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e Estratégias de
Enfrentamento
Prof. Kelvin Custódio Maciel.
2019
1 Edição
a
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. Me. Kelvin Custódio Maciel.
M152i
ISBN 978-85-515-0313-3
1. Inteligência emocional. - Brasil. 2. Estratégias de enfrentamento. - Brasil.
II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 152.4
Impresso por:
Apresentação
Olá, prezado acadêmico! Preparamos esse livro com o intuito de fazê-lo
refletir sobre questões teóricas e práticas que discutem a inteligência Emocional
e Estratégias de Enfrentamento. Assuntos ligados ao sucesso, fracasso,
habilidades e emoções, bem como as formas de expressão e comunicação.
III
Nesse sentido, a contribuição recente da teoria das Inteligências
Múltiplas evidencia o poder de inserção de uma visão pluralista da mente,
reconhecendo diversas facetas da cognição, reconhecendo que as pessoas têm
potenciais e estilos diferenciados de aprender, e que não cabe à escola impor
um ensino homogêneo sem considerar que cada estudante é um universo
singular e uma potência a ser explorada e guiada.
A partir disso, esperamos que esse livro didático contribua para a sua
formação docente e que, por meio dele, você possa se engajar num projeto
de educação que compreenda o estudante em sua totalidade, estabelecendo
IV
pontes entre a vontade de aprender do estudante e o compromisso de ensinar
do professor. Pois como indaga o filósofo contemporâneo Zygmunt Bauman:
“Como se pode lutar contra as adversidades do destino sozinho, sem a ajuda
de amigos fiéis e dedicados, sem um companheiro de vida, pronto para
compartilhar os altos e baixos?”. Num mundo em que as relações humanas
se evidenciam cada vez mais frágeis e líquidas, um caminho possível é ser
resiliente, desenvolvendo as potencialidades e respeitando as diferenças que
se fazem presentes em todos os momentos de nossas vidas.
Bons estudos!
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO....... 1
VII
TÓPICO 2 – INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO .................................................. 77
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 77
2 INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO: ESTRATÉGIAS DE ENSINO................ 77
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 87
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 89
REFERÊNCIAS........................................................................................................................................ 167
VIII
UNIDADE 1
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL:
CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
“Inteligência emocional” – que expressão misteriosa e ao mesmo tempo
aparentemente inusitada, talvez até incongruente? Afinal, estamos acostumados
a ler e a ouvir frases que parecem cindir inteligência e emoção, como se uma coisa
fosse uma coisa e outra coisa fosse outra coisa...
Talvez seja por isso que "inteligência emocional" soa algo como “vitamina de
manga”. Poucos anos atrás, as mães sempre diziam que não era possível misturar
leite com manga, que tal mistura era tão perigosa que poderia causar um “revertério”
fatal no sistema digestivo do sujeito que resolvesse experimentar tal iguaria!
Algo que é bem mais familiar aos nossos ouvidos são as canções e as
histórias literárias que ora engrandecem a razão, ora engrandecem a emoção. Por
exemplo, a obra Um Sopro de Vida, de Clarice Lispector (1999), mostra um diálogo
entre um autor e uma das personagens criadas por ele. Uma das frases do diálogo
nos conclama a pensar em temas que entrecruzam esse tópico: "Mas é preciso
me amar como involuntariamente sou. Apenas me responsabilizo pelo que há de
voluntário em mim e que é muito pouco" (LISPECTOR, 1999, p. 130).
3
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
TUROS
ESTUDOS FU
NOTA
Até então, a quantidade massiva de pesquisas que diziam respeito à inteligência era aquela
que se concentrava nas esferas intelectuais, que envolvia lógica, razão, habilidades de
memorizar e analisar proposições, características que se destacam na escola, relacionadas
à apropriação dos conteúdos que eram abordados no ambiente educacional, por exemplo.
4
TÓPICO 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CAPACIDADES MENTAIS, EMOÇÕES, RACIONALIDADE E HABILIDADES
5
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
Por que? Porque ter capacidade para coordenar o que pensam e o que
sentem, provavelmente lhes dá possibilidades mais eficazes de:
6
TÓPICO 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CAPACIDADES MENTAIS, EMOÇÕES, RACIONALIDADE E HABILIDADES
Sendo assim, agora que você já tem uma noção do que a inteligência
emocional abrange e de como anda o desenvolvimento de suas pesquisas, vamos
aprofundar um pouco mais esse conceito?
Essa citação parece se articular aos tópicos que foram listados nos
parágrafos anteriores, sobre a forma de lidar com os relacionamentos, sonhos,
situações funestas etc. Assim, passa-se a fortificar a ideia de que o ser humano tem
virtudes que lhe permite direcionar seu estado emocional de modo perspicaz, em
sintonia com seus propósitos de vida.
Quiçá, as frases que você tem lido nesse livro estão lhe fazendo recordar
das "filosofias" orientais que enfatizam o aniquilamento da ira.
7
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
8
TÓPICO 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CAPACIDADES MENTAIS, EMOÇÕES, RACIONALIDADE E HABILIDADES
DICAS
Até porque um bom QI não assegura que uma criança terá bom rendimento
escolar ou que um funcionário apresentará excelente desempenho profissional,
ou que um idoso terá mais propensões a ter boa saúde, ou a se relacionar bem
com os seus cuidadores.
9
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
Como as pessoas reagem aos percalços que a vida lhes apresenta? Como elas
administram suas próprias vidas? (SANTOS; ALMEIDA; LEMOS, 1999). Como
explica Agüera (2008), bom resultado no teste de QI não dá mostras sobre as
habilidades dessa pessoa no que tange o trabalho em equipe, tampouco sobre
como enfrenta situações de estresse ou de frustração.
Ao final dessa unidade, você pode ler um pouco mais sobre esse artigo
na seção de leitura complementar. Consideramos esse artigo muito oportuno, até
porque ele aborda a relação da inteligência emocional com a qualidade de vida.
DICAS
10
TÓPICO 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CAPACIDADES MENTAIS, EMOÇÕES, RACIONALIDADE E HABILIDADES
4 AS EMOÇÕES E A RACIONALIDADE
O que é mais importante: A razão ou a emoção?
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UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
Inteligência Emocional
Dimensão Intrapessoal Dimensão Interpessoal
Autoconhecimento. Conhecimento de outrem.
Autocontrole. Empatia.
Compreensão e identificação dos próprios Compreensão dos estímulos emocionais dos
impulsos emocionais e dirigi-los para outros, sopesando as circunstâncias sob o
proveito seu. prisma de outrem.
Envolve o uso da
Envolve o
emoção para melhorar Autorregulação
Reconhecimento e a processamento
o processamento emocional e a
entrada da informação cognitivo da emoção.
cognitivo. regulação das emoções
no sistema emocional.
O processamento posterior de informação e nas outras pessoas.
enfatizam a resolução de problemas.
FONTE: Adaptado de Costa e Faria (2014)
12
TÓPICO 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CAPACIDADES MENTAIS, EMOÇÕES, RACIONALIDADE E HABILIDADES
TUROS
ESTUDOS FU
A palavra coping reaparecerá na Unidade 3 desse livro, uma vez que está
relacionado com o enfrentamento de situação estressante.
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
14
AUTOATIVIDADE
1 No decorrer da leitura desse tópico, você passou seus olhos por algumas
expressões específicas do universo da inteligência emocional. A proposta
dessa atividade é que você faça uma pesquisa nos motores de busca
da internet, como Google, por exemplo, com expressões relacionadas à
inteligência emocional que mais chamaram a sua atenção.
a) Consciência de si mesmo:
b) Autocontrole:
c) Empatia:
15
16
UNIDADE 1
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
A inteligência emocional poder ser medida, potencializada e desenvolvida?
A partir dos conhecimentos adquiridos no primeiro tópico sobre as especificidades
da inteligência emocional, você aprofundará neste segundo tópico noções como
competência emocional e suas subdivisões: competências pessoais e sociais. No
decorrer do tópico você obterá orientações para desenvolver a sua competência
emocional.
2 COMPETÊNCIA EMOCIONAL
Para retomar o conceito de inteligência emocional, apresentado no tópico
anterior, traremos as palavras de Miguel, Zuanazzi e Villemor-Amaral (2017, p.
1853): “Inteligência emocional diz respeito à capacidade de perceber e compreender
adequadamente as emoções e gerenciá-las de maneira adaptativa e construtiva”.
Você já deve ter notado que as palavras “perceber”, “compreender”, “gerenciar”,
“adaptar”, associadas à palavra “emoções”, frequentemente fazem parte dos
conceitos de inteligência emocional. A palavra “construtiva” não havia aparecido
nos conceitos que foram apresentados nas páginas anteriores. “Construtiva” foi
um vocábulo acertadamente utilizado por Miguel, Zuanazzi e Villemor-Amaral
(2017), pois seus significados envolvem algo positivo, edificante, instrutivo, no
sentido de levantar, crescer, valorizar.
17
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
18
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
NOTA
Com base nesse trecho da pesquisa, sobre o abandono dos estudos, você já
se aventura a rascunhar um conceito de “competência emocional”?
Para que isso fique mais perceptível para você, convidamos você a refletir
sobre suas atitudes, agora que está ocupando o papel de universitário. Você sente
vontade de estudar o tempo todo? Você se sente empolgado todos os dias para
ler ou fazer as atividades de estudo? Você sempre se sente com energia suficiente
para continuar concentrado por horas em seus estudos? Ou, às vezes, você sente
vontade de trocar as leituras, atividades acadêmicas por atividades de lazer?
19
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
Ficou claro, agora, por que Dantas e Noronha (2006) afirmam que a
inteligência emocional pode ser proveitosa para o crescimento pessoal ou
intelectual de uma pessoa?
Quem sabe, nessas alturas das suas leituras e reflexões, você esteja se
perguntando se é possível desenvolver a própria inteligência emocional, ou se
é algo que já está determinado geneticamente. A pesquisa realizada por Bueno
e Primi (2003) lhe permitiu constatar que sujeitos na fase adulta deram maiores
demonstrações de inteligência emocional do que os adolescentes. Isso parece
sinalizar que com o transcorrer dos anos de vida e das experiências que cada um
vai vivenciando, a inteligência emocional vai sendo enriquecida.
Diante dessa afirmação, não seria espantoso se uma pergunta que passasse
a pulsar em meio aos seus pensamentos, nesse momento fosse: “Como eu posso
desenvolver minha a inteligência emocional?”, ou: “O que eu tenho que fazer
para melhorar competência emocional?”.
20
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
NOTA
Precisa de algumas dicas para desenvolver a sua abertura para outros pontos de
vista? Agüera (2008) tem algumas delas para você:
Seja eclético e flexível. Permita-se considerar atentamente os argumentos das outras pessoas,
até mesmo daquelas que pensam de maneira totalmente diferente da sua. Não é preciso
mudar de opinião sempre, mas é benéfico recordar que grande parte das discordâncias
possuem mais dois pontos de vista além do seu! Ou seja, o de seu interlocutor e de outras
pessoas que olhem para a situação a partir de outro lugar (observam as coisas por um
prisma diferente do seu e do seu interlocutor). Além do mais, quem garante que você é
realmente o detentor da verdade? Assim como o seu interlocutor pode estar equivocado,
você também pode. Cuidado para não cair na armadilha de julgar as circunstâncias de modo
irrefletido, tomado exclusivamente por emoções. Procure não rejeitar com veemência os
argumentos dos outros. Existem maneiras mais socialmente aceitas de ouvir contrapalavras
e de se posicionar diante delas. Tomando esses cuidados, você aumenta as probabilidades
de desenvolver a sua empatia!
21
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
• Consciência de si: Engelmann (2002) esclarece que a consciência é a via pela qual
cada um pode tanto sentir-se quanto saber-se algo. A consciência é imprescindível
para a construção do conhecimento, para o saber, e é individual. Isso inclui o
sentir e o saber sobre as próprias emoções, estados de ânimo e sentimentos.
NOTA
Quer desenvolver sua consciência de si? Que tal começar literalmente pela escrita
de sua própria história? “O exercício de (re)memoração autobiográfica é desencadeador de
um processo de produção de consciência de si. Escrever sua história de vida é, portanto, o
dispositivo que, ao ser acionado, permite a construção de uma representação de si” (CUNHA,
2016, p. 96, grifo do autor).
22
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
DICAS
Você sabia que a palavra autorregulação tem sido muito associada com a
aprendizagem atualmente? Indicamos ler o artigo Atividades de Ensino que desenvolvem a
Autorregulação da Aprendizagem, publicado em 2018 por Basso e Abrahão. Disponível no
link: http://www.scielo.br/pdf/edreal/v43n2/2175-6236-edreal-43-02-495.pdf.
• Motivação: você já deve ter ouvido alguém dizer que as empresas deveriam
investir mais na motivação de seus funcionários, ou, que os professores
deveriam instigar a motivação de seus alunos. Então, será que a motivação
é algo que só vem de fora para dentro? Ou uma pessoa pode ser capaz de
produzir motivação em si mesma? Há indícios de que é possível gerar uma
motivação em si mesmo. É o que parece defender Clement et al. (2014, p. 46) ao
propalarem a expressão: “[..] motivação autônoma (formas autodeterminadas
de motivação extrínseca e motivação intrínseca)”. Vale lembrar que a palavra
extrínseca se refere ao que é externo, de fora, enquanto intrínseca significa
inerente, interno, de dentro. “A motivação intrínseca se caracteriza pelo interesse
e satisfação pela atividade em si, ou seja, o envolvimento é livre e voluntário e
não necessita de recompensas ou punições” (CLEMENT et al., 2014, p. 46). Dito
em outras palavras, a motivação abrange inclinações, predisposições internas
que favorecem que objetivos sejam atingidos.
Por que às vezes nos sentimos surpreendidos por emoções e ficamos sem
saber como reagir, ou agimos impensadamente em resposta a elas?
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UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
NOTA
Sistema Límbico
Giro cingulado
Fórnix Cérebro
Núcleo septal
Corpo mamilar
Cerebelo
Hipocampo
Amígdala
Medula espinhal
FONTE: <https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/10/sistema-limbico-
450x340.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2019.
E
IMPORTANT
24
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
NOTA
FONTE: <http://www.suasletras.com/letra/Engenheiros-do-Hawaii/Refrao-de-Bolero/111
36>. Acesso em: 14 jan. 2019.
Falar sem pensar, ser sincero além do que deveria revela uma situação em que a pessoa não
refletiu antes de agir, e acabou "metendo os pés pelas mãos".
ATENCAO
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UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
• identificar as emoções;
• indicar as diferenças e gradações entre elas;
• compreender sentimentos complexos;
• passar de um sentimento para outro.
NOTA
• Lembre-se que seus erros podem lhe propiciar aprendizado, depois de terem sido
assimilados por você.
• Todos os seres humanos são suscetíveis a errar, e ter a hombridade para admitir que um
erro foi cometido por você pode, inclusive, elevar o nível de confiança nas pessoas que
convivem ao seu redor.
• Faça o máximo possível para consertar as complicações que seus erros causaram.
• Focar no lado positivo das coisas pode lhe ajudar a superar os momentos mais sofríveis.
• Procure ampliar seu campo de visão. Não focalize tanto nos problemas. Olhe para os
lados, em outras direções. Talvez você descubra oportunidades em meio às adversidades.
• Ter uma atitude positiva pode melhorar o seu entorno e a sua vida como um todo!
26
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
NOTA
DICAS
27
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
28
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
É válido destacar que mesmo entre duas pessoas que desenvolveram suas
habilidades sociais, é inevitável o surgimento de conflitos. Conflitos não podem
ser considerados como algo necessariamente negativo! Barrios (2016) nos lembra
de que os conflitos interpessoais são constitutivos da personalidade, sendo
assim, relevantes nos processos de socialização, desenvolvimento e educação
moral desde a infância. Por isso, a escola representa um lócus privilegiado para
o desencadeamento de tais experiências que contribuem para o desenvolvimento
psicológico e social, como indicam as palavras de Barrios (2016, p. 263, tradução
nossa): “[...] a perspectiva sociocultural construtivista, que enfatiza a importância
dos conflitos interpessoais no processo de socialização, desenvolvimento e
educação moral da criança, além de ver a escola como um contexto central para
esses processos”.
ATENCAO
E
IMPORTANT
29
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
NOTA
NOTA
Você possui dificuldades para apresentar seu ponto de vista com firmeza?
Quiçá Agüera (2008) possa auxiliá-lo! Concentre-se em falar sobre seu ponto de vista com
honestidade e franqueza. Procure enfraquecer os pensamentos que lhe fazem sentir com
vergonha, com medo ou ridículo, ou inconveniente na hora em que expor seus argumentos.
Lembre-se de que se você não defender seus interesses, não existem muitas pessoas por aí
que se prontificarão a fazer isso por você. Se você sinceramente acreditar estar certo, não
tem porque se calar. Quando sobrevierem os pensamentos de que procurar apresentar seus
interesses não vai ajudar em nada, lembre-se de que guardá-los para você talvez também
não ajude. Além do mais, defender sua posição pode ser proveitoso, desde que você o faça
de modo assertivo. Cuidado com as mentiras! Geralmente elas requerem outras mentiras
para se manterem! A verdade pode vir à tona e lhe trazer complicações. O mais adequado
é falar a verdade desde o começo. Assim você não corre o risco de ser flagrado mentindo
e piorar ainda mais as coisas.
NOTA
Você tem excesso de firmeza para expor a sua opinião? Ou seja, você se vê
instituindo seus pontos de vista, recorrendo à imposição, coação, força? Agüera (2008)
explica que o foco não deveria ser "vencer" a conversa. Não se trata de uma batalha. É melhor
focar em "convencer" seu interlocutor por meio de argumentos analíticos, até porque impor
as coisas forçosamente podem fazer com que seu interlocutor vire um inimigo, ao passo
que convencer de modo argumentativo, tende a tornar o interlocutor seu aliado.
30
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
NOTA
NOTA
Você quer saber como deve tratar as pessoas? Agüera (2008) aconselha que
você trate a todas as pessoas com honra, sendo cortês e gentil, ou seja, da melhor forma
possível! Se você não se importa muito com os outros, faça isso por si mesmo, afinal, ser
maravilhoso com os outros lhe renderá muitos mais benefícios do que você imagina.
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UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
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TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: COMPETÊNCIAS PESSOAIS,
Assim, Cobêro, Primi e Muniz (2006) perfilham que o MSCEIT pode ser
útil no momento de recrutamento e seleção, já que ele dá indícios do desempenho
profissional, complementando as já consagradas medidas de inteligência e,
inclusive, acrescentando novas informações. A pesquisa ainda dá sinais de que a
inteligência emocional constitui um tipo peculiar de inteligência, possivelmente
apartado das medidas de personalidade e parcialmente atrelado às medidas
tradicionais de inteligência.
33
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
Esperamos que a sua leitura até aqui tenha deixado elucidado que
inteligência emocional é o conhecimento processual que permite a alguém:
Além disso, deve ter ficado evidente que o campo de estudos da inteligência
emocional tem sido marcado desde a sua origem por dificuldades na definição
clara de um construto (objeto de estudo) e na mensuração dessa forma de aptidão
(JESUS JUNIOR; NORONHA, 2007).
34
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
35
AUTOATIVIDADE
2 Ao longo do tópico, apareceram duas palavras que não são muito faladas
no dia a dia: "resiliente" e "assertividade". Pesquise o significado de ambas
em dicionários ou na internet e transcreva-os a seguir, com suas palavras,
citando exemplos.
36
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Tendo compreendido o conceito de inteligência emocional, refletido sobre
competências pessoais e sociais e assimilado algumas noções sobre a mensuração
da inteligência emocional, chegou o momento de ponderar sobre os estados de
ânimo e transtornos emocionais.
2 ESTADOS DE ÂNIMO
Conforme Agüera (2008), os estados de ânimo são constituídos pela
retroalimentação de uma emoção que fica estacionada na psique de uma
pessoa. Isto é, são sentimentos despertados por acontecimentos externos que
ficam realimentando tais sentimentos, mesmo depois de ter se afastado dos
acontecimentos.
Essa emoção que fica ali pairando, estagnada, não é facilmente interrompida
pela pessoa que está sendo acometida por ela, até porque se trata de uma emoção
fortíssima, que teve repercussões desmedidas. Segundo Agüera (2008), outra
nomenclatura comumente empregada aos estados de ânimo é "sentimentos de
fundo", dependendo de sua durabilidade.
37
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
DICAS
Estados de Decorre da
Algumas Características
ânimo permanência
Infelicidade, desânimo, desgosto, prostração,
Depressão Da tristeza
descontentamento, abatimento e desolação.
Pavor, pânico, receio de acontecimento desagradável,
Ansiedade Do medo
apreensão e falta de coragem.
Contentamento, animação, aprazimento, deleite,
Euforia Da alegria
entusiasmo, júbilo e regozijo.
Fúria, grande aversão, ira, cólera, irritação, ódio, gana,
Agressividade Da raiva
furor, zanga e animosidade.
FONTE: O autor
38
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
39
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
DICAS
DICAS
40
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
NOTA
“Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus; que nenhuma raiz de amargura brote e
cause perturbação, contaminando muitos” Hebreus 12:15 (BÍBLIA ON, 2019, grifo do autor).
ATENCAO
Nas redes sociais, muitas mensagens têm sido propagadas alertando para que
nos afastemos por completo de pessoas pessimistas, tristes, para que não sejamos atingidos
pelas “energias” delas. Esse conselho é, no mínimo, egoísta. “Vou me distanciar em prol da
preservação do meu bom humor e a outra pessoa que se dane? E se um dia eu estiver numa
fase desanimada, tristonha, verei todos os meus colegas e amigos evaporarem, numa boa?”.
Uma coisa é nos controlarmos analiticamente e regularmos nossas emoções no intuito de
não sermos contagiado por um estado de ânimo negativo, outra coisa é ter uma atitude
desumana, interesseira, autocentrada e egocêntrica (AGÜERA, 2008).
3 TRANSTORNOS EMOCIONAIS
Disfunções que acontecem em determinadas regiões cerebrais ou mesmo
falhas de caráter bioquímico que atingem os neurotransmissores do sistema nervoso
central podem dar origem a algum transtorno emocional. Muitas vezes, pessoas
que estão apresentando certo transtorno emocional precisam recorrer a algum
psicólogo ou médico especialista. Sendo assim, seguem algumas considerações
sobre os transtornos emocionais mais comuns. O intuito de apresentá-las não é
torná-lo um perito no assunto, mas é importante que você tenha alguma noção, e
se você se identificar com algum deles ou notar que alguém do seu convívio pode
estar com um desses transtornos emocionais, lhe encorajamos a recorrer a um
profissional da saúde especializado (AGÜERA, 2008).
41
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
3.1 ESTRESSE
De acordo com Agüera (2008), existem circunstâncias que podem ocasionar
estresse, bem como estados de ânimo que levem a pessoa a se sentir fracassada,
desanimada, nervosa, enfurecida ou agoniada. Situações que são consideradas
aversivas, estressantes para uma pessoa, podem não ser para outras. Aliás, a
mesma pessoa pode mudar com o passar do tempo e considerar situações que ela
julgava estressantes antes, totalmente amenas agora.
DICAS
DICAS
Se você quer saber mais sobre o estresse, como por exemplo, os sintomas
desse transtorno, indicamos a leitura de um artigo que trata sobre as estratégias de coping
em pessoas idosas que são saudáveis, escrito por Talarico et al. (2009). Acesse o artigo
através do link: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n4/a10v43n4.pdf
3.2 ANSIEDADE
Conforme Agüera (2008), a ansiedade é um estado de ânimo constante de
apreensão, inquietação ou de amedrontamento. É difícil localizar a origem dessas
sensações aflitivas, o que faz com que a pessoa se sinta ainda mais angustiada.
Algumas causas da ansiedade são:
DICAS
Para saber mais sobre ansiedade e infância no ambiente escolar, leia o artigo
Autoconceito e ansiedade escolar: um estudo com alunos do ensino fundamental,
publicado por Muniz e Fernandes (2016). O link do artigo é: http://www.scielo.br/pdf/pee/
v20n3/2175-3539-pee-20-03-00427.pdf.
3.3 DEPRESSÃO
Muitas pessoas fazem confusão entre a depressão enquanto transtorno
psicológico e entre um episódio de tristeza. Por exemplo, quando uma pessoa
termina um relacionamento amoroso e sente-se muito triste, passando cerca de
cinco dias tendo crises de choro, mas que depois desse período vai se recuperando,
não pode dizer que teve depressão. Ela pode ter tido um quadro de desalento, de
consternação, mas não teve depressão patologicamente falando. Sentir tristeza
é algo próprio do ser humano frente a uma situação de perda, durante curtos
espaços de tempo.
43
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
DICAS
44
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
pessoa pode estar em casa, no lazer, no trabalho, na escola e, por mais que esteja
se sentindo tranquila, ou distraída, ou feliz, um ataque de pânico sobrevém. As
pessoas que apresentam o transtorno de pânico podem revelar ideação suicida e
propensão a consumir substâncias psicotrópicas (AGÜERA, 2008).
NOTA
45
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
46
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
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UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
48
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
Santos (2000) reforça essa ideia e acredita que a educação com objetivos
exclusivamente cognitivos se tem mostrado insatisfatória, pois a despeito de
tantos avanços tecnológicos — da televisão, dos computadores e da multimídia
— utilizados no processo educacional, as novas gerações têm mostrado crescente
falta de competência emocional e social. O elevado índice de delinquência juvenil,
em todas as classes sociais, desde as mais abastadas até as menos favorecidas
economicamente, somado aos fatores acima mencionados, são uma demonstração
inquestionável de que os paradigmas educacionais vigentes, sozinhos, não
conseguiram levar a humanidade para um patamar aceitável de educação, por
isso a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre eles.
Porque a gente mexe tanto no que está fora da gente e não atenta
para o que está dentro da gente? Vai nos fazer mais feliz, vai nos fazer
ganhar mais, vai nos fazer gastar melhor, vai nos fazer ter mais saúde,
é bom pra todo mundo. Porque as pessoas responsáveis pela educação
não estão mais atentas para isso?
49
UNIDADE 1 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL: CONCEITOS E DESENVOLVIMENTO
50
TÓPICO 3 | ESTADOS DE ÂNIMO E TRANSTORNOS EMOCIONAIS
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
52
AUTOATIVIDADE
1 Leia um dos artigos indicados no UNI DICAS e escreva cinco pontos que
chamaram a sua atenção. Dê preferência a algum tema que seja do seu
interesse.
53
54
UNIDADE 2
INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
55
56
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta segunda unidade do livro serão apresentados alguns conceitos
que são necessários para uma compreensão mais ampla quando falamos em
inteligência emocional.
57
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
FONTE: <https://www.verywellmind.com/thmb/WAbgcoZeRmVDCk-cw83dU59i89M=/768x0/
filters:no_upscale():max_bytes(150000):strip_icc():format(webp)/Alfred_Binet-
56a796505f9b58b7d0ebf161.jpg>. Acesso em: 13 de jan. 2019.
58
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Sabe-se que não há uma escala rígida para definir a inteligência de uma
pessoa por meio de testes de QI. Entretanto, existem pesquisas estatísticas que
são desenvolvidas em todo o mundo, especialmente nos EUA, que classificam
os níveis de QI de uma população. Segundo Abrantes (2009), cerca de 5% da
população com QI abaixo de 74 são considerados infradotados; 20% da população
com QI entre 75 e 89 são considerados abaixo da média; 50% (a maioria) tem QI
entre 90 e 110 e são considerados medianos (estão na média); 20% da população
com QI entre 111 e 125 são considerados acima da média e cerca de 5%, com
QI acima de 126, são considerados superdotados; e apenas uma mísera parcela
de pessoas com QI acima de 140 representam cerca de 2% da população são
considerados “gênios”.
59
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
O que o teste de QI mede com eficiência O que o teste de QI não mede com eficiência
Habilidade linguística Senso comum e conhecimento informal
Raciocínio lógico-matemático Intuição e bom senso
Pensamento analítico Criatividade e originalidade
Capacidade de abstração teórica Liderança e sociabilidade
Aptidão escolar e pensamento acadêmico Aptidão artística
Capacidade musical
Erudição e escolaridade efetiva
Moral e ética
Motivação
Visão espacial
Controle emocional
Para Smole (1999), desde a criação dos testes de QI eles vêm sofrendo
fortes críticas, em especial a partir da década de 1970. Segundo os críticos dos
testes de QI, a eficiência dos testes quase sempre se resume em medir aptidões
linguísticas e lógico-matemáticas do indivíduo, deixando de fora uma série de
outras habilidades que também podem constituir manifestações de inteligência.
Na visão de Smole (1999), os pesquisadores críticos dessa concepção de inteligência
única, que pode ser mensurada e comparada, demonstram evidências muito
convincentes de que há diversas competências intelectuais humanas, indicando
que a inteligência consiste em algo mais amplo que apenas a capacidade de dar
respostas curtas para perguntas curtas.
60
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
FONTE: <http://www.administradores.com.br/entrevistas/carreira/howard-gardner-o-psicologo-
que-mudou-a-forma-de-pensar-a-inteligencia/79/>. Acesso em: 13 de jan. 2019.
1. Há mais de uma inteligência: ele inicialmente propôs sete, mas é possível que
existam outras.
2. As inteligências podem ser estimuladas: o contexto social, a escola, a
oportunidade de explorar e realizar atividades diferentes são fatores que
podem interferir no desenvolvimento das inteligências.
3. As inteligências se combinam de forma única em cada pessoa: cada pessoa
nasce com todas as inteligências que se desenvolverão durante sua vida, de
modo único.
61
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
FONTE: <https://www.livrariacultura.com.br/p/livros/psicologia/estruturas-da-mente-156745>.
Acesso em: 22 jan. 2019.
62
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
63
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
64
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
65
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
MUSICAL INTERPESSOAL
Produzir e compreender Reconhecer e entender os
diferentes tipos de som. sentimentos, motivações e
intenções de outras pessoas.
66
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
67
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
68
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
12 Social Daniel Segundo Goleman, o cérebro pode ser moldado pelas práticas
Goleman, e interações sociais. Mais do que alterar o comportamento,
em 2006 as interações sociais delineiam novos mecanismos cerebrais
através da neuroplasticidade, ou seja, essas interações sociais
moldam a forma, o tamanho e o número de neurônios.
Segundo ele, tanto as experiências negativas quanto as
positivas com as pessoas com as quais nos relacionamos,
após anos, podem moldar nosso cérebro. Goleman ainda
afirma que a convivência faz com que imitemos o modo de
agir de outras pessoas. Podem ser apontados os seguintes
aspectos relevantes da Inteligência Social: empatia; captação
de sinais não verbais do comportamento humano; harmonia
nas relações interpessoais; respeito às emoções e sentimentos
alheios equilíbrio entre competitividade no trabalho e
qualidade de vida.
DICAS
69
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
LEITURA COMPLEMENTAR
O que faz uma pessoa ser mais inteligente que outra? Quais são os limites
do cérebro? Dá para aumentar o poder da sua mente? A viagem começa com a
pergunta fundamental: o que é a inteligência?
De uma hora para outra, a ideia clara que se tem da inteligência começa
a se dissipar. Quanto mais se pensa, mais parece não haver ligação direta entre
raciocínio matemático, criação de personagens e melodias ou talento para
persuasão e comédia. Refletir sobre a inteligência desse ponto de vista gera
uma sensação semelhante a que temos ao ouvir a pergunta “O que é o tempo?”
Antes da pergunta, sabemos exatamente o que é. Depois dela, não sabemos
mais. Se quisermos entender o que é a inteligência, é preciso contornar esse tipo
dificuldade. E uma boa estratégia para isso é ir direto à fonte: entender o cérebro.
Agora mesmo uma tempestade elétrica se alastra pelo 1,4 quilo de massa
gelatinosa aí atrás da sua testa. É esse movimento caótico de sinais por uma rede
de 100 bilhões de neurônios que produz seus pensamentos. Das profundezas
desse órgão, surge o que chamamos de inteligência. Mas, se você pensa que o
processador de informações mais avançado do Universo foi projetado de um jeito
elegante, está enganado. O cérebro humano é uma obra feita nas coxas.
O tamanho da inteligência
Paris, começo do século 20. O psicólogo Alfred Binet recebe uma tarefa
do ministro da Educação da França: encontrar um meio de prever quais crianças
vindas do interior do país teriam mais possibilidade de enfrentar dificuldades na
escola – o governo queria oferecer educação especial a elas. Em 1905, ele publica
um teste de raciocínio verbal e matemático, com questões que testam a memória e o
potencial de resolver problemas de lógica. O objetivo de Binet era medir a capacidade
de compreensão pura e simples, não o conhecimento prévio, colocando em pé de
igualdade crianças que só sabiam capinar mato com as que recitavam Shakespeare.
Com a adoção dos testes de QI, esse ponto de vista perdeu terreno – afinal,
se uma criança semianalfabeta podia apresentar um QI maior que uma instruída,
essa história de folha em branco era uma furada. E a inteligência passou a ser
considerada cada vez mais como algo inato, como um mero produto do que está
escrito nos genes. “O fato de que a maior questão atual sobre inteligência é se o
QI depende 50% ou 80% dos genes mostra o quanto o debate mudou”, afirma o
geneticista Marc McGull.
71
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Na infância, ele sobe para 40%. Na fase adulta, decola para 60%. E após a
meia-idade pode chegar a 80%. Esses dados mostram que os genes responsáveis
pela inteligência podem ser vistos como uma espécie de balde, e o aprendizado
durante a vida como a água que enche o balde. Ter mais educação vai levar você
mais rápido a encher o balde de água. Mas, caso ele seja muito raso, não vai
adiantar jogar muita água lá. Ou seja: nem toda a educação do mundo poderá
tornar realmente brilhante alguém que nasceu com a inteligência apagada. Só
que esse efeito tem um lado positivo: se você tiver vocação genética para ser um
físico quântico ou coisa que o valha, tem como conseguir isso mesmo sem ter tido
uma instrução boa na infância. Mas, até que ponto o QI pode mesmo determinar
a capacidade da mente?
Alguns psicólogos acham que não, os testes de QI não dizem grande coisa.
Uma importante ruptura veio com o livro Inteligência Emocional, do psicólogo
Daniel Goleman. Ele ressaltou que habilidades como regular os próprios
sentimentos, compreender emoções alheias, ser capaz de trabalhar em grupo e
sentir empatia pelos outros eram completamente ignoradas nos testes de QI. O
que não fazia sentido, já que essas habilidades deveriam fazer parte daquilo que
chamamos de inteligência.
Talvez por parecer mais democrática que os testes de QI, a ideia de Gardner
se tornou extremamente popular desde que foi publicada, em 1983. Tanto que
hoje é senso comum achar que ela está certa, e que o quociente de inteligência
72
TÓPICO 1 | TEORIAS DAS INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Essa essência da teoria do fator g, porém, não é nova. Ela está por trás da
própria ideia do QI. Tudo bem que os testes não medem coisas como coordenação
motora, mas é verdade que eles avaliam tipos diferentes de raciocínio. E a
pontuação final vai levar em conta o seu desempenho em todos eles.
Inteligência = demência?
73
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Manual do QI
Se você quiser entrar para um grupo desses e tiver bala na agulha, tem uma
solução: viajar no tempo. A média nos testes aumenta 25 pontos a cada geração
– o psicólogo americano James R. Flynn, que detectou o fenômeno, credita isso
a melhorias na alimentação e na infraestrutura básica nos últimos 100 anos. Isso
significa que um sujeito normal de hoje teria QI de gênio nos anos 50. Tire o
DeLorean da garagem!
74
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Desde a criação dos testes de QI eles vêm sofrendo fortes críticas. Para os críticos
dos testes de QI, a eficiência dos testes quase sempre se resume em medir
aptidões linguísticas e lógico-matemáticas do indivíduo, deixando de fora uma
série de outras habilidades que também podem constituir manifestações de
inteligência
75
AUTOATIVIDADE
76
UNIDADE 2 TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, você já imaginou estar numa sala de aula com
pessoas famosas como: cantores, escritores, filósofos, pintores, políticos, estrelas
do futebol e cientistas? Como você acha que poderia ser empregada em sala de
aula uma metodologia ou estratégia baseada na teoria das inteligências múltiplas
com tantos alunos diferenciados?
Para descobrir não deixe de fazer a leitura desse tópico, que abordará as
estratégias que podem ser usadas para estimular as inteligências múltiplas em
sala de aula.
Além disso, você acessará uma leitura complementar que abordará como
as inteligências múltiplas interferem na sala de aula, quais os benefícios das
inteligências múltiplas na escola e de que forma ela ajuda os alunos a aprenderem
melhor. Bons estudos!
77
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
78
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO
DICAS
79
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
80
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO
81
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
82
TÓPICO 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS NA EDUCAÇÃO
83
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
NOTA
• J.K. está escrevendo a próxima aventura de Harry Potter em pedaços de papel amassado.
• Sheldon está sonhando com equações que um dia possibilitarão a construção de um
computador quântico.
• Elis está cantando baixinho uma música incompreensível da qual você apenas distingue
“É pau, é pedra, é o fim do caminho”.
• Pablo, ao seu descuido, está pintando a parede do fundo da sala.
• Ronaldinho não para quieto, pois no próximo período tem aula de Educação Física.
• Getúlio está preocupado em montar sua chapa para o grêmio estudantil e não prestou
atenção em nenhuma palavra sua.
• Chico, apesar de muito introspectivo, está sempre conversando baixinho, preocupado
com os problemas dos colegas.
• Charles, diariamente, traz um inseto novo para impressionar os rapazes e assustar as
meninas.
• Jean está rabiscando coisas absurdas à margem do caderno.
Não fossem os nomes conhecidos, certamente a maioria dos professores descreveria essa
turma como caótica e indisciplinada. Que tal se, na próxima vez que você tiver a chance de
refletir sobre suas turmas, imaginar cada aluno como alguém que conseguiu potencializar
ao máximo suas inteligências?
• Você passa a considerar o conceito de habilidade intelectual como algo mais amplo.
Desenhar, compor ou ouvir música, assistir a uma apresentação – atividades assim
85
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
podem ser vitais para o aprendizado; tão importantes quanto escrever ou calcular.
Estudos mostram que muitos alunos que costumam ir mal em testes tradicionais passam a
aprender rapidamente quando atividades artísticas, atléticas ou musicais são incorporadas
a sua rotina.
• Você vai oportunizar um aprendizado autêntico, baseado nas necessidades, interesses e
talentos de seus alunos. Uma sala de aula de múltiplas inteligências funciona como no
mundo real: o autor e o ilustrador de um livro são valorizados da mesma forma. Os alunos
tornam-se mais ativos e envolvidos.
• O envolvimento dos pais e da comunidade em geral com a escola aumentará. Isso
acontece, pois, os alunos terão a oportunidade de mostrar o próprio trabalho através
de painéis e audiências. Essas atividades envolvendo o aprendizado traz os membros da
comunidade para dentro do processo.
• Os alunos poderão demonstrar e compartilhar as habilidades que dominam melhor,
aumentando, além de tudo, sua autoestima. Desenvolver seus pontos fortes costuma dar
ao aluno a motivação para um dia tornar-se um especialista na área.
• Quando você está ensinando para o entendimento, e não para as notas, seus alunos
acumulam experiências educacionais positivas e a capacidade de criar soluções para
problemas do dia a dia.
A própria palavra entendimento, a partir das inteligências múltiplas, passa a ser vista de
diferentes ângulos. O problema “O que é areia”, pode receber contribuições científicas,
poéticas, artísticas, geográficas e até mesmo musicais.
Todo esse processo permite que o aluno se sinta membro atuante dentro de sua cultura,
pois atividades baseadas nas I.M. também se aterão a questões essenciais sobre a existência
humana, tais como: De onde viemos? Do que o mundo é feito? O que a humanidade já
alcançou? O que ainda pode alcançar? Como se pode ter uma vida satisfatória?
86
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma escola que leve em consideração a teoria de Gardner deve ter como
propósito desenvolver as inteligências e auxiliar as pessoas a atingir harmonia
em seu espectro de competências.
• Uma escola que considera a teoria das inteligências múltiplas precisa superar o
pensamento “estilo Ql”, e não mais enfatizar os testes padronizados à procura
de um indivíduo médio e de leis gerais de aprendizagem.
87
• Uma educação baseada nos princípios da teoria das inteligências múltiplas
abre possibilidades de olhar o aluno na sua integralidade, não apenas numa
cabeça que se desenvolve linguística e matematicamente.
88
AUTOATIVIDADE
89
90
UNIDADE 2 TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Pessoas que lidam com a saúde estão inevitavelmente sobre um solo
altamente fértil para a eclosão de superabundantes e vívidas emoções. Por
vezes, essas pessoas experimentam o borbulhar de antagonistas emoções
simultaneamente w, ainda mais frequentemente, veem pessoas ao seu redor,
manifestando ou se esforçando para disfarçar sentimentos impetuosos, sensações
corpulentas.
Isso pode valer tanto para quem está lidando com sua própria saúde (ou
com a falta dela) quanto para os profissionais que se debruçam sobre as saúdes
de outrem. Já pensou, por exemplo, na quantidade de emoções, sentimentos,
sensações que podem irromper num hospital? Raiva, ódio, medo, frustração,
culpa, alegria esfuziante, nojo, desânimo. Alegria soou fora de contexto? Não!
Além da alegria que algumas mães e familiares extravasam na maternidade (que
em nossa sociedade geralmente ficam acopladas aos hospitais), podemos citar a
alegria que germina diante de uma boa notícia (uma cirurgia bem-sucedida, uma
alta antes do previsto, uma melhora significativa, uma cura).
91
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
92
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
Em vista disso, a Teoria de Gardner pode servir como base teórica que
sustenta a clínica fonoaudiológica, tornando-a mais qualificada e mais eficiente. É
oportuno lembrar que a terapia fonoadiológica emprega estratégias terapêuticas
orientadas à qualificação das habilidades comunicativas orais ou escrita. Sendo
assim, Camargo e Mezzomo (2015) propõem que o planejamento e a condução da
terapia não se assentem exclusivamente nas capacidades/habilidades diretamente
adstritas à linguagem verbal/inteligência linguística.
Possíveis
Dificuldades
potencialidades
Déficit na
linguagem verbal/
Interesses
inteligência
linguística
PACIENTE
93
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
O que essa figura pretende elucidar é que o paciente pode ser beneficiado,
já que inteligência linguística pode ser desenvolvida por intermédio do
levantamento e do discernimento dos interesses e potencialidades do paciente
ainda que eles não pareçam diretamente alusivos à linguagem verbal. Ou seja,
o foco não precisa se restringir ao motivo que o levou a buscar ajuda de um
profissional da fonoaudiologia. Interesses e potencialidades do paciente adjuntas
às inteligências múltiplas podem equipar o fonoaudiólogo de informações
que podem se materializar na forma de atividades que repercutirão no maior
desenvolvimento da linguagem verbal dos pacientes. “Neste movimento
terapêutico, tira-se o foco da área específica na qual eles apresentam dificuldade
e a estratégia terapêutica passa a ser mediada e estimulada por outra(s) área(s)/
inteligência(s), que potencializam o tratamento da área em déficit” (CAMARGO;
MEZZOMO, 2015, p. 1463).
MAIORES FATORES
DESAFIOS FACILITADORES
o
imaçã
Aprox orias e
e
entre t icas e
p t
r á ilidad
Sensib etectar
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Experi ação
atu
Pouca ia
ênc
Experi onal
i
profiss
94
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
95
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
Que tal ler esse texto por inteiro? Você o encontrará no link a seguir ou
buscando-o na internet por meio do título Características dos pacientes com alteração de
linguagem e teoria das inteligências múltiplas (CAMARGO; MEZZOMO, 2017).
FONTE: <http://www.scielo.br/pdf/rcefac/v19n5/pt_1982-0216-rcefac-19-05-00629.pdf>.
96
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
97
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
Para aceder à totalidade do artigo, escrito por Sawada et al. (2016), nomeado
Qualidade de vida de pacientes brasileiros e espanhóis com câncer em tratamento
quimioterápico: revisão integrativa da literatura, acesse o link: <http://www.scielo.br/pdf/
rlae/v24/pt_0104-1169-rlae-24-02688.pdf>.
98
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
DICAS
Você pode ler esse artigo, escrito por Carmona-Navarro e Pichardo-Martinez (2012),
denominado Atitudes do profissional de enfermagem em relação ao comportamento suicida:
influência da inteligência emocional através do link: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v20n6/pt_19.pdf>.
99
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
Durante a leitura desse tópico, você pode ter a impressão de que repete
aspectos que estão apresentados em outras porções desse livro. No entanto, isso
foi feito intencionadamente, por nós, para fortificar que são diversas as pesquisas
e inúmeros os autores que defendem a necessidade do desenvolvimento da
inteligência emocional em profissionais da saúde, tanto para o bem-estar
dos profissionais quanto para resultados melhores no que tange a saúde dos
pacientes. Como, por exemplo, indicam as palavras de Vilelas e Diogo (2014, p.
145): “Estudos sobre o trabalho emocional têm contribuído para o entendimento
da crucial gestão de emoções nas instituições de saúde, bem como do impacto
tanto positivo como negativo sobre clientes e profissionais”.
Pesquisas
Prática Informação
Formação Educação
100
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
conhecer o cliente
dar suporte
ter e transmitir tranquilidade
ter e transmitir delicadeza
ter amabilidade
ter simpatia
animar
usar o humor
ter paciência
aliviar o sofrimento
ajudar o paciente a resolver os seus problemas
101
UNIDADE 2 | INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS
DICAS
102
TÓPICO 3 | INTELIGÊNCIA EMOCIONAL, INTELIGÊNCIAS MÚLTIPLAS E A SAÚDE
DICAS
Esse tópico abordou muitos temas que em nossa cultura são envoltos por
tabus, atitudes de repulsa e de evitação até mesmo de proferir algumas dessas
palavras, como por exemplo, câncer, suicídio e morte.
Todavia, são temas que podem fazer parte da vida de muitas pessoas. São
temáticas pertinentes para debater com os colegas de estudos, pois procurar melhorar
a qualidade de vida das pessoas também pode implicar em auxiliar as pessoas a lidar
o melhor possível com situações relativas a circunstâncias tão delicadas.
103
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você aprendeu que:
• Com relação aos pacientes com câncer, pode-se asseverar que aqueles que
apresentaram maior inteligência emocional, apresentaram também melhor
saúde mental e uma atitude mais esperançosa diante do diagnóstico de câncer.
104
AUTOATIVIDADE
105
106
UNIDADE 3
ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
107
108
UNIDADE 3
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Enfrentamento. Você já pensou um pouco sobre os sentidos dessa
palavra? Antes de continuar a leitura, escreva o que você compreende sobre
“enfrentamento”. Resista à vontade de prosseguir a leitura antes de fazer isso
e também suporte a volição de recorrer aos dicionários ou às buscas na internet
para registrar significados “corretos”.
109
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
2.1 RESILIÊNCIA
Embora existam controvérsias sobre as origens da construção do conceito
de resiliência em psicologia, há quem diga que esse conceito foi apropriado
pela psicologia a partir de sua utilização na física (BRANDÃO; MAHFOUD;
GIANORDOLI-NASCIMENTO, 2011).
FONTE: <https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f3/2006-02-04_Metal_
spiral.jpg/220px-2006-02-04_Metal_spiral.jpg>. Acesso em: 28 jan. 2018.
110
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
FONTE: <https://www.amazonia.org.br/wp-content/uploads/2012/08/desertificacao.jpg>.
Acesso em: 28 jan. 2019.
Para Omar et al. (2011), a resiliência abrange fatores protetivos que ajudam
a pessoa a se adaptar aos imprevistos e aos revezes que a vida apresenta. Assim, a
pessoa possui recursos para contornar aborrecimentos, responder positivamente
aos desafios e preservar-se diante de situações alarmantes ou perigosas. Isso não
significa que pessoas resilientes sejam inatingíveis por problemas ou imunizadas
a acontecimentos desagradáveis. Elas não são impermeáveis às dificuldades ou
às agruras do dia a dia. Se essas pessoas têm a mesma propensão para se deparar
aos obstáculos, o que as diferencia das demais?
NOTA
Que tal uma metáfora para a resiliência? Há uma música bastante curiosa,
disponível em vários sites na internet, que fala sobre dois sapos que caíram num
barril de leite. Um deles ficou desanimado, interpretou esse infortúnio como a
hora da sua morte e assim feneceu, expirou. O outro sapo se recusou a se dar por
vencido. Ele defrontou a situação, batalhou com toda a sua força, movimentou
suas pernas exaustivamente e, para sua surpresa, o leite acabou virando manteiga.
Assim, ele se firmou sobre a consistência sólida da manteiga e, num impulso,
projetou o corpo para fora desse barril.
Outro exemplo para a resiliência: vamos supor que uma senhora idosa
esteja sofrendo há anos pela morte de um de seus filhos e um dia ela resolve pedir
que suas filhas a acompanhem até um banco para realizar uma transação bancária
trivial. Nessa ocasião, surgem alguns criminosos que, fortemente armados,
rendem todos os funcionários e clientes, ameaçando-os com armas apontadas
para suas cabeças. A senhora vê suas filhas na mira do revólver. Ela mesma se
torna mira de pistolas dos delinquentes.
Por fim, todos saem com as vidas ilesas, sem nenhum arranhão. Pode-
se deduzir que o sofrimento dela se avolume, pois estar no alvo de qualquer
armamento pressupõe uma situação altamente chocante e inclinada a ficar
marcada como uma experiência emocional desagradável.
No entanto, vamos supor que essa senhora diga, após o sobressalto: “Ver
minhas filhas sob a ponta da carabina me fez pensar que apesar de ter perdido
um filho, elas permanecem vivas. E devo ter forças por elas”.
112
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
2.2 COPING
Vez ou outra a vida se mostra surpreendente, com casualidades e com
ocorrências inesperadas. Parte delas parece exigir de nós forças para além do que
temos e coragem quando estamos tomados pelo medo. Nós achamos que não
conseguiremos lidar com os desafios ou com as objeções que a vida nos impõe.
A sensação de tensão que experimentamos nessas ocasiões são chamadas de
estresse (BUSNELLO; SCHAEFER; KRISTENSEN, 2009).
• Autodireção.
• Colaboração.
• Delegação.
• Súplica.
• Renúncia.
113
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
114
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
NOTA
Que tal dar uma pausa na leitura nesse momento e refletir um pouco sobre suas
crenças e sobre as coisas que já ouviu ou leu em salas de aula, que entram em choque com
o que você acredita? Você julga que tem lidado com esses atritos de modo saudável? Como
está a sua qualidade de vida?
115
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
DICAS
DICAS
Para saber mais sobre a pesquisa feita por Panzini e Bandeira (2007), cujo título
é Coping (enfrentamento) religioso/espiritual, leia o artigo na íntegra. Nele você encontrará
uma revisão de literatura sobre a temática, em termos teóricos, avaliativos e sobre seus usos
na prática clínica. Foram utilizadas pesquisas disponíveis em bases de dados científicas entre
os anos de 1979 e 2006 para a elaboração desse artigo. Aproveite para acessar o link agora:
http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a16v34s1.pdf.
116
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
DICAS
Quer obter mais informações acerca desse estudo de Chaves et al. (2015)?
Então leia o artigo na íntegra: Ansiedade e espiritualidade em estudantes universitários: um
estudo transversal. O link do artigo é: http://www.scielo.br/pdf/reben/v68n3/0034-7167-
reben-68-03-0504.pdf.
• Sexo, faixa etária, tempo de tratamento, renda familiar e prática religiosa foram
as variáveis que interferiram no comportamento do coping religioso/espiritual.
• Os pacientes com doença renal crônica submetidos à hemodiálise adotaram de
modo positivo o coping religioso/espiritual como estratégia de enfrentamento
da doença.
• Os pacientes aplicam o coping religioso/espiritual de forma representativa e
positiva, tanto quanto valorizam a religião/espiritualidade em suas vidas.
• Ficou notória a necessidade da elaboração de novos estudos que examinem
o prisma dos profissionais de saúde perante a importância da religião/
espiritualidade na assistência empreendida ao paciente.
• A ampliação e aprofundamento de pesquisas sobre o coping religioso/espiritual
pode beneficiar a aplicação clínica desse fenômeno.
117
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
DICAS
4 COPING E ADOLESCÊNCIA/JUVENTUDE
Diniz e Zanini (2010) defendem que a personalidade dos jovens
influencia nas escolhas de estratégias de coping que eles empregam. Os traços de
personalidade parecem afetar a análise lógica, a descarga emocional e a resolução
de problemas. Algumas estratégias são de aproximação, enquanto outras são de
afastamento.
DICAS
118
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
DICAS
Temos uma recomendação de leitura para você que deseja aprender sobre
estratégias de enfrentamento na adolescência: Eventos estressores e estratégias de coping
em adolescentes: implicações na aprendizagem. Esse artigo lhe mostrará as mudanças
que derivam do estresse, tal como os efeitos que ele produz na vida das pessoas, mais
especificamente na esfera escolar. Você ainda poderá notar as relações entre os eventos
estressores e as estratégias de coping que os adolescentes usam para lidar com eles. Essas
diferentes reações certamente interferem na aprendizagem de modos desiguais. Além do
mais, serão explanados alguns fatores ambientais que influenciam no estresse, bem como
a neurobiologia do estresse (BUSNELLO; SCHAEFER; KRISTENSEN, 2009). O artigo está
disponível no link: http://www.scielo.br/pdf/pee/v13n2/v13n2a14.pdf.
5 COPING E ADULTEZ
Boa parte das pesquisas sobre o uso de coping na vida adulta envolve
o gênero feminino. Por exemplo, uma simples busca na base de dados da BVS
Psicologia Brasil mostra que há cinco textos completos em bases para as palavras
“homem coping” e 44 textos completos em bases para as palavras “mulher coping”.
119
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
NOTA
DICAS
120
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
Experiências ameaçadoras à
Significado do cárcere Formas de enfrentamento
saúde mental
Medo Mutilação do “eu” Fé
Negação da maternidade Morte civil Amor aos filhos
Substituição do convívio
Perda de laços afetivos familiares Trabalho
familiar
Perda de relacionamentos
Vazio de ordem emocional Música
amorosos
Fronteiras erguidas entre o ser e
Vazio de ordem material Espera pela liberdade
o ambiente
Desconforto
Ausência da autonomia
Mecanismos de resiliência
Tristeza baseados na interação com as
companheiras de cárcere
Ansiedade Mortificação do eu
Insegurança do futuro
121
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
DICAS
122
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
Formas de enfrentamento
Suporte social (rede de apoio advindo da família e de amigos)
Relacionamento conjugal
Relacionamento parental
Religiosidade
Encontro de benefícios
Continuidade do vínculo com o filho morto
FONTE: Adaptado de Franqueira, Magalhães e Feres-Carneiro (2015)
Sobre a religiosidade já foi discorrido algo sobre ela nesse tópico. Mas,
mais especificamente no processo de luto, ela pode contribuir na medida em que
crenças religiosas podem alavancar reavaliações positivas, reduzindo a potência
do pesar. A fé, por exemplo, pode possibilitar a construção de um sistema de
significados sobre o viver e o morrer.
123
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
DICAS
O artigo O luto pelo filho adulto sob a ótica das mães é finalizado por suas
autoras com essas palavras:
Uma estratégia de enfrentamento que vem sendo utilizada cada vez mais
é a escrita. Muitas pessoas têm escrito músicas, blogs, sites, poemas, livros sobre
sua história de vida, sobre seus sentimentos ou sobre o que tem aprendido com
a sua vida. Algumas dessas produções podem ser classificadas como escrita
terapêutica. Os autores Myra Schneider e Lily Amorous têm escrito livros nesse
sentido. Por exemplo, a escritora Jane Moss escreveu livros sobre escrita para o
bem-estar.
124
TÓPICO 1 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: CONCEITOS
DICAS
DICAS
125
RESUMO DO TÓPICO 1
126
AUTOATIVIDADE
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico, nesse tópico serão abordadas as estratégias de
enfrentamento em espaços de trabalho. Sabe-se que o estresse ocupacional é
uma urgência do nosso tempo, portanto discorrer sobre esse tema se torna um
compromisso com a saúde dos profissionais envolvidos no campo da educação,
em especial àqueles que se interessam pela inteligência e saúde emocional.
Nesse sentido, o estresse ocupacional pode ter consequências de ordem física e
emocional, pois está ligado à satisfação e à performance do indivíduo em realizar
sua atividade da melhor forma possível.
129
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
NOTA
130
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
NOTA
131
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
Nesse sentido, Duarte e Silva (2013) chamam a atenção para o fato de que
o fortalecimento da pessoa frente à situação adversa surge por meio da:
1. Reduzir o impacto dos riscos, fato que altera a exposição da pessoa à situação
adversa.
2. Reduzir as reações negativas que decorrem da exposição da pessoa à situação
de risco.
3. Estabelecer e manter a autoestima e autoeficácia, por meio do estabelecimento
de relações de apego seguras e o cumprimento de tarefas com sucesso.
4. Criar oportunidades para reverter os efeitos do estresse.
132
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
Segundo Silva e Sachuk (2012a, p. 6), “uma das maneiras utilizadas pelas
pessoas para enfrentar um fator adverso está centrada na emoção”. Desse modo, o
processo de coping foca na emoção e sinaliza que as estratégias de enfrentamento
da pessoa estão direcionadas a reduzir o desconforto dela associado à situação
de adversidade. A atitude da pessoa é de negar ou de se esquivar das situações
adversas vivenciadas. Assim, as estratégias de evitação/negação da realidade
incluem tentativas cognitivas ou comportamentais da pessoa para se manter
longe de um fator estressor, como por exemplo, a estratégia de evitar o problema,
fugir da situação ou deixar o tempo passar (DELL’AGLIO; HUTZ, 2002).
133
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
134
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
B2: “A primeira reação foi a de saber que o banco N não tinha o cargo
que eu exercia no banco I. [...] Eu continuei fazendo o meu (atividades
de trabalho)... fui me especializar e tirar a ANBID, que é o certificado
CPA-10 do mercado financeiro. Eu queria atingir mais algumas
‘coisas’ (objetivos pessoais) lá dentro... (do banco N com a profissão
de bancário). Trabalhando eu atinjo o que eu quero, sabe?! [...] Ia ter
que fazer alguma coisa entendeu?! E ai fui mais eu mesmo... iniciativa
minha... ‘Quero?’ ‘Não quero?’... e vamos lá (prosseguir trabalhando
no banco)” (SILVA; SACHUK, 2012ª, p. 9).
135
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
elas geram. Por exemplo, quando uma pessoa está diante de uma situação que lhe
causa estresse no trabalho, deve-se realizar uma avaliação do que está ocorrendo,
a fim de que o organismo possa responder adequadamente ao estressor, buscando
solucionar ou amenizar o estresse gerado. Mas, como saber se o estresse é algo
exterior ao indivíduo, ou seja, é motivado por um acontecimento, ou o estresse é
algo interior ao indivíduo, ou seja, é motivado pelo próprio organismo?
E
IMPORTANT
136
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
137
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
Nesse sentido, segundo Duarte e Silva (2013), entende-se que uma pessoa,
ao enfrentar as situações adversas da vida ou do trabalho, transita por três estágios:
fase de antecipação; fase de impacto; fase de pós-impacto ou pós-confrontação.
138
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
DICAS
139
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
NOTA
140
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
141
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
SITUAÇÃO ADVERSA
(FATOR DE RISCOS)
INÍCIO DO PROCESSO
RECONFIGURAÇÃO VULNERABILIDADE
(REEXAME COGNITIVO) (SENTIMENTOS)
RELAÇÃO PESSOA/
AMBIENTE DE
TRABALHO
MECANISMO DE
FATORES DE PROTEÇÃO
DEFESA (ESTRATÉGIAS
(COMBINA RECURSOS)
DE ENFRENTAMENTO)
142
TÓPICO 2 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO EM AMBIENTE DE TRABALHO
NOTA
143
RESUMO DO TÓPICO 2
144
• O processo de enfrentamento realizado pela pessoa lhe dá condições para
reequilibrar suas emoções frente à situação adversa, seja na sua vida ou no
trabalho, flexibilizando as ações e o comportamento para lidar com o novo
ambiente.
145
AUTOATIVIDADE
B2: “A primeira reação foi a de saber que o banco N não tinha o cargo
que eu exercia no banco I. [...] Eu continuei fazendo o meu (atividades de
trabalho)... fui me especializar e tirar a ANBID, que é o certificado CPA-10
do mercado financeiro. Eu queria atingir mais algumas ‘coisas’ (objetivos
pessoais) lá dentro... (do banco N com a profissão de bancário). Trabalhando
eu atinjo o que eu quero, sabe?! [...] Ia ter que fazer alguma coisa entendeu?! E
ai fui mais eu mesmo... iniciativa minha... ‘Quero?’ ‘Não quero?’... e vamos lá
(prosseguir trabalhando no banco)”.
146
3 O termo estresse é muito empregado pelas pessoas, em especial quando
estão saturadas das atividades do dia a dia. Segundo Silva e Salles (2016),
hoje em dia a palavra “estresse” é utilizada para se referir a um estado de
irritação, impaciência ou nervosismo, no qual decorre de uma situação de
pressão, tensão momentânea ou duradoura. Diante do exposto, descreva o
estresse do ponto de vista da relação transacional.
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Sabe-se que um dos maiores desafios do homem moderno é conquistar
seu rendimento profissional sem prejudicar sua saúde. Na visão de Silva e Salles
(2016), o desgaste físico e mental, ocasionado pelo excesso de trabalho ou de
pressão, acarreta o aparecimento de doenças diversas, como fadiga, dores de
cabeça, insônia, alterações intestinais etc.
149
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
150
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
151
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
DICAS
Para saber mais sobre os dados coletados no estudo de Barros et al. (2003),
acesse o link: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v11n5/v11n5a04.pdf.
152
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
153
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
uma entrevista com uma breve descrição de quem estava envolvido, o local onde se deu o
evento e o que aconteceu. Cada administração do questionário centraliza-se no processo
de coping e não coping a uma situação particular como estilos ou traços de personalidade.
Nesse sentido, Lazarus e Folkman (1984) elaboraram uma escala que consiste em oito
diferentes “fatores”, sugeridos pela análise fatorial, cada um avaliando a extensão com que
um sujeito utiliza estratégias de coping. São os seguintes os fatores encontrados: Fator 1 –
confronto; Fator 2 – afastamento; Fator 3 – autocontrole; Fator 4 – suporte social; Fator 5
– aceitação de responsabilidade; Fator 6 – fuga-esquiva; Fator 7 – resolução de problemas;
Fator 8 – reavaliação positiva.
154
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
155
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
1 Sobrecarga de trabalho
156
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
3 Clientela assistida
157
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
5 Desvalorização do magistério
158
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
Assim, os autores identificaram por meio dos relatos das professoras que a
relação com os alunos é ambígua, pois da mesma forma que se indica como fonte
de sofrimento, ela é indicada como fonte de prazer. Na análise dos pesquisadores,
a vivência do prazer no trabalho se apresenta como o único meio viável de
enfrentar o sofrimento presente na situação de trabalho. Portanto, concluem que
“apesar das adversidades existentes, as professoras buscam e constroem entre si
estratégias, que contribuem para o exercício e manutenção da saúde no trabalho
docente” (MARIANO; MUNIZ, 2006, p. 86).
159
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
LEITURA COMPLEMENTAR
FONTE: <http://www.fundacaosmbrasil.org/cms/wp-content/uploads/2017/06/estresse-
768x483.png>. Acesso em: 11 mar. 2019.
160
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
Fontes de esgotamento
161
UNIDADE 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO
FONTE: <http://www.fundacaosmbrasil.org/cms/wp-content/uploads/2017/06/desestresse-
768x499.png>. Acesso em: 11 de mar. 2019.
162
TÓPICO 3 | ESTRATÉGIAS DE ENFRENTAMENTO: SAÚDE E EDUCAÇÃO
FONTE: <http://www.fundacaosmbrasil.org/cms/wp-content/uploads/2017/06/eviteestesse-
768x487.png>. Acesso em: 11 de mar. 2019.
163
RESUMO DO TÓPICO 3
• Segundo Barros et al. (2003, p. 586), existem dois modos de atenuar o nível
de ansiedade: “um deles é lidar diretamente com a situação, resolvendo o
problema e tentando superar os obstáculos e o outro é fugir das ameaças e
criar estratégias, como defesas reais ou imaginárias que possam minimizar seu
impacto”.
164
• O Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus é um questionário
que contém 66 itens que englobam pensamentos e ações que as pessoas utilizam
para lidar com demandas internas ou externas de um evento estressante
específico.
• A dinâmica escolar está estruturada de tal modo que vem afetando a execução
da atividade docente e, consequentemente, provoca tensões na prática
cotidiana.
165
AUTOATIVIDADE
166
REFERÊNCIAS
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