longo do
livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre
questões citadas em cada unidade, associando-o a
suas ações, seja no ambiente profissional ou em seu
cotidiano.

4
SUMÁRIO

UNIDADE AS CARGAS ELÉTRICAS E A ELETROSTÁTICA ...................................... 9

01
1.1 CARGA ELÉTRICA ................................................................................................ 9
1.2 PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA E PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO .................. 10
1.2.1CONDUTORES E ISOLANTES
...................................................................................................................... 11
1.2.2 PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO
...................................................................................................................... 12
1.3 LEI DE COULOMB ............................................................................................... 14
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 17

UNIDADE O CAMPO ELÉTRICO ...................................................................... 22

02
2.1 O CAMPO ELÉTRICO E SUAS LINHAS DE FORÇA ............................................. 22
2.2 CÁLCULO DA INTENSIDADE DE UM CAMPO ELÉTRICO .................................. 26
2.3 MOVIMENTO DE CARGAS DENTRO DO CAMPO ELÉTRICO ............................ 27
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 28

UNIDADE POTENCIAL ELÉTRICO .................................................................... 33

03
3.1 DEFINIÇÃO DE POTENCIAL ELÉTRICO............................................................... 33
3.2 LEI DE GAUSS ...................................................................................................... 34
3.3 CAPACITÂNCIA ................................................................................................. 37
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 41

UNIDADE ELETRODINÂMICA .......................................................................... 47

04
4.1 A CORRENTE ELÉTRICA ...................................................................................... 47
4.2 LEIS DE OHM E RESISTÊNCIA ELÉTRICA ............................................................. 48
4.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO ........................................................................... 50
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 54

UNIDADE ANÁLISE DE CIRCUITOS DE CORRENTE CONTINUA ...................... 58

05
5.1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE .......................................................... 58
5.2 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO .................................................. 63
5.3 CIRCUITOS MISTOS ............................................................................................ 66
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 71

UNIDADE MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO ......................................... 75

06
6.1 MAGNETISMO E CONCEITOS SOBRE: FERROMAGNETISMO,
PARAMAGNETISMO E DIAMAGNETISMO ........................................................ 75
6.1.1FERROMAGNETISMO, PARAMAGNETISMO E DIAMAGNETISMO
...................................................................................................................... 79
6.1.2A FORÇA MAGNÉTICA
...................................................................................................................... 79
6.2 ELETROMAGNETISMO ........................................................................................ 82
6.2.1A LEI DE AMPÉRE PARA UM FIO RETO E LONGO
...................................................................................................................... 83
6.2.2CAMPO MAGNÉTICO DE UMA ESPIRA CIRCULAR
...................................................................................................................... 85

5
6.2.3CAMPO MAGNÉTICO DE UM SOLENÓIDE
...................................................................................................................... 87
6.3 AS LEIS DE FARADAY E DE LENZ ........................................................................ 88
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................... 92

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ...................................... 99

REFERÊNCIAS................................................................................. 100

6
7
CONFIRA NO LIVRO

A unidade I traz a contextualização histórica sobre as cargas


elétricas e os principais fenômenos associados à eletricidade.
Discute os princípios da eletrostática e os processos de eletrização,
além da formulação matemática da lei de Coulomb.

A unidade II mostra a conceituação de campo elétrico, suas linhas


de força, as relações matemáticas para se calcular a intensidade
de um campo elétrico uniforme e, por último, como ocorre a
movimentação de cargas eletrizadas dentro de um campo.

A unidade III apresenta a definição de potencial elétrico, sua


relação matemática, além da lei de Gauss aplicada ao cálculo de
campo elétrico para distribuições assimétricas de cargas elétricas.
Em seguida, conceitua capacitância, bem como, sua dedução
matemática.

A unidade IV explora os principais conceitos dentro da


eletrodinâmica sobre: corrente elétrica e resistência elétrica, além
das leis de Ohm e as principais funções e características dos
instrumentos de medição da área de eletricidade.

A unidade V consiste na análise de circuitos de corrente continua.


São apresentadas as associações de resistores: em série, em
paralelo e mista. São realizados cálculos de corrente, resistência
equivalente, tensão e potência em todos os componentes do
circuito.

A unidade VI, sobre magnetismo e eletromagnetismo, discute os


princípios fundamentais sobre o campo magnético produzido por
um imã e por uma corrente elétrica. Além, da lei de Ampére, da lei
de Faraday, bem como suas aplicações no entendimento e cálculo
de indutância.

8
AS CARGAS ELÉTRICAS E A UNIDADE
ELETROSTÁTICA

Bem no início do século XVIII pesquisadores


01
descobriram algumas
manifestações interessantes a respeito da natureza elétrica da matéria, observando
que determinados corpos poderiam exercer poder de atração ou de repulsão sobre
outros. Neste contexto histórico, em 1750, Benjamin Franklin propôs que fossem
convencionadas as notações negativas e positivas para as cargas elétricas, de
acordo com seu comportamento. O referido cientista atritou um bastão de vidro em
seda. Franklin definiu como positiva, a carga adquirida pelo bastão e como negativa,
a carga elétrica adquirida pela seda. Ao repetir este procedimento com outro
bastão de vidro e com outro pano de seda, um fato curioso ocorreu. Benjamin
Franklin aproximou os dois bastões de vidro e notou que houve repulsão entre eles e
o mesmo ocorreu com os dois panos de seda. Este fato evidenciou que cargas de
sinais iguais se repelem. Entretanto, o melhor entendimento a respeito destes
fenômenos, chegou com as teorias sobre modelos atômicos de Rutherford em 1911
e de Bohr em 1913. A partir de 1930, foi convencionado que os nêutrons não possuíam
carga elétrica, enquanto que os prótons tinham carga elétrica positiva e os elétrons,
carga negativa.

1.1 CARGA ELÉTRICA

A carga elétrica elementar representa o menor valor de carga elétrica

encontrada. Seu valor é 𝑒 = 1,6 𝑥 10−19 𝐶. Onde “𝐶” significa Coulomb, sua unidade

de medida pelo sistema internacional. Tendo em vista que a menor carga elétrica é
a do elétron, a carga elétrica total dos corpos pode ser determinada como um valor
múltiplo da carga elementar, como mostra a equação 1 a seguir.

𝑞 = 𝑛. 𝑒 (1)

Para se calcular carga elétrica de um corpo, é comum, o uso dos submúltiplos


de Coulomb, como por exemplo, microcoulomb (1µ𝐶 = 10−6 𝐶) e o nanocoulomb

9
(1𝑛𝐶 = 10−9 𝐶) já que o valor de carga equivalente a 1𝐶 é relativamente grande. É
importante citar que pesquisas atuais, mais avançadas, já trazem evidências de
partículas com carga elétrica menor do que a do elétron, como por exemplo, os
quarks.

1.2 PRINCÍPIOS DA ELETROSTÁTICA E PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

O primeiro princípio fundamental da eletrostática é o da atração e repulsão.


Franklin observou que cargas elétricas de mesmo sinal se repelem, enquanto que
cargas opostas se atraem, fato ilustrado na figura 1.

Figura 1: Primeiro princípio fundamental da eletrostática, atração e repulsão.

Fonte: Elaborado pelo autor (2021)

O segundo princípio da eletrostática, trata-se da conservação das cargas


elétricas. Seu enunciado afirma que em um sistema isolado eletricamente, em
relação ao meio externo, a soma algébrica das cargas negativas e positivas deverá
permanecer constante conforme mostra a figura 2.

10
Figura 2: (A) Dois Corpos Eletrizados Com Cargas Q1 E Q2. (B) Corpos Eletrizados Em Contato.
(C) Corpos Eletrizados Com Cargas Q5 E Q6 São Afastados

(a) (b) (c)

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

A carga elétrica total inicial do sistema composto pelos dois corpos eletrizados
é de 𝑄1 + 𝑄2, durante o contato, ocorre troca de cargas entre os corpos. A carga
elétrica final total será 𝑄5 + 𝑄6. Pelo princípio da conservação das cargas elétricas,
conclui-se que 𝑄1 + 𝑄2 = 𝑄5 + 𝑄6.

1.2.1 CONDUTORES E ISOLANTES

Para se compreender melhor a diferença entre condutores e isolantes, é


importante recordar que os elétrons livres por estarem em órbitas distantes do núcleo
atômico, são fracamente atraídos por este. Assim, os elétrons livres possuem maior
mobilidade, podendo inclusive, migrarem de um corpo para outro. Os materiais com
grandes quantidades de elétrons livres são classificados como condutores, pois
possuem grande facilidade para conduzir eletricidade. Alguns exemplos de
materiais condutores de eletricidade são: ouro, zinco, tungstênio, cobre, alumínio,
dentre muitos outros. Em contrapartida, materiais com poucos elétrons livres, são
denominados isolantes ou dielétricos, pois apresentam dificuldade em conduzir
eletricidade. Pode-se citar como exemplos: madeira, borracha, lã, papel, vidro etc.

11
1.2.2 PROCESSOS DE ELETRIZAÇÃO

Um corpo inicialmente neutro, pode ser eletrizado por meio de três processos,
são eles: eletrização por atrito, eletrização por contato ou eletrização por indução.
O primeiro e mais antigo processo de eletrização estudado é feito por atrito. Neste,
ao final, os corpos estarão com cargas elétricas de sinais opostos. Um exemplo de
eletrização por atrito ocorre ao se pentear o cabelo. Durante o atrito entre o pente
e os fios de cabelos, há troca de cargas elétricas. O cabelo perde elétrons,
tornando-se positivo, já o pente, ganha elétrons e fica eletrizado negativamente.
Outro exemplo bastante comum é a experiência de eletrização entre o vidro e a lã.
Ao atritarmos uma placa de vidro com um pano de lã, ambos inicialmente neutros,
há troca de cargas elétricas de tal forma que no final do processo de eletrização,
ao separarmos os dois corpos, estes estarão com cargas elétricas opostas. O vidro
perderá elétrons e ficará eletrizado positivamente, já o pano de lã, tendo recebido
os elétrons, ficará eletrizado negativamente como ilustra a figura 3.

Figura 3: Experiência De Eletrização Por Atrito Entre Vidro E Lã.

Fonte: SAMPAIO E CALÇADA (2012 p.162).

É importante reforçar que quando um isolante é eletrizado, o excesso de


cargas elétricas permanece em uma determinada região do corpo, visto a baixa
mobilidade que elas possuem neste tipo de material.
O processo de eletrização por contato consiste em encostar dois corpos, um
deles neutro e o outro, eletrizado. Este experimento traz melhores evidências quando
ambos os corpos são condutores, visto que as cargas se distribuem
homogeneamente sobre sua superfície. A figura 4 ilustra o processo de eletrização
por contato, onde o corpo A, inicialmente neutro, é colocado em contato com um
corpo B, eletrizado negativamente.

12
Figura 4: Experiência de eletrização por contato entre dois corpos.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.163).

Após o contato, verifica-se que ambos os corpos ficarão eletrizados


negativamente, pois o corpo 𝐴 perdeu somente parte dos elétrons para o corpo 𝐵.
Vale ressaltar que a quantidade de cargas existentes na figura 4(a) é exatamente
igual à da figura 4(c), devido a lei de conservação das cargas elétricas já
mencionada.
O último processo de eletrização, é o por indução. Neste, não há necessidade
que os corpos estejam em contato direto. A indução trata-se da separação
momentânea das cargas elétricas existentes em um corpo condutor, inicialmente
neutro, por outro corpo eletrizado, conforme ilustrado na figura 5.

Figura 5: Experiência De Eletrização Por Indução Eletrostática Entre Dois Corpos.

(a) (b)
Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.169)

Observa-se pela figura 5(a) que ambos os corpos se encontram separados e


bem afastados. O corpo 𝐴 é uma esfera condutora, denominada indutora. O corpo

13
𝐵, é uma esfera condutora neutra. Quando a esfera indutora 𝐴, eletrizada
positivamente, é aproximada, ocorre separação das cargas elétricas na esfera 𝐵. As
cargas negativas existentes em 𝐵 deslocam-se para o lado mais próximo da esfera
indutora, visto que cargas opostas se atraem. O lado oposto da esfera 𝐵,
naturalmente, ficará positivo, conforme indicado na figura 5(b). Se a esfera indutora
𝐴 for afastada, a esfera 𝐵 voltará a ser neutra.

1.3 LEI DE COULOMB

Em 1875, Coulomb utilizando uma balança de torção, conseguiu determinar


o valor das forças de atração e repulsão eletrostática entre duas esferas eletrizadas.
Coulomb, inicialmente, constatou que a intensidade da força elétrica:
1) Era diretamente proporcional ao valor das cargas elétricas de ambos os
corpos.
2) Era inversamente proporcional à distância entre os corpos eletrizados.
3) Dependia do meio material onde os corpos se encontram.
Desta forma, Coulomb enunciou “a intensidade da força elétrica entre duas
partículas eletrizadas é diretamente proporcional ao produto das cargas elétricas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.”

A expressão matemática que formaliza o enunciado da lei de Coulomb é


mostrada na equação 2.

14
|q|. |Q|
F = K0. (2)
d2

Onde, 𝐹 é a força de atração ou repulsão entre as esferas eletrizadas em


(𝑁), 𝐾0 é a constante eletrostática do vácuo. Seu valor com as unidades de medida
𝑁.𝑚2
do Sistema Internacional (SI), é de 9. 109 2 . As variáveis 𝑞 e 𝑄 representam as
𝐶
cargas elétricas das esferas em (𝐶) e d representa a distância entre o centro das
esferas em (𝑚). A figura 6 ilustra algumas destas variáveis.

Figura 6: Forças E Distâncias Mostradas Na Lei De Coulomb

Fonte: Elaborada Pelo Autor (2021).

Caso as cargas elétricas não estejam no vácuo, o valor de 𝐾 será diferente.


Alguns exemplos para os valores de 𝐾 de acordo com o meio material, são mostrados
na tabela 1.

15
Figura 7: Valor Da Constante Eletrostática Para Alguns Meios Materiais.
Substância Constante Eletrostática

Ar Seco 9,0 𝑥 109

Água 1,1 𝑥 108

Benzeno 2,3 𝑥 109

Petróleo 3,6 𝑥 109

Etanol 3,6 𝑥 109

Fonte: Adaptado de: Sampaio e Calçada (2012 p.180).

16
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFPel) Têm-se três esferas condutoras, 𝐴, 𝐵 𝑒 𝐶. A esfera 𝐴 (positiva) e a esfera


𝐵 (negativa) são eletrizadas com cargas de mesmo módulo, 𝑄, e a esfera 𝐶 está
inicialmente neutra. São realizadas as seguintes operações:

I. toca-se 𝐶 em 𝐵, com 𝐴 mantida a distância, e em seguida separa-se 𝐶 de 𝐵.


II. toca-se 𝐶 em 𝐴, com 𝐵 mantida a distância, e em seguida separa-se 𝐶 de 𝐴.
III. toca-se 𝐴 em 𝐵, com 𝐶 mantida a distância, e em seguida separa-se 𝐴 de 𝐵.

Qual a carga final da esfera 𝐴? Dê sua resposta em função de 𝑄.


Q
a)
10
Q
b) –
4
Q
c)
4
Q
d) –
8
Q
e) –
2

2. (UFPel) Adaptada. Todos os corpos são constituídos por átomos, e estes são
formados por partículas menores denominadas elétrons, prótons e nêutrons.
Prótons e elétrons possuem carga elétrica de mesma intensidade (valor), mas de
sinais contrários, em que o próton é a carga positiva e o elétron, a carga negativa.
No átomo em seu estado natural não existe uma predominância de carga elétrica,
por que o número de prótons é igual ao número de elétrons, o que o torna neutro.
No entanto, quando ele perde ou ganha elétrons dizemos que está eletrizado.

Em relação à eletrização de um corpo, analise as afirmativas a seguir.

I. Se um corpo neutro perder elétrons, ele fica eletrizado positivamente;


II. Atritando-se um bastão de vidro com uma flanela, ambos inicialmente neutros,
eles se eletrizam com cargas iguais;
III. O fenômeno da indução eletrostática consiste na separação de cargas no
induzido pela presença do indutor eletrizado;

17
IV. Aproximando-se um condutor eletrizado negativamente de outro neutro, sem
tocá-lo, este permanece com carga total nula, sendo, no entanto, atraído pelo
eletrizado.
V. Um corpo carregado pode repelir um corpo neutro.

Estão corretas

a) Apenas I, II e IV.
b) Apenas I, III e IV.
c) Apenas I, IV e V.
d) Apenas II e IV.
e) Apenas II, III e V.

3. (Adaptada- FUVEST) Charles Augustin de Coulomb (1736-1806) foi um físico francês


responsável pela determinação da lei que descreve a força de interação entre
cargas elétricas. Para tanto, Charles Coulomb fez uso de uma balança de torção.
De acordo com a sua lei, a força entre duas partículas eletricamente carregadas
é diretamente proporcional ao módulo de suas cargas e é inversamente
proporcional ao quadrado da distância entre elas. A expressão
matemática descrita pela lei de Coulomb é:
𝑄. 𝑞
𝐹 = 𝐾0
𝑑2
Duas partículas eletricamente carregadas com +8,0.10-6 𝐶 são colocadas no vácuo
𝑚²
a uma distância de 30𝑐𝑚, onde 𝐾0 = 9.109 𝑁. 𝑐²
. A força de interação entre essas

cargas é:

a) de atração e igual a 6,4N


b) de repulsão e igual a 1,6N.
c) de repulsão e igual a 6,4N.
d) de atração e igual a 1,6N
e) impossível de ser determinada.

4. (FUVEST). A eletrização por atrito ocorre quando atritamos dois corpos, inicialmente
neutros. Haverá transferência de elétrons de um corpo para o outro, de tal forma

18
que um corpo fique eletrizado positivamente (cedeu elétrons) e o outro corpo,
fique eletrizado negativamente (ganhou elétrons). A eletrização por atrito é mais
evidente quando é feita por corpos isolantes, pois os elétrons permanecem nas
regiões atritadas.
Um estudante atrita um pente de plástico em seu cabelo e aproxima-o de um
filete de água, que imediatamente se encurva na direção do pente. Marque a
alternativa que explica de forma correta o motivo pelo qual isso ocorre.

a) O fenômeno é possível porque a água é um condutor universal.


b) Após o atrito, o pente adquire a mesma carga elétrica da água, por isso, o filete é
atraído.
c) As cargas elétricas em excesso no pente atraem as cargas de mesmo sinal da
água, fazendo com que o filete sofra deflexão.
d) As cargas elétricas em excesso no pente atraem as cargas de sinal oposto da
água, fazendo com que o filete sofra deflexão.
e) Todas as alternativas estão incorretas.

5. (FUVEST). Duas pequenas esferas metálicas idênticas, inicialmente neutras,


encontram-se suspensas por fios inextensíveis e isolantes.

Um jato de ar perpendicular ao plano da figura é lançado durante certo intervalo


de tempo sobre as esferas. Observa-se então que ambas as esferas estão
fortemente eletrizadas. Quando o sistema alcança novamente o equilíbrio
estático, podemos afirmar que as tensões nos fios:

a) Aumentaram e as esferas se atraem;


b) Diminuíram e as esferas se repelem;
c) Aumentaram e as esferas se repelem;
d) Diminuíram e as esferas se atraem;
e) Não sofreram alterações.

19
6. (FUND. CARLOS CHAGAS). Um bastão de vidro é atritado em certo tipo de tecido.
O bastão, a seguir, é encostado num eletroscópio previamente descarregado, de
forma que as folhas do mesmo sofrem uma pequena deflexão. Atrita-se a seguir o
bastão novamente com o mesmo tecido, aproximando-o do mesmo eletroscópio,
evitando o contato entre ambos. As folhas do eletroscópio deverão:

a) Manter-se com a mesma deflexão, independente da polaridade da carga do


bastão;
b) Abrir-se mais, somente se a carga do bastão for negativa;
c) Abrir-se mais, independentemente da polaridade da carga do bastão;
d) Abrir-se mais, somente se a carga do bastão for positiva;
e) Fechar-se mais ou abrir-se mais, dependendo da polaridade da carga do bastão.

7. (UFJF-Adaptada) Em 1875, Coulomb utilizando uma balança de torção, conseguiu


determinar o valor das forças de atração e repulsão eletrostática entre dois
corpos eletrizados. Coulomb, inicialmente, constatou que a intensidade da força
elétrica:

I. Era diretamente proporcional ao valor das cargas elétricas de ambos os corpos.


II. Era inversamente proporcional à distância entre os corpos eletrizados.
III. Dependia do meio material onde os corpos se encontram.

Duas esferas igualmente carregadas, no vácuo, repelem-se mutuamente quando


separadas a uma certa distância. Triplicando a distância entre as esferas, é correto
afirmar que a força de repulsão entre elas torna-se:

a) 3 vezes menor
b) 6 vezes menor
c) 9 vezes menor
d) 12 vezes menor
e) 9 vezes maior

8. (UNIFESP-SP-Adaptada). A lei de Coulomb diz “a intensidade da força elétrica entre


duas partículas eletrizadas é diretamente proporcional ao produto das cargas

20
elétricas e inversamente proporcional ao quadrado da distância que as separa.”
A expressão matemática que formaliza o enunciado da lei de Coulomb é
mostrada é
|𝑞|.|𝑄|
𝐹 = 𝐾0 . . Onde 𝐾0 é a constante eletrostática do vácuo. Seu valor com as
𝑑2
𝑁.𝑚2..
unidades de medida do Sistema Internacional (SI), é de 9.109 𝐶2
Duas partículas

de cargas elétricas 𝑄 = 4,0 × 10-16 𝐶 𝑒 𝑞‚ = 6,0 × 10-16 𝐶 estão separadas no vácuo


𝑚2
por uma distância de 3,0. 10−9 𝑚. Sendo 𝑘 = 9,0. 109 𝑁. 𝐶
, é correto afirmar que a

intensidade da força de interação entre elas, em newtons, é de:

a) 1,2. 10−5
b) 1,8. 10−4
c) 2,0. 10−4
d) 2,4. 10−4
e) 3,0. 10−3

21
O CAMPO ELÉTRICO UNIDADE

02
Corpos eletrizados criam, no espaço, ao seu entorno, uma perturbação
chamada de campo elétrico. Cada ponto desta região está associado a um vetor
campo elétrico, com módulo, direção e sentido. Então, ao se colocar uma carga
elétrica 𝑄 em qualquer destes pontos, está carga sofrerá ação de uma força de
natureza elétrica. Historicamente, a forma com a qual dois corpos elétricos se
interagem, como visto pela lei de Coulomb, possui natureza semelhança com a
apresentada na teoria de força gravitacional entre dois corpos massivos. Em ambos
os casos, a intensidade da força de interação varia inversamente proporcional ao
quadrado da distância entre os corpos.

2.1 O CAMPO ELÉTRICO E SUAS LINHAS DE FORÇA

O campo elétrico é uma grandeza de natureza vetorial, ou seja, para se


compreender melhor, é necessário saber qual a intensidade, a direção e o sentido
do vetor campo elétrico em cada ponto do espaço. A figura 7 mostra a direção e
o sentido do vetor campo elétrico no ponto 𝑃, criado pela carga 𝑄. Lembrando que
o comprimento ou módulo do vetor, representa a intensidade da grandeza.

Figura 8:Representação do campo elétrico em P, criado pela carga positiva Q

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.191)

22
Para se evidenciar a presença de campo elétrico no ponto 𝑃, a carga de
prova 𝑞, é colocada. Caso a carga de prova seja positiva, haverá força de repulsão,
entretanto, se a carga for negativa, haverá atração entre a carga gerado de
campo elétrico e a carga de prova. Na figura 8, é possível observar no ponto 𝑃, a
direção e o sentido da força de repulsão que atua sobre a carga de prova.

Figura 9: Representação do campo elétrico em P, criado pela carga positiva Q.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.191).

A figura 9, apresenta a convenção do sentido do campo elétrico criado por


duas cargas elétricas. Nota-se que cargas positivas, criam campos radiais ou para
fora, já nas cargas negativas, o campo elétrico é de aproximação ou entrando na
carga.

23
Figura 10: Representação do campo elétrico criado por duas cargas elétricas (a) carga
positiva (b) carga negativa.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.191).

Segundo HALLIDAY (2016) em cada ponto do campo, o vetor campo elétrico


é tangente e tem o mesmo sentido das linhas. Na figura 8, as linhas são retilíneas e,
portanto, o vetor campo está na própria linha. Quando as linhas de força do campo
elétrico são curvas, conforme ilustra a figura 10, é mais fácil verificar a disposição
destas em relação ao vetor campo elétrico.

Figura 11: Linha de força ou de campo com os vetores campo elétrico E1 e E2

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.194).

24
O campo elétrico é mais intenso nas regiões mais próximas da carga elétrica
geradora, visto que a concentração de linhas de campo é maior. Caso, em
determinada região, o campo elétrico apresente mesmos: direção, sentido e
módulo, então, o campo elétrico será chamado de uniforme, conforme mostra a
figura 11(a).

Figura 12: Linha De Campo Ou De Força (A) De Um Campo Elétrico Uniforme (B) E (C) De
Campos Elétricos Variáveis.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.194)

Na figura 10(b), nota-se que na região central, área sombreada, o campo


elétrico é mais intenso. Já na região sombreada da figura 10(c) o campo é menos
intenso. Em ambas, o campo elétrico é variável.

25
2.2 CÁLCULO DA INTENSIDADE DE UM CAMPO ELÉTRICO

O campo elétrico 𝐸, será definido como a força elétrica F que atua por
unidade de carga 𝑞, no ponto 𝑃, conforme mostra a equação 3.

𝐹
𝐸= (3)
𝑞

A unidade de campo elétrico no SI é o newton por coulomb (N/C).


Porém, a intensidade do campo elétrico criado por uma carga geradora, não
depende da carga de prova, mesmo que a definição inicial de campo elétrico
pareça criar este vínculo. A figura 12 mostra a interação entre a carga negativa,
geradora de campo elétrico, com a carga positiva de prova.

Figura 13: Direção Da Força E Do Vetor Campo Elétrico Sobre A Carga De Prova, Situada No Ponto P.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.197)

Combinando a lei de Coulomb, equação 1, com a relação matemática da


definição de campo elétrico, equação 2, encontra-se o campo elétrico E criado
pela carga elétrica geradora, conforme mostra a equação 3.
Durante a simplificação, a variável que representa a carga de prova 𝑞,
desapareceu.
Logo, a intensidade do campo elétrico criado pela carga geradora,
dependerá do valor de sua carga elétrica 𝑄, das características do meio material 𝐾
e da distância ao quadrado até o ponto analisado.

26
2.3 MOVIMENTO DE CARGAS DENTRO DO CAMPO ELÉTRICO

Quando cargas elétricas entram em uma região contendo campo elétrico,


elas experimentam uma força de natureza elétrica que altera seu movimento. Um
campo elétrico uniforme pode ser obtido por meio de duas placas planas paralelas
eletrizadas com cargas opostas. O vetor campo elétrico irá se orientar no sentido da
placa positiva para a placa negativa, como mostra a figura 13.

Figura 14: Direção De Movimentação Das Cargas Elétricas Dentro De Um Campo Elétrico

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Observa-se que a direção da força elétrica e, portanto, da sua velocidade


de deslocamento 𝑣, dependerá do sinal da carga elétrica. As cargas positivas são
repelidas pela placa positiva e atraídas pela placa negativa, assim, movimentam-se
na mesma direção do campo. Já as cargas negativas, deslocam-se na direção
contrária em relação ao campo elétrico formado entre as placas. Este
deslocamento indica que houve realização de trabalho pela força elétrica, ou seja,
variação de energia potencial elétrica. Então, é correto dizer que entre dois pontos
quaisquer localizados na região entre as placas, existe uma diferença de potencial
ou tensão.

27
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Campo elétrico é uma grandeza física vetorial que mede o módulo da força
elétrica exercida sobre cada unidade de carga elétrica colocada em uma região
do espaço sobre a influência de uma carga geradora de campo elétrico. A partir
da razão entre a força elétrica e carga de prova é possível calcular a intensidade
do campo elétrico. Uma partícula puntiforme, de carga elétrica igual a 2,0.10−6 𝐶,
𝑉
é deixada em uma região de campo elétrico igual a 100 𝑚. Calcule o módulo da

força elétrica produzida sobre essa carga.

a) 50.105 𝑁
b) 100.106 𝑁
c) 200.10−6 𝑁
d) 20.104 𝑁
e) 2.10−4 𝑁

2. O campo elétrico mede a influência que uma certa carga elétrica geradora
produz em seus arredores. Quanto mais próximas estiverem duas
cargas, maior será a força elétrica entre elas por causa do módulo
do campo elétrico naquela região. O campo elétrico produzido
por cargas pontuais (cujas dimensões são desprezíveis), dispostas no vácuo é
𝑄 109 𝑁
realizado pela seguinte equação: 𝐸 = 𝑘. 𝑑2. Sabendo que 𝑘0 = 9,0. 𝑚2 𝐶 2 . O campo

elétrico gerado por uma carga puntiforme de 2,0 C a uma distância de 50 cm da


carga é equivalente a:

109 𝑉
a) 72. 𝑚
109 𝑉
b) 7,2.
𝑚
109 𝑉
c) 81. 𝑚
1010 𝑉
d) 720. 𝑚
108 𝑉
e) 54. 𝑚

28
3. Uma linha de força é uma linha imaginária desenhada de modo que sua
tangente em qualquer ponto aponto no sentido do vetor do campo elétrico
naquele ponto. A proximidade entre estas linhas está relacionada com a
intensidade do campo naquela região. As linhas de força não são reais, mas sim
um artifício para se visualizar a região de atuação do campo elétrico. Caso o
campo elétrico seja nulo, não haverá de linhas de força no local. Assinale a
alternativa verdadeira sobre as propriedades das linhas de força do campo
elétrico:

𝑉
a) O campo elétrico é uma grandeza escalar que pode ser escrita tanto em quanto
𝑚
𝑁
em 𝐶 .

b) As linhas de força do campo elétrico são fechadas, adentram as cargas positivas


e emergem das cargas negativas.
c) As linhas de força do campo elétrico são abertas, emergem das cargas positivas
e adentram as cargas negativas.
d) O campo elétrico depende exclusivamente do módulo da carga que o produz.
e) Quando uma carga elétrica move-se na direção de uma linha de força, a força
elétrica realiza trabalho igual a zero sobre esta carga elétrica.

4. O campo elétrico produzido por cargas pontuais (cujas dimensões são


𝑄
desprezíveis), dispostas no vácuo é realizado pela seguinte equação 𝐸 = 𝑘. 𝑑2.

Uma carga elétrica puntiforme produz um campo elétrico de módulo 𝐸 em um


ponto do espaço que se encontra a uma distância d em relação à carga. Ao
dobrarmos a distância entre a carga e o campo, devemos esperar que a relação
entre o novo campo elétrico 𝐸' e o campo elétrico 𝐸 seja igual a:

a) 𝐸 ′ = 𝐸
𝐸
b) 𝐸 ′ =
2
𝐸
c) 𝐸 ′ = 4
𝐸
d) 𝐸 ′ = 8
𝐸
e) 𝐸 ′ = 16

29
𝑄
5. Adaptada(PUC-SP) A expressão 𝐸 = 𝑘. 𝑑2 o nos permite calcular a intensidade do

campo elétrico em certo ponto, quando conhecemos o valor da carga


geradora 𝑄 e a distância até o ponto considerado. Observe, entretanto, que essa
expressão só pode ser usada para um campo criado por uma carga que pode ser
considerada pontual.
Seja 𝑄 uma carga positiva geradora de campo elétrico e 𝑞 a carga de prova
localizada em um ponto 𝑃, próximo de 𝑄. Podemos afirmar que:

a) o vetor campo elétrico em 𝑃 dependerá do sinal de 𝑞.


b) A intensidade do campo elétrico em 𝑃 será tanto maior quanto maior for a carga
𝑞.
c) o vetor campo elétrico será constante, qualquer que seja o valor de 𝑞.
d) a força elétrica em 𝑃 será constante, qualquer que seja o valor de 𝑞.
e) o vetor campo elétrico em 𝑃 é independente da carga de prova 𝑞.

6. Adaptada (PUC-Rio 2008). Quando cargas elétricas entram em uma região


contendo campo elétrico, elas experimentam uma força de natureza elétrica que
altera seu movimento. Um campo elétrico uniforme pode ser obtido por meio de
duas placas planas paralelas eletrizadas com cargas opostas. O vetor campo
elétrico irá se orientar no sentido da placa positiva para a placa negativa.
Uma carga positiva puntiforme é liberada a partir do repouso em uma região do
espaço onde o campo elétrico é uniforme e constante. Se a partícula se move na
mesma direção e sentido do campo elétrico, a energia potencial eletrostática do
sistema irá:

a) aumenta e a energia cinética da partícula aumenta.


b) diminui e a energia cinética da partícula diminui.
c) e a energia cinética da partícula permanecem constantes.
d) aumenta e a energia cinética da partícula diminui.
e) diminui e a energia cinética da partícula aumenta.

7. Adaptada (UERJ 2019). Observa-se que a direção da força elétrica e da


velocidade de deslocamento 𝑣 de uma partícula, dependerá do sinal da sua
carga elétrica. As cargas positivas são repelidas pela placa positiva e atraídas

30
pela placa negativa, assim, movimentam-se na mesma direção do campo. Já as
cargas negativas, deslocam-se na direção contrária em relação ao campo
elétrico formado entre as placas. Nota-se que a medida em que uma carga
elétrica desloca-se dentro de campo elétrico, sua energia potencial diminui,
porém, sua energia cinética aumenta. Este deslocamento indica que houve
realização de trabalho pela força elétrica, ou seja, variação de energia potencial
elétrica.

Na ilustração, estão representados os pontos I, II, III e IV em um campo elétrico


uniforme.

Uma partícula de massa desprezível e carga positiva adquire a maior energia


potencial elétrica possível se for colocada no ponto:

a) I
b) II
c) III
d) IV
e) a energia adquirida em todos os pontos será a mesma.

8. (Adaptada UFRGS – 2019). As linhas de força de um campo elétrico partem de


cargas elétricas positivas e chegam em cargas elétricas negativas. Linhas de força
do campo gerado por duas cargas elétricas de mesmo módulo, ambas positivas
(a) e uma positiva e a outra negativa (b) são mostradas na imagem a seguir.

31
(a) (b)
Na figura abaixo, está representado, em corte, um sistema de três cargas elétricas.

A partir da interação entre as linhas de força dos campos elétricos criados pelas
partículas 1,2 e 3 é correto afirmar que:

a) As cargas 1 e 2 possuem sinais opostos


b) As cargas 1 e 2 possuem sinais iguais
c) As cargas 3 e 2 possuem sinais opostos
d) As cargas 1, 2 e 3 possuem sinais iguais
e) A carga 1 é a que produz campo elétrico com maior intensidade

32
POTENCIAL ELÉTRICO UNIDADE

3.1 DEFINIÇÃO DE POTENCIAL ELÉTRICO


03
Segundo HALLIDAY (2016) A afirmação de que o campo elétrico é um campo
conservativo, indica que o trabalho realizado pela força elétrica sobre qualquer
partícula eletrizada, não depende da trajetória, mas sim da posição inicial e final

desta partícula dentro do campo. A diferença de potencial elétrico ∆o entre dois

pontos de um campo elétrico, está associada ao trabalho que a força elétrica realiza
sobre uma carga no deslocamento entre esses estes pontos, conforme equação 4.
Sendo uma grandeza escalar, necessita apenas da intensidade e de uma unidade
de medida, para ficar bem representada.
τ
∆v = (4)
q

No sistema internacional a unidade para diferença de potencial é Joule por


Coulomb, também conhecida como Volt.

Para ilustrar a diferença do conceito de potencial elétrico para o de energia


potencial elétrica, considere o campo elétrico formado por uma partícula de carga
geradora 𝑄. Outra partícula eletrizada, com carga 𝑞, é colocada a uma distância d
da primeira, conforme mostra a figura 14.

33
Figura 15: Uma carga geradora Q e uma carga de prova q, separadas por uma distância d.

Fonte: Elaborada pelo Autor: (2021).

A carga q, nesta posição, possuirá energia potencial elétrica diretamente


proporcional ao valor da carga elétrica geradora 𝑄, ao valor da sua carga elétrica
𝑞 e será inversamente proporcional à distância 𝑑, conforme mostra a equação 5.

𝑄
𝐸𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑘0 . (5)
𝑑

A potencial elétrica é uma grandeza escalar, que possui como unidade de


medida pelo sistema internacional Joule (J)

3.2 LEI DE GAUSS

Segundo Halliday e Resnick (2016), a lei de Gauss relaciona o fluxo elétrico total
Φ de um campo elétrico, através de uma superfície fechada, chamada de superfície
gaussiana, com a carga resultante que é envolvida por essa superfície. A expressão
matemática para a lei de Gauss é representada pela equação 6.

𝜀0 . ∅ = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (6)

Onde:

𝜀0 = constante de permissividade elétrica no vácuo


𝛷 = fluxo elétrico resultante
𝑄 = carga elétrica envolvida

34
Tendo em vista que o fluxo elétrico que atravessa uma superfície é definido
pela equação 7.

∅ = ∮ 𝐸. 𝑑𝐴 (7)

Então, a lei de Gauss pode ser representada pela equação 8, a seguir.

𝜀0 . ∮ 𝐸. 𝑑𝐴 = 𝑞𝑒𝑛𝑣 (8)

Na equação 8, o termo 𝑞𝑒𝑛𝑣 representa a soma algébrica de todas as cargas

envolvidas na superfície e área 𝐴, independentemente se são negativas ou positivas.


Caso a carga resultante 𝑞 seja maior do que zero, o fluxo resultante será para fora,
do contrário o fluxo resultante será para dentro da superfície.

Para facilitar o entendimento a respeito da lei de Gauss, a figura 15 ilustra


quatro superfícies gaussianas e duas cargas pontuais, de mesmo valor absoluto e
sinais opostos, e as linhas de campo que representam o campo elétrico.

35
Figura 16: Duas Cargas Pontuais, De Mesmo Valor Absoluto E Sinais Opostos, E As Linhas De
Campo Que Representam O Campo Elétrico. Quatro Superfícies Gaussianas São Vistas De
Perfil. A Superfície S1 Envolve A Carga Positiva. A Superfície S2 Envolve A Carga Negativa.

Fonte: Segundo Halliday e Resnick (2016 p.149).

Na região delimitada pela superfície 𝑆1, como a carga envolvida é positiva, o


fluxo elétrico 𝛷, também será positivo e para fora em todos os pontos desta superfície.
Já na superfície 𝑆2, a carga envolvida é negativa, assim, o fluxo elétrico será negativo
e para dentro da superfície em todos os pontos. Com relação à superfície 𝑆3, o fluxo
elétrico através dela será nulo, ou seja, as linhas que entram na região superior saem
pela parte de baixo, já que a superfície não apresenta nenhuma carga elétrica. Por
fim, como na superfície 𝑆4, as envolvidas possuem mesmo módulo e sinais opostos, a
carga total será zero e, portanto, o fluxo de campo elétrico também será zero.

36
3.3 CAPACITÂNCIA

Os capacitores são componentes constituídos por duas placas condutoras


isoladas e separadas, que se eletrizam com cargas opostas +𝑞 e – 𝑞. A Capacitância
𝐶 é definida como a razão entre a carga elétrica armazenada e a diferença de
potencial entre estas placas condutoras. Matematicamente, usa-se a expressão
representada na pela equação 9.

𝑞 = 𝐶. 𝑉 (9)

Onde:
𝑞 - carga elétrica armazenada em 𝐶 (Coulomb).
𝐶- Capacitância em 𝐹 (Faraday).
V-diferença de potencial ou tensão elétrica em 𝑉 (Volts).
Os capacitores apresentam como principal função, acumular cargas elétricas
em suas placas condutoras. Estes componentes eletrônicos são amplamente
utilizados em circuitos elétricos diversos e possuem um material dielétrico que separa
as duas placas condutoras. A figura 16 ilustra alguns tipos de capacitores existentes.

Figura 17: Vários tipos de capacitores.

Fonte: Segundo Halliday e Resnick (2016 p.263)

Inicialmente, para facilitar o entendimento, considere a figura 17. A imagem


traz um capacitor simplificado formado por duas placas paralelas condutoras de
área 𝐴 e separadas por uma distância 𝑑, somente com ar entre elas.

37
Figura 18: (a) Um capacitor de placas paralelas, feito de duas placas de área A separadas
por uma distância d. As cargas da superfície interna das placas têm o mesmo valor absoluto
q e sinais opostos. (b) Como mostram as linhas de campo, o campo elétrico produzido.

Fonte: Segundo Halliday e Resnick (2016 p.265).

Durante o processo de carregamento, ocorre o acúmulo de cargas elétricas


nas placas condutoras. Ao final, as placas possuirão cargas de mesmo valor, porém
com sinais opostos. Neste momento, quando o capacitor encontra-se carregado,
define-se que a carga total é igual a 𝑞, ou seja, a carga somente de uma das placas,
já que se a análise for realizada em todo o capacitor, a carga total será sempre zero.
Todos os pontos de uma placa condutora estão sujeitos a mesma tensão ou
diferença de potencial, assim, pode-se dizer que as placas são superfícies
equipotenciais.
Segundo HALLIDAY (2016) um ponto de grande relevância é que a constante
de proporcionalidade 𝐶 ou capacitância, é um parâmetro inerente ao processo de
fabricação do capacitor, ou seja, seu valor depende da geometria das placas e não
da carga e da diferença de potencial. A capacitância está relacionada com a
quantidade de cargas elétricas a serem armazenadas nas placas para que seja
atingida determinada diferença de potencial ou tensão entre as mesmas.

Para iniciar o processo de carregamento de um capacitor é preciso conectá-

38
lo a uma fonte de tensão. Um exemplo, é o circuito ilustrado na figura 18(a) e
esquematizado na figura 18(b), onde encontram-se a simbologia para a bateria,
para a chave e também do capacitor. A bateria irá fornecer a diferença de
potencial.

Figura 19: (A) Circuito Formado Por Uma Bateria B, Uma Chave S E As Placas A E B De Um
Capacitor C. (B) Diagrama Esquemático No Qual Os Elementos Do Circuito São
Representados Por Símbolos.

Fonte: Segundo Halliday e Resnick (2016 p.266).

Inicialmente o circuito está desligado visto que a chave 𝑆 está aberta. O


processo de carregamento do capacitor pode ser descrito pelas etapas a seguir:
a) No momento em que a chave é fechada, o campo elétrico fornecido pela
bateria, faz com que os elétrons migrem da placa “𝑎” do capacitor para o terminal
positivo da bateria. Assim, esta placa ficará carregada positivamente.
b) O campo elétrico induz o fluxo do mesmo número de elétrons do terminal
negativo da bateria para a placa 𝑏 do capacitor, assim, ela ficará carregada
negativamente.
À medida em que as placas são carregadas, a diferença de potencial entre
elas aumenta até o limite máximo do valor de tensão fornecido pela fonte. Neste
momento, o campo elétrico nos fios do circuito tende a zero, os elétrons param de se
deslocar; e então, o capacitor está carregado em sua totalidade.

39
40
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Toda carga elétrica produz um campo elétrico que se permeia pelo espaço,
sendo capaz de produzir forças de atração ou repulsão sobre outras cargas
elétricas. A interação entre cargas, portanto, dá origem a uma energia potencial,
que pode ser transformada em energia cinética, no caso em que uma dessas
cargas seja móvel, por exemplo. A expressão matemática para a energia
potencial elétrica (EP) é dada pela expressão a seguir e ilustrada na imagem
abaixo.
𝑄
𝐸𝑝𝑜𝑡𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝑘0 .
𝑑

Leia as afirmações a seguir a respeito da energia potencial elétrica.

I. A energia potencial elétrica é diretamente proporcional ao produto das cargas


elétricas;
II. A energia potencial elétrica é inversamente proporcional ao quadrado da
distância entre as cargas;
III. A determinação da energia independe do caminho seguido pela carga.

É verdadeiro o que se afirma em:

a) I, II e III.
b) II.
c) I.
d) II e III.
e) I e III.

2. (Adaptada - UFSM-RS) Uma partícula com carga 𝒒 = 𝟐. 10−7 𝑪 se desloca do


ponto 𝑨 ao ponto 𝑩, que se localizam numa região em que existe um campo

41
elétrico. A diferença de potencial 𝑽𝑨 – 𝑽𝑩 entre os dois pontos considerados vale,
em 𝑽. Durante esse deslocamento, a força elétrica realiza um trabalho igual a
𝟒. 10−3 𝑱 sobre a partícula, conforme mostra a figura a seguir.

É correto afirmar que diferença de potencial em Volts, entre os dois pontos


considerados vale:

a) −8 𝑥 𝟏𝟎−𝟏𝟎
b) 8 𝑥 𝟏𝟎−𝟏𝟎
c) −2 𝑥 𝟏𝟎𝟒
d) 2 𝑥 𝟏𝟎𝟒
e) 0,5 𝑥 𝟏𝟎−𝟒

3. Chama-se Campo Elétrico o campo estabelecido em todos os pontos do espaço


sob a influência de uma carga geradora de intensidade 𝑄, de forma que qualquer
carga de prova de intensidade 𝑞 fica sujeita a uma força de interação (atração
ou repulsão) exercida por 𝑄. Já uma carga de prova, é definida como um corpo
puntiforme de carga elétrica, utilizado para detectar a existência de um campo
elétrico, também possibilitando o cálculo de sua intensidade. Quando uma carga
elétrica é abandonada em repouso em uma região com campo elétrico,
desprezando os efeitos da gravidade e de quaisquer forças dissipativas, podemos
dizer que:

a) A carga sofrerá a ação de um trabalho resistente pela força elétrica, uma vez que
a força que surge sobre ela é contrária ao seu deslocamento.

42
b) Sua energia cinética aumenta, apesar de sua energia potencial elétrica
permanecer constante.
c) Sua energia cinética permanece constante, já que a força resultante sobre a
carga é nula.
d) Sua energia potencial decresce enquanto sua energia cinética aumenta, por
causa do trabalho motor da força elétrica.
e) Sua velocidade mantém-se constante, já que sua energia cinética permanece
inalterada.

4. (Adaptada- UFV-2005) Os capacitores são componentes constituídos por duas


placas condutoras isoladas e separadas, que se eletrizam com cargas opostas
+𝑞 𝑒 – 𝑞. A Capacitância 𝐶 é definida como a razão entre a carga elétrica
armazenada e a diferença de potencial entre estas placas condutoras. Do ponto
de vista prático, a capacitância indica qual é a quantidade de cargas que um
capacitor consegue “segurar” para uma determinada diferença de potencial. A
capacitância também depende de fatores geométricos, isto é, da distância entre
as placas do capacitor e também da área dessas placas. Por isso, para o caso dos
capacitores de placas paralelas, pode-se determinar sua capacitância por meio
da seguinte equação:

∈0 . 𝐴
𝐶=
𝑑
∈0 — Permissividade dielétrica do vácuo (𝐹/𝑚)
𝐴 — área das placas (𝑚²)
𝑑 — distância entre as placas (𝑚)

Duplicando-se a diferença de potencial entre as placas de um capacitor,


é CORRETO afirmar que:

a) A carga e a capacitância do capacitor também são duplicadas.


b) A carga e a capacitância do capacitor permanecem constantes.
c) A carga do capacitor é duplicada, mas sua capacitância permanece constante.
d) A carga e a capacitância do capacitor são reduzidas à metade dos valores
iniciais.
e) A carga do capacitor é duplicada, e sua capacitância é dividida pela metade.

43
5. Capacitores são dispositivos utilizados para o armazenamento de cargas elétricas.
Existem capacitores de diversos formatos e capacitâncias. Não obstante, todos
compartilham algo em comum: são formados por dois terminais separados por
algum material dielétrico. Os capacitores são utilizados em diversas aplicações
tecnológicas. Quando ligados a uma diferença de potencial, um campo
elétrico forma-se entre suas placas, fazendo com que os capacitores acumulem
cargas em seus terminais, uma vez que o dielétrico em seu interior dificulta a
passagem das cargas elétricas através das placas. A propriedade que mede a
eficiência de um capacitor em armazenar cargas é a capacitância. A
capacitância é uma grandeza física medida em unidades de Coulomb por Volt,
mais conhecida como Farad (𝐹), em homenagem ao físico inglês Michael
Faraday (1791-1867). Dizemos que 1 Farad é equivalente a 1 Coulomb por Volt. A
fórmula utilizada para calcular a capacitância é esta, confira:

𝑄
𝐶=
𝑉
𝐶 — Capacitância (𝐹)
𝑄 — carga elétrica (𝐶)
𝑉— tensão elétrica (𝑉)

Um capacitor consegue armazenar cargas de até 1𝑛𝐶 para uma diferença de


potencial entre suas placas de 1𝑚𝑉. Indique, entre as alternativas abaixo, o
módulo da capacitância desse dispositivo:

a) 3.10−3 𝐹.
b) 1.10−6 𝐹.
c) 1.10−3 𝐹.
d) 5.10−6 𝐹.
e) 4. 10−5 F.

6. Entre as placas dos capacitores, costuma-se inserir um material dielétrico


preferencialmente ao vácuo. A capacitância indica qual é a quantidade de
cargas que um capacitor consegue armazenar para uma determinada diferença
de potencial. A capacitância depende de fatores geométricos, isto é, da

44
distância entre as placas do capacitor e também da área dessas placas. Além
disso, a permissividade do material dielétrico é uma grandeza diretamente
proporcional em relação ao valor da capacitância, conforme mostra a equação
a seguir:
∈0 . 𝐴
𝐶=
𝑑
∈0 — Permissividade dielétrica do vácuo (𝐹/𝑚)
𝐴 — área das placas (𝑚²)
𝑑 — distância entre as placas (𝑚)

É correto afirmar que a inserção de um material dessa natureza entre as placas de


um capacitor:

a) aumenta a sua capacitância por causa da sua maior permissividade elétrica.


b) aumenta a sua capacitância, diminuindo a quantidade de cargas entre as suas
placas.
c) não afeta a sua capacitância.
d) diminui a sua capacitância, por causa da sua maior permissividade elétrica.
e) não afeta a formação do campo elétrico entre as placas do capacitor.

7. Adaptada (Uepa) Um componente elétrico utilizado tanto na produção como na


detecção de ondas de rádio, o capacitor, pode também ser útil na determinação
de uma grandeza muito importante do eletromagnetismo: a permissividade
elétrica de um meio. Para isso, um estudante, dispondo de um capacitor de placas
paralelas, construído com muita precisão, preenche a região entre as placas com
uma folha de mica de 1,0 𝑚𝑚 de espessura e registra, com um medidor de
capacitância, um valor de 0,6 𝑛𝐹. Sabendo que a capacitância em capacitores
𝜀. 𝐴
de placas paralelas pode ser calculada pela expressão 𝐶 = 𝑑
e que as placas

são circulares, com diâmetro igual à 20 𝑐𝑚, é correto afirmar que a permissividade
elétrica da mica, em 𝐹, é igual a: Dados:
Adote 𝜋 = 3 𝑒 1 𝑛𝐹 =10−9 𝐹

a) 2 𝑥 10−12
b) 4 𝑥 10−12

45
c) 10 𝑥 10−10
d) 20 𝑥 10−12
e) 25 𝑥 10−11

8. A respeito da capacitância e da energia potencial elétrica armazenada em um


capacitor, julgue os itens a seguir:
I. A capacitância é diretamente proporcional à permissividade elétrica do meio
onde está o capacitor.
II. Quanto maior a distância entre as placas de um capacitor, maior será sua
capacitância.
III. A energia potencial elétrica armazenada em um capacitor não depende da
capacitância, mas apenas da diferença de potencial estabelecida entre as
placas de um capacitor.
IV. Os desfibriladores são exemplos de aplicação do estudo de capacitores.
V. A área das placas paralelas que compõem o capacitor é diretamente
proporcional à capacitância.

Está correto o que se afirma em:

a) I, II, IV e V.
b) I, II, III e V.
c) I, II, III, IV e V.
d) III, IV e V.
e) I, IV e V.

46
ELETRODINÂMICA UNIDADE

INTRODUÇÃO
04
A eletrodinâmica é a área da física que aborda o movimento ordenado das
cargas elétricas, bem como as causas e efeitos deste movimento nos circuitos
elétricos. O estudo da eletrodinâmica, permite ampliar o entendimento a respeito do
princípio de funcionamento de diversas tecnologias que utilizam componentes
eletrônicos.

4.1 A CORRENTE ELÉTRICA

O conceito de corrente elétrica está associado ao fluxo ordenado de cargas


elétricas que atravessa determinada secção de um material por unidade de tempo.
Então, a intensidade de uma corrente elétrica 𝐼 pode ser representada
matematicamente conforme a equação 10, a seguir.

𝑑𝑞
𝐼= (10)
𝑑𝑡

No sistema internacional, a unidade de medida para corrente elétrica é o


ampere “𝐴”, que é equivalente a Coulomb por segundo (𝐶/𝑠).
Em condições naturais, o movimento dos elétrons livres nos metais é
desordenado, entretanto, diante da existência de uma diferença de potencial
elétrico (um polo negativo e outro positivo) que pode ser fornecida, por exemplo, por
pilhas e baterias, haverá formação de campo elétrico no interior do condutor,
fazendo com que os elétrons fluam de maneira ordenada, dando origem a corrente
elétrica.
Um ponto fundamental para o entendimento teórico sobre corrente elétrica é
diferenciar corrente elétrica real de corrente elétrica convencional. Sabe-se que no
interior dos condutores, são os elétrons livres que estão em movimento, são eles que
transportam energia elétrica e calor, não os prótons (cargas positivas). No entanto,

47
foi convencionado, por questões históricas, somente para fins de análise e cálculo de
circuitos, que a corrente elétrica é um movimento de cargas elétricas do polo positivo
para o polo negativo e que se desloca em sentido contrário ao da corrente elétrica
real. Existem dois tipos de corrente elétrica, a corrente continua e a corrente
alternada.
No primeiro tipo, o campo elétrico e a corrente, permanecem na mesma
direção durante o funcionamento do circuito, já nos circuitos que trabalham com
corrente alternada, tanto a direção do campo elétrico, quanto ao da corrente
variam com o tempo. Como exemplos, pode-se citar as pilhas e baterias como fonte
de corrente contínua e como fonte de corrente alternada, a geração hidrelétrica
que alimenta nossas residências. Uma das maneiras de converter corrente alternada
(𝐶𝐴) em corrente continua (𝐶𝐶) é por meio dos retificadores, assim, torna-se possível
o uso da energia da rede fornecida pelas concessionárias em aparelhos eletrônicos
de corrente continua.

4.2 LEIS DE OHM E RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Realizando diversos experimentos na área da eletrodinâmica, o físico Georges


Ohm enunciou a primeira lei de Ohm quando observou que para alguns condutores
a relação entre diferença de potencial (ou tensão) e corrente elétrica (𝑉/𝐼)
permanecia constante mesmo alterando a tensão de alimentação do circuito. Esta
relação recebeu o nome de resistência elétrica 𝑅 e como unidade de medida, Ohm,
cujo símbolo é 𝛺. A expressão matemática 11, mostra como é feito o cálculo da
resistência elétrica.
𝑉 = 𝑅. 𝐼 (11)
A resistência elétrica de determinado material possui relação com o grau de
dificuldade que a corrente elétrica tem em fluir pelo mesmo. Todo material resistivo
que obedece a primeira lei de Ohm é considerado um resistor ôhmico. É importante

48
ressaltar que a equação 11, pode ser utilizada para o cálculo da resistência elétrica
de resistores ôhmicos ou não, pois ela por si só, não constitui a lei de Ohm.
De acordo com YOUNG E FREEDMAN (2009), o valor da resistência elétrica dos
materiais considerados ôhmicos, é diretamente proporcional ao comprimento, a
resistividade e inversamente proporcional a área da secção transversal do mesmo,
como mostra a figura 19.

Figura 20: Fio Condutor De Comprimento L E Área De Secção Transversal A.

Fonte: Elaborado pelo Autor ( 2021).

A expressão matemática que relaciona os parâmetros geométricos do


condutor com o valor da resistência elétrica do mesmo, foi nomeada, segunda lei
de Ohm, conforme mostra a equação 12.

𝐿
𝑅 = 𝜌. 𝐴 (12)

Onde:
𝑅 − 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 𝑒𝑚 𝑂ℎ𝑚 (𝛺);
𝜌 − 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡𝑖𝑣𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑜 𝑚𝑎𝑡𝑒𝑟𝑖𝑎𝑙 𝑒𝑚 (𝛺 𝑥 𝑚);
𝐿 − 𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 (𝑚);
𝐴 − Á𝑟𝑒𝑎 𝑑𝑎 𝑠𝑒𝑐çã𝑜 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑣𝑒𝑟𝑠𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜𝑟 𝑒𝑚 (𝑚²).

49
De acordo com YOUNG E FREEDMAN (2009) A resistividade elétrica é uma
propriedade inerente ao material e é determinada experimentalmente e tabelada.
O inverso da resistividade é a condutividade, ou seja, quanto menos resistivo for o
material, melhor condutor de eletricidade ele será. Em contrapartida, materiais
isolantes como vidro e borracha, correspondem aos maiores valores de resistividade.

4.3 INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

São equipamentos ou aparelhos projetados com o propósito de medir diversas


grandezas físicas. Para o caso em específico dos instrumentos de medição utilizados
em eletricidade, podem ser tanto digitais, quanto analógicos, com diferentes
capacidades de precisão. Dentre muitos, pode-se citar: o osciloscópio, que permite
visualização gráfica de várias grandezas elétricas em função do tempo, o terrômetro,
para medir resistência elétrica de aterramento, o wattímetro, para se medir potência
elétrica, o amperímetro para se medir corrente elétrica, o voltímetro que possui
finalidade de medir diferença de potencial (ou tensão elétrica) etc. Um dos
instrumentos mais comuns é o multímetro, por apresentar grande versatilidade e boa
variedade de funções, pois pode ser ajustado para medir resistência elétrica,
corrente, tensão continua e alternada dentre outras. A figura 20 ilustra um multímetro
digital com algumas das funções citadas.

50
Figura 21: Multímetro Digital

Fonte: Disponível em: https://bit.ly/3AOHsdb. Acesso em: 13 jun. 2021.

Observa-se na figura 20, alguns símbolos importantes ao manuseio do


instrumento.
O símbolo 𝑉– representa a posição de ajuste para se medir tensão contínua,
𝑉~, tensão alternada, Ω resistência elétrica e 𝐴 − corrente contínua. As faixas de
valores servem como referência e devem ser escolhidas com base na intensidade
da grandeza a ser medida. Por exemplo, se o objetivo for medir a resistência de um
resistor com valor aproximado de 80Ω, a ponta do cursor deverá ser posicionada no
200 da escala (o primeiro ponto).
Para que as medições sejam realizadas de forma correta e sem danificar o
instrumento, alguns cuidados devem ser tomados. O primeiro deles é que para se
medir corrente elétrica, além de posicionar o cursor corretamente dentro do campo
próprio para corrente, deve-se “abrir” o circuito de modo que toda a corrente
elétrica que se deseja medir passe dentro do instrumento, assim, o multímetro passa
a se comportar como amperímetro, conforme mostra a figura 21.

51
Figura 22: Circuito Elétrico Com Bateria, Dois Resistores E Amperímetro Ligado Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Quando o multímetro é ajustado para se medir tensão, o mesmo passa a se


comportar como voltímetro. Um bom voltímetro deve possuir alta resistência elétrica
já que será ligado em paralelo ao componente ou ramo em que se deseja medir a
tensão, conforme mostra a figura 22.

Figura 23: Circuito Elétrico Com Bateria, Dois Resistores E Voltímetro Ligado Em Paralelo.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

52
53
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A lei de Ohm declara que a resistência elétrica de cada condutor de uma ampla
classe de condutores, especialmente os metálicos, é uma constante (quando
outros fatores externos não interferem no condutor em foco) e, neste caso, pela
definição de resistência 𝑅 = 𝑉/𝑖, a intensidade de corrente “𝑖” que vai percorrer o
condutor é diretamente proporcional a diferença de potencial “𝑉” nele aplicada.
Ao ser estabelecida uma 𝑑𝑑𝑝 de 50𝑉 entre os terminais de um resistor, estabelece-
se uma corrente elétrica de 5𝐴. É correto afirmar que a resistência elétrica deste
resistor será de:

a) 10 Ω
b) 0,1 Ω
c) 250 Ω
d) 1 Ω
e) Nenhuma das alternativas

2. (UNEB-BA). Um resistor ôhmico, quando submetido a uma 𝑑𝑑𝑝 de 40 𝑉, é


atravessado por uma corrente elétrica de intensidade 20 𝐴. Quando a corrente
que o atravessa for igual a 4 𝐴, a 𝑑𝑑𝑝 (diferença de potencial ou tensão), em volts,
nos seus terminais, será:

a) 8
b) 12
c) 16
d) 20
e) 𝑒30

3. (UFRGS- 2016). O gráfico abaixo apresenta a curva corrente elétrica


𝑖 versus diferença de potencial 𝑉 para uma lâmpada de filamento. Observe que
a relação entre corrente e tensão não é linear.

54
Sobre essa lâmpada, considere as seguintes afirmações.
I. O filamento da lâmpada é ôhmico.
II. A resistência elétrica do filamento, quando ligado em 6 𝑉, é 6 𝛺.
III. O filamento da lâmpada não é ôhmico.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas II e III.
e) Apenas I e III.

4. (UNIFESP) Você constrói três resistências elétricas, 𝑅𝐴, 𝑅𝐵 𝑒 𝑅𝐶, com fios de mesmo
comprimento e com as seguintes características:

I. O fio de 𝑅𝐴 tem resistividade 1,0 ·10−6 𝛺 · 𝑚 e diâmetro de 0,50 𝑚𝑚.


II. O fio de 𝑅𝐵 tem resistividade 1,2 ·10−6 𝛺 · 𝑚 e diâmetro de 0,50 𝑚𝑚.
III. O fio de 𝑅𝐶 tem resistividade 1,5 ·10−6 𝛺 · 𝑚 e diâmetro de 0,40 𝑚𝑚.

Pode-se afirmar que:

55
a) 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵 > 𝑅𝐶.
b) 𝑅𝐵 > 𝑅𝐴 > 𝑅𝐶.
c) 𝑅𝐵 > 𝑅𝐶 > 𝑅𝐴.
d) 𝑅𝐶 > 𝑅𝐴 > 𝑅𝐵.
e) 𝑅𝐶 > 𝑅𝐵 > 𝑅𝐴.

5. (MACK) Um fio 𝐴 tem resistência elétrica igual a duas vezes a resistência elétrica de
outro fio 𝐵. Sabe-se que o fio 𝐴 tem o dobro do comprimento do fio 𝐵 e sua secção
transversal tem raio igual à metade do raio da secção transversal do fio 𝐵. A
relação 𝑝𝐴 / 𝑝𝐵 entre a resistividade do material do fio 𝐴 e a resistividade do
material do fio 𝐵 é:

a) 0,25
b) 0,50
c) 0,75
d) 1,25
e) 1,50

6. A Segunda Lei de Ohm cita em seu enunciado que a resistência elétrica de um


condutor homogêneo de secção transversal constante, é diretamente
proporcional ao seu comprimento e inversamente proporcional à sua área de
secção transversal, além de depender do material que foi feito. Dois fios 𝐴 𝑒 𝐵 são
tais que o comprimento do fio 𝐵 é o dobro do comprimento do fio 𝐴 e a área de
secção do fio 𝐴 é 8 vezes menor que a do fio 𝐵. Sendo os fios feitos do mesmo
material, determine a razão entre a resistência do fio 𝐵 e a do fio 𝐴.
𝑎) ½
𝑏) ⅛
𝑐) ¼
𝑑) ⅞
𝑒) 1

7. A segunda Lei de Ohm relaciona as grandezas que influenciam na resistência


elétrica de um condutor elétrico. Essas grandezas são: resistividade do material,
comprimento e a área da secção transversal do condutor. Um cabo feito de liga

56
de cobre possui área de secção transversal correspondente a 10 mm2. Sabendo
que a resistividade da liga de cobre é de 2,1 𝑥 10−2 𝛺 . 𝑚𝑚²/𝑚, determine a
resistência para 5 m desse fio.

a) 1,05 𝑋 102
b) 2,05 𝑋 10−2
c) 1,05 𝑋 10−2
d) 1,05 𝑋 102
e) 1,05 𝑋 102

8. (UEL). Os instrumentos elétricos de medida são largamente encontrados em


laboratórios industriais. Esses equipamentos são utilizados para obtenção de
valores de várias grandezas físicas que estão envolvidas num circuito elétrico. Com
os aparelhos apropriados podemos fazer medidas de corrente elétrica, tensão e
resistência elétrica. Sobre o funcionamento de voltímetros e o funcionamento de
amperímetros, assinale a alternativa correta:

a) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve ser muito pequena para que,
quando ligado em paralelo às resistências elétricas de um circuito, não altere a
tensão elétrica que se deseja medir.
b) A resistência elétrica interna de um voltímetro deve ser muito alta para que,
quando ligado em série às resistências elétricas de um circuito, não altere a tensão
elétrica que se deseja medir.
c) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito pequena para
que, quando ligado em paralelo às resistências elétricas de um circuito, não altere
a intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
d) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito pequena para
que, quando ligado em série às resistências elétricas de um circuito, não altere a
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.
e) A resistência elétrica interna de um amperímetro deve ser muito alta para que,
quando ligado em série às resistências elétricas de um circuito, não altere a
intensidade de corrente elétrica que se deseja medir.

57
ANÁLISE DE CIRCUITOS DE UNIDADE
CORRENTE CONTINUA

INTRODUÇÃO
05
Um circuito elétrico consiste na ligação entre vários componentes eletrônicos
como, por exemplo, resistores, capacitores, indutores, baterias, pilhas, transistores,
dentre outros. Para um circuito ser considerado de corrente continua, grandezas
elétricas como corrente e tensão, devem permanecer constantes ao longo do
tempo. Por isso, este capítulo trata exclusivamente dos circuitos puramente resistivos,
bem como das associações de resistores possíveis.

5.1 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM SÉRIE

A associação de resistores em série consiste em um tipo de arranjo no qual só


há um caminho para a corrente elétrica, ou seja, a corrente elétrica que percorre
todos os resistores é a mesma. Um exemplo de associação de resistores em série é
mostrado na figura 23, a seguir.

Figura 24: Circuito Elétrico Puramente Resistivo Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

58
Nota-se que diante da avaria de qualquer componente, todo o restante do
circuito ficará sem alimentação de corrente elétrica e por consequência, de tensão.
A análise de circuito requer o cálculo de algumas grandezas físicas
importantes, como: resistência equivalente do circuito, corrente elétrica em cada
componente e total, tensão (ou ddp – diferença de potencial) em cada
componente e total, além da potência dissipada.
A resistência equivalente de um circuito, significa, de forma simplificada, o
valor de uma única resistência capaz de substituir todas as outras do arranjo. Nos
circuitos em série, a resistência equivalente é calculada como a soma de todas as
resistências que compõem o circuito elétrico, conforme a equação 12.

𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅𝑛 (12)

Por exemplo, para o circuito ilustrado na figura 24, supõe-se que os valores das
resistências sejam 𝑅1 = 3Ω, 𝑅2 = 8 Ω 𝑒 𝑅3 = 200 Ω.

Figura 25: Circuito Elétrico Puramente Resistivo Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).


Então, o valor da resistência equivalente do circuito será: 𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑅1 +
𝑅2 + 𝑅3
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 3Ω + 8Ω + 200 Ω
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 211 Ω
A corrente elétrica em todos os resistores será a mesma e a queda de tensão
em cada resistor será calculada pela relação 𝑉 = 𝑅. 𝐼.
Uma das grandezas mais importantes na análise de circuitos é a potência

59
elétrica. Por meio dela é possível calcular o consumo energético de cada
componente e do circuito todo. A potência elétrica está associada com a
quantidade de energia consumida ou recebida por unidade de tempo por um
componente ou circuito elétrico. Pelo sistema internacional, sua unidade de medida
é (𝐽/𝑠), Joule por segundo ou (𝑊) Watt.
Existem várias maneiras de se calcular potência elétrica, algumas expressões
úteis são mostradas nas equações 13, 14 e 15, a seguir.

𝑃 = 𝑉. 𝐼 (13)

𝑃 = 𝑉²/𝑅 (14)

𝑃 = 𝑅. 𝐼² (15)

Onde:
𝑷 – 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 – 𝑊
𝑼 – 𝑇𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝑉)
𝑹 – 𝑅𝑒𝑠𝑖𝑠𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝛺)
𝒊 – 𝐶𝑜𝑟𝑟𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 (𝐴)

Para se calcular energia elétrica consumida é necessário saber a potência


dissipada no componente ou circuito e o tempo de funcionamento, conforme
mostra a equação 16.

E = P. ∆T (16)

Onde:
𝑬 – 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑎 𝑊. 𝑠
𝑷 – 𝑃𝑜𝑡ê𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑒𝑙é𝑡𝑟𝑖𝑐𝑎 – 𝑊
∆𝑇 − 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑓𝑢𝑛𝑐𝑖𝑜𝑛𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 − 𝑠

60
A título de exemplificação, considere o circuito puramente resistivo em série
mostrado na figura 26.

Figura 26: Circuito Elétrico Puramente Resistivo Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

A fonte de alimentação fornece 10𝑉 de tensão. Considere que os valores das


resistências sejam 𝑅1 = 3Ω, 𝑅2 = 6Ω 𝑒 𝑅3 = 1Ω. Os principais cálculos para se realizar
a análise do circuito apresentado são:

1) CÁLCULO DA RESISTÊNCIA EQUIVALENTE


𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 3Ω + 6Ω + 1Ω
𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒 = 10Ω
2) CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA TOTAL DO CIRCUITO (CORRENTE
FORNECIDA PELA FONTE).
𝐼 = 𝑉/𝑅𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐼 = 10𝑉/10Ω
𝐼 = 1𝐴
3) CÁLCULO DA TENSÃO EM CADA RESISTOR
𝑉 = 𝑅. 𝐼
Tensão na resistência 1
V1 = R1. I
V1 = 3Ω x 1A = 3V
Tensão na resistência 2

61
V2 = R2. I
V2= 6Ω x 1A = 6V
Tensão na resistência 3
𝑉3= 𝑅3.𝐼
𝑉3= 1Ω 𝑥 1𝐴 = 1𝑉
Tensão total
V total = 3V + 6V + 1V
V total = 10V
Observa-se que em um circuito em série, a tensão fornecida pela fonte será
igual a soma das quedas de tensão nos componentes do circuito.
V total = V1 + V2 + V3
4) CÁLCULO DA POTÊNCIA DISSIPADA EM CADA RESISTOR
P= V.I
Potência dissipada na resistência 1
P1= V1.I
P1= 3V x 1A = 3W
Potência dissipada na resistência 2
P2= V2.I
P2= 6V x 1A = 6W
Potência dissipada na resistência 3
P3= V3.I
P3= 1V x 1A= 1W
Potência Total
P total = 3W + 6W + 1W
P total = 10W
Observa-se que em um circuito em série, a potência fornecida pela fonte
será igual a soma das potências dissipadas nos componentes do circuito.
P total = P1 + P2 + P3
Compare! A potência fornecida pela fonte é Pfonte = Vfonte x I fonte
Pfonte = 10V. 1A = 10W

62
5.2 ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES EM PARALELO

A associação de resistores em paralelo consiste em um tipo de arranjo no qual


há vários caminhos para a corrente elétrica. Além disso, todos os componentes ou
ramos do circuito que estiverem ligados em paralelo com a fonte, serão alimentados
com o mesmo valor de tensão. Um exemplo de associação de resistores em paralelo
é mostrado na figura 26, a seguir.

Figura 27: Circuito Elétrico Puramente Resistivo Em Paralelo.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Nota-se que diante da avaria de qualquer componente, os demais que


estiverem em paralelo, permanecerão recebendo corrente elétrica normalmente,
já que estão ligados de forma independente. Este é o tipo de arranjo presente nas
instalações residenciais e comerciais.

63
Segundo MARKUS (2011) nos circuitos em paralelo, a resistência equivalente é
calculada como a soma dos inversos de todas as resistências que compõem o
circuito elétrico, conforme a equação 17.

1 1 1 1
= R +R + R (17)
Requivalente 1 2 3

A título de exemplificação, considere o circuito puramente resistivo em


paralelo mostrado na figura 27.
Figura 28: Circuito Elétrico Puramente Resistivo Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Considere que a fonte de alimentação forneça 10𝑉 𝑑e tensão e que os


valores das resistências sejam 𝑅1 = 3Ω, 𝑅2 = 6Ω 𝑒 𝑅3 = 1Ω. Os principais cálculos para
se realizar a análise do circuito apresentado são:

1) CÁLCULO DA RESISTÊNCIA EQUIVALENTE

64
1 1 1 1
= R +R +R
Requivalente 1 2 3

1 1 1 1
= 3+6+1
Requivalente

1 9
=6 (invertendo ambos os lados da igualdade)
Requivalente

R_equivalente = 0,6666 Ω

FIQUE ATENTO - Início


Observe que em um circuito em paralelo, a resistência equivalente possui
valor inferior do que a menor resistência do circuito. Quanto maior for o número de
resistências associadas em paralelo, menor será o valor da resistência equivalente
e por consequência, maior será o valor da corrente total que entra no circuito.
FIQUE ATENTO – Fim

2) CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA TOTAL DO CIRCUITO (CORRENTE


FORNECIDA PELA FONTE).
I = V/Requivalente
I = 10V/0,666Ω
𝐈 = 𝟏𝟓𝐀
𝐂𝐨𝐫𝐫𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐞𝐥é𝐭𝐫𝐢𝐜𝐚 𝐞𝐦 𝐜𝐚𝐝𝐚 𝐫𝐞𝐬𝐢𝐬𝐭𝐨𝐫 𝐬𝐞𝐫á:
I1 = V/R1 I1 = 10V/3Ω I1 = 3,33A
I2 = V/R2 I2 = 10V/6Ω I2 = 1,666A
I3 = V/R3 I3 = 10V/1Ω I3 = 10A
3) CÁLCULO DA TENSÃO EM CADA RESISTOR
Como todos os resistores estão ligados em paralelo com a fonte, estes estão
submetidos a mesma tensão.
V1 = V2 = V3 = Vfonte = 10V
4) CÁLCULO DA POTÊNCIA DISSIPADA EM CADA RESISTOR
P = V. I
Potência dissipada na resistência 1
P1 = V1. I
P1 = 10V x 3,333A = 33,333W
Potência dissipada na resistência 2

65
P2 = V2. I
P2 = 10V x 1,666A = 16,666W
Potência dissipada na resistência 3
P3 = V3. I
P3 = 10V x 10A = 100W
Potência Total
P total = 33,33W + 16.67W + 100,00W
P total = 150W
Observa-se que em um circuito em paralelo, a potência fornecida pela
fonte será igual a soma das potências dissipadas nos componentes do circuito.
P total = P1 + P2 + P3
Compare! A potência fornecida pela fonte é Pfonte = Vfonte x I fonte
Pfonte = 10V. 15A = 150W

5.3 CIRCUITOS MISTOS

São circuitos que apresentam componentes ligados em série e em paralelo.


No geral, um circuito misto possui pontos em comum com os dois tipos de arranjos
de resistores estudados até o momento. Considere o circuito puramente resistivo e
misto mostrado na figura 28.

66
Figura 29: Circuito Elétrico Puramente Resistivo E Misto.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Supondo que a fonte de alimentação forneça 10𝑉 de tensão e que os valores


das resistências sejam 𝑅1 = 3Ω, 𝑅2 = 3Ω 𝑒 𝑅3 = 4Ω. Os principais cálculos para se
realizar a análise do circuito apresentado são:

1) CÁLCULO DA RESISTÊNCIA EQUIVALENTE


Para o cálculo da resistência equivalente de um circuito misto, a análise
deve ser feita por partes. Observa-se que os resistores 𝑅1 𝑒 𝑅2 encontram-se em
paralelo.
Então, a resistência equivalente de R1 em paralelo com R2 será de:
1 1 1
= +
R paralelo R1 R2
1 1 1
= +
R paralelo 3 3
1 2
=
R paralelo 3
R paralelo = 1,5Ω
As resistências 𝑅1 𝑒 𝑅2, associadas em paralelo, são equivalentes a uma
resistência de 1,5 Ω. Após este cálculo, o circuito misto ilustrado na figura 28 ficará
conforme mostrado na figura 29.

67
Figura 30: Circuito Elétrico Puramente Resistivo E Em Série.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Após esta simplificação, a associação equivalente transformou-se em um


arranjo de dois resistores em série. Então, a resistência equivalente será a soma direta
dos resistores.
Req = 5,5 Ω

2) CÁLCULO DA CORRENTE ELÉTRICA TOTAL DO CIRCUITO (CORRENTE FORNECIDA


PELA FONTE) E CORRENTE EM CADA RESISTOR.

I = V/Requivalente

I = 10V/5,5Ω

I = 1,81A

Neste ponto, é importante a introdução sobre o conceito de divisor de corrente,


pois pelo cálculo anterior, vimos que a corrente total, ou seja, aquela que sai da
fonte será de 5,5 𝐴. Neste exemplo, em que os resistores 𝑅1 𝑒 𝑅2 são iguais, é intuitivo
concluir que a corrente total se divide em duas partes iguais após passar por
𝑅3, 𝑎𝑠𝑠𝑖𝑚, 𝐼1 = 2,75𝐴 𝑒 𝐼2 = 2,75𝐴, conforme mostra a figura 30.

68
Figura 31: Circuito Elétrico Puramente Resistivo E Misto.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

E quando a corrente elétrica encontra dois caminhos com resistências


diferentes, como ela irá se dividir? Analise a figura 31, em que 𝐼1 𝑒 𝐼2 são as correntes,
nos ramos 1 e 2, respectivamente.

Figura 32: Circuito Elétrico Puramente Resistivo E Misto.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

As expressões para se calcular I 1 e I2 são mostradas a seguir, pelas equações


18 e 19, respectivamente.

69
Itotal × R2
I1 = (18)
R1 +R2

Itotal × R1
I2 = (19)
R1 +R2

Tendo em vista os valores de todas as resistências e correntes que percorrem


o circuito, utilizando as relações 𝑉 = 𝑅. 𝐼 𝑒 𝑃 = 𝑉. 𝐼 é possível calcular as tensões e
potências para quaisquer componentes do circuito misto do exemplo.

70
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Um circuito misto é aquele que dispõe de componentes eletrônicos conectados


tanto em paralelo quanto em série, associados a uma só fonte de tensão.
O circuito misto, possui alguns pontos de consumo ligados em série e outros em
paralelo, ou seja, apresenta seus elementos ligados uns em série e outros em
paralelo. Qual é a resistência equivalente em Ohm da associação a seguir:

a) 80
b) 100
c) 90
d) 62
e) 84

2. Associação de resistores é o circuito elétrico formado por dois ou mais elementos


de resistência elétrica ôhmica (constante), ligados em série, paralelo ou ainda, em
uma associação mista. Assinale a alternativa correta em relação aos circuitos
elétricos:

71
a) Circuitos mistos são circuitos que apresentam vários dispositivos diferentes, como
capacitores, resistores, diodos etc.
b) A resistência equivalente para uma associação de resistores em paralelo terá
sempre um valor menor do que o da menor resistência que compõe o circuito.
c) Em uma associação de resistores em série, o valor da corrente elétrica total é a
soma das correntes elétricas de todos os resistores.
d) Quando se quer manter a ddp entre os terminais de vários resistores igual, eles
devem ser associados em série.
e) A resistência equivalente para uma associação de resistores em série terá sempre
um valor menor do que o da menor resistência que compõe o circuito.

3. (UFSM-RS). Analise as afirmações a seguir, referentes a um circuito contendo três


resistores de resistências diferentes, associados em paralelo e submetidos a uma
certa diferença de potencial, verificando se são verdadeiras ou falsas.

I. A resistência do resistor equivalente é menor do que a menor das resistências dos


resistores do conjunto;
II. A corrente elétrica é menor no resistor de maior resistência;
III. A potência elétrica dissipada é maior no resistor de maior resistência.

A sequência correta é:

a) F, V, F.
b) V, F, F.
c) V, V, V.
d) V, V, F.
e) F, F, V.

4. (PUC) Três resistores idênticos de 𝑅 = 30𝛺 estão ligados em paralelo com uma
bateria de 12𝑉. Pode-se afirmar que a resistência equivalente do circuito é de:

a) Req = 10Ω, e a corrente é 1,2 A.


b) Req = 20Ω, e a corrente é 0,6 A.
c) Req = 30Ω, e a corrente é 0,4 A.

72
d) Req = 40Ω, e a corrente é 0,3 A.
e) Req = 60Ω, e a corrente é 0,2 A.

5. O circuito elétrico paralelo é o tipo de circuito que oferece mais de um caminho


para a passagem de corrente elétrica. Ele possui duas ou mais cargas ligadas em
paralelo.
Sobre um circuito que contém apenas uma associação de resistores em paralelo,
é INCORRETO afirmar que:

a) A corrente total do circuito é igual à soma das correntes individuais de cada


resistor;
b) A ddp em cada resistor é igual à tensão elétrica fornecida pela fonte;
c) A resistência equivalente é sempre menor do que a resistência de menor valor que
o circuito contém;
d) A corrente elétrica é igual em todos os resistores;
e) Se um resistor queima, a corrente elétrica que circula nos demais componentes do
circuito não se altera.

6. Considere a associação de resistores em paralelo da figura a seguir:

A resistência equivalente no circuito é de:

a) Req = 4Ω
b) Req = 20Ω
c) Req = 30Ω
d) Req = 40Ω

73
e) Req = 60Ω

7. Um resistor ôhmico de resistência elétrica igual a 2,0 𝛺 é atravessado por uma


corrente elétrica de 1,5 𝐴. Determine a quantidade de energia elétrica dissipada
por esse resistor a cada segundo.

a) 0,75 W
b) 1,33 W
c) 3,0 W
d) 4,5 W
e) 0,3 W

8. (PUC/RJ – 2018) Um circuito tem 3 resistores idênticos, dois deles colocados em


paralelo entre si, e ligados em série com o terceiro resistor e com uma fonte de
12 𝑉. A corrente que passa pela fonte é de 5,0 𝑚𝐴. Qual é a resistência de cada
resistor, em 𝑘Ω?

a) 0,60
b) 0,80
c) 1,2
d) 1,6
e) 2,4

74
MAGNETISMO E UNIDADE
ELETROMAGNETISMO

INTRODUÇÃO
06
Na antiguidade, há mais de 2000 anos, na região de magnésia, os gregos já
observavam uma pedra com comportamento estranho e que era capaz de atrair
objetos de ferro. Nomeada como ímã, termo derivado do francês aimant, que
significa amado, pelo poder de atração que pode exercer, sabe-se atualmente que
esta pedra é constituída de óxido de ferro e chamada frequentemente de
magnetita. Desde então, o estudo dos imãs ficou conhecido como magnetismo e
até meados do século XIX não existiam vínculos fortes entre a eletricidade e o
magnetismo, eram considerados campos quase independentes do conhecimento
científico. Durante o século XIX Oersted, experimentalmente, descobriu que o fluxo
de corrente elétrica através de um fio condutor afetava a orientação da agulha de
sua bússola e tempo depois, Ampère mostrou que pedaços de ferro deixados no
entorno de um fio conduzindo corrente elétrica, eram atraídos. Nestas observações
permitiram a junção da eletricidade com o magnetismo, dando origem ao
eletromagnetismo.

6.1 MAGNETISMO E CONCEITOS SOBRE: FERROMAGNETISMO,


PARAMAGNETISMO E DIAMAGNETISMO

Durante a evolução das ideias sobre magnetismo, alguns fatos sobre os ímãs
foram observados. O primeiro deles é a capacidade de atrair o ferro e alguns outros
metais que serão tratados em breve. O segundo fato, é que os imãs possuem regiões
onde a força de atração é mais intensa. Estas regiões foram denominadas como
polos. Um experimento simples que ilustra estas observações é mostrado na figura
33, a seguir.

75
Figura 33: Limalha De Ferro Atraída Por Um Imã.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.306).

A limalha de ferro é atraída por todo o ímã, entretanto, é na região dos polos
que nota-se maior concentração. A maneira com a qual a limalha de ferro se
distribui ao redor do imã, ajuda no entendimento conceitual a respeito da
distribuição das linhas do campo magnético. O terceiro fato importante é que se um
imã leve for suspenso por meio da sua região central, de modo que possa mover-se
livremente, seu polo sul (sul magnético) ficará orientado aproximadamente para o
polo norte da terra (norte geográfico) e seu polo norte (norte magnético) ficará
orientado aproximadamente para o polo sul do planeta terra (sul geográfico),
conforme ilustra a figura 34. Esta característica permitiu o surgimento das primeiras
bússolas e motivou as famosas navegações dos séculos 15 e 16.

Figura 34: Limalha De Ferro Atraída Por Um Imã.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.303)

O quarto fato observado após a nomeação dos polos é que os polos com
nomes diferentes se atraem e polos com mesmo nome se repelem. Observe a
ilustração apresentada na figura 35.

76
Figura 35: Interação Entre Os Polos De Dois Ímãs.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.304).

Por último, notou-se que os polos são inseparáveis, ou seja, um imã ao ser
dividido em vários pedaços, dá origem a outros novos imãs, todos com um polo norte
e um polo sul, esta afirmação, conceituada como o princípio da inseparabilidade
dos polos é ilustrada na figura 36.

Figura 36: Divisão De Um Ímã.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.304).

77
O campo magnético por se tratar de uma grandeza vetorial, apresenta
módulo, direção e sentido, como mostra a figura 37.

Figura 37:(A) Imã Com As Ilustrações Das Linhas De Campo; (B) Imã Com Pequenas Bússolas.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.305)

O símbolo 𝐵, presente na imagem da figura 35(a), representa o campo


magnético e sua direção é indicada por meio do vetor campo magnético em cada
ponto das linhas de campo. Na figura 35(b) as setas envolvidas por um círculo,

78
ilustram conceitualmente, a direção das agulhas das pequenas bússolas colocadas
em posições diferentes das linhas do campo magnético. Desta forma, representa-se
as linhas de força do campo magnético como saindo do polo norte e entrando no
polo sul do ímã. O vetor campo magnético será sempre tangente às linhas de
campo.

6.1.1 FERROMAGNETISMO, PARAMAGNETISMO E DIAMAGNETISMO

Dependendo da forma com que os materiais se comportam e interagem


diante da presença de um campo magnético externo, podem se classificar como
ferromagnéticos, paramagnéticos ou diamagnéticos. Os materiais ferromagnéticos
imantam-se intensamente na presença de um campo magnético externo, ou seja,
ocorre o alinhamento dos seus domínios magnéticos, assim, estes materiais passam a
gerar um campo magnético de reforço e se comportarem momentaneamente
como imãs. Os materiais que possuem comportamento ferromagnético são: ferro,
níquel, cobalto e suas ligas. Os materiais paramagnéticos são aqueles fracamente
atraídos pelos ímãs. Alguns exemplos desta categoria são magnésio, alumínio, sulfato
de cobre etc. Por último, os diamagnéticos, quando na presença de um campo
magnético externo, têm seus domínios magnéticos internos alinhados de maneira a
produzir um campo magnético contrário a àquele que lhe originou, assim, sofrem leve
repulsão. Compondo este grupo, pode-se citar: chumbo, prata, cobre etc.

6.1.2 A FORÇA MAGNÉTICA

Estudos experimentais mostram que o campo magnético não exerce força


sobre cargas elétricas em repouso, entretanto, caso uma partícula carregada com
carga “𝑞” e velocidade “𝑣”, entre em uma região com campo magnético de
intensidade “𝐵”, a mesma poderá sofrer influência de uma força magnética “𝐹” de
acordo com a equação 20.

𝐹 = 𝐵. 𝑞. 𝑣. 𝑠𝑒𝑛(𝜃) (20)

Onde:
F = força que atua sobre a carga em Newton (N).

79
B = Intensidade do campo magnético em Tesla (T)
q = valor da carga elétrica em Coulomb (C)
θ = ângulo em grau entre o vetor velocidade da partícula e o vetor campo magnético.

Realizando uma análise matemática da equação 20, nota-se que para os


ângulos de 0º 𝑒 180º, o termo 𝑠𝑒𝑛(𝜃) será igual a zero, ou seja, caso a partícula se
desloque paralelamente em relação às linhas do campo magnético, não haverá
força magnética atuante, conforme ilustra a figura 38.

Figura 38: (A) Carga Elétrica Se Deslocando No Mesmo Sentido Do Campo Magnético; (B)
Carga Elétrica Se Deslocando No Sentido Contrário Ao Campo Magnético.

(a) (b)
Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.316).

Em contrapartida, a força magnética que atua sobre a carga elétrica será


máxima caso o ângulo 𝜃 = 90º, ou seja, caso a partícula se desloque
perpendicularmente em relação ao campo magnético, como observado na figura
39.
Figura 39: (A) Carga Elétrica Se Deslocando Perpendicularmente Em Relação Campo Magnético.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.317).

80
O sentido da força magnética 𝐹 que atua sobre a carga elétrica pode ser
melhor entendido utilizando a regra do tapa. Com a mão direita aberta, o polegar
representa o sentido da velocidade (𝑣) da carga elétrica e os demais dedos,
representam o sentido do campo magnético (𝐵). Caso a carga elétrica seja positiva,
a força se dá no sentido da palma da mão, caso seja negativa, no sentido das costas
da mão, de acordo com a figura 40.

Figura 40: Regra Do Tapa Aplicada Para Uma Carga Positiva; (B) Regra Do Tapa Aplicada
Para Uma Carga Negativa.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2021).

Por se tratar de uma análise feita tridimensionalmente, para facilitar a


visualização e o entendimento dos exemplos, é comum a adoção de algumas
nomenclaturas a respeito do sentido das grandezas físicas envolvidas. Usa-se os
símbolos com a seguinte convenção:

→ vetor “entrando” no plano do papel

→ vetor “saindo” do plano do papel

81
Por exemplo, a figura 41 ilustra em (a) a representação do vetor força
magnética saindo do plano e em (b) a representação do vetor força magnética
entrando no plano.

Figura 41: (A) Carga Elétrica Se Deslocando Perpendicularmente Em Relação Campo


Magnético.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.317).

Considerando o sistema internacional, a unidade de medida para campo


magnético 𝐵 é o tesla, com símbolo 𝑇, em homenagem ao engenheiro e pesquisador
Nikola Tesla (1856-1943), que contribuiu enormemente para as áreas de geração e
transmissão de energia elétrica.

6.2 ELETROMAGNETISMO

O experimento de Oersted, realizado por volta de 1820, foi um dos marcos


unificadores da eletricidade com o magnetismo. Seu aparato experimental, consistiu
de um fio condutor retilíneo, de uma chave, de uma bateria e de uma bússola, como
ilustra a figura 42.

82
Figura 42: Aparato Experimental De Oersted (A) Chave Aberta; (B) Chave Fechada E
Corrente Elétrica No Sentido Anti-Horário; (C) Chave Fechada E Corrente Elétrica No Sentido
Horário.

(a) (b) (c)


Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.344).

O experimento se inicia-se com a chave aberta, conforme mostrado na figura


40(a). Neste instante, não há passagem de corrente elétrica pelo fio e a agulha da
bússola permanece inalterada em sua posição e em repouso. Quando a chave é
fechada, figura 40(b), uma corrente elétrica percorre o fio e a bússola muda de
posição. Em seguida, figura 40(c), os polos da bateria são invertidos e, por
consequência, a corrente elétrica inverte. Neste momento, o polo norte da bússola
que, anteriormente estava mais afastado do fio, aproxima-se.
Após o experimento, Oersted concluiu que além dos ímãs, a corrente elétrica
também pode gerar campo magnético e que, inclusive, ao mudar o sentido da
corrente elétrica, houve inversão no sentido do campo magnético.

6.2.1 A LEI DE AMPÉRE PARA UM FIO RETO E LONGO

Por meio da lei de Ampère foi possível estabelecer relação entre o campo
magnético produzido por uma corrente elétrica que percorre um fio longo com: o
meio material, a intensidade da corrente e a distância perpendicular até o fio
condutor. A direção e o sentido do campo magnético podem ser obtidos utilizando
a regra da mão direita da seguinte maneira: posiciona-se o polegar da mão direita
no sentido da corrente elétrica, então, os outros dedos curvados, darão o sentido
de rotação do campo magnético, conforme mostra a figura 41(b).

83
Figura 43: (A) Fio Condutor E Limalha De Ferro Revelando O Contorno Das Linhas De Campo
Sobre Uma Folha Branca; (B) Regra Da Mão Direita Relacionando Sentido Da Corrente E Do
Campo Magnético Gerado Por Ela.

(a) (b)
Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.347).

O cálculo da intensidade do campo magnético produzido é realizado de


acordo com a equação 21.

𝜇0 .𝑖
𝐵= (21)
2.𝜋,𝑑

Onde:
B = intensidade do campo magnético em Tesla (T);

μ = constante de permeabilidade magnética do meio material em (T. m/A)

Para o vácuo, μ0 = 4 π. 10−7 T. m/A


I = intensidade da corrente elétrica em Ampère (A);
d = distância do ponto até o centro do fio em metro (m)

A equação 21 trata-se de uma aplicação bastante particular da lei de


Ampère, cuja forma geral é escrita de acordo com a equação 22, a seguir.

∮ B. dl = μ. I (22)

84
HAYT e BUCK (2013) afirmam que lei de Ampère em sua forma geral é útil como
ponto de partida para relacionar campo magnético com corrente elétrica em
problemas que envolvem trajetória fechada com corrente constante.

6.2.2 CAMPO MAGNÉTICO DE UMA ESPIRA CIRCULAR

Uma espira circular consiste em um fio curvado de maneira circunferencial,


condutor de corrente elétrica, conforme mostra a figura 42(a). Neste caso em
específico, nota-se que o aspecto geral do campo magnético gerado pela
passagem de corrente elétrica é mostrado na figura 42(b) e pode ser determinado,
tendo em vista a regra da mão direita ilustrada na figura 42(c).

Figura 44: (A) Espira Circular; (B) Campo Magnético Gerado Na Espira Circular; (C) Regra Da
Mão Direita Relacionando Sentido Da Corrente E Do Campo Magnético.

(a) (b) (c)

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.355).

85
Durante o estudo dos ímãs, discutiu-se que as linhas do campo magnético
saem do polo norte e entram no polo sul, então, é possível fazer uma analogia e
afirmar que uma espira circular, quando alimentada por uma corrente elétrica, tem
comportamento similar ao de um pequeno ímã. Observe a figura 43(a) e (b), a seguir.

Figura 45: (A) Campo Magnético Gerado Na Espira Circular; (B) Ímã Produzindo Campo
Magnético.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.355).

Em ambas figuras, 43(a) e (b), nota-se a geração de campo magnético,


entretanto, somente em (a), a intensidade e o sentido do campo magnético
dependem da corrente elétrica. Caso a corrente elétrica passe a circular, na espira,
no sentido horário, o campo magnético gerado será (𝑁) − (𝑆).
A expressão matemática que relaciona a intensidade do campo magnético
produzido no centro da espira com a corrente elétrica é apresentada na equação
23.

𝜇.𝑖
𝐵 = 2.𝑟 (23)

Onde:
B = intensidade do campo magnético em Tesla (T);

μ = constante de permeabilidade magnética do meio material em (T. m/A)

Para o vácuo, μ0 = 4 π. 10−7 T. m/A

86
I = intensidade da corrente elétrica em Ampère (A);
r = raio da espira em metro (m)

Segundo SAMPAIO E CALÇADA (2012), a determinação do campo magnético


de uma espira em um ponto qualquer pode ser deduzida por meio da Lei de Biot-
Savart.

6.2.3 CAMPO MAGNÉTICO DE UM SOLENÓIDE

De acordo com Sampaio e Calçada (2012) um solenoide consiste em um fio


condutor enrolado em forma hélice cilíndrica. É comum os solenoides serem
chamados de bobinas longas, pois são parecidas com um arranjo de várias espiras
com mesmo eixo central, observe nas figuras 44(a) e (b). O fato dos solenoides terem
suas espiras bem próximas e comprimento 𝐿 significativamente maior do que o
diâmetro 𝐷, de cada espira individual, faz com que o campo magnético gerado em
seu interior se aproxime de linhas paralelas, como mostra a figura 46(a).

Figura 46: (A)Ilustração De Um Solenoide; (B) Foto De Um Solenoide Real.

(a) (b)
Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.361).

87
O campo magnético gerado por um solenoide se assemelha ao de um ímã
em barra. Quanto maior o número de espiras condutoras, maior é a capacidade do
solenoide em produzir campos magnéticos mais intensos. Para não ocorrer curto-
circuito, os fios das espiras são cobertos com um verniz isolante.
Segundo HAYT e BUCK (2013) aplicando, novamente a Lei de Ampère pode-
se deduzir que o campo magnético gerado no interior do solenoide ideal tem
intensidade dada pela equação 24.

μ.i
B = N. (24)
l

Onde:
B = intensidade do campo magnético em Tesla (T);

μ = constante de permeabilidade magnética do meio material em (T. m/A)

Para o vácuo, μ0 = 4 π. 10−7 T. m/A


I = intensidade da corrente elétrica em Ampère (A);
l = comprimento total do solenoide em metro (m)
N = Número de espirasUm bom solenoide precisa, dentre outros fatores, ter
uma boa relação 𝑁/𝐿, ou seja, grande número de espiras por unidade de
comprimento.

6.3 AS LEIS DE FARADAY E DE LENZ

Oersted no início do século 19, em 1820, demonstrou experimentalmente que


é possível gerar campo magnético por meio de uma corrente elétrica que atravessa
um condutor. Michael Faraday em 1831 realizou diversos experimentos para mostrar
que o inverso também é possível, ou seja, o pesquisador descobriu que ao variar o
fluxo magnético, pode-se induzir o surgimento de corrente elétrica em condutores.
O conceito de fluxo magnético está associado com a intensidade de campo
magnético 𝐵 que atravessa uma superfície de área 𝐴, como ilustra a figura 45.

88
Figura 47: (A)Fluxo Do Campo Magnético Através Da Superfície S.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.367)

A unidade de medida de fluxo magnético pelo sistema internacional é o 𝑊𝑏


(weber), em homenagem ao físico e matemático alemão que contribuiu
enormemente no estudo da indução eletromagnética. A expressão matemática
para o cálculo de fluxo magnético é dada pela equação 25, a seguir.

∅ = 𝐵. 𝐴. 𝐶𝑜𝑠(∝) (25)

Onde:

B = intensidade do campo magnético em Tesla (T);

∅ = fluxo magnético em T. m²;

A = área da superfície em m²;

∝= ângulo entre as linhas de fluxo do campo e o vetor normal n da superfície.

Após alguns estudos e experimentos, Faraday enunciou que se o fluxo


magnético através de uma superfície variar com o tempo, surgirá neste no circuito
uma corrente elétrica, denominada, corrente elétrica induzida. Um ponto
importante é que, cessada a variação de fluxo magnético, a corrente induzida
também desaparecerá. Neste mesmo contexto histórico e, após as conclusões de
Faraday, o físico Heinrich Lenz complementou a teoria enunciando a conhecida lei
de Lenz “o sentido da corrente induzida é tal que o campo magnético produzido
por ela irá se opor ao fluxo que lhe deu origem”. Para ilustrar melhor as Leis de Lenz

89
e Faraday, observe as figuras 46(a) e (b). Considere um ímã em forma de barra de
modo que seu eixo mantenha-se perpendicular ao plano da espira. Se o ímã e a
espira permanecem em repouso, um em relação ao outro, não há o que se falar em
corrente elétrica induzida na espira, pois não há variação de fluxo magnético, já que
o número de linhas de campo magnético no interior da espira permanece constante.
A partir do instante que ocorre aproximação da espira com o ímã, o fluxo magnético
no interior da espira aumenta, observe a figura 48(a).

Figura 48: (A)Corrente Elétrica Induzida Em Uma Espira Circular

(a) (b)

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.372).

Diante da variação positiva de fluxo magnético no interior da espira, surge


nela uma corrente elétrica induzida no sentido anti-horário. Esta corrente elétrica
induzida, por sua vez, gera um fluxo magnético contrário ao que lhe originou, como
enuncia a lei de Lenz.

Figura 49: (A)Corrente Elétrica Induzida Em Uma Espira Circular.

Fonte: Sampaio e Calçada (2012 p.372).

90
Caso a espira seja afastada do imã, o número de linhas de campo magnético
em seu interior irá reduzir, desta forma, a corrente elétrica induzida se inverterá (terá
sentido horário) e produzirá fluxo magnético no sentido de compensar a redução
provocada pelo distanciamento do ímã, conforme mostra a figura 47.

91
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Um feixe composto por partículas positivas, negativas e neutras, entra numa região
que possui campo magnético 𝐵. É correto afirmar que:

a) a partícula 1 possui carga negativa.


b) a partícula 3 possui carga positiva.
c) A força magnética que atua sobre uma partícula, depende da velocidade de
entrada desta no campo magnético.
d) a partícula 2 é negativa.
e) A força magnética que atua sobre uma partícula será maior caso a partícula
esteja em repouso.

2. (UFRS) Uma pequena bússola é colocada próxima de um ímã permanente. Em


quais posições assinaladas na figura a extremidade norte da agulha apontará
para o alto da página?

92
a) somente em A ou D
b) somente em B ou C
c) somente em A, B ou D
d) somente em B, C ou D
e) em A, B, C ou D

3. (FGV-SP) Da palavra 'aimant', que traduzido do francês significa amante, originou-


se o nome ímã, devido à capacidade que esses objetos têm de exercer atração
e repulsão. Sobre essas manifestações, considere as proposições:

I. assim como há ímãs que possuem os dois tipos de polos, sul e norte, há ímãs que
possuem apenas um;
II. o campo magnético terrestre diverge dos outros campos, uma vez que o polo
norte magnético de uma bússola é atraído pelo polo norte magnético do planeta;
III. os pedaços obtidos da divisão de um ímã são também ímãs que apresentam os
dois polos magnéticos, independentemente do tamanho dos pedaços.

Está correto o contido em:

a) I, apenas.
b) III, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

93
4. O campo magnético da terra foi descrito pelo médico inglês William Gilbert (1544
– 1603), com o uso da “terrella”, um ímã esférico sobre o qual era apoiada uma
agulha.
Qual é a importância do campo magnético terrestre? O campo magnético
terrestre impede a entrada de várias partículas nocivas à saúde, vindas do sol e
de outras regiões da galáxia. Ao atingirem o campo magnético da terra, essas
partículas são desviadas por causa da carga elétrica que possuem.

A Terra é considerada um imã gigantesco, portanto, é correto afirmar que:

a) O polo norte geográfico está exatamente sobre o polo sul magnético, e o sul
geográfico está na mesma posição que o norte magnético.
b) O polo norte geográfico está exatamente sobre o polo norte magnético, e o sul
geográfico está na mesma posição que o sul magnético.
c) O polo norte magnético está próximo do polo sul geográfico, e o polo sul
magnético está próximo ao polo norte geográfico.
d) O polo norte magnético está próximo do polo norte geográfico, e o polo sul
magnético está próximo do polo sul geográfico.
e) O polo norte geográfico está defasado de um ângulo de 45º do polo sul
magnético, e o polo Sul geográfico está defasado de 45º do polo norte
magnético.

5. Uma bússola é colocada na proximidade do imã da figura sobre o ponto 𝐴:

2Sabendo que o vermelho corresponde ao polo norte da bússola, qual será a


orientação da agulha sobre o ponto (𝐴):

94
6. (UDESC 2008) Considere as seguintes afirmativas:

I. A experiência de Hans Christian Oersted comprovou que um elétron é desviado,


ao se deslocar em um campo magnético, na mesma direção do campo.
II. Ao partirmos um ímã ao meio, separamos o polo Norte magnético do polo Sul
magnético, dando origem a dois novos ímãs monopolares.
III. Quando uma partícula carregada desloca-se paralelamente ao vetor campo
magnético, a força magnética sobre ela é nula.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

c) Somente a afirmativa III é verdadeira.

d) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

7. (UDESC 2016/2) Observe o extrato a seguir do conto “Tempestade Solar” do escritor


Ítalo Calvino.
“O Sol está sujeito a contínuas perturbações internas de sua matéria gasosa e
incandescente, que se manifestam em perturbações visíveis na superfície:

95
protuberâncias estourando como bolhas, manchas de luminosidade atenuada,
intensas cintilações das quais se erguem no espaço jatos repentinos. Quando uma
nuvem de gás eletrizado emitido no espaço pelo Sol investe a Terra atravessando
as faixas de Van Allen, registram-se tempestades magnéticas e auroras boreais”
(Ítalo Calvino em Todas as Cosmicômicas – Companhia das Letras, 2007, 1 ed).
Esse trecho relata fenômenos que afetam diretamente o mundo atual.
Diariamente uma “chuva de partículas” proveniente do Sol bombardeia o planeta
Terra. Caso essas partículas chegassem à superfície terrestre, ocorreriam diversos
problemas de saúde. Felizmente, o campo magnético do nosso planeta oferece
uma proteção natural contra essas partículas, defletindo-as antes de chegarem à
superfície. Por outro lado, quando o Sol tem picos de atividade, em períodos de
aproximadamente 11 anos, esses ventos solares penetram mais na atmosfera
prejudicando seriamente os sistemas de comunicação via satélite e os sistemas de
GPS. Esse fenômeno afeta em particular o Brasil, onde se encontra a Anomalia
Magnética do Atlântico Sul, na qual há a redução da intensidade do campo
magnético terrestre.
Analise as proposições sobre a ação do campo magnético terrestre para defletir
as partículas carregadas da superfície do planeta Terra.

I. A força magnética atua sempre perpendicularmente ao plano definido pelos


vetores velocidade e campo magnético terrestre.
II. A força magnética varia o módulo da velocidade e a sua direção, desviando as
partículas para os polos terrestres.
III. No caso do Brasil, o raio da trajetória das partículas é maior que nos países que se
encontram fora da Anomalia Magnética do Atlântico Sul, pois o campo
magnético é menos intenso.
IV. O raio da trajetória da partícula é diretamente proporcional ao campo magnético
terrestre e inversamente proporcional à sua velocidade.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras.

96
b) Somente as afirmativas II e III são verdadeiras.

c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.

e) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.

8. (UFSC 2015). A ideia de linhas de campo magnético foi introduzida pelo físico e
químico inglês Michael Faraday (1791-1867) para explicar os efeitos e a natureza
do campo magnético. Na figura ao lado, extraída do artigo “Pesquisas
Experimentais em Eletricidade”, publicado em 1852, Faraday mostra a forma
assumida pelas linhas de campo com o uso de limalha de ferro espalhada ao redor
de uma barra magnética.

Sobre campo magnético, é CORRETO afirmar que:

a) as regiões com menor densidade de linhas de campo magnético próximas


indicam um campo magnético mais intenso.
b) as linhas de campo magnético sempre se cruzam.
c) por convenção, as linhas de campo magnético “saem” do polo sul e “entram” no
polo norte.
d) quebrar um ímã em forma de barra é uma maneira simples de obter dois polos

97
magnéticos isolados.
e) cargas elétricas em repouso não interagem com o campo magnético.

98
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 A

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E

99
REFERÊNCIAS

HALLIDAY, D. R. R. K. D. S. Física 3, Eletromagnetismo, volume 2. 10 Ed. Rio de


Janeiro: LTC, 2016.

JR., H.; HART, W.; BUCK, J. A. Eletromagnetismo. Grupo A, 2013. 9788580551549.


Disponível em: https://bit.ly/3J1YfMN. Acesso em: 1 set. 2021.

YOUNG E FREEDMAN. Física III, Eletromagnetismo. 12ª ed. Pearson. São Paulo. 2009.
Disponível em: https://bit.ly/3rj3G3R. Acesso em: 1 set. 2021.

SAMPAIO E CALÇADA. ELETRICIDADE E FÍSICA MODERNA. 1ª ed. São Paulo. Editora


Atual, 2012.

MARKUS, O. Circuitos Elétricos - Corrente Contínua e Corrente Alternada. Editora


Saraiva, 2011. 9788536518237. Disponível em: https://bit.ly/3IVz26p. Acesso em: 1 set.
2021.

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