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FACULDADE ÚNICA

DE IPATINGA

PESQUISA E PRÁTICA INTER-


DISCIPLINAR: CARTOGRA-
FIA, GEOGRAFIA URBANA E
DA POPULAÇÃO
Idelmar Medeiros do Amaral
Moises da Silva Almeida

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Idelmar Medeiros do Amaral

Possui graduação em Geografia pelo Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (2005)
e especialização em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Pitágoras (2007).

Moises da Silva Almeida


Doutor em Ciências no Instituto de Geociências da UNICAMP. Mestre em Ciências e En-
genharia Ambiental pela Universidade Federal de Alfenas. Graduado em Geografia e En-
genharia Ambiental. Possui experiência na área de Educação, com ênfase em Adminis-
tração Educacional e atua, principalmente, em cursos preparatórios para o ENEM. Atua
como Professor da carreira EBTT da rede federal de ensino.

PESQUISA E PRÁTICA INTERDISCIPLINAR:


CARTOGRAFIA, GEOGRAFIA URBANA E DA
POPULAÇÃO

2
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles são
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:

São sugestões de links para vídeos, documentos cientí-


fico (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblio-
teca Pearson) relacionados com o conteúdo abor-
dado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im-
portantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!

São exercícios de fixação do conteúdo abordado em


cada unidade do livro.

São para o esclarecimento do significado de determi-


nados termos/palavras mostradas ao longo do livro.

Este espaço é destinado para a reflexão sobre ques-


tões citadas em cada unidade, associando-o a suas
ações, seja no ambiente profissional ou em seu cotidi-
ano.

1ª edição

Ipatinga – MG
2020

3
SUMÁRIO

UNIDADE HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA.....................................7

01
1.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 7
1.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA ........................................................................ 7
1.3 FORMA DA TERRA ..........................................................................................11
1.4 ORIENTAÇÃO .................................................................................................12
1.4.1 Pontos cardeais ...................................................................................... 14
1.4.2 Pontos colaterais ................................................................................ 14
1.4.3 Pontos subcolaterais.......................................................................... 14
FIXANDO O CONTEÚDO...............................................................................18

UNIDADE MOVIMENTOS DA TERRA E COORDENADAS GEOGRÁFICAS ......23

02
2.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................23
2.2 MOVIMENTOS DA TERRA ..............................................................................23
2.3 SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS .........................................................................26
2.4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS ................................................................29
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 34

UNIDADE FUSOS HORÁRIOS ...........................................................................41

03
3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................41
3.2 FUSOS HORÁRIOS ..........................................................................................42
3.3 LINHA INTERNACIONAL DE DATA (LID) ......................................................45
3.4 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS...................................................................46
3.5 HORÁRIO DE VERÃO .....................................................................................48
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 51

UNIDADE ESCALA............................................................................................55

04
4.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................55
4.2 ESCALA ...........................................................................................................55
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 62

UNIDADE PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS ......................................................66

05
5.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................66
5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES.............................................................67
5.2.1 Tipos de Projeções ............................................................................. 68
5.2.2 Projeção Cilíndrica ............................................................................ 69
5.2.3 Projeção Cônica ............................................................................... 71
5.2.4 Projeção Plana, Azimutal ou Polar .................................................... 72
5.2.5 Anamorfose......................................................................................... 74
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 76

4
UNIDADE CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS E SENSORIAMENTO REMOTO.83

06
6.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................83
6.2 CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS...............................................................83
6.3 SENSORIAMENTO REMOTO ..........................................................................86
6.4 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS .......................................91
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................... 94

UNIDADE O APARECIMENTO DA CIDADE NA SOCIEDADE OCIDENTAL ...101

07
7.1 A FORMAÇÃO DAS CIDADES MEDIEVAIS ...............................................101
7.2 O RENASCIMENTO URBANO E AS CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES..104
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 107

UNIDADE A INDUSTRIALIZAÇÃO E A FORMAÇÃO DA SOCIEDADE URBANA

08
.......................................................................................................112

8.1 AS INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA FORMAÇÃO DAS


CIDADES........................................................................................................112
8.2 MUDANÇAS ESTRUTURAIS NO PAPEL DAS CIDADES ..............................114
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 117

UNIDADE ANÁLISE DA CIDADE CONTEMPORÂNEA ...................................122

09
9.1 Dinâmicas de crescimento da cidade contemporânea ..................122
9.2 A cidade contemporânea e a rede urbana........................................124
9.3 Novas relações entre o espaço urbano e rural ..................................128
9.4 A gestão urbana e o estatuto da cidade .............................................130
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 134

UNIDADE A QUESTÃO URBANA OBSERVANDO AS RELAÇÕES INTER E

10
INTRAURBANA, E OS DESDOBRAMENTOS DESTAS RELAÇÕES NA
PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO.................... 138

10.1 O processo de expansão e especulação urbana, e as situações de


vulnerabilidade socioambiental .............................................................139
10.2 A questão da periferização e as novas funcionalidades do espaço
urbano ..........................................................................................................142
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 144

UNIDADE O DIREITO À CIDADE ....................................................................150

11
11.1 Os diferentes modos de vida e a cultura nas cidades ......................150
11.2 O espaço urbano e a cidadania............................................................151
FIXANDO O CONTEÚDO ........................................................................ 144

5
UNIDADE AS METRÓPOLES, AS CIDADES MÉDIAS E PEQUENAS.................162

12
12.1 ASPECTOS CONCEITUAIS E INTERDISCIPLINARES ...................................162
12.2 Uma análise da hierarquia e rede urbana do Brasil ...........................165
12.3 O espaço urbano de Minas Gerais ........................................................167
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 171

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .........................................................177

REFERÊNCIAS .................................................................................................. 179

6
HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DA UNIDADE

01
CARTOGRAFIA

1.1 INTRODUÇÃO

A Cartografia está presente em grande parte do dia a dia das pessoas. Sem
sua parte mais elementar, o ser humano não conseguiria se orientar no Planeta, esta-
ria restrito a uma pequena área ou vagaria perdido, sem conseguir retornar a sua
origem. Pense como seria durante as cruzadas ou nas grandes navegações, sem falar
em vários outros eventos históricos associados a longas movimentações populacio-
nais.
A popularização da cartografia chegou com o avanço da tecnologia e a era
digital, ocorridas principalmente nos últimos 20 anos. Além de ser usada em várias
áreas de conhecimento, como navegação (aérea, rodoviária, marítima), agricultura,
planejamento urbano, identificação de alvos militares, climatologia, hidrologia, ar-
quitetura, dentre outros, o uso chegou ao cidadão comum através do uso do GPS e,
posteriormente, de aplicativos de navegação como Waze ou o Google Maps, apli-
cativos de viagens e turismo como o Google Earth e outros como Uber.
A cartografia é ainda essencial para o Geógrafo, seja na investigação e com-
preensão do espaço geográfico, seja na sua representação.
Nesse livro você aprenderá a importância da cartografia, sua história, concei-
tos, orientação, coordenadas geográficas, como utilizar fusos horários e escala, tipos
de projeções, convenções cartográficas e sensoriamento remoto.

1.2 HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA

A discussão sobre a origem de um tipo de conhecimento é sempre polêmica,


o que acontece também com a Cartografia, visto estar associado diretamente a
história da própria humanidade.
O homem, desde os tempos mais antigos, quando ainda era nômade, já pre-
cisa demarcar áreas por onde passava, caçava e coletava, além de definir territórios.
Esses registros, têm referências como árvores, rios, morros, animais e rochas, muitas

7
vezes em forma de pinturas rupestres, permitia ao homem primitivo, não apenas de-
finir rotas e caminhos, mas marcá-los para, depois de longas jornadas, conseguir vol-
tar com segurança para seu grupo, ou seja, foi fundamental para a sobrevivência da
espécie humana. Esses registros datam de pelo menos 6.200 antes de Cristo.
Com o advento das explorações e do comércio, associados as grandes nave-
gações e as guerras, a necessidade de se localizar na superfície terrestre foi se tor-
nando cada vez maior, o que, em conjunto com o desenvolvimento das Ciências e
da Arte, com destaque principalmente para a Matemática, marca os primórdios da
Cartografia como Ciência.
Muitas dessas representações se perderam no tempo, sendo que a primeira a
ser considerada como mapa, pelos geógrafos, representando provavelmente a re-
gião do rio Eufrates, é o “Mapa de Ga-Sur”, feito em argila e datado de aproximada-
mente 3.000 anos a.C.

Figura 1: Mapa de Ga-Sur (Datado entre 3.800 e 2.500 AC )

Fonte: Schmitz, (2010, p. 121)

Muitos outros mapas primitivos foram encontrados em várias partes da Ásia,


contribuindo para a construção, posterior de uma linguagem cartográfica, que pode
se dizer, surgiu antes mesmo da linguagem escrita. Logicamente que, essas primeiras
representações eram a percepção do espaço daquelas pessoas que os fizeram, in-
fluenciadas pelo contexto social, cultural e histórico em viviam.

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Se os primeiros fundamentos da ciência cartográfica foram lançados na Gré-
cia Antiga, quando Hiparco (160-120 a.C.) utilizou-se de métodos astronômicos em
seus cálculos e criou a projeção cônica, os gregos avançaram com as medidas ge-
ométricas, criando a noção de longitude e latitudes e os primeiros sistemas de proje-
ção, com destaque para Ptolomeu (90-168 d.C.), que apesar de criar os princípios
matemáticos da cartografia, foi ignorado durante toda a idade média pelo oci-
dente.
Com o final da idade média, todo conhecimento cartográfico esquecido no
ocidente, mas preservado pelos árabes, ressurge e se desenvolve com as necessida-
des náuticas ligadas as grandes navegações, no século XV, passando a ter um as-
pecto mais funcional, impulsionado pelo advento da agulha magnética, com a in-
venção da imprensa, que possibilitou a impressão acelerada de mapas e, finalmente,
com a fundação da Escola de Sagres, em Portugal, que criaram um aspecto carto-
gráfico mais científico.
No século XVI a produção cartográfica foi intensa, com destaque para os car-
tógrafos portugueses, espanhóis e italianos e, posteriormente, pelos holandeses, re-
presentada principalmente por Mercator. Em 1569 apareceu o primeiro mapa de
Mercator, que foi intensamente utilizado durante as grandes navegações. Apenas
um ano depois (1570) é publicado o primeiro atlas moderno do mundo, o Theatrum
Orbis Terrarum.
As cartas náuticas portuguesas, chamadas de Portulanas, foram as primeiras a
conter realmente referências geográficas, baseadas em astros e instrumentos como
o astrolábio, quadrantes, bússola, dentre outros.
O século XVII e XVIII foi dominado pela Escola Francesa que deu maior credi-
bilidade científica a cartografia através da associação a diversas outras ciências,
com destaque para a Matemática, a Geodésia e a Astronomia, acabando com as
improvisações e dando lhe um sentido mais objetivo.
O desenvolvimento de serviços geográficos e cartográficos nacionais se de-
senvolveram no século XIX, principalmente nos países europeus. A expansão do co-
mércio mundial, realizado através dos oceanos, contribuíram para a ampliação dos
levantamentos costeiros de todas as partes do mundo e o surgimento de projeções
importantes como a de Mollweide e da de Gauss. Nesse mesmo século também se
desenvolveu a cartografia náutica brasileira.

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Na atualidade, a grande revolução tecnológica permitiu um avanço da car-
tografia através do uso da aerofotogrametria, dos satélites e da eletrônica. O desen-
volvimento de certas tecnologias expandiu as possibilidades da cartografia, possibili-
tando a criação de mapas mais precisos e detalhados, resultando na criação dos
Sistemas de Informações Geográficas – SIG, possibilitando sua popularização através
de celulares com o uso de aplicativos, smartphones e dispositivos móveis baseados
na navegação por satélite e definição de rotas, como, por exemplo, o Waze, levando
a cartografia definitivamente a era digital e colaborativa.

 No século XXI, ainda na primeira década, a internet passa por importantes transforma-
ções, disponibilizando ferramentas para geração, busca e compartilhamento de con-
teúdo. Nesse contexto surgem as primeiras plataformas de cartografia colaborativa na
internet. Leia mais em: https://bit.ly/3n0nfsM. Acesso em: 15 fev. 2020;

 Leia o artigo “Cartografia inclusiva: reflexões e propostas” de Almeida, Sena e Carmo


(2018) e entenda um pouco mais da cartografia no cotidiano social. Disponível em:
https://bit.ly/32iFsdd. Acesso em: 15 fev. 2020;

 Leia também o artigo de Serradj (2014) “Cartografia, Informação Geográfica E Novas


Tecnologias. Trata da evolução da utilização da informação geográfica e sua carto-
grafia após três revoluções tecnológicas: a digital, a multimídia e a da comunicação.
Após breve apresentação da informação geográfica, veremos quais são as grandes
transformações ocorridas na Cartografia. Disponível em: https://bit.ly/38gMxhZ. Acesso
em: 15 fev. 2020.

O conceito de Cartografia, para definir as representações cartográficas, foi


criada no século XIX, em 1839, pelo Visconde de Santarém. Posteriormente, em 1964,
a Associação Cartográfica Internacional (ACI), criou um conceito mais amplo, sem
grandes contestações, o que fez com que a própria UNESCO adotasse o conceito
em 1966.

A Cartografia apresenta-se como o conjunto de estudos e operações


científicas, técnicas e artísticas que, tendo por base os resultados de
observações diretas ou da análise de documentação, se voltam para
a elaboração de mapas, cartas e outras formas de expressão ou re-
presentação de objetos, elementos, fenômenos e ambientes físicos e
socioeconômicos, bem como a sua utilização (OLIVEIRA, 1993, p. 13).

10
1.3 FORMA DA TERRA

As dimensões e o formato do nosso Planeta sempre foram tema de especula-


ções, muitas vezes com roupagens místicas, gerando vários conceitos e interpreta-
ções de qual seria a verdadeira forma da Terra. Na antiguidade, alguns estudiosos
acreditavam ser a Terra plana, o que gerava debates acalorados, pois outros, como
Pitágoras (528 A.C.), afirmavam ser a Terra esférica. O desenvolvimento tecnológico
e o surgimento de novas técnicas cartográficas foram essenciais para resolver essa
questão.
A superfície da Terra é irregular, pois sofre constantes alterações, seja pela di-
nâmica interna do Planeta (terremotos, vulcões, placas tectônicas), pela dinâmica
externa (clima e erosão) ou pela ação antrópica.

A introdução da Matemática ajudou a simplificar os cálculos da superfície ter-


restre. O matemático alemão Carl Gauss (1777 – 1855), afirmou ser o formato da Terra
Geoide, ou seja, a forma da Terra subtraída das montanhas e vales, pois estes são
muito pequenos em relação ao diâmetro do planeta. Porém, não é possível calcular
matematicamente a forma geoide, pois ela é aproximadamente esférica, com sua-
ves ondulações e achatada nos polos.
Em busca de uma simplificação para representar o planeta, que fosse possível
de ser calculado matematicamente, facilitando a definição de coordenadas, ado-
tou se a figura geométrica ELIPSE ou ELIPSÓIDE (achatado nos polos), tornando-se a
referência na elaboração das representações cartográficas.

11
Figura 2: Forma geométrica da Terra

Fonte: Adaptado de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísitca (2018)

A ciência responsável por estudar a forma e as dimensões da Terra chama-se


Geodesia. O nome foi usado pela primeira vez por Aristóteles e é, simultaneamente,
um ramo das geociências e um tipo de engenharia.

1.4 ORIENTAÇÃO

Os meios de orientação surgiram da necessidade de se posicionar correta-


mente, de posicionar localidades ou para traçar rotas. Durante a história da humani-
dade, essa orientação foi feita por meios e formas diferentes. Quando as distâncias
a serem percorridas não fossem longas, podia-se usar como referências recursos na-
turais como rios, lagos e montanhas. Para distâncias maiores, aprenderam a usar os
astros, como o sol, a lua e algumas estrelas.

12
O Sol se tornou a mais importante referência para o ser humano. O lugar onde
nasce passou a ser chamado de nascente, leste ou oriente, daí o surgimento do
termo orientação, ou seja, a busca do oriente ou onde o sol nasce. Onde o sol se põe
foi denominado de poente, oeste ou ocidente, possibilitando a criação da Rosa dos
Ventos com quatros pontos cardeais: Norte, Sul, Leste e Oeste.

Figura 3: Rosa dos Ventos

Fonte: Rocha (2016, online)

A partir da Rosa dos Ventos, com base no Leste, é possível encontrar também
os pontos cardeais Norte (também chamado de Boreal ou Setentrional) e o Sul (tam-
bém chamado de Austral ou Meridional).
A distância entre dois pontos cardeais subsequentes é de 90º, ou seja, formam
um ângulo reto. Entre dois pontos cardeais é possível encontrar o ponto colateral,
sendo eles Nordeste, Sudeste, Sudoeste e Noroeste. A distância entre um ponto car-
deal e seu ponto colateral subsequente é sempre de 45º.
Existe ainda os pontos subcolaterais, que no total são oito, situados entre cada
ponto cardeal e colateral. Apesar desse ponto ser citado em todos os livros didáticos
e materiais de cartografia, praticamente não é usado pelo aluno de Ensino Funda-
mental e Médio.

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1.4.1 Pontos cardeais

Norte (N) – demonstra a direção exata em que o Polo Norte está localizado.
Assim, possui dois tipos de sinônimos: setentrional e boreal. A Estrela Polar é usada
para auxiliar na direção;
Sul (S) – demonstra a direção exata em que o Polo Sul está localizado. Dessa
forma, dois tipos de sinônimos são possíveis: meridional e austral. A estrela usada na
direção é o Cruzeiro do Sul.
Leste (L) – O “nascer do sol” é utilizado como referencial. Assim, o sinônimo
comum é a palavra oriente.
Oeste (O) – O “pôr do sol” é utilizado como o referencial. O sinônimo mais po-
pular é a palavra ocidente.

1.4.2 Pontos colaterais

NO/NW – entre o Oeste e o Norte, há o ponto colateral Noroeste.


SE/SW – entre o Oeste e o Sul, há o ponto colateral Sudoeste.
SE – entre o Leste e o Sul, há o ponto colateral Sudeste.
NE – entre o Leste e o Norte, há o ponto colateral Nordeste.

1.4.3 Pontos subcolaterais

ENE: Leste-nordeste
ESE: Leste-sudeste
SSE: Sul-sudeste
NNE: Norte-nordeste
NNO/NNW: Norte-noroeste
SSO/SSW: Sul -sudoeste
OSO/WSW: Oeste-sudoeste
ONO/WNW: Oeste-noroeste

Esses pontos facilitam a orientação de navios e aviões ou de qualquer pessoa


na superfície terrestre, principalmente em lugares onde não há estradas, como em
desertos e florestas. Na análise de mapas são usados como referências de lugares ou
elementos. Por exemplo, pode-se dizer que um navio afundou na Costa Oeste dos

14
Estados Unidos ou, ainda, citar como referência, que o Aquífero Guarani localiza-se
no Planalto Meridional Brasileiro.
Vale lembrar ainda que a rosa dos ventos é utilizada na bússola, instrumento
que possui uma agulha imantada que aponta sempre para o norte magnético, pos-
sibilitando ao usuário uma noção correta da direção a seguir.

15
que você mais permanece em casa também deve ser levado em consideração.
Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-jose-do-rio-preto-aracatuba/mercado-imobiliario-do-interior/noticia/orien-
tacao-solar-e-fator-importante-na-hora-de-escolher-o-imovel.ghtml. (adaptado). Acesso em: 15 fev. 2020

Apesar de ter se destacado durante as grandes navegações, no século XVI, a


bússola foi criada na China, no século I, mas somente em 1302 o marinheiro e inventor
Flávio Gioia aperfeiçoou a bússola, colocando a agulha sobre um cartão com o de-
senho de uma rosa dos ventos, o que facilitou a orientação.

Figura 4: Componentes de uma bússola

Fonte: Nery (2009, online)

Além do Norte Magnético (NM), também existe o Norte Geográfico (NG) ou


verdadeiro (NV), assim chamado porque é o ponto onde passa o eixo de rotação da
Terra, sendo ainda a referência do sistema de coordenadas geográficas, que vere-
mos no próximo capítulo. O Norte Verdadeiro (90ºN) é o Polo Norte, onde se intercep-
tam todos os meridianos.
A diferença entre o Norte Magnético e o Norte Geográfico é medido em
graus, sendo chamada de declinação magnética. Essa declinação varia no tempo
geológico e de acordo com a localização da área no Planeta.

16
Figura 5: Declinação Magnética (+D)

Fonte: Magnetic declination (2020, online)

 Aprenda a encontrar os pontos cardeais sem a bússola. Disponível em:


https://bit.ly/3km2Z3b.

17
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Enem) Leia o texto a seguir.

O JARDIM DE CAMINHOS QUE SE BIFURCAM

[...] Uma lâmpada aclarava a plataforma, mas os rostos dos meninos ficavam na sombra.
Um me perguntou: O senhor vai à casa do Dr. Stephen Albert? Sem aguardar resposta,
outro disse: A casa fica longe daqui, mas o senhor não se perderá se tomar esse caminho
à esquerda e se em cada encruzilhada do caminho dobrar à esquerda.

Borges, J. Ficções. Rio de Janeiro: Globo, 1997. p. 96 (adaptado).

Quanto à cena descrita, considere que:


I. o Sol nasce à direita dos meninos.
II. o senhor seguiu o conselho dos meninos, tendo encontrado duas encruzilhadas
até a casa.
Conclui-se que o senhor caminhou, respectivamente, nos sentidos:

a) Oeste, Sul e Leste.


b) Leste, Sul e Oeste.
c) Oeste, Norte e Leste.
d) Leste, Norte e Oeste.
e) Leste, Norte e Sul.

2. A figura simula um jogo de futebol, na qual o time A é composto pelos jogadores


de A a L e o time B pelos jogadores de 1 a 11. O narrador do jogo, ao observar o
movimento aparente do sol, pode descrever a seguinte jogada:

18
a) O goleiro do time A lança a bola na direção SO para o jogador E.
b) O jogador 9 chuta na direção NE para o jogador H, na porção meridional do
campo.
c) O jogador 10 finaliza a jogada chutando para o gol na direção NE.
d) O goleiro do time B, do lado oriental do campo, defende a bola do jogador I,
chutada na direção SE.
e) O jogador E, a oeste do jogador F, chuta a bola para o jogador J na direção SO.

3. (UFG-GO). Observe o mapa a seguir.

A leitura e a interpretação do mapa, por meio da análise da rede geográfica e


dos pontos de referência, indicam que o município de Sabará localiza-se:

a) ao norte de Belo Horizonte e ao sul de Caeté.


b) a oeste de Nova Lima e a leste de Santa Luzia.
c) a leste de Belo Horizonte e a oeste de Caeté.
d) a oeste de Raposos e a leste de Santa Luzia.
e) ao sul de Raposos e ao sul de Taquaraçu de Minas

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4. Considere o esquema abaixo (pontos cardeais, colaterais e subcolaterais), que
posiciona algumas capitais brasileiras e as direções NOROESTE (NO), SUDESTE (SE),
ESTE-NORDESTE (ENE) e SUDOESTE (SO), respectivamente:

A alternativa que correlaciona a capital e a direção indicada é:

a) Teresina, Belo Horizonte, Fortaleza, São Paulo


b) Cuiabá, São Paulo, Manaus, Vitória
c) Manaus, Rio de Janeiro, Aracaju, Campo Grande
d) Fortaleza, Teresina, Campo Grande, Cuiabá

5. (PUC). Levando em consideração que, no dia em que esta foto foi tirada, o Sol se
pôs exatamente atrás da estátua do Cristo Redentor, podemos AFIRMAR que:

a) O Pão de Açúcar está situado ao norte da parte frontal da estátua do Cristo Re-
dentor.
b) O braço direito do Cristo Redentor está apontando para a direção sul.
c) O Leste está na direção da parte de trás da estátua do Cristo Redentor.
d) A enseada de Botafogo está ao sul da parte frontal da estátua do Cristo Redentor.
e) O braço esquerdo do Cristo Redentor está apontando para a direção oeste.

20
6. A Terra comporta-se como um imenso ímã, ou seja, tem magnetismo próprio. Ob-
serve as figuras, que são representações do campo magnético da Terra.

A partir da observação das figuras e de seus conhecimentos, pode-se afirmar que:

a) se buscamos as coordenadas geográficas do polo Norte Magnético para atingir o


polo Norte Geográfico, o provável é que não cheguemos lá, porque a localização
dos polos magnéticos da Terra não coincide com a dos polos geográficos.
b) o polo norte magnético encontra-se na costa norte do Alasca e o polo sul magné-
tico na costa oeste da Antártida.
c) se buscarmos as coordenadas geográficas do polo sul magnético para atingir o
polo sul geográfico, o provável é que alcancemos nosso intento, porque a locali-
zação dos polos magnéticos da Terra coincide com a dos polos geográficos.
d) o polo norte magnético encontra-se na Groenlândia, na América do Norte, e o
polo sul geográfico na costa norte da Antártida.
e) o polo norte magnético encontra-se na costa norte do Canadá, no oceano Atlân-
tico, portanto, junto à localização do polo norte geográfico.

7. Posicionando os estados brasileiros a partir de orientações em pontos cardeais e

21
colaterais pode ser considerado que:

a) o estado do Mato Grosso encontra-se em uma posição meridional em relação ao


Amazonas e Pará.
b) o Acre e o Amazonas possuem as terras mais orientais do território brasileiro.
c) os estados mais orientais do Nordeste são o Piauí e o Maranhão.
d) em Roraima encontra-se a extremidade mais meridional do país.
e) o estado de Goiás está ao sul de Tocantins e a leste de Minas Gerais.

8. A grande família do Alasca

“Nas profundezas do Alasca selvagem, vive a recém-descoberta família Brown. Billy, sua
esposa Ami e os sete filhos (cinco rapazes e duas garotas) vivem isolados do mundo, de-
senvolvendo dialetos e sotaque próprios. Em determinadas épocas do ano, os Brown che-
gam a passar até nove meses sem contato com forasteiros”.
Fonte: http://www.brasil.discovery.uol.com.br/aventura/a-grande-familia-do-alasca/a-grande-fami-
lia-do-alasca-sobre-a-serie/. Acesso em: 28/02/2020.

Assinale em quais hemisférios se encontra a família Brown:


a) setentrional e oriental.
b) austral e oriental.
c) austral e ocidental.
d) boreal e ocidental.
e) meridional e oriental.

22
MOVIMENTOS DA TERRA E UNIDADE

02
COORDENADAS GEOGRÁFICAS

2.1 INTRODUÇÃO

Neste capítulo você vai estudar sobre os principais movimentos da Terra


e compreender como influenciam na orientação do Planeta, na definição
dos dias e noites e das estações do ano. Aprenderá ainda sobre as coorde-
nadas geográficas, valores numéricos por meio dos quais se define, com pre-
cisão, um ponto na superfície terrestre, além de delimitar as zonas térmicas do
planeta e os fusos horários.
Esse capítulo é essencial em todo estudo de cartografia, uma vez que
seria impossível se orientar, localizar ou mesmo representar a Terra sem os co-
nhecimentos que envolvem os assuntos discutidos na unidade.

2.2 MOVIMENTOS DA TERRA

Desde os tempos mais remotos, o dia e a noite são os métodos mais eficazes
de medição do tempo. Outra forma muito usual de medir o tempo, mas durante pe-
ríodos mais longos, é a variação do clima durante as estações do ano, com a pre-
sença de longo período de calor, neve ou mesmo o florescer das plantas. Ambos
métodos estão relacionados com os movimentos da Terra, diferenciando apenas se
esse movimento é em torno do próprio eixo ou em torno do sol.
O movimento que o Planeta faz em torno do próprio eixo é chamado ROTA-
ÇÃO. O movimento ocorre de oeste para leste, em sentido anti-horário, e tem uma
duração de 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, ou, aproximadamente 24 horas, com-
pletando o dia solar. Além de determinar os dias e as noites, esse movimento também
tem influência nos mecanismos de circulação atmosférica global e na dinâmica das
correntes marítimas.
A existência de dias e noites determina os índices de luminosidade, tempera-

23
tura e umidade do ar, essenciais para o desenvolvimento dos ecossistemas do Pla-
neta. Vale lembrar que a iluminação do sol varia na superfície terrestre durante o ano,
pois o eixo imaginário, em torno do qual a terra faz sua rotação, tem uma inclinação
de 23º27’ em relação a órbita terrestre.

Figura 6: Movimento de Rotação

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do


IBGE (2018)

Outro movimento essencial para a vida e dinâmica do planeta é o de TRANS-


LAÇÃO. Nesse movimento a Terra gira em torno do Sol, de oeste para leste, mesmo
sentido do movimento de rotação. Esse movimento tem duração de 365 dias, 5 horas,
49 minutos e dois segundos, ou seja, um ano solar, sendo responsável pela ocorrência
das estações do ano e, consequentemente, dos solstícios e equinócios.
Considerando, aproximadamente, uma duração de 365 dias e 6 horas, será
fácil perceber que a cada ano sobrará 6 horas, pois o ano civil adotado, por con-
venção, tem 365 dias. O ajuste será feito a cada 4 anos, quando o ano terá 366 dias
e o mês de fevereiro 29 dias, o que é chamado de ano bissexto.

24
 O que é um ano? Uma pergunta simples, com uma resposta aparentemente simples:
um ano é a quantidade de tempo que a Terra demora a dar uma volta ao Sol. Mas
como sabemos quando a Terra completa uma volta ao Sol? Para responder a esta
questão é necessário escolher uma referência que nos permita realizar a medição. Leia
mais em: https://bit.ly/3kd2DMa. Acesso em: 11 fev. 2020;

 Os nascidos e os que vão nascer no dia 29 de fevereiro, devem ser registrados na data
exata do nascimento. Isso se faz por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos
de Saúde, pelo médico ou profissional de saúde que acompanhou a gestação ou
parto do nascido. Não se trata da Certidão de Nascimento, mas da Declaração de
Nascido Vivo. Leia mais em: https://bit.ly/35avSee. Acesso em: 11 fev. 2020;

 Livro “Roteiro Cartográfico” de Menezes e Fernandes (2013) constrói o conhecimento


cartográfico com conceitos clássicos e modernos, até os dias atuais. Leia da pág. 85 a
113). Disponível em: https://bit.ly/3pjYtpB. Acesso em: 11 fev. 2020.

É importante frisar que a determinação das estações do ano não está associ-
ada apenas ao movimento de translação da Terra, mas também a inclinação de seu
eixo de rotação, que faz com que o sol incida em ângulos diferentes na superfície
terrestre, provocando variações de fotoperíodo.

Fotoperíodo: É a duração do dia (24 horas) em relação à noite. O fotoperíodo é a resposta


das plantas a esse período.O fotoperíodo afeta a floração porque indica a estação. Plan-
tas neutras ou indiferentes são aquelas plantas que não dependem do fotoperíodo, mas
da disponibilidade de água e temperatura.

O movimento de translação ocorre em uma orbita elíptica, fazendo com que


a Terra se aproxime ou se afaste mais do Sol. O momento em que a Terra está mais
próxima do Sol é chamada de Periélio (do grego, peri = perto e hélio = sol), quando
a Terra fica a aproximadamente 147 milhões de Km do Sol, o que acontece próximo
ao dia 03 de janeiro. Por volta do dia 04 de julho ocorre o Afélio (do grego, ap =
longe, distante e hélio = sol), momento em que a Terra se encontra mais distante em
sua órbita de translação, a 152 milhões de km. Apesar das datas coincidirem com o

25
verão e inverno do hemisfério sul, o Periélio e o Afélio não são responsáveis pelas es-
tações no ano, apenas intensificando-as. Você estudará mais sobre o assunto em
física, pois o tema é explicado pela 2ª Lei de Kepler: Lei das Áreas.

Os responsáveis pela ocorrência das estações do ano são o movimento de Translação da


Terra e a inclinação do eixo terrestre em relação ao seu plano de órbita.

Figura 7: Afélio, Periélio, Solstício e Equinócio

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

2.3 SOLSTÍCIOS E EQUINÓCIOS

Ao longo do ano, quatro pontos durante o movimento de Translação são im-


portantes, pois registram o início das estações do ano em cada hemisfério, de acordo
com a incidência solar, definindo os Solstícios e Equinócios.
Os Solstícios, do latim solstare, significa sol distante. Esse é o momento em que
o sol fica perpendicular a um dos trópicos. Vale lembrar que os trópicos são o ponto
máximo em que o sol incide perpendicularmente, ou seja, quando o sol incide per-
pendicularmente sobre o trópico de Câncer, é o momento em que o Sol está mais
distante do hemisfério sul. Nesse momento inicia-se o verão no hemisfério norte e o
inverno no hemisfério sul, o que ocorre no dia 21 de junho. No dia 21 de dezembro o
Sol encontra-se perpendicular ao Trópico de Capricórnio, dando início ao Solstício de
Verão nesse hemisfério. As estações do ano são inversas de hemisfério para hemisfé-
rio.

26
Durante os solstícios tem-se a maior variação do fotoperíodo (período do dia
de luminosidade). No verão, próximo ao trópico, tem-se o dia mais longo do ano e
próximo ao círculo polar, os chamados dias polares. No inverno isso se inverte, pois, a
noite será a mais longa do ano, chegando a noites polares nas altas latitudes.
Já os Equinócios, do latim aecnoquitium, significa “noites iguais”. É o momento
em que o Sol está perpendicular ao Equador, dividindo luminosidade e calor por igual
nos dois hemisférios e fazendo com que noites e dias tenham a mesma duração, ou
seja, 12 horas de dia e 12 horas de noite em todo o Planeta. Isso só ocorre em dois
dias do ano, com exceção do Equador, onde o Sol incide perpendicular todos os
dias do ano. Os Equinócios representam o início da Primavera e do Outono, ocor-
rendo sempre nos dias 20 ou 21 de março e 23 de setembro. Vale lembrar novamente
que as estações do ano são inversas de hemisfério para hemisfério.

Figura 8: Caracterisitcas dos Solstícios e Equinócios

Fonte: Adaptado de Oliveira Filho e Saraiva (2012)

Vale frisar ainda que, durante os solstícios, o Sol atinge o chamado Zênite,
ponto mais alta da esfera celeste, formando um ângulo perpendicular com o obser-
vador. Isso só ocorre entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio, pois são os pontos
máximos em que o sol incide de forma perpendicular. Nesse ponto, a dispersão de
energia solar é menor, fazendo com que as regiões entre os trópicos possuam tem-
peraturas médias mais elevadas. Essa diferença de distribuição de energia solar sobre

27
a superfície terrestre, devido a inclinação do eixo terrestre e do movimento de trans-
lação da Terra, além de definir os Solstícios Equinócios (estações do ano), também
define as zonas térmicas do Planeta.

Vídeo explicativo sobre Solstícios e Equinócio. A dinâmica do vídeo permite ao aluno uma
melhor visualização e compreensão do assunto. Assista em: https://bit.ly/38rOYhK. Acesso
em: 11 fev. 2020.

28
Acesso em: 11 fev.
2020.

2.4 COORDENADAS GEOGRÁFICAS

A orientação terrestre, feita através do Sol, da Lua ou das estrelas ajudou muito
o ser humano a conseguir se locomover e se orientar no espaço, porém não definia
com precisão nenhum ponto sobre a superfície terrestre. Para isso, foi necessário
avançar, principalmente com ajuda da matemática, na construção de uma rede de
coordenadas cartesianas adaptadas a um plano, que ficou conhecida como Coor-
denadas Geográficas.

29
Segundo o IBGE, Coordenadas Geográficas são “valores numéricos através
dos quais podemos definir a posição de um ponto na superfície da Terra, tendo como
ponto de origem para as latitudes o Equador e o Meridiano de Greenwich para a
origem das longitudes. ”

Figura 9: Latitude e Longitude

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

É importante frisar que as coordenadas são adaptações que buscam, através


de técnicas cartográficas, representar o Planeta Terra da forma mais correta e pre-
cisa possível, o que acaba não ocorrendo, pois toda representação da Terra acaba
apresentando deformações e distorções, por menores que sejam.
Através desse sistema, formado por paralelos e meridianos, que se cruzam,
torna-se possível localizar com precisão qualquer ponto ou objeto na superfície ter-
restre.
Os paralelos são círculos da superfície da Terra paralelos ao Equador, ou seja,
perpendiculares ao eixo terrestre. A referência para os paralelos é sempre o paralelo
0 graus ou inicial, ou seja, o Equador, que divide o Planeta em dois hemisférios, Norte
e Sul.
O Equador é o círculo máximo entre os paralelos, pois passa na parte mais
larga do Planeta. Os círculos dos paralelos vão diminuindo em direção aos pontos,
até chegar nos paralelos 90 graus Norte e Sul, representados apenas por um ponto.
A partir dos paralelos se definem as latitudes, ou seja, a distância em graus de

30
qualquer ponto da Terra em relação a linha do Equador, variando de 0º a 90º graus.
Além do Equador, outros quatro paralelos também recebem nome e são im-
portantes na definição das zonas térmicas da Terra. Os Trópicos de Câncer e de Ca-
pricórnio, respectivamente em 23º27’ norte e 23º27’ sul. Entre esses paralelos situa-se
a Zona Intertropical, região com as temperaturas médias anuais mais elevadas por
receber, pelo menos em dois dias do ano, os raios solares de forma perpendicular.
Nessa região não são percebidas as quatro estações do ano, mas apenas verão e
inverno.
Outros dois paralelos importantes são o Círculo Polar Ártico e o Círculo Polar
Antártico, situados em 66º33’ Norte e Sul, respectivamente, definindo o ponto máximo
do Planeta em que se tem insolação os 365 dias do ano. A partir dos círculos polares,
ter-se-á as chamadas noites e dias polares. Essa região é chamada de Zona Polar.

Figura 10: Principais Paralelos

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

31
Figura 11: Zonas Climáticas

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

A área entre um dos trópicos e um dos círculos polares é chamado de Região


Temperada (podendo ser do Norte ou do Sul). Essa região recebe os raios solares
sempre de forma oblíqua, nunca perpendicular, possuindo, por isso, temperaturas
médias mais amenas, além de ser perceptível as quatro estações do ano.

Figura 12: Incidência dos raios solares por zona térmica da Terra

Fonte: Adaptado de Universidade Federal do Paraná (1999)

Diferente dos paralelos, os meridianos são linhas imaginárias que cortam o Pla-
neta na vertical (longitudinalmente), de polo a polo. O Meridiano Zero, ou de origem,
é o Meridiano de Greenwich (Figura 12), que passa na cidade de Londres e divide o
planeta em dois hemisférios, Leste e Oeste.

32
Longitude é a distância em graus, de qualquer ponto da Terra em relação ao
Meridiano de Greenwich, apresentando uma variação entre 0º e 180º Leste e Oeste.
O cruzamento entre um paralelo e um meridiano forma a chamada coorde-
nada geográfica, que será dada em latitudes e longitudes e representada através
de graus e hemisférios. Por exemplo, o mapa a seguir fornece as Coordenadas Geo-
gráficas globais estabelecidas a partir da combinação das latitudes e das longitudes.

Figura 13: Latitude e longitude no globo terrestre

Fonte: Adaptado de Korjenioski (2014)

Acima, tem-se a representação de cinco pontos diferentes. Observando as


suas latitudes e longitudes, pode-se, então, descrever as coordenadas geográficas
de cada um deles, indicando os seus hemisférios (Norte: N. Sul: S. Leste: E. Oeste: W).

Ponto A: Ponto B: Ponto C: Ponto D: Ponto E:


20ºS 60ºW 40ºS 0º 20ºS 90ºE 0º 40ºN 120ºE

Observe que todos os pontos da superfície se localizam em pelo menos dois


hemisférios. O território brasileiro, nesse caso, encontra-se em três hemisférios: uma
pequena parte no Norte, uma grande parte no Sul e todo ele no Oeste.

No site do IBGE você encontrará vídeos e resumos sobre vários assuntos de cartografia,
ajudando na visualização e aprendizagem de alguns conteúdos. Disponível em:
https://bit.ly/3kac4fj. Acesso em: 11 fev. 2020.

33
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFPR) - “Se olharmos para o céu numa noite clara sem lua, os objetos mais brilhan-
tes que vemos são os planetas Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Também percebe-
mos um número muito grande de estrelas que são exatamente iguais ao nosso Sol,

34
embora muito distantes de nós. Algumas dessas estrelas parecem, de fato, mudar
sutilmente suas posições com relação umas às outras, à medida que a Terra gira
em torno do Sol.” (HAWKING, S. W. Uma breve história do tempo: do Big Bang aos
Buracos Negros. Trad. de Maria Helena Torres. Rio de Janeiro: Rocco, 1988. p. 61.)

A respeito do assunto, considere as seguintes afirmativas:

I. o movimento da Terra ao qual o autor se refere determina uma órbita elíptica


em que o planeta ora se afasta, ora se aproxima do Sol.
II. o movimento da Terra em torno do Sol é responsável pela sucessão dos dias e
das noites.
III. as posições relativas de planetas e estrelas permitem, há muitos séculos, a ori-
entação no espaço terrestre; a constelação do Cruzeiro do Sul, no hemisfério
Sul, e a Estrela Polar, no hemisfério Norte, são pontos de referência para esse
tipo de orientação.
IV.a distribuição desigual das temperaturas, determinante da vida em distintos
lugares da superfície terrestre, está relacionada, entre outros fatores, à forma
esférica da Terra e ao ângulo de incidência dos raios solares.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente a afirmativa I é verdadeira.


b) Somente a afirmativa II é verdadeira.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

2. (UFG) Observe as figuras a seguir:

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Os ângulos de incidência dos raios solares sobre a superfície da Terra, demonstra-
dos nas figuras, apresentam duas situações distintas, que caracterizam os solstícios
e os equinócios. Em ambas as figuras, o ponto A representa uma cidade sobre a
Linha do Equador, ao meio-dia. A Figura 2 mostra a incidência do Sol três meses
após a situação ilustrada na Figura 1.

A Figura 1 representa o:

a) Equinócio de primavera no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é


oblíqua à superfície da Terra em A.
b) Equinócio de primavera no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é
perpendicular à superfície da Terra em A.
c) Equinócio de outono no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é
perpendicular à superfície da Terra em A.
d) Solstício de verão no Hemisfério Norte, quando a incidência dos raios solares é oblí-
qua à superfície da Terra em A.
e) Solstício de inverno no Hemisfério Sul, quando a incidência dos raios solares é oblí-
qua à superfície da Terra em A.

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3. (UFPE - adaptada). Observe as proposições abaixo, tomando por referência o
mapa do Nordeste.

Mapa de localização da região do Nordeste brasileiro

I. em relação ao Meridiano de Greenwich, o Nordeste está situado no Hemisfério


Oriental.
II. as coordenadas geográficas do ponto A, situado na parte central da Bahia,
são: Lat. 12º S e Long. 42º W.
III. São Luís é a capital mais setentrional do Nordeste.

São corretas:

a) I.
b) II.
c) II e III.
d) I e II.
e) I, II, III.

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4. (PUC-RS) Responder à questão com base no gráfico, que representa parte das
Coordenadas Geográficas

O ponto antípoda de B é:
a) 3o de latitude Norte e 2o de longitude Oeste.
b) 87o de latitude Sul e 2o de longitude Oeste.
c) 3o de latitude Norte e 178o de longitude Oeste.
d) 2o de latitude Sul e 177o de longitude Leste.
e) 3o de latitude Sul e 4o de longitude Leste.

5. Observe o mapa.
Suponha a realização de uma viagem de automóvel de Belo Horizonte a Luz, com
a partida marcada para às 15h de um dia ensolarado, na véspera do Natal. Nessa
viagem, com duração aproximada de duas horas e trinta minutos, o motorista irá
receber mais intensamente os raios solares:

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a) De frente e à sua esquerda.
b) De frente e à sua direita.
c) Pelas costas e à sua esquerda.
d) Pelas costas e à sua direita.
e) Em cima do carro

6. Entre todos os movimentos realizados pela Terra, a Rotação e a Translação são


consideradas como os dois mais importantes, pois são os que exercem maior in-
fluência no cotidiano das sociedades. As consequências principais da Rotação e
da Translação da Terra são, respectivamente:

a) A intercalação das atividades solares e a variação cíclica dos climas.


b) A ocorrência das estações do ano e a sucessão dos dias e noites.
c) A sucessão dos dias e noites e a ocorrência das estações do ano.
d) A existência dos solstícios e equinócios e a duração do ano em 365 dias.
e) A duração dos ciclos solares e a diferenciação entre climas frios e quentes.

7. O deslocamento do periélio é registrado como um dos movimentos da Terra, mas


não é tão lembrado por dois motivos: não exerce uma influência tão grande sobre
a vida no Planeta e também por apresentar um ciclo muito longo, que totaliza os
21 mil anos. Mas, afinal, o que é o periélio?

a) É a forma com que a Terra se desloca em torno do seu próprio eixo.


b) É o movimento aparente da Terra ao longo do universo.
c) É o eixo da translação terrestre.
d) É a distância mínima da órbita terrestre em relação ao Sol.
e) É a distância máxima da órbita terrestre em relação ao Sol.

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8. (UTFPR) Durante a Translação da Terra e em função da sua obliquidade e esferici-
dade, o ângulo de incidência dos raios solares se modifica durante o ano. Assinale
a única alternativa correta sobre os fenômenos observados quando ocorrem os
equinócios durante o ano.

a) A incidência do Sol é vertical sobre o Equador e mais oblíqua perto dos polos.
b) A incidência do Sol é perpendicular ao trópico de Câncer e oblíqua no Equador.
c) A incidência do Sol é perpendicular ao trópico de Capricórnio e oblíqua na lati-
tude 23ºS.
d) A duração do dia é maior que a duração da noite no Hemisfério Sul.
e) A duração do dia é menor que a duração da noite no Hemisfério Sul.

40
FUSOS HORÁRIOS UNIDADE

3.1 INTRODUÇÃO 03
O tema “fusos horários” é muito importante na atualidade, principalmente
com o avanço dos sistemas de transportes e comunicações que consolidaram o pro-
cesso de globalização.
Compreender que os países possuem fusos diferentes ajuda o aluno a enten-
der as variações de horários e, consequentemente, de funcionamento de bancos,
bolsas de valores, instituições públicas, comércios, dentre outros, mundo a fora.
Deve-se ainda levar em conta os crescimentos dos fluxos populacionais pelo
mundo, seja para turismo, trabalho ou fixar residência em outros territórios. Hoje em
dia, quase toda família possui um parente ou conhecido que ficou residência em
outros países, com os quais se comunicam.
Mas não foi sempre assim, pois, no passado, as pessoas raramente se desloca-
vam ou saiam das regiões em que tinham nascido, portanto, conhecer os fusos horá-
rios era quase que um desperdício de tempo, uma vez que esse conhecimento difi-
cilmente seria usado pela maioria da população. Prova disso é que a preocupação
em se criar um sistema oficial de variações de horas ao redor do mundo, com base
no movimento de rotação da Terra e de radiação solar, só surge pós 1ª revolução
industrial, pois o avanço das máquinas a vapor, com destaque para as locomotivas,
diminuiu o tempo gasto para cruzar grandes distâncias continentais.
Nesse capítulo você vai estudar sobre os fusos horários mundiais e também a
variação dos fusos brasileiros, aprender como calcular as diferenças e como essa
questão pode interferir no dia a dia do país. Aprenderá ainda sobre o horário de ve-
rão, que funcionou no Brasil desde a década de 1930 e que acabou em 2019, através
de decreto do presidente Jair Bolsonaro.

41
3.2 FUSOS HORÁRIOS

O Sistema de Fusos horários internacionais percorreu um longo caminho até se


tornar oficial e ser adotado no mundo todo utilizando os mesmos parâmetros. Inicial-
mente não existia um referencial único e os viajantes tinham que acertar os relógios
todas as vezes que chegavam a uma cidade nova, baseando se no sol ao meio dia,
quando atingia o seu zênite (ponto mais alto do sol no céu, incidindo na superfície
da Terra de forma perpendicular – ângulo de 90º).
A Grã-Bretanha foi o primeiro país a adotar uma única hora legal para todo o
seu território, em 1883, através de um sistema que ficou conhecido como Greenwich
Mean Time (GMT) ou Tempo Médio de Greenwich.
Em 1878 foi sugerido por um senador Canadense um sistema internacional de
fusos, que dividiria a Terra em 24 faixas longitudinais, onde cada uma delas, com uma
largura de 15º, representaria 1 hora, ou 60 minutos. Se for considerada a circunferên-
cia da Terra, de 360º, divididas em 24 faixas (que representam, cada uma, uma hora
do dia), têm-se exatamente os 15º sugeridos no estudo. Em 1883 as linhas de trens
norte americanas adotaram esse sistema de fusos.
No ano seguinte, já em 1884, ocorria nos Estados Unidos, em Washington D.C.,
a Conferência Internacional do Primeiro Meridiano, que adotou a padronização
mundial da hora legal, considerando que o ponto de referência, a Longitude 0º, pas-
saria pelo Observatório Real de Greenwich, em Londres, na Inglaterra, e que as horas,
a partir daí, seriam contadas positivamente para leste e negativamente para oeste.
Ficou definido ainda que o Meridiano de 180º (antemeridiano de Greenwich), seria
considerado a Linha Internacional de Data (LID).
É essencial compreender que os fusos horários estão relacionados com o mo-
vimento de Rotação da Terra, que ocorre de oeste para leste, demorando 24 horas
para que o Planeta faça um giro completo em torno de seu próprio eixo. Esse movi-
mento faz com que o Sol, aparentemente, nasça sempre a leste e se ponha em
oeste. A verdade é que, pela manhã, quando o Sol parece subir no horizonte, é a
Terra que está girando na direção contrária (Oeste-Leste).

42
Figura 14: Fuso horário civil

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

43
Dentro desse contexto, quando maior for o território de um país de leste para
oeste, mais fusos horários diferentes ele possuirá, o que influenciará na integração
econômica e social do país. Observe que as horas apenas variam quando se mudam
as longitudes, ou seja, se duas cidades estão em mesmas longitudes, mas em latitudes
diferentes, mesmo que em hemisférios diferentes, a hora legal dessas cidades serão
as mesmas.
Na realidade existem três tipos de horas diferentes, a solar ou verdadeira, a
legal e a oficial. A hora solar ou verdadeira está relacionada ao movimento aparente
do Sol, definida pelo meio dia, quando o Sol está a zênite, sendo assim, cada lugar
terá uma hora diferente, mesmo que apenas por alguns milésimos de segundo.
A hora legal está relacionada ao Meridiano de Greenwich, que é o padrão
internacional definido em 1884, onde a cada faixa longitudinal de 15º têm-se uma
hora definida. Dentro desse conceito, todas as cidades e localidades situadas dentro
do mesmo intervalo terão a mesma hora legal.
A hora legal será dada pelo Meridiano Central de cada fuso, que será sempre
um múltiplo de 15º.
Finalmente têm-se a hora oficial, que é a hora adotada por cada país, o que
nem sempre respeita a hora legal. No século XXI, o Brasil, por exemplo, chegou a
mudar seu fuso oficial, quando entre 2008 e 2013 teve apenas 3 fusos, voltando a ter
4 fusos a partir de 2014, após plebiscito realizado pelo Estado do Acre.
Para se saber a hora oficial de um determinado lugar ou país é necessário
consultar um mapa para se descobrir a posição oficial determinada pelo governo e
congresso desse país.
Já quando se busca conhecer a hora legal ou de Greenwich, o aluno deverá
utilizar-se de cálculos matemáticos e de algumas regras pré-definidas. Primeiro de-
verá saber que cada 15º de longitude representa 1 hora ou 60 minutos, pois se o Pla-
neta tem 360º, divididos pela quantidade de fusos, que são 24 (representando 24 ho-
ras do dia), têm se como resultado 15º, ou seja:

Cada 15º = 60 minutos (1 hora)

Lembre-se que o Meridiano de Greenwich é o marco inicial, assim todos os


fusos que se encontram a Oeste são negativos e todos os que se encontram a Leste
são positivos.
3.3 LINHA INTERNACIONAL DE DATA (LID)

A linha internacional de data (LID, Vide Figura 16) é representada pelo meridi-
ano de 180º, que corta de norte a sul o Oceano Pacífico, entre a Ásia e as Américas.
Por convenção internacional, esse meridiano determina a mudança do dia, ou seja,
o dia no mundo pode mudar de duas formas diferentes, seja pela diferença do dia e
da noite, associada ao movimento de Rotação da Terra ou por que se atravessou a
LID.
Ao ultrapassar essa linha, exatamente no ponto em que ela se localiza, deve-
se alterar a data para o dia anterior (a leste) ou seguinte (a oeste) à partida.

45
A mudança de datas ocorre da seguinte maneira: ao se fazer uma viagem
no sentido Oeste-Leste (mesmo sentido da rotação da Terra) se ganha um dia no
calendário, ou seja, no momento em que se cruza a linha tem-se uma imediata mu-
dança de data. Na verdade, não se deixa de viver 24 horas, apenas, o viajante que
estava em um dia 30, por exemplo, ao cruzar a linha no sentido Leste passa imedia-
tamente para o dia 31. Em contraposição, quando se viaja no sentido Leste-Oeste e
ultrapassa-se a LID, há a mudança de um dia, ou seja, do 31 para um dia 30.
Texto extraído do livro “A Volta ao Mundo em 80 Dias”, de Júlio Verne, é uma
ilustração clássica de como a mudança de datas pode interferir nas nossas vidas.

Afinal foram apenas 79 dias! “Aposto vinte mil libras, seja contra quem
for, que darei a volta à Terra em oitenta dias ou menos. ... sendo hoje
quarta-feira, 2 de outubro, tenho de estar de volta a Londres, a este
mesmo salão do Reform-Club, em 21 de dezembro, sábado, às oito e
quarenta e cinco da noite. ” ... houve, porém, demoras forçadas, e
quando o gentleman desembarcou, enfim, no seu destino, todos os
relógios de Londres marcavam dez minutos para as nove da noite.
Concluída a volta ao mundo, Phileas Fogg chegava com cinco minu-
tos de atraso! Em resumo: perdera a aposta! ... “O Sr. enganou-se num
dia! Nós chegamos 24 horas adiantados; mas só temos 10 minutos”.
“Sem dar por isso”, Phileas Fogg ganhara um dia no seu itinerário, uni-
camente porque dera a volta ao mundo caminhando para leste, dia
que, pelo contrário, perderia se fosse em sentido inverso, quer dizer,
marchando para oeste (VERNE, 1982).

3.4 FUSOS HORÁRIOS BRASILEIROS

O Brasil é um país situado totalmente no hemisfério ocidental do Planeta, o que


faz com que seus fusos horários sejam todos atrasados em relação ao Meridiano de
Greenwich. Além disso, possui grande extensão latitudinal, o que faz com que seja
cortado por várias longitudes, conferindo ao país 4 fusos horários diferentes.

46
Figura 15: Fusos horários do Brasil

Fonte: Adaptado de Pena (2014b, online)

Até julho de 2008, o Brasil possuía 4 fusos horários. Entretanto, a partir dessa
data, o país passou a ter 3 fusos por determinação do Presidente Luís Inácio Lula da
Silva, que justificou sua decisão em mudar a hora oficial do país alegando que facili-
taria a integração econômica do Brasil. Porém, o Acre, que teve o fuso (75ºO) inte-
grado do fuso da amazônica (60ºO) reivindicou o retorno do 4º fuso, alegando que
a mudança anterior provocava prejuízo aos alunos e crianças, que acordavam e iam
para a escola ainda com o dia escuro. Em novembro de 2013, o antigo fuso horário,
vigente no Acre e no sudoeste do Amazonas, foi restabelecido após um plebiscito, e
o país voltou a ter 4 fusos.
É importante observar que os fusos brasileiros não obedecem aos meridianos
limítrofes originais, pois são ajustados de acordo com as conveniências regionais.
1º Fuso, também conhecido como fuso –2h (menos duas horas) em relação à
hora de Greenwich ou 30ºO. Fazem parte deste fuso as ilhas oceânicas de Fernando
de Noronha, Martin Vaz e Trindade, o Atol das Rocas, os Penedos de São Pedro e São
Paulo. Por abarcar apenas as ilhas brasileiras, esse fuso é chamado de Fuso Oceânico
Brasileiro.
2º Fuso, também conhecido como fuso –3h (menos três horas) ou 45ºO. É o
principal fuso do país, conhecido também como fuso de Brasília, representando a
hora oficial do país. Todos os estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, mais os

47
estados de Goiás e o Distrito Federal, além de Tocantins, Pará e Amapá na região
Norte.
3º Fuso, fuso –4h (menos quatro horas) ou 60ºO. Compreende os estados de
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul no Centro-Oeste, Roraima, Rondônia e quase todo
o estado do Amazonas na região Norte.
4º e último Fuso, conhecido também como –5h (menos cinco horas) ou 75ºO.
É o fuso do Acre e do sudoeste do estado do Amazonas, abolido em 2008 e reimplan-
tado em 2014, após plebiscito.

3.5 HORÁRIO DE VERÃO

A ideia moderna do horário de verão foi proposta pelo neozelandês George


Hudson em 1895. A Alemanha e a Áustria-Hungria organizaram a primeira implemen-
tação, começando em 30 de abril de 1916, durante a Primeira Guerra Mundial. Vá-
rios países usaram-no diversas vezes desde então, particularmente durante a crise da
energia em 1970.
O horário oficial utilizado como base para todo o território brasileiro é o de Bra-
sília, que se mantém atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
Durante o conhecido horário de verão, é acrescida uma hora às regiões que o utili-
zam como forma de diminuir o consumo de energia.
A ideia de adiantar em 1 hora os relógios no período de verão surgiu nos Esta-
dos Unidos, com a denominação daylight saving time. O objetivo era aproveitar ao
máximo os dias mais longos do ano. O horário de verão no Brasil foi instituído, pela
primeira vez, no verão de 1931-1932.
Até 1967 sua implantação foi feita de forma esporádica e sem um critério ci-
entífico mais apurado. Apenas a partir de 1985 a medida passou a vigorar todos os
anos.
O principal objetivo da implantação do horário de verão é o melhor aprovei-
tamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona substancial redução no
consumo de energia elétrica, aproximadamente 4% a 5%.
Os estados do Nordeste e do Norte do Brasil não adotam o horário de verão
porque nessas regiões, que estão localizadas próximas ao Equador, a quantidade de
horas do dia com luminosidade natural varia muito pouco ao longo do ano.
Em julho de 2017, tramitava na Câmara dos Deputados um projeto de lei que

48
pretendia acabar com horário de verão. A aplicação do horário de verão resultava,
no passado, em maior economia de energia elétrica, quando mais pessoas tinham
um horário de trabalho tradicional, chegando em casa no início da noite, e ligando
a iluminação e aparelhos elétricos em seus lares, e criando um pico de demanda.
Hoje, o uso de equipamentos de ar condicionado durante o dia (em especial
nas tardes ensolaradas e quentes de verão) mudou a curva de consumo, colocando
o pico no período do meio da tarde. Em março de 2017, quando foi apresentado o
resultado de economia do horário de verão 2016/2017, o governo decidiu repensar
a aplicação da medida. Os órgãos que participam do Comitê de Monitoramento do
Setor Elétrico (CMSE) decidiram fazer uma pesquisa em outros países para saber se
há evidências sobre a efetividade do horário de verão nesse novo perfil de consumo.
A consulta a outros 15 países trouxe um resultado interessante: na maioria deles, não
há avaliação que justifique a efetividade do horário de verão do ponto de vista da
economia de energia. Segundo ata da reunião do CMSE de maio, a consulta apon-
tou que na maioria dos países a adoção da medida “está muito mais relacionada
ao costume da população”.
Em abril de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou decreto onde encerra o
ciclo do horário de verão no Brasil, utilizando como justificativa os estudos realizados
em 2016 e 2017, além de alegar trazer males ao ciclo biológico da população.

49
50
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFPE) Observe:

I. 1 - Pelo sistema de fusos horários, o globo terrestre foi dividido em 24 fusos, cada
um equivalendo a 15º no sentido das longitudes.
II. 2 - O equador é o círculo máximo que marca o início da contagem das horas.
III. 3 - Quando o Meridiano de Greenwich marcar 19 horas, hora legal, num ponto
situado a uma longitude de 30º w, a hora legal será de 21 horas.
IV. 4 - O Brasil possui 4 fusos horários, todos situados ao oeste de Greenwich.
V. 5 - Um avião ao cruzar a linha internacional (da data), no sentido oeste-leste,
retrocede 1 (um) dia no calendário.

Estão corretos apenas os itens:


a) 2, 4 e 5.
b) 1, 3 e 4.
c) 3, 4 e 5.
d) 1, 4 e 5.
e) 1, 2 e 4.

2. (PUC-RS) Enquanto na cidade 1 são 18 horas, na cidade 2 são 8 horas do mesmo


dia. A indicação correta da longitude da cidade 2 em relação à cidade 1 é:

a) 120º Oeste.
b) 120º Leste.
c) 150º Leste.
d) 150º Oeste.
e) 180º Oeste.

3. (PUC-RS) Em 1884, 25 países reunidos em Washington estabeleceram uma divisão


do Globo em 24 fusos de uma hora, baseando-se no Movimento de Rotação da
Terra. A partir desta divisão, podemos concluir que o Meridiano Central do 4º fuso,
a Oeste de Greenwich, e do 4º fuso, a Leste de Greenwich, são, respectivamente:
a) 58°30’Oeste e 29°30’Leste.

51
b) 60°Oeste e 60°Leste.
c) 29°30’Oeste e 58°30’Leste.
d) 45°Oeste e 45°Leste.
e) 52°30’Oeste e 127°30’ Leste.

4. (PUC-RS)Que hora solar verdadeira e hora legal são correspondentes respectiva-


mente em uma cidade localizada a 48º de longitude Oeste e 30º de latitude Sul,
sabendo que, no centro do fuso horário onde se localiza a cidade, os relógios mar-
cam 12h?

a) 12h e 12min - 11h.


b) 10h e 48min - 11h.
c) 12h - 12h e12min.
d) 11h e 48min - 12h.
e) 12h - 12h.

5. (UFAC) Localizadas a Oeste de Greenwich, duas cidades, “A” e “B”, encontram-


se, respectivamente, a 90° e 45°. Numa quarta-feira, um avião saiu de “A” às
14h30min e chegou a “B” depois de 5 horas de viagem. O horário de chegada em
“B” foi:

a) 18h30min da quarta-feira.
b) 19h30min da quarta-feira.
c) 22h30min da quarta-feira.
d) 00h30min da quinta-feira.
e) 02h30min da quinta-feira.

52
6. O Brasil possui uma relativa diversidade em termos de horas legais, ou seja, aqueles
horários oficialmente adotados para as diferentes localidades. Essa característica
pode ser explicada por um fator territorial brasileiro e um aspecto geofísico da
Terra, que são, respectivamente:

a) Ampla extensão longitudinal – movimento de rotação.


b) Posição territorial específica – formato Geoide do Planeta.
c) Longa distanciação norte-sul – movimento em torno do Sol.
d) Expansão colonial interna – transformações geomorfológicas.
e) Fragmentação sociopolítica – deslocamento aparente do Sol.

7. Por volta das 9 horas do dia 11 de setembro de 2001, o mundo assistiu atônito aos
ataques terroristas às Torres Gêmeas do “World Trade Center”, na cidade de Nova
York, localizada a 74° de longitude oeste de Greenwich. Tem-se apontado, como
o autor intelectual dos ataques, o saudita Osama Bin Laden, que se encontra es-
condido no Afeganistão. A diferença horária entre a cidade de Cabul, no Afega-
nistão, e a cidade de Nova York, nos EUA, é de +9h30min.

Com base nas informações acima, a longitude da capital afegã é:

a) 142°30’ longitude oeste de Greenwich.


b) 135°00’ longitude oeste de Nova York.
c) 216°30’ longitude leste de Nova York.
d) 83°30’ longitude leste de Greenwich.
e) 68°30’ longitude leste de Greenwich.

8. Um terremoto de 6,9 graus de magnitude abalou a costa leste do Japão nesta


quarta-feira, sem provocar alerta de tsunami, anunciou a agência sismológica ja-
ponesa. O tremor, às 9h19min no horário local, ocorreu a 400 km de profundidade
no Oceano Pacífico, a cerca de 600 km ao sul de Tóquio, onde os prédios balan-
çaram. Jornal Zero Hora, 03/09/2013.

53
Sabendo que a região afetada pelo terremoto citado na reportagem acima se
situa na longitude de 135º Leste, podemos dizer que, no horário de Brasília (45º
Oeste), o incidente ocorreu às:

a) 07h19min do dia seguinte.


b) 19h19min do dia anterior.
c) 09h19min do dia anterior.
d) 06h19min do dia seguinte.
e) 21h19min do dia anterior.

54
ESCALA UNIDADE

4.1 INTRODUÇÃO
04
A Escala é um importante atributo dos mapas, pois representa o quanto o es-
paço geográfico ou parte dele foi reduzido para caber no local onde foi represen-
tado. Isso é essencial para compreender o tamanho real dos elementos representa-
dos e poder compará-los. É um tema muito trabalhado em Geografia e Matemática,
com presença continua em provas de vestibulares e concursos.
Sem a escala é impossível interpretar com precisão os mapas e seus elemen-
tos, sendo, portanto, uma ferramenta essencial na compreensão e interpretação do
espaço lido através do olhar e das análises de outra pessoa. Nesse capítulo o aluno
trabalhará os conceitos básicos e tipos diferentes de escala, além de aprender como
calcular e aplicá-la a situações do dia a dia.

4.2 ESCALA

A escala é uma relação de entre o real e sua representação gráfica, ou seja,


quantas vezes real foi reduzido para poder ser representado. A escala pode ser usada
em mapas, fotografias, desenhos técnicos e até mesmo em brinquedos, como é o
caso dos carrinhos hot wheels. Nos carrinhos Hot Wheels vem representada a escala
da miniatura, ou seja, quantas vezes o modelo real foi reduzido para ficar no tamanho
do brinquedo.

Figura 16: Carrinho Hot Wheels

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

55
A definição da escala vai depender sempre do objetivo do cartógrafo, do ní-
vel de detalhamento que necessita e, principalmente, do espaço (normalmente fo-
lha de papel) que possui para representar o real. Normalmente a escala é represen-
tada de forma numérica ou gráfica. A escala numérica é representada por números
em forma de fração ou proporção (1:1.000.000), sendo muito utilizada para cálculos
matemáticos.

Figura 17: Escala numérica e seus termos

Fonte: Pena (2014a, online)

A escala gráfica, representada por uma régua graduada, facilita a ampliação


e redução dos mapas, pois a régua será ampliada ou reduzida juntamente com o
mapa. Nessa escala cada intervalo entre um número e outro representa uma distân-
cia específica apontada na régua.

56
Figura 18: Exemplos de escala gráfica

Fonte: Pena (2014a, online)

A grandeza da escala dos mapas define o tamanho da área a ser mapeada


e o nível de detalhamento desejado, classificando as escalas em

Quadro 1: Caracterização das Escalas


Quanto ao
Escala Características
tamanho
de Usada para representar países, áreas continentais ou
1:250.000 todo o Planeta, com baixo nível de detalhamento.
Escala
até Quanto maior for o denominador de uma escala, menor
Pequena
escalas será a escala. Representa fenômenos mais gerais.
menores
Usada para representar espaços com médio nível de de-
de
talhamento, como, por exemplo, partes de uma região
1:25.000
Escala Média ou de um Estado, demostrando elementos gerais da pai-
até
sagem ou do espaço. São chamados de mapas ou car-
1:250.000
tas cartográficas
Usada para representar áreas pequenas que necessitam
de alto nível de detalhamento como, por exemplo, ca-
Escala até
sas, bairros, ruas etc. Essencial em projetos de planeja-
Grande 1:25.000
mento urbano. São chamadas de plantas ou cartas ca-
dastrais.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

Para se definir o tamanho de uma escala, deve-se dividir o numerador (lem-


brando que escala é uma proporção e, por isso, pode ser representada em forma de
fração) pelo denominador. Quanto maior for o resultado, maior será a escala e, con-
sequentemente, o nível de detalhamento.

Exemplo:

1:10 = 0,1 A escala 1:10 é maior que a escala 1:100, pois o resultado da divisão é
maior, possuindo também um nível de detalhamento maior. O tamanho
1:100 = 0,01 do denominador é sempre inverso ao tamanho da escala e nível de de-
talhamento.

57
Figura 19: Mapas em Escala

Fonte: Adaptado de Lacerda (2018)

A figura maior (Figura 19) tem uma escala pequena, por isso, menor nível de
detalhamento e um denominador maior (escala 1:25.000.000), diferente do mapa
menor, que possui uma escala grande escala, maior nível de detalhamento e, con-
sequentemente, denominador menor que do outro mapa (escala 1:4.000.000).
A escala cartográfica pode ser representada pela fórmula (1):

Distância no Mapa (d)


Escala = (1)
Distância Real (D)

Sendo que a escala é dada sempre em centímetros, a distância gráfica ou no


mapa (d) em centímetros e a distância real (D) normalmente em quilômetros (km),
mas pode ser dada também em metros (m) e, em alguns casos, como em plantas
residenciais, até mesmo em centímetros (cm). Essa variação de unidades de medida
exige que se façam cálculos, ajustando as unidades de acordo com as necessida-
des.
Para se realizar o cálculo da escala cartográfica, a formula matemática foi
elevada a menos um (-1) e, a partir daí, criou-se uma formula cartográfica, represen-
tada pelo triângulo da Figura

58
Figura 20: triângulo nos cálculos de escala cartográfica

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

Observe o uso do triângulo nos cálculos de escala cartográfica:

1. Em um mapa no qual a escala é de 1: 100 000, a distância em linha reta entre duas
cidades é de 8 cm. Qual a distância real entre essas cidades?
a) 8 km.
b) 80 km.
c) 800 km.
d) 8000 km.

A solução da questão está em encontrar a distância real.


D=?
E = 1: 100.000cm
d = 8cm

Nesse caso, você coloca o dedo sobre o “D” e terá (D = E x d) isto é, uma
multiplicação entre a escala usada no mapa “E” e a distância representada no
mapa “d”.

D=Exd
D = 1: 100.000cm x 8 (cm)
D = 800.000 (cm)

59
Agora, é só convertermos 800.000 de centímetros em quilômetros.
É só cortar 5 zeros: Veja: 800 000 cm. Fica: 8km

A alternativa correta é a letra: “A”

2. Considerando que a distância real entre duas cidades é de 120km e que a sua
distância gráfica, num mapa, é de 6cm, podemos afirmar que esse mapa foi pro-
jetado na escala:

a) 1: 1.200.000.
b) 1: 2.000.000.
c) 1: 12.000.000.
d) 1: 20.000.000.
e) 1: 48.000.000

A solução da questão está em encontrar a escala usada no mapa.


D = 120km
E=?
d = 6cm
Nesse caso, você coloca o dedo sobre o “E” terá (E = D/d ) isto é, uma divisão
entre a distância real “D” e a distância representada no mapa “d”.

E = D/d
E = 120km /6(cm)
E = 20km
Agora, é só convertermos 20 km em centímetros.
É só acrescentar 5 zeros: Fica: 1: 2.000.000
A alternativa correta é a letra “b”

60
61
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A escala é um dos atributos fundamentais de um mapa, pois estabelece a corres-


pondência entre as distâncias representadas e as distâncias reais da superfície car-
tografada. Dessa maneira:

I. na escala numérica, a correspondência é indicada por meio de uma fração.


II. em um mapa com escala 1:50000, cada centímetro no papel corresponde a 5
mil centímetros no terreno.
III. na escala gráfica, a relação entre as distâncias reais e a área cartografada é
indicada em uma linha graduada.
IV. em mapas urbanos representados em grande escala, as informações e os de-
talhes são mais precisos.

Estão corretas apenas as afirmativas:

a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.

2. (UECE). Considere dois mapas que representam a Região Metropolitana de Forta-


leza (RMF) com as seguintes escalas:

Mapa 01 (1:50.000).
Mapa 02 (1:500.000).

Pode-se afirmar verdadeiramente que:

a) Em ambos os mapas há uma representação cartográfica com grande riqueza de


detalhes.
b) Os dois mapas possuem o mesmo tamanho.
c) O mapa 02 apresenta riqueza de detalhes por ter escala grande.

62
d) O mapa 01 representa com maior riqueza de detalhes a área da RMF.
e) O mapa 02 é ideal para representar as ruas e quadras da RMF.

3. (UFRN). Um professor de Geografia solicitou aos alunos que representassem, por


meio de cartogramas, os resultados de um estudo sobre o bairro onde a escola
está localizada. Foram colocadas à disposição dos alunos duas bases cartográfi-
cas com as seguintes escalas: cartograma 1 - escala de 1:25.000; cartograma 2 -
escala de 1:500.000. Considerando que devem ser representados, no mapa, ruas,
avenidas e outros componentes do bairro, os alunos devem utilizar o:

a) Cartograma 1, porque a escala é maior e oferece a possibilidade de representa-


ção de mais detalhes.
b) Cartograma 2, porque a escala é menor, possibilitando trabalhar com mais deta-
lhes.
c) Cartograma 1, porque a escala é menor, sendo ideal para trabalhos com peque-
nas áreas.
d) Cartograma 2, porque a escala é maior, sendo ideal para representar mais deta-
lhes de uma determinada área.
e) Cartograma 1, pois apesar de ser de escala menor, possibilita um nível de detalha-
mento maior da área.

4. Considere as duas escalas a seguir representadas:

Assinale a alternativa correta.

a) A escala A é do tipo gráfica e a escala B é do tipo numérica.


b) As duas escalas possuem as mesmas propriedades.
c) A escala B contém erros, pois deveria estar em centímetros.
d) A escala A também poderia ser representada com 1: 1km.
e) A escala A é ideal para ser usada em ampliações de mapas.

63
5. (UFGRS). Observe as figuras a seguir, que correspondem a uma sequência de re-
presentações cartográficas de um prédio de uma escola em um bairro qualquer.

Com base nas figuras 1, 2 e 3 e nos fundamentos da Cartografia, são feitas as se-
guintes afirmações:

I. a projeção cartográfica utilizada nas três figuras informa o número de reduções


que a superfície real sofreu para ser representada.
II. as dimensões dos elementos representados nas figuras 1, 2 e 3 ficam, nessa or-
dem, cada vez menores, e a área de abrangência da representação cartográ-
fica é cada vez maior.
III. as três figuras possuem a mesma escala cartográfica, pois as dimensões das
quadrículas permanecem constantes.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II e III.
c) Apenas II.
d) I, II e III.
e) Apenas I e III.

6. (UCS-RS). Uma escala estabelece a correspondência entre as distâncias represen-


tadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartografada. Sobre escalas é
CORRETO afirmar que:

64
a) A escala numérica é representada por uma fração, em que o numerador corres-
ponde à distância em relação à superfície real, e o denominador, à unidade de
distância no mapa.
b) Uma escala grande representa áreas grandes com menor grau de detalhes e é
chamada de planta.
c) Escala gráfica é uma linha graduada, representando apenas um mapa, em que
a unidade da escala corresponde a 1 km.
d) As cartas estão representadas em 'escalas médias, com alto grau de detalha-
mento.
e) Representações em uma escala pequena, geralmente chamadas de mapas,
mostram áreas muito extensas, com poucos detalhes.

7. Um mapa de escala 1:300.000 apresenta uma distância de 15 cm entre os pontos


A e B. Dessa forma, a correta distância entre esses dois pontos, na realidade, é:

a) 30 km.
b) 45 km.
c) 75 km.
d) 90 km.
e) 150 km.

8. (ENEM) - Sabe-se que a distância real, em linha reta, de uma cidade A, localizada
no estado de São Paulo, a uma cidade B, localizada no estado de Alagoas, é igual
a 2 000 km. Um estudante, ao analisar um mapa, verificou com sua régua que a
distância entre essas duas cidades, A e B, era 8 cm. Os dados nos indicam que o
mapa observado pelo estudante está na escala de:

a) 1: 250.
b) 1: 2 500.
c) 1: 25 000.
d) 1: 250 000.
e) 1: 25 000 000.

65
PROJEÇÕES CARTOGRÁFICAS UNIDADE

5.1 INTRODUÇÃO
05
POLÊMICA
PETERS (1973) / GALL
MERCATOR (1569)
- Questiona o Eurocentrismo;

- Destaque para os países mais pobres (Ter-


- Usada nas grandes navegações;
ceiro Mundista);
- Eurocêntrica (valoriza a Europa, que está
- Preserva a área (equivalente), mas dis-
no centro e na parte de cima do mapa);
torce a forma e as distâncias lineares;
- Preserva a forma (conforme) e distorce as
- Demonstra que todo mapa possui viés ide-
áreas e as distâncias lineares.
ológico.

Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

Cada projeção representa com maior precisão uma latitude da Terra, porém
apresentando grandes deformações nas demais. O cartógrafo vai escolher qual uti-
lizará de acordo com suas necessidades e os objetivos que pretende atingir. Impor-
tante lembrar que toda representação do espaço tem um viés ideológico, mesmo
que este esteja implícito.

Todo mapa, planisfério ou representação da Terra apresenta deformações.

A Terra é um Planeta que possui forma geoide, como já discutido na primeira


unidade. Isso quer dizer que o planeta possui altura (h), largura (l) e profundidade (p),
ou seja, três dimensões.

66
A forma mais usual de representar o Planeta é através de planisférios, ou seja,
representar uma superfície tridimensional em uma superfície plana, que só possui duas
dimensões. Essa diferença de dimensões faz com que nem todas as propriedades
(dimensões) da Terra possam ser representadas, principalmente a curvatura (p), ori-
ginando mapas com deformações e distorções.
O grande desafio da cartografia é representar a Terra em um plano com a
menor deformação possível, utilizando-se para isso de projeções cartográficas, que
nada mais são do que a representação dos paralelos e meridianos em uma superfície
plana.
Nessa unidade o aluno conhecerá os tipos de projeções cartográficas diferen-
tes e os pontos fortes e fracos de cada uma, pois não existe projeção perfeita, mas
sim a mais adequada para uma determinada realidade e objetivo, o que será defi-
nido pelo cartógrafo.
A representação da Terra que mais próximo chega da realidade não é um
planisfério, mas o globo terrestre. Porém ele também possui muitas limitações, uma
vez que possui uma escala muito pequena, não possibilitando um maior nível de de-
talhamento, além de ser redondo, o que não permite uma visualização de toda a
superfície ao mesmo tempo.

5.2 CLASSIFICAÇÃO DAS PROJEÇÕES

Existem diversos tipos de projeções que, segundo o Instituto Brasileiro de Geo-


grafia e Estatística (IBGE), representam cada uma um determinado aspecto, como a
dimensão, a forma e a distância linear, aspectos básicos da cartografia. Porém, em
um planisfério, como já frisado anteriormente, apenas um desses aspectos poderá ser
representado com precisão, sendo que os outros dois apresentarão grandes distor-
ções.
Quando o aspecto preservado for a forma, essa projeção será chamada de
CONFORME e terá seus ângulos preservados. É a projeção mais usual, principalmente
nas séries iniciais do Ensino Fundamental, uma vez que é importante os alunos conse-
guirem reconhecer as formas dos países e continentes e identifica-los em um planis-
fério.
Já a Projeção EQUIVALENTE irá distorcer os ângulos, mas preservará as propor-
ções dos continentes, utilizando-se para isso de uma escala apenas para todo o

67
mapa. Essa projeção é importante para se comparar as áreas, mas apresentará, na
maioria das vezes, as formas dos continentes alongadas.
O último aspecto que pode ser preservado é a distância linear, mas que pro-
voca a distorção das áreas e das formas. Essa projeção é chamada de EQUIDISTANTE,
sendo considerada uma projeção geoestratégica, devido seu uso, principalmente
militar, na construção de sonares e de radares.
Além dessas projeções, ainda existe a projeção AFILÁTICA, que distorce os três
aspectos. Apesar de parecer contraditório, essa projeção é a que mais se aproxima
do real, pois ao distorcer um pouco de cada aspecto, evita que eles sofram defor-
mações em excesso, minimizando as distorções do conjunto.

5.2.1 Tipos de Projeções

As projeções se baseiam em princípios matemáticos e geométricos, onde os


paralelos e meridianos são projetos em uma superfície e, a partir dessas referências
cartográficas, são representados os continentes e países.
Nesse processo são usados três tipos de superfícies diferentes, podendo ser um
cilindro, um cone ou uma superfície plana. Em cada uma delas, o globo tangenciará
a superfície em uma latitude diferente, definindo as características da representação
cartográfica.
O ponto de tangenciamento de uma superfície é chamado de “ponto pa-
drão”, e nesse ponto os três aspectos, dimensão ou área, distância linear e forma ou
ângulo, serão preservados, ou seja, não apresentarão deformações. Porém, quanto
mais se distancia do ponto padrão, maiores serão as deformações, preservando-se
então apenas um dos aspectos, a ser definido pelo cartógrafo.

68
5.2.2 Projeção Cilíndrica

Essa projeção utiliza como superfície um cilindro, que tangência o globo ter-
restre (ponto padrão) na linha do equador ou nas baixas latitudes, sendo por isso
mesmo ideal para representar os países que estão nas baixas latitudes, ou seja, pró-
ximo do Equador.

Figura 21: Projeção Cilindrica

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

Suas maiores distorções ocorrem nos polos ou altas latitudes. Como resultado
dessa projeção, tem-se um mapa onde os paralelos e os meridianos são linhas retas,
formando entre si ângulos de 90º (perpendiculares).
Essa projeção foi muito utilizada durante as grandes navegações, principal-
mente porque, como paralelos e meridianos eram perpendiculares entre si, era mais
fácil traçar rotas de navegações mais retas.
Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas na história, até os dias atuais, é a
projeção de Mercator, criada em 1569 e com uma visão eurocêntrica, pois além de
trazer a Europa no centro do mapa, ainda a coloca na parte de cima do mapa e
com uma área maior, proporcionalmente, do que realmente possui, valorizando o
continente no período das grandes navegações e de colonização.
A projeção de Mercator é conforme, pois mantem as formas reais dos conti-
nentes, mas distorce em excesso a proporção das áreas, desvalorizando África e

69
América do Sul, colônias de exploração nesse período.

Figura 22: Projeção de Mercator

Fonte: Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018, p. 23)

No mapa acima é possível perceber as deformações das áreas. Por exemplo,


na realidade, a América do Sul é, aproximadamente 7 vezes maior que a Groelândia,
porém estão representadas mais ou menos do mesmo tamanho. A África é quase do
tamanho da Europa e a América do Sul quase do tamanho da América do Norte,
porém estão representados em proporções muito diferentes, demostrado que a pro-
jeção de Mercator utiliza várias escalas no mesmo mapa.
Exatamente por isso, essa projeção sempre foi muito criticada, pois segundo
alguns favorecia o colonialismo europeu. Um dos grandes críticos foi o alemão Arno
Peters, que baseado na projeção de Gall-Peters, construiu um mapa que represen-
tava a proporção correta das áreas dos continentes, baseado também na superfície
cilíndrica. Sua projeção, equivalente, ficou conhecida como projeção de Peters e foi
divulgada ao mundo na década de 1970.

70
Figura 23: Projeção de Peters

Fonte: Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018, p. 21)

Porém, para preservar as áreas, Peters teve que deformar consideravelmente


os continentes, que ficaram com formas alongadas, muito diferente do que o mundo
conhecia e com as quais já se identificava. Apesar dessa projeção não ser tornar
usual, ela questionava o eurocentrismo da projeção de Mercator e a localização do
continente europeu na parte de cima do mapa, numa clara referência de poder e
superioridade, afirmando que o mapa poderia estar ao avesso, uma vez que no es-
paço não existe em cima e embaixo e que Norte e Sul são referências associados ao
campo magnético terrestre.
Dessa forma Peters questiona a construção cartográfica de Mercator, afir-
mado que toda projeção ou mapa apresenta um viés ideológico e que este viés, na
maioria das vezes, está associado a dominação, ao poder. Por valorizar as áreas, que
destacaram os países do Sul, essa projeção ficou conhecida também como Terceiro
Mundista.

5.2.3 Projeção Cônica

A Projeção Cônica possui como ponto padrão as médias latitudes, ou seja,

71
próximo dos trópicos, onde tangencia, sendo, portanto, ideal para representar países
de médias latitudes, ou zonas temperadas, onde estão EUA, Europa, China, Japão,
Austrália, dentre outros.
Essa projeção tem como fator limitante o fato de conseguir representar apenas
um hemisfério por vez, apresentando ainda as maiores deformações nos polos e pró-
ximo ao Equador. Nela os paralelos são curvos concêntricos e os meridianos são linhas
retas e que convergem em direção aos polos.

Figura 24: Projeção Cônica

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

5.2.4 Projeção Plana, Azimutal ou Polar

Essa projeção apresenta paralelos concêntricos e meridianos retos que se en-


contram no polo. Apesar de poder ser usada em qualquer latitude, para representar
a Terra, é largamente utilizada para representar os polos, por isso mesmo também é
chamada de projeção polar.
Vale lembrar que já se tem uma projeção ideal para representar as baixas la-
titudes (cilíndrica) e uma para as médias latitudes (cônica). A projeção azimutal é
ainda ideal para representar pequenas áreas, uma vez que, por ser plana, pode tan-

72
genciar qualquer parte do planeta, e quanto mais perto de seu centro (ponto pa-
drão), mais detalhados e com menos deformações serão os mapas.

Figura 25: Projeção Plana ou Azimutal

Fonte: Adaptado do Atlas Geográfico Escolar do IBGE (2018)

Por ser uma projeção equidistante, que mantém as distâncias em linhas retas,
é muito utilizada em radares e sonares de aviões e equipamentos militares, exata-
mente, por isso, sendo também chamadas de geoestratégicas.
Essa projeção ainda é utilizada no símbolo da Organização das Nações Unidas
(ONU), pois por representar os polos, classificados com áreas internacionais, teorica-
mente, isso demonstraria neutralidade do organismo.

Figura 26: Símbolo da ONU

73
Fonte: Organização das Nações Unidas
5.2.5 Anamorfose

São mapas esquemáticos, sem escala cartográfica. Nessas representações, as


áreas sofrem deformações matematicamente calculadas, tornando-se diretamente
proporcionais a um determinado critério ou informação que se está considerando.
Não está preocupado em representar a forma ou localização dos países, mas a pro-
porção que estes representam em um determinado fenômeno.
Apesar de ser eficaz para representar e correlacionar vários fenômenos, sendo
uma importante ferramenta para se comparar indicadores, é um dos tipos de mapas
menos utilizados.

Figura 27: Anamorfoses Geográficas

Fonte: Cultura Mix (2015, online)

74
Apesar de existirem projeções mais famosas e mais usuais que outras, não se
pode afirmar que uma projeção é melhor, pois as qualidades dependem da neces-
sidade do cartografo. Pode-se então afirmar que cada projeção tem seu valor e uso
específico, sendo mais adequadas para um ou outro estudo, de acordo com o ob-
jetivo que se pretende.

75
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UESC). Os conhecimentos sobre projeções cartográficas e uso de mapas possibi-


litam afirmar:

a) A projeção azimutal fornece uma visão eurocêntrica do mundo e, por isso, ela não
é mais utilizada.
b) As distorções da representação, nas projeções cilíndricas, são maiores no Equador
e menores nos polos.
c) A Projeção de Peters é a única que não pretende privilegiar nenhum continente,
porque ela reproduz rigorosamente a realidade.
d) A Projeção Cônica só pode ser utilizada para representar grandes regiões, porque
as distorções são pequenas entre os trópicos, não representando, portanto, a rea-
lidade das áreas mapeadas.
e) As projeções cartográficas permitem que, na construção dos mapas temáticos, os
meridianos e os paralelos terrestres sejam transformados de uma realidade tridi-
mensional para uma realidade bidimensional.

2. (PUC-PR) Observe com atenção o mapa abaixo:

76
O planisfério foi elaborado cartograficamente por meio da Projeção de Gall-Pe-
ters, concebida inicialmente por James Gall no final do século XIX e retomada por
Arno Peters a partir da metade do século seguinte, cujo contexto político-econô-
mico fortemente o influenciou para o desenvolvimento desse mapa.

Assinale a alternativa cuja característica corresponde ao mapa de Gall-Peters:


a) trata-se de uma projeção equivalente que objetiva representar um retrato mais ou
menos fiel do tamanho das áreas, o que faz a África e a América do Sul ganharem
mais destaque do que quando representadas na Projeção de Mercator.
b) corresponde a uma projeção do tipo cônica, que distorce as áreas situadas nas
baixas latitudes e torna mais fiel a representação das regiões de média e elevada
latitudes.
c) é uma projeção cuja principal qualidade está no respeito às formas dos continen-
tes, procurando representá-las com fidelidade, ao contrário das áreas que são
mostradas de maneira desigual, sendo maiores próximas aos polos e reduzidas na
faixa intertropical.
d) a disposição perpendicular da rede de paralelos e meridianos nesse mapa revela
que a Projeção de Gall-Peters é do tipo Azimutal ou Polar.
e) Peters, que retomou a elaboração dessa projeção durante o período da “Guerra
Fria”, procurou ressaltar no mapa, a partir da representação das dimensões das
áreas, a superioridade dos Estados Unidos sobre as demais porções do globo.

3. (UNICAMP). Abaixo é reproduzido um mapa-múndi na Projeção de Mercator.

É possível afirmar que, nesta projeção:

77
a) Os meridianos e paralelos não se cruzam formando ângulos de 90°, o que promove
um aumento das massas continentais em latitudes elevadas.
b) Os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos de 90°, o que distorce mais
as porções terrestres próximas aos polos e menos as porções próximas ao Equador.
c) Não há distorções nas massas continentais e oceanos em nenhuma latitude, pos-
sibilitando o uso deste mapa para a navegação marítima até os dias atuais.
d) Os meridianos e paralelos se cruzam formando ângulos perfeitos de 90°, o que pos-
sibilita a representação da Terra sem deformações.
e) É a projeção mais próxima do real que existe, sendo por isso amplamente utilizada
durante as grandes navegações.

4. (PUC-PR). Observe com atenção o mapa abaixo:

O planisfério foi elaborado cartograficamente por meio da Projeção de Gall-Pe-


ters, concebida inicialmente por James Gall no final do século XIX e retomada por
Arno Peters a partir da metade do século seguinte, cujo contexto político-econô-
mico fortemente o influenciou para o desenvolvimento desse mapa.
Assinale a alternativa cuja característica corresponde ao mapa de Gall-Peters:

a) Trata-se de uma projeção equivalente que objetiva representar um retrato mais ou


menos fiel do tamanho das áreas, o que faz a África e a América do Sul ganharem
mais destaque do que quando representadas na Projeção de Mercator.
b) Corresponde a uma projeção do tipo cônica, que distorce as áreas situadas nas
baixas latitudes e torna mais fiel a representação das regiões de média e elevada
latitudes.

78
c) É uma projeção cuja principal qualidade está no respeito às formas dos continen-
tes, procurando representá-las com fidelidade, ao contrário das áreas que são
mostradas de maneira desigual, sendo maiores próximas aos polos e reduzidas na
faixa intertropical.
d) A disposição perpendicular da rede de paralelos e meridianos nesse mapa revela
que a Projeção de Gall-Peters é do tipo Azimutal ou Polar.
e) Peters, que retomou a elaboração dessa projeção durante o período da “Guerra
Fria”, procurou ressaltar no mapa, a partir da representação das dimensões das
áreas, a superioridade dos Estados Unidos sobre as demais porções do globo.

5. (MACK)

http://www.grida.no/prog/global/cgiar/images/twat.gif

De acordo com a representação cartográfica acima, está correto afirmar que:

a) Trata-se de uma projeção “cilíndrica conforme”, que representa a realidade espa-


cial com extrema fidelidade, graças às novas tecnologias.
b) Corresponde a uma abordagem cartográfica que contraria as tradicionais visões
eurocêntricas, com amplo destaque aos países do Sul, subdesenvolvido.
c) Traduz a nova configuração de uma ordem multipolar, em que os países que com-
põem o BRICS aparecem com amplo destaque, proporcional à sua importância
econômica.
d) Exemplifica a Projeção de Peters, em que se podem ver os países em relação ao
seu peso demográfico.
e) Demonstra uma distorção deliberada, chamada anamorfose, em que podemos
diferenciar os países de acordo com seus recursos hídricos.

79
6. (FUVEST) Sempre deixamos marcas no meio ambiente. Para medir essas marcas,
William Rees propôs um(a) indicador/estimativa chamado(a) de “Pegada Ecoló-
gica”. Segundo a Organização WWF, esse índice calcula a superfície exigida para
sustentar um gênero de vida específico. Mostra até que ponto a nossa forma de
viver está de acordo com a capacidade do Planeta de oferecer e renovar seus
recursos naturais e também de absorver os resíduos que geramos. Assim, por exem-
plo, países de alto consumo e grande produção de lixo, bem como países mais
industrializados e com alta emissão de CO2, apresentam maior Pegada Ecológica.
www.wwf.org.br. Acessado em 17/08/09. Adaptado.

Assinale a anamorfose que melhor representa a atual Pegada Ecológica dos dife-
rentes países.

a)

b)

c)

d)

80
e)

7. Fuvest-SP). Analise os mapas abaixo e assinale a alternativa que indica a resolução


cartográfica mais adequada para representar, com precisão, as distâncias da ci-
dade de São Paulo em relação às várias localidades do mundo.

a) I – Projeção azimutal equidistante (Soukup).


b) II – Projeção cilíndrica conforme (Mercator).
c) III – Projeção equivalente interrompida (Goode).
d) IV – Projeção equivalente (com base em Mollweide).
e) V – Projeção cilíndrica equivalente (Peters).

8. (UERJ). Compare as imagens a seguir. Na Imagem 1, apresenta-se o desenho ori-


ginal do perfil de uma cabeça humana sobre uma representação possível do
globo terrestre. Na Imagem 2, esse mesmo desenho é apresentado em um planis-
fério elaborado com a projeção cartográfica de Mercator, que é utilizada desde
o período das grandes navegações.

81
Com base na comparação entre essas imagens, conclui-se que o território das
Américas que tem a área mais ampliada com o uso da Projeção de Mercator é:

a) Brasil.
b) México.
c) Argentina.
d) Groenlândia.
e) Cuba.

82
CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS E UNIDADE

06
SENSORIAMENTO REMOTO

6.1 INTRODUÇÃO

A cartografia, mesmo que não se perceba, cada dia está mais presente no
cotidiano das pessoas através de aplicativos e programas presentes em celulares,
computadores e automóveis. É uma ferramenta e uma tecnologia que veio para fi-
car e facilitar a vida da população, portanto, saber lidar com ela, reconhecer suas
convenções e manter seus dados atualizados é essencial.
As convenções cartográficas são usadas no mundo todo e, como uma nova
linguagem, permitem as pessoas, de certa forma, se comunicarem e conseguirem
chegar aonde pretendem.
As guerras trouxeram os satélites, que ampliaram nosso campo de visão do
Planeta, permitindo compreender fenômenos globais que antes só era possível en-
xergar e analisar parcialmente. Em seguida veio a revolução digital e a populariza-
ção das ferramentas de sensoriamento remoto e de monitoramento, como o GPS e
o Waze, ou mesmo as imagens do google maps, disponíveis para todos na rede mun-
dial de computadores.
Você, aluno, nessa unidade aprenderá mais sobre as convenções e seu uso e
compreenderá como o Sensoriamento remoto tem contribuído para o avanço da
humanidade em vários campos do conhecimento, de transportes a agricultura, pas-
sando por lazer e por questões militares.

6.2 CONVENÇÕES CARTOGRÁFICAS

As convenções cartográficas são uma série de símbolos aceitos e padroniza-


dos internacionalmente, surgidos da necessidade de se criar uma linguagem carto-
gráfica que se fizesse entender em qualquer parte do mundo. Isso fez com que, ge-
ralmente, mapas possam ser interpretados independente em qual país foi criado.
Inclusive, num passado até recente, como por exemplo, durante a guerra fria,
esses símbolos eram usados de forma estratégica, para enganar e confundir o ini-
migo.

83
Esses símbolos, que podem ser pontuais, lineares ou por área, são usados para
representar características de um determinado lugar, como rios, pontos turísticos, ma-
res, aeroportos, divisas de Estados, dentre outros. A maioria desses símbolos, normal-
mente, vem representado em legendas, expressando com clareza a mensagem do
mapa.
As variáveis são chamadas de qualitativas quando representam apenas a lo-
calização de determinados fenômenos ou acidentes geográficos, sem compará-los
hierarquicamente ou quantitativamente. Na realidade, pode-se afirmar que todo
mapa é qualitativo, uma vez que localiza no mapa o que se pretende.
Quando compara dados quantitativos, como por exemplo, fluxo de imigrantes
ou número de habitantes de cidades, classificando as baseadas nesse critério, o
mapa é quantitativo. É possível entender então, que o quantitativo está associado a
valores, números, quantidades, mesmo que o valor esteja implícito.
Finalmente, quando se ordena um determinado fenômeno, ou o hierarquiza,
tem se um mapa ordenado, que diferencia o símbolo de acordo com seu grau de
importância, como por exemplo, tipos de estradas (ruas, avenidas, rodovias estaduais
e rodovias federais).
Entre essas simbologias, representadas no início da unidade, uma das mais uti-
lizadas são as Isolíneas, que são curvas de mesmo valor, utilizadas em mapas topo-
gráficos, atmosféricos, meteorológicos e em cartas náuticas.
As principais isolineas são:

Isoieta = mesma precipitação pluviométrica.


Isobárica = mesma pressão atmosférica.
Isoterma = mesma temperatura ambiente.
Isohalina = mesma salinidade marinha.
Isóbata = mesma profundidade subaquática.
Isoípsa = mesma elevação ou cota, também chamada de ¨ curva de nível¨.

As isoípsas ou curvas de níveis são as isolineas mais utilizadas e representam


altitude, ou seja, a distância vertical em relação ao nível do mar, onde está a praia,
chamado de nível de base. Os mapas que utilizam esse tipo de linhas são chamados
de mapas topográficos e normalmente são utilizados como mapa base.
As curvas de nível possuem algumas características ou regras básicas:

84
1- As linhas obrigatoriamente devem se fechar;
2- As linhas podem até se tocar, mas nunca se cruzarem;
3- Qualquer ponto em cima da linha tem a mesma medida;
4- As linhas são equidistantes, ou seja, aumentam ou diminuem utilizando o
mesmo intervalo;
5- Quanto mais próximas as linhas estão, mais íngreme é o terreno e quanto
mais distante, mais plano;
6- O ponto mais alto não é marcado pela última linha, mas pelo espaço em
branco que, por acaso, exista dentro dela.

Figura 28: Exemplo de curvas de nível

Fonte: Fontanailles (2013, Online)

Através das curvas de nível é possível traçar um perfil topográfico, projetando-


se as curvas de nível em um eixo de ordenadas e abcissas, conseguindo-se assim
reconstituir o relevo (formato) de um determinado terreno.

85
Figura 29: Perfil Topográfico

Fonte: Fontanailles (2013, Online)

6.3 SENSORIAMENTO REMOTO

Sensoriamento Remoto (S.R.) é o levantamento de dados, a distância, através


do uso de sensores. Esse tipo de atividade está muito mais presente no nosso dia a
dia do que imaginamos, seja no controle que abre o portão eletrônica ou liga o ar
condicionado, até na máquina que utilizamos para bater uma foto, sem que haja
contato direto com o objeto retratado.
Essa tecnologia avançou bastante após a Segunda Guerra Mundial, que pos-
sibilitou o levantamento mais preciso de dados sobre a Terra e a popularização da
produção de mapas, que antes eram feitos quase que de forma artesanal.

86
Durante um tempo esta tecnologia esteve restrita apenas ao uso militar, sendo
os EUA um dos precursores, com o lançamento de vários satélites, principalmente
após 1960, com destaque para o Landsat, o NOAA e, posteriormente para o IKONOS,
o que possibilitou a exploração da superfície da Terra, um levantamento de dados
em um ritmo nunca visto antes, além da contribuição para várias áreas de conheci-
mento como agricultura, geologia, planejamento urbano, meteorologia, dentre ou-
tros.

Quadro 2: Utilização do sensoriamento remoto


ÁREAS APLICAÇÕES
Mete- Previsão do tempo, mapeamento climático
rolo-
gia
Geo- Procura de jazidas, aproveitamento dos solos
logia
Agri- Previsão de safras, estudo de contaminações por pra-
cul- gas
tura
Infra- Tráfego aéreo, marítimo, ferroviário e rodoviário
estru-
tura
Ecolo- Inventários de recursos naturais, desmatamento
gia
De- Inventário e planejamento urbanos, ocupação de en-
mo- costas (áreas de risco)
grafia
Fonte: Elaborado pelo Autor (2020)

O sistema LANDSAT, da NASA, satélite para inventariar e monitorar os recursos


naturais do planeta, colocou o Brasil entre os países piores no uso dessa tecnologia,
pois em 1972, em Cuiabá/MT, o país instalou a terceira base no mundo a receber
imagens do Landsat, atrás apenas dos Estados Unidos e do Canadá e, a frente, inclu-
sive da Europa, o que ajudou no desenvolvimento de tecnologias nacionais de sen-
soriamento remoto, geoprocessamento e construção de satélites, sobre a responsa-
bilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, situado em São Jose dos Cam-
pos e inaugurado em 1969.
Além do programa de satélites desenvolvido em parceria com a China, o
CBERS – Chinese Brazilian Earth Resources Satellite, que já colocou alguns satélites em
órbita, desde de 2019 o Brasil também fechou uma parceria com os Estados Unidos
para uso da Base de Alcântara, no Maranhão, considerado um dos melhores pontos

87
do mundo para lançamento de satélites.
O Brasil também é o único país do Hemisfério Sul do Planeta que participou do
programa de construção da Estação Espacial Internacional, o que possibilitou o envio
de um astronauta brasileiro ao espaço, o Tenente Coronel da Força Aérea Brasileira,
Marcos César Pontes.
Além de satélites, o Sensoriamento remoto também pode ser feitos por radares
ou por aviões, com câmeras acopladas, o que é chamado de Aerofotogrametria.
Os radares são constituídos de sensores ativos que emitem ondas eletromag-
néticas através de antenas, capitando as de volta e transformando as em imagens.
A partir da década de 1970, durante os governos militares, o Brasil lançou o maior
projeto de levantamento de dados via radares do mundo, levantando inicialmente
o potencial econômico e as riquezas naturais da floresta amazônica e, posterior-
mente de todo o país. Esse projeto ficou conhecido como Radam Brasil.
A aerofotogrametria, na pratica, são fotos obtidas por meio de câmeras aé-
reas, de alta precisão, instaladas em baixo de uma aeronave, que se desloca por
uma faixa pré-determinada, com velocidade constante e fazendo fotos em interva-
los regulares. O elevado nível de precisão e rapidez, além da excelente orientação
espacial, fazem com que esse seja um dos meios mais utilizados de levantamento de
dados em todo o mundo.

Figura 30: Imagem de aerofotogrametria no Distrito Federal para ajuste de cobrança de IPTU

88
Fonte: Agência R2F (2016, online)

As imagens aéreas sobrepõem uma a outra em 60% da área, fazendo sempre


com que uma área tenha sido fotografada, pelo menos, três vezes e por ângulos
diferentes, o que possibilitará, através de uma técnica conhecida como esterosco-
pia, visualizar a imagens em 3D, percebendo a profundidade nas imagens.

Figura 31: Aerofotogrametria

Fonte: Oliveira (2000, online)

89
 Leia mais entenda como foi a participação do Brasil (cheia de altos e baixos) na con-
trução da Estação Espacial Internacional, a ISS (International Space Station) e o envio
do prime (e único) astronauta brasileiro ao espaço. Link a seguir: https://bit.ly/3pnbCyb.
Acesso em: 23 fev. 2020;

 Entenda como foi o surgimento do programa CBERS uma parceria inédita entre Brasil e
China no setor técnico-científico espacial. Disponivel em: https://bit.ly/2GMxfpX. Acesso
em: 23 fev. 2020;

Como visto nesta ultima unidade de seu livro didático, o O sensoriamento remoto é uma
tecnologia que obtém informações relacionadas a objetos, regiões ou fenômenos na
Terra sem contato físico com eles. Leia mais em: https://bit.ly/35h2lzG. Acesso em: 23
fev. 2020;

90
6.4 SISTEMA DE POSICIONAMENTO GLOBAL - GPS

O GPS é um sistema de posicionamento global norte americano com 24 saté-


lites distribuídos na órbita terrestre, o que possibilita a obtenção sobre a localização
terrestre sobre qualquer ponto.
Independentemente de onde a pessoa esteja, ela estará sempre em contato
com pelo menos 4 satélites, que ao realizar a triangulação para localizar o aparelho
receptor, permitirá que se obtenha a longitude, a latitude e a altitude, georreferen-
ciando qualquer ponto sobre a superfície terrestre.
O GPS está sobre administração do Departamento de Defesa dos Estados Uni-
dos, o que gera desconfiança de outros países, que acreditam que os EUA poderiam
manipular os dados de satélite em caso de guerra ou de interesses econômicos.

91
Figura 32: Funcionamento do GPS

Fonte: Adaptado de Garrett (2011)

Por questões geopolíticas e estratégicas, a Rússia também desenvolveu seu


próprio sistema de posicionamento, chamado GLONASS e, inclusive, com bases de
recepção de dados no Brasil, em pleno funcionamento. A China está desenvolvendo
um sistema próprio, chamado Beidou e a Europa ainda engatinha na estruturação
do Galileo. Acredita-se que, em curto prazo, pelo menos 4 sistemas de posiciona-
mento estarão em pleno funcionamento no mundo.
O desenvolvimento de outros sistemas de posicionamento por satélites é de
fundamental importância para os usuários, pois o GPS, tecnologia desenvolvida e
controlada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, limita informações
destinadas aos civis, e, em caso de guerras envolvendo esse país, a emissão de sinal
pode ser ainda mais restrita.

"Google Earth na Sala de Aula" é um projeto educacional sem fins lucrativos que visa criar
as condições necessárias para a aplicação da nova tecnologia da geografia como fer-
ramenta de ensino para atrair alunos a aprender com as descobertas. Desta forma, quais
podem ser os benefícios extraídos deste projeto como ferramenta didática para o ensino
de cartografia e geografia? Reflita.

92
93
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (Unifei-SP – adaptada) - O monitoramento por satélite e o GPS (Sistema de Posici-


onamento Global) são inovações tecnológicas atualmente usadas por órgãos go-
vernamentais, agricultura, empresas, pessoas etc. Sobre essa questão, escreva ver-
dadeiro (V) ou falso (F) para os itens abaixo e assinale a alternativa correta.

I. O GPS é um Sistema de Posicionamento Global constituído por dezenas de satélites


que emitem sinais de rádio captados por aparelhos especiais em qualquer ponto
da superfície da Terra.
II. O GPS indica ao usuário sua localização em termos de latitude, longitude e altitude.
III. Na agricultura, essas tecnologias podem ser utilizadas a fim de que se obtenha
maior produtividade com custos menores.
IV. Essas inovações tecnológicas permitem, por exemplo, detectar e acompanhar a
direção e o deslocamento de queimadas e avaliar prejuízos em áreas atingidas
por secas ou inundações.

a) V, F, V, V.
b) V, V, V, F.
c) F, V, V, V.
d) V, V, V, V.
e) V ,V, F, F.

2. (Ministério do Turismo). As curvas de nível são linhas curvas fechadas obtidas a par-
tir da interseção de planos horizontais com a superfície de um dado terreno, como
exemplificado na figura a seguir. Todos os pontos pertencentes a uma dessas linhas
encontram-se no mesmo nível e, portanto, apresentam a mesma cota altimétrica.
Os planos de interseção são paralelos e apresentam a mesma distância entre dois
planos adjacentes. Essa distância recebe o nome de equidistância vertical. Se-
gundo seu traçado, as curvas de nível classificam-se em mestras, representadas
por traços mais espessos, e cotadas, sendo normalmente múltiplas de 5 ou 10 m;
intermediárias, quando múltiplas da equidistância vertical e não são linhas mestras;
e curvas de meia equidistância, cuja finalidade é a densificação de terrenos muito
planos.

94
Com relação ao procedimento para representação de um terreno por meio de
curvas de nível, sua correta compreensão e suas recomendações normativas, as-
sinale a alternativa correta.

a) Duas curvas de nível não podem cruzar-se.


b) Quanto mais próximas as curvas de nível de um terreno, menor é a declividade do
terreno.
c) Curvas afastadas representam terrenos muito acidentados.
d) Os pontos de início e término de uma curva de nível podem ser diferentes.
e) Elevações são superfícies em que as curvas de nível de maior valor envolvem as
de menor valor.

3. (UFT). Um grupo de escoteiros realizou uma caminhada entre dois acampamentos

95
I e II. Analise este mapa, em que está indicada a localização desses acampamen-
tos, bem como outros elementos que compõem a paisagem da região percorrida
pelos escoteiros:

A partir dessa análise, é CORRETO afirmar que os escoteiros:

a) Alcançaram maior altitude entre 1 600 m e 1 700 m ao transporem elevação loca-


lizada a leste do Acampamento I.
b) Percorreram um trajeto de 3 km entre os acampamentos I e II, uma vez que, no
mapa, essa distância é de 6 cm.
c) Ocuparam, no Acampamento II, uma área de risco de inundações, em razão de
sua localização em uma planície.
d) Percorreram uma trajetória ao longo de divisores de água, com o objetivo de evi-
tar subidas e descidas por encostas de morros e serras.
e) Percorreram o caminho menos íngreme possível, visto que os dois acampamentos
estão na mesma altitude.

4. História do sensoriamento remoto:

96
A origem do sensoriamento remoto vincula-se ao surgimento da fotografia aérea.
Assim, a história do sensoriamento remoto pode ser dividida em dois períodos: um,
de 1860 a 1960, baseado no uso de fotografias aéreas, e outro, de 1960 aos dias
de hoje, caracterizado por uma variedade de tipos de fotografias e imagens. O
sensoriamento remoto é fruto de um esforço multidisciplinar que integra os avan-
ços da Matemática, Física, Química, Biologia e das Ciências da Terra e da Com-
putação. A evolução das técnicas de sensoriamento remoto e a sua aplicação
envolvem um número cada vez maior de pessoas de diferentes áreas do conhe-
cimento.

Tendo-se em vista a importância do sensoriamento remoto para as mais diversas


atividades humanas, considera-se como principal objetivo dessa atividade

a) Interpretar, visualizar e apontar os principais fluxos monetários internacionais.


b) Monitorar as principais atividades correlacionadas à tectônica global.
c) Obter imagens e outros tipos de dados da superfície terrestre.
d) Acompanhar a dinâmica das principais vias de circulação aérea.
e) Diagnosticar as migrações intrarregionais, apontando as principais causas de emi-
gração.

5. (UEL-PR–2010). Sobre a obtenção e interpretação de imagens, é CORRETO afirmar:

a) Dentre os diversos objetivos da utilização do sensoriamento remoto destaca-se a


obtenção e análise de informações sobre materiais, objetos ou fenômenos na su-
perfície da Terra, a partir de dispositivos situados a distância.
b) O sensoriamento remoto é uma sofisticação tecnológica entendida como avanço
técnico que realiza mapeamento e convenções cartográficas de imagens adqui-
ridas por sensores próximos de seus alvos.
c) Na utilização do sensoriamento remoto, os dispositivos de coleta de dados têm
função de digitalizar a informação proveniente dos materiais, objetos ou fenôme-
nos terrestres, para posterior processamento e interpretação possível de ser reali-
zado por qualquer pessoa.
d) As atividades de sensoriamento remoto excluem o processamento digitalizado de

97
imagens, pois a técnica por si mesma fornece instrumentos que facilitam a identi-
ficação e extração de informações para posterior interpretação.
e) A transformação de imagens em dados que possam representar informações úteis
está inteiramente realizada, uma vez que o sensoriamento remoto descarta a ne-
cessidade do especialista humano para identificar cada uma das classes de ob-
jetos passiveis de reconhecimento.

6. (Fuvest-SP) Considere os exemplos das figuras e analise as frases seguintes, relativas


às imagens de satélite e às fotografias aéreas.

I. Um dos usos das imagens de satélites refere-se à confecção de mapas temáti-


cos de escala pequena, enquanto as fotografias aéreas servem de base à con-
fecção de cartas topográficas de escala grande.
II. Embora os produtos de sensoriamento remoto estejam, hoje, disseminados pelo
mundo, nem todos eles são disponibilizados para uso civil.
III. Pelo fato de poderem ser obtidas com intervalos regulares de tempo, dentre
outras características, as imagens de satélite constituem-se em ferramentas de
monitoramento ambiental e instrumental geopolítico valioso.

Está CORRETO o que se afirma em:

a) I, apenas.
b) I e III, apenas.

98
c) II, apenas.
d) I, II e III.
e) II e III, apenas.

7. (UFSM-RS). Os mapas podem mostrar algo mais do que apenas a posição do lugar,
isto é, podem fazer mais do que responder à questão “onde? ”

COELHO, Marcos A. e TERRA, Lygia. Geografia Geral: o espaço natural e socioeconômico. São Paulo:
Moderna, 2001. p. 24.

Analisando as figuras assinale verdadeiro (V) ou falso (F).

( ) A utilização de símbolos representados na figura 1 permite visualizar o aspecto


ordenado, caracterizando relações de ordem dos fenômenos geográficos.
( ) O uso de símbolos na figura 2 permite visualizar o aspecto qualitativo, caracteri-
zando relações de diversidade dos fenômenos geográficos.
( ) O emprego de símbolos (figura 3) permite visualizar o aspecto quantitativo, ca-
racterizando relações de proporcionalidade dos fenômenos geográficos.

Escolha uma:

a) V, V, V.
b) V, F, V.
c) V, F, F.
d) F, F, V.
e) V, F, F.
8. (UFF) -Analise as afirmativas a seguir, que se referem a aspectos de natureza car-
tográfica.

I. As fotografias aéreas e as imagens de satélite constituem recursos técnicos de

99
sensoriamento remoto, utilizados no mapeamento do espaço geográfico.
II. As isoietas são linhas que unem pontos altimetricamente iguais e servem para
representar as variações existentes no relevo submarino.
III. As representações cartográficas de rochas, relevo e solos resultam, respectiva-
mente, em mapas geológicos, geomorfológicos e pedológicos.

De acordo com as afirmativas acima, assinale a opção correta.

a) Apenas II é verdadeira.
b) Apenas III é verdadeira.
c) Apenas I e II são verdadeiras.
d) Apenas I e III são verdadeiras.
e) I, II e III são verdadeiras.

100
O APARECIMENTO DA CIDADE NA UNIDADE

01
SOCIEDADE OCIDENTAL

7.1 A FORMAÇÃO DAS CIDADES MEDIEVAIS

Desde os tempos antigos, diferentes povos já tinham a percepção de viver em


um espaço geográfico e se sentir parte dele. Deste modo, verificaremos como dife-
rentes organizações espaciais influenciaram na formação do espaço urbano no pas-
sado e no presente, inclusive nas relações entre sociedade e natureza.
O mundo no período medieval, que se iniciou no século V, já passava por cons-
tantes transformações, sendo influenciado pelos elementos ao seu redor, que contri-
buíam para formar e alterar o espaço geográfico de acordo com os diversos interes-
ses envolvidos. Temos como exemplo a existência de guildas, que eram corporações
de ofício formadas por artesãos profissionais e independentes, que contribuíam na
dinâmica espacial daquele período, e as feiras que contribuíam para as trocas co-
merciais entre diversos mercadores.
A forma de organização espacial na Idade Média era caracterizada pela
construção de castelos, que caracterizavam um lugar de poder econômico e polí-
tico, mas permeado de conflitos e interesses em um espaço marcado pela existência
de uma divisão social da cidade (TEIXEIRA; CANZI, 2016).
Neste contexto, entender a presença de objetos fixos, como por exemplo as
construções ou plantações predominantes em determinado período, e os objetos
móveis, como os meios de transporte, se torna fundamental para entender a forma-
ção das cidades em diferentes períodos de acordo com as condições sociais e téc-
nicas presentes num dado momento histórico, que são influenciadas pelas ações e
intencionalidades da sociedade sobre estes objetos que modelam a paisagem geo-
gráfica (SANTOS, 2008).
Pensar nas cidades no período da Idade Média é entender como a relação
entre diversos fatores transformavam o espaço geográfico para a formação das ci-
dades medievais, tais como o desenvolvimento do artesanato e do comércio que

101
influenciam na dinâmica populacional caracterizada por paisagens com muralhas,
torres e castelos.
Deste modo, o principal elemento que simbolizava a fundação das cidades
medievais são as muralhas, que delimitavam o espaço rural e o espaço urbano. Além
disso, estas muralhas tinham função de proteção contra futuras guerras e invasões,
além de facilitar o controle administrativo daquela região cercada, conforme ilus-
trado na Figura 1 (LE GOFF, 2006).

Figura 1: Cidade medieval de Carcassone localizada no Sul da França.

Fonte: Schonardie; Ricotta; Canabarro, 2019.

Diversos pesquisadores consideram que as cidades medievais surgiram num


contexto no qual o espaço rural era dominante, porém o campo e a cidade possu-
íam economias complementares. Deste modo, elas possuíam um núcleo administra-
tivo central no qual se concentrava a população ao seu redor. A expansão das tro-
cas comerciais, juntamente com as inovações técnicas no campo, propiciou o de-
senvolvimento econômico e social no período medieval.
Deste modo, houve uma modernização agrícola para um maior abasteci-
mento de alimentos nas cidades. Neste período, já ocorria o processo de êxodo rural,
na medida em que parte da população migrava do campo para as cidades em
busca de novas oportunidades de trabalho, contribuindo, assim, para o crescimento

102
das cidades medievais.
Cabe destacar que estas cidades medievais tivessem semelhanças em rela-
ção as fortificações, marcadas por muralhas e torres, e por traços esculturais vertica-
lizados nas catedrais, conhecido como estilo gótico, conforme Figura 2. Contudo, es-
tas regiões urbanas tinham suas particularidades marcadas pela cultura e arte local
que contribuíram para a sua formação, ou seja, a combinação de elementos físicos,
culturais e sociais possibilitaram caracterizar a urbanidade do período medieval.

Figura 2: Fachadas da Catedral gótica de Notre-Dame, em Paris.

Fonte: Costa; Silva (2016)

103
7.2 O RENASCIMENTO URBANO E AS CARACTERÍSTICAS DAS CIDADES

Ao se estudar as transformações que ocorreram nas cidades após o período


da Idade Média, deve-se considerar a ruptura do sistema econômico vigente, co-
nhecido como feudalismo, que influenciou na organização dos centros urbanos e
comerciais e na forma como se estruturava toda cidade.
A organização dos espaços urbanos começa a passar por novas transforma-
ções e se fundamentar pelo sistema econômico capitalista comercial, ou seja, as
ações da sociedade são reguladas por meio de relações comerciais. E este renasci-
mento e fortalecimento comercial caracteriza o modo de crescimento de cada ci-
dade de acordo com sua capacidade de realizar compras e vendas de terras ou
lotes.
Durante os séculos XV e XVI ocorre uma valorização das artes e da Ciência na
Europa, em um período conhecido como Idade Moderna, que traz um novo signifi-
cado na configuração das cidades que são influenciadas pela cultura grega e ro-
mana (ZENKNER, 2002).
Os diversos profissionais que habitavam as cidades tinham uma preocupação
com a organização espacial urbana e suas formas métricas, com jardins que seguiam
determinadas geometrias, assim como as ruas e praças que se projetavam de

104
acordo com uma simetria e ordem estabelecida. Itália, Espanha e Portugal são al-
guns exemplos onde existiram estas cidades planejadas no período renascentista, e
que posteriormente se expandiu para algumas regiões africanas, conforme ilustrado
nas Figuras 3 e 4.

Figura 3: Planta da cidade de Viana do Castelo – Portugal.

Fonte: Arquivo virtual da Cartografia portuguesa.

Figura 4: Planta da cidade de Mazagão, localizada na África

105
Fonte: Arquivo Virtual da Cartografia Portuguesa

Deste modo, verificamos uma preocupação dos arquitetos e construtores


deste período com os traçados regulares das quadras, geralmente retangulares, ro-
deados de ruas perpendiculares largas e espaçosas. Deve-se considerar que neste
período de transição ainda haviam alguns resquícios do período medieval, como a
presença de muralhas e fortes em algumas cidades para a defesa de seus territórios.
São Luís, Belém e Campo Grande são alguns exemplos de cidades no Brasil
com traços renascentistas, na medida em que foram inspiradas em uma urbanização
uniforme em seu núcleo central e planejadas para serem próximas a uma malha fer-
roviária ou hidroviária de modo que facilitasse o escoamento e comercialização de
diversos produtos. Embora tenham sido povoadas inicialmente para fins militares, es-
tas cidades foram herdeiras de um legado renascentista, advindo sobretudo da cul-
tura europeia ocidental (ZENKNER, 2002).

106
FIXANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com a forma de organização espacial na Idade Média, qual dos itens
a seguir melhor representa um lugar de poder econômico e político nas cidades:

a) presença de mosteiros e igrejas que representavam o poder do clero e influenci-


ava grandes áreas urbanas.
b) a expansão de torres e muralhas que segregavam o espaço urbano e rural, mas
simbolizavam a força militar das cidades.
c) a construção de castelos que eram fortificações onde residia a nobreza, sendo um
local que centralizava as decisões administrativas e militares de uma cidade.
d) presença de centro de eventos e exposições de artes para reunir os nobres e reis
que tomavam decisões importantes nestas áreas.
e) difusão dos centros comerciais que realizavam trocas para enriquecimento eco-
nômico das regiões econômicas.

2. Nesta unidade verificamos como as cidades foram se formando a partir das ca-
racterísticas de cada período histórico. Diante disso, qual alternativa poderia
contribuir para instigar o envolvimento dos alunos com esta temática?

a) Procurar desenvolver atividades de campo que valorizem os aspectos estéticos e


arquitetônicos atuais das cidades e sem se preocupar com a historicidade da re-
gião, pois isto é um objetivo da disciplina de História.

b) Demonstrar o contexto ambiental que estão inseridas as cidades e mostrar que a


população depende do meio ambiente para sobreviver, sendo o espaço urbano
o centro de conflitos entre sociedade e natureza.

c) Realizar atividades de memorização e leituras sobre aspectos históricos e culturais


para despertar uma conscientização sobre a importância da formação das cida-
des.

d) Proporcionar atividades diversificadas como palestras com pessoas que vivencia-


ram as transformações da cidade e visitas em museus ou centros históricos para
uma melhor compreensão das origens e expansão das cidades.

107
e) Buscar se apoiar nos manuais e livros didáticos para aquisição e transmissão dos
conteúdos geográficos, pois são eles que direcionam os passos do aprendizado
gradual que ocorre em Geografia.

3. De acordo com o contexto de formação das cidades e suas características na


Idade Média, qual destes itens mostram um dos motivos para a construção de
castelos e fortificações ao seu redor:

a) finalidade militar.

b) finalidade comercial.

c) finalidade religiosa.

d) finalidade turística.

e) finalidade estética.

4. Em uma determinada escola a professora pediu para os alunos relatarem algu-


mas características das cidades no período do renascimento. Marque o item que
exemplifica a resposta correta dada por um estudante.

a) Período caracterizado pela posse de extensas áreas agrícolas, conhecidas como


feudos, que simbolizavam o poder econômico em uma região.

b) Ascensão do capitalismo industrial com difusão de diversas manufaturas para


acumulação de riquezas nas cidades.

c) Período de renascimento do comércio, mas com pouca valorização do conheci-


mento científico e artístico, que ainda não possui investimentos e financiamentos
nos centros urbanos.

d) Emergência de diversas manifestações artísticas e estéticas que foram influencia-


das pela tendência arquitetônica gótica da época.

108
e) Período de expansão do capitalismo comercial, valorização das artes e do co-
nhecimento científico, influenciando nos aspectos estéticos e culturais que pro-
porcionaram uma nova reconfiguração das cidades.

5. Considerando as reflexões sobre o aparecimento da cidade na sociedade oci-


dental, avalie as afirmações a seguir:

I. Existe poucas diferenças estéticas e paisagísticas entre as cidades do período


medieval e no período moderno do Renascimento comercial.
II. Após a Idade Média ocorre transformações econômicas e culturais no Oci-
dente que contribuem para uma nova organização espacial dos centros ur-
banos.
III. A urbanização no Brasil não sofreu influência do Renascimento, pois as cidades
brasileiras são caracterizadas pela cultura africana que contribuiu uma nova
configuração espacial.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.

b) II.

c) III.

d) I e II.

e) I, II e III.

6. (Fuvest - adaptado) Marque o item correto relacionado às feiras na Idade Média.

a) São locais de prática comercial nos centros das cidades para o abastecimento
cotidiano dos seus habitantes.

109
b) Caracterizam-se por áreas exclusivas de câmbio e valorização das diversas moe-
das europeias.

c) São reconhecidas como locais de comércio abrangendo grandes regiões que


dinamizaram a economia da época.

d) São locais fixos de comercialização da produção dos feudos.

e) Foram estabelecidas pelas grandes dinastias para o renascimento do comércio


abalado com as invasões no Mediterrâneo que destruíram diversas cidades.

7. (Vunesp - adaptado) A partir do século XII, em algumas regiões europeias, nas


cidades em crescimento, comerciantes, artesãos e bispos aliaram-se para a
construção de catedrais com grandes pórticos, vitrais e rosáceas, produzindo
abóbadas e torres elevadas que dominavam os demais edifícios urbanos. O es-
tilo da arte da época que influenciou na configuração espacial e arquitetura
dos centros urbanos é denominado

a) Renascentista.

b) Bizantino.

c) Românico.

d) Gótico.

e) Barroco.

8. Considerando as reflexões em relação ao conteúdo discutidos na Unidade I,


analise os itens a seguir.

I. A crise do modo de produção feudal na Idade Média contribuiu para o surgi-


mento do Renascimento comercial na Europa.
II. As transformações que ocorreram na passagem da Idade Média para a Idade
Moderna não necessariamente priorizaram uma melhor distribuição de riquezas

110
para a população devido à concentração do poder local.
III. No período de surgimento das cidades no período medieval e expansão comer-
cial na Europa ainda não havia universidades para a produção e difusão do co-
nhecimento científico.

É correto o que se afirma somente em:

a) I e II.

b) I e III.

c) I.

d) II.

e) I, II e III.

111
A INDUSTRIALIZAÇÃO E A UNIDADE

02
FORMAÇÃO DA SOCIEDADE
URBANA

8.1 AS INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL NA FORMAÇÃO DAS CIDA-


DES

Diversas pesquisas mostram que a urbanização é um fenômeno que se iniciou


desde os períodos antigos, passando por mudanças espaciais na Idade Média e Mo-
derna. Conforme foram se aperfeiçoando as inovações técnicas aumentavam-se a
capacidade humana de intervir e transformar os espaços naturais e urbanos.
No início do século XVIII, a atividade industrial contribuiu para que o processo
de modificações no espaço urbano se tornasse mais intenso. Compreende-se como
indústria as diversas atividades humanas que tem por objetivo a produção de mer-
cadorias, por meio da extração e modificação dos produtos da natureza, no qual as
cidades se tornam espaços de produção e não somente comercialização (SPOSITO,
1988).
Através da implementação gradativa da atividade industrial, o trabalho ma-
nual dos artesãos foi sendo substituído pelo processo produtivo no interior das fábri-
cas, no qual tornou a produção mais rápida e em grande escala, por meio da intro-
dução de máquinas movidas a energia, com a queima do carvão mineral, que pos-
teriormente será substituído pela eletricidade e petróleo. A evolução histórica da or-
ganização do processo produtivo que contribuiu para diversas transformações urba-
nas pode ser verificada na Figura 5.

112
Figura 5: Evolução histórica da industrialização

Fonte: MARTINEZ; VIDAL (2016)

As transformações geográficas que ocorrem nas cidades por meio da conso-


lidação do processo industrial se concentram primeiramente em regiões onde há um
maior investimento para o desenvolvimento da atividade industrial, como em Londres
e Manchester, na Inglaterra, para depois se expandir para outras regiões da Europa
e outros continentes nos anos subsequentes.
Neste contexto, verifica-se um aumento populacional das cidades que de-
manda maior produção por bens de consumo, exigindo maior exploração dos recur-
sos naturais em regiões agrícolas. Deste modo, o setor industrial interfere nas migra-
ções em direção às regiões urbanas, na demanda da produção agrícola e na ativi-
dade comercial, tanto interna como externa, ampliando a circulação de mercado-
rias por meio de diversos meios de transportes, e assim contribuem para uma nova
configuração para o espaço urbano.

113
8.2 MUDANÇAS ESTRUTURAIS NO PAPEL DAS CIDADES

O crescente desenvolvimento de indústrias no espaço urbano, juntamente


com o crescimento populacional, contribuiu para um rearranjo estrutural das cidades
a partir do século XVIII. Algumas cidades industrializadas atraíam mais investimento
por possuírem alguns fatores favoráveis como oferta de mão de obra, disponibilidade
de matéria-prima, mercado consumidor e máquinas que tornavam possível aumen-
tar a capacidade produtiva e lucratividade dos proprietários industriais.
Esta nova configuração das cidades, no qual os artesãos e comerciantes ti-
nham papel secundário diante do desenvolvimento industrial, proporcionou uma mo-
dernização gradativa do setor de transportes e comunicações, de modo que ocor-
resse o aumento de ferrovias para um maior escoamento de mercadorias e circula-
ção de pessoas nos grandes centros industriais da Europa.
De acordo com a capacidade de decisão econômica e comercial que cada
cidade adquiria no decorrer dos tempos, contribuía para determinar seu papel local
e regional em uma esfera de atuação e relações com outras cidades. Deste modo,
o período industrial foi proporcionando uma escala de subordinação entre cidades
de diferentes tamanhos e importância econômica.
O aumento da produção em larga escala interfere nos hábitos culturais da
população das cidades que se transformam em uma sociedade de consumo de
massa, ou seja, cria-se padrões de consumo que interferem nas antigas diferenças
culturais existentes. Deste modo, ocorrem mudanças estéticas na paisagem das ci-
dades a partir do momento em que a construção de novas indústrias direciona o
ritmo de retirada de recursos naturais e a expansão de produtos industrializados cada
vez mais consumidos e descartados no meio ambiente.

114
Com o aumento populacional que contribuiu para a expansão das cidades,
que nem sempre ocorria de modo organizado e planejado, ocorrendo uma ocupa-
ção dos espaços cada vez mais distantes dos núcleos urbanos centrais, no qual abri-
gavam tanto pessoas de maior poder aquisitivo, em casas com melhor estrutura em
espaços físicos maiores, em bairros de luxo, como assalariados que habitavam casas
menores, em bairros considerados mais pobres (SPOSITO, 1988).
Embora o nível de desenvolvimento industrial refletisse a prosperidade econô-
mica de uma cidade na Idade Moderna, estas aglomerações eram símbolo também
da falta de saneamento básico, que contribuía para proliferar algumas doenças, as-
sim como havia um descontrole da poluição atmosférica e dos resíduos gerados no
meio ambiente, devido à crescente produção industrial que não respeitava o ritmo
de desenvolvimento da natureza, conforme ilustrado na Figura 6.

Figura 6: Centro de Londres em 1851.

Fonte: BENEVOLO, L. História da cidade (2005)

115
116
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Nesta unidade verificamos como a industrialização influenciou na formação da


sociedade urbana. Diante disso, qual alternativa mostra uma das principais conse-
quências da atividade industrial no espaço urbano:

a) Implantação de fábricas no espaço rural para evitar o êxodo rural e uma preocu-
pação com o desenvolvimento sustentável no campo.
b) Havia muitos trabalhadores nas fábricas para aumentar a produção têxtil, mas
pouco desenvolvimento técnico das máquinas sem investimento tecnológico.
c) O setor industrial interfere nas migrações em direção as regiões urbanas, na de-
manda da produção agrícola e na atividade comercial, ampliando a circulação
de mercadorias e pessoas.
d) A instalação gradativa de indústrias buscou preservar os locais de práticas comer-
ciais de produtos artesanais nos centros das cidades.
e) As poucas mudanças paisagísticas que ocorreram nas cidades contribuíram para
a manutenção dos valores culturais dos habitantes que não foram influenciados
pelo consumo em larga escala.

2. (FGV-RJ - adaptado) A chamada Primeira Revolução Industrial, ocorrida a partir


do século XVIII, foi caracterizada

a) pelo desenvolvimento da eletricidade e da siderurgia e pela expansão da indus-


trialização para além do continente europeu.
b) pela concentração do processo de industrialização na inglaterra e divisão interna
do trabalho com aumento da produção em larga escala.
c) pela industrialização com investimentos no setor de transportes, telecomunicações
e robótica para que a produção chegasse em outros continentes.
d) pelo equilíbrio de forças entre as potências que possuíam tecnologias e as nações
que forneciam mão de obra para a difusão da industrialização.
e) pela retração da economia mundial devido à mecanização da produção e à di-
minuição da oferta de produtos industrializados.

117
3. (Unemat - adaptado) – Veja as afirmações a seguir e depois assinale o item que
se refere às características do capitalismo industrial:

I. Corresponde ao período da segunda Revolução Industrial ou tecnológica,


quando o capitalismo se tornou monopolista. Empresas ou países monopolizaram
o comércio; os bancos adquiriram cada vez mais importância; o capital financeiro
passou a dominar e a controlar a economia dos países; domínio das transnacio-
nais.
II. Ocorreu um ressurgimento dos centros urbanos e intensificação do comércio; acu-
mulação de recursos; inovações nos transportes marítimos, nos armamentos e nas
técnicas de navegação; expansão comercial do final do século XIV e início do
século XV.
III. Forte mecanização, influenciando diversos setores da economia. As fábricas em-
pregavam grande número de trabalhadores e contribuiu para diversas transforma-
ções no espaço geográfico.

a) Somente I.
b) Somente II.
c) Somente III.
d) Somente II e III.
e) Nenhum dos itens anteriores.

4. (Unioeste-PR - adaptado) É possível indicar a indústria como um dos principais


agentes de produção do espaço geográfico. Sobre o processo de desenvolvi-
mento das indústrias, assinale a alternativa correta.

a) A primeira revolução industrial iniciada na Inglaterra representou momento impor-


tante no qual foi intensificada a mecanização e foi introduzida a produção em
série.
b) A localização e instalação das novas regiões industriais na Inglaterra não levava
em consideração a proximidade das matérias-primas.
c) A primeira revolução industrial foi um marco da introdução do petróleo enquanto

118
principal fonte de energia para desenvolvimento industrial.
d) A primeira revolução industrial alterou diversos aspectos da paisagem das cidades
por meio do desenvolvimento da Informática, robótica, telecomunicações e mi-
croeletrônica em diversas regiões da Europa.
e) A industrialização tardia e pouco diversificada foi característica dos países desen-
volvidos localizados na Europa e América.

5. (UDESC - adaptado) Assinale a alternativa correta sobre o processo de industriali-


zação:

a) Nunca houve na história um tipo de sociedade industrial que não fosse nomeada
e produtivamente capitalista, ou seja, não há indústria em uma sociedade que
não seja capitalista, pois sempre buscam o lucro.
b) A industrialização se iniciou pela produção em pequena escala, localizada em
estabelecimentos fabris, com uso de maquinaria e pouca quantidade de mão de
obra, com o objetivo de atingir um mercado consumidor próximo.
c) A industrialização deve ser entendida como um processo gradual de beneficia-
mento da matéria-prima e que busca uma distribuição justa da riqueza adquirida.
d) A Inglaterra, Bélgica e Japão são considerados as nações pioneiras no processo
de industrialização.
e) O conceito de industrialização implica uma série de elementos específicos, como
as descobertas científicas e seu emprego nas atividades produtivas; uma combi-
nação entre as atividades de produção e de consumo; o mercado; a moeda
como instituições que norteiam a troca entre produtores e consumidores, etc.

6. Considerando as reflexões em relação ao conteúdo discutido na Unidade II, ana-


lise os itens a seguir:

I. A crise do modo de produção comercial em pequena escala na Idade Média


contribuiu para a necessidade do desenvolvimento e inovação de máquinas para
aumentar a produção nas fábricas.
II. Houve uma preocupação para que as cidades crescessem de modo organizado

119
e planejado evitando um grande número de migrantes nos espaços urbanos.
III. A industrialização dificultou uma hierarquia entre as cidades, pois todas tinham a
mesma função e importância econômica na Idade Moderna.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

7. “Uma das grandes invenções no século XVIII foi a máquina a vapor, tornando pos-
sível o uso da energia em todos os artifícios mecânicos, em quantidades maiores
do que qualquer outra coisa conseguiria realizar no passado. O mundo mudou
mais drasticamente (e mais rapidamente) do que em qualquer outra época desde
a invenção da agricultura, cerca de 10 mil anos antes.”
ASIMOV, I. Cronologia das Ciências e das Descobertas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993, p. 395.

Aponte a alternativa correta de acordo com o texto e o conteúdo explorado


nesta unidade.

a) O contexto histórico deste texto mostra o caráter prejudicial da máquina a vapor


para a agricultura e para as cidades.
b) Pode-se concluir que a máquina a vapor foi decisiva para o advento da Revolu-
ção Industrial, contribuindo para uma transformação profunda no âmbito da pro-
dução.
c) O texto reflete o que foi dito na Unidade II sobre os aspectos negativos da mu-
dança drástica e rápida que a Revolução Industrial provocou nas cidades.
d) A máquina a vapor acelerou o ritmo de produção e era eficiente porque funcio-
nava à base de eletricidade.

120
e) Verificou-se nesta unidade, e por meio do texto, que a agricultura, se tornou um
obstáculo para o desenvolvimento da indústria com uma resistência da popula-
ção em migrar para as áreas urbanas.

8. Considerando as reflexões em relação ao conteúdo discutidos na unidade II, ana-


lise os itens a seguir:

I. A atividade industrial contribuiu para que o processo de urbanização se tornasse


mais intenso em determinadas regiões da Inglaterra a partir do século XVIII.
II. Diversos agricultores, comerciantes e artesãos conseguiram bons empregos nas
fábricas após um período de treinamento e adaptação nestes novos ambientes
das cidades.
III. Embora as fábricas contribuíssem para o desenvolvimento econômico das cida-
des, elas eram ambientes insalubres e locais que contribuíam para o aumento da
poluição atmosférica e dos rios ao seu redor.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

121
ANÁLISE DA CIDADE UNIDADE

03
CONTEMPORÂNEA

9.1 DINÂMICAS DE CRESCIMENTO DA CIDADE CONTEMPORÂNEA

A aprendizagem da Geografia Urbana deve ser realizada de modo que se


entenda o contexto histórico da formação das cidades, verificado nas unidades an-
teriores, e os fatores que direcionaram o crescimento da cidade contemporânea.
Nas últimas décadas do século XX verifica-se a formação de cidades contem-
porâneas, localizadas não somente em países desenvolvidos, mas em países emer-
gentes envolvidos pelo processo de globalização, no qual existe um crescente fluxo
de circulação de pessoas, mercadorias, capitais e informações. Neste período, co-
nhecido agora como capitalismo financeiro-monopolista, ocorre um crescimento
acelerado da economia capitalista no qual bancos e outras instituições financeiras
assumem um papel central no desenvolvimento econômico e no surgimento de gran-
des corporações.
Durante o período do século XV já se verificava o início da globalização, no
qual as cidades rompiam suas muralhas medievais para expandir suas relações co-
merciais e industriais. Após a Revolução Industrial, este processo se torna mais intenso
por meio da rápida expansão urbana através de investimentos nos transportes. En-
tender as diferentes fases do capitalismo e da globalização possibilita uma melhor
compreensão da globalização presente nas cidades no período atual, no qual pre-
domina uma revolução tecnológica da eletrônica e da Internet, possibilitando maior
independência dos espaços periféricos das cidades (TURCZYN, 2019).
Deste modo, o crescimento das cidades é pautado pela revolução tecnoló-
gica, marcado pelas complexas tecnologias da informação e investimentos no co-
nhecimento científico e crescimento da produtividade, no contexto de uma econo-
mia global com acelerado fluxo de informações, capitais e mercadorias.
As cidades contemporâneas possuem uma dinâmica de crescimento descen-
tralizado, no contexto da globalização, de modo que ocorre uma conexão das áreas

122
periféricas que se integram às áreas centrais através do intenso fluxo promovido por
diversas atividades econômicas no espaço urbano.
Diversos estudos buscam entender as aglomerações que ocorrem distantes
dos grandes centros urbanos, sendo um processo denominado como suburbaniza-
ção e que, embora possuam transportes públicos e tecnologias que integram estes
espaços residenciais e comerciais que se expandem principalmente no entorno de
rodovias e outros eixos viários, possuem uma relação de dependência com os espa-
ços centrais das cidades (HALL, 2011).
Algumas pesquisas indicam que este crescimento das cidades nas margens
das rodovias se iniciou em 1950 nos EUA, onde ocorreu uma rápida expansão da ur-
banização em algumas cidades que tiveram grande adensamento das suas bordas.
Este fenômeno de urbanização periférica, conhecido como edge city, posterior-
mente ocorreu também em outras regiões da América Latina nas últimas décadas
(GARREAU, 1991).
No Brasil, esta periferização foi marcada inicialmente pela rápida implantação
de conjuntos habitacionais ocupados por famílias de baixa renda. Posteriormente, a
paisagem da periferia ficou caracterizada pela construção dos chamados enclaves
fortificados, que são condomínios residenciais fechados com investimentos em segu-
rança, além de espaços de lazer e comércio próximos como a construção de shop-
ping centers.
Por outro lado, novos loteamentos fechados surgem sem considerar a impor-
tância da preservação de Áreas de Proteção Permanente (APP), conforme ilustrado
na Figura 7. O rápido crescimento dos empreendimentos imobiliários não respeita os
aspectos naturais de algumas bacias hidrográficas que são áreas lentamente degra-
dadas devido o crescente descarte irregular de resíduos no meio ambiente.

Figura 7: Exemplo de loteamento na região metropolitana de Campinas, estado de São


Paulo, margeados em áreas de APP.

123
Fonte: TURCZYN (2019)

Deste modo, verifica-se que não existe um único elemento norteador de cres-
cimento como ocorria nas cidades medievais, com os castelos, ou com as cidades
industriais do período da Revolução Industrial. Por meio da estagnação urbana das
áreas centrais, há um fenômeno de crescimento das periferias e que, embora pos-
suam diversos problemas ambientais e sociais, são independentes e marcadas por
áreas residenciais, industriais e de lazer, conforme o interesse imobiliário e o Plano Di-
retor de cada cidade.

9.2 A CIDADE CONTEMPORÂNEA E A REDE URBANA

O processo de urbanização e o desenvolvimento industrial e comercial contri-


buem para o estabelecimento da rede urbana que pode ser definido como um con-

124
junto de cidades interligadas umas às outras pelo sistema de transportes e comuni-
cações. Inicialmente, as redes urbanas se estabelecem em algumas cidades de
maior desenvolvimento econômico, mas com o advento da globalização em todo
espaço geográfico e maior fluidez entre pessoas, transportes e mercadorias diversas,
a rede urbana adquire amplitude mundial.
As maiores redes urbanas do período contemporâneo estão localizadas em
regiões mais industrializadas e urbanizadas dos países desenvolvidos, como Estados
Unidos, Japão e Inglaterra por exemplo. São regiões nas quais ocorreram rápido de-
senvolvimento econômico e que hoje se concentram a sede de grandes empresas
multinacionais e que apresentam grande fluidez econômica.
Conforme a quantidade e complexidade de bens e serviços apresentados por
uma cidade, ocorre uma capacidade de atração ou influência de áreas vizinhas ao
redor. Deste modo, conforme o papel que a cidade desempenha como centro po-
larizador e as relações que as cidades estabelecem entre si configura uma hierarquia
urbana.
A hierarquia estabelecida no século XIX se baseava em um modelo rígido e
verticalizado, com uma cidade menor com mais dependência por outra cidade
maior, apresentando pouca fluidez para espaços fora desta área de influência de-
vido à dependência entre estas áreas urbanas, conforme o esquema clássico da Fi-
gura 5. Porém, a partir de 1970 ocorre uma nova configuração desta hierarquia ur-
bana (SANTOS, 1997).
Através da Revolução Técnico-científica e modernização dos transportes, as
cidades se tornaram mais independentes e não se relacionavam mais apenas com
a cidade mais próxima, mas com metrópoles que estão mais distantes, conectando
uma cidade local com várias outras metrópoles, de acordo com o esquema atual
da Figura 8. E assim, a população de cidades menores pode estar mais integrada aos
grandes centros urbanos por meio deste avanço tecnológico que interliga cidades
de tamanhos e características distintas.

Figura 8: Ilustração comparativa do esquema clássico e atual da rede urbana

125
Fonte: Santos (1997. p.55)

126
Neste contexto de hierarquia urbana, as cidades contemporâneas apresen-
tam maior conexão com metrópoles que apresentam um crescimento urbano des-
contínuo em seus núcleos urbanos. Esta nova morfologia urbana pode ser percebida
em mapas urbanos com diferentes densidades populacionais, conforme exemplifi-
cado no mapa de Campinas na Figura 9. Muitas vezes existem áreas periféricas com
expansões residenciais separadas por áreas de baixa ou nenhuma ocupação de-
vido à especulação imobiliária e os múltiplos usos do solo (TURCZYN, 2019).

Figura 9: Mapa do adensamento populacional da cidade de Campinas

Fonte: Plano Direto de Campinas (2017)

As cidades contemporâneas apresentam constantes transformações e refle-


tem o contexto econômico e social no qual estão inseridas. Muitas vezes possuem
diferentes graus de ocupação, conforme visto no mapa anterior, e um contraste em
suas paisagens e arquitetura, devido às grandes desigualdades sociais que se mos-
tram em um espaço urbano de grande fluidez de pessoas, transportes, mercadorias

127
e informações. Verificaremos no próximo capítulo como se articula estas relações en-
tre o espaço urbano e rural que passaram a assumir novos papéis nas últimas déca-
das.

9.3 NOVAS RELAÇÕES ENTRE O ESPAÇO URBANO E RURAL

A agricultura, que surgiu há cerca de 10 mil anos, é uma das mais antigas ati-
vidades humanas e contribuiu para a formação das primeiras sociedades sedentárias
no qual o homem começou a produzir seu próprio alimento. A história da agricultura
é marcada pelo desenvolvimento de técnicas para superar os desafios do ambiente
físico, como diferentes tipos de solos, climas, geologia por exemplo, e para abastecer
a demanda crescente da população que migrava gradativamente para os espaços
urbanos.
Nas últimas décadas, as atividades agrícolas praticadas no espaço rural tive-
ram interferência de novas tecnologias, no qual ocorreu a presença de um maior
número de máquinas agrícolas e menor quantidade de trabalhadores em determi-
nadas atividades manuais. Embora esta modernização do campo tenha gerado
maior produtividade, houve uma transferência de grande parcela da população do
espaço rural para as cidades em diversos países, como o Brasil.
A relação cidade-campo foi se alterando no decorrer do tempo histórico,
sendo algumas vezes de modo conflitante, como ocorreu no período medieval, e em
outros momentos foi mais pacífico, como na Idade Moderna por exemplo. Diversas
cidades com maior desenvolvimento econômico e industrial se caracterizam hoje por
serem o centro de tomadas de decisão e acumulação de riquezas, no qual seus in-
teresses penetram e interferem diretamente na configuração do espaço agrário (LE-
FEBVRE, 2011).
O espaço rural e o espaço urbano possuem suas especificidades e são com-
plementares, pois à medida que a cidade fornece maior tecnologia para o campo
ocorre maior produção de alimentos para suprir a demanda de cidades de diferen-
tes tamanhos. Porém, o projeto de expansão de uma cidade, delineado em um
Plano Diretor, deve considerar as áreas de biodiversidade presentes no campo e que
devem ser preservadas de modo que os recursos naturais não sejam contaminados
pelo excesso de poluição gerado em diversos pontos dos espaços urbanos.
Essa nova configuração do espaço rural foi denominada de “novo rural”, no

128
qual ocorreu o desenvolvimento e maior importância de novas atividades a partir da
década de 1980. Também é usado o conceito de pluriatividade para denominar a
diversificação das atividades produtivas dentro da mesma área ou da mesma pro-
priedade rural. Atividades de lazer e pequenos negócios foram transformados em
novas oportunidades de renda para novos empreendedores residentes nas cidades
e novas opções de trabalho para os habitantes de áreas rurais. Alguns exemplos des-
sas atividades no espaço rural foi a piscicultura, a criação de pequenos animais, a
fruticultura de mesa e o plantio de flores, conforme exemplificado na Figura 10.

Figura 10: Plantação de crisântemos em estufa em São José do Vale do Rio Preto (RJ).

Fonte: Luciana Whitaker (2014)

Com a diminuição das áreas verdes e dos espaços de lazer nas cidades, incre-
mentou-se atividades rurais não agrícolas para explorar o turismo rural e satisfazer os
interesses da população urbana. Deste modo, surgiram atividades ligadas à moradia,
à prestação de serviços, ao lazer, dentre outras que buscavam uma melhor integra-
ção dos habitantes das cidades com as paisagens naturais presentes no campo. Um
exemplo disso são as construções rurais, seja de casas de luxo, como segunda mora-
dia das populações de mais alta renda em chácaras e sítios de lazer, seja de casas
populares para as populações de baixa renda, que buscam no meio rural uma forma
mais tranquila e barata de obter moradia.
Diversas estruturas são construídas no espaço rural, como hotéis fazendas e
parques voltados para as pessoas que buscam tranquilidade da vida agitada dos
grandes centros urbanos, além de locais com atividades direcionadas para aqueles

129
que buscam sair da rotina para vivenciar a prática de esportes radicais como tirolesa,
arvorismo, rapel e caminhadas em trilhas monitoradas. Podemos citar ainda o desen-
volvimento de atividades agroindustriais derivadas do processamento de produtos
agrícolas, como a fabricação de doces e geleias, açúcar mascavo, aguardente,
etc.
Diante destas transformações espaciais, verifica-se que as cidades pequenas
e médias se tornam a base de operações de agroindústrias, e as cidades grandes
são fornecedoras de implementos e tecnologia para a agricultura intensiva em um
campo modernizado. Esta modernização é acompanhada por alguns desafios,
como a crescente desigualdade social na cidade e no campo, os embates de dife-
rentes classes sociais em conflitos ainda não superados e uma visível segregação so-
cioespacial desencadeada por interesses diversos pelo uso e ocupação do solo
(ELIAS et al., 2016).

9.4 A GESTÃO URBANA E O ESTATUTO DA CIDADE

O estatuto da cidade foi aprovado em 10 de julho de 2001, com o intuito de


promover um desenvolvimento mais equilibrado das cidades e minimizar as desigual-
dades sociais e econômicas, por meio da implementação de uma gestão democrá-
tica promover mecanismos para a regularização fundiária, enfrentar a especulação
imobiliária e garantir a sustentabilidade ambiental e social das cidades.
Nas últimas décadas do século XX, houve intenso êxodo rural no Brasil, com
rápida ocupação e uso de áreas que muitas vezes não foram planejadas para de-
terminadas finalidades. Para melhor regulamentar este crescimento pode-se citar a
criação de instrumentos da política urbana, como por exemplo, o Plano Diretor, que

130
é um documento que deve ser obrigatório para cidades com mais de vinte mil habi-
tantes, no qual estabelece um diagnóstico dos empreendimentos ou atividades com
significativo impacto ambiental e estabelece um prognóstico para um desenvolvi-
mento mais harmonioso dos diversos espaços de uma cidade, por meio da participa-
ção da sociedade civil nos processos decisórios.
De acordo com a Lei 10.257 de 10 de julho de 2001, a política de desenvolvi-
mento urbano será referenciada pelo artigo 2º que possui as seguintes diretrizes:

I. garantia do direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito


à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura
urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer,
para as presentes e futuras gerações;
II. gestão democrática por meio da participação da população e de
associações representativas dos vários segmentos da comunidade na
formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e
projetos de desenvolvimento urbano;
III. cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais se-
tores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao
interesse social;
IV. planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição es-
pacial da população e das atividades econômicas do Município e do
território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as dis-
torções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio
ambiente;
V. oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e servi-
ços públicos adequados aos interesses e necessidades da população
e às características locais;
VI. ordenação e controle do uso do solo;
VII. integração e complementaridade entre as atividades urbanas e
rurais, tendo em vista o desenvolvimento socioeconômico do Municí-
pio e do território sob sua área de influência; VIII. adoção de padrões
de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana
compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e
econômica do Município e do território sob sua área de influência;
IX. justa distribuição dos benefícios e ônus decorrentes do processo de
urbanização;
X. adequação dos instrumentos de política econômica, tributária e
financeira e dos gastos públicos aos objetivos do desenvolvimento ur-
bano, de modo a privilegiar os investimentos geradores de bem-estar
geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;
XI. recuperação dos investimentos do Poder Público de que tenha re-
sultado a valorização de imóveis urbanos;
XII. proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural
e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e
arqueológico;
XIII. audiência do Poder Público municipal e da população interes-
sada nos processos de implantação de empreendimentos ou ativida-
des com efeitos potencialmente negativos sobre o meio ambiente na-
tural ou construído, o conforto ou a segurança da população;

131
XIV. regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por po-
pulação de baixa renda mediante o estabelecimento de normas es-
peciais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação, consi-
deradas a situação socioeconômica da população e as normas am-
bientais;
XV. simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação do
solo e das normas edilícias, com vistas a permitir a redução dos custos
e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacionais;
XVI. isonomia de condições para os agentes públicos e privados na
promoção de empreendimentos e atividades relativos ao processo de
urbanização, atendido o interesse social (BRASIL, 2001).

Outro instrumento importante estabelecido foi o Estudo Prévio de Impacto Am-


biental (EIA) e Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança (EIV). Diante do interesse de
grandes empresas se instalarem em algumas cidades, mas que deveriam considerar
determinadas diretrizes para não ocorrer substanciais mudanças ambientais e não
degradassem os recursos naturais existentes e sua biodiversidade local.
Infelizmente, diversas cidades grandes que atingiram rápida urbanização e in-
dustrialização, acompanhado pelo aumento de diversos problemas ambientais e so-
ciais, necessitam de políticas públicas específicas e que sejam contínuas, pois com
as mudanças de gestão ocorre uma ruptura do planejamento estabelecimento, seja
por questões econômicas ou ideológicas, dificultando uma gestão eficiente.
A complexidade que envolve o planejamento e gestão urbana é que qual-
quer alteração espacial em determinada parte da cidade pode afetar em novas
mudanças de outros espaços físicos. O desenvolvimento estratégico de uma cidade
envolve toda uma logística e serviços urbanos que hoje são conectados e podem ser
influenciados positivamente ou não por decisões administrativas que consideram
toda organização da infraestrutura urbana.
Um novo conceito de gestão sustentável das cidades tem sido implantado em
algumas cidades da Europa e no Brasil, envolvendo a dimensão ambiental, social e
econômica, denominado de Smart Cities. Este novo conceito abrange uma maior
integração dos serviços urbanos articulados às novas tecnologias de informação e
comunicação (TIC), no contexto da Revolução Técnico-científica (ALVES; DIAS; SEI-
XAS, 2019).
Deste modo, poderia haver uma gestão mais eficiente dos espaços urbanos
por meio de sistemas que proporcionem uma melhor qualidade de vida por meio da
interação e conexão entre os diversos setores, como transportes, energia e segu-

132
rança, por exemplo. Espera-se que haja mais investimentos para se colocar em prá-
ticas as metas estabelecidas nos planos diretores de cada cidade e em projetos para
difusão destas cidades inteligentes, com redução da desigualdade social.

133
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Nesta unidade verificamos sobre a importância do estudo das dinâmicas de cres-


cimento da cidade contemporânea. Sobre este tema marque o item correto.

a) As cidades contemporâneas são marcadas por uma revolução tecnológica que


possibilitam maior independência dos espaços periféricos, sendo um processo que
predomina nos países desenvolvidos.
b) A dinâmica de crescimento das cidades contemporâneas é centralizada em flu-
xos voltados para os núcleos centrais que concentram as grandes empresas finan-
ceiras e comerciais, sem articulação com os espaços periféricos.
c) O fenômeno de urbanização periférica conhecido como edge city, no qual ocor-
reu o crescimento das cidades nas margens das rodovias, se iniciou-se nos EUA e
se difundiu em outras cidades da América Latina.
d) O fenômeno da periferização no Brasil foi marcado inicialmente pela rápida cons-
trução dos chamados enclaves fortificados, que são condomínios residenciais fe-
chados com investimentos em segurança, excluindo as famílias de baixa renda
dos espaços periféricos.
e) Os novos loteamentos fechados surgidos nas grandes cidades do Brasil considera-
ram em seus projetos de implantação a importância da preservação de Áreas de
Proteção Permanente (APP), mostrando a importância de se praticar o desenvol-
vimento sustentável.

2. Considerando as reflexões em relação ao conteúdo discutidos sobre a cidade


contemporânea e a rede urbana, analise os itens a seguir.

I. A formação de uma rede urbana em determinada região considera um conjunto


de cidades interligadas umas às outras pelo sistema de transportes e os diversos flu-
xos que ocorrem entre elas.
II. As maiores redes urbanas do período contemporâneo estão localizadas em regiões
mais industrializadas e urbanizadas do mundo, como regiões da América latina,
África e Ásia.
III. A rede urbana atual possui uma hierarquia mais flexível no qual cidades se tornaram

134
mais independentes e não se relacionavam mais apenas com a cidade mais pró-
xima, mas são conectadas com diversas cidades no espaço globalizado.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

3. Em relação às relações entre cidade e campo, marque o item correto.

a) Nas últimas décadas, embora o espaço rural tenha se modernizado há uma inde-
pendência em relação às atividades do espaço urbano que não se integram e
continuam independentes.
b) O espaço rural adquiriu uma nova configuração nos últimos anos. Alguns exemplos
dessas novas atividades são a piscicultura, o ecoturismo, a fruticultura de mesa e
o plantio de flores.
c) Algumas atividades não contribuem para conectar os espaços rurais e urbanos e
um destes exemplos é a pouca oferta e demanda para explorar o turismo rural por
meio de empreendimentos como hotéis fazendas e aluguéis de chácaras.
d) O espaço rural e o espaço urbano possuem suas especificidades e são comple-
mentares, ou seja, o espaço urbano possui empresas que geram poluição, mas
que não afetam o espaço rural, pois ambos são considerados sustentáveis.
e) A relação cidade-campo foi se alterando no decorrer do tempo histórico, embora
na Idade Média e Moderna ocorreu pacificamente a integração entre estes es-
paços sem ocorrer conflitos de interesses.

4. Marque o item correto sobre a gestão urbana e o estatuto da cidade.

135
a) O Plano Diretor é um documento que deve ser obrigatório para cidades com mais
de vinte mil habitantes, no qual estabelece um diagnóstico dos empreendimentos
com significativo impacto ambiental e estabelece metas para um melhor desen-
volvimento econômico das cidades.
b) A política de desenvolvimento urbano não garante uma gestão democrática por
meio da participação da população e de associações representativas dos vários
segmentos da comunidade pois as decisões são centralizadas só com o poder
municipal e estadual.
c) O estatuto da cidade não prevê a oferta de equipamentos urbanos e comunitá-
rios, transporte e serviços adequados aos interesses e necessidades da população,
pois estes geralmente são providenciados pelo poder privado.
d) Em relação ao uso e ocupação do solo, existe poucas medidas com vistas a per-
mitir a redução dos custos e o aumento da oferta dos lotes e unidades habitacio-
nais para a população.
e) O estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) é um antigo documento utilizado
por empreendimentos do espaço rural para regularizar a poluição emitida, mas
que não é mais utilizado hoje em dia.

5. Considerando as reflexões em relação aos conteúdos discutidos sobre a cidade


contemporânea, analise os itens a seguir:

I. Nesta unidade verificou-se os fatores que direcionaram o crescimento da cidade


contemporânea considerando aspetos sociais, econômicos e ambientais.
II. Embora em diversas cidades do Brasil tenham ocorrido uma rápida urbanização
e industrialização, é possível haver um bom desenvolvimento se investirem em
políticas públicas e considerarem os instrumentos de gestão urbana para soluci-
onar os problemas sociais e ambientais.
III. Nas últimas décadas, as áreas que mais cresceram das grandes cidades foram
as áreas centrais ou próximas, pois são mais valorizadas, enquanto permanecem
espaços obsoletos na periferia com pouco interesse de uso e ocupação.

É correto o que se afirma somente em:

136
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

6. (UNCISAL – adaptado) Assinale a opção correta sobre o processo de urbanização.

a) No Brasil, a modernização do campo teve relação direta com a aceleração da


urbanização, caracterizada por uma integração do espaço rural e urbano que se
disseminou por várias regiões brasileiras.
b) Embora no mundo globalizado a tendência migratória campo-cidade seja pe-
quena, o Brasil, em função da desorganização econômica e social e das ilusões
de que a vida nas cidades apresenta mais perspectivas, mantém taxas elevadas
de fluxo migratório.
c) Um ritmo de crescimento das metrópoles tão elevado, como o do Brasil, corres-
ponde a índices equivalentes de crescimento industrial. Assim, a maior parte da
população que se dirige às cidades é empregada no setor secundário.
d) Embora o ritmo de urbanização e metropolização no Brasil tenham sido muito ele-
vados, o fenômeno ficou restrito às regiões Sul e Sudeste, pois foi justamente nessas
regiões que ocorreu o maior crescimento industrial.
e) A urbanização brasileira indica definitivamente a passagem de nosso país para o
estágio de país desenvolvido e moderno. Sabe-se que todos os países considera-
dos desenvolvidos são aqueles que apresentam elevados índices de urbanização.

7. (UFPA – adaptado) Em relação aos diversos conflitos e consequências decorrentes


do processo de urbanização, marque o item correto.

a) Entre essas repercussões, as contradições urbanas fizeram surgir, sobretudo nos


grandes aglomerados, uma cidade formal e outra informal que pouco se diferen-
ciam na organização espacial, porém a precariedade do saneamento básico é

137
um dos itens que as tornam diferentes.
b) O aumento da procura por espaços para habitação em áreas de proteção am-
biental pelas populações pobres em cidades de países periféricos e emergentes,
gera a disseminação de ocupações irregulares, com a intensa degradação desse
meio ambiente.
c) O mercado imobiliário do Brasil, ao transformar a ocupação domiciliar em um pro-
duto, uma mercadoria, beneficia tanto as classes economicamente privilegiadas
como as menos favorecidas, através do acesso às áreas de melhor localização
que, geralmente, são dotadas de serviços de esgoto e água potável.
d) Um ambiente urbano ecologicamente equilibrado ocorre em alguns locais do Bra-
sil onde tanto as populações pobres como as economicamente privilegiadas vi-
venciam acesso à moradia de qualidade, o uso sustentável de seus recursos natu-
rais e a redução da poluição a níveis considerados aceitáveis.
e) Uma desigualdade espacial ocorre em diversas cidades do Brasil lentamente, de-
nunciando que as populações pobres têm sido submetidas a processos de segre-
gação voluntária, uma vez que são induzidas a deslocamentos para áreas nobres,
tendo como consequência a proliferação de doenças endêmicas.

8. (UFRGS – adaptado) A evolução da população nas cidades contemporâneas


do Brasil, nas últimas décadas, pode ser explicada pelos seguintes fatores:

a) migração campo-cidade e a reforma agrária.


b) mecanização da agricultura e a reforma agrária.
c) a mecanização da agricultura e a migração campo-cidade.
d) migração campo-cidade e a crise do petróleo.
e) criação do estatuto da cidade e a crise do petróleo.

A QUESTÃO URBANA
OBSERVANDO AS RELAÇÕES INTER

138
E INTRAURBANA, E OS UNIDADE

04
DESDOBRAMENTOS DESTAS
RELAÇÕES NA PRODUÇÃO E
REPRODUÇÃO DO ESPAÇO
URBANO

10.1 O PROCESSO DE EXPANSÃO E ESPECULAÇÃO URBANA, E AS SITUAÇÕES


DE VULNERABILIDADE SOCIOAMBIENTAL

Verificamos na unidade anterior as dinâmicas e características de crescimento


das cidades contemporâneas. Agora analisaremos a questão urbana considerando
as relações inter e intraurbana, ou seja, as implicações externas e internas que con-
tribuíram para o processo de formação do espaço urbano.
As últimas décadas do século XX foram marcadas por intenso êxodo rural e
esta migração crescente para as cidades ocorreu devido a diversos fatores, como a
mecanização da agricultura, concentração fundiária, falta de política agrária e in-
centivo aos produtores rurais e uma busca por melhores condições de vida nos cen-
tros urbanos que ofereciam oportunidades de emprego em diversos setores.
Neste contexto, ocorreu uma rápida urbanização de diversas metrópoles no
Brasil que concentravam diversas empresas comerciais, industriais e bancárias, no
qual agregavam diversos serviços para polarizar as cidades ao seu redor e assim for-
mar as regiões metropolitanas. Deste modo, ocorreu um processo de verticalização
e adensamento das áreas urbanizadas devido a demanda por habitações e de no-
vos loteamentos que foram se formando principalmente em áreas periféricas. Em al-
gumas regiões, esta expansão física das áreas urbanas interligou cidades vizinhas e
este processo ficou conhecido como conurbação.
Este processo de expansão urbana que ocorreu nas cidades grandes e médias
contribuiu para desencadear fatores positivos como maior infraestrutura de transpor-
tes para o intenso fluxo de pessoas entre áreas centrais e periféricas e investimentos
em telecomunicações como instalação de redes telefônicas e de Internet em diver-
sas áreas distantes da cidade. Porém, esta urbanização em áreas periféricas nem

139
sempre teve um planejamento e investimento necessários para instalação de um sis-
tema de água, esgoto, drenagem urbana e coleta de lixo, sendo regiões carentes
de saneamento básico e sem preservação dos recursos naturais.
Embora algumas áreas periféricas existam condomínios fechados de alto pa-
drão, o que ocorre na maioria das vezes é um predomínio de uma população de
baixa renda em loteamentos irregulares, carentes de serviços básicos de infraestru-
tura e políticas públicas, sendo expostos a riscos ambientais, como alagamentos e
deslizamentos de terra por exemplo, no qual vai ocorrendo um acúmulo de diversos
problemas que contribuem para situações de vulnerabilidade socioambiental (ALVES
et al., 2009).
Para se entender melhor este processo de expansão urbana, que muitas vezes
ocorre de modo desordenado e sem a devida fiscalização, se busca o auxílio de
novas tecnologias como o sensoriamento remoto e o geoprocessamento que contri-
buem para mapear e mostrar os detalhes de crescimento das cidades. Deste modo,
órgãos públicos e privados podem coletar informações de locais com maior degra-
dação do meio ambiente, principalmente em áreas periurbanas, ou seja, zonas de
transição entre o espaço urbano e rural onde ocorre um aumento populacional com
o uso diversificado do solo devido este crescimento das cidades (PARKINSON; TAYLER,
2003).
Um dos maiores problemas destes locais de vulnerabilidade socioambiental
em áreas periurbanas nos países em desenvolvimento ou emergentes é a necessi-
dade de consumo de água não tratada e a falta de saneamento básico. Em alguns
casos, existem moradias com esgoto a céu aberto e águas residuais misturadas com
efluentes industriais despejadas em terrenos próximos que contribuem para a prolife-
ração de doenças, conforme ilustrado na Figura 11.

Figura 11: Área periurbana de vulnerabilidade socioambiental na Índia

140
Fonte: Parkinson;Tayler (2003)

Deste modo, verifica-se que através do processo de expansão urbana, en-


quanto algumas áreas periféricas se concentra a população de baixa renda, com
aumento da vulnerabilidade socioambiental, em outras regiões o solo constitui-se
uma mercadoria valorizada, excluindo determinadas famílias no processo de aquisi-
ção destes lotes, contribuindo para a segregação social e especulação no mercado
imobiliário.
Esta especulação é explicada por ocorrer uma superposição de um sítio social
ao sítio natural, pois determinados bairros são considerados com uma localização
mais privilegiada e com investimentos do setor privado em infraestrutura, no qual há
uma seletividade de renda para se ter acesso, enquanto áreas com falta de políticas
públicas residem famílias com menor poder aquisitivos. Assim, há um contraste de
construções de acordo com o interesse do mercado imobiliário e do uso e ocupação
do solo, conforme exemplificado na Figura 12 (SANTOS, 2008).

Figura 12: Especulação imobiliária e ocupação territorial em Palmas - TO

141
Fonte: Amaral (2009)

As cidades que estão constantemente em processo de expansão urbana e


em transformação de acordo com interesses econômicos são marcadas por desi-
gualdades socioeconômicas e contrastes nas suas paisagens de acordo com sua lo-
calização. Cabe ao poder público rever os planos diretores de cada cidade e verifi-
car as áreas de maior vulnerabilidade social para direcionar políticas públicas e con-
tribuir para minimizar os problemas urbanos existentes.

10.2 A QUESTÃO DA PERIFERIZAÇÃO E AS NOVAS FUNCIONALIDADES DO ES-


PAÇO URBANO

Como verificado anteriormente, a expansão dos espaços periféricos das cida-


des contribui para uma diferenciação destes espaços de acordo com sua valoriza-
ção, no qual existem loteamentos com a presença de condomínios fechados com
maior segurança e conforto, e bairros com menor infraestrutura e habitações irregu-
lares que contribuem para a formação de favelas.
No contexto da globalização técnico-científica, algumas áreas se moderni-
zam rapidamente e com uma dinâmica de atrair determinadas classes sociais de
acordo com as novas funcionalidades que são atribuídas. Deste modo, surgem regi-
ões periféricas consideradas tecnopolos, outros espaços adquirem funcionalidade
turística, alguns são destinados a serem centros comerciais com a instalação de shop-
ping centers e outros têm um lento processo de ocupação devido a sua valorização
e especulação imobiliária.
Muitas vezes, as empresas estabelecem estratégias para sua instalação em
uma cidade e se organizam em polos tecnológicos ou tecnopolos, próximos a univer-

142
sidades e centros de pesquisa que possuem mão de obra qualificada para o desen-
volvimento em áreas de alta tecnologia, contribuindo para o desenvolvimento e o
melhoramento de produtos. Temos como exemplo os polos tecnológicos de Campi-
nas, estado de São Paulo, localizados em bairros periféricos, próximos à Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), e com fácil acesso por diversas rodovias do es-
tado.
Em algumas cidades, as áreas periféricas são destinadas com finalidades turís-
ticas atraindo pessoas que buscam uma fuga de seu trabalho e em busca de lazer e
entretenimento. Um exemplo é a cidade de Aquiraz, no litoral cearense, no qual ocor-
reu a apropriação de uma bela paisagem natural para se tornar um espaço turístico
de lazer, com a instalação de hotéis, resorts e parques aquáticos. Embora haja maior
valorização e infraestrutura urbana é preciso considerar a formação de espaços de
exclusão social e sem a devida preocupação com a preservação ambiental (CORI-
OLANO; BARBOSA; SAMPAIO, 2010).
A relação entre segregação residencial e a periferização ocorre em diversas
cidades do Brasil e do mundo. São marcadas por habitações carentes de infraestru-
tura, no qual reside uma parte da população que não tem condições financeiras de
morar em áreas centrais, e em alguns locais predomina condomínios de alto padrão
para uma parcela da população que busca mais segurança e tranquilidade. As no-
vas funcionalidades presentes nestes espaços contribuem para acumulação de ca-
pital e oportunidades de emprego, mas reforçam estas desigualdades físicas e soci-
ais.

143
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Nesta unidade verificamos o processo de expansão e especulação urbana. Sobre


este tema, marque o item correto.

a) Embora nas últimas décadas do século XX tenha ocorrido grande êxodo rural, isto
não foi suficiente para a expansão de diversas cidades no Brasil que ainda conti-
nuam com crescimento estagnado.
b) O século XXI foi marcado por uma política agrária eficiente e incentivo aos produ-
tores rurais que tem melhorado suas condições de vida no campo.
c) A rápida urbanização de diversas metrópoles no Brasil foi caracterizada por atrair
maior população devido à concentração de diversas empresas comerciais, indus-
triais e bancárias no qual agregam diversos serviços.
d) A valorização de alguns loteamentos contribuiu para atrair uma população de
maior poder aquisitivo para as áreas centrais e expandir horizontalmente as cida-
des.
e) A expansão física das áreas urbanas interligou cidades vizinhas e este processo
ficou conhecido como conurbação, pois conectou espacialmente as cidades
médias e pequenas.

2. Considerando as reflexões em relação ao conteúdo discutido nesta unidade sobre


as situações de vulnerabilidade socioambiental, analise os itens a seguir.

I. A demanda por habitações e de novos loteamentos que foram se formando, prin-


cipalmente em áreas periféricas sem infraestrutura básica, contribuiu para a vul-
nerabilidade socioambiental.
II. Um doa maiores problemas dos locais de vulnerabilidade socioambiental é a falta
de saneamento básico nas áreas centrais das cidades que pode disseminar diver-
sas doenças.
III. Existem diversas construções precárias localizadas em áreas periféricas pouco va-
lorizadas que necessitam de políticas públicas para minimizar a vulnerabilidade so-
cioambiental existente.

144
É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

3. Nesta unidade discutimos sobre o processo de periferização e as novas funciona-


lidades do espaço urbano. Sobre este tema, marque o item correto.

a) A expansão dos espaços periféricos das cidades contribui para uma homogenei-
zação destes espaços que costumam ter investimentos do setor privado e público.
b) Uma das novas funcionalidades do espaço urbano é agregar determinadas em-
presas que se instalam estrategicamente em uma cidade e se organizam em polos
tecnológicos ou tecnopolos, próximos a universidades e centros de pesquisa que
possuem mão de obra qualificada.
c) Em algumas cidades, as áreas periféricas são destinadas a finalidades turísticas,
atraindo pessoas que buscam lazer e entretenimento. Este fato contribui para mi-
nimizar a segregação social e evitar possíveis impactos ambientais.
d) As novas funcionalidades presentes nos espaços urbanos contribuem para agravar
o desemprego e reduzir os espaços residenciais em áreas periféricas da popula-
ção com maior poder aquisitivo.
e) A instalação de shopping centers em áreas centrais contribui para a valorização
destas áreas e inclusão da população carente com a geração de empregos.

4. Considerando a discussão em relação aos conceitos discutidos nesta unidade,


analise os itens a seguir.

I. A metropolização é um fenômeno que ocorre com a expansão das áreas rurais de


diversas metrópoles e grande adensamento em áreas centrais.
II. As zonas de transição entre o espaço urbano e rural, onde ocorre um aumento
populacional, são denominadas de áreas periurbanas.

145
III. A diminuição dos espaços verdes e a expansão física das áreas urbanas que inter-
liga cidades vizinhas ficou conhecido como periferização.
É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

5. (UFPA – adaptado) No estudo das interações da sociedade com o meio físico de-
vem-se considerar fatores sociais, econômicos, tecnológicos e culturais que influ-
enciam na expansão do espaço urbano. Deste modo, pode-se concluir que:

a) as formas de organização e expansão do espaço urbano consideram a dinâmica


natural das áreas de várzeas e de terra firme.
b) os aspectos da poluição das águas e descarte irregular dos resíduos sólidos em
áreas periféricas são de responsabilidade da população local.
c) o modo de vida ribeirinho apresenta resistência diante da pressão da expansão e
modernização urbana.
d) a favela é um bom indicador da falta de políticas públicas em habitações no qual
reside a maioria da população que emigrou do campo e que tem dificuldades
para obter moradias de boa qualidade.
e) o contraste das diferentes habitações revela as desiguais condições de vida da
população que reside em bairros periféricos de uma cidade.

6. (URCA - adaptado) Leia com atenção o trecho da letra da música de Luiz Gon-
zaga e responda à questão logo a seguir.

Pau de Arara

Quando eu vim do sertão,

146
seu môço, do meu Bodocó

A malota era um saco

e o cadeado era um nó

Só trazia a coragem e a cara

Viajando num pau de arara

Eu penei, mas aqui cheguei (bis)

Trouxe um triângulo, no matolão

Trouxe um gonguê, no matolão

Trouxe um zabumba dentro do matolão

Xóte, maracatu e baião

Tudo isso eu trouxe no meu matola

A letra da música pode ser relacionada a qual fenômeno social?

a) Periferização.
b) Conurbação.
c) Êxodo Rural.
d) Metropolização
e) Favelização.

7. Leia o trecho abaixo e a seguir assinale a questão correta.

“O Brasil experimentou, na segunda metade do século XX, uma das mais rápidas
transições urbanas da história mundial. Ela transformou rapidamente um país rural
e agrícola em um país urbano e metropolitano, no qual grande parte da popula-
ção passou a morar em cidades grandes. Hoje, quase dois quintos da população
total residem em uma cidade de pelo menos um milhão de habitantes.

147
Adaptado de George Martine e Gordon McGranahan, “A transição urbana brasileira: trajetória, dificuldades e lições aprendidas”, em

Rosana Baeninger (org.), População e cidades: subsídios para o planejamento e para as políticas sociais. Campinas: Nepo / Brasília: UN-

FPA, 2010, p. 11.

a) A partir de 1930, a ocupação das fronteiras agrícolas (na Amazônia, no Centro-


Oeste, no Paraná) foi o principal fator gerador de deslocamentos de população
no Brasil.
b) Uma das características mais marcantes da urbanização do Brasil no período 1930-
1980 foi a distribuição da população urbana em cidades de diferentes tamanhos,
em especial nas cidades pequenas.
c) Os últimos censos têm mostrado que as grandes cidades (mais de 500 mil habitan-
tes) têm tido crescimento relativo mais acelerado e mais investimentos em políticas
públicas em comparação com as médias e as pequenas.
d) Com a crise de 1929, o Brasil voltou-se para o desenvolvimento do mercado interno
através de uma industrialização que gerou mais oportunidades de trabalho em
áreas urbanas, o que demandou mão de obra urbana numerosa e aceleração do
êxodo rural.
e) A partir da segunda metade do século XX surgiram diversas cidades planejadas
no Brasil e que possuem uma boa gestão de seus problemas sociais e ambientais,
sendo hoje referência urbana na América Latina.

8. (UFPA - adaptado) Sobre o avanço da urbanização e a forma de apropriação do


espaço urbano por diferentes classes sociais é correto afirmar que:

a) o aumento da procura por espaços para habitação, em áreas de proteção am-


biental, pelas populações pobres em cidades de países em desenvolvimento, gera
a disseminação de ocupações irregulares com a intensa degradação desse meio
ambiente.
b) as contradições urbanas fizeram surgir, sobretudo nos grandes aglomerados, ocu-
pações regulares e irregulares que pouco se diferenciam esteticamente na orga-
nização espacial. Porém, a precariedade do saneamento básico é um dos itens
que as tornam diferentes.

148
c) o mercado imobiliário atual, ao transformar a ocupação domiciliar em um pro-
duto, uma mercadoria, beneficia tanto as classes economicamente privilegiadas
como as menos favorecidas nos grandes centros urbanos.
d) o século XXI tem sido marcado pelo surgimento de cidades sustentáveis no Brasil,
no qual tanto as populações pobres como as economicamente privilegiadas vi-
venciam acesso à moradia de qualidade, o uso sustentável de seus recursos natu-
rais e a redução da poluição a níveis considerados aceitáveis.
e) as desigualdades espaciais que ocorrem nas cidades médias denunciam que as
populações pobres têm sido submetidas a processos de segregação voluntária,
uma vez que são induzidas a deslocamentos para áreas nobres.

149
O DIREITO À CIDADE UNIDADE

11.1 OS DIFERENTES MODOS DE VIDA E A CULTURA NAS CIDADES


05
Na unidade anterior verificamos a rápida expansão urbana, as transformações
decorrentes deste fato e os principais desafios que as cidades têm enfrentado. Veri-
ficaremos nesta unidade reflexões sobre o direito à cidade e de que modo a infraes-
trutura e os serviços oferecidos por uma cidade podem influenciar em diferentes mo-
dos de vida e na cultura urbana.

No contexto da globalização técnico-científica ocorreu vasta integração eco-


nômica e cultural em diversas partes do mundo, com a difusão de diversas empresas
multinacionais de diversos ramos, presentes em diversas cidades nos países em de-
senvolvimento como Brasil, Índia e México por exemplo. Porém, nem todas as pessoas
que residem em regiões menos desenvolvidas, como na África e na América Central,
têm seus estilos de vida beneficiados por uma integração maior entre diferentes cul-
turas presentes no mundo global.
Os diferentes modos de vida são delineados por trajetórias e interações que
um indivíduo possui durante a juventude até a vida adulta, contribuindo para a for-
mação de sua identidade e influenciando nas suas escolhas para seguir um determi-
nado estilo de vida. Por exemplo, um indivíduo que tem mais conexões com pessoas
que tem hábitos de frequentar shopping centers ou tem hábitos noturnos de lazer
tenderá a frequentar lugares semelhantes de acordo com o contexto social ao seu
redor.
Por outro lado, verifica-se que jovens e adultos residentes em bairros de perife-
rias mais pobres e violentos das cidades têm maior dificuldade de participar e se in-
cluir nas atividades culturais oferecidos nos espaços urbanos centrais. Este fato re-
força a desigualdade existente entre os diversos espaços e serviços culturais ofereci-
dos e a segregação entre diferentes grupos sociais que são influenciados pelo terri-
tório ao seu redor que contribui para formação de sua identidade (CARRANO, 2011).

150
As cidades tornam-se espaços cada vez mais mercantilizados no qual os meios
de comunicação influenciam nos hábitos culturais de determinados grupos sociais,
em que há uma tendência de gastarem mais tempo no trabalho do que com o lazer
nos grandes centros urbanos. A mídia influencia diferentes modos de vida em cada
indivíduo, que pode ficar alienado e perder um antigo estilo de vida em espaços de
produção capitalista que contribuem para uma homogeneização do consumo e cul-
tura.
Observa-se nos grandes centros urbanos o processo de ocidentalização, ou
seja, a grande tendência de padronização de hábitos culturais que se intensificou
em decorrência do avanço das tecnologias de informação. Temos como exemplo a
influência da literatura, do teatro e do cinema da Europa e dos Estados Unidos prin-
cipalmente. No entanto, existem movimentos antiglobalização para reforçar a impor-
tância da permanência das culturas locais e conseguir se opor à imposição e depen-
dência da cultura ocidental.
Em contrapartida, conforme verificado anteriormente, hoje existe uma hierar-
quia urbana mais flexível, e as cidade médias e pequenas se tornaram mais indepen-
dentes. Diante deste fato, se constata a permanência de alguns valores culturais e
uma identidade regional nestas cidades de menor porte e distantes dos centros
econômicos globais (DAMIANI, 2006).
Deste modo, analisar a configuração espacial e econômica de uma cidade
é um importante aspecto para se refletir sobre as influências externas, que podem
moldar as decisões sobre os diferentes estilos de vida e que podem ser transformados
bruscamente ou resistir as rápidas mudanças impostas pela globalização.

11.2 O ESPAÇO URBANO E A CIDADANIA

Nas últimas décadas do século XX verifica-se que as pessoas residentes nas

151
áreas urbanas têm se envolvido em movimentos sociais para reivindicar ao Estado o
investimento e implantação de serviços públicos essenciais para uma vida digna nas
cidades, como saneamento básico e espaços de lazer por exemplo. Desta forma,
cria-se espaços de resistência para que a cidade busque incluir e não excluir diversos
grupos sociais que também lutam pelo direito de vida digna na cidade (CORRÊA,
2004).
As favelas são um exemplo de espaço urbano no qual as pessoas residentes
possuem representantes que lutam constantemente por seus direitos e agregam ser-
viços essenciais ao longo dos anos. Um exemplo de melhoria são as favelas localiza-
das em algumas cidades da Colômbia que eram espaços marginalizados e domina-
dos por algumas facções e traficantes de drogas e após um período de transforma-
ções e luta por melhorias hoje se tornaram referência de espaços revitalizados e sus-
tentáveis graças a ação conjunta dos moradores e do Estado.
A taxa de urbanização do Brasil é superior a 80% e com o rápido populacional
nas grandes e médias cidades verifica-se um aumento da desigualdade entre aque-
les que possuem maior capacidade de compra por terras e agregam valor ao es-
paço privado e aqueles que lutam para se integrar nestes espaços e estão em per-
manente conflito na busca de seus direitos que nem sempre o Estado fornece.
Devido a interesses econômicos de grandes empresários o espaço urbano se
torna refém de uma constante especulação e valorização do solo que exclui os gru-
pos sociais com menor poder aquisitivo. Neste sentido, se torna importante a partici-
pação democrática de todos os indivíduos nos processos decisórios que envolvem
questões ligadas ao espaço urbano ou cobrar de seus representantes de modo que
seus direitos estejam assegurados e a prática da cidadania esteja presente.
O espaço urbano se transforma constantemente e todos os grupos sociais de-
vem compreender que são agentes deste processo para a construção de sua iden-
tidade de modo que os cidadãos tenham acesso a uma qualidade de vida digna
nas cidades no qual pertencem (RECHIA, 2015).

152
5.3 O direito a cidade na perspectiva da Agenda 2030 e os 17 ODS

Na última década do século XX, diversas discussões globais e documentos fo-


ram produzidos em busca de um mundo e cidades mais sustentáveis. O século XXI
não trouxe os resultados estabelecidos para tais propostas e, diante dos novos desa-
fios socioambientais, em 25 de setembro de 2015 foi aprovada na sede da ONU, em
Nova York, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. A Agenda é um
plano de ação para as pessoas, o planeta e a prosperidade, e consiste em uma De-
claração contendo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas
para se alcançar estes objetivos, conforme detalhado a seguir (ALMEIDA, 2019).

ODS 1 – Erradicação da pobreza. Este ODS objetiva acabar com a


pobreza em todas as suas formas e em todos os lugares.
ODS 2 – Erradicação da fome. O ODS 2 visa acabar com a fome, al-
cançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição, e promover a
agricultura sustentável.
ODS 3 – Saúde de qualidade. O ODS 3 discute o desafio da saúde
urbana em relação a substâncias químicas tóxicas e a redução dos
riscos para a saúde decorrentes da poluição.
ODS 4 – Educação de qualidade. Este ODS visa assegurar a educação
inclusiva e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de
aprendizagem ao longo da vida para todos.
ODS 5 – Igualdade de gênero. O ODS 5 visa alcançar a igualdade de
gênero por meio do empoderamento das mulheres e meninas.
ODS 6 – Água potável e saneamento. Este ODS visa assegurar a dispo-
nibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
ODS 7 – Energia limpa e acessível. O ODS 7 busca assegurar o acesso
universal aos serviços de energia, além de aumentar a participação
de energias renováveis.
ODS 8 – Trabalho crescente e crescimento econômico. Esta ODS visa
promover condições de trabalho justas e sustentáveis para todos ge-
rando um crescimento econômico.
ODS 9 – Inovação e infraestrutura. Em geral, o ODS 9 visa construir in-
fraestruturas resilientes nas cidades, promover a industrialização inclu-
siva e sustentável e estimular inovação.

153
ODS 10 - Redução das desigualdades. O ODS 10 discute sobre a redu-
ção da desigualdade social e econômica abordando diferentes pers-
pectivas dentro dos países e entre eles.
ODS 11 – Cidades e comunidades sustentáveis. O ODS 11 visa tornar
as cidades sustentáveis e os assentamentos humanos inclusivos, segu-
ros e resilientes.
ODS 12 – Consumo responsável. O ODS 12 busca garantir padrões de
consumo e de produção sustentáveis.
ODS 13 – Combate às mudanças climáticas. Este ODS busca adotar
medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus
impactos.
ODS 14 – Vida debaixo da água. Conservar e usar de forma sustentá-
vel os oceanos, mares e recursos marinhos.
ODS 15 - Vida sobre a terra. O ODS 15 promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, combater a degradação dos solos e a perda
da biodiversidade.
ODS 16 – Paz, Justiça e instituições eficazes. Este ODS busca promover
sociedades pacíficas, reduzir a violência, proporcionar o acesso a jus-
tiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusi-
vas.
ODS 17 - Parcerias e meios de implementação. O ODS 17 buscar refor-
çar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o
desenvolvimento sustentável (UNRIC, 2021).

Alguns destes objetivos se referem diretamente aos habitantes das cidades


para alcançarem uma melhor qualidade de vida e outros tratam indiretamente. Um
dos exemplos de problemas do espaço urbano a serem sanados se encontra no ODS
6 e no ODS 11. Muitas cidades ainda possuem deficiência de saneamento básico,
conforme mencionado no objetivo número 6, e a necessidade de implementação
de moradias para a população de baixa renda, conforme mencionado no objetivo
número 11. Através de projetos e programas delineados gradativamente pela
Agenda 2030, estes problemas podem ser sanados se a população assumir a respon-
sabilidade e compreender seus direitos e deveres por uma cidade sustentável.
A Agenda 2030 se configura em um importante documento que busca solu-
ções para os grandes problemas que afetam as diversas cidades. Mas para isso ocor-
rer depende muito da conscientização da sociedade civil e dos agentes governa-
mentais para se colocar em prática os planos de ação estabelecidos.
Os diversos projetos para consolidar a Agenda 2030 devem contribuir com
ações para que as cidades possam ter uma gestão participativa e sustentável, no
qual a população se sinta integrada neste processo e transforme continuamente o
espaço urbano onde reside por meio de iniciativas e mudanças positivas e seguindo
os princípios da geoética.

154
155
Fixando o conteúdo

1. Nesta unidade verificamos os diferentes modos de vida e a cultura nas cidades.


Diante disso, qual alternativa poderia contribuir para instigar o envolvimento dos
alunos com esta temática?

a) Procurar desenvolver atividades de campo que valorizem os aspectos culturais e


suas especificidades em cada bairro a ser visitado e sem se preocupar com o
contexto histórico e social de algumas comunidades.

b) Buscar desenvolver atividades em grupo no qual os alunos devem pesquisar e


comparar determinados valores culturais de algumas cidades e refletir sobre a in-
fluência da infraestrutura e os serviços oferecidos por estes centros urbanos.

c) Realizar atividades de memorização e leituras sobre aspectos históricos e culturais


das cidades grandes que influenciam as cidades pequenas.

d) Proporcionar palestras com pessoas estrangeiras que vivenciaram a realidade


brasileira e têm um conhecimento melhor do país para uma troca de experiên-
cias.

e) Buscar se apoiar na nova BNCC e nos livros didáticos para aquisição e transmis-
são dos conteúdos geográficos dentro da sala de aula, desconsiderando ativida-
des de campo, pois as cidades são muito violentas e deve-se evitar atividades
extracurriculares.

2. Leia frase abaixo e a seguir marque a alternativa que melhor preenche as lacunas:

O processo denominado como ____________ contribuiu para uma integração


econômica e cultural em diversas partes do mundo, porém nem todas as pessoas
e comunidades, com diferentes estilos de vida, foram beneficiados por esta inte-
gração, contribuindo para aumentar a ______________.

156
a) Capitalismo comercial – burguesia.
b) Globalização – lucratividade.
c) Capitalismo financeiro – desigualdade social.
d) Metropolização – cidadania.
e) Globalização – desigualdade social.

3. Considerando a discussão em relação aos conceitos discutidos nesta unidade


analise os itens a seguir.

I. Os meios de comunicação em massa influenciam diferentes estilos de vida de


cada indivíduo que pode ficar alienado e perder um antigo estilo de vida em
espaços de produção capitalista que contribuem para uma homogeneização
do consumo e cultura.
II. As cidades são caracterizadas por espaços de resistência no qual há movimentos
sociais que buscam incluir e não excluir diversos grupos que se sentem marginali-
zados pela globalização.
III. A tendência de padronização de hábitos culturais que se intensificou em decor-
rência do avanço das tecnologias de informação ocorre devido o processo de
ocidentalização e influência da cultura dos países desenvolvidos.

É correto o que se afirma somente em:

a) Somente I.

b) I e II.

c) II e III.

d) I e III.

e) Todas as alternativas estão corretas.

4. Nesta unidade discutimos sobre o espaço urbano e a cidadania. Sobre este tema,

157
marque o item correto.

a) A maioria das cidades do Brasil possui investimento e implantação de serviços pú-


blicos essenciais para uma vida digna nas cidades e por isso não existe movimento
antiglobalização.
b) Os enclaves fortificados onde existem condomínios fechados são um exemplo de
espaço urbano no qual as pessoas residentes lutam constantemente por seus di-
reitos e buscam melhor valorização destas que precisam de mais segurança e in-
fraestrutura.
c) Devido a interesses financeiros de alguns grupos, o espaço urbano se torna refém
de uma constante especulação e valorização, sendo importante a participação
de todos para garantir seu direito à cidade e os serviços que ela oferece para uma
vida digna.
d) As cidades se transformam constantemente e contribuem para a inclusão de to-
dos os grupos sociais que são agentes deste processo para a construção de sua
identidade.
e) O século XXI é caracterizado por uma redução da desigual social no Brasil, mas,
mesmo assim, há um aumento de pessoas que lutam para garantir seus direitos
básicos para uma melhor qualidade de vida.

5. Considerando a explanação em relação aos conceitos discutidos sobre o direito


a cidade na perspectiva da Agenda 2030 e os 17 ODS, analise os itens a seguir.

I. O ODS 4 visa assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e sanea-


mento para todos, por isso é importante ser alcançado.
II. A conferência conhecida como ECO-92 foi importante para concretizar a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, que consiste em uma Decla-
ração contendo 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas
para se alcançar estes objetivos.
III. O ODS 11 visa tornar as cidades sustentáveis e os assentamentos humanos inclu-
sivos, seguros e resilientes.

158
É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

6. (Enem - adaptado) “[…] Pensar mobilidade urbana vai muito além de restringir a
circulação de automóveis, ampliar o número de ciclovias ou de linhas de metrô,
de priorizar o transporte coletivo em detrimento do particular.

I. Significa também encontrar alternativas de inserção segura e confortável de to-


das as pessoas na dinâmica da cidade, oferecendo múltiplas possibilidades para
que elas possam ocupar o espaço público e por ele circular, transformando esse
processo numa experiência rica de interação e integração social.
II. Esse talvez seja o sentido mais profundo que o conceito de mobilidade urbana
deva ganhar, enriquecendo o próprio significado que se possa atribuir à ideia de
urbanidade e cidadania” (SOUZA, 2014).
III. As políticas de promoção da mobilidade urbana contribuem para a redução da
desigualdade social e a prática da cidadania.

Marque o item que corresponde a um efeito sobre o modo de vivência no es-


paço urbano ocasionado por estas políticas:

a) a maior distribuição e descentralização dos serviços e atividades para as perife-


rias.

b) a diminuição dos direitos das pessoas em espaços públicos.

c) a concentração de pessoas e moradias nas áreas centrais da cidade.

d) a distribuição de veículos automotores para todos os estratos sociais.

159
e) a redução dos problemas sociais, econômicos e ambientais nas áreas centrais e
periféricas.

7. Em uma determinada escola, um grupo de alunos realizou um trabalho sobre a


Agenda 2030 que tinha como tema o texto abaixo:

Colaborar para que todos tenham direito a cidade, contribuindo para instalação de no-
vos espaços educativos para a prática da cidadania, inclusivos e eficazes para todos.

O Objetivo de desenvolvimento sustentável (ODS) que melhor se aplica a esta te-


mática trabalhada é:

a) o ODS 3, que se preocupa com a saúde e bem-estar de todos.


b) o ODS 9, que busca incluir e empregos indivíduos qualificados no setor de in-
dústria e inovação.
c) o ODS, 12 que trata ações conscientes para reduzir o consumo e geração de
resíduos no meio ambiente.
d) o ODS 4, que busca assegurar uma educação inclusiva e equitativa de quali-
dade.
e) o ODS 17, que fortalece os meios de implementação de uma parceria global
para o desenvolvimento sustentável.

8. (ENEM – adaptado) Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais ten-


dem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente
na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na medida de seu in-
cremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer
é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a ló-
gica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente
para as massas com supostos "ganhos distributivos", afeta a velha cultura dissemi-
nada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies,

160
tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de "espelha-
mento" (SODRÉ, 2002).

A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza

a) a valorização da identidade individual no contexto da globalização.


b) a prática identitária autorreferente.
c) uma cultura urbana marcada pela produção instantânea de notícias.
d) uma cidade com processos difusores de informações.
e) a evolução das tecnologias de comunicação que favorecem ações participativas
e de cidadania.

161
AS METRÓPOLES, AS CIDADES UNIDADE

06
MÉDIAS E PEQUENAS

12.1 ASPECTOS CONCEITUAIS E INTERDISCIPLINARES

No início do século XX, a urbanização era um fenômeno comum dos países


desenvolvidos e industrializados e, a partir da segunda metade do século XX, a urba-
nização começou a ocorrer também nos países menos desenvolvidos, como Brasil,
México e Argentina. À medida que o processo de urbanização se intensificou no
mundo, as cidades tornaram-se maiores e mais complexas.
No Brasil, as cidades médias e grandes abrigavam 35% da população urbana
do país em 1970, quase o mesmo percentual representado pelas cidades pequenas,
que foram se transformando ao longo dos anos conforme se intensificou o êxodo ru-
ral. Um exemplo desta rápida urbanização é que em 1970 quase 50% da população
urbana do Brasil residia em cidades com mais de 250 mil habitantes, que se concen-
travam nas regiões Sudeste e Sul (ANDRADE; LODDER, 1979).
Um dos conceitos relacionados a urbanização é sobre o desenvolvimento sus-
tentável, que se preocupa em promover o bem-estar econômico e social juntamente
com a proteção do meio ambiente, mas que se torna difícil de se alcançar devido
ao aumento das desigualdades e aumento de favelas sem acesso a infraestruturas
básicas como saneamento, eletricidade e serviços de saúde.
A rápida expansão das cidades possibilitou o desenvolvimento de diversas ati-
vidades econômicas, que muitas vezes geravam poluição ambiental, ou seja, intro-
duziam ao meio ambiente qualquer forma de energia ou matéria que poderia afetar
negativamente a população ou outros seres vivos, contribuindo para a degradação
da qualidade ambiental (SANCHEZ, 2008).
Verificamos anteriormente que a expansão horizontal das cidades gerou o fe-
nômeno da periferização urbana e, em alguns casos, a conurbação, que ocorre
quando núcleos urbanos crescem e se unem. A redução de áreas verdes e o au-
mento da poluição nos grandes centros urbanos agravam problemas relacionados
ao clima, como as ilhas de calor, que é um fenômeno climático que ocorre a partir

162
da elevação da temperatura de uma área urbana, e a intensificação da inversão
térmica, que ocorre quando uma camada de ar frio fica abaixo da primeira camada
de ar quente, retendo todos os poluentes, uma vez que não ocorre circulação de ar.
Os problemas climáticos e ambientais são comuns nas metrópoles, que são
cidades com uma complexidade de serviços, bens e funções, capazes de atender
as necessidades da população urbana ao seu redor. O elevado padrão de consumo
dos habitantes e o crescimento desordenado das metrópoles causam a degradação
ambiental e a ampliação do impacto dos desastres naturais.
Outra consequência da expansão urbana é a formação de megalópoles, que
ocorre quando duas ou mais metrópoles se expandem, aproximando-se umas das
outras. A primeira megalópole foi formada no nordeste dos Estados Unidos, ligando a
cidade de Boston a Washington. O Brasil ainda não possui uma megalópole, mas se
as metrópoles do Rio de Janeiro e São Paulo continuarem se expandindo poderá
ocorrer a formação deste fenômeno espacial.
As grandes aglomerações urbanas com população acima de 10 milhões de
habitantes são chamadas de megacidades, como São Paulo por exemplo. Outro
processo decorrente da rápida urbanização foi a formação das cidades globais que
apresentam uma concentração de atividades econômicas, políticas e financeiras e
um grau de influência sobre centros urbanos em outras partes do globo. Essa classifi-
cação não depende do número de habitantes da cidade, como ocorre em uma
megacidade, mas sim da variedade de serviços e infraestrutura de que ela dispõe,
podendo ser classificadas como alfa, beta e gama, conforme o nível de decrescente
de comando e poder de cada cidade global, que pode ser verificado na Figura 13.

Figura 13: Mapa-múndi com a localização das cidades globais e megacidades em 2015

163
Fonte: United Nations Population Division (2015)

Enquanto algumas cidades se expandem horizontal e verticalmente, no Brasil


ainda predomina cidades pequenas com menos de 50 mil habitantes, com espaços
pouco urbanizados e onde predomina o cotidiano rural. As cidades de médio porte,
que tem entre 50 mil e 500 mil habitantes, possui um maior número de funções e ser-
viços do que uma cidade de pequeno porte. Para se compreender o processo de
urbanização que uma cidade se encontra é importante analisar o seu contexto e
plano econômico, morfológico, cotidiano e política que está inserida, conforme Fi-
gura 14 (SPOSITO, 2006).

Figura 14: Esboço metodológico do processo de produção do espaço urbano

164
Fonte: Henrique (2010)

Este esboço possibilita compreender que as cidades pequenas e médias apre-


sentam diferentes planos que vão se configurando conforme o espaço urbano vai
passando por diferentes etapas e ritmos de transformação. Algumas cidades de
porte grande, que apresentaram rápida urbanização nas últimas décadas do século
XX, possuem serviços e infraestrutura que contribuem para o seu desenvolvimento
econômico, no qual deve-se buscar uma gestão eficiente para minimizar os proble-
mas sociais e ambientais que surgem conforme ocorre um crescimento urbano e po-
pulacional destas cidades.

12.2 UMA ANÁLISE DA HIERARQUIA E REDE URBANA DO BRASIL

No decorrer das unidades deste livro, verificamos que a crescente urbaniza-


ção no mundo é um fenômeno vinculado à expansão das redes de infraestrutura, ou
seja, conforme as cidades adquirem e oferecem mais serviços e oportunidades,
ocorre um aumento populacional e um crescimento físico com maior demanda por
moradias. Por outro lado, este crescimento é desigual e concentrado em algumas
regiões, como ocorreu no caso do Brasil.

165
A consolidação da rede urbana brasileira iniciou-se a partir da segunda me-
tade do século XX, conforme verificado na Figura 15, com o aumento do êxodo rural
e concentração da população urbana em algumas áreas metropolitanas que foram
se formando, principalmente na região Sudeste e próximo a algumas regiões litorâ-
neas do país onde estabeleceu intensa industrialização e urbanização (ANDRADE;
LODDER, 1979).

Figura 15: Evolução da população rural e urbana do Brasil (1940-2014)

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca (2021)

O rápido aumento populacional a partir da década de 1970 contribuiu para


a formação das primeiras regiões metropolitanas brasileiras no período do governo
militar. Temos como exemplo São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre,
Recife, Salvador, Curitiba, Belém e Fortaleza.
Neste período inicia-se o processo de formação da rede urbana e hierarquia
urbana do Brasil, que são conceitos interligados e que se relacionam ao grau de im-
portância das cidades e ao poder de polarização (atração) que uma cidade exerce

166
sobre a outra, de acordo com sua infraestrutura. Existem diversos estudos que mos-
tram alguns critérios para definir a hierarquia urbana, como número de habitantes,
poder decisório de gestão do território, capacidade de atrair empresas e articulação
com a economia global.
Na unidade 3 verificamos uma comparação entre a rede urbana clássica e a
atual. A partir das décadas de 1980 e 1990 ocorreu uma mudança gradual das redes
de cidades, que assumem novas funções econômicas e políticas no contexto da glo-
balização. Através de uma descentralização do poder econômico, estabelecido
nesta nova hierarquia urbana, as cidades pequenas e médias possuem maior auto-
nomia e cooperação com outros municípios horizontalmente, não dependendo das
grandes metrópoles na tomada de decisões e aquisição de recursos (VAZ; REIS, 2018).
Esta ausência de uma hierarquia rígida possibilitou uma menor burocracia e
um papel mais relevante para as cidades menores em suas gestões municipais, não
excluindo a relevância das cidades globais no cenário internacional. Deste modo,
ocorre maior fluidez entre pessoas, mercadorias e informações entre os diversos mu-
nicípios com funções distintas (econômicas, turísticas, industriais, comerciais ou agrá-
rias) para a formação de uma ampla rede de cidades no Brasil.
Assim, verifica-se que o que determina a relação hierárquica atual entre as
cidades não é seu tamanho populacional ou localização geográfica, mas sim uma
gestão participativa democrática, além da disponibilidade e acesso de recursos e
tecnologias que contribuam para um aumento do PIB e uma geração de renda equi-
tativa aos seus habitantes.

12.3 O ESPAÇO URBANO DE MINAS GERAIS

Verificamos nas unidades anteriores sobre o processo de transição que ocorre


no Brasil, sobretudo a partir da década de 1970, na qual o país deixa de ser um país
predominantemente agrário para urbano e industrial. O estado de Minas Gerais se
insere neste contexto marcado por uma modernização tardia no espaço urbano e
rural e com desigualdades econômicas e sociais.
O estado de Minas Gerais possui 854 municípios, sendo a maioria de pequeno
porte. Entre 1991 e 2000 foram criados 130 municípios, sendo que aproximadamente

167
61% apresentavam população inferior a 10.000 habitantes. O estado apresenta ape-
nas 23 municípios com mais de 100.000 habitantes no qual se concentram as ativida-
des produtivas, principalmente do setor industrial e de serviços, responsável por mais
da metade do PIB do estado (BRITO; SOARES; FREITAS, 2004).
Os desequilíbrios regionais no estado de Minas Gerais são reflexos de uma con-
centração fundiária e intensa urbanização em determinadas áreas do estado onde
houve maior crescimento populacional a partir da segunda metade do século XX. O
espaço urbano começa a crescer e predominar sobre o espaço rural a partir do sé-
culo XVIII com atividades voltadas para a mineração, que contribuiu para uma nova
dinâmica social e cultural com o aumento de vilas e núcleos urbanos, sobretudo na
região central do estado (CUNHA, 2009).
A Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) apresentou altas taxas de
migrações no período de 1970 a 1980, motivado pela expansão industrial em algumas
cidades como Betim e Contagem, apresentando crescimento populacional superior
à Belo Horizonte. O crescimento populacional nos municípios ao redor de Belo Hori-
zonte, principalmente a partir da década de 1980, contribuiu para uma nova dinâ-
mica espacial da região metropolitana e mudanças nos fluxos migratórios, como os
movimentos pendulares, no qual as pessoas se deslocavam para outras regiões urba-
nas por motivos de estudo ou trabalho e retornavam periodicamente para seus mu-
nicípios de origem (SOUZA; BRITO, 2006).
A área urbana de Belo Horizonte havia sido planejada para abrigar a popula-
ção com melhores condições socioeconômicas e ao longo das décadas do século
XX houve concentração e especulação imobiliária da região urbana central de Belo
Horizonte. Esta dinâmica espacial foi acompanhada pelo intenso crescimento popu-
lacional que contribuiu para o aumento da desigualdade social que se tornou um
fenômeno comum nas grandes metrópoles do Brasil (SOUZA, 2008).
A Tabela 1 abaixo mostra que as regiões com menor desenvolvimento econô-
mico do estado apresentaram menor crescimento populacional entre 1991 e 2000,
como as mesorregiões Norte, Noroeste e Jequitinhonha, enquanto as regiões mais
ricas tiveram rápido crescimento e desenvolvimento urbano, sobretudo a região me-
tropolitana de Belo Horizonte, que atraiu grande número de imigrantes em busca de
melhoria da qualidade de vida.

Tabela 1: População absoluta e taxa geométrica de crescimento (1991-2000)

168
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censos demográficos de Minas Gerais
de 1991 e 2000.

O espaço urbano do estado de Minas Gerais se caracterizou de forma desi-


gual e concentrada, conforme verificado, sendo que poucas cidades tiveram
grande urbanização e industrialização, diante do grande número de municípios pe-
quenos que não apresentaram rápido crescimento populacional e se estagnaram
na sua dinâmica espacial urbana. Diante disso, o início do século XXI mostra uma
diminuição do ritmo da expansão urbana de Belo Horizonte e um crescimento das
cidades médias com maior atração de migrantes em busca de mais oportunidades
de empregos nas empresas que se instalaram nestes locais.

169
170
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Considerando a discussão em relação aos conceitos debatidos nesta unidade,


analise os itens a seguir:

I. Brasil, México e EUA tiveram uma industrialização diversificada e tardia que con-
tribuiu para atrair diversos imigrantes nos séculos XIX e XX.
II. Urbanização e desenvolvimento sustentável são conceitos que não se relacio-
nam, pois a sustentabilidade tem como pilar principal somente o meio ambiente.
III. As cidades que apresentam uma concentração de atividades econômicas, po-
líticas e financeiras e atraem pessoas e empresas de todo o mundo são denomi-
nadas cidades globais.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

2. Leia a frase abaixo e a seguir marque a alternativa que melhor preenche as lacu-
nas.

As grandes aglomerações urbanas com população acima de 10 milhões de ha-


bitantes são chamadas de ____________ e a cidade principal de uma região me-
tropolitana com serviços e infraestrutura que polariza as cidades ao seu redor é
chamada de ___________.

a) Megalópole – conurbação.
b) Megacidade – megalópole.

171
c) Metrópole – cidade grande.
d) Megacidade – metrópole.
e) Megalópole – cidade global.

3. Nesta unidade discutimos sobre conceitos relacionados as metrópoles, cidades


médias e pequenas. Sobre este tema, marque o item correto.

a) O Brasil passou por um processo de intensa urbanização nas últimas décadas do


século XX e hoje predomina no país cidades médias acima de 50 mil habitantes e
diminuição do espaço rural em todas as regiões devido o êxodo rural.
b) De acordo com alguns estudos de Geografia urbana, é importante analisar o con-
texto em que a cidade está inserida, na perspectiva dos planos econômico, mor-
fológico, cotidiano e política, para se compreender melhor o seu processo de ur-
banização.
c) Conforme as cidades adquirem e oferecem mais serviços e oportunidades, ocorre
um aumento populacional das áreas centrais e um crescimento físico horizontal
devido a demanda por moradias.
d) As regiões do Brasil com intensa industrialização e urbanização que favoreceram
a formação de diversas regiões metropolitanas são o Sudeste, Sul e Centro-Oeste.
e) As cidades que apresentam um ritmo acelerado de urbanização, uma gestão ur-
bana eficiente e uma população com elevado padrão de consumo podem ser
consideradas cidades sustentáveis.

4. Considerando a discussão em relação aos conceitos discutidos nesta unidade,


analise os itens a seguir:

I. O estado de Minas Gerais se insere no contexto brasileiro no processo de urbani-


zação marcado por uma modernização tardia no espaço urbano e rural e com
concentração industrial em algumas regiões refletindo nas desigualdades eco-
nômicas regionais.
II. Alguns estudos mostram que a hierarquia urbana apresenta cidades pequenas e

172
médias do Brasil muito dependentes das metrópoles e possuem pouca autono-
mia nas decisões administrativas e políticas para o seu desenvolvimento.
III. O espaço urbano do estado de Minas Gerais se caracterizou de forma desigual,
pois algumas regiões se industrializaram em um ritmo mais rápido devido alguns
fatores como mercado consumidor, mão de obra disponível e matéria-prima
como é o caso das regiões Sul, Sudoeste e região metropolitana de Belo Hori-
zonte.

É correto o que se afirma somente em:

a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

5. (Enem - adaptado) O fenômeno de ilha de calor é o exemplo mais marcante da


modificação das condições iniciais do clima pelo processo de urbanização, ca-
racterizado pela modificação do solo e pelo calor antropogênico, o qual inclui
todas as atividades humanas inerentes à sua vida na cidade.
BARBOSA, R. V. R. Áreas verdes e qualidade térmica em ambientes urbanos: estudo em microclimas em Maceió. São Paulo:

EdUSP, 2005.

O texto exemplifica uma importante alteração socioambiental comuns no es-


paço urbano. A maximização desse fenômeno ocorre

A) pela reconstrução dos leitos originais dos cursos d’água antes canalizados nos
centros urbanos.

B) pela recomposição de áreas verdes nas áreas centrais dos centros urbanos que
possuem maior temperatura.

173
C) pelo uso de materiais com alta capacidade de reflexão no topo dos edifícios
que aumentam a incidência de ilhas de calor.

D) pelo processo de impermeabilização do solo que contribui para aumentar a ab-


sorção de calor e o ambiente mais quente nas áreas centrais das cidades.

E) pela construção de vias expressas com maior asfaltamento e gerenciamento de


tráfego terrestre.

6. (UECE-adaptado) Considere as seguintes afirmações que tratam do ambiente em


grandes centros urbanos:

I. O aumento da temperatura em face do adensamento de construções, do asfal-


tamento de ruas e avenidas e da rarefação ou ausência de vegetação tende a
gerar um fenômeno conhecido como inversão térmica.

II. Em geral, a expansão nos grandes centros urbanos brasileiros tem sido realizada
em terrenos ambientalmente instáveis e com alta vulnerabilidade à ocupação.

III. Comumente, as áreas de risco à ocupação nas grandes cidades correspondem


aos fundos de vales, topos de morros e vertentes íngremes.

IV. Parques, áreas verdes e matas ciliares, contribuem para a melhoria do clima ur-
bano, amenizando os problemas respiratórios da população decorrentes do ex-
cesso de poluição e da circulação dos vírus como o Covid -19.

Está correto o que se afirma em:

a) II e III.
b) II e IV.
c) I e II.
d) I, II e IV.
e) II, III e IV.

174
7. (UEPA-adaptado) O crescimento precipitado das cidades em decorrência do
acelerado desenvolvimento tecnológico da segunda metade do século XX pro-
duziu um espaço urbano cada vez mais fragmentado, caracterizado pelas desi-
gualdades sociais, segregação espacial e graves problemas ambientais. Sobre
os problemas socioambientais nos espaços urbanos-industriais é correto afirmar
que:

a) os resíduos domésticos e industriais aliados aos numerosos espaços marginalizados,


problemas de transportes, poluição da água e do solo, bem como os conflitos so-
ciais são grandes desafios das grandes cidades na atualidade.
b) as ações antrópicas, em particular, as atividades ligadas ao desenvolvimento in-
dustrial e urbano nas cidades médias têm comprometido a qualidade das águas
superficiais, sem contudo, alcançar os depósitos subterrâneos.
c) os conflitos sociais existentes no espaço urbano das grandes e médias cidades es-
tão associados à ampliação de políticas públicas para melhoria de infraestrutura
que provocou o deslocamento de milhões de pessoas do campo para a cidade.
d) a violência urbana, problema agravado nos últimos anos nas cidades médias e
pequenas, está associada à má distribuição de renda, à livre comercialização de
armas de fogo e à cultura armamentista existente na maioria dos países europeus.
e) a chuva ácida ocorrida nas grandes cidades dos países ricos industrializados apre-
senta como consequências a destruição da cobertura vegetal, alteração das
águas, embora favoreça a fertilização dos solos agricultáveis.

8. (IFPR - adaptado) Um dos fenômenos atuais resultantes da urbanização sem pla-


nejamento são as ilhas de calor. Na cidade de Belo Horizonte, podem ocorrer di-
ferenças de temperatura de acima de 5º C no mesmo dia, entre duas regiões da
cidade. Esse processo ocorre porque

a) o ar mais quente se eleva, enquanto uma frente fria traz ar mais frio, que se infiltra
por baixo, formando um manto de calor na cidade.
b) existem áreas tomadas por muitos prédios, casas e ruas asfaltadas, que absorvem
a radiação solar para transformá-la em calor latente.

175
c) as áreas de lagos e rios absorvem maior quantidade de radiação solar direta, o
que as transformam em pontos quentes urbanos.
d) existem na superfície das cidades grandes da região metropolitana de Belo Hori-
zonte pontos apenas pela ocorrência dos vários fenômenos meteorológicos.
belo Horizonte possui maior circulação de transportes e indústrias que compromete
a qualidade do ar e da água da capital e da região metropolitana.

176
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 01 UNIDADE 02

QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 A

UNIDADE 03 UNIDADE 04

QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E

UNIDADE 05 UNIDADE 06

QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D

177
UNIDADE 07 UNIDADE 08

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E

UNIDADE 09 UNIDADE 10

QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 A

UNIDADE 11 UNIDADE 12

QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B

178
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