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DE IPATINGA
1
Gleysson Morais Andrade
1ª edição
Ipatinga – MG
2022
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
3
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. Eles
são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um
com uma função específica, mostradas a seguir:
4
SUMÁRIO
01
1.1 VETORES...................................................................................................................... 8
1.2 OPERAÇÕES COM VETORES ............................................................................... 9
1.3 INTRODUÇÃO À MECÂNICA............................................................................. 10
1.3.1 A Primeira Lei de Newton (Lei Da Inércia)................................................11
1.3.2 Definição de Força .........................................................................................12
1.3.3 A Segunda Lei de Newton............................................................................13
1.3.4 Força Gravitacional (𝐅𝐠) E Força Peso. .....................................................13
1.4 CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO EM ESTÁTICA DOS SÓLIDOS............................... 14
1.5 PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE UMA ÁREA ................................................ 18
1.5.1 Centroide de uma Área ................................................................................18
1.5.2 Áreas Compostas ............................................................................................19
1.5.3 Exemplo Resolvido ..........................................................................................19
1.5.4 Momento de Inércia de uma Área ............................................................21
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 23
02
2.1 FORÇA VERSUS TENSÃO .................................................................................... 28
2.2 TENSÕES NORMAIS (𝛔) ...................................................................................... 37
2.3 TENSÕES DE CISALHAMENTO (𝛕)....................................................................... 40
2.4 TENSÕES DE ESMAGAMENTO ............................................................................ 44
2.5 TENSÃO ÚLTIMA – TENSÃO ADMISSÍVEL – FATOR DE SEGURANÇA ................ 45
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 49
03
3.1 INTRODUÇÃO À DEFORMAÇÃO ....................................................................... 55
3.2 DIAGRAMA TENSÃO X DEFORMAÇÃO ............................................................ 57
3.3 MÉTODO DA DEFORMAÇÃO RESIDUAL ............................................................ 63
3.4 FRAGILIDADE VS DUCTILIDADE ......................................................................... 64
3.5 LEI DE HOOKE ..................................................................................................... 65
3.6 COEFICIENTE DE POISSON ................................................................................ 67
3.7 TENSÃO – DEFORMAÇÃO DE CISALHAMENTO ................................................ 68
3.8 FALHA POR FLUÊNCIA E FADIGA ...................................................................... 70
3.9 PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT ........................................................................... 73
3.10 DEFORMAÇÃO ELÁSTICA EM BARRAS SUJEITA A CARREGAMENTO AXIAL .. 75
3.11 BARRA SUBMETIDA A CARREGAMENTO ESTATICAMENTE INDETERMINADO.. 77
3.12 CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO EM ESFORÇOS AXIAIS .................................... 79
3.12.1 Exemplo Resolvido: ..........................................................................................81
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 83
04
4.1 INTRODUÇÃO À TORÇÃO ................................................................................. 88
4.2 ÂNGULO DE TORÇÃO (𝛉), DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO NA
SECÇÃO. ............................................................................................................ 89
4.3 A FÓRMULA DA TENSÃO DE CISALHAMENTO NA TORÇÃO............................ 91
4.4 TENSÃO DE CISALHAMENTO NA TORÇÃO (EXEMPLO RESOLVIDO) ............... 93
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 96
5
UNIDADE ESTUDO DA FLEXÃO PURA .................................................................... 101
05
5.1 INTRODUÇÃO À FLEXÃO ................................................................................. 101
5.2 CONVENÇÃO DE SINAIS NA ANÁLISE DE FLEXÃO EM VIGAS ...................... 104
5.3 CÁLCULO DE FORÇA CORTANTE E MOMENTO FLETOR (EXEMPLO RESOLVIDO
I) ........................................................................................................................ 105
5.4 CÁLCULO DE FORÇA CORTANTE E MOMENTO FLETOR (EXEMPLO RESOLVIDO
II) ....................................................................................................................... 111
5.5 TENSÃO E DEFORMAÇÃO NA FLEXÃO. .......................................................... 117
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 120
06
6.1 DIMENSIONAMENTO DE EIXO (EXEMPLO RESOLVIDO I). .............................. 125
6.2 DIMENSIONAMENTO DE EIXO (EXEMPLO RESOLVIDO II). ............................. 126
6.3 DIMENSIONAMENTO DE VIGA (EXEMPLO RESOLVIDO III). ........................... 127
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................. 133
6
CONFIRA NO LIVRO
7
MECÂNICA GERAL UNIDADE
VETORES
01
Um vetor é objeto matemático apresentado como um segmento de reta,
basicamente uma “seta”. Esse segmento de reta representa uma grandeza física
vetorial, pode ser a velocidade, a aceleração, a posição o deslocamento de um
móvel, um campo elétrico, qualquer grandeza vetorial. Daremos um enfoque maior
na grandeza física vetorial força (𝐹⃗ ), que estudaremos a seguir. Um vetor possui
origem e fim e é representado por uma letra minúscula. O tamanho do vetor está
relacionado com a intensidade da grandeza medida. Em uma mesma escala, o
vetor que representa a força peso de um semáforo de 3 𝑘𝑁 deverá ser menor que o
vetor que representa o peso de uma carreta de 100 𝑘𝑁.
Observe a figura 1 abaixo, onde temos o Vetor ̅̅̅̅
𝐀𝐁 ou simplesmente vetor 𝐯⃗⃗. A
origem do vetor em 𝐀, e termina em 𝐁. O seu módulo pode ser representado da
seguinte forma:
𝐯⃗⃗ |𝐯⃗⃗|
8
OPERAÇÕES COM VETORES
Podemos somar dois ou mais vetores, subtrair dois ou mais vetores e até mesmo
multiplicar dois vetores. Também podemos multiplicar ou dividir grandezas vetoriais
por grandezas escalares. Para isso, precisamos utilizar as figuras para que consigamos
visualizar a operação.
Na figura 2 abaixo, temos três imagens com situações diferentes. Podemos
perceber que ao inverter o sentido do vetor, devemos trocar o sinal do mesmo. Ou
seja, o vetor −i⃗ representa o vetor de mesmo módulo (tamanho) na mesma direção,
porém, sentido contrário do vetor ⃗i. Também podemos perceber que a soma de dois
vetores resulta em um terceiro vetor. Ao somarmos os vetores v
⃗⃗ e u
⃗⃗ obtemos um
terceiro vetor, a⃗⃗. Neste caso em questão, a extremidade final do vetor v
⃗⃗ coincide com
a origem do vetor u
⃗⃗. Vale ressaltar que, se invertermos o sentido do vetor, então o seu
sinal também será invertido. Também é representada na figura 2 a soma entre dois
vetores ⃗j e ⃗l que possuem a mesma origem em comum, o ponto 𝐃. Neste caso,
utilizamos a regra do paralelogramo. Para isso, basta representar em linhas
pontilhadas a projeção dos vetores ⃗j e ⃗l. A partir de então, traçamos o vetor
resultante, conforme a figura 2.
9
A soma dos vetores (v ⃗⃗) e (j⃗ + ⃗l) é expressa abaixo:
⃗⃗ + u
a⃗⃗ = v
⃗⃗ + u
⃗⃗ (1)
⃗⃗ = ⃗j + ⃗l
k (2)
−a⃗⃗ = −v
⃗⃗ − u
⃗⃗ (3)
⃗⃗ = −j⃗ − ⃗l
−k (4)
INTRODUÇÃO À MECÂNICA
10
O que é força?
11
Figura 4: A Primeira Lei de Newton
12
1.3.3 A Segunda Lei de Newton
A Segunda Lei de Newton: A força resultante que age sobre um corpo, é igual
ao produto da massa do corpo pela sua aceleração.
⃗⃗R = m ∙ a⃗⃗
F (6)
Em que:
F⃗⃗R → Soma vetorial de todas as forças que atuam no corpo [N]
m → Massa do corpo [Kg]
⃗⃗⃗ → Aceleração do corpo [𝑚⁄ 2 ]
a
𝑠
Caso tenhamos três dimensões (x, y e z), devemos considerar a força resultante
em cada uma dessas direções, sendo:
Na direção x: FRx = m ∙ 𝑎𝑥 ou ∑ Fx = m ∙ 𝑎𝑥
Na direção y: FRy = m ∙ 𝑎𝑦 ou ∑ Fy = m ∙ 𝑎𝑦
Na direção z: FRz = m ∙ 𝑎𝑧 ou ∑ Fz = m ∙ 𝑎𝑧
1De acordo com a lei da Gravitação Universal de Newton, qualquer corpo que possui massa
(M), exerce uma força gravitacional (F
⃗⃗g ) sobre outro corpo qualquer de massa (m) a uma
distância d.
13
força será a força resultante, logo, pela segunda lei de Newton:
⃗⃗g = m ∙ ⃗g⃗
F (8)
∑ ⃗F⃗ = 0 (9)
⃗⃗x = 0
∑F (10)
∑ ⃗F⃗y = 0 (11)
∑ ⃗F⃗z = 0 (12)
14
∑ M0 = 0 (13)
15
Pelas condições de equilíbrio da estática:
Equilíbrio da direção 𝑥,
⃗⃗x = 0
∑F (14)
Logo,
Equilíbrio da direção y,
∑ ⃗F⃗y = 0 (16)
R c(y) = P (17)
∑ Mc = 0 (18)
R F(x) = 2P (20)
16
Após o desenvolvimento do diagrama de corpo livre DCL, verificamos que os
esforços internos atuam ao longo do eixo de cada barra, logo, podemos relacionar
o polígono de forças por meio de uma semelhança de triângulo, uma vez que os
ângulos internos do polígono de forças e os ângulos internos da estrutura são os
mesmos.
Podemos relacionar os esforços internos nas barras, com o comprimento
correspondente, da seguinte maneira;
R F(x) R EF
=a (21)
a ⁄2
Sendo, portanto,
R EF = 2R F(x) (22)
R EF = 2P (23)
R FD = √P 2 + (2P)2 (24)
R FD = √5P (25)
17
PROPRIEDADES GEOMÉTRICAS DE UMA ÁREA
∫A xdA ∫A ydA
x̅ = e y̅ = (26)
∫A dA ∫A dA
18
Nos casos em que a área apresenta simetria, o centroide estará exatamente
sob o eixo de simetria da figura. A figura 11 abaixo apresenta a posição do centroide
em duas áreas que são simétricas em relação ao eixo 𝑦.
∑ x̅A ∑ y̅A
x̅ = e y̅ = (27)
∑A ∑A
19
Figura 12: Exemplo de cálculo de centroide em área composta
∑ x̅A
x̅ = =0 (28)
∑A
y̅ = 8,55 cm (30)
20
1.5.4 Momento de inércia de uma área
Ix = ∫ y 2 dA (31)
A
Iy = ∫ x 2 dA (32)
A
21
O momento polar de inércia representa o momento da área em relação ao
polo O, logo, se a relação 𝑟 2 = 𝑥 2 + 𝑦 2 é verdadeira, podemos escrever o momento
polar de inércia em temos dos momentos de inércia, sendo:
J0 = ∫ r 2 dA = Ix + Iy (33)
A
22
FIXANDO O CONTEÚDO
a) TA = 120 N, TB = 0 e Tc = 60 N
b) TA = 200 N, TB = 120 N e Tc = 200N
c) TA = 120 N, TB = 160 N e Tc = 200 N
d) TA = 200 N, TB = 120 N e Tc = 160 N
e) TA = 240 N, TB = 320 N e Tc = 400 N
a) T = 245,7 N e R = 163,8 N
b) T = 81,9 N e R = 245,7 N
23
c) T = 163,8 N e R = 148 N
d) T = 81,9 N e R = 148 N
e) T = 163,8 N e R = 81,9 N
24
a) R A = 30 kN (↓); R B(y) = 105 kN (↓); R B(x) = 30 kN (←)
b) R A = 105 kN (↑); R B(y) = 30 kN (↑); R B(x) = 0
c) R A = 60 kN (↑); R B(y) = 210 kN (↓); R B(x) = 0
d) R A = 105 kN (↓); R B(y) = 30 kN (↑); R B(x) = 30 (→)
e) R A = 30 kN (↑); R B(y) = 105 kN (↑); R B(x) = 0
a) R C = 19645 kN e R D = 25000 kN
b) R C = 26250 kN e R D = 9605 kN
c) R C = 19645 kN e R D = 9605 kN
d) R C = 9605 e R D = 19645 kN
e) R C = 26250 kN e R D = 25000 kN
25
6. (Adaptada de Mecânica dos Sólidos, PUCRS). A estrutura da figura suporta parte
do telhado de um pequeno edifício. Sabendo que a tração no cabo é de 150 kN,
determine a reação no extremo fixo E.
7. (Adaptada de Mecânica dos Sólidos, PUCRS). Uma treliça pode ser apoiada de
duas maneiras, conforme figura. Determine as reações nos apoios nos dois casos.
26
a) Caso I: R A = 5,27 kN e R B = 5,4 kN
Caso II: R A = 2,50 kN e R B = 2,06 kN
b) Caso I: R A = 6,24 kN e R B = 5,4 kN
Caso II: R A = 2,50 kN e R B = 2,06 kN
c) Caso I: R A = 6,24 kN e R B = 4,5 kN
Caso II: R A = 1,50 kN e R B = 4,5 kN
d) Caso I: R A = 3,52 kN e R B = 4,5 kN
Caso II: R A = 1,50 kN e R B = 4,27 kN
e) Caso I: R A = 4,27 kN e R B = 4,5 kN
Caso II: R A = 1,50 kN e R B = 6,02 kN
a) R A = 2566 kN e R B = 1134 kN
b) R A = 1134 kN e R B = 2566 kN
c) R A = 5112 kN e R B = 2268 kN
d) R A = 1200 kN e R B = 2400 kN
e) R A = 3566 kN e R B = 1134 kN
27
ESTUDO DAS TENSÕES UNIDADE
02
A resistência dos materiais ou mecânica dos materiais é a ciência que estuda
as tensões internas atuantes nos corpos e as deformações decorrentes da aplicação
de cargas externas.
Na Física Clássica, normalmente, trabalha-se com o conceito de corpo rígido.
Por definição, um corpo rígido não se deforma quando submetido a uma carga
externa. Neste caso, não são objeto de estudo da física clássica as tensões e
deformações. Já na resistência dos materiais, essas tensões internas e as
consequentes deformações são extremamente relevantes, uma vez que o
entendimento e a compreensão destes conceitos servirão como ferramental teórico
para projeto de máquinas, projeto de construções civis, desenvolvimento de
materiais etc.
28
Podemos de maneira simplista, porém, eficaz, substituir a carga distribuída w(s)
por uma única força concentrada FR no centroide ou centro geométrico do corpo.
As forças de corpos são forças oriundas da presença de um campo. Por
exemplo, a força gravitacional, força essa que a terra, por meio do campo
gravitacional exerce sobre corpos massivos, é uma força de ação a distância, não
precisa de interação física. A essa força chamamos de força Peso. A força
gravitacional é matematicamente equacionada pela lei da gravitação universal de
Isaac Newton.
A força elétrica também é uma força de corpo, ou seja, uma força de ação
a distância, uma vez que, um corpo eletricamente carregado produz um campo
elétrico em sua vizinhança, de tal forma que, um outro corpo carregado na presença
deste campo elétrico é submetido a uma força elétrica. A força eletricamente foi
matematicamente equacionada pela lei de Coulomb.
A figura 14 apresenta um corpo e as diversas possibilidades de atuação de
forças externas.
29
Figura 15: Análise de carregamento
30
Para responder à pergunta capital do nosso problema, devemos identificar
qual a intensidade das forças FBC e FAB , pois a partir delas, encontraremos as tensões
atuantes em ambas as barras.
Podemos analisar o problema acima sob duas perspectivas. A primeira,
aplicando a semelhança de triângulo no nosso polígono de forças. Dizemos que a
carga de 50 KN está para 2,5 m assim como FAB está para 3,0 m, assim como FBC está
50 KN FAB FBC
= = (34)
2,5 m 3,0 m (√32 + 2,52 ) m
Logo:
31
problema bidimensional (em duas dimensões), portanto, com vetores de forças
coplanares, podemos escrever as expressões abaixo:
∑ FY = 0 (36)
Logo:
FBCY − 50 = 0 (37)
FBCY = 50 KN (38)
50 KN
FBC = (40)
sin θ
2,5
sin θ = (41)
√32 + 2,52
Logo:
√32 + 2,52
FBC = 50 ∙ (42)
2,5
∑ FX = 0 (44)
3
FAB = 78,1KN ∙ (47)
√32 + 2,52
FAB = 60 KN (48)
32
50 KN apenas com o cálculo das forças internas atuantes em ambas as barras.
Perceba também, que a ruptura ou não das barras, não está condicionada apenas
às cargas atuantes, mas, também à área da secção transversal, bem como as
características mecânicas do material em que as barras foram construídas. Quanto
maio a área de secção transversal, maior será a carga necessária levar a barra a sua
ruptura. Quanto maior a resistência mecânica da barra, maior será também a carga
necessária para romper a barra. A força interna que encontramos para as barras AB
e BC representam a resultante das forças elementares atuantes ao longo de toda a
secção transversal da barra.
Imagine um corte na barra BC, seccionando-a no ponto Z, conforme
esboçado na figura 18 abaixo.
33
Figura 19: Esforço de tração x compressão
P
σatuante = (49)
A
34
Figura 20: Força atuante por unidade de área
N
σ=[ ] = [Pa] (50)
m2
2Blaise Pascal foi um grande matemático e físico francês, com enormes contribuições para as ciências
naturais e ciências aplicadas, em especial para a mecânica dos fluidos.
35
Digamos que as barras que compõem a estrutura da figura 19 sejam
fabricadas em aço, e que a barra BC possua um diâmetro de 30 mm. Logo, qual a
tensão atuante na barra BC?
Ora, sem a tensão atuante a razão entre a carga resultante e a área da
secção transversal, escrevemos;
P
σatuante = (54)
A
78,1 x 103 N
σatuante = π (55)
(30x10−3 m)2
4
Será que a barra suporta essa tensão? Devemos comparar o valor da tensão
atuante na barra com o valor da máxima tensão admissível3 suportada pelo aço.
Este valor é encontrado em tabelas de propriedades dos materiais. A tensão
admissível máxima para o aço é de 160 Mpa. Como σatuante < σadm depreendemos
que a barra suportará com segurança os esforços solicitados. Mas, e quanto aos
demais componentes da estrutura? Essa estrutura não é composta apenas pela barra
BC. Deve-se realizar o cálculo para cada componente, levando-se em conta o tipo
de esforço solicitante. No caso dessa barra BC, verificamos que ela se encontra sob
a ação de cargas axiais4 que promovem a tração, mas existem outros tipos de
3A tensão admissível corresponde a uma fração do limite de resistência de um material e seu valor
depende do coeficiente de segurança (CS) adotado no projeto.
4 As cargas axiais serão estudadas no tópico 1.2
36
esforços em que os elementos que compõem uma estrutura podem ser submetidos,
como por exemplo, esforços de compressão, esmagamento, cisalhamento, dentre
outros. Cada um desses esforços será trabalhado nesta obra.
Imagine uma barra prismática conforme a figura 21. Essa barra pode ser
submetida a esforços atuantes em qualquer direção (axial, oblíqua, transversal). No
caso da figura 21, dizemos que a barra está submetida a esforços axiais, ou seja, a
linha de ação da força possui a mesma direção do eixo da barra. Neste caso, onde
a barra é submetida a esforços axiais, cuja ação das linhas de forças possuem a
mesma direção do eixo da barra e, simultaneamente, são perpendiculares à secção
transversal da barra, promovem o surgimento de tensões normais na secção
transversal da barra. Por definição, tensões normais são originadas por forças
perpendiculares a área da secção transversal. A palavra normal já carrega esse
significado por si só.
A figura 21 abaixo representa um elemento de força axial ∆𝐅 atuando no
elemento de área ∆𝐀, gerando uma tensão normal média na área ∆A.
37
∆F
σ = lim (58)
∆A→0 ∆A
dF
σ= (59)
dA
dF = σ ∙ dA (60)
∫ dF = ∫ σ ∙ dA (61)
A
P = ∫ dF (62)
Logo,
P = ∫ σ ∙ dA (63)
A
38
do vetor de força, obtendo então três novos vetores de força, nas três direções do
espaço. Observe a figura 22. Perceba que o vetor de força ∆F foi decomposto nas
componentes ∆Fx , ∆Fy e ∆Fz nas direções 𝑥, 𝑦 𝑒 𝑧, respectivamente.
∆Fz
σz = lim (64)
∆A→0 ∆A
39
TENSÕES DE CISALHAMENTO (𝝉)
∆Fx
τzx = lim (65)
∆A→0 ∆A
∆Fy
τzy = lim (66)
∆A→0 ∆A
Neste caso, utiliza-se a letra grega 𝝉 (tau) e observa-se dois índices. O primeiro
índice, a letra z nos mostra que a tensão de cisalhamento atua no elemento de área
∆𝐀 que é perpendicular ao eixo z. O segundo índice (x ou y) de cada expressão, nos
diz a direção em que a tensão atua.
A figura 23 esboça uma situação prática de surgimento de uma tensão de
cisalhamento. Observe uma chapa metálica AB, submetida a duas forças, P e P’.
Essas forças agem perpendicularmente ao eixo longitudinal 6 da chapa.
40
Figura 23: Tensão de cisalhamento simples
P
τméd = (67)
A
41
Em que 𝑃 é dado em Newtons [𝑁] 𝑒 𝐴 em metro quadrado [𝑚2 ]. No sistema
internacional, a relação 𝑁⁄ 2 é denominada de Pascal [𝑃𝑎]. Em cálculos estruturais,
𝑚
via de regra lidamos com valores de tensão elevados, o que justifica a utilização de
múltiplos da unidade, como por exemplo; quilopascal [𝑘𝑃𝑎], Megapascal [𝑀𝑃𝑎] e o
Gigapascal [𝐺𝑃𝑎], que equivalem, 103 𝑃𝑎, 106 𝑃𝑎, 109 𝑃𝑎, respectivamente.
A figura 23 representa um cisalhamento simples, uma vez que, a chapa
metálica é submetida a apenas uma carga de cisalhamento. Mas podemos ter um
carregamento que submeta a peça em questão a um cisalhamento duplo, como
por exemplo, na figura 24 abaixo.
Observe que neste caso, a chapa metálica é submetida a uma força externa
F. A configuração do carregamento indica o surgimento de força cortante P na
secção transversal da chapa relativa à linha de corte 1 e na secção transversal da
chapa relativa a linha de corte 2. Logo, podemos relacionar a tensão de
cisalhamento na chapa através das equações abaixo:
Na seção transversal 1, têm-se:
42
P
τméd = (68)
A
P
τméd = (69)
A
Como,
F = 2P (70)
F
τméd = (71)
2A
∑ Fy = 0 (72)
Logo:
∑ Mx = 0 (76)
Logo:
43
As tensões de cisalhamento em cada face do elemento de volume são iguais,
e em sentidos opostos para as faces paralelas.
TENSÕES DE ESMAGAMENTO
F F
σE = = (79)
A t∙d
44
TENSÃO ÚLTIMA – TENSÃO ADMISSÍVEL – FATOR DE SEGURANÇA
PU
σU = (80)
A
7 Aço carbono SAE 1020 é um aço “macio” dúctil, de ampla utilização em peças mecânicas
em geral, com porcentagem de carbono entre 0,15% e 0,30%.
8 Realiza ensaio de tração em amplas variedades de materiais, como metais, borrachas,
concretos etc.
45
Caso a barra cilíndrica estivesse sob a ação de uma força cisalhante, como
por exemplo, na figura 26, a razão entre a carga de cisalhamento última pela área
da secção transversal da barra configura a tensão de cisalhamento última.
PU(tangencial)
τU = (81)
A
Via de regra, projetamos estruturas para que não sofram ruptura em nenhuma
hipótese, para isso, adota-se nos projetos uma carga de trabalho máxima,
denominada de carga admissível ou carga de projeto, ou ainda carga de utilização.
Uma vez definida a carga admissível, não se pode em nenhuma circunstância
submeter uma estrutura a uma carga superior a essa carga de projeto.
Na prática, não se utiliza toda a carga que o material seria capaz de suportar.
A razão entre a carga última e a carga admissível é definida como coeficiente de
segurança ou fator de segurança.
CARGA ÚLTIMA PU
COEFICIENTE DE SEGURANÇA = CS = = (82)
CARGA ADMISSÍVEL Padm
46
TENSÃO ÚLTIMA
COEFICIENTE DE SEGURANÇA = CS = (83)
TENSÃO ADMISSÍVEL
MS = CS − 1,0 (84)
Algumas situações de engenharia exigem que o fator de segurança seja
obtido pela razão entre a tensão de escoamento e a tensão admissível no material.
Isso ocorre porque, nestes casos, a tensão de escoamento é considerada como a
tensão perigosa. Na prática, o engenheiro projetista deve levar em consideração a
tensão perigosa, que é definida pelas condições do projeto, sendo essa tensão
perigosa a tensão de escoamento ou a tensão última do material. No caso de uma
aplicação em que o escoamento representa a falha do material, então o fator de
segurança deve ser obtido pela relação abaixo:
TENSÃO DE ESCOAMENTO
COEFICIENTE DE SEGURANÇA = CS = (85)
TENSÃO ADMISSÍVEL
De acordo com Beer & Russell (2008, 3ª ed, p.40), para a determinação do
coeficiente de segurança o projetista deve levar em conta uma série de variáveis,
tais como:
47
sendo projetada, como modificações nos valores previstos por
ocasião do projeto. Cargas dinâmicas, cíclicas instantâneas abre
parênteses choque fecha parênteses exigem altos valores de
coeficientes de segurança.
O modo de ruptura que pode ocorrer. Materiais frágeis apresentam
ruptura repentina sem nenhuma indicação de que o colapso é
iminente. Já os materiais do como aço estrutural, apresenta uma
grande deformação, chamada escoamento antes de atingir a
ruptura e esse comportamento do material fornece um aviso de que
está ocorrendo carregamento excessivo. A ruptura ocasionada por
perda de estabilidade da estrutura é geralmente repentina seja o
material frágil ou não. Quando existe a possibilidade de ruptura
repentina o valor a se adotar para o coeficiente de segurança deve
ser maior do que no caso de ruptura com aviso.
Métodos aproximados e análise. Os métodos de cálculo e análise são
baseados em certas simplificações que levam a diferenças entre a as
tensões calculadas e aquelas realmente atuantes na estrutura.
Deterioração que poderá ocorrer no futuro devido à falta de
manutenção ou por causas naturais imprevisíveis. Em locais em que a
composição do material ou a ferrugem são difíceis de controlar ou de
prever, deve ser adotado um coeficiente de segurança de valor alto.
A importância de um certo membro para a integridade de toda a
estrutura. Para as peças secundárias e contraventamento da estrutura
pode ser usado um coeficiente de segurança menor do que aquele
das peças principais.
48
FIXANDO O CONTEÚDO
2. (Adaptada de BEER, 1995). Sabendo-se que a haste de ligação BD tem uma seção
transversal uniforme de área igual a 800 mm² determine a intensidade da carga 𝐏
para que a tenção normal na haste BD seja 50 MPa.
49
a) P = 62,67 kN
b) P = 54,24 N
c) P = 34,76 kN
d) P = 54,24 kN
e) P = 62,67 N
50
a) 58,4 mm e 65,4 mm
b) 584,2 mm e 654,7 mm
c) 29,2 mm e 32,7 mm
d) 32,7 mm e 29,2 mm
e) 292,5 mm e 327,7 mm
a) CS = 4,52
b) CS = 2,89
c) CS = 1,45
d) CS = 5,78
e) CS = 3,52
51
a) τméd = 106,1 MPa
b) τméd = 106,1 GPa
c) τméd = 53,05 MPa
d) τméd = 53,05 kPa
e) τméd = 5305,55 MPa
52
Qual a atenção de cisalhamento, devido ao esforço cortante em megapascal
(MPa), no pino entre o atuador hidráulico e a lança?
6√13
a) π
10√13
b) π
14√13
c) π
18√13
d) π
22√13
e) π
53
d) (d2 )min = 75,4 in
e) (d2 )min = 75,4 mm
54
TENSÃO X DEFORMAÇÃO UNIDADE
INTRODUÇÃO À DEFORMAÇÃO
03
Um corpo quando submetido a uma carga poderá sofrer variação em seu
tamanho ou mudança na sua forma. Se esticarmos uma borracha, por exemplo, ela
sofrerá alteração em seu tamanho e forma. Na engenharia, denomina-se esse
fenômeno de deformação.
No exemplo dado (da borracha), a deformação será relativamente grande,
portanto, será perceptível aos nossos olhos, ao passo que em uma construção civil,
por exemplo, a deformação estrutural proveniente da carga resultante das pessoas
circulando no prédio é imperceptível ao olho humano. Ocorre que o estudo das
deformações é de fundamental importância no contexto da engenharia, pois a partir
das análises de 𝑡𝑒𝑛õ𝑒𝑠 𝑥 𝑑𝑒𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çõ𝑒𝑠 é que iniciam-se os projetos de máquinas e
estruturas. Em projetos estruturais de engenharia, estudam-se dois tipos de
deformações, a deformação normal e a deformação por cisalhamento.
A figura 27 esboça um corpo antes e depois da deformação. Imagine que
uma carga seja aplicada ao corpo, na mesma direção da reta 𝒏. Observe também
um segmento de reta de comprimento inicial ∆𝐒 sob a reta 𝑛. O segmento de reta
tem origem no ponto 𝐀 e termina no ponto 𝐁. Se imaginarmos que o corpo seja
formado por inúmeros segmentos de retas, tais como o segmento AB, percebemos
que a após a aplicação da carga externa, o segmento AB irá se deformar, assumindo
os pontos 𝐀’ e 𝐁’, e comprimento final ∆𝐒 ′ . A deformação média 𝛜𝐦é𝐝 , também
chamada de deformação específica, pode ser expressa pela relação abaixo:
∆S ′ − ∆S
ϵméd = (86)
∆S
55
Figura 27: Deformação normal
∆S ′ − ∆S
ϵ= lim (87)
B → A ao longo de n ∆S
56
𝒏 e 𝒕, respectivamente, fazendo o comprimento dos segmentos tenderem a zero,
podemos expressar a deformação por cisalhamento real no ponto 𝑨, associadas as
retas 𝒏 e 𝒕, pela relação:
π
γnt = − lim θ′
2 B→A ao longo de n (89)
C→A ao longo de t
57
Para obtermos algumas dessas propriedades, devemos realizar ensaios
mecânico dos materiais, como por exemplo, o ensaio de tração (mais comum). O
ensaio de tração é realizado em uma amostra do material, seguindo padrões
técnicos da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a essa amostra do
material denominamos de corpo de prova.
58
Os valores de tensão e deformação são registrados pela máquina e,
simultaneamente, um diagrama é gerado, com a plotagem desses dois eixos. No eixo
da ordenada dispõem-se os valores de tensão (𝜎), e no eixo das abscissas dispõem-
se os valores da deformação (𝜖).
59
Figura 31: Diagrama tensão x deformação aço baixo carbono
P
σ= (90)
A0
δ
ϵ= (91)
L0
60
dos conceitos de tensão e deformação nominais, por meio de medidas
experimentais estabeleceu-se o diagrama tensão (𝝈) – deformação (𝝐) convencional
para o aço. No eixo das ordenadas (𝒚) relacionam-se os valores de tensão (𝝈) e no
eixo das abscissas (𝒙) os valores de deformação (𝝐). O resultado é o que chamamos
de diagrama tensão-deformação.
61
proporcionalidade (𝜎𝑙𝑝 ) de maneira que, ao ultrapassar este ponto, o material ainda
poderá se comportar de maneira elástica, porém, a curva do diagrama tende a se
inclinar, de tal forma que não haverá mais a relação linear entre tensão e
deformação. Continuando a aumentar a tensão sobre o corpo de prova, o material
chegará ao limite de elasticidade onde poderá ainda se comportar de maneira
elástica. No caso de materiais como o aço, é extremamente difícil discernir entre o
limite de proporcionalidade e o limite de elasticidade. Se a tensão (𝜎) aplicada ao
corpo de prova ultrapassar minimamente o limite de elasticidade, então o corpo de
prova sofrerá um colapso, deformando-se permanentemente e não retornando mais
à fase elástica. Dizemos então que o material sofreu escoamento. Após o material
sofrer o fenômeno do escoamento, aumentando-se a carga, o material entra em
uma fase de endurecimento por deformação, até a inclinação da curva do
diagrama tornar-se nula. Este ponto de máxima tensão é denominado de limite de
resistência (𝜎𝑟 ), e a partir deste ponto ocorrerá a redução abrupta da área da
secção transversal do corpo de prova (estricção) acompanhada da ruptura do
material, a tensão registrada no momento da ruptura é denominada de tensão de
ruptura (𝜎𝑟𝑢𝑝 ). A figura 33 abaixo mostra um corpo de prova durante a estricção e
após a ruptura.
62
MÉTODO DA DEFORMAÇÃO RESIDUAL
63
FRAGILIDADE VS DUCTILIDADE
64
fragilidade e a ductilidade dos materiais. Quanto menor a temperatura, mais frágil o
material tende a ficar, e menos dúctil, ao passo que ao aumentar a temperatura o
material se torna mais macio, mais dúctil. A figura 36 a seguir apresenta a diferença
no diagrama 𝜎 − 𝜖 entre os materiais dúcteis e frágeis.
LEI DE HOOKE
σ = Eϵ (92)
65
equações 93 e 94 abaixo:
1
ur = σlp ϵlp (93)
2
Ou
1 σ2lp
ur = (94)
2 E
66
Figura 38: Módulo de tenacidade
COEFICIENTE DE POISSON
67
E uma redução da secção transversal, cujo alongamento é
δ′ = r − R (96)
Lfinal − Linicial δ
ϵlongit = = (97)
Linicial Linicial
r − R δ′
ϵtransv = = (98)
R R
1 1
Na maioria dos materiais não porosos o coeficiente de Poisson está entre 4 𝑒 3,
1
e nunca maior que 2, ou seja,
0 ≤ v ≤ 0,5 (100)
68
comportamento linearmente elástico, escoamento, endurecimento por deformação
até alcançar um limite de resistência e ao final do ensaio mecânico a ruptura,
também existem formas de se realizar o ensaio do material visando compreender a
relação entre a tensão e a deformação no cisalhamento. Neste caso, para o estudo
do cisalhamento puro, o ensaio é realizado em tubos finos, submetidos a um torque
controlado em que os ângulos de torção são medidos. Os dados são registrados no
diagrama tensão–deformação de cisalhamento, em que os materiais apresentam
incialmente um comportamento linearmente elástico, uma região de escoamento
(indicada pela tensão no limite de proporcionalidade), endurecimento por
deformação, limite de resistência ao cisalhamento e, por fim, a falha do material, sob
uma tensão de ruptura ao cisalhamento. Para materiais homogêneos e isotrópicos, a
lei de Hooke assume a seguinte forma para a região elástica;
τ = Gγ (101)
Onde;
τ → Tensão de cisalhamento [Pa]
G → Módulo de elasticidade ao cisalhamento [Pa]
γ → deformação por cisalhamento [rad]
69
Para um mesmo material, o módulo de elasticidade ao cisalhamento poderá
ser relacionado ao módulo de elasticidade normal (Módulo de Young) por meio de
uma constante 𝑣 chamada de coeficiente de Poisson, que será estudada nos tópicos
sucessivos.
E
G= (102)
2(1 + v)
70
Figura 41: Falha por fluência
71
Alguns materiais de engenharia são submetidos a esforços cíclicos e reversíveis,
como por exemplo, eixos de vagões ferroviários, bielas e eixos virabrequim. Neste
caso, o material pode sofrer ruptura, e este comportamento é denominado de
fadiga. A figura 43 abaixo apresenta um componente mecânico (eixo de torção)
que sofreu falha por fadiga.
A falha por fadiga representa uma grande parcela das falhas de um modo
geral nas indústrias. Duas considerações importantes são que a fadiga acontece em
situações em que a tensão atuante no material está abaixo da tensão de
escoamento (𝜎𝑎𝑡𝑢𝑎𝑛𝑡𝑒 < 𝜎𝑒 ), e a falha no material é similar a uma fratura frágil, ou seja,
em materiais de alta dureza e baixa ductilidade.
Em projetos de máquinas e estruturas deve-se levar em consideração o limite
de resistência a fadiga (𝜎𝑓𝑎𝑑 ) do material a ser aplicado. Para isso, um diagrama 𝜎 −
𝑁 (Tensão – número de ciclos) obtido experimentalmente por meio de ensaio de
fadiga é muito utilizado nesta análise. A figura 44 abaixo apresenta os valores de 𝜎 e
𝑁 para dois materiais amplamente utilizados na indústria mecânica e civil, o aço e o
alumínio. Os valores de 𝑵 são grandes, portanto, utilizou-se a escala logarítmica.
72
Figura 44: Diagrama tensão x número de ciclos em análise de falha por fadiga
PRINCÍPIO DE SAINT-VENANT
73
Figura 45: Princípio de Saint-Venant – parte I
74
Como a distância do plano 𝑐 − 𝑐 com relação ao ponto de aplicação das
cargas, a distribuição das tensões neste plano é a mesma em situações cujo
carregamento é estaticamente equivalente, uma vez que haverá equivalência no
módulo das forças, bem como simetria na orientação dos vetores de força.
75
P(x)
σ= (105)
A(x)
A deformação será definida pela razão entre o alongamento infinitesimal e o
comprimento infinitesimal inicial do elemento da barra, logo:
dδ
ϵ= (106)
dx
A equação que estamos desenvolvendo é aplicável para o cálculo do
alongamento total da barra sujeita a um carregamento axial, de maneira que a
barra permaneça na sua região elástica, ou seja, o limite de proporcionalidade (𝜎𝑙𝑝 )
não pode ser alcançado. Considerando apenas a fase elástica do material,
podemos lançar mão da lei de Hooke.
σ = Eϵ (107)
P(x) dδ
=E (108)
A(x) dx
P(x)dx
dδ = (109)
A(x)E
Para o caso de uma barra com área da secção transversal constante, material
homogêneo (𝐸 → 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒) e carregamento constante ao longo da posição 𝑥,
como a figura 48 abaixo:
76
Figura 48: Deformação em barra com secção uniforme
PL
δ= (112)
AE
PL
δ=∑ (113)
AE
Onde:
δ → Alongamento relativo das duas extremidades da barra [m];
P → Carregamento constante ao longo da posição [N];
L → Comprimento inicial da barra [m];
E → Módulo de elasticidade (módulo de Yong) do material [Pa]
77
como por exemplo, uma barra rígida fixada em ambas as extremidades (barra
engastada) como na figura 49 abaixo, têm-se apenas uma equação e duas variáveis
(duas reações). Neste caso, a barra é dita como estaticamente indeterminada.
Para solucinar problemas com carregamento estaticamente indeterminado
desta natureza, deve-se adicionar uma nova equação observando a geometria do
sistema estrutural. Na configuração esboçada na figura 49 abaixo, o deslocamento
é limitado pela existência dos apoios fixos em ambas as extremidades da barra,
portanto, pode-se assumir que o alongamento relativo entre os pontos A e B será nulo.
Essa equação que especifica as condições do alongamento é denominada de
condição de compatibilidade ou condição cinemática.
δA/B = 0 (114)
Caso a força resultante interna no elemento AC é +𝐹𝐴 e no elemento BC é −𝐹𝐵 ,
pode-se escrever:
FA LAC FB LCB
− =0 (115)
AE AE
Por meio dessa segunda relação, é possível determinar as reações em A e B.
78
CONCENTRAÇÃO DE TENSÃO EM ESFORÇOS AXIAIS
Figura 51: Distribuição de tensão média e real nas regiões de concentração de tensão
79
Em casos em que a análise da concentração de tensão é de extrema
relevância, como por exemplo, quando se utiliza materiais frágeis, adotamos um fator
de concentração de tensão 𝑲, de maneira que K é definido como a razão entre
tensão máxima permitida (𝜎𝑚á𝑥 ) e a tensão média (𝜎𝑚é𝑑 ) atuante sobre a menor
secção transversal do elemento, ou seja:
σmáx
K= (116)
σméd
80
fundamental importância que o engenheiro saiba identificar os pontos de
concentração de tensão, sobretudo, em materiais frágeis a fim de serem avaliados
no projeto de máquinas ou estruturas.
P P
σméd = = (117)
A 20 ∙ 10 ∙ (mm2 )
81
Como,
σmáx
K= (119)
σméd
Então,
σmáx
P= ∙ 200 mm2 (120)
K
Avaliando os parâmetros da geometria da descontinuidade, o fator de
concentração de tensão 𝐾 pode ser obtido pelo diagrama da figura 53.
r 10 mm
= = 0,5 (121)
h 20 mm
w 40 mm
= = 2,0 (122)
h 20 mm
Logo:
K = 1,4 (123)
Como a tensão máxima que poderá atuar sobre o elemento é a tensão
admissível, então:
110 Mpa
P= ∙ 200 mm2 (124)
1,4
Logo,
P = 15,7 KN (125)
82
FIXANDO O CONTEÚDO
mm mm
a) ϵCE = 0,00250 mm , ϵBD = 0,00107 mm
mm mm
b) ϵCE = 0,250 mm , ϵBD = 0,107 mm
mm mm
c) ϵCE = 0,00360 mm , ϵBD = 0,00209 mm
mm mm
d) ϵCE = 0,360 mm , ϵBD = 0,209 mm
mm mm
e) ϵCE = 0,00250 m
, ϵBD = 0,00107 m
83
a) P = 54,27 kN
b) P = 122,38 kN
c) P = 656,3 kN
d) P = 5,427 kN
e) P = 65,63 kN
84
d) p = 741 kPa, δ = 7,41 mm
e) p = 652 kPa, δ = 0,741 mm
4. (Adaptada de BEER, 1995). Duas barras cilíndricas, uma de aço é igual (𝐸 = 200 𝐺𝑃𝑎)
e outra de latão (𝐸 = 105 𝐺𝑃𝑎), são ligadas em 𝐶, e engastadas em 𝐴 e 𝐸. Para o
carregamento indicado, determinar as reações em 𝐴 e 𝐵, e a deflexão do ponto
𝐶.
85
6. (Adaptada de BEER, 1995). O corpo de prova de alumínio mostrado é submetido a
duas forças centradas e axiais e opostas, de intensidade 𝑷. Pede-se: a) sabendo-
se que 𝐸 = 70 𝐺𝑃𝑎 e 𝜎𝑎𝑑𝑚 = 200 𝑀𝑃𝑎, determinar o máximo valor admissível de 𝑷 e
correspondente alongamento para amostra total; b) resolver o ítem a,
considerando que o corpo de prova foi substituído por uma barra de alumínio de
mesmo comprimento, mas de seção transversal retangular uniforme de 60 𝑥 15 𝑚𝑚.
86
a) (a)325 Mpa (b)404 MPa
b) (a)3,25 Mpa (b)2,96 MPa
c) (a)582 Mpa (b)3,25 MPa
d) (a)296 Mpa (b)202 MPa
e) (a)2,96 Mpa (b)2,02 MPa
87
ESTUDO DA TORÇÃO PURA UNIDADE
INTRODUÇÃO À TORÇÃO
04
Nos tópicos anteriores abordamos os conceitos de tensão e deformação
associados a um carregamento axial, entretanto, um tipo de esforço também muito
aplicado, sobretudo, em eixos de transmissão de potência é o esforço por torção. O
leque de aplicação é enorme, motores, redutores de velocidade, laminadores de
aço, eixo cardan de ônibus e caminhões, dentre outros. Os eixos podem ser maciços
ou vazados, e podem ser fabricados em diversos tipos de materiais. Na indústria
mecânica, o aço é o material de maior aplicabilidade na confecção de eixos de
transmissão.
A figura 54 abaixo apresenta um eixo maciço sendo submetido a um esforço
de torção, antes da aplicação do torque externo 𝑻 e depois da aplicação do torque.
Diversas linhas na direção longitudinal ao eixo foram desenhadas na superfície
externa, a fim de facilitar a visualização das deformações provocadas pelo momento
torçor.
88
ÂNGULO DE TORÇÃO (𝜽), DISTRIBUIÇÃO DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO NA
SECÇÃO
89
ρ
γ = ( ) γmáx (126)
c
onde 𝛾 é a deformação do elemento, 𝜌 é a distância radial do elemento à linha
central longitudinal, 𝑐 é a distância radial máxima e 𝛾𝑚á𝑥 é a deformação máxima do
elemento encontrado na superfície do eixo, cujo raio vale 𝑐.
Conforme apresentado no tópico anterior, quando um eixo é submetido a um
momento torço oriundo de esforços externos, este irá desenvolver um torque interno
de mesmo módulo. Mediante o surgimento desse torque interno, surgirão tensões de
cisalhamento na secção transversal. A tensão de cisalhamento é nula na linha central
do eixo longitudinal e máxima (𝜏𝑚á𝑥 ) na superfície externa, que representa o ponto
mais distante da linha central. A distribuição de tensão, tanto em um eixo maciço
como em um eixo vazado é apresentada na figura 56 abaixo.
ρ
τ = ( ) τmáx (127)
c
90
Figura 57: Elementos de área dA submetido à tensão de cisalhamento na torção
ρ
T = ∫ ρ(τ ∙ dA) = ∫ ρ ( ) τmáx dA (128)
A A c
τmáx
T= ∫ ρ2 dA (129)
c A
91
Perceba que a integral de área apresentada na equação depende,
exclusivamente, da geometria da secção transversal do eixo de transmissão. Essa
propriedade da secção transversal é denominada momento polar de inércia (𝐽) da
secção em relação ao eixo central na direção longitudinal, possui unidade de
dimensão elevada à quarta potência (𝑚𝑚4 ), possui sempre valor positivo, e não
possui um significado do ponto de vista físico.
Logo, a tensão de cisalhamento máxima, atuante em um eixo qualquer, será:
Tc
τmáx = (130)
J
Para um elemento a uma distância radial 𝜌 qualquer, em um eixo, pode-se
escrever:
Tρ
τmáx = (131)
J
Para um eixo circular maciço, o momento de inércia polar em relação à linha
central, é:
π 4
J= c (132)
2
E para um eixo circular vazado,
π
J= (c − ci )4 (133)
2 0
Onde 𝑐0 é o raio maior e 𝑐𝑖 é o raio menor.
92
Figura 58: Momento de Inércia de algumas figuras planas
93
secção transversal, de 150 𝑚𝑚 ou seja, 𝑐 = 75 𝑚𝑚. Qual a tensão de cisalhamento
máxima 𝜏𝑚á𝑥 a que o eixo estará submetido na secção transversal cortada pelo plano
𝑎𝑎 ?
Logo;
94
A tensão de cisalhamento máxima, de acordo com a distribuição de tensões
na secção transversal, ocorrerá na superfície do eixo, a uma distância 𝑐 = 75 𝑚𝑚 da
linha central do eixo perpendicular ao aplano 𝑎𝑎. Logo, podemos escrever para a
tensão de cisalhamento máxima:
Tc
τmáx = (139)
J
(1250) kN ∙ mm (75)mm
τmáx = (140)
4,97 x 107 mm4
N
τmáx = 1,89 ou 1,89 Mpa (141)
mm2
95
FIXANDO O CONTEÚDO
96
a) θBC = −0,0216 rad; θCD = 0,0110 rad; θBD = −0,0106 rad
b) θBC = −2,16 rad; θCD = 0,0110 rad; θBD = −0,06 rad
c) θBC = −0,0216 rad; θCD = 0,110°; θBD = −0,016 rad
d) θBC = −2,16 rad; θCD = 0,25°; θBD = −0,0106 rad
e) θBC = 0,0216 rad; θCD = 0,30 rad; θBD = −10,6 rad
97
4. (Adaptada de BEER, 1995). O eixo circular BC é vazado, e tem diâmetros de
90 mm e 120 mm, respectivamente, interno/externo. Os eixos AB e CD são maciços,
com diâmetro d. Determinar para o carregamento indicado: (a) o valor máximo e
o valor mínimo da tensão de cisalhamento no eixo BC; (b) qual o diâmetro
necessário nos eixos AB e CD se a tensão admissível no material é 65 MPa.
98
a) T = 61,4 kNm; τmáx = 8,72 Mpa
b) T = 5,17 kNm; τmáx = 87,2 Mpa
c) T = 517 kNm; τmáx = 25,6 Mpa
d) T = 51,7 kNm; τmáx = 256 Mpa
e) T = 6,14 kNm; τmáx = 2,56 Mpa
7. (Adaptada de Hibbeler, 2010). O eixo abaixo é usado para transmitir 660 W ao girar
a 450 rpm. Determine a tensão de cisalhamento máxima no eixo. Os segmentos
são interligados por um filete de solda de raio 1,875 mm.
99
a) τmáx = 47,48 MPa
b) τmáx = 4,74 MPa
c) τmáx = 474,8 MPa
d) τmáx = 38,75 MPa
e) τmáx = 3,875 MPa
100
ESTUDO DA FLEXÃO PURA UNIDADE
INTRODUÇÃO À FLEXÃO
05
Um elemento estrutural pode sofrer vários tipos de esforços, como tração,
compressão, torção, flexão e, na maioria dos casos, esforços combinados. Neste
capítulo iremos estudar a flexão pura, que ocorre em vigas e eixos, importantes
elementos de estrutura e máquinas aplicados na engenharia. Consideraremos
elementos retos, feitos em materiais homogêneos, com secção transversal simétrica.
De acordo com Hibbeler (2010, p.181), “Elementos delgados que suportam
carregamentos aplicados perpendicularmente a seu eixo longitudinal são
denominados vigas”.
As vigas como um elemento reto pode ser classificada em função dos tipos de
apoio a que estão sunmetidas. As principais são:
Viga simplesmente apoiada: Neste tipo de viga, uma de suas extremidades é
fixa e a outra extremidade está apoiada sobre um apoio móvel (ou rolete).
101
Viga apoiada com uma ou ambas as extremidades em balanço: Neste tipo
de viga uma ou ambas as extremidades ultrapassam livremente o apoio.
102
Figura 63: Tipo de esforços
103
CONVENÇÃO DE SINAIS NA ANÁLISE DE FLEXÃO EM VIGAS
104
Para 𝐴 < 𝑥 < 𝐵,
105
O primeiro passo é obter as reações de apoio que mantêm o equilíbrio estático
da viga. Para apoios do tipo rolete existirá apenas reação na direção 𝑦, uma vez que,
os roletes proporcionam liberdade de movimento da viga na direção 𝑥, esse tipo de
apoio é chamado de apoio primeiro gênero.
∑ Fy = 0 (142)
106
deverá ser nulo em qualquer um desses pontos. Convenientemente, escolhemos o
ponto A ou ponto D a fim de se eliminar alguma variável (𝑅𝐴(𝑦) 𝑜𝑢 𝑅𝐵(𝑦) ) e, assim,
∑ MA = 0 (145)
R B(y) = 10 kN (148)
R A(y) + 10 kN = 20 kN (149)
R A(y) = 10 kN (150)
107
Aplicando o somatório algébrico das forças na direção 𝑦, e igualando a zero,
em virtude do equilíbrio estático nessa direção:
Para força cortante:
∑ Fy = 0 (151)
V1 − R A(y) = 0 (152)
V1 = R A(y) (153)
V1 = 10 kN (154)
M1 − R A(y) ∙ x = 0 (155)
M1 = R A(y) ∙ x (156)
∑ Fy = 0 (158)
V2 + 10 kN − R A(y) = 0 (159)
V2 = R A(y) − 10 kN (160)
108
V2 = 10 kN − 10 kN (161)
V2 = 0 (162)
M2 = 25 kN ∙ m (166)
Para 7,5 𝑚 < 𝑥 < 10,0 𝑚
∑ 𝐹𝑦 = 0 (167)
𝑉3 + 10 𝑘𝑁 + 10 𝑘𝑁 − 𝑅𝐴(𝑦) = 0 (168)
𝑉3 = 𝑅𝐴(𝑦) − 20 𝑘𝑁 (169)
𝑉3 = 10 𝑘𝑁 − 20 𝑘𝑁 (170)
𝑉3 = −10 𝑘𝑁 (171)
109
Para momento fletor:
110
Figura 66: Diagrama de momento fletor
111
A seguir é apresentado o cálculo da força cortante máxima e do momento
fletor máximo, no qual a viga é submetida. Por fim, é apresentado o diagrama de
momento fletor 𝑀 – (𝐷𝑀𝐹)e força cortante 𝑉 – (𝐷𝐹𝐶).
∑ Fx = 0 (176)
∑ Fy = 0 (179)
∑ MA = 0 (182)
112
∑ Fy = 0 (187)
V1 = R A(y) (188)
V1 = 71,461 kN (189)
∑M = 0 (190)
M1 − R A(y) ∙ x = 0 (191)
∑ Fy = 0 (193)
∑M = 0 (196)
113
x−1
M2 − R A(y) ∙ x + 25(x − 1) ( )=0 (197)
2
∑ Fy = 0 (199)
V3 + 25 ∙ 5 − R A(y) = 0 (200)
V3 = −53,539 kN (202)
∑M = 0 (203)
114
∑ Fy = 0 (206)
V3 = −60,61 kN (209)
∑M = 0 (210)
115
O momento fletor máximo pode ser obtido por dois métodos diferentes. No
intervalo 1,0 < 𝑥 < 6,0 a função que descreve o momento fletor (𝑀2 = −12,5𝑥 2 +
96,461𝑥 − 12,5 𝑘𝑁𝑚) se apresenta como uma função de segundo grau de 𝑥, logo, o
diagrama 𝑀(𝑥) é uma parábola cuja concavidade está orientada para baixo,
coeficiente que acompanha o termo 𝑥 2 é menor que zero, (𝑎 < 0). O momento fletor
máximo ocorre no vértice da parábola, no ponto máximo da função. As
coordenadas cartesianas do vértice da parábola são dadas por:
∆ b2 − 4ac
Mmáx = − =− (213)
4a 4a
b
xmáx = − (214)
2a
116
abcissa do ponto sob o gráfico em que a inclinação da reta tangente neste ponto
seja nula.
No exemplo calculado acima, o valor da coordenada x para o ponto de
momento fletor máxima,
x ≅ 3,86 m (217)
O valor de 𝑀𝑚á𝑥 será,
117
Figura 68: Distribuição de tensão normal na flexão
118
γ
σ = − ( ) σmáx (220)
c
A tensão normal máxima em uma viga ou eixo, solicitada por flexão, pode ser
expressa conforme a equação abaixo:
Mc
σmáx = (221)
I
119
FIXANDO O CONTEÚDO
a) V = 1,0 k; M = 40 k ∙ ft
b) V = 2,0 k; M = 35 k ∙ ft
c) V = 3,0 k; M = 45 k ∙ ft
d) V = 4,0 k; M = 38 k ∙ ft
e) V = 5,0 k; M = 39,5 k ∙ ft
120
c) V = 1030 lb; M = −7960 lb ∙ ft
d) V = −20,60 lb; M = 7960 lb ∙ ft
e) V = 51,20 lb; M = −360 lb ∙ ft
121
d) σmáx = 40,49 MPa
e) σmáx = 20,25 MPa
a) d = 31,3 mm
b) d = 62,6 mm
c) d = 3,13 mm
d) d = 15,6 mm
e) d = 22,4 mm
a) d0 = 21,7 mm
b) d0 = 33,68 mm
122
c) d0 = 67,36 mm
d) d0 = 16,84 mm
e) d0 = 3,36 mm
123
a) σmáx = 6,57 psi
b) σmáx = 810 psi
c) σmáx = 405 psi
d) σmáx = 8,10 psi
e) σmáx = 657 psi
124
PROJETO DE VIGAS E EIXOS UNIDADE
06
DIMENSIONAMENTO DE EIXO (EXEMPLO RESOLVIDO I)
Tc
τ= (222)
J
π 4
J= c (223)
2
Logo,
Tc
τ=π (224)
4
2c
2Tc
τ= (225)
πc 4
3 2T
c= √ (226)
πτ
p = 2πfT (227)
125
Logo:
P
T= (228)
2πf
Logo,
3 P
√2 2πf (229)
c=
πτ
3 P
c= √ (230)
π2 fτ
Como 𝑑 = 2𝑐,
3 15.000
d=2∙ √ 2 (231)
π ∙ 30 ∙ 50x106
d = 20,087 mm (232)
126
3 P
d=2∙ √ (233)
π2 fτ
3 12.000
d=2∙ √ 2 (234)
π ∙ 25 ∙ 50x106
d = 19,82 mm (235)
TL
θ= (236)
GI0
Onde;
π 4
I0 = D (237)
32
Logo,
4 32 ∙ T ∙ L
D= √ (238)
G∙π∙θ
4 32 ∙ P ∙ L
D= √ (239)
2Gfθπ2
32 ∙ 12000 ∙ 3
D = 4√ (240)
10
2 ∙ 77x109 ∙ 25 ∙ 180 π2
D = 20,41 mm (241)
127
Figura 69: Projeto de viga sujeita a esforços de flexão
∑ Fx = 0 (242)
Logo,
R A(x) = 0 (243)
Equilíbrio na direção 𝑦,
∑ Fy = 0 (244)
kN
R A(y) + R B(y) = 80kN + 100 ∙ 2,4 m (245)
m
Equilíbrio rotacional,
∑ MA = 0 (247)
128
R B(y) ∙ 0,8 − 240 ∙ 1,2 − 80 ∙ 2,4 = 0 (248)
Logo,
(252)
∑ Fy = 0
129
Para 0,8 < 𝑥 < 2,4 𝑚
∑ Fy = 0 (257)
Momento fletor,
𝑥
𝑀2 + 𝑅𝐴(𝑦) ∙ 𝑥 + 100𝑥 ∙ − 𝑅𝐵(𝑦) ∙ (𝑥 − 0,8) = 0 (261)
2
130
Figura 70: Diagrama de momento fletor
|Mmáx |
Wx = (264)
σadm
256 x 103
Wx = (265)
160 x 106
O perfil de viga a ser selecionado deverá ser aquele que possui o módulo de
resistência iminentemente superior ao módulo de resistência do projeto, logo:
131
132
FIXANDO O CONTEÚDO
a) daço = 22,36 mm
b) daço = 44,95 mm
c) daço = 22,36 cm
d) daço = 222,36 mm
e) daço = 4,95 mm
133
a) AAB = 7,0426 mm2
b) AAB = 10,6236 mm2
c) AAB = 3,60911 mm2
d) AAB = 6,2341 mm2
e) AAB = 2,2597 mm2
a) d = 85,3 mm
b) d = 33,9 mm
c) d = 67,8 mm
d) d = 16,8 mm
e) d = 22,5 mm
4. (Adaptada de BEER, 1995). Uma viga de concreto é reforçada por três barras de
aço, colocadas como indicado na figura. Os módulos de elasticidade são 20 GPa
para o concreto e 200 GPa para o aço. Usando uma atenção admissível de 10 MPa
para o concreto e 150 MPa para o aço, determinar o maior momento fletor que
pode ser aplicado à viga.
134
a) M = 79,1 kNm
b) M = 37,8 kNm
c) M = 76,4 kNm
d) M = 29,2 kNm
e) M = 1,02 MNm
135
6. (Adaptada de BEER, 1995). Uma laje de concreto é reforçada por hastes de aço
de 16 mm de diâmetro colocadas a 180 mm de centro a centro como mostrado
na figura abaixo. O módulo de elasticidade é de 20 GPa para o concreto e 200 GPa
para o aço. Usando uma tensão admissível de 9 MPa para o concreto e de 120 MPa
para o aço, determine o maior momento fletor por metro de largura que pode ser
aplicado à laje.
a) M = 24,92 kNm
b) M = 43,09 kNm
c) M = 11,73 kNm
d) M = 23,46 kNm
e) M = 5,86 kNm
136
a) P = 38,0 kN
b) P = 34,0 kN
c) P = 28,0 kN
d) P = 22,0 kN
e) P = 45,0 kN
137
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 A
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 E
138
REFERÊNCIAS
BEER, Ferdinand P.; E. JOHNSTON, Russell Jr., DEWOLF, John T.; MAZUREK, David. F.
Estática e Mecânica dos Materiais. 1. ed. AMGH, 2013.
BEER, Ferdinand, JOHNSTON, E. Russell. Resistência dos Materiais. 3° ed. São Paulo:
Pearson Makron Books, 1995.
BOTELHO, Manoel H. C. Resistência dos materiais. 2° ed. São Paulo: Blucher, 2013.
Disponível em: https://bit.ly/3Bb2Qda. Acesso em: 08 ago. 2022.
HIBBELER, R. C. Resistência dos materiais. 7.ed. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2010. 637 p.
139