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EDUCAÇÃO A

FACULDADE ÚNICA DISTÂNCIA

ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA VERONA
DANÚBIA DA COSTA TEIXEIRA

1
OÃÇABETIZLF
OELTRAMN

MÁRCIA ADRIANA DE SOUZA VERONA


DANÚBIA DA COSTA TEIXEIRA

1
Márcia Adriana de Souza Verona

Doutorando em Estudos Linguísticos na Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em


Letras pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (2009), Especialista em Língua Por-
tuguesa pela PUC Minas (2005), Especialista em Gestão de Políticas Publicas em Gênero e
Raça pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012), Graduada em Letras pela Faculdade
Santa Rita (2003).

Danúbia da Costa Teixeira

Doutorando em Linguística pela Universidade Federal de Minas Gerais. Mestre em Letras


pela Universidade Estadual de Montes Claros (2015). Especialista em Mídias na Educação
pela Universidade Federal de Ouro Preto (2012). Graduada em Letras com ênfase em inglês
pela Faculdade de Ciências e Letras do Leste Mineiro (2005). Atua como docente no Insti-
tuto Superior de Educação Elvira Dayrell e na rede pública Estadual de educação.

1
ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO
1° edição

Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
2
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL

Diretor Geral: Valdir Henrique Valério


Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luiza Mendes Leite
Carla Jordânia G. de Souza
Guilherme Prado Salles
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Aline de Paiva Alves
Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
Taisser Gustavo Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização escrita
do Editor

NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA


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3
LEGENDA DE

Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:

FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.

BUSQUE POR MAIS


São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.

VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.

FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.

GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.

4
SUMÁRIO UNIDADE 1
UM POUCO DE HISTÓRIA

1.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................8


1.2 Protagonista da Alfabetização ...........................................................................................................................................8
1.3 Os desenhos viraram letras ( História da Escrita)..................................................................................................10
1.4 Um passeio pelo contexto de Alfabetização e Letramento ..........................................................................12
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................15

UNIDADE 2
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

2.1 Introdução ......................................................................................................................................................................................19


2.2 Entendendo o termo Alfabetização .............................................................................................................................19
2.3 Apropriação da linguagem escrita (Psicogênese da escrita) ..............................................................20
2.4 O que é Letramento? ............................................................................................................................................................22
2.5 Alfabetização e Letramento .............................................................................................................................................23
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................25

UNIDADE 3
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
3.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................29
3.2 Métodos Sintéticos .................................................................................................................................................................30
3.2.1 Método Alfabético .........................................................................................................................................................30
3.2.2 Método Fônico .................................................................................................................................................................31
3.2.3 Método Silábico ............................................................................................................................................................32
3.3 Método Analíticos ....................................................................................................................................................................33
3.3.1 Método global ..................... ...........................................................................................................................................34
3.3.2 Método de palavração ...............................................................................................................................................34
3.3.3 Método de sentenciação .........................................................................................................................................34
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................36

UNIDADE 4
ARTICULANDO TEORIA E PRÁTICA OU PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS
4.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................41
4.2 Planejar: O ponto de partida ............................................................................................................................................41
4.3 Estabelecer metas e objetivos .......................................................................................................................................43
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................45

UNIDADE 5
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) NA ALFABETIZAÇÃO
5.1 Introdução......................................................................................................................................................................................49
5.2 Como utilizar as TIC’S na alfabetização....................................................................................................................49
5.3 Recursos tecnológicos e o ambiente de Alfabetização e Letramento ...............................................51
5.4 Sugestão de sites de recursos tecnológicos para alfabetização..............................................................53
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................56

UNIDADE 6
A ALFABETIZAÇÃO E SUAS PRÁTICAS NA BASE NACIONAL COMUM
CURRICULAR - BNCC
6.1 Introdução ......................................................................................................................................................................................61
6.2 Educação Infantil ......................................................................................................................................................................61
6.3 Práticas de linguagem .........................................................................................................................................................63
6.3.1 Oralidade ............................................................................................................................................................................63
6.3.2 Análise Linguística e Semiótica ........................................................................................................................64
6.3.3 Leitura e Escuta ............................................................................................................................................................65
6.3.4 Produção de texto ......................................................................................................................................................66
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................68

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO .....................................................................................................................71


REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................................................................72

5
UNIDADE 1
Nesta unidade desafiamos o aluno a rememorar seus primeiros dias de aula. Assim,
traremos alguns conceitos de memória. Conheceremos um pouco da história da
CONFIRA NO LIVRO

escrita, como os desenhos se transformaram em letras, em seguida, faremos um


passeio histórico pelo processo de alfabetização e letramento.

UNIDADE 2
Nesta unidade trataremos sobre Alfabetização e letramento. Veremos que o
conceito de alfabetização, em razão das mudanças referentes à leitura e à escrita, foi
se modificando com o tempo e, assim, surgiu o letramento. Estudaremos também
sobre a apropriação da linguagem escrita.

UNIDADE 3
Nesta unidade estudaremos os dois métodos de alfabetização que são considerados
historicamente: sintético e analítico. Como veremos em detalhes, o método sintético
vai da parte para o todo. Enquanto o método analítico parte do todo para as partes e
busca romper com o princípio da solução.

UNIDADE 4
Nesta unidade abordaremos um importante conteúdo para a alfabetização, que
é o planejamento. Vale lembrar que o planejamento é uma forma de organizar e
programar as ações do professor mas, sobretudo, é um momento de pesquisa que o
leva à reflexão de suas práticas pedagógicas. Dessa maneira, é possível também aliar
teoria e prática.

UNIDADE 5
Nesta unidade elegemos um tema muito discutido, atualmente, a Tecnologia da
Informação e Comunicação - TIC. Pois há muitas ferramentas tecnológicas que
podem ser usadas na educação, vários desses recursos foram desenvolvidos com o
objetivo de auxiliar o professor em sua prática docente.

UNIDADE 6
Nesta unidade abordaremos a BNCC - Base Nacional Comum Curricular,
principalmente, a visão de texto que o documento propõe, seja esse texto escrito,
oral ou multimídia deve ser um elemento central no trabalho docente em todo o
ensino fundamental.

6
01
UM POUCO DE HISTÓRIA UNIDADE

7
1.1 INTRODUÇÃO
Nesta unidade desafiamos o aluno a rememorar seus primeiros dias de aula. Tente
lembrar como foi, quais as sensações e emoções sentiu naquele dia. Dando continuidade
ao nosso processo de recordações, tente lembrar de como foi seu primeiro contato com
o papel, o lápis, a letra etc. Além de recordarmos nosso primeiro contato com a escola,
conheceremos um pouco da história da escrita, como os desenhos se transformaram
em letras, em seguida, faremos um passeio histórico pelo processo de alfabetização e
letramento.
Sendo assim, vamos construir juntos um espaço de interação, de reflexão e de diálogo
por todo nosso curso, buscando aliar teoria e prática. Vamos despertar, ampliar, renovar a
sua visão sobre Alfabetização e Letramento. E para começar nossa jornada, convido você a
ser o protagonista dessa história.

1.2 PROTAGONISTA DA ALFABETIZAÇÃO

A memória procura recuperar o passado. No entanto, dificilmente, conseguimos nos


lembrar de tudo e de todos os detalhes dos fatos que ocorreram ao longo de nossa vida.
Sempre ficam algumas experiências das quais não nos recordamos de todos os pormenores.
Para Bosi (1994, p. 55), “na maioria das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir,
repensar, com imagens, ideias de hoje, as experiências do passado”.
As recordações acontecem quando são estimuladas, ou seja, se alguém ou algum
acontecimento nos transporta de volta ao passado. Diante disso, podemos afirmar que:

A memória é um cabedal infinito do qual registramos


um fragmento. Frequentemente, as mais vívidas recor-
dações afloram depois da entrevista, na hora do cafezi-
nho, na escada, no jardim, ou na despedida do portão. [...]
Continuando a escutar, ouviríamos o outro tanto e ainda
mais. Lembrança puxa lembrança e seria preciso escutar
o infinito (BOSI, 1994, p. 39).

As lembranças são subjetivas, elas acarretam emoções e significados diferentes em


cada sujeito, mesmo que vários indivíduos vivenciem o mesmo acontecimento, cada um
terá um modo de percebê-lo, senti-lo, essas experiências acarretam significados diferentes
para a trajetória de vida de cada um.
É nessa perspectiva que convidamos você, caro(a) aluno(a), a buscar na sua memória
como foi seu primeiro dia na escola, seu contato com os colegas e com os professores, o
ambiente escolar, como era o espaço da escola e, por fim, como foi sua alfabetização.
O que somos, atualmente, muitas vezes reflete tudo aquilo que aprendemos ao longo
da nossa jornada e das experiências que tivemos. Enquanto educadores devemos sempre
refletir sobre a nossa prática e experiências pessoais e profissionais, pois escolhemos
diariamente o modelo de docente que queremos ser na nossa prática.
Já que este momento está sendo dedicado às lembranças, ao ato de rememorar,
então, pergunto: e o que é memória? Já parou para pensar nas diferentes acepções dessa
palavra? Para nos ajudar a entender o conceito de memória traremos a seguir algumas

8
definições.

GLOSSÁRIO
• Faculdade de reter ideias, sensações, impressões adquiridas, anteriormente.
• Efeito da faculdade de lembrar; lembrança: não tenho memória disso!
• Recordação que a posteridade guarda: memórias do passado.
• Dissertação sobre assunto científico, artístico, literário, destinada a ser apresentada ao
governo, a uma instituição cultural etc.
Fonte: Dicionário online de português, disponível em: https://bit.ly/3n0A3R8.
Acesso em: 20 mar. 2021.

VAMOS PENSAR?
Resgate de sua memória o máximo de lembranças que conseguir sobre a sua alfabetiza-
ção. Para auxiliar sua busca, seguem algumas indagações que poderão contribuir para a
sistematização das lembranças:
1. Você se lembra de qual método o seu professor utilizou para o seu processo de alfabe-
tização?
2. Quais recursos, ferramentas, metodologias o(a) professor(a) utilizava?
3. Você se recorda de algum fato marcante no período de sua alfabetização?
4. Houve alguma experiência desagradável no período de alfabetização, da qual você se
lembre?
5. Como era a interação entre professor/aluno e aluno/aluno?
6. Registre outros acontecimentos que você considere importantes no período de sua al-
fabetização?
Deixe registradas todas essas lembranças, para que depois possamos retomá-las e refle-
tirmos sobre qual era a concepção de alfabetização norteadora da prática de seu(sua)
professor(a). Segundo Bosi (2003, p. 68) “[...] a narração da própria vida é o testemunho de
mãos eloquentes dos modos que a pessoa tem de lembrar. É a sua memória.” E essas vi-
vências e experiências pessoais contribuem para nossa formação e atuação profissional.

BUSQUE POR MAIS


Para aguçar sua memória e conhecer mais sobre esse assunto leia a obra: Por parte de
pai de do escritor mineiro Bartolomeu Campos Queirós, que gira em torno da recriação
de cenários da infância.

9
1.3 OS DESENHOS VIRARAM LETRAS (HISTÓRIA DA ESCRITA)

Como foi para você aprender a ler e a escrever? Foi fácil ou difícil? Já parou para
pensar como a escrita surgiu? Quando os homens começaram a se comunicar por meio
da linguagem escrita? Vamos juntos nessa viagem ao tempo, buscar informações sobre
como se deu o desenvolvimento da escrita.
A evolução da escrita passou por diferentes etapas. De acordo com Cagliari (1996),
podemos considerar que a escrita tem sua história e esses acontecimentos se passaram
em três fases diferentes: a escrita pictórica, a ideográfica e a alfabética. Vamos estudar as
três fases separadamente para entendermos melhor como os desenhos se transformaram
em letras ao longo do tempo.
Os homens primitivos interagiam por diferentes formas de comunicação, todavia,
nenhuma delas tinha como propósito a representação da língua oral. A primeira ocorrência
dessa representação foi a pictografia que corresponde à primeira fase da escrita, ou seja,
a escrita pictográfica. Essa escrita teve como objetivo apresentar uma ideia, conceito por
meio de símbolos (desenhos). Os astecas, povo que habitava no centro México, deram
início a essa fase da escrita. Esta era caracterizada, principalmente, por desenhos que
representavam algumas ações, costumes desses povos. Dessa maneira, os pictogramas
eram usados como meio de comunicação deles.
A escrita ideográfica marca a segunda fase do desenvolvimento da linguagem
escrita. Você sabia que o alfabeto teve sua origem nos ideogramas? Nesse modelo de
escrita, misturavam-se desenhos e símbolos para representar ideias. Essa escrita surgiu
na Suméria. As letras apareceram a partir de algumas figuras da escrita ideográfica.
Exemplo, na escrita egípcia a letra A representava a cabeça de um boi; as ondas do mar
eram representadas pela letra M. Atualmente, as letras do alfabeto possuem um valor
fonográfico, no entanto, no passado essas “letras” eram os ideogramas e tinham valores
ideográficos. Em resumo, antes mesmo de haver o alfabeto, ou seja, as letras, o homem já
buscava uma ideia de uma escrita alfabética.

Figura 1: Escrita ideográfica


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3at4UR4. Acesso em: 08 abr.
2021.
Outros exemplos de escrita ideográfica que usamos muito hoje em dia são alguns
sinais de trânsito, o círculo vermelho com uma linha diagonal vermelha indicando que é
“proibido”, por exemplo, também é um ideograma. Ao longo do tempo houve uma expansão
do vocábulo ideograma, atualmente, todos os sistemas de símbolos que representam
ideias são considerados ideogramas.

10
Para Cagliari (1996, p. 108), a diferença de destaque entre a escrita pictórica e a
ideográfica baseia-se na ocorrência de que os “pictogramas não estão associados a um
som, mas à imagem do que se quer representar. Consistem em representações bem
simplificadas dos objetos da realidade.”
E os sumérios não pararam por aí, somente os desenhos e o alfabeto não eram
suficientes para se comunicarem, eles queriam mais e buscaram a forma escrita. E de que
maneira conseguiram? Os signos não tinham mais apenas significados, passaram a ter
valores fonéticos e sons. E assim surge a escrita, que foi se desenvolvendo ao longo do
tempo e chegou à escrita alfabética.
Assim chegamos à terceira fase de desenvolvimento da escrita da linguagem. Hoje
as letras estão agrupadas no conjunto ao qual conhecemos por alfabeto. Este surgiu da
junção do grego alfhabetos e do latim alfhabetum e para formar a palavra alfabeto juntaram
as duas primeiras letras do alfabeto grego alfa e beta que atualmente são as letras A e B do
nosso alfabeto.
Inicialmente, o alfabeto era um conjunto de vinte e quatro sinais, e estes representavam
consoantes, os gregos fizeram essa adaptação da representação deixada pelo povo
Semita. Os homens primitivos moravam em cavernas e para se comunicarem por muito
tempo escreveram nas paredes, em pedras, em tijolos de argila. No entanto, com o tempo
sentiram necessidade de outras formas de comunicação, pois as usadas até então não
estavam sendo suficientes, já que a sociedade foi aumentando e se modificando. E assim
surgiram papéis e tinteiros que contribuíram sobremaneira para o desenvolvimento da
escrita.
E a partir dessa necessidade surge o papiro. Este se originou de uma árvore de nome
cyperus papiros, que na época era encontrada às margens do Rio Nilo. Essa planta já era
usada para produzir cordas, roupas, velas de barco. Extraiam de seu caule lâminas bem finas
que depois eram trançadas e trabalhadas até se obter uma superfície bem lisa, ideal para
escrever. Vale lembrar que quem fez todo esse processo para se chegar ao material que
seria utilizado para a escrita foram os egípcios. Esse material tinha um preço bem elevado,
posteriormente, estudos mostraram que, muitas vezes, para economizar o papiro escrito
era depois raspado e reaproveitado, ou seja, escreviam novamente no mesmo material.
Com certeza, você está se perguntando, mas como escreviam, se naquela época
não havia lápis e caneta? Então os egípcios pensaram em tudo. Segundo Cagliari (1996)
para escrever usavam pena de caniço (cana usada para pescar) molhada em uma tinta
produzida de fuligem de água e goma que servia para engrossar. Com o passar do tempo
o homem foi modificando esses materiais até chegar no tipo de canetas que usamos hoje
em dia.
Esse passeio pela história da escrita contribuirá para que possamos entender e
valorizar todas as atividades de escrita da criança. Todos os desenhos e rabiscos devem
ser considerados e analisados pelo professor (a) alfabetizador (a), pois são formas de
comunicação da criança com as pessoas e o mundo. As crianças utilizam dos desenhos e
dos rabiscos para expressarem suas histórias, brincadeiras, vontades e pensamentos.

O desenvolvimento do grafismo infantil não deve ser considerado


como fruto apenas do treinamento específico. Ele é um processo
de construção do sistema de representação que culmina com a
produção da escrita como um instrumento de comunicação e ex-
pressão (MARTINS, 2007, p. 01).

11
Dessa maneira, percebe-se que a criança começa a sua comunicação escrita por
meio da pictografia, ou seja, antes mesmo de aprender sobre a escrita e como escrever, se
comunica por desenho e rabisco, no processo de desenvolvimento da escrita vai juntando
letras e desenhos e, assim, vai experimentando a escrita até ser alfabetizada.

BUSQUE POR MAIS


O primeiro capítulo da obra de Lotsch (2016) é uma ótima sugestão para aprofun-
dar conhecimento no assunto, porque é conciso, didático e atende às expectativas
do aluno que busca aprofundar seus estudos. Disponível em: https://bit.ly/2P3SS9o.
Acesso em: 10 abr. 2021.

1.4 UM PASSEIO PELO CONTEXTO DA


ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

O percurso da alfabetização está permeado pelas discussões sobre como alfabetizar


e, logo, como a metodologia e a concepção de ensino podem contribuir para práticas
eficazes. Mas antes de abordarmos essas questões e para entendermos melhor o processo
de alfabetização vale a pena estudarmos o processo de surgimento da alfabetização e suas
respectivas influências. Após a Revolução Francesa criou-se um protótipo de alfabetização.
E como nos aponta Barbosa:

[...] a partir de então, “crianças são transformadas em alu-


nos, aprender a escrever se sobrepõe a aprender a ler, ler
agora se aprende escrevendo – até esse período, ler era uma
aprendizagem distinta e anterior a escrever, compreenden-
do alguns anos de instrução através do ensino individuali-
zado”. É, então, no jogo estabelecido pela Revolução entre
a continuidade e a descontinuidade do tempo, onde a rup-
tura vai sendo atropelada pela tradição, que a alfabetização
se torna o fundamento da escola básica e da leitura/escrita,
aprendizagem escolar (BARBOSA, 1994, 28).

Há muito tempo vem se discutindo o problema da alfabetização no Brasil. Busca-


se entender o fracasso dos diferentes modelos e acaba-se chegando à conclusão de
que esse fracasso está muitas vezes associado a interesses políticos de cada período. No
início, a alfabetização era uma prerrogativa somente da classe mais alta, ou seja, somente
a elite do Brasil era alfabetizada, sendo assim, a escola contribuía para o fortalecimento
das desigualdades sociais. Esse privilégio de acesso à escola só começa a mudar com a
implantação do primeiro grau no Brasil, hoje Ensino Fundamental.
A partir desse período as crianças das classes populares passam a frequentar a escola,
no entanto, com essa chegada dos menos favorecidos há uma ascensão de fracasso no
processo de alfabetização. E assim começam as pesquisas, estudos e investigações para
saber o porquê desse fracasso. No entanto, o assunto não se esgotou com as pesquisas
da época, até hoje sofremos com essa questão da alfabetização. Para facilitar nossa

12
compreensão apresentaremos um resumo de três períodos importantes para o processo
de alfabetização no Brasil e no mundo.
Por volta de 1950, passamos pelo período em que se discutiu sobre os melhores
métodos a serem usados, ou pelo menos, aqueles que trariam maior eficaz ao processo de
alfabetização, uma vez que achavam que o fracasso escolar estava relacionado ao método
de alfabetização usado. Para essas discussões havia duas vertentes: uma que defendia o
método global e outra que era a favor do método fonético. No Brasil, optou-se pelo método
misto empregado nas cartilhas, esse método versa em um trabalho com as silabas. Alguns
docentes ainda usam algumas nuances dessa maneira de alfabetizar. Como muitos
docentes foram alfabetizados com o método misto constante nas as cartilhas, trouxeram
para sua prática profissional aqueles pontos que consideram que foram relevantes e
contribuíram para sua alfabetização.
Dez anos depois, nos anos 1960, temos uma grande expansão das pesquisas sobre o
déficit de aprendizagem. Buscava-se entender o que causava o fracasso escolar, e sempre
se buscava no aluno essa defasagem da aprendizagem. Neste mesmo período, por
coincidência ou não, havia uma luta entre brancos e negros nos EUA e as classes menos
favorecidas das quais o negro fazia parte não apresentavam o mesmo desempenho
escolar que os alunos que pertenciam à elite. Esse foi um ponto que se passou a discutir:
o fracasso dos alunos na alfabetização poderia também estar ligado a fatores externos à
escola. Perceberam que os alunos não apresentavam as mesmas habilidades, uma vez
que viviam em situações diferentes, as famílias de negros e brancos não apresentavam as
mesmas condições para o desenvolvimento das crianças.
Na época o que encontraram para resolver a situação foi a aplicação de extensas
atividades de treinamento (os chamados exercícios de prontidão) para tentar sanar as
dificuldades de aprendizagem e as crianças fossem preparadas para não fracassar no
processo de alfabetização.
Por volta de 1970 iniciaram pesquisas com outro olhar sobre a maneira como as crianças
aprendiam e buscava-se entender o motivo causador dessa dificuldade. Muitas pesquisas
surgiram na época sobre o assunto, como as de Emília Ferreiro e Ana Teberosky, autoras
da obra Psicogênese da Língua Escrita, assunto que será abordado na próxima unidade.
Essa nova visão sobre a alfabetização foi muito importante para provocar novas práticas de
alfabetização. De acordo com o discurso da Secretaria da Educação Fundamental (SEF) e
do Ministério da Educação (MEC), a partir dos resultados das pesquisas foi necessário:

[...] rever as concepções nas quais se apoiava a alfabetização. E isso


tem demandado uma transformação radical nas práticas de en-
sino da leitura e da escrita no início da escolarização, ou seja, na
didática da alfabetização. Já não é mais possível conceber a escrita
exclusivamente como um código de transcrição gráfica de sons,
já não é mais possível desconsiderar os saberes que as crianças
constroem antes de aprender formalmente a ler, já não é mais
possível fechar os olhos para as consequências provocadas pela
diferença de oportunidades que marca as crianças de diferentes
classes sociais. Portanto, já não se pode mais ensinar como antes
[...] (BRASIL, 2001, p. 8)

13
Como visto, a alfabetização vem passando por diversas mudanças. Na unidade III
estudaremos cada um dos métodos de alfabetização, como também suas respectivas
implicações no processo de aprendizagem. Teremos também ao longo deste material,
um subcapítulo em que veremos as contribuições da psicogênese da escrita, que muito
colaborou para a mudança de paradigmas na alfabetização.
Como já vimos, anteriormente, a alfabetização vem passando por várias influências
benéficas de resultados de pesquisas. Nessas várias pesquisas percebeu-se que a
alfabetização não se trata somente da aplicação de sequências de atividades motoras e, sim,
de desenvolvimento cognitivo, no qual as crianças manifestam diferentes possibilidades
de aprendizagem da escrita.
Fazemos uso da escrita em diversos contextos de nossa vida, na padaria, restaurante,
escola, família, entre amigos; sempre estamos em contato com a escrita. E nesse contexto,
aparece o letramento, já que desde o nosso nascimento estamos expostos a esse mundo
letrado. A partir das perspectivas de letramento, a concepção de alfabetização mudou
completamente rompendo as barreiras da sala de aula e se estendendo para o dia a dia.
O educador Paulo Freire em seus estudos destaca que aprender a ler vai além
de decodificar o código, faz-se necessário compreender o que leu, vista dessa maneira
a aprendizagem tem uma relação social, cultural e coletiva, buscaremos conceituar
letramento nessas perspectivas. Refletir sobre a língua escrita como uso social nos conduz
ao conceito de letramento, ou melhor, numa perspectiva sociocultural da língua escrita.
E o que é letramento?

FIQUE ATENTO
Conforme dicionário Houaiss (2001, p.1474) há três definições para o vocábulo, que são elas:
“1 Representação da linguagem falada por meio de sinais; escrita. 2. Alfabetização (‘pro-
cesso’). 3. conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de
materiais escritos.” Esta última definição é a que mais se associa ao que a palavra designa.

Para confirmar essa designação apresentada no Fique Atento acima, sobre o que é
letramento, as palavras de Soares (2004, p. 16) dão embasamento sobre o assunto. Letrar é:
[...] mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro
de um contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e
façam parte da vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio,
letrado é aquele “versado em letras, erudito”, enquanto que
iletrado é “aquele que não tem conhecimentos literários”
e também o “analfabeto ou quase analfabeto” (SOARES,
2004, p.16).

Ao estudarmos o conceito de letramento devemos refletir sobre o quão é significante


essa concepção para a ampliação do ato de se alfabetizar, já que assim alfabetizar está
relacionado somente ao indivíduo e o letramento relaciona à dimensão social desse sujeito,
esses dois aspectos são inseparáveis já que somos sujeitos sociais por natureza.
Na próxima unidade estudaremos com mais detalhes o processo de alfabetização e
letramento. Apresentamos uma introdução ao assunto para entendermos como e de onde
surgiram os termos alfabetização e letramento.

14
FIXANDO O CONTEÚDO

1. De acordo com Cagliari (1996, p.106), podemos considerar que a escrita tem sua história
e esta se passou em três fases distintas. Marque a opção correta:

a) A pictórica, a ideográfica e a alfabética


b) A alfabética, a analfabética e a ideográfica
c) A pictórica, a ideográfica e a silábica.
d) A alfabética, a ideográfica e a silábica.
e) A pictórica, a ideográfica e a pré-silábica.

2. Você viu ao longo do capítulo que a primeira forma de representação gráfica do mundo
que os homens inventaram foi a:

a) Alfabética.
b) Ideográfica.
c) Pictográfica.
d) Silábica.
e) Pré-silábica.

3. (Quadrix 2020 – adaptada) A escrita ideográfica marca a segunda fase do desenvolvimento


da linguagem escrita. Com relação à escrita desse período, marque a opção correta.

a) Trabalhavam com a hipótese de que os caracteres gráficos representavam características


daquilo a que se referiam, do campo físico das ideias.
b) Representavam ícones, mas nunca similares à lógica do computador.
c) Representavam as hipóteses sem lógica nenhuma.
d) Usavam ícones, os quais nunca poderiam funcionar com a mesma lógica de representação
dos ícones do computador.
e) Desenhavam ícones, mas sem diferenciá-los da escrita.

4. (IBADE – 2020 adaptada) Leia o texto abaixo para responder a questão.

Vivemos numa sociedade grafocêntrica. A leitura e a escrita permeiam as interações humanas.


Entretanto, na escola, ainda enfrentamos dificuldades no desenvolvimento de atividades que
promovam não apenas o aprendizado sobre a linguagem, mas também a conscientização da
centralidade da escrita e da leitura na sociedade.
Esse problema – o inadequado processo de escolarização na modalidade escrita e a artificialização
da produção dos alunos – tem se tornado um obstáculo para uma aprendizagem significativa.
Concepções sobre letramento (Bakhtin, Kleiman, Street, Soares, Freire) mostram uma possibilidade
concreta para um ensino-aprendizagem significativo.

Um caminho emancipatório para o ensino pode ser exemplificado pela:

15
a) Utilização de todos os possíveis artefatos tecnológicos em sala de aula.
b) Aproximação das atividades escolares com as práticas sociais dos alunos.
c) Criação de atividades e jogos competitivos do tipo ‘soletrando’.
d) Organização de grêmios estudantis para representar o interesse de estudantes.
e) Preparação de encontros e seminários para os estudantes trocarem ideias.

5. (CETREDE - 2019) O domínio da linguagem oral e escrita é imprescindível para a inserção


social do indivíduo, pois é por meio dele que o(os)(as):

a) Ser humano impõe seus pontos de vista.


b) Saberes linguísticos são determinados.
c) Direito de expressão é autorizado.
d) Informações são censuradas.
e) Conhecimento é construído.

6. (FGV - 2019) Leia o fragmento a seguir.

“_____________ é o processo de aprendizagem no qual se desenvolve a habilidade de ler e


escrever. ___________ é o processo que desenvolve o uso competente da leitura e da escrita
nas práticas sociais.”

Assinale a opção cujos termos completam corretamente as lacunas do fragmento acima.

a) Alfabetismo – Alfabetização.
b) IIetrismo – Letramento.
c) Letramento – Alfabetismo.
d) Alfabetização – Letramento.
e) Alfabetização – Iletrismo.

7. (GUALIMP – 2020 - adaptado) Para Ferreiro (1996) a leitura e escrita são sistemas
construídos paulatinamente. As primeiras escritas feitas pelos educandos no início da
aprendizagem devem ser consideradas como produções de grande valor, porque:

a) O desenvolvimento da alfabetização ocorre, sem dúvida, em um ambiente social.


b) Muitos professores ainda definem erroneamente o processo de alfabetização como
sinônimo de uma técnica.
c) A língua escrita adquire seu caráter de objeto social.
d) De alguma forma os seus esforços foram colocados nos papéis para representar algo.
e) Dominam convenções gráficas

8. (Nosso Rumo - 2020) No que concerne às capacidades linguísticas da alfabetização, a


compreensão e valorização da cultura escrita (capacidades, conhecimentos e atitudes) diz
respeito, entre outros, a:

a) Dominar as relações entre fonemas e grafemas.


b) Compreender a natureza alfabética do sistema da escrita.
c) Conhecer, utilizar e valorizar os modos de produção e de circulação da escrita na

16
sociedade.
d) Conhecer o alfabeto.
e) Dominar convenções gráficas.
[...] mais que alfabetizar, é ensinar a ler e a escrever dentro de um
contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e façam parte da
vida do aluno. Segundo o dicionário Aurélio, letrado é aquele “ver-
sado em letras, erudito”, enquanto que iletrado é “aquele que não
tem conhecimentos literários” e também o “analfabeto ou quase
analfabeto” (SOARES, 2004, p.16).

17
02
UNIDADE
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

18
2.1 INTRODUÇÃO

O domínio da escrita e da leitura é uma grande preocupação não só no ambiente


escolar, mas também por parte de toda a sociedade, principalmente, dos pais que têm
filhos matriculados nesse período escolar denominado: alfabetização. Além disso, essa
preocupação não se restringe em aprender a ler e a escrever, a escola precisa formar leitores
e escritores, sujeitos que dominem a leitura e a escrita e que saibam usá-las no dia a dia.

2.2 ENTENDENDO O TERMO


ALFABETIZAÇÃO

Para começarmos nossa conversa sobre o assunto é fundamental refletirmos sobre o


conceito de alfabetização. Geralmente, considera-se como alfabetizada a pessoa que sabe
ler e escrever. Contudo, essa questão do que vem a ser uma pessoa alfabetizada é bem mais
ampla e não se refere apenas às ações de codificação e decodificação. Podemos pensar a
alfabetização como um processo que circunda outras competências e que ocorre não só
de maneira sistematizada na escola, mas em todos os momentos da vida do indivíduo.
Diante disso, procuramos entender o conceito de alfabetização baseando-nos no
que propõe Soares (2010, p. 15), considerada uma das principais referências sobre o assunto:

[...] não parece apropriado, nem etimológica nem pedagogicamen-


te, que o termo alfabetização designe tanto o processo de aquisi-
ção da língua escrita quanto o seu desenvolvimento; etimologica-
mente, o termo alfabetização não ultrapassa o significado de levar
à aquisição do alfabeto’, ou seja, ensinar o código da língua escrita,
ensinar habilidades de ler e escrever; pedagogicamente, atribui um
significado mais amplo ao processo de alfabetização seria negar-
-lhe a especificidade, com reflexos indesejáveis na caracterização
de sua natureza, na configuração das habilidades básicas de leitura
e escrita, na definição da competência em alfabetizar. Toma-se, por
isso, aqui, alfabetização em seu sentido próprio, especifico: proces-
so de aquisição do código escrito das habilidades de leitura e da
escrita. Em relação ao conceito de alfabetização, assim entendido,
o debate básico desenvolve-se em torno de dois pontos de vista, de
certa forma, estão presentes no duplo significado que os verbos ler
e escrever possuem em nossa língua.

Para Soares (2010), o primeiro significado incide em dominar de maneira “mecânica”


a língua escrita. Nessa perspectiva, o indivíduo detém a habilidade de codificar a língua oral
em língua escrita e decodificar a língua escrita em língua oral, ou seja, a pessoa consegue
ler. Nesse primeiro entendimento basta decodificar, enquanto que para o segundo sentido
para os verbos ler e escrever é preciso que se entenda a língua. De acordo com Kramer
(1982) apud Soares, (2010, p. 16) “o objetivo primordial é a apreensão e a compreensão do
mundo, desde o que está mais próximo à criança ao que lhe está mais distante, visando à
comunicação, à aquisição de conhecimento, à troca”.
E assim o conceito de alfabetização foi se modificando em razão das mudanças das

19
questões de leitura e escrita e de acordo com Soares (2004, p. 72):
[...]à medida que foram se intensificando as demandas sociais de
profissionais de leitura e de escrita, apenas aprender a ler e a escre-
ver foi se revelando insuficiente, e tornou-se indispensável incluir
como parte constituinte do processo de alfabetização também o
desenvolvimento de habilidades para o uso competente da leitura
e da escrita nas práticas sociais e profissionais. Conclui dizendo que
[...] esse processo não pode ser dissociado do processo educativo,
que o inclui e lhe dá sentido.

É indiscutível a importância do domínio da língua oral e escrita para o desenvolvimento


pessoal, sendo assim, faz-se necessário que a escola busque novas metodologias que
possam contribuir para o aprendizado da leitura e da escrita dos educandos.

FIQUE ATENTO
Ferreiro (2003) acredita na alfabetização não apenas como um estado, mas um processo.
Ela inicia-se cedo e se estende pela vida. A alfabetização não é homogênea, não se alfabe-
tiza para usar a língua em todas as situação que ela possa ser empregada na escrita. Nor-
malmente, temos felicidades com a leitura de um tipo de texto e dificuldades para outros.
Lembrando que essas diferenças de leitura mudam de acordo com o período histórico, as
culturas e o avanço da tecnologia.

BUSQUE POR MAIS


Para maior conhecimento a respeito do referido tema deixamos aqui sugestão de
leitura complementar para orientar e aprofundar os estudos de vocês a respeito
de letramento e alfabetização. Leia a parte 1 do livro “Alfabetização e Letramento”
de Soares. Disponível em: https://bit.ly/3v2Ce9u. Acesso em: 12 abr. 2021.

2.3 APROPRIAÇÃO DA LINGUAGEM ESCRITA


( PSICOGÊNESE DA ESCRITA )

Um marco importante para os estudos relacionados à escrita no Brasil ocorreu em


1985 com a da tradução do título Psicogênese da língua escrita de autoria das pesquisadoras
Emília Ferreiro e Ana Teberosky. Segundo Mello (2015, p.254), “Mesmo antes da publicação
da tradução brasileira do livro Psicogênese da língua escrita e da divulgação dos resultados
na Argentina, Ferreiro começou a tratar do tema da alfabetização em nosso país”.
O livro, resultado de suas reflexões e pesquisas, busca evidenciar que existe um
novo modo de compreendermos a questão do fracasso da alfabetização. Para as autoras a
aprendizagem da leitura:

20
[...] entendida como questionamento a respeito da natureza, da
função e do valor desse objeto cultural que é a escrita, inicia-se mui-
to antes do que a escola imagina, transcorrendo por insuspeitados
caminhos” (Ferreiro e Teberosky, 1985, nota preliminar).

De acordo com as autoras Ferreiro e Teberosky (1985), a escrita tem início antes
mesmo do período em que a criança é matriculada na escola, essa iniciação se dá através
dos meios culturais, dos diferentes contextos educativos que a criança está inserida e de
acordo com a língua.
Sendo assim, não é suficiente saber ler e escrever para que uma pessoa possa ser
considerada alfabetizada, uma vez que a alfabetização vai muito além do domino do
alfabeto.
Podemos observar que a criança antes mesmo de frequentar a escola já tem uma
necessidade de explicar seus desenhos, mostrar o que eles representam; essa é uma
maneira de representação em linguagem escrita, pois é importante para ela mostrar
que os desenhos estão representando algo, têm um significado para ela. Em vista disso,
é importante o estímulo aos desenhos, aos rabiscos, às formas, à leitura e à escrita que
a criança produz, não devemos valorizar somente as letras, sílabas e palavras que são
consideradas certas de acordo com nosso código de língua.
Como nos aponta as pesquisadoras:
Na maioria de nossas sociedades as crianças iniciam a educação
elementar por volta de seis anos de idade, e ela já é capaz de fazer a
leitura e escrever de forma figurativa e essa leitura e escrita deve ser
considerada pelo o professor para ser posteriormente reconhecida
como a leitura que consideramos correta na norma culta (Ferreiro
e Teberosky, 1985, p. 77).

Nessa acepção, ao compreendermos a criança como sujeito cognoscente, a escola


passa a ter um novo papel, uma nova dimensão. Uma de suas funções, agora, é contribuir
para que as crianças tenham acesso à linguagem escrita que privilegie o sentido social, ou
seja, a criança passa a compreender a escrita e sua utilização no dia a dia. O aprendizado
da linguagem escrita não fica reduzido apenas a uma técnica, e sim, à construção de um
sistema de representação.
Sendo assim, a escola precisa deixar de operar com o princípio de que a leitura e
escrita baseiam-se no ensino de sinais ortográficos; normalmente, a instituição escolar
está mais preocupada em fazer com que a criança aprenda a identificar letras, sílabas e
palavras. No entanto, essa visão vem mudando ao longo do tempo.

GLOSSÁRIO
Cognoscente: Capaz de assimilar conhecimento, de conhecer, de passar a sa-
ber; quem busca saber ou tomar conhecimento sobre: sujeito cognoscente.
Fonte: Disponível em https://bit.ly/3n0A3R8. Acesso em: 24 mar. 2021.

21
2.4 O QUE É LETRAMENTO ?

A alfabetização está normalmente delimitada a um momento específico, enquanto


o letramento está relacionado à condição, ou seja, ao contexto. Que de acordo com Frade
(2011, p.18) o letramento é “conjunto de outras habilidades específicas que dá sentido o uso
dos textos.”
Desse modo, ao longo do tempo, o conceito de alfabetização foi sendo ampliado e
passa a ser praticamente um sinônimo de letramento. Soares nos aponta que o mundo da
escrita passa, essencialmente, por dois caminhos: um que se refere ao uso; o outro por meio
do aprendizado de uma técnica. Dessa maneira de acordo com Soares, a alfabetização se
refere ao conhecimento dessa técnica, definida da seguinte maneira pela autora:
Chamo a escrita de técnica, pois aprender a ler e a escrever envolve
relacionar sons com letras, fonemas com grafemas, para codificar
ou para decodificar. Envolve, também, aprender a segurar um lápis,
aprender que se escreve de cima para baixo e da esquerda para a
direita; enfim, envolve uma série de aspectos que chamo de técni-
cos. Essa é, então, uma porta de entrada indispensável (SOARES,
2003, p.15).

Além da porta de entrada técnica, conforme nos mostra Soares, há outra porta que
deve estar sempre ao lado da técnica que é o letramento. Conforme nos aponta Soares
(2002), podemos entender o letramento como um estado ou condição da pessoa que além
de saber ler e escrever, domina e desempenha as práticas sociais acerca da escrita. Dessa
maneira, ainda em consonância com Soares, entendemos que letramento não é apenas
o desenvolvimento de apropriação da leitura e da escrita refere-se também ao grau de
envolvimento com as práticas sociais da leitura e da escrita.
Para Kleiman (1995, p. 22) letramento é “[...] um conjunto de práticas sociais que usam
a escrita enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos,
para objetivos específicos”.
Assim, entende-se que o Letramento transcende o processo de alfabetização, uma
vez que não se limita apenas a ensinar a ler e escrever, mas possibilita que o indivíduo se
relacione com seus meios social e cultural. Em outras palavras, o sujeito passa a se apropriar
dos diferentes gêneros e tipos textuais e passa a usá-los a seu favor. Nessa perspectiva, a
escola deve trazer para a sala de aula situações concretas de uso da escrita.
As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não
necessariamente incorporam a prática da leitura e da escrita, não
necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a es-
crita, para envolver-se com as práticas sociais de escrita: não leem li-
vros, jornais, revistas, não sabem redigir um ofício, um requerimen-
to, uma declaração, não saber preencher um formulário, sentem
dificuldade para escrever um simples telegrama, uma carta, não
conseguem encontrar informações num catálogo telefônico, num
contrato de trabalho, numa conta de luz, numa bula de remédio
(SOARES, 2002, p. 46).

22
Vale ressaltar que o Letramento não é um novo método de Alfabetização. O conceito
de letramento como já vimos refere-se a um novo propósito com que se ensina a ler e
escrever. Dessa maneira, letrar vai além da técnica de alfabetizar, é levar o indivíduo a
desenvolver a capacidade de pensar criticamente. Letramento vai além do conceito de
escolaridade e de alfabetização.

2.5 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Ao pensarmos no conceito de alfabetização sob as novas perspectivas e de letramento,


logo, percebemos que esses novos conceitos trouxeram outras formas de alfabetizar,
sendo assim, a alfabetização extrapolou as barreiras da sala de aula. Quanto ao conceito de
letramento, esse veio reformular o que compreendemos sobre o ensino da Língua escrita.
[...] no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas e psi-
colinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também
do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamen-
te por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional
de escrita – a alfabetização – e pelo desenvolvimento de habilidades
de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práti-
cas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento (SOARES,
2004, p.10).
Com os novos entendimentos para o conceito de alfabetização, logo, devemos
refletir sobre o valor de se ampliar essa atividade, desse modo alfabetizar está relacionado
ao individual do sujeito, enquanto o letramento refere-se à sua dimensão social, essas
duas facetas são intrínsecas. Conforme Soares (2003), vale lembrar que um indivíduo
alfabetizado não significa um indivíduo letrado; a pessoa alfabetizada é aquela que sabe
codificar e decodificar, ou seja, consegue ler e escrever. Enquanto a pessoa letrada, ela
ocupa um estado de letramento, em outras palavras, não só sabe ler e escrever, como
também, consegue usar a leitura e a escrita no seu dia a dia, sabe quando e o que usar
corretamente, de acordo com as necessidades sociais em que esteja inserida.
Corroborando com as ideias expostas acima, para Kleiman Letramento vai além do
conceito de escolaridade e de alfabetização:
O fenômeno do letramento, então, extrapola o mundo da escrita tal
qual ele é concebido pelas instituições que se encarregam de intro-
duzir formalmente os sujeitos no mundo da escrita. Pode-se afir-
mar que a escola, a mais importante das agências de letramento,
preocupa-se não com o letramento, prática social, mas com apenas
um tipo de letramento, a alfabetização, o processo de aquisição de
códigos (alfabético, numérico), processo geralmente concebido em
termos de uma competência individual necessária para o sucesso
e promoção na escola. Já outras agências de letramento, como a
família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações
de letramento muito diferentes (KLEIMAN, 1995, p.20).

23
A partir do momento que se tem consciência da ideia de letramento, o compromisso
da escola e do alfabetizador é redobrado em relação à efetivação de práticas de letramento.
Já que idealizar a cidadania em uma sociedade letrada incide apresentar condições para
que os indivíduos sejam capazes de lidar de forma autônoma com a palavra escrita; de
maneira que consigam auxiliar as necessidades humanas e sociais, assim, se apropriando
do espaço que realmente é de direito na sociedade da qual o sujeito faz parte.
Como vimos nesta unidade, letramento e alfabetização não são conceitos tão
simples quanto parecem ao se pôr em prática. Ao pensarmos na alfabetização pelo viés
do letramento devemos nos lembrar de que se refere a um momento de mudança de
paradigma no ensino e na aprendizagem. Contudo, os questionamentos que levem a
mudanças benéficas da aprendizagem não podem parar. Sendo assim, o simples fato de
estar envolvido em práticas de letramento é satisfatório para ser letrado, ou para “ser letrado”
demanda o envolvimento nessas práticas, e um envolvimento de maneira autônoma.
Nesse caso, a criança, o adolescente ou o adulto que ainda não seja alfabetizado pode
estar vivendo esse processo de letramento, entretanto, não podem ainda ser considerados
letrados, uma vez que o uso da língua escrita por esse indivíduo não está sendo realizado
inteiramente com autonomia.
De maneira resumida, baseando-nos no entendimento da pesquisadora do assunto,
Soares (2014) segue os conceitos de letramento e alfabetização. Se pudéssemos ampliar o
sentido do vocábulo alfabetização talvez não houvesse necessidade da criação do termo
letramento. No entanto, essa criação se fez necessária, pois tradicionalmente, sejam em
dicionários, no uso do dia a dia e também para o senso comum, a alfabetização é entendida
somente como a aprendizagem do sistema alfabético e suas particularidades de uso, em
suma, aprender a ler e escrever. Dessa maneira, somente ampliar a significação do termo
alfabetização para que deixe de referir-se ao que vem designando há tanto tempo seria
uma tentativa sem sucesso, uma vez que o termo e seus significados já estão consolidados
na língua.
Por esse motivo, justifica-se a inserção do termo letramento, pois este aponta para
uma outra vertente da alfabetização, da aprendizagem da língua escrita. Pois letramento
refere-se ao desenvolvimento de habilidades que permitem que o indivíduo saiba usar a
leitura e a escrita de maneira eficiente, nos diversos contextos de sua vida, a pessoa letrada
estará apta a ler e escrever os mais variados tipos e gêneros textuais, em diversos suportes,
com diferentes objetivos em interação com seus interlocutores.

VAMOS PENSAR?
Sabemos que o período de aprendizagem da escrita e da leitura na vida da criança é mui-
to importante, pois ela será inserida numa nova forma de comunicação. No entanto, ainda
encontramos alguns profissionais e também pais que veem os conceitos de alfabetização e
letramento como iguais. A partir das definições apresentadas na unidade e da indicação de
leitura complementar sobre o tema alfabetização e letramento, busque fazer uma distinção
entre esses dois termos.

24
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (EXATUS-PR - 2015 – adaptado) Analise as afirmativas abaixo, no que se refere à


alfabetização e ao letramento.

I. A alfabetização é apenas um processo baseado em perceber e memorizar para aprender


a ler e escrever. Contudo, o aluno precisa construir um conhecimento de natureza
conceitual.
II. O letramento surge a partir das novas relações estabelecidas com as práticas de leitura
e escrita na sociedade, ao passo que não basta apenas saber ler e escrever, mas quais
funções a leitura e a escrita assumem em decorrência das novas exigências impostas
pela cultura letrada.
III. A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades
pela leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem.
IV. Em primeiro lugar a alfabetização é simplesmente a relação entre o método utilizado e
o estado de “maturidade” ou de “prontidão” da criança.

Está CORRETO o que se afirma em:

a) Apenas as afirmativas I, II e III.


b) Apenas as afirmativas II, III e IV.
c) Apenas as afirmativas II e III.
d) Apenas as afirmativas III e IV.
e) Apenas as afirmativas I e III.

2. (IDECAN- SEARH – RN-2016- adaptada) Analise as afirmativas correlatas.

I. “A criança, desde muito cedo, está inserida de forma sistemática, no mundo letrado.”

PORQUE

II. “Vive numa sociedade em que as pessoas são usuárias da linguagem.”

Assinale a alternativa correta.

a) As duas afirmativas são falsas.


b) As duas afirmativas são corretas e se completam.
c) A primeira afirmativa é falsa e a segunda, verdadeira.
d) As duas afirmativas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.
e) A primeira alternativa é verdadeira e a segunda, falsa.

3. (Quadrix - 2019) A respeito de alfabetização e letramento, correlacione as colunas e, em


seguida, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

25
1) Alfabetização
2) Letramento

( ) Aquisição de uma tecnologia: o sistema alfabético e ortográfico.


( )Deixa o indivíduo apto a desenvolver os mais diversos métodos de aprendizado da língua.
( ) Habilita o sujeito a utilizar a escrita e a leitura nos mais diversos contextos.
( ) Desenvolvimento de habilidades de uso da tecnologia da escrita.

a) 1/ 2/ 1/ 2.
b) 2/ 1/ 2/ 1.
c) 2/ 2/ 1/ 1.
d) 1/ 1/ 2/ 2 .
e) 1/ 2/ 2/ 1.

4. (Prefeitura Municipal de Jataí – Pedagogo- Quadrix - 2019) Assinale a alternativa que


apresenta o conceito de letramento:

a) Processo de codificação e decodificação da escrita.


b) Incorporação estrutural da capacidade de leitura.
c) Introdução do aluno adulto no mundo da escrita.
d) Desenvolvimento do uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais.
e) Desenvolvimento das estruturas neurais necessárias à leitura de diferentes estilos
textuais.

5. (CONTEMAX – 2019) Em conformidade com as dimensões da proposta pedagógica


para o ensino da linguagem escrita para crianças, marque a alternativa que complete
adequadamente a frase abaixo:

_______ se refere ao processo por meio do qual o sujeito domina o código e as habilidades
de utilizá-lo para ler e escrever. Trata-se do _______ da tecnologia, do conjunto de técnicas
que o capacita a exercer a arte e a ciência_______.

a) Letramento; desenvolvimento; do saber.


b) Alfabetização; domínio; da escrita.
c) Alfabetização; conhecimento; do saber.
d) Letramento; domínio; do saber.
e) Ensino; exercício; moderna.

6. (ADM&TEC – 2019) Leia as afirmativas a seguir:

I. Ao conduzir o processo de alfabetização e letramento, o alfabetizador deve compreender


que cada criança aprende no seu tempo, de acordo com suas diferenças e suas
capacidades cognitivas.
II. Considerar que as crianças são diferentes entre si, implica propiciar uma educação
baseada em condições de aprendizagem que desrespeitem suas necessidades e ritmos
individuais.

Marque a alternativa CORRETA:

26
a) As duas afirmativas são verdadeiras.
b) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
c) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
d) As duas afirmativas são falsas.
e) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.

7. (ADM&TEC – 2019) Leia as afirmativas a seguir:

I. A alfabetização é um processo que não se limita apenas a ler e escrever os signos do


alfabeto, mas, sim, compreender como funciona a estrutura da língua e a forma como
é utilizada.
II. A prática educativa deve evitar situações de aprendizagens que reproduzam contextos
cotidianos.

Marque a alternativa CORRETA:

a) A afirmativa I é falsa, e a II é verdadeira.


b) As duas afirmativas são verdadeiras.
c) A afirmativa I é verdadeira, e a II é falsa.
d) A afirmativa II é verdadeira, e a I é falsa.
e) As duas afirmativas são falsas.

8. (Avança SP – 2020) No que tange ao processo de alfabetização, analise os itens a seguir


e, ao final, assinale a alternativa correta:

I. O letramento é a forma pela qual as pessoas funcionam no discurso da sociedade.


II. O letramento se dá apenas na escola.
III. O letramento e a alfabetização são fenômenos independentes.

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens II e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.

27
03
MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO UNIDADE

28
3.1 INTRODUÇÃO
Na história das políticas de alfabetização, os debates sobre os métodos têm sido
um dos pontos mais polêmicos ao longo do tempo. E assim, as escolhas de métodos para
alfabetização ora são consideradas como a solução para resolver a questão do fracasso
da alfabetização, em outros momentos nega-se a necessidade de métodos, gerando
a desvalorização de práticas bem-sucedidas que se basearam na tradição do uso dos
métodos.

VAMOS PENSAR?
Antes de iniciarmos o conteúdo faremos uma atividade semelhante a que fizemos na
unidade I. Vamos exercitar a memória e tentar nos lembrar das situações abaixo?
• Em que ano foi alfabetizado?
• Frequentou a escola rural ou urbana?
• Quais eram os objetos escolares mais utilizados?
• Os exercícios e procedimentos mais aplicados?
• Havia livros didáticos ou usavam outro tipo de material?
• Você frequentou a pré-escola? Teve experiência prévia com a escrita?

Dessa maneira, cada um de nós passou pelo período da alfabetização, e se compararmos


nossas memórias, logo, perceberemos que alguns métodos em determinadas regiões e
estados se assemelham, e em outros são bem distintos. E veremos que há práticas de
alfabetização que se repetem para todos nós, em diferentes tempos. Mas, afinal, o que
seriam esses métodos? Historicamente, consideram-se dois métodos de alfabetização: o
sintético e o analítico.
A prática docente está interligada à metodologia usada, pois o trabalho do docente
organiza-se em função desse método. Nesta unidade, ampliaremos nossa visão para
essa prática, estudando as principais características dos métodos sintético e analítico
empregados no trabalho de alfabetização. Muito se vem discutindo sobre qual método de
ensino da leitura e da escrita é mais eficaz no processo de alfabetização.
Em relação aos métodos, Mortatti (2000) colabora nos mostrando que a alfabetização
é um procedimento que envolve a intenção, a sistematização e a escolarização e não há
como procedê-la sem um método; este deve abranger também os objetivos e os conteúdos
fundamentais ao desenvolvimento da prática de alfabetizar. Ou seja, a utilização dos
métodos é imprescindível, no entanto, não será somente eles que resolverão todos os
problemas que envolvem a alfabetização. Trata de um processo muito heterogêneo, o qual
está em uma busca constante para solucionar os problemas das crianças em aprender a
ler e a escrever, bem como as dificuldades encontradas pelos professores para ensinar as
crianças essas duas atividades tão importantes para a vida delas.
Sendo assim, ao discutirmos sobre os métodos de alfabetização não devemos
considerar que o método de ensino selecionado é somente uma das referências em um
processo de educação.

29
3.2 MÉTODOS SINTÉTICOS
Considerado o método de alfabetização mais antigo, existe há cerca de 2000 anos,
passou pela Antiguidade, chegando à Idade Média, momento em que foi adotado também
em alguns países europeus. A França, por exemplo, utilizava-se desse método para ensinar,
primeiramente, o latim e, posteriormente, ensinava-se a língua materna.
De acordo com Almeida (2008, p. 4234), os métodos sintéticos “seguem a marcha
que vai das partes para o todo, ou seja, primeiro a criança internaliza as unidades menores
(fonemas), para depois gradativamente chegar às unidades maiores”. Inicialmente se
aprende o processo de codificação e decodificação para, posteriormente, numa etapa
considerada mais avançada compreender a leitura e a escrita. A aprendizagem pelos
métodos sintéticos conduz à decodificação ou decifração. O método sintético se divide
em três processos: alfabético, fônico e silábico.
Segundo Frade (2005) há três métodos sintéticos que se sobressaem: o método da
soletração ou alfabético, que dá ênfase aos nomes das letras; o da silabação, que parte das
sílabas e os fônicos que iniciam das unidades menores, isto é, dos sons que correspondem
à pauta sonora.

3.2.1 MÉTODO ALFABÉTICO

No método Alfabético ou da soletração a criança aprende o nome de cada letra, suas


formas maiúsculas e minúsculas, a sequência do alfabeto e junta as letras entre si, formando
sílabas ou palavras. Dessa maneira, os alunos devem decorar as letras do alfabeto, letra por
letra, pois assim conseguirão formar sílaba, palavra ou texto. Conforme nos aponta Galeriani
e Galuch (2018, p. 2-3) enfatizando-se o processo de pronunciar “os “nomes” das letras antes
de fazer a combinação silábica (BE+A= BA, por exemplo). O ensino com a marcha sintética
contou com materiais didáticos para auxiliar o ensino e a aprendizagem da leitura e da
escrita.” De acordo com Frade (2005, p. 23), “um material que pode ser citado, que coincide
com o uso do método alfabético, são as Cartas de ABC e os silabários”
O método alfabético ou de soletração acontece pela:

[...] memorização que se dá por meio da: decoração oral das letras
do alfabeto, seu reconhecimento posterior em pequenas sequên-
cias e numa sequência de todo o alfabeto e, finalmente, de letras
isoladas. Em seguida a decoração de todos os casos possíveis de
combinações silábicas, que eram memorizadas sem que se esta-
belecesse a relação entre o que era reconhecido graficamente e o
que as letras representavam, ou seja, a fala (FRADE, 2007. p. 22-23).
O modo alfabético é considerado um dos mais tradicionais, é empregado há mais
de dois séculos. O método parte de unidades menores e abstratas que vão combinando
com outras à medida que a criança vai aprendendo. Geralmente, a criança aprende,
primeiramente, o nome das letras que compõem o alfabeto, posteriormente, quando junta
as letras vai soletrando e decorando algumas sílabas. Depois de aprender a juntar as sílabas
e decorá-las, a criança passa a buscar encontrar essas sílabas/palavras em um texto.

30
3.2.2 MÉTODO FÔNICO
Para o método fônico deve-se ensinar as relações entre os sons e as letras, com o
objetivo de levar a criança a relacionar a palavra falada com a palavra escrita. Dessa maneira,
a menor unidade para se analisar é o som. O método fônico tem por objetivo:
[...] desenvolver as habilidades metafonológicas e ensinar as corres-
pondências grafofonêmicas de modo que possa levar a criança a
adquirir leitura e escrita competentes; ou seja, escrita, fazendo co-
dificação fonografêmica fluente para poder registrar seus pensa-
mentos e, na leitura, fazendo decodificação grafofonêmica fluente
para obter acesso semântico natural à medida que processa o texto
(Capovilla 2004, p.6).

Para o método fônico, primeiramente, deve-se priorizar as atividades com as vogais


e, em seguida, as consoantes, dando destaque para a identificação gráfica, depois para os
nomes das letras e, posteriormente, para os sons característicos. O método fônico preocupa-
se em desenvolver a consciência fonológica, de maneira sistematizada e explícita. No que
se refere à sistemática do ensino da língua escrita, conforme o grau de dificuldade da
relação fonema-grafema, Seabra e Dias (2011, p. 312) defendem que o aluno desenvolve
as “[...] habilidades de decodificação grafofonêmica e de codificação fonografêmica,
paralelamente ao trabalho para desenvolvimento da consciência fonológica”.
Alguns pesquisadores apontam que esse método de alfabetização possibilita ao
aluno aprender a ler e a escrever de maneira mais autônoma, o que é benéfico para a
apropriação das linguagens oral e escrita. No entanto, Frade (2005) apresenta algumas
considerações em relação ao método fônico:

[...] algumas letras podem representar diversos fonemas, segundo


sua posição na palavra: a letra s, por exemplo, corresponde a dife-
rentes fonemas, conforme apareça no começo da palavra (sapato,
semente, sílaba, sorte, susto) ou entre vogais (casa, pose, música,
pouso, usual). Além disso, um fonema pode ser representado por
várias letras: o fonema /s/ por ser representado pela letra s (sape-
ca), pela letra c (cenoura), pela letra ç (laço), pelo dígrafo ss (assar),
pelo dígrafo sc (descer), pelo dígrafo xc (excelente). O princípio de
relação direta da fala com a escrita não se aplica, então, à maioria
dos casos. Por isso temos a ortografia e diversas convenções para
estabilizar essas diferenças de representação (FRADE, 2005, p. 27).

Figura 2: Metodologia fonética


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3sBRt7L. Acesso em: 10 jan. 2021.

31
Por outro lado, Capovilla e Capovilla (2002) esclarecem que ao se alfabetizar utilizando
o método fônico, este tende a potencializar o progresso da consciência fonológica e
também o ensino claro e visível da relação grafema-fonema avança gradualmente, ou seja,
parte dos sons das letras e chega-se à escrita de textos maiores, mais complexos.

3.2.3 MÉTODO SILÁBICO


No método da silabação a principal unidade a ser analisada pelos discentes é a
sílaba. Contudo, em algumas cartilhas de alfabetização do século XX o trabalho inicial de
alfabetização centrava-se nas vogais e seus encontros formando na sequência as sílabas.
No desenvolvimento do método, geralmente é escolhida uma or-
dem de apresentação, feita segundo princípios calcados na ideia
‘do mais fácil para o mais difícil’, ou seja, das sílabas ‘simples’ para
as ‘complexas’. São apresentadas palavras-chave, utilizadas apenas
para indicar as sílabas, que são destacadas das palavras e estuda-
das sistematicamente em famílias silábicas (FRADE, 2005, p. 27).
Como já mencionado, o foco do método silábico incide sobre as sílabas. No processo
de alfabetização o ensino dessas unidades menores é direcionado de maneira gradual
de acordo com o grau de dificuldade das famílias silábicas. A partir dos grupos silábicos
estudados, o aluno vai aprendendo a escrever palavras, depois as frases e, por fim, os
textos. Para esse método de ensino foram utilizadas as cartilhas. Frade (2005) destaca duas
cartilhas: Caminho Suave e Cartilha Sondré que direcionavam o ensino e a aprendizagem
para a decomposição e a composição das famílias silábicas.
Para Frade (2005) o método silábico tem vantagens e complexidades, para a autora,
uma das vantagens refere-se ao processo de aprendizagem da leitura, pois o método
facilita a leitura, uma vez que enfatiza as sílabas e não aos fonemas, separadamente.
No exemplo de uma lição (Lição do gato), da cartilha Caminho Suave, de Branca
Alves de Lima, percebemos que o que se pretende ensinar é a sílaba e não o sentido do
texto.

Figura 3: Lição do gato


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3viNmzp.
Acesso em: 20 mar. 2021.

32
O outro exemplo foi retirado da cartilha Sodré, esta cartilha traz mais de uma sílaba
em cada lição, a vogal é a mesma para todas as sílabas.

Figura 3: Repetição de sílaba


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3gCY53B.
Acesso em: 10 fev. 2021.

FIQUE ATENTO
Cartilha Suave: foi escrita pela autora Branca Alves de Lima, em São Paulo, 1974. Editora Ca-
minho Suave.
Cartilha Sondré: foi escrita por Benedita Stahl Sondré, em 1965 e editada pela Cia Editora
Nacional.

3.3 MÉTODOS ANALÍTICOS

Os métodos analíticos partem do todo para as partes e buscam romper completamente


com os conceitos da decifração. Os métodos mais conhecidos são: global, sentenciação e
palavração, o emprego deles defende-se o trabalho com sentido. Dessa maneira, esses
métodos estão preocupados com a compreensão, entendem que a linguagem escrita
deve ser ensinada à criança de acordo com sua percepção global da língua. A palavra, a
frase e o texto são as unidades de análise.
Conforme Frade (2005, p. 32), há alguns pontos comuns entre os defensores dos
métodos analíticos, que são:
• A linguagem funciona como um todo;
• Existe um princípio de sincretismo no pensamento infantil: primeiro percebe-se o todo
para depois se observar as partes;
• Os métodos de alfabetização devem priorizar a compreensão;
• No ato da leitura, o leitor se utiliza de estratégias globais de reconhecimento;
• O aprendizado da escrita não pode ser feito por fragmentos de palavras, mas por seu
significado, que é muito importante para o aprendiz;
• A escola tem que acompanhar os interesses, a linguagem e o universo infantil e, portanto,

33
as palavras percebidas globalmente também devem ser familiares e ter valor afetivo
para a criança.

3.3.1 MÉTODO GLOBAL


No método global parte-se de pequenas histórias, posteriormente, separa o texto
em frases, em seguida, as frases em palavras, as palavras em sílabas e, por fim, formam-se
novas palavras com as sílabas aprendidas. Sendo assim, no método global a aprendizagem
é voltada para a leitura e o texto é a base para o processo de alfabetização.
Para Freitas (2016, p. 56), o método global, didaticamente, faz o seguinte trajeto:
a. reconhecimento global do texto; b) memorização do texto; c)
divisão do texto em sentenças (frases); d) reconhecimento de
expressões (porções de sentido); e) divisão das sentenças em
palavras e f) divisão das palavras em sílabas.

Para Frade (2005, p. 37) “[...] quando se elege a organização do processo de apropriação
da língua escrita por palavra ou sentença, a criança tem acesso a uma significação, podendo
‘ler’ palavras, sentenças ou textos desde a primeira lição, por reconhecimento global”. Em
outras palavras, ao se usar o método global pressupõe-se que a criança ao memorizar as
palavras lidas, a decodificação dessas acontecem de maneira mais rápida.

3.3.2 MÉTODO DE PALAVRAÇÃO


Nesse método, as palavras consideradas mais expressivas são retiradas de um texto,
depois são agrupadas, em seguida são apresentadas aos alunos que aprendem a partir
da visualização dessas palavras. Isto é, o aluno aprende relacionando o vocábulo com a
imagem gráfica que visualiza.
Morais, Albuquerque e Leal (2008, p. 17) mostram como se dá o processo de palavração:
[...] a criança é colocada diante de uma lista de palavras ditas e
compreendidas num processo oral, usando, assim, a técnica da
memorização, para o reconhecimento global de certa quantidade
de palavras da lista em combinações diferentes, para construírem
sentenças significativas e, na sequência, trabalhar as sílabas/letras
até a criança se tornar capaz de fazer, de forma automática, as con-
versões letras/sons.

No método da palavração o ponto de partida do processo de alfabetização é a análise


das palavras, depois que o aluno aprende a decompor as palavras em sílabas e letras. Dessa
maneira, nesse método as crianças aprendem, primeiramente, a ler as palavras, globalmente,
depois que faz a decomposição. É considerado como um método descomplicado, uma vez
que emprega palavras básicas e estimula a criança ao reconhecimentos dos sonsa dessas
palavras.

3.3.3 MÉTODO DE SENTENCIAÇÃO

34
No método de sentenciação usa-se a comparação das palavras, assim, o professor
separa os elementos que já são de conhecimento do aluno, pois assim há uma expansão
do vocabulário na aprendizagem. Dessa forma, vão surgindo novas palavras e as leituras
delas vão sendo aprendidas. “Na sentenciação, a unidade inicial do aprendizado é a frase,
que é depois dividida em palavras, de onde são extraídos os elementos mais simples: as
sílabas” (BORGES, 2008, p. 3).
Dessa forma, percebemos que no método da sentenciação o processo de ensino
parte da leitura global e compreensão das sentenças, ou seja, das frases; em seguida,
realiza-se a decomposição das palavras e, por fim, chega-se às sílabas. A alfabetização
por esse método conduz-se à comparação e à decomposição de palavras. Com isso, a
aprendizagem do aluno por meio do método de sentenciação incide em aprender a leitura
e a escrita de novas palavras. Como o nome do método indica, no processo de sentenciação
o aprendizado da leitura e escrita inicia-se por frases inteiras e explora-se a memorização.
Para sistematizar essa síntese da abordagem dos métodos observe o quadro abaixo:

Figura 5: Sinopse das fases dos métodos


Fonte: Disponível em https://bit.ly/3x4YMbD. Acesso em: 12 abr. 2021.

BUSQUE POR MAIS


Entenda mais sobre os métodos de alfabetização, sua condição fundamental e a
realidade nas salas de aula durante o processo de letramento infantil, lendo o livro
“Alfabetização: a questão dos métodos” da pesquisadora Magda Soares. Dispo-
nível em: https://bit.ly/3szyM4K. Acesso em: 14 fev. 2021.

35
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Identifique as ideias centrais dos métodos de alfabetização, fazendo a correspondência


dos números e parênteses. Em seguida, marque a opção correta.

1) Método alfabético.
2) Método fônico.
3) Método silábico.
4) Método global .

( ) Elege como unidade o fonema, ressaltando as relações diretas entre a cadeia sonora e
a representação escrita.
( ) Prioriza o ensino do alfabeto e a identificação de letra por letra, para o reconhecimento
de sílabas e palavras.
( ) Toma como unidade mínima as sílabas e as reorganiza para compor novas palavras.
( ) Elege como unidade o texto, por considerá-lo uma unidade que leva à compreensão.

a) 2,1,3,4.
b) 3,2,1,4.
c) 2,4,3,1.
d) 4,1,3,2.
e) 1,4,2,3.

2. (URI – 2018) O processo de popularização da língua escrita originou a preocupação com


o “como alfabetizar”. Desde então, a busca pelo melhor método de alfabetização é uma
constante. No que diz respeito aos métodos de alfabetização sintético e analítico (Moll, p.
60), pode-se afirmar que:

1. O método de marcha sintética é o mais antigo; usado na Grécia e Roma Antiga tem
mais de 2.000 anos. Parte do elemento para o todo, isto é, da letra para a sílaba e da
sílaba para a palavra; propõe partir dos elementos mais simples para chegar aos mais
complexos.
2. Pelo método sintético, no processo fônico, a fase inicial da aprendizagem concentra-se
no reconhecimento das sílabas prontas, assim como há uma maior preocupação em
dar ênfase à articulação das consoantes com as vogais.
3. Os métodos sintéticos conduzem a uma decodificação automática, que pode provocar
o desinteresse da criança pela leitura e o consequentemente afastamento da realidade
social.
4. Os métodos sintéticos têm como pressuposto o conceito de que, para ensinar a ler, é
preciso partir de unidades significativas da língua: palavras, sentenças ou textos. Buscam
uma alfabetização mais significativa; entretanto centram a atenção em estratégias
visuais, cristalizando o processo de alfabetização em etapas e procedimentos que
desconsideram o processo de aprendizagem do aluno.
5. Os métodos sintéticos se desdobram em processos de palavração, sentenciação e

36
contos, assim como os analíticos se desdobram em processos como o alfabético, o
silábico e o fônico.

Está (estão) correta(s):

a) Somente as alternativas 2, 3 e 4.
b) Somente a alternativa 3.
c) Somente as alternativas 1 e 3.
d) Somente as alternativas 3 e 4.
e) Somente as alternativas 2 e 4.

3. (MUNICÍPIO DE IPOJUCA - PROFESSOR ALFABETIZADOR – adaptado) Leia o texto.

“Conheço todas as letras, mas juntar é que é o difícil. Minha professora, quando eu era
garoto, ensinava... A lição era assim: letra por letra. Eu chega ficava feliz quando terminava
a lição, porque ia escapulindo. Agora não tem mais nesse panorama. Mas, de primeiro, era
assim”.
Seu Aguinaldo (Aluno do Programa Brasil Alfabetizado- PCR/UFPE/UPE/UFRPE)

A fala acima revela a experiência escolar de seu Aguinaldo com a escrita. Enquanto
professores alfabetizadores, como é definida a condição desse aluno?

a) Alfabetizado, porque conhecia todas as letras.


b) Alfabetizado, porque estava em contato com as letras por meio da lição.
c) Analfabeto, porque, embora conhecesse as letras, não dominava a leitura e a escrita.
d) Analfabeto, porque juntava as letras, embora com dificuldade.
e) Alfabetizado, porque juntava as letras, e isso o habilitava a escrever o seu nome.

4. (MUNICÍPIO DE IPOJUCA - PROFESSOR ALFABETIZADOR) A vivência do Seu Aguinaldo


com a escrita alfabética remete-nos a um método de alfabetização recorrente em muitas
práticas escolares. Identifique a alternativa cuja caracterização remeta ao método
empregado na alfabetização desse aluno.

I. Partem das palavras, das frases ou de pequenos textos, para depois conduzir à análise
das letras e das sílabas (Métodos analíticos).
II. Partem do treino do nome das letras, em que os alunos pronunciavam os nomes das
letras, unindo-as em sílabas e depois, em palavras (bê com a, ba, te com a, ta, bata)
(Métodos sintéticos).
III. Partem das palavras, das frases, dos textos, para, logo em seguida, passarem à
decomposição das palavras em letras ou em sílabas (Métodos analítico-sintéticos).

a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) III, apenas.
d) II, apenas.
e) I e III, apenas.

37
5. (MUNICÍPIO DE IPOJUCA -PROFESSOR ALFABETIZADOR) Analise a tirinha abaixo:

É CORRETO afirmar que a fala da personagem Mafalda representa um/a:

a) Crítica ao modelo de escola que se engaja na luta por uma alfabetização letrada.
b) Denúncia de um modelo de escola que a impossibilita de vivenciar as práticas de
alfabetização letrada. C) elogio à forma como a escola a alfabetiza e a insere em eventos
mediados pela escrita.
c) Reconhecimento de que a alfabetização escolar supre as suas necessidades cotidianas.
d) Louvor à rotina escolar e à sua capacidade de dialogar com a sua realidade letrada.

6. (PROCESSO SELETIVO- TREVISO/SC) Segundo a autora Ferreiro, há crianças que


chegam à escola sabendo que a escrita serve para escrever coisas inteligentes, divertidas
ou importantes. Ferreiro ainda afirma que:

a) “A alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, por um indivíduo ou grupo de


indivíduos”.
b) “A alfabetização não é um estado ao qual se chega, mas um processo cujo início é na
maioria dos casos anterior a escola e que não termina ao finalizar a escola primária”.
c) “A alfabetização é um processo no qual o indivíduo assimila o aprendizado do alfabeto e
a sua utilização como código de comunicação”.
d) “A alfabetização envolve também o desenvolvimento de novas formas de compreensão
e uso da linguagem de uma maneira geral”.
e) “A alfabetização de qualquer indivíduo é algo que nunca será alcançado por completo,
ou seja, não há um ponto final”.

7. (PROCESSO SELETIVO – TREVISO/SC) Relacione os itens abaixo com a coluna a seguir:

I. Método Sintético
II. Método Analítico
III. Método Analítico-Sintético

( ) Aprendizagem ocorre por meio de letra por letra e sílaba por sílaba e palavra por palavra.
( ) Faz com que as crianças compreendam o sentido de um texto.
( ) Caracteriza-se por explorar o todo significativo e as partes simultaneamente.
( ) Prioriza as habilidades de ouvir, falar e escrever.
( ) O indivíduo é capaz de perceber os símbolos gráficos de uma forma geral.

Assinale a alternativa com a sequência CORRETA:

A) I, II, III, III, II.

38
B) III, I, II, I, I.
C) II, II, I, III, I.
D) I, II, III, II, I.
E) II, I, III, I, II.

8. (Pref. Maracanaú/CE - PEB - ALFABETIZADOR – 2015) A evolução da escrita do nível


silábico-alfabética para o alfabético é repleta de especificidades. Conhecê-las é fundamental
para __________ adequadamente o __________ dos alunos e melhor ajudá-los a __________.

Em sequência as palavras que completam corretamente essas lacunas são:

a) Avançar; desenvolvimento; avaliar.


b) Desenvolvimento; avaliar; avançar.
c) Avançar; avaliar; desenvolvimento.
d) Avaliar; desenvolvimento; avançar.
e) Desenvolvimento; avançar; avaliar.

39
04
ARTICULANDO TEORIA E PRÁTICA UNIDADE
OU PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS

40
4.1 INTRODUÇÃO

O planejamento escolar é um encargo do professor que abrange tanto as atividades


previstas para determinado período, quanto para a organização dessas tarefas. Pois o
docente deve coordená-las de acordo com os objetivos e as metas que se pretende alcançar.
Como se sabe, o planejamento deve ser flexível, por isso, o professor deverá adequá-lo de
acordo com as necessidades que surgirem ao longo de sua execução. Vale lembrar que o
planejamento é uma forma de organizar e programar as ações do professor mas, sobretudo,
é uma oportunidade de pesquisa que o leva à reflexão de suas práticas pedagógicas. Dessa
maneira, é possível também nesse momento aliar teoria e prática.

4.2 PLANEJAR: O PONTO DE PARTIDA

O planejamento escolar é tido como um elemento fundamental na prática docente,


pois contribui para a aquisição do conhecimento, além de colaborar na orientação e no
trabalho do professor. Para Vasconcelos (2000), planejar é “antecipar mentalmente uma
ação ou um conjunto de ações a serem realizadas, é agir de acordo como o previsto”. Ainda,
de acordo com o autor planejar não é “apenas algo que se faz antes de agir, é também agir
em função daquilo que se pensa”.
O planejamento pode ser um ato individual ou em grupo, por meio do qual pode-se
traçar estratégias, definir recursos para se alcançar os objetivos propostos. Para Gandin
(1993, p. 19), planejar é “transformar a realidade em uma direção escolhida, é implantar
um processo de intervenção da realidade; enfim, é agir racionalmente, dando clareza e
precisão a ação individual ou do grupo”. De acordo com Castro (1977, p. 16) o planejamento
é uma “tentativa de antecipar e ordenar decisões que deverão ser tomadas, visando atingir
algum conjunto de objetivos especificados”.
O planejamento deve envolver a teoria e a prática, como há objetivos a serem
alcançados, consequentemente, há mudanças a serem realizadas. Portanto, não é um ato
indiferente; ao contrário, é um ato pensado, uma ação constante. Por meio do planejamento
busca-se o equilíbrio entre os meios pelos quais passa o ato de planejar e o fim que se
pretende alcançar, que são os objetivos a que se propôs atingir.
O ato de planejar é sempre processo de reflexão, de tomada de de-
cisão sobre a ação; processo de previsão de necessidades e racio-
nalização de emprego de meios (materiais) e recursos (humanos)
disponíveis, visando à concretização de objetivos, em prazos deter-
minados e etapas definidas, a partir dos resultados das avaliações
(Padilha, 2001, p. 30).

Para alfabetizar é imprescindível que se tenha um bom planejamento, o qual deverá


ser usado como um guia norteador ao professor na sua prática profissional diária. Dessa
maneira, o ato de planejar faz parte do cotidiano da educação. Não há ensino de qualidade
se não houver planejamento.
Conforme nos aponta Santana (1995) o planejamento educacional pode ser assinalado
como uma atividade constante que objetiva percorrer um caminho para se atingir uma
meta, nesse trajeto poderão ser usadas várias ferramentas e estratégias para se alcançar os
objetivos propostos. Sendo assim, parte-se da situação atual e prevê uma futura situação

41
que atenda às necessidades dos alunos.
De acordo com Souza e Santos (2019) na educação temos diversos níveis de
planejamento:

• Planejamento em um sistema educacional – abrange um nível macro, pois abrange


todo o nível de sistema educacional podendo ocorrer nas esferas: nacional, estadual ou
municipal.
• Planejamento escolar – esse é realizado em âmbito escolar, trata-se da organização
geral das atividades de aprendizagem e ensino de uma unidade escolar.
• Planejamento curricular – Momento de estabelecer quais os componentes curriculares
irão fazer parte do curso por todo o período letivo;
• Plano de ensino – Programa-se a organização das atividades didáticas que serão
aplicadas para cada disciplina. É basicamente um roteiro que se monta relacionando os
conteúdos da disciplina com as metas estabelecidas.
• Plano de aula – o detalhamento das atividades que serão desenvolvidas na sala de aula,
ou seja, é o planejamento diário de cada aula.

O planejamento no contexto escolar é muito importante. Pois orienta o trabalho


do professor, uma vez que nele são estabelecidas as diretrizes e as estratégias para que
o docente realize seu trabalho. Tendo em vista que o papel do planejamento é orientar
a prática docente, ele não pode ser construído sem uma avaliação e/ou diagnóstico do
contexto escolar real e não deve ser um documento fixo. Vale lembrar que o processo de
ensino está sempre em movimento, portanto, não é estanque e definitivo, está sempre
sendo modificado.
Ainda em consonância com os autores Souza e Santos (2019), o planejamento tem
como características básicas:

• Que não haja improvisos.


• Que se preveja o futuro e estabeleça um trajeto que norteie adequadamente o
desempenho da educação.
• Que haja um acompanhamento e avaliações das próprias ações; pois essas duas
caminham juntas, uma complementa a outra.

Ao elaborar o planejamento escolar deve-se partir, como já mencionado, da atual


realidade que se encontra a escola, fazer diagnósticos antes de planejar é fundamental.
Esses diagnósticos devem ser: do nível de aprendizagem e também dos recursos que a
escola tem para oferecer. Ao se pensar no planejamento, algumas perguntas devem estar
orientando o trabalho que são: para que, para quem e o que planejar. Essas indagações
devem ser respondidas pelo resultado dos diagnósticos já realizados. Sendo assim,
podemos dizer que o planejamento tem seu cunho político-social.
De acordo com Souza e Santos (2019) outra importante etapa do planejamento é
organizar os elementos que o constituem:

• Objetivos: referem às metas que foram estabelecidas, ou seja, qual a finalidade,


o propósito ao se formular os objetivos, que devem fazer uma relação direta com os
conteúdos.
• Conteúdo: o que vai ser apresentado em sala de aula de acordo com a área de

42
conhecimento, ou seja, é um saber sistematizado que abarca costumes, comportamentos,
princípios e ideologias.
• Metodologia: é o caminho que o professor vai trilhar para alcançar os objetivos
propostos, podemos dizer que é um conjunto de métodos empregados no contexto de
ensino-aprendizagem.
• Recursos: são os materiais que serão utilizados no processo de ensino-aprendizagem,
sejam eles físicos ou humanos.
• Avaliação: é uma das etapas do planejamento que está presente diariamente no
contexto escolar, esse tipo de avaliação tem a função de diagnosticar continuamente,
pois é ela quem vai detectar os impasses que podem ocorrer na aprendizagem do
aluno e também na atuação do professor. Sendo assim, esse recurso contribui para o
desenvolvimento do processo educacional por meio de reflexões contínuas.

FIQUE ATENTO
Planejar é “antecipar mentalmente uma ação ou um conjunto de ações a serem realizadas,
é agir de acordo como o previsto” (VASCONCELOS, 2000, p. 79).

BUSQUE POR MAIS


Com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos sobre planejamento escolar leia
o primeiro capítulo do livro “Planejamento, gestão e Legislação escolar” do autor
Geraldo José Sant’Anna. Disponível em: https://bit.ly/3n2wxFG. Acesso em: 12 abr.
2012.

4.3 ESTABELECER METAS E OBJETIVOS


Para que se tenha um planejamento bem-sucedido deve-se, primeiramente,
estabelecer metas. Assim, precisa entender o objetivo escolhido e planejar de que maneira
vai atingi-lo, pois isso é essencial. Como exemplo, pense numa viagem para um local que
você desconhece. Para se chegar ao destino com maior comodidade e sem transtornos
deve-se, primeiramente, analisar o mapa do percurso e traçar uma rota de como chegar ao
destino. Assim, também deve ser o planejamento escolar.
Ao se estabelecer metas em sala de aula assinala-se um trajeto de aprendizagem
para os alunos. Com isso, há um passo a passo das ações pedagógicas que o professor
deve seguir, e essas ações planejadas já terão um tempo estipulado para serem realizadas
e faz-se necessário também ter estabelecidos critérios para saber e entender se o percurso
percorrido foi realmente bem-sucedido.
No entanto, antes de definir as metas deve-se determinar, precisamente, quais são
seus objetivos. Lembre-se que eles serão sua prioridade. E o que são as metas? São as
tarefas que o professor vai desenvolver com os estudantes para atingir o objetivo proposto.
Para Gandin (1993, p. 55), a preocupação principal do planejamento é “definir fins,
buscar conceber visões globalizantes e de eficácia”, em outras palavras, ao produzir um

43
planejamento no contexto escolar deve-se levar em consideração as questões política,
social, econômica, cultural e educacional.
Já que para alcançar o objetivo o professor, necessariamente, deverá cumprir a meta.
Antes de estabelecer esses dois pontos, o docente deverá refletir sobre as dificuldades
que os alunos estão tendo na aprendizagem. Faça uma lista das principais, em seguida,
priorize uma de cada vez. Sabe-se que, às vezes, uma dificuldade sanada ou amenizada
vai colaborar para que o mesmo ocorra com outra. Exemplo: Se a maior necessidade de
aprendizagem da turma for de leitura, o professor vai determinar que um percentual desses
alunos lerá com mais fluência determinados gêneros textuais, em determinado tempo.
Assim, cumprirá o objetivo proposto. Consequentemente, se o aluno melhora a leitura, pois
passou a ler com mais frequência, com uma determinada intenção; a escrita desse aluno,
com certeza, também terá melhora significativa.
Nesse sentido, Mansani aponta algumas metas que podem ser estabelecidas para
a turma. A professora sugere que sejam divididas a curto, a médio e a longo prazos. E nos
apresenta algumas possibilidades:
A curto prazo: oferecer às crianças o acesso aos materiais impres-
sos em portadores do gênero como cartazes e folhetos, suplemen-
tos jornalísticos infantis, uma vez por semana, dentro do prazo de
um mês. Para que assim conheçam e se habituem à leitura, que
nessa etapa pode ser realizada pela professora.
A médio prazo: realizar com as crianças práticas de leitura compar-
tilhada de notícias curtas e textos de campanhas de conscientiza-
ção. Os conteúdos devem ser destinados ao público infantil. Essa
atividade pode ser feita pelo menos duas vezes por semana.
A longo prazo: desenvolver práticas de leitura de notícias curtas e
textos de campanhas de conscientização, ambos destinados ao pú-
blico infantil. As crianças podem ler individualmente com autono-
mia e responder pelo menos duas perguntas referentes aos textos,
uma com resposta explícita e uma implícita. As leituras podem ser
feitas uma vez por semana por dois meses consecutivos (Mansani
2019, p.3).

De acordo com a professora, ao cumprir as metas acima descritas, terá programado


mais de vinte atividades para a rotina da sala de aula relacionadas à leitura. Ou seja,
conforme nos aponta Mansani (2019, p.2) “ao se estabelecer metas, organizar, sistematizar
e direcionar o seu trabalho em sala pode gerar impactos positivos na alfabetização dos
alunos”. Dessa maneira, percebemos o quanto é importante o planejamento educacional
para o processo de alfabetização e para o ensino aprendizagem de maneira geral.

VAMOS PENSAR?
Para fazer um bom planejamento para a alfabetização deve-se levar em consideração al-
gumas questões:
• Levantar o perfil dos alunos e suas experiências com a leitura e a escrita.
• Definir os objetivos e metas a serem alcançados.
• Analisar os problemas, as metodologias de trabalho e as soluções para o desenvolvi-
mento da alfabetização.

44
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (CESPE/CEBRASPE - 2018 - IFF - Professor - Ensino Tecnologia) Define-se planejamento
escolar como:

a) Processo complexo de seleção dos conteúdos que deverão ser ministrados em uma aula.
b) Processo permanente de preenchimento de formulários para controle administrativo.
c) Processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente e de articulação
da atividade escolar e da problemática do contexto social.
d) Atividade docente fundamentada nos interesses dominantes da sociedade.
e) Atividade de reflexão sobre temáticas curriculares independente de aspectos econômicos,
políticos e culturais.

2. (CESPE - 2020 - TJ-PA - Analista Judiciário – Pedagogia) Acerca dos elementos


constitutivos do planejamento de ensino, assinale a opção correta.

a) Para que o plano da escola seja um instrumento para a ação, ele deverá apresentar
ordem sequencial, objetividade, coerência e teor inflexível.
b) Os principais requisitos para o planejamento são a unidade, o foco central dos conteúdos,
a avaliação diagnóstica e a postura democrática do docente.
c) Existem apenas duas modalidades de planejamento, articuladas entre si: o plano de
políticas públicas e o plano da escola.
d) Objetivos, conteúdos e métodos — elementos do planejamento escolar — não apresentam
implicações sociais nem significado político.
e) O planejamento inclui a previsão das atividades didáticas, a revisão e a adequação no
decorrer do processo de ensino.

3. (OMNI - 2021 - Prefeitura de Iraceminha - SC – Professor – adaptada) Para que a aula


seja, efetivamente, dada aos alunos deve passar por um momento de planejamento da
ação pelo professor. Diante disso, abaixo estão algumas ações desse planejamento, marque
a alternativa CORRETA.

a) As metas e objetivos do plano de aula podem ou não fazer parte do planejamento.


b) A avaliação é algo sem nenhuma importância no planejamento das aulas.
c) A seleção de conteúdo não é relevante para o planejamento de aula.
d) Quais procedimentos serão adotados durante a aula faz parte do planejamento.
e) Não há necessidade de fazer diagnóstico para se planejar as ações.

4. (IF-MS - 2019 - IF-MS – Pedagogo) De acordo com os estudos de Lopes (1991), é muito
comum notarmos que o planejamento, na prática, acaba reduzido a uma ação mecânica
e burocrática do professor. Assinale a alternativa que corresponde a uma das funções
primordiais do plano de aula.

a) Serve não só para orientar as ações do professor como também para possibilitar
constantes revisões e aprimoramentos por meio da reflexão criteriosa sobre a prática.

45
b) Serve para assegurar o acompanhamento e o controle administrativo das redes de
ensino e/ou mantenedoras sobre a ação docente e seus resultados.
c) Serve para definir as ações coletivas de redirecionamento das políticas e sistemas de
avaliação.
d) Serve não só para apontar o desempenho dos docentes em serviço, como também para
validar mecanismos de seleção de novos profissionais.
e) Serve não só para orientar as ações da gestão escolar, como também constantes revisões
e aprimoramentos dos conselhos escolares.

5. (FAFIPA - 2020 - Prefeitura de Arapongas - PR - Professor - Educação Infantil) O


planejamento é um instrumento de ação educativa, sendo um processo de racionalização,
organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a
problemática do contexto social. Existem três modalidades de planejamento no ambiente
escolar articuladas entre si, sendo elas:

I. Plano da escola: é um documento mais global; expressa orientações gerais que sintetizam,
de um lado, as ligações da escola com o sistema escolar mais amplo, e, de outro, as
ligações do projeto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos.
II. Plano de ensino: é a previsão do desenvolvimento do conteúdo para uma aula ou
conjunto de aulas e tem um caráter bastante específico.
III. Plano de aulas: é a previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou
semestre. Este é um documento mais elaborado, divido por unidades sequenciais, no
qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.

Estão CORRETAS:

a) Apenas I e III.
b) Apenas I.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) Todas as assertivas.

6. (FCM - 2017 - Prefeitura de Tabuleiro - MG - Pedagogo- adaptado) O plano de aula


é o planejamento diário das atividades pedagógico-didáticas, em conformidade com o
projeto de ensino e de aprendizagem e com o projeto político-pedagógico da escola.

Nesta perspectiva de planejamento educacional são elementos constitutivos do plano de


aula os descritos em:

a) Marco referencial / diagnóstico / programação / avaliação de conjunto.


b) Práxis interativa / método / significação / visão de processo avaliativo.
c) Dimensão atitudinal / criticidade / diálogo problematizador / avaliação do processo.
d) Objetivos / conteúdos / metodologia / avaliação.
e) Criticidade/metodologia/método/diagnóstico.

7. (FAUEL - 2020 - Prefeitura de Jaguapitã - PR - Professor – adaptada) Sabemos que


atividade de planejar deve permear todo o trabalho docente de ensino, tendo em vista a

46
aprendizagem dos alunos em tempos e espaços organizados assim como diz Luckesi (1992,
p. 121) “planejar é um conjunto de ações coordenadas visando atingir os resultados previstos
de forma mais eficiente e econômica”. Tais ações devem ser descritas, metodologicamente,
e apontar intencionalidades educativas, bem como mecanismos de verificação que
revelam se elas foram ou não alcançadas.

Nesse molde temos como produto inicial de uma atividade docente CHAMADA:

a) Currículo escolar.
b) Projeto Político Pedagógico
c) Plano de aula.
d) Planejamento Escolar.
e) Plano de ação escolar.

8. (Avança SP - 2020 - Prefeitura de Louveira - SP - Professor Ensino Básico) No que


se refere ao planejamento dos professores, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a
alternativa correta:

I. Obriga à busca prévia de materiais, tomando o tempo da elaboração de assuntos mais


relevantes.
II. Facilita o enriquecimento profissional, por ser uma atividade que é motivo de reflexão
sobre a prática e um esquema flexível para uma ação consciente.
III. Desvincula sua elaboração da avaliação dos processos educativos e pedagógicos
instaurados pelo currículo.

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e III são verdadeiros.
e) Todos os itens são verdadeiros.

47
05
TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO UNIDADE
E COMUNICAÇÃO (TIC) NA
ALFABETIZAÇÃO

48
5.1 INTRODUÇÃO
Atualmente, há muitas ferramentas tecnológicas que podem ser usadas na educação,
vários desses recursos foram desenvolvidos com o objetivo de auxiliar o professor em sua
prática docente. Dessa maneira, cabe ao professor buscar aternativas que contribuam
para o contexto de ensino e aprendizagem do estudante, essas escolhas devem estar em
consonância com suas necessidades e possibilidades. Esses recursos tecnlógicos estão
disponíveis para todos os níveis de aprendizagem, inclusive para a alfabetização, como
veremos a seguir.

5.2 COMO UTILIZAR AS TIC’S NA ALFABETIZAÇÃO


Como sabemos, o professor tem grande influência sobre seus os alunos, por isso, cabe
a ele propor desafios para que eles procurem resolvê-los. O docente é quem determina as
melhores estratégias a serem utilizadas na sala de aula. A maneira como ele atua está,
muitas vezes, relacionada à sua forma de aprender. Para o educador Paulo Freire (1996, p.
25):
Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos,
apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem á condição
de objeto, um do outro. Quem ensina aprende ao ensinar e quem
aprende ensina ao aprender.

A maneira como se conduz o processo de ensino-aprendizagem poderá facilitar


ou não a aprendizagem do discente e, consequentemente, influenciar o processo de
alfabetização e letramento. Por isso, é muito importante que o professor atente-se às suas
maneiras de ensinar.
É extremamente relevante que o professor esteja atento aos problemas de
aprendizagem de cada um de seus alunos e leve diversas alternativas de construção do
conhecimento para a sala de aula, pois devemos nos lembrar de que cada aluno tem
sua maneira de consolidar o conhecimento adquirido e isso contribuirá para resolver as
dificuldades dos discentes.
Sendo assim, um ambiente adequado à alfabetização contribuirá no aprendizado dos
alunos. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil traz algumas sugestões
de como deve ser preparado esse espaço alfabetizador:

A experiência com textos variados e de diferentes gêneros é funda-


mental para a constituição do ambiente de letramento. A seleção
de material escrito, portanto, deve estar guiada pela necessidade
de iniciar as crianças no contato com diversos textos e de facilitar a
observação de práticas sociais e de leitura e escrita nas quais suas
diferentes funções e características sejam consideradas. Nesse sen-
tido, os textos de literatura geral e infantil, jornais, revistas, textos
publicitários, etc. são os modelos que se pode oferecer às crianças
para que aprendam sobre a linguagem que se usa para escrever
(BRASIL, 1998, p.151).

49
Dessa maneira, percebemos que os educadores devem buscar a ressignificação da
sala de aula, tornando-a em um ambiente facilitador de conhecimentos, abrindo espaço
para as diferentes manifestações linguísticas e também para a variedade tecnológica com
as quais somos beneficiados, atualmente.
Pensando nesse ambiente privilegiado, Valente defende o uso da tecnologia para a
educação, para o autor:
A introdução do computador na educação tem provocado uma
verdadeira revolução na nossa concepção de ensino e de aprendi-
zado. Primeiro, os computadores podem ser usados para ensinar.
A quantidade de programas educacionais e as diferentes modali-
dades de uso do computador mostram que esta tecnologia pode
ser bastante útil no processo de ensino-aprendizado. Segundo, a
analise destes programas mostram que, num primeiro momento,
eles podem ser caracterizados como simplesmente uma nova ver-
são computadorizada dos atuais métodos de ensino. A história do
desenvolvimento de software educacional mostra que os primeiros
programas nesta área são versões computadorizadas do que acon-
tece na sala de aula. Entretanto, isto é um processo normal que
acontece com a introdução de qualquer tecnologia na sociedade
(VALENTE, 1991, p.17).

A inserção do computador para fins educacionais ainda causa uma inquietação. Num
primeiro momento, o uso dessa ferramenta buscou reproduzir por meio dela as atividades
que aconteciam na sala de aula, no entanto, com o uso mais constante desse recurso
foram surgindo outras possibilidades diferentes das anteriores, assim, foi se aperfeiçoando
essa aplicabilidade. Outra questão observada foi que essas novas maneiras de uso do
computador nas escolas passaram a indicar outros direcionamentos, ou seja, a tecnologia
passa a ser vista como outro recurso da educação e não apenas como uma reprodução das
atividades de sala de aula. E passa a ser um complemento que inspira modificações para
uma educação de qualidade.
Vivemos essa situação de mudanças devido aos novos recursos ofertados diariamente,
pois as condições de vidas, as formas de conhecimento estão sendo transformadas pela
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). O mundo em que vivemos está dominado
por informações ágeis, muitas vezes, até imperceptíveis para nós, devido à rapidez que
acontecem. Assim, alguns mecanismos de aprendizagem usados pela escola tornam-se
ultrapassados rapidamente. A memorização de conteúdo, por exemplo, deve ser substituída
pela pesquisa e seleção das informações disponíveis na mídia.
O computador ao ser usado como recurso didático poderá trazer diversas
possibilidades para a sala de aula. No entanto, o professor deve planejar o uso desse
recurso, para que sua aula seja organizada e proveitosa e que os alunos possam realmente
utilizar o computador como um recurso que contribuirá para sua aprendizagem. Com isso,
o docente ressignificará sua metodologia e sua aula e passará a ser o protagonista de sua
prática, pois não seguirá somente o que consta no livro didático.
Em se tratando do contexto de alfabetização e da utlização do computador como
recurso pedagógico, o planejamento e o fazer pedagógico devem ser vistos com novo
olhar, o docente planejará suas aulas dentro dessa nova visão. Pois de nada adiantará um

50
novo recurso se a perspectiva e a atuação docente ainda estiverem no passado, com uma
didática tracidional e mecanizada.
O professor tendo o computador como aliado a sua prática docente, muitas são as
possibilidades de atividades para os alunos da alfabetização. Os jogos de alfabetização
disponíveis na internet e nos diversos sites que se dedicam ao assunto são excelentes
recursos educativos para usar no ambiente alfabetizador, conforme nos afirma:
O brinquedo educativo [...] ganha força com a expansão da Edu-
cação Infantil [...]. Entendido como recurso que ensina, desenvolve
e educa de forma prazerosa, o brinquedo educativo materializa-se
no quebra-cabeça, destinado a ensinar formas ou cores; nos brin-
quedos de tabuleiro, que exigem a compreensão do número e das
operações matemáticas; nos brinquedos de encaixe, que traba-
lham noções de sequência, de tamanho e de forma; nos múltiplos
brinquedos e brincadeiras cuja concepção exigiu um olhar para o
desenvolvimento infantil e materialização da função psicopeda-
gógica: móbiles destinados à percepção visual, sonora ou motora;
carrinhos munidos de pinos que se encaixam para desenvolver a
coordenação motora; parlendas para a expressão da linguagem;
brincadeiras envolvendo músicas, danças, expressão motora, gráfi-
ca e simbólica (KISHIMOTO, 2003, p.36).

Atualmente, percebemos que o aluno não tem se sentido muito atraído por
atividades tradicionais. Por isso, o discente terá mais prazer em aprender de forma lúdica.
Sendo assim, o professor deve propor atividades que desafie e também incentive o aluno
a descobrir novas situações, novos saberes. Assim, com certeza, a aprendizagem será bem
sucedida. Lembrando que o professor deve planejar suas ações e a condução do processo
de ensino aprendizagem deve estar aliada aos objetivos propostos no planejamento.

BUSQUE POR MAIS


Para ampliar seus conhecimentos sobre as Tecnologias da Informação e Comuni-
cação, leia a seção “As práticas pedagógicas atuais e as TICs” do primeiro capítulo
da obra “A Escola na Sociedade Moderna da obra Tecnologia na Escola: Aborda-
gem Pedagógica e Abordagem Técnica” das autoras Nanci Aparecida de Almeida
e Bárbara Alessandra Gonçalves.
Disponível em: https://bit.ly/3dxPTiQ. Acesso em: 14 abr. 2021.

5.3 RECURSOS TECNOLÓGICOS E O AMBIENTE DE


ALFABETIZAÇÃO E LETRAENTO

É fundamental que o professor não veja o ensino apenas como transmissor de


conhecimento e, sim, como um acesso a uma educação transformadora. Como nos
aponta Paulo Freire (1996, p. 26): “O educador democrático não pode negar-se o dever de,
na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua
insubmissão”. Dessa maneira, a escola deve se adequar à nova realidade que a circunda.

51
A escola precisa deixar de ser meramente uma agência transmisso-
ra de informação e transformar-se num lugar de análises críticas e
produção da informação, onde o conhecimento possibilita a atribui-
ção de significado à informação. Nessa escola os alunos aprendem
a buscar informação (nas aulas, no livro didático, na TV, no rádio, no
jornal, nos vídeos, no computador, etc.), e os elementos cognitivos
para analisá-la criticamente e darem a ela um significado pessoal.
Para isso cabe-lhe prover a formação cultural básica, associada ao
desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas. Trata-se,
assim, de capacitar os alunos a selecionar informações, mas, prin-
cipalmente a internalizar instrumentos cognitivos (saber pensar de
modo reflexivo) para aceder ao conhecimento. A escola fará, assim,
uma síntese entre a cultura formal (dos conhecimentos sistemati-
zados) e a cultura experienciada. Por isso, é necessário que propor-
cione não só o domínio de linguagens para busca de informação,
mas também para criação da informação. Ou seja, a escola precisa
articular sua capacidade de receber e interpretar informação com a
de produzí-la, a partir do aluno como sujeito do seu próprio conhe-
cimento (LIBÂNEO, 2001, p. 27).

Como vários alunos têm em casa acesso ao conhecimento pelos meios de


comunicação, ao chegar à escola não veem o conhecimento de forma prazerosa, pois como
sabemos grande parte das escolas não têm acompanhado as mudanças tecnológicas que
vêm ocorrendo na sociedade.
Os alunos processam as informações com rapidez, geralmente, têm boa aceitação
para receberem novos conhecimentos e se sentem empolgados com as novidades.
Imaginação e criatividade não faltam a eles, como sabemos, a aprendizagem dos alunos
está relacionada à visão do professor sobre ensino-aprendizagem, sobre a organização de
suas aulas e, principalmente, como ele entende o papel de educador. Quando o professor
traz para a sala de aula a linguagem dos alunos, já tem uma grande chance de conseguir
um bom resultado com os alunos.
Hoje em dia são inúmeras as tecnologias da informação e comunicação disponíveis
para uso na educação. O que se faz necessário é termos a iniciativa de experimentar esses
recursos, pois a partir da primeira experiência de maneira consciente e planejada com
certeza teremos um excelente resultado que nos incentivará a usar constantemente.
A geração de alunos de hoje já está inserida no mundo virtual desde quando nasceu,
está acostumada com a agilidade de informações, qualquer dúvida que tem acessa logo a
internet e tem a resposta. A escola deve aproveitar desses recusos a favor do ensino.
Somente ter esses equipamentos que nos possibilitem o uso das Tecnologias
da Informação e Comunicação não trará uma qualidade de ensino. A metodologia do
professor também precisa mudar, pois caso isso não ocorra só haverá mais um recurso
na sala de aula. Para que as Tecnologias da Informação e Comunicação sejam realmente
transformadoras de aprendizagens, precisamos delas e de novas práticas.
Inicialmente, podemos buscar por ferramentas tecnológicas mais simples que
estejam disponíveis na escola, no entanto, como já mencionado, o planejamento desse
uso é essencial para que o resultado seja positivo. Não basta apenas implantar o uso; criar
metas e objetivos trará resultados melhores.

52
VAMOS PENSAR?
Ao utilizar as Tecnologias da Informação e Comunicação devemos pensar num planeja-
mento, por exemplo: primeiramente, pesquisar quais ferramentas tecnológicas poderão
auxiliar na alfabetização dos alunos. Após escolher a ferramenta, deve-se acompanhar sua
utilização, tanto pelo aluno, quanto pela maneira como você (professor) está conduzindo
as atividades. Acompanhar o desenvolvimento do aluno e avaliar se está aprendendo ou se
outras ferramentas devem ser inseridas no planejamento.

5.4 SUGESTÃO DE SITES DE RECURSOS TECNOLÓGICOS


PARA ALFABETIZAÇÃO
Apresentamos a seguir treze sugestões de sites disponíveis na internet e de acesso
gratuito que trazem recursos que podem contribuir para o planejamento do professor e,
consequentemente, para uma educação de qualidade. Esses sites apresentam conteúdos,
atividades, jogos, histórias infantis, brincadeiras, séries dentre outros, que podem ser
inseridos na prática docente. Desse modo, o professor ao planejar suas aulas terá essas
opções e muitas outras que com certeza ajudarão no enriquecimento de sua prática e o no
desenvolvimento dos alunos.
Segue a relação de sugestões de sites que contemplam uma variedade de atividades
que poderão ser usadas na alfabetização.

• Barbie Brasil: Este site apresenta várias atividades interativas voltadas ao unvierso das
meninas, há também jogos, aplicativos, vídeos, a possibilidade de fazer download de
papéis de parede, as crianças podem vestir, maquiar etc. várias personagens, montar a
casa da Bárbie. Essas atividades estimulam a criatividade da criança. Acesse em: https://
bit.ly/3dzO8BZ.

• Site Oficial do Seninha: Este site trabalha de maneira lúdica e bem divertida questões
sociais e emocionais por meio de passatempos, séries e histórias em quadrinhos do
Seninha e sua turma, além de jogos e outras atividades que contribuirão para o
desenvolvimento da criança. Acesse em: https://bit.ly/32u3Ubd.

• Zoológico de São Paulo: Este site pode ser explorado ao estudar diversos conteúdos: os
tipos de animais, pois apresenta informações sobre os invertebrados, os répteis, as aves,
os mamíferos. Mostra toda a história e a conservação do zoológico e da fazenda. Traz
informações sobre a educação ambiental, oferece cursos para professores e atividades
educativas sobre o meio ambiente. Além de apresentar o zoológico e todos os seus
integrantes, o objetivo do site é também trabalhar a conscientização à sustentabilidade.
Acesse em: https://bit.ly/3dwcMTT.

• EcoKids: No site da Ecokids vamos encontrar muitas dicas sobre como preservar a
natureza, com receitas fáceis e informações voltadas às crianças. Além de jogos, caça-
palavra, quebra-cabeça e palavras cruzadas. Acesse em: https://bit.ly/2QHRmKs.

53
• Kadike: O objetivo do site é estimular a criatividade da criança através de atividades de
colorir, recortar e montar, além de apresentar brincadeiras mais antigas com o Baú do
vovô, além de tirinhas, filmes e sugestões de outros sites que também tratam desses
assuntos e ajudam na aprendizagem criativa. Acesse em: https://bit.ly/3tAJpp9.

• Zuzubalândia: Este site criado por Mariana Caltabiano é fantástico, está disponível de
maneira muito criativa e também chama a atenção das crianças com livros animados,
vídeos divertidos, jogos e atividades variados, tirinhas, artes com muitas sugestões que
vão desde colorir até produzir máscaras, por exemplo. E também notícias e músicas.
Vale a pena conferir! Acesse em: https://bit.ly/3dz8laY.

• Portal da reciclagem: Como o meio ambiente é um tema transversal, portanto, deve ser
trabalhado em todas as séries, esse site é uma excelente fonte de pesquisa e consulta
sobre meio ambiente, reciclagem e também oferece orientações sobre a coleta seletiva.
Portanto, um site muito completo para o professor buscar suporte sobre esses assuntos.
Acesse em: https://bit.ly/3szVmdw.

• Bugigangue: Trata-se de uma revista eletrônica, por meio da qual ensina-se a


confeccionar brinquedos com sucata, portanto, é também uma maneira de reciclar. Há
também um espaço de humor que proporciona muita diversão às crianças, além de
notícias, matérias educativas, curiosidades, jogos e atividades educativas. Acesse em:
https://bit.ly/2P58BFc.

• Chamequinho: O site apresenta nove personagens, cada um deles tem um objetivo.


Exemplo: o Chamequinho 180 quer brincar de profissões, é divertido e traz muitos
aprendizados. Para cada personagem há quatro espaços intituladas brincar, fazer,
divertir e jogar, em que pode-se aprender a fazer pizzas, reciclar, buscar atividades para
colorir, brincadeiras, esportes e também muita aventura. Confira o site. Acesse em:
https://bit.ly/2P58Lwi.

• Smartkids: Um site com sugestões de atividades bem completo. Há desenhos para


colorir, jogos online, atividades diversas referentes a conteúdos e também sobre datas
comemorativas, passatempos, vídeos, jogos, com espaços para trabalhos escolares,
vídeos e um que trata somente da Base Curricular Comum Nacional – BNCC. Acesse
em: https://bit.ly/3tB9NPv.

• Site de Dicas: O site traz muitas dicas para os pais e para os professores, há sugestões
de capacitações para os docentes, como curso de criação de atividade didática. Há
também atividades para imprimir, desenhos para colorir, guia de de atividades didáticas,
recomendação de várias leituras, jogos educativos, quiz, enigmas e concursos literários.
Explore todo o conteúdo, pois vale a pena! Acesse em: https://bit.ly/3sFjWtb.

• Escola Digital: O professor poderá explorar o conteúdo por disciplinas ou por etapas,
anos, modalidades. Há também conteúdo sobre tecnologia educacional, objetos de
aprendizagem, roteiros de estudos, sugestões de planos de aulas e vários cursos. Acesse
em: https://bit.ly/3dAS6u1.

54
• Site Sílabe: É o local onde você encontra sua sala de aula online. É um site voltado para
aprendizagem, traz muitas sugestões de atividades que facilitam o trabalho do professor
e sua interação com os alunos. Nele o professor pode preparar aulas personalizadas, ou
seja, que tenha a suas características. Além de vários conteúdos e atividades interativas
que os alunos podem desenvolver e serão corrigidas automaticamente no próprio site.
Acesse em: https://bit.ly/3tAOX2X.

Listamos algumas sugestões de sites, no entanto, o professor alfabetizador tem muitos


outros disponíveis e gratuitos que poderão ser excelentes aliados ao planejamento de
aulas para alunos da alfabetização.

BUSQUE POR MAIS


Para que você possa aprimorar seus conhecimentos sobre o uso das tecnologias na
educação sugerimos a leitura do trabalho “O uso das Tecnologias da Informação
e Comunicação contribuindo para o processo de alfabetização e letramento.” Nele
você também encontrará sugestões de sites que tratem sobre a educação.
Disponível em: https://bit.ly/2QLnz3S. Acesso em: 24 mar. 2021.

55
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Prefeitura de Blumenau - SC - 2018 – FURB - Coordenador Pedagógico) Leia o texto
abaixo.

As tecnologias de informação e comunicação (TIC) estão transformando a vida em sociedade,


a escola não poderá ficar alheia em relação ao imenso repertório de possibilidades que
essas tecnologias oferecem. Cada vez mais as inovações tecnológicas exigem professores
em constante aperfeiçoamento em relação à inserção dos recursos tecnológicos aplicados
ao ensino, buscando inserir em sua prática educativa recursos que auxiliem no processo de
ensino e aprendizagem.
Em relação às tecnologias de informação e comunicação no ambiente escolar, leia e
complete as lacunas abaixo:
Com a inserção dos computadores na escola, toda a comunidade escolar deve estar atenta
às mudanças que esta ferramenta pode oportunizar ao aluno, uma nova forma de buscar
____________, gerenciar as informações. Os professores passam a ter um papel fundamental
neste processo de aprendizagem, pois devem propor formas de levar o educando a refletir,
participar e desenvolver sua criatividade, levando-o a uma nova forma de desenvolver
seu__________. Neste método novo de aprendizagem que utiliza o computador como objeto
de _____________para uma melhor forma de o aluno aprender, o professor desenvolve um
papel importante como__________ no processo de ensino aprendizagem, buscando instigar
a curiosidade e criatividade, não sendo apenas um transmissor de conteúdos. O professor
deve estar apto a planejar e desenvolver na informática atividades que façam a _____________
com os conteúdos desenvolvidos em sala, desafiando-os para que assim se atinjam os
objetivos pedagógicos propostos no plano de ensino da disciplina.

Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas:

a) Conhecimento, conteúdo, interação, apoio, mediação.


b) Apoio, conteúdo, interação, mediação, relação.
c) Conteúdos, conhecimento, apoio, mediador, interação.
d) Dados, material, educação, apoio, conexão.
e) Conteúdos, conhecimento, interação, mediador, interação.

2. (IBADE - 2018 - Prefeitura de Manaus - Professor -- 1° ao 5° Ano) As escolas têm


percebido a importância das tecnologias para a aprendizagem na atualidade. Pensar no
processo de ensino e aprendizagem em pleno século XXI sem o uso constante dos diversos
instrumentos tecnológicos é deixar de acompanhar a evolução que está na essência da
humanidade.

Nesse cenário, pode-se afirmar que:

I. A disseminação e uso de tecnologias digitais, marcadamente dos computadores


e da internet, favoreceu o desenvolvimento de uma cultura de uso das mídias e, por

56
conseguinte, de uma configuração social pautada num modelo digital de pensar, criar,
produzir, comunicar, aprender - viver.
II. Cabe à escola procurar meios de promover a integração tecnológica, oferecendo meios
para a produção de um conhecimento a nível contemporâneo. III. Se a educação,
antes do surgimento tecnológico, visava à agregação de valores aos conhecimentos
produzidos e divulgados em sala de aula, com as tecnologias ela perdeu esse caráter
agregador e diminuiu o interesse pelos valores e pela ética.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I e II.
b) I.
c) II.
d) I e III.
e) III.

3. (FUNDATEC - 2019 - Prefeitura de Campo Bom - RS - Professor - Educação Infantil)


Segundo Martha Gabriel, apesar de a tecnologia estar presente no cotidiano de boa parte
das pessoas, o percentual de professores que usam a internet em sala de aula ainda é
pequeno – em torno de 20%. Por isso, a transformação da escola passa pela capacitação
e atualização do professor, que deve aprender a usar as ferramentas e a conectar com
sua utilização o desenvolvimento das habilidades necessárias para os novos tempos. Sobre
essas habilidades, assinale a alternativa correta.

a) Criatividade, síntese e evolução pedagógica.


b) Conexão, pensamento sistêmico e saber tecnológico.
c) Análise, aplicação e desenvolvimento técnico.
d) Pensamento crítico, criatividade e conexão.
e) Evolução pedagógica, pensamento sistêmico e análise.

4. (Prefeitura de Santa Luzia D`Oeste - RO – 2020- Professor) Sobre as novas formas de


Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) analise as afirmativas abaixo.

I. A educação fundamental é feita pela vida, pela reelaboração mental/emocional das


experiências pessoais, pela forma de viver, pelas atitudes básicas da vida e de nós
mesmos;
II. O uso das TIC na escola auxilia na promoção social da cultura, das normas e tradições
do grupo, ao mesmo tempo, é desenvolvido um processo pessoal que envolve estilo,
aptidão, motivação;
III. A exploração das imagens, sons e movimentos simultâneos ensejam aos alunos e
professores oportunidades de interação e produção de saberes;
IV. Sua finalidade se encerra nas técnicas de digitações e em conceitos básicos de
funcionamento do computador.

Após analisar as afirmativas, assinale a alternativa correta.

57
a) Apenas as afirmativas I, II, III e IV, estão corretas.
b) Apenas as afirmativas II, III, e IV, estão corretas.
c) Apenas as afirmativas I, II e III, estão corretas.
d) Apenas as afirmativas I, III e IV, estão corretas.
e) Apenas a afirmativa I está correta.

5. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEED-PR - Professor - Conhecimentos Comuns) A inserção


das tecnologias de informação e comunicação não pode ser vista como ponto fundamental
no processo de ensino e aprendizagem, mas como uma ferramenta de mediação que
depende da formação docente na direção de transformar esse processo.

No que se refere às tecnologias de informação e comunicação, assinale a opção correta.

a) O computador conectado à Internet suplantou as características tradicionais dos meios


de comunicação, o que propiciou uma unidirecionalidade de apoio metodológico à
educação.
b) A tecnologia auxilia o professor a controlar o processo educacional, transferindo o
conhecimento da oralidade para a linguagem escrita.
c) Na atualidade, o acesso rápido e facilitado às informações pelos estudantes tem
favorecido o resgate das aulas expositivas, que, nesse cenário, constituem a melhor opção
pedagógica, por concentrar o interesse dos estudantes na sala de aula.
d) O uso de metodologias tecnológicas em sala de aula capacita o estudante a desenvolver
características essenciais para o convívio na atual sociedade.
e) A tecnologia possibilita a obtenção de grande quantidade de informação e trocas de
ideias entre as pessoas, sem que o erro agregue novos saberes.

6. (CESPE / CEBRASPE - 2021 - SEED-PR - Professor - Conhecimentos Comuns) A cultura


digital abrange os processos de transformação socioculturais que acontecem com o uso
das tecnologias digitais de comunicação e informação (TDIC). Na educação, trabalhar
nessa perspectiva permite coligar aos processos e às práticas educacionais novas formas
de aprender e ensinar. A respeito de tecnologias educacionais, assinale a opção correta.

a) Por intermédio de ferramentas síncronas, a interação entre professores e estudantes,


embora não seja obrigatória, possibilita a colaboração entre os participantes e a elucidação
de dúvidas em tempo real.
b) As metodologias ativas apresentam grande dificuldade de adaptação às tecnologias
digitais, porque, nessas metodologias, o estudante deve adotar uma postura participativa,
enquanto as tecnologias digitais implicam a construção do conhecimento baseada na
transmissão de informação.
c) A utilização de ferramentas assíncronas condiciona o aprendizado e a conclusão das
tarefas à conexão, em momento real, de forma simultânea, de estudantes e professores.
d) As ferramentas que permitem uma maior liberdade aos professores e estudantes
também restringem suas autonomias, por possibilitarem a opção de gravação das aulas e
demandarem um controle alternativo da rotina de estudos.

58
e) Os chats e os fóruns fazem parte do mesmo grupo de ferramentas de desenvolvimento
de aulas virtuais e se caracterizam por permitir a discussão de diferentes temas entre os
estudantes e a troca de mensagens em tempo real.

7. (IDCAP - 2021 - Prefeitura de Santa Leopoldina - ES – Professor) O quadro, o livro didático,


aula expositiva e trabalho em grupo, são alguns dos recursos didáticos muito utilizados pelos
professores em sala de aula, no entanto, outros recursos como TV, rádio, internet também
já tem sido bem explorados. No entanto, a inserção dos recursos tecnológicos na sala de
aula requer um planejamento de como introduzir adequadamente ______________________
para facilitar o processo didático-pedagógico da escola.

Assinale a alternativa que completa a lacuna no texto CORRETAMENTE.

a) O planejamento e prática de ensino.


b) A educação em direitos humanos.
c) As tecnologias da informação e comunicação.
d) O projeto político pedagógico.
e) A educação inclusiva.

8. (UFTM - 2018 – Técnico em Assuntos Educacionais) Leia o texto abaixo para responder
a questão

Historicamente as tecnologias da informação e comunicação (TIC) foram utilizadas nas


escolas, de início, para melhorar o controle e a gestão técnica, informatizando as atividades
administrativas. Posteriormente, as TIC foram gradualmente introduzidas no ensino
e na aprendizagem, como atividades adicionais às de sala de aula. Hoje em dia, seu uso
tornou-se imprescindível no espaço escolar. Segundo a UNESCO (1998), a introdução das
novas tecnologias da informação e da comunicação nos sistemas educativos constitui
“um desafio decisivo e é importante que a escola e a universidade se coloquem no centro
desta profunda transformação que afeta o conjunto da sociedade. Não há dúvida de que a
capacidade individual de ter acesso e de tratar a informação vai ser um fator determinante
para a integração da pessoa, não só no mundo do trabalho mas também no seu ambiente
social e cultural.

É igualmente indispensável que os sistemas educativos ensinem a todos os alunos o


domínio e a mestria dessas técnicas, a fim de:

a) “Instrumentalizar os alunos para as relações competitivas”.


b) “Preparar as novas gerações para o mundo globalizado”.
c) “Não cometer injustiça contra os alunos mais lentos”.
d) “Qualificar as novas gerações enquanto mão de obra”.
e) “Não aprofundar ainda mais as desigualdades sociais”.

59
06
A ALFABETIZAÇÃO E SUAS UNIDADE
PRÁTICAS NA BASE NACIONAL
CURRICULAR- BNCC

60
6.1 INTRODUÇÃO
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) propõe que o texto seja escrito, oral
ou multimídia, deve ser um elemento central no trabalho docente em todo o ensino
fundamental. Essa proposta fica bem clara ao definir os campos de atuação, um arranjo
que engloba os contextos em que as produções são realizadas, no entanto, sem limitação
dos gêneros textuais específicos.

6.2 EDUCAÇÃO INFANTIL


Antes de discorrermos sobre o tema educação infantil na BNCC, vamos entender o
que é a Base Nacional Curricular Comum – BNCC. É um documento de caráter normativo
que:
[...] define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens es-
senciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das eta-
pas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham as-
segurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em
conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação
(PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à edu-
cação escolar.[...] , e está orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam à formação humana integral e à construção de
uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como fundamenta-
do nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (BNCC,
p.7).
É um documento que tem como objetivo apresentar as aprendizagens, consideradas
fundamentais e que devem integrar o planejamento do ensino no decorrer da Educação
Básica em todo o país. Podemos dizer que trata-se de uma referência que as escolas devem
adotar para alcançar um ensino de qualidade.
A alfabetização é vista como uma questão importantíssima na BNCC. O documento
apresenta uma especial atenção na passagem da Educação Infantil para o Ensino
Fundamental, tendo como meta a integração e o prosseguimento nos processos de
aprendizagem dos alunos, buscando respeitar as especificidades de cada fase.
Por meio de seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento, asseguram-se os eixos
estruturantes das práticas pedagógicas e das competências gerais propostos na BNCC
para a Educação Infantil, conforme veremos a seguir.
• Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e gran-
des grupos, utilizando diferentes linguagens, ampliando o co-
nhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e
às diferenças entre as pessoas.
• Brincar de diversas formas, em diferentes espaços e tempos,
com diferentes parceiros (crianças e adultos), de forma a am-
pliar e diversificar suas possibilidades de acesso a produções
culturais. A participação e as transformações introduzidas pelas
crianças nas brincadeiras devem ser valorizadas, tendo em vis-
ta o estímulo ao desenvolvimento de seus conhecimentos, sua
imaginação, criatividade, experiências emocionais, corporais,

61
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
• Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do
planejamento da gestão da escola e das atividades propostas
pelo educador quanto da realização das atividades da vida coti-
diana, tais como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos
ambientes, desenvolvendo diferentes linguagens e elaborando
conhecimentos, decidindo e se posicionando.
• Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, pala-
vras, emoções, transformações, relacionamentos, histórias, obje-
tos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes,
a escrita, a ciência e a tecnologia.
• Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas neces-
sidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses, descobertas,
opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
• Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultu-
ral, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos
de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados, inte-
rações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição es-
colar e em seu contexto familiar e comunitário. (BRASIL.BNCC,
2018, p. 38).

Tendo em vista que na Educação Infantil as aprendizagens e o desenvolvimento


das crianças levam em conta, principalmente, as interações e as brincadeiras e que
essas colaboram para que sejam assegurados alguns dos direitos das crianças que são
de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se. E com isso, além de
garantir seus direitos, a criança já está praticando diversas formas de linguagem desde a
educação infantil, o que muito contribui para sua alfabetização.
Como sabemos, a alfabetização tem suas especificidades e pensando nessas
particularidades a BNCC recomenda que se mescle duas vertentes de ensino: a primeira
sugere que centre no texto e no trabalho com as práticas sociais de leitura e escrita; a
segunda, além do trabalho com o texto, deve-se planejar atividades que levem os estudantes
a pensar sobre o sistema de escrita alfabética, reflexões.
A BNCC ao tratar do processo de alfabetização afirma que:
[...] é preciso que os estudantes conheçam o alfabeto e a mecânica
da escrita/leitura – processos que visam a que alguém (se) torne
alfabetizado, ou seja, consiga “codificar e decodificar” os sons da
língua (fonemas) em material gráfico (grafemas ou letras), o que
envolve o desenvolvimento de uma consciência fonológica (dos fo-
nemas do português do Brasil e de sua organização em segmentos
sonoros maiores como sílabas e palavras) e o conhecimento do alfa-
beto do português do Brasil em seus vários formatos (letras impren-
sa e cursiva, maiúsculas e minúsculas), além do estabelecimento de
relações grafofônicas entre esses dois sistemas de materialização
da língua. (BRASIL, 2017, p. 87-88)

62
FIQUE ATENTO
Para saber mais sobre a Base Nacional comum curricular- BNCC e aprimorar seus
conhecimentos sobre o assunto, acesse o texto completo disponível em: https://bit.
ly/3rKG3ig. Acesso em 12 abr. 2021.

6.3 PRÁTICA DE LINGUAGEM

É muito importante compreender como a BNCC foi organizada, além de essencial


para entender o que propõe essa Base Nacional e, consequentemente, conseguir utilizá-
la como ferramenta de suporte ao planejamento do ensino. Para o ensino de Língua
Portuguesa o documento traz as práticas de linguagem divididas em quatro categorias
que são: oralidade, análise linguística e semiótica, leitura e escuta e produção de texto.
Para uma melhor compreensão do que realmente significa cada categoria e
para se trabalhar cada uma dessas práticas, apresentaremos um resumo de cada uma
delas. Lembrando que o nosso foco está voltado para ações pedagógicas relacionadas à
alfabetização.

6.3.1 ORALIDADE

A questão da prática da oralidade já constava nos Parâmetros Curriculares Nacionais


– PCNs. A BNCC ao conservar esse eixo em seu documento vem reforçar a importância
que se deve dar ao oral, pois este também deve ser considerado como objeto de estudo
das práticas de linguagem.
De acordo com o que é proposto no documento percebemos, claramente, o
reconhecimento de se aprender as características discursivas e as estratégias tanto de fala
quanto de escuta, pois essas ocorrem por meio do uso da interação.
Como já mencionado, na educação infantil estendem-se as experiências vivenciadas
no seio familiar. Dessa maneira, para se atingir o propósito, o docente deve propor discussões
que ultrapassem as rodas de conversas tradicionais, a intenção deve ir além dessa prática
já usada. Sendo assim, não será meramente um bate-papo e, sim, uma atividade que
tenha uma finalidade. O professor pode, por exemplo, solicitar que cada aluno faça uma
exposição oral sobre determinado assunto que esteja abordando em sala de aula. Como
também, a partir de algum assunto que surgir em sala, pedir que cada discente dê sua
opinião sobre o assunto, assim estará incentivando o desenvolvimento da argumentação.
Vale lembrar que essas interações não devem ficar restritas ao professor e ao aluno, deve
ser uma interação com todos os componentes da turma. Sendo assim, o professor deve
estimular a escuta e a fala, isto é, enquanto um aluno fala, os demais prestam atenção nele.
Conforme BNCC, o Eixo da Oralidade compreende as práticas de linguagem que:
[...] ocorrem em situação oral com ou sem contato face a face, como
aula dialogada, webconferência, mensagem gravada, spot de cam-
panha, jingle, seminário, debate, programa de rádio, entrevista, de-
clamação de poemas (com ou sem efeitos sonoros), peça teatral,
apresentação de cantigas e canções, playlist comentada de músi-

63
cas, vlog de game, contação de histórias, diferentes tipos
de podcasts e vídeos, dentre outras. Envolve também a
oralização de textos em situações socialmente significa-
tivas e interações e discussões envolvendo temáticas e
outras dimensões linguísticas do trabalho nos diferentes
campos de atuação. O tratamento das práticas orais com-
preende (BRASIL, p. 78-79).

O entendimento de como a Base Nacional Curricular foi organizada é o primeiro


passo para o professor fazer seu trabalho baseando-se nesse documento. Pois assim, o
docente compreenderá o que está sendo proposto e saberá usá-la como um instrumento
para seu planejamento.

6.3.2 ANÁLISE LINGUÍSTICA E SEMIÓTICA


A prática da análise linguística e semiótica vincula-se com as outras e sugere
abertamente uma organização da alfabetização, levando a se pensar e refletir sobre o
sistema de escrita alfabética e a atuação da língua e de outras formas de linguagens. Vale
ressaltar que as práticas de linguagem estão articuladas, não é possível separar uma da
outra, ou seja, não há funcionalidade se forem isoladas. Sempre é possível articular uma ou
mais práticas de linguagem no processo de alfabetização.
Outro ponto importante que a BNCC assinala é a necessidade de ensinar as
particularidades de cada prática de linguagem por meio das mídias digitais. Ou seja, a
BNCC sugere que professor faça uso pedagógico da tecnologia digital e estimule o aluno
a ter um olhar mais crítico sobre o uso das instrumentos digitais disponíveis, já que são
muitos atualmente.
Em resumo, o Eixo da Análise Linguística/Semiótica envolve:
[...] os procedimentos e estratégias (meta)cognitivas de
análise e avaliação consciente, durante os processos de lei-
tura e de produção de textos (orais, escritos e multissemió-
ticos), das materialidades dos textos, responsáveis por seus
efeitos de sentido, seja no que se refere às formas de com-
posição dos textos, determinadas pelos gêneros (orais, es-
critos e multissemióticos) e pela situação de produção, seja
no que se refere aos estilos adotados nos textos, com forte
impacto nos efeitos de sentido. Assim, no que diz respeito
à linguagem verbal oral e escrita, as formas de composição
dos textos dizem respeito à coesão, coerência e organiza-
ção da progressão temática dos textos, influenciadas pela
organização típica (forma de composição) do gênero em
questão (BNCC, p.80).

Na BNCC, a interpretação de textos é ampliada por meio da leitura de imagens,


hipertextos (links) e outros recursos que compõem o campo da Linguística e da Semiótica.
Com essas estratégias os alunos serão capazes de compreender a intenção que há numa
imagem, por exemplo, o efeito da luz, a qual parte da imagem está dando maior destaque.
Dessa maneira, o estudante será incentivado a ler outros textos.

64
BUSQUE POR MAIS
Entenda mais sobre a Base Nacional Comum curricular assistindo ao vídeo “BNCC
na Prática: textos multissemióticos na aula de Língua Portuguesa”. As professoras
discutem sobre textos multissemióticos e a produção em sala de aula.
Disponível https://bit.ly/2QCfcr8. Acesso em: 14 abr. 2021.

6.3.3 LEITURA E ESCUTA

A BNCC ressalta o quanto é importante aumentar as habilidades de leitura


e compreensão da realidade, pois houve uma transformação devido às mudanças
tecnológicas. Dessa maneira, percebemos que as habilidades de leitura também devem
acompanhar as mudanças da sociedade.
Para Cafieiro (2005, p.17), a leitura “é um processo cognitivo de construção de sentidos
realizado por sujeitos sociais inseridos num tempo histórico, numa dada cultura”. Dessa
maneira, a leitura é um processo de diálogo entre o leitor e o texto. A leitura também é uma
atividade social, pois:
Pressupõe a interação entre um escritor e um leitor, que
estão distantes, mas querem se comunicar. Fazem isso
dentro das condições muito especificas de comunicação,
pois cada um dos sujeitos (o escritor e o leitor) tem seus
próprios objetivos, suas expectativas, seus conhecimentos
de mundo. [...] tomada como atividade social, a leitura pres-
supõe objetivos e necessidades que são determinadas na
interação: ler para quê, com que objetivos, para interagir
com quem, por qual motivo. (CAFIEIRO,2005, p.17)

Dessa maneira, a escola deve criar novas formas de socialização no ambiente escolar,
com o intuito de fazer com que a leitura seja significativa para o aluno, pois, esse é um
espaço social e um ambiente de aprendizagem sistemática da leitura.
De acordo com a BNCC, as estratégias de leitura deverão ser tanto compartilhada
como autônoma, uma vez que objetiva-se uma ampliação do letramento que foi iniciado no
meio familiar; depois de maneira sistematizada deu-se continuidade na Educação Infantil,
incorporando diferentes estratégias de leitura em gêneros diferentes, indo de textos mais
fáceis para outros de complexidades distintas.
Vale ressaltar que a BNCC reconhece uma leitura que vai bem além do texto escrito
que está ali para o aluno, este deve fazer a leitura das imagens estáticas que fazem parte do
texto como: foto, pintura, desenho, ilustração, infográfico etc. ou imagens em movimento
como filmes, vídeos etc., deve-se considerar também quando se tratar de som: áudios e
música, que são divulgados em meios digitais.
De acordo com a BNCC, a leitura não se restringe ao texto escrito, assim como as
imagens que acompanham esses os textos . Dessa maneira, a leitura no contexto da BNCC
é tomada em um sentido mais amplo.

65
6.3.4 PRODUÇÃO DE TEXTO
O processo de produção textual pode ser compreendido como uma atividade de
interação de sujeitos sociais por meio de uma ação verbal, segundo Ingedore Koch (2002),
é uma atividade incorporada em contextos mais complicados, uma vez que o texto sofre a
interferência de crenças, convicções, atitudes dos interactantes, convenções socioculturais,
dentre outras. Por se tratar de um exercício criativo e consciente, que desenvolve
procedimentos concretos de atuação, a seleção de recursos é pertinente para se alcançar
os objetivos propostos, em outras palavras, referem-se a ações intencionais do falante
em consonância às circunstâncias de produção do textual. Sendo assim, a manifestação
verbal por meio da escrita é levar ao destinatário os propósitos textuais do autor. Portanto,
considerada uma atividade de interação, pois os interactantes encontraram-se envoltos na
atividade de produção.
A BNCC traz a interação e a autoria como pontos importantes ao se tratar da produção
textual. A escrita de gêneros variados deve levar em conta os níveis de progressão da
produção, pois esses devem ser construídos aos poucos e de maneira progressiva.
Sendo assim, nos anos iniciais, o docente deve levar os alunos a entender qual é
a utilidade da escrita no dia a dia, e, portanto, mostrar que são capazes de aprender a
escrita, incentivá-los a praticar essa escrita diariamente. Para que esse conhecimento seja
construído o professor deve levar para a sala de aula ocorrências do cotidiano dos alunos,
situações que sejam reais de uso da língua, pois, assim, as crianças terão motivos reais
desse uso da língua para produzirem seus textos. Não partirá de situações criadas que não
têm objetivos reais além de se escrever um texto.
Mesmo essas crianças não tendo apropriado completamente do sistema de escrita
sistematizado. Muitas são as estratégias que o docente poderá utilizar que contribuirão
com o desenvolvimento da escrita. Seguem algumas sugestões:

• Mesmo que o aluno ainda não consiga escrever de forma convencional, deixe-o escrever
livremente, de acordo com suas próprias condições;
• Deixar que um aluno seja o escriba da classe, depois vá fazendo um rodízio na turma,
mesmo que os estudantes não tenham ainda o domínio da escrita tradicional, pode-se
usar essa estratégia.
• Caso na turma tenha discentes que já dominam a escrita, esses poderão ser os escribas
para os colegas e, depois, vão trocando de papéis.

O importante é valorizar a escrita de todos e incentivá-los a exercitá-la, pois


assim facilita-se o domínio da escrita convencional. E àqueles que já dominam terão a
oportunidade de se aprimorar.
No processo de escrita o professor deve sempre ressaltar aos alunos que a escrita de
um texto compreende sempre responder a quatro perguntas basilares, que são resumidas
em: quem escreve, com qual objetivo se escreve, quem será o leitor do texto, como esse
texto será veiculado para chegar ao público que se destina.
Conforme BNCC, o Eixo da Produção de Textos compreende as práticas de linguagem
relacionadas à:

66
[...] interação e à autoria (individual ou coletiva) do texto escri-
to, oral e multissemiótico, com diferentes finalidades e projetos
enunciativos como, por exemplo, construir um álbum de perso-
nagens famosas, de heróis/heroínas ou de vilões ou vilãs; produzir
um almanaque que retrate as práticas culturais da comunidade;
narrar fatos cotidianos, de forma crítica, lírica ou bem-humorada
em uma crônica; comentar e indicar diferentes produções cultu-
rais por meio de resenhas ou de playlists comentadas; descrever,
avaliar e recomendar (ou não) um game em uma resenha, game-
play ou vlog; escrever verbetes de curiosidades científicas; siste-
matizar dados de um estudo em um relatório ou relato multimi-
diático de campo; divulgar conhecimentos específicos por meio
de um verbete de enciclopédia digital colaborativa; relatar fatos
relevantes para a comunidade em notícias; cobrir acontecimen-
tos ou levantar dados relevantes para a comunidade em uma re-
portagem; expressar posição em uma carta de leitor ou artigo de
opinião; denunciar situações de desrespeito aos direitos por meio
de fotorreportagem, fotodenúncia, poema, lambe-lambe, micror-
roteiro, dentre outros (BRASIL, 2017 p. 76).

Como visto, a BNCC inclui de maneira objetiva alguns elementos sociais da prática da
escrita que abrangem os gêneros textuais, as circunstâncias que circundam a comunicação,
a interação entre locutor e interlocutor, o emprego da variação linguística de acordo com
o gênero textual produzido.

VAMOS PENSAR?
Como vimos nesta unidade, para o ensino de Língua Portuguesa, a BNCC traz as práticas de
linguagem divididas em quatro categorias que são: oralidade, análise linguística e semióti-
ca, leitura e escuta e produção de texto. De que maneira o professor poderá inserir em seu
planejamento pedagógico essas práticas que constam na BNCC.

67
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (Prefeitura de Pedra Lavrada - PB – 2020) Considerando que, na Educação Infantil,
as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como eixos estruturantes as
interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar,
explorar, expressar-se e conhecer-se, a organização curricular da Educação Infantil na BNCC
está estruturada em cinco campos de experiências, no âmbito dos quais são definidos os
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. São eles:

a) O eu, o outro e o nós; Corpo, gestos e movimentos; Traços, sons, cores e formas; Escuta,
fala, pensamento e imaginação; Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.
b) Corpo, sons e movimentos; O outro e nós; Espaços e relações transformadoras,
Pensamento e linguagens.
c) Nós e os outros; Gestos, movimentos e sons; Cores e formas; Fala, imaginação e linguagem.
d) O eu, os sons e movimentos; Nós, o corpo e as formas; Pensamento e linguagem; Relações
e espaços transformadores.
e) Nós e os outros; Corpo, cores e formas; Linguagem, pensamento e sons; Espaços e
movimentos.

2. (Prefeitura de Feira de Santana - BA - Professor – Pedagogia – 2018) A Base Nacional


Comum Curricular (BNCC), a qual foi aprovada no fim do ano de 2017, tem como objetivo
a organização do currículo escolar a partir da Educação Infantil até o Ensino Médio. Esse
documento possui vários conceitos que irão orientar o trabalho do professor em sala de
aula. Dentre esses conceitos, qual recebe um maior enfoque?

a) Atitudes.
b) Valores.
c) Habilidades.
d) Conhecimento.
e) Competência.

3. (Prefeitura de Feira de Santana - Pedagogia – 2018) A Base Nacional Comum


Curricular (BNCC) possui caráter prescritivo que define o conjunto orgânico e progressivo
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas
e modalidades da Educação Básica. Sabendo disso, é correto afirmar que a Base é um
documento de caráter:

a) Normativo.
b) Restritivo.
c) Moderador.
d) Estrutural.
e) Legislativo.

68
4. Pref. Mondaí/SC Professor de Séries Iniciais, 2021- adaptada) O processo de aquisição
da leitura e, por consequência, da escrita, pressupõe algum domínios intelectuais que
devem ser desenvolvidos no ensino tais como:

I. Reconhecimento visual-auditiva que se efetua na área de associação visual.


II. Relação grafema-fonema, que se traduz o alfabeto, ou seja, o código. Assim, cada letra
possui um nome que está associado ao código, nesse processo compreende um sistema
de conversão.
III. Junção visual-fonética, ou seja, a correspondência letra-som. O giro angular realiza o
processamento da relação letra e som, depois de unido origina a palavra.

Estão corretos:

a) Apenas o item I está correto.


b) Apenas o item III está correto.
c) Apenas os itens II e III estão corretos.
d) Apenas os itens I e II estão corretos.
e) Todos os itens estão corretos.

5. (Pref. Mondaí/SC Professor de Séries Iniciais, 2021- adaptada) A alfabetização é um


tema central e fundamental nos anos iniciais do ensino fundamental, de modo que as
principais tendências pedagógicas e legislações atuais defendem que tal procedimento
seja realizado:

a) Num processo contínuo durante os anos iniciais do ensino fundamental.


b) Nos dois primeiros anos do ensino fundamental.
c) Tenha sido articulado na pré-escola e já tenha uma base ao chegar no ensino fundamental.
d) Não seja escalonado numa sequência engessada, tendo em vista que cada indivíduo
tem um tempo e um ritmo diferente.
e) Nos três primeiros anos do ensino fundamental.

6. (Pref. Ibarama/RS - Professor de Séries Iniciais/2020) De acordo com a Base Nacional


Curricular Comum, na primeira etapa da Educação Básica, e de acordo com os eixos
estruturantes da Educação Infantil (interações e brincadeira), devem ser assegurados
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, para que as crianças tenham condições de
aprender e se desenvolver, quais sejam:

I. Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando


diferentes linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação
à cultura e às diferenças entre as pessoas.
II. Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com
diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a
produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas
experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e

69
relacionais.
III. Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma
imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de
cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em
seu contexto familiar e comunitário.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas III.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

7. (Pref. Serra Grande/PB- CONPASS/2018) A alfabetização e o Letramento como


fenômenos distintos, mas inseparáveis e interdependentes, requer uma prática docente
planejada à luz de uma nova compreensão sobre os processos cognitivos envolvidos no ato
de ler e escrever. Por isso os professores devem considerar o livro como:

a) Um dos meios que abre portas, não só para o conhecimento mas também para o
entretenimento e a diversão.
b) Algo obsoleto, imposto pelos pais que exigem o livro didático como único meio das
crianças gostarem de ler.
c) Algo obrigatório, haja vista que o gosto pela leitura é a única responsabilidade da escola
pública de qualidade.
d) A única forma que prepara o aluno para utilizar diferentes linguagens, aumentando
gradativamente os ritmos de leitura que asseguram o seu ingresso no mercado de trabalho.
e) O único meio para a assimilação rápida de informações, a fim de garantir a formação de
estagiários mirins no mercado de trabalho.

8. (Pref. Serra Grande/PB- CONPASS/2018) A Base Nacional Comum Curricular – BNCC


leva o professor a refletir sobre a importância do aluno observar, desde o processo de
alfabetização, as regularidades da língua e que, progressivamente, domine:

a) As regras e processos gramaticais, usando‐os adequadamente nas diversas situações


comunicativas.
b A Nomenclatura Gramatical Brasileira, para empregar a metalinguagem, nos anos iniciais
do Ensino Fundamental.
c) A ortografia, em uma perspectiva de progressão de conhecimentos, que vai das
regularidades às irregularidades, desde os anos iniciais para o aluno enfrentar os maiores
desafios.
d) As regras que auxiliam na memorização da grafia correta das irregularidades, de acordo
com o princípio gerador das mesmas.
e) A grafia correta mesmo que o aluno nunca tenha visto a palavra antes, mas que possa
memorizar as regras para não cometer erros na escrita.

70
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 A

UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 B

UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 A

71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. A. P. Anais do II Congresso Nacional de Educação. In: Métodos alfabetizadores:
reflexões acerca da prática pedagógica de uma professora de 1ª série do ensino fundamental.
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