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HISTÓRIA
DA EDUCAÇÃO
Profª. Me. Margaret Regina de Assis
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
PROFª. ME. MARGARET REGINA DE ASSIS
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Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
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Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
DOS PRIMÓRDIOS À ANTIGUIDADE OCIDENTAL
UNIDADE 2
A EDUCAÇÃO NA IDADE MÉDIA
2.1 As Características Da Educação Medieval ..................................................................................................................................................................................................................26
2.2 A Educação Feudal ....................................................................................................................................................................................................................................................................28
2.3 A Educação Urbana ...................................................................................................................................................................................................................................................................30
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................33
UNIDADE 3
A EDUCAÇÃO NA IDADE MODERNA
3.1 A Institucionalização Da Escola ..........................................................................................................................................................................................................................................38
3.2 O Diálogo Entre O Antigo E O Moderno .....................................................................................................................................................................................................................39
3.3 A Influência Da Igreja Na Formação Do Cidadão .................................................................................................................................................................................................39
3.4 A Revolução Pedagógica Burguesa ...............................................................................................................................................................................................................................41
3.5 O Brasil: A Catequese À Serviço Da Educação Na Colônia – Século XVI ...............................................................................................................................................42
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................45
UNIDADE 4
EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
4.1 O Movimento Naturalista De Rousseau ........................................................................................................................................................................................................................51
4.2 Kant E O Idealismo ....................................................................................................................................................................................................................................................................53
4.3 A Educação No Brasil A Partir Da Contemporaneidade: Um Breve Histórico .................................................................................................................................54
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................60
UNIDADE 5
A EDUCAÇÃO PÓS-CONTEMPORÂNEA – SÉCULO XX
5.1 Concepções Educacionais No Século XX .....................................................................................................................................................................................................................65
5.2 Concepção Sociológica ...........................................................................................................................................................................................................................................................66
5.3 Concepção Psicológica ...........................................................................................................................................................................................................................................................68
5.4 Concepção Tecnológica .........................................................................................................................................................................................................................................................69
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................72
UNIDADE 6
A EDUCAÇÃO NO ANO DE 2020 EM MEIO À CRISE DE UMA PANDEMIA
6.1 As Dificuldades Das Escolas Pela Adoção Emergencial Do Ensino Remoto No Brasil ...............................................................................................................77
6.2 A Nova Relação Família-Escola ..........................................................................................................................................................................................................................................79
6.3 Ensino Híbrido: Uma Nova Concepção De Educação? ....................................................................................................................................................................................80
FIXANDO O CONTEÚDO.................................................................................................................................................................................................................................................................86
UNIDADE 2
A abordagem sobre os ideais da educação na Idade Média, ressaltará as características
da Educação Medieval (influência da igreja católica na educação), a Educação Feudal
(surgimento da classe burguesa) e a Educação Urbana (educação difundida por
meio da linguagem oral e artística).
UNIDADE 3
A Idade Moderna apresenta a institucionalização da escola, o diálogo entre o antigo
e o moderno para o resgate de uma educação humanista e a influência da revolução
francesa na vida do cidadão. Fará, também, uma breve abordagem sobre a educação
no Brasil a partir do século XVI.
UNIDADE 4
A Unidade 4 aborda o Iluminismo que marca o início do século XVIII iniciando
a contemporaneidade, marcada por revoluções importantes que alteraram
significativamente a vida do cidadão do mundo.
UNIDADE 5
A Unidade 5 faz uma breve abordagem das concepções pedagógicas que têm
norteado o trabalho educacional em todo o mundo. No entanto, o assunto será mais
bem detalhado e aprofundado na disciplina de Didática.
UNIDADE 6
A Unidade 6 apresentará o Ensino Remoto, fruto de uma educação que se constituiu
emergencial devido à pandemia do Coronavírus. A nova relação famíia/escola será
abordada, apresentando uma pequena abordagem acerca do Ensino Híbrido que
já vem sendo discutido e experimentado há mais de 20 anos e que agora tem a
oportunidade de se firmar à nova realidade do século XXI.
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DOS PRIMÓRDIOS
À ANTIGUIDADE
OCIDENTAL
10
Para que se entenda a evolução do homem que o inseriu em sociedade e, para
tanto, necessitando de uma vida organizada que transfere às próximas gerações seu
modo de vida para a sobrevivência, faz-se necessária uma abordagem que situe o ser
humano na pré-história: o período Paleolítico e o Neolítico, conhecidos como idade da
pedra e que marcam o primeiro período da história da humanidade de aproximadamente
5.000.000 a 5.000 a.C.
O período Paleolítico, também conhecido como idade da pedra lascada, era
dividido em paleolítico inferior e superior. Tem características que apontam que o homem
vivia em grupos, era nômade e lutava por sua sobrevivência. Os primeiros hominídeos
viviam da caça e da coleta. Já possuíam o controle do fogo e confeccionavam seus
próprios instrumentos de trabalho como a faca e o machado, utilizando-se de materiais
como a pedra lascada, madeiras e ossos. Posteriormente, foram aperfeiçoando as suas
ferramentas, a partir de marfim e ossos para a confecção de arco e flecha, lançador de
dardos, anzol e linha, o que comprova que desenvolviam o hábito da caça e da pesca.
As pesquisas mostram, a partir dos historiadores e antropólogos, que nessa época já
desenvolviam a pintura e a arquitetura.
Já o período Neolítico é dividido em dois momentos: idade da pedra polida e idade
dos metais. Na primeira fase, inicia-se o cultivo dos campos, o que contavam com o auxílio
de ferramentas como a enxada e passaram a desenvolver o artesanato que consistia na
confecção da cerâmica e dos tecidos, a partir do tear inventado por eles. Surge, agora,
os primeiros arquitetos, que utilizavam as pedras para a edificação de suas moradias. A
segunda fase é marcada por invenções que alteram, radicalmente, a vida do ser humano
na face da terra: a roda, a escrita, a metalurgia e o arado de bois. Surgem as primeiras
cidades e a metalurgia.
A vida tribal era pautada no sagrado que perpetuava os mitos e ritos por meio da
oralidade, mantendo-se os costumes e as crenças de uma geração a outra. Não há nessa
sociedade uma hierarquia, o trabalho é coletivo, existindo a figura do chefe guerreiro
que transmitia os anseios da comunidade que, embora demonstrassem respeito e
prestígio não lhe deviam obediência, uma vez que não exercia um papel de soberano. A
educação visava o desenvolvimento de habilidades, capacitando o homem à integração
social, onde a criança imitava o adulto em sua conduta a partir das atividades cotidianas,
aprendendo e acumulando conhecimento de tradições como as artes, os ofícios, os ritos,
os cultos e outras manifestações culturais:
A formação é integral — abrange todo o saber da tribo
— e universal, porque todos podem ter acesso ao saber
e ao fazer apropriados pela comunidade. É bem verda-
de que alguns se destacam, detendo um conhecimento
mais amplo ou especial — como no caso do feiticeiro
— o que, no entanto, não resulta em privilégio, mas ape-
nas em prestígio, como já foi dito. O conhecimento mí-
tico imprime uma tonalidade especial à educação, pois
os relatos aprendidos não são propriamente históricos,
no sentido da revelação do passado da tribo. Diferente-
mente, o mito é atemporal e conta o ocorrido no “início
dos tempos”, nos primórdios. Daí os diversos ritos que
marcam as passagens, como o nascimento e a morte
ou ainda a iniciação à vida adulta (ARANHA, 2006, p. 35).
FIQUE ATENTO
Entenda melhor como funcionava o sistema de castas na Índia: Os Brahmins (brâma-
nes) que estão no topo da pirâmide eram os sacerdotes. Os Kshatriyas (xátrias) eram os
guerreiros e magistrados. Os Vaisyas (vaixás) eram agricultores e comerciantes, já os Su-
dras, artesãos e os Pariah (párias) eram os servos que não pertenciam a nenhuma casta
e serviam para os serviços elementares.
Ainda de acordo com Piletti e Piletti (2012) no ano de 270 d.C., um chinês letrado levou
a escrita chinesa para o Japão sendo que, na ocasião, muitos japoneses desconheciam a
arte de escrever.
FIQUE ATENTO
A educação torna-se escolarizada na Grécia, cuja principal característica era política. No
entanto, a escola não foi idealizada para atender às necessidades das crianças pequenas
e sim dos adolescentes e jovens da classe dominante, cuja sociedade era escravista. O
objetivo maior da formação dos jovens voltava-se para a tarefa do poder, ou seja, formar
para governar, privilégio exclusivo da classe dominante. A escola do alfabeto “B.A.BA”
surge na Grécia antiga (século V), a partir das poleis.
VAMOS PENSAR?
Importante ressaltar que os filósofos se preocupavam com questões acerca da intencio-
nalidade pedagógica do ensino a ser ministrado, marcando dois períodos da filosofia
grega: pré-socrático (séculos VII e VI a.C) – surgimento dos primeiros filósofos; socrático ou
clássico (séculos V e IV a.C) tendo a contribuição de três grandes personalidades, a saber:
Sócrates, Platão, discípulo do primeiro e Aristóteles, discípulo do segundo); e por fim pós-
-socrático (séculos III e II a.C) com o surgimento das correntes filosóficas do estoicismo e
do epicurismo. Bittar (2009) contribui afirmando que Platão e Aristóteles defendiam que
a educação deveria ser intelectual, portanto a escola não poderia formar para a prática,
sendo esta uma finalidade mercenária, vil, ligada ao trabalho braçal, escravista. Eram
resistentes, também ao ensino da escrita, habilidade própria dos escribas e defendiam o
ensino pela oralidade e memorização por parte dos estudantes. Sabe-se que a educação,
ainda que não escolarizada, acontece na vida do ser humano, desde o seu nascimento,
uma vez que é um ser racional formado a partir de uma alma humana constituída de
racionalidade. Assim, com base em tudo o que você estudou na Unidade 1, suas leituras
complementares e estudos autônomos, reflita: Qual foi o legado deixado pela Antiguida-
de à educação para os dias atuais?
FIQUE ATENTO
POVOS PRIMITIVOS: A EDUCAÇÃO EM SUA MAIS SIMPLES FORMA
Entre os povos primitivos a educação prática não é organizada. Ela é ministrada através
da imitação direta do adulto pela criança. A educação teórica consiste na transmissão
às gerações mais jovens, do corpo geral de conhecimentos ou de crenças animistas, que
constituem a interpretação das experiências da vida. Essa transmissão é realiada por
meio de diversas cerimônias. As cerimônias de iniciação são as mais importantes, do
ponto de vista educacional. Do animismo provém as religiões naturais, as primeiras fi-
losofias e as ciências rudimentares. Com a formulação destas, criam-se as linguagens
escritas e se desenvolve um corpo especial de conhecimento acessível apenas a poucos.
Isto constitui matéria para um estádio superior de educação. Juntamente desenvolve-se
um sacerdócio especial que se diferencia dos curandeiros ou exorcistas, de um lado, e do
povo comum do outro. O sacerdócio torna-se uma classe especial de professores para
todos. Logo que se organizam para ensinar os futuros membros de sua própria ordem,
surge a primeira escola. Com a formação de um currículo definido, de um magistério e
da escola, encerra-se o estádio primitivo na educação e atingem-se os primeiros estádios
da civilização.
Texto extraído do livro História da Educação de Paul Monroe, 1970, páginas 10 e 11.
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FIXANDO O CONTEÚDO
1. (ENADE- 2011) Não brota do individual, mas da ideia. Acima do homem como ser
gregário ou como suposto eu autônomo, ergue-se o Homem como ideia. A ela aspiram
os educadores gregos, bem como os poetas, artistas e filósofos. Ora, o Homem,
considerando na sua ideia, significa a imagem do Homem genérico na sua validade
universal e normativa. Como vimos, a essência da educação consiste na modelagem
dos indivíduos pela norma da comunidade. Os gregos foram adquirindo gradualmente
consciência clara do significado desse processo mediante aquela imagem do Homem,
e chegaram por fim, através de um esforço continuado, a uma fundamentação, mais
segura e mais profunda que a de nenhum povo da Terra, do problema da educação.
JAEGER, W. W. Paideia: a formação do homem grego. Tradução: Artur M. Pareira. 2. ed.
São Paulo: Martins Fontes, 1989, p. 10-11.
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV
d) I, II e III.
e) I, III e IV.
a) Atenas e Esparta.
b) Esparta e Atenas.
c) Esparta e Jônios.
d) Esparta e Minus.
e) Jônios e Esparta.
a) Roma e Grécia construíram suas histórias de costas para as heranças das sociedades
hidráulicas da Mesopotâmia e do Egito.
b) O escravismo, inexistente em experiências históricas até então, era um sistema
secundário de utilização da força de trabalho nas duas grandes civilizações da Antiguidade
Clássica.
c) As formas mais avançadas de manifestações filosóficas e científicas que apareceram
na sociedade grega, como também em Roma, eram inéditas, mas continham aspectos
herdados de tradições que vinham de sociedades do Oriente Próximo.
d) As condições da vida e do trabalho, no mundo clássico antigo, foram marcadas
por formas assalariadas de remuneração do trabalho muito próximas às do mundo
contemporâneo.
e) Todas as respostas estão corretas.
4. Podemos dizer que a Grécia é o berço da Pedagogia por sua trajetória, aparição dos
filósofos e seus questionamentos relacionados à educação, concebemos três principais
filósofos, identifique qual dos filósofos tinha como ideal de educação, diante da frase
que representa o seu pensamento. “A educação não serve apenas para alcançarmos o
conhecimento de fora para dentro, mas para despertar no indivíduo o que ele já sabe”.
História da Educação
Lucila C. Pereira
Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal
sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais
cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio
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de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades
no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o
modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo,
no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade
entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas
tinha os logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da
palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da
democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas,
considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para
que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política.
Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o
filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de
perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da
mera retórica.
[...] (Adaptado).
Ainda que existam concepções opostas, tanto o pensamento sofista quanto o socrático
contribuíram para a educação contemporânea por meio da (s)/do(s):
a) experiências do passado e das reflexões retóricas com base em uma disciplina rígida,
no diálogo e nas exigências de desempenho pelo código de conduta.
b) valorização da experiência e do conhecimento prévio do estudante enquanto
estratégias que se tornaram muito importantes para o sucesso na aprendizagem desse
aluno.
c) processo de educação do indivíduo no qual é considerado o desenvolvimento dos
grupos sociais e das sociedades como principal motivo para a efetivação do ensino/
aprendizagem.
d) princípios de organização das sociedades visando a prática da democracia, o incentivo
à capacidade de polemizar e argumentar por meio da palavra.
e) Todas as alternativas estão corretas.
I. O confucionismo, em sua forma original, perdurou até o século XIX, quando se mesclou
ao budismo, ao taoísmo e ao marxismo.
II. A noção de identidade chinesa se modificou no século XX, em função do impacto
do nacionalismo e do comunismo. Entretanto, há uma retomada dos princípios de
Confúcio no século XXI.
III. Segundo Confúcio, estado moral e posição social não se interdependiam,
diferentemente da obrigatoriedade de cooperação mútua entre governantes e
governados.
Assinale:
7. Na civilização indiana, a estrutura social passou a ser organizada por meio do sistema
de castas. Sobre esse sistema, é correto dizer que:
8. O budismo não é só uma religião, mas também um sistema ético e filosófico, originário
da região da Índia, que foi criado por:
a) Mahatma Gandhi;
b) Bhagavad-Gita;
c) Mao Tse-Tung;
d) Siddhartha Gautama;
e) Confúcio.
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A EDUCAÇÃO
NA IDADE MÉDIA
26
2.1 AS CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃO MEDIEVAL
O período denominado Idade Média compreende a Alta Idade Média que começou
com a queda do Império Romano no período dos séculos V até meados do século IX e a
Baixa Idade Média que vai do final do século IX até o século XV, quando os turcos tomam
Constantinopla (1453).
De acordo com Monroe (1970) a educação, sob o domínio do cristianismo, recebe
um caráter totalmente novo: a instrução da Igreja, pela doutrina, e a prática do culto,
substituem uma educação intelectual praticada por meio de treino físico e retórico. Para
que se entenda melhor a educação na idade média será dividida em dois momentos
como alguns teóricos denominam: a educação cristã e a educação medieval.
Segundo Cambi (1999) na Alta Idade Média a vida era organizada pelas relações de
vassalagem e dos princípios do feudo. Uma época em que foi marcada pelas invasões
bárbaras, pelo fortalecimento da igreja católica e a formação do império carolíngio. Na
Baixa Idade Média a burguesia, nova classe social, surge revolucionando a cultura. A
educação passa por transformação como discorre Cambi:
Por volta do ano 1000, com o surgimento das cidades, uma nova classe social se
forma: a burguesia, totalmente urbana com ideais de empreendedorismo, individualidade,
liberdade, laicidade e produtividade. Há a partir de agora um distanciamento do
Feudalismo e o mundo é renovado pelas novas formas de produção que exigem saberes
especializados. Surgem movimentos de lutas sociais que se expressam através das
produções artísticas e literárias.
As famílias encaravam as crianças como adultos em miniatura, não dispensando
aos pequenos os devidos cuidados com a saúde física e psicológica, permitindo, inclusive,
a sua participação, sem censuras, em festas religiosas e outros eventos da vida adulta. A
educação voltava-se para a formação moral (igreja) e técnicas (oficinas) para o trabalho.
O povo era analfabeto e aprendia a partir da linguagem oral e imagens, por meio
da cultura que era propagada, também, pelo teatro:
VAMOS PENSAR?
Conforme expõe Piletti e Piletti (2012, p. 47), as quatro causas do fracasso do ensino apon-
tadas por Santo Agostinho são:
1. Pouca capacidade do mestre;
2. Repetição cansativa de conhecimentos;
3. Reduzida Inteligência do educando;
4. Desatenção do aluno no ensino.
Para os dias atuais, as causas apontadas por Agostinho, podem remeter à formação con-
tinuada docente; à didática utilizada no cotidiano escolar; às dificuldades cognitivas e
distúrbios de aprendizagem dos alunos. Você concorda? Reflita sobre isso!!!
GLOSSÁRIO
Laica: não faz apologia a nenhuma religião. Não se influencia por nenhuma crença reli-
giosa.
Epopeia: palavra de origem grega, nome dado à poesia épica que designa um gênero po-
ético predominantemente narrativo, dedicado à exaltação de feitos históricos, lendários
ou míticos.
Patrística (pais da igreja): período que vai do século II da era cristã até o século VIII.
FIQUE ATENTO
IDADE MÉDIA: A EDUCAÇÃO COMO DISCIPLINA
A religião cristã foi quem exerceu influência dominante durante toda a Idade Média. O
Cristianismo ofereceu uma solução para o problema social e educativo grego, aplicando
o princípio de amor ou caridade cristã, em que se harmonizam o indivíduo e os fatores
sociais. Esta solução fundada na natureza moral do homem e não na sua natureza in-
telectual, proporcionava um ideal atingível a todos. A educação tornou-se dominante-
mente moral e, daí um treino disciplinar ou preparatório. A igreja cristã foi, a princípio,
benevolente com a cultura clássica. Mas, com a inclusão puramente formal do mundo
secular nos quadros da igreja, tornou-se necessário acentuar o elemento moral, com ex-
clusão do elemento intelectual e literário. O monaquismo deu a a essa educação moral
uma organização minuciosa e rígida. O monaquismo, por exigir algum conhecimento da
leitura e da escrita, levou à cópia de manuscritos , à conservação da literatura, à redação
de crônicas e a outros tipos de literatura, e promoveu a organização de escolas. As últi-
mas ordens monásticas foram tipicamente educativas. Com a renascença do interesse
pelas questões teológicas, a lógica e a filosofia foram trazidas para apoio da religião.
Resultou daí a escolástica. O mundo do saber ampliou-se e sistematizou-se num todo
unificado. Surgiram numerosas universidades que incrementaram a vida intelectual. En-
quanto isso elaborou-se uma educação para a sociedade secular sob o regime feudal.
Esta foi a educação da cavalaria, em que o conceito como disciplina se traduzia no treino
do pajem e do escudeiro, considerado como preparatório para as atividades dos cavalei-
ros. Após o encerramento do século XIII os novos interesses individualistas encontraram
expressão nas literaturas vernáculas, no comércio, nos novos interesses intelecutais, na
influência dos sarracenos e dos frades, e nos novos tipos de escolas. A tendência de todas
essas mudanças era a de minar a unidade de pensamento e vida, tão caracterísitca da
Idade Média.
Texto extraído do livro História da Educação de Paul Monroe, 1970, página 145
33
FIXANDO O CONTEÚDO
Apesar de ter sido influenciado pela filosofia de Platão, por meio dos escritos de Plotino,
o pensamento de Agostinho apresenta muitas diferenças se comparado ao pensamento
de Platão.
2. (CESPE, 2006 - Adaptada) O feudalismo era, na Idade Média, um sistema não apenas
econômico, mas também social, marcado por forte ressonância na formulação do poder
político de quase toda a Europa Ocidental. Com relação a esse sistema, assinale a opção
correta.
3. Temos um olhar marcado para o período da Idade Média, já que foi um longo tempo
cerca de mil anos de predominância da religião, principalmente do aspecto referente à
34
educação.
De acordo com o trecho a seguir, identifique qual era a posição da Companhia de Jesus
diante da educação burguesa.
BATH, A. Apud PEDRERO SÁNCHEZ, M. G. História da Idade Média: texto e testemunhas. São Paulo: Unesp,
2000.
Nos textos são apresentados pontos de vista distintos sobre as mudanças culturais
ocorridas no século XII no Ocidente. Comparando os textos, os autores discutem o(a):
O “desprezo indisfarçado” de que fala o texto acabou dando origem a uma visão
retrospectiva da Europa medieval como a “idade das trevas”. Essa visão, originada no
mundo moderno:
A EDUCAÇÃO
NA IDADE MODERNA
38
Nesta unidade será abordado o Renascimento ou a Renascença: período
compreendido entre os séculos XV e XVI que marcará o retorno aos valores greco-romanos
e a busca pelos valores antropocêntricos em oposição ao teocentrismo que marcou a
Idade Média. A influência dos aspectos religiosos para a educação será discorrida a partir
da Reforma e Contrarreforma. Por fim, uma pequena abordagem acerca da Revolução
Burguesa, iniciando o século XVII/XVIII.
A modernidade altera a vida familiar que passa a ser nuclear e adquire uma
característica mais afetiva, empenhada pelos cuidados com as peculiaridades da infância
e de suas necessidades. As crianças que antes eram envolvidas na vida dos adultos, têm
agora o seu próprio lugar de proteção no seio familiar que, por sua vez, emana esforços de
cuidados e planejamento no sentido de prepará-las para a vida adulta. Da mesma forma
a escola se altera, caminhando junto à família, buscando formas de munir os alunos
de conhecimentos científicos, mas também de valores essenciais à formação humana.
Há agora a preocupação em separar as crianças por faixas etárias – “classes de idade”
segundo Cambi (1999), bem como a organização dos níveis de ensino que atendam a
públicos específicos (século XVI):
Duas Instituições educativas, em particular, sofrem uma
profunda redefinição e reorganização na Modernidade:
a família e a escola, que se tornam cada vez mais cen-
trais na experiência formativa dos indivíduos e na pró-
pria reprodução (cultural, ideológica e profissional) da
sociedade. A ambas é delegado um papel cada vez mais
definido e mais incisivo, de tal modo que elas se carre-
gam cada vez mais de uma identidade educativa, de
uma função não só ligada ao cuidado e ao crescimento
do sujeito em idade evolutiva ou à instrução formal, mas
também à formação pessoal e social ao mesmo tempo
(CAMBI, 1999, p. 203).
Aranha (2006) aponta um possível resgate de uma cultura que desperta o ser
humano para a sua essência, desvinculada da imposição de influências religiosas:
Assim como Aranha, Cambi (1999) fala sobre os novos elementos da educação do
Renascimento que dialogam com o período clássico: o físico para a formação do caráter
a partir da cavalaria e literatura, sendo conteúdo cívico para a prática cotidiana dessa
nova era antes reservada à formulação religiosa e teológica. Outro elemento, ainda, é o
estético, o qual inspirou a nova educação no estudo da literatura, trabalhada no cotidiano
escolar através da gramática e da retórica, expressado na perfeição da língua ensinada,
bem como no caráter e conduta formados a partir da educação por ela intencionada. O
historiador acrescenta, ainda, que o conteúdo da nova educação, expresso pelas línguas
e literaturas clássicas dos gregos e romanos designa-se humanidades, ressaltando que a
finalidade da educação passa para o domínio da literatura, abordando a partir de então
as questões antropocêntricas, o que diverge da ênfase que era dada aos aspectos da
espiritualidade na vida cotidiana que separava o santo do profano. O humanismo busca,
então, a individualidade desvinculada da teologia autoritária própria da Idade Média. A
ênfase do saber volta-se para a racionalidade.
Por outro lado, a Contrarreforma foi uma reação da igreja católica para reverter
os efeitos da reforma que desmoralizava o clero. Através do Concílio de Trento, a igreja
reafirma os seus dogmas e estabelece os tribunais da Inquisição. A Companhia de Jesus,
ordem dos Jesuítas, tendo como fundador Inácio de Loyola, criou escolas religiosas e a
partir delas, catequizou povos de continentes recém descobertos, sobretudo no Brasil. O
método aplicado por eles era o Ratio Studiorum que funcionava da seguinte forma:
FIQUE ATENTO
Ratium Studiorum (1599 –1759)
Significa “Plano de Estudos” Conjunto de normas criado para regulamentar o ensino nos
colégios jesuíticos. Tinha por finalidade ordenar as atividades, funções e os métodos de
avaliação nas escolas jesuíticas. O plano contido na Ratium era de caráter universalista
e elitista.
41
3.4 A REVOLUÇÃO PEDAGÓGICA BURGUESA
VAMOS PENSAR?
A forma mecanizada de educação que prevê a pouca participação do aluno (sendo o
professor o detentor do saber que transmite o conhecimento acumulado pela humanida-
de) é capaz de educar/formar o aluno do século XXI a partir do que a BNCC (a mais nova
legislação educacional brasileira) preconiza?
Por mais de 200 anos, os índios, os filhos dos colonos e os futuros sacerdotes foram
catequisados pelos jesuítas, missionários originados da Companhia de Jesus na cidade
de Lisboa, em Portugal e que foram enviados ao Brasil para ensinar, a princípio, os nativos
a ler e escrever, por meio dos valores cristãos católicos, conforme afirma Monroe (1970,
p. 183): “A companhia de Jesus, organizada em 1540, tornou-se o principal instrumento
da Contrarreforma. Os meios adotados pela Ordem para consecução de seus propósitos
foram a pregação, a confissão e o ensino”.
As estruturas do ensino foram organizadas pelo padre português Manuel de
Nóbrega é o primeiro jesuíta a aprender a língua dos nativos brasileiros (tupi-guarani) foi
Aspilcueta Navarro.
A Ordem dos Jesuítas dispensava maior interesse pelas escolas secundárias
e superiores que as denominavam como Colégios inferiores (ginásios) e superiores
(universidades seculares e teológicas), etapas da Ratio Studiorum.
43
VAMOS PENSAR?
“Os jesuítas nos legaram um ensino de caráter verbalista, retórico, livresco, memorístico
e repetitivo, que estimulava a competição através de prêmios e castigos discriminatórios
e preconceituosos, os jesuítas dedicaram-se à formação das elites coloniais e difundiram
nas classes populares a religião da subserviência, da dependência e do paternalismo, ca-
racterísticas marcantes de nossa cultura ainda hoje. Era uma educação que reproduzia
uma sociedade perversa, dividida entre analfabetos e sabichões, os ‘doutores’” (GADOTTI,
2002, p. 231).
Partindo da citação do educador brasileiro Moacir Gadotti, pense em como os Jesuítas
influenciam, até os dias atuais, o nosso sistema educacional. Qual foi o legado deixado
por eles?
GLOSSÁRIO
Pansofia: Sabedoria humana; ciência universal.
FIQUE ATENTO
LEITURA COMPLEMENTAR – Texto 1
O Renascimento e a Educação Humanista
O Renascimento foi principalmente um momento do individualismo. Os traços caracte-
rísticos do período são as tentativas para derrubar, na igreja, no Estado, nas organizações
industriais e sociais, na vida intelectual e educacional as diversas formas de autoridade
dominantes durante a Idade Média. No início do movimento no sul da Europa deu-se re-
levo à cultura como meio de desenvolvimento pessoal; mais tarde no norte o principal in-
teresse se focalizou no saber como meio de reformar os males e injustiças da sociedade,
produtos da ignorância. Dois tipos distintos de pensamento e de práticas educacionais
surgiram do Renascimento. O primeiro foi a restauraçaõ da educação liberal dos gregos
44
que visava ao desenvolvimento da personalidade por meio de uma grande variedade de
recursos educativos. Este objetivo da educação era amplo e incluía diversos elementos
além do intelectual e empregava muitos meios além do literário. Cedo, entretanto, ficou
para trás, e sobreviveu apenas em várias formas de protestos ou movimentos reforma-
dores, que se levantaram contra o tipo dominante de educação. Este tipo dominante de
educação que foi o segundo resultado educacional do Renascimento foi a estreita edu-
cação humanista, franca decadência da ampla educação humanista ou liberal grega. As
línguas e literaturas clássicas foram, primeiramente, estudadas como fonte de todas as
ideias liberais; depois como exercício em apreciação literária formal e finalmente como
uma simples disciplina formalista paa o indivíduo. Cada país produziu um certo número
de líderes educacionais do Renascimento e tipos de escolas adequados. Entre os líderes,
Erasmo foi o mais notável. O ginásio alemão, a escola pública inglesa, o colégio e a es-
cola de gramática colonial americana foram todas escolas de tipo humanista estreito.
Em todas os conteúdo da educação foi restringido às literaturas e línguas latina e grega.
Esta educação puramente formal veio a identificar-se com a educação liberal, transfor-
mando-se o tipo dominante de educação até o séulo XIX. Qualquer outra concepção ou
prática de educação durante os primeiros tempos do período moderno foi inteiramente
subordinada a este período, não tendo outra importância senão como protesto ou germe
de desenvolvimento futuro.
Texto extraído do livro História da Educação de Paul Monroe, 1970, página 171
2. (CONC, 2010) “O que são os ricos sem sabedoria, senão os porcos engordados com
farelo? Os pobres sem o conhecimento das coisas o que são, senão burros de carga? Um
homem de bom aspecto, mas ignorante o que é, senão um papagaio de bela plumagem?
Ou então, como disse alguém, uma bainha de ouro com um punhal de chumbo?”.
Comenius J.A. – trad. Benedetti, Ivone Castilho – Didática Magna, Ed. Martins Fontes, 3ª
Ed. 2006, S.Paulo, pags. 75/76.
a) Ao conhecimento;
b) A sabedoria e ao conhecimento;
c) Ao seu método de ensino;
d) À Didática Magna;
e) N.d.a.
a) I, II e III.
b) II, IV e V.
c) I, III e IV.
d) I, IV e V.
e) I, II e IV.
4. (CONC, 20130) Classifique as afirmações a seguir como (V) verdadeiras ou (F) falsas,
tendo por base os princípios elencados por Comenius na Didática Magna, que garantem
a facilidade de ensinar.
a) V- F- V- V- F.
b) V- V- F- V- F.
c) F- V- V- F- V.
d) F- F- V- V- V.
e) V- F- V- F- V.
I. O movimento não teve o apoio do papa e dos bispos católicos, pois acreditavam que
não havia nada o que fazer para evitar o avanço do protestantismo na Europa.
II. Conseguiu eliminar todas as religiões protestantes já no século XVI.
III. Provocou guerras religiosas na Europa, suscitando um clima de perseguições e
47
conflito religioso.
IV. O movimento promoveu o retorno do Tribunal do Santo Oficio, determinou a
catequização de indígenas nas terras descobertas e criou o Índice de Livros Proibidos.
a) O Santo Ofício passou a designar seus tribunais à condenação de sábios, cujas ideias
eram consideradas ameaçadoras ao poder multissecular da Igreja sobre a produção e
circulação de conhecimento, alterando a preferência dos alvos, que eram as pessoas
consideradas feiticeiras.
b) A força da Igreja, acumulada durante séculos, fazia dela a principal, senão a única,
instituição para onde acorriam as poucas pessoas que desejavam e tinham condições
de obter alguma espécie de formação intelectual, o que garantiu que o privilégio do
conhecimento dessa instituição não fosse ameaçado.
c) O movimento de laicização do conhecimento significou que os livros das impenetráveis
bibliotecas conventuais se abriram à curiosidade e à crítica de uma população sedenta
de saber.
d) O culto aos santos de devoção, as peregrinações e procissões, os rituais das missas
foram abandonados pelos fiéis, a partir da adoção de mecanismos de introspecção e
regeneração interior propostos pelos reformistas.
e) A Reforma foi um movimento essencialmente religioso, com consequências apenas
na vida social e religiosa das pessoas, visto que o objetivo era propor novos modos de se
comportar em relação ao metafísico.
EDUCAÇÃO NA
CONTEMPORANEIDADE
50
A contemporaneidade é marcada a partir do século XVIII pela influência do
Iluminismo, ou como muitos teóricos intitulam “século das luzes”, que reflete o poder da
razão humana para interpretar e reorganizar o mundo (ARANHA, 2006).
Importante destacar também que o Liberalismo influenciou a Pedagogia de
forma a difundir os ideais de liberdade e laicidade. Aranha (2010), aborda a situação em
que a Burguesia reage contra o poder absoluto da Nobreza que tinha muitas regalias
a partir do recebimento de impostos pagos pelos súditos. Tal classe de comerciantes
desejava autonomia para administrar os seus próprios negócios sem a interferência do
Estado Mercantilista. Na ocasião Adam Smith (1723-1790 - filósofo e economista) foi um
dos teóricos a defender os princípios da lei natural de distribuição de riquezas: “laissez
faire, laissez passer, le monde va de há même” = “Deixe fazer, deixe passar, o mundo
caminha por si mesmo”.
A educação, a partir de então, ganha um ideal de estar desvinculada da religião
e dos interesses das classes dominantes, devendo ser neutra de influências religiosas
e oferecida a todos, conforme expressa o lema da burguesia “Igualdade, liberdade e
fraternidade”.
No quadro a seguir, destacam-se características da época contemporânea, o que
permite uma visão mais ampliada acerca do modo de vida dos cidadãos nos aspectos
políticos, sociais e, sobretudo, educacionais:
Como indicado no quadro foi uma época em que estava acontecendo uma
mudança no estilo de vida a partir da Revolução Industrial que obrigou a migração do
campo para as cidades e em decorrência o movimento de massas em busca dos seus
direitos que se expressavam pela educação.
FIQUE ATENTO
A idade contemporânea é a época das Revoluções: desde 1789 até 1848, depois até 1917 e até
o pós-1945, a história dos últimos dois séculos é marcada justamente pelas tensões revolu-
cionárias, pelas rupturas que elas implicam e pelas exigências (de guinada em relação ao
passado, de reconstrução abi mis da sociedade e de advento da “sociedade justa” – ou mais
justa) que atinge áreas geográficas, povos e culturas que se rediscutem, operam rupturas
com as tradições, tendem à renovação radical; e são movimentos orientados de maneira
diversa, ora políticos (como os fascismos, que nascem como solução ad hoc numa crise polí-
51
tica), ora sociais (como as revoluções socialistas, de 1871 a 1917, ao pós-45), ora técnicos (como
o “fundamentalismo” islâmico atual), ora tecnológicos (como ocorreu no Japão), ou entrela-
çados entre si, mas que caracterizavam em profundidade as sociedades contemporâneas
(CAMBI, 1999, p. 378)
VAMOS PENSAR?
Rousseau foi um dos autores da Enciclopédia (dicionário racionado das ciências), junta-
mente com D’Alambert, Diderot, Voltaire, Jaucourt e Montesquieu. Piletti e Piletti (2012)
mencionam que havia divergências entre Rousseau que pregava a intuição entre os de-
mais participantes que, ao contrário, enfatizavam a razão.
Em sua obra “Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens”, Rousseau con-
dena a influência corrosiva da sociedade educada, incluindo as artes e a política, na for-
mação da humanidade.
Como você, futuro educador, analisa a condenação que Rousseau atribuía à sociedade
intelectualizada? A educação, hoje, está isenta das influências do contexto social e histó-
rico?
53
Embora as ideias de Rousseau tivessem sido preteridas por muitos estudiosos,
destaca-se três nomes de seus seguidores que deixaram marcas na história da educação.
Terra (2014) aponta que Kant defendia que o educando necessita ser capaz de
construir o seu próprio conhecimento, pensando por si mesmo. Apostava na educação
leiga que forma o homem através da cultura, da moral, da disciplina e civilidade.
Acreditava, ao contrário de Rousseau que o homem não nasce bom, mas também
não nasce mau, devendo a educação transformá-lo pela disciplina. Terra cita dois tipos
de disciplina que são indispensáveis para a formação do homem: a autodisciplina e a
disciplina autoritária. A autora segue afirmando que para Kant disciplina e autonomia
andam juntas: “disciplina e autonomia não são coisas opostas. Pelo contrário, a disciplina
é necessária para que o homem aprenda a guiar sua vontade pela razão e assim possa
ser autônomo” (TERRA, 2014, p. 64).
54
FIQUE ATENTO
Kant estabelece três níveis de desenvolvimento no processo educativo:
1. A educação do corpo: o desenvolvimento de habilidades por meio de atividades
apropriadas. O disciplinamento das inclinações sensíveis para seguir a própria
razão;
2. A educação intelectual: o pleno desenvolvimento das diferentes potencialidades
humanas, como um exercício da inteligência em vez da simples memorização de
conceitos. “O entendimento é o conhecimento do geral. O juízo é a aplicação do
geral ao particular. A razão é a faculdade de distinguir a ligação entre o geral e o
particular”. (KANT, 1996 a, p. 67)
3. A educação moral: a formação do caráter possui três pontos fundamentais: a
obediência, a verdade e a sociabilidade. “caráter consiste no hábito de agir segun-
do certas máximas” (KANT, 1996 a, p. 81).
Disponível em: https://bityl.co/6Vem. Acesso em: 19 fev. 2021.
Ao analisar esta citação, percebe-se que a instrução pública sempre foi preocupação
dos governantes brasileiros que desafiavam os estudiosos e pesquisadores a idealizarem
um projeto para educação das crianças e jovens, no entanto, pontua-se a dificuldade
do atingimento de tal objetivo até os dias atuais, principalmente por não priorizarem os
55
recursos financeiros para tal finalidade. No entanto, ainda segundo Saviani:
Um outro legado do século XIX, cujo marco legal visível
foi o Ato Adicional de 1834, expressa-se no descompro-
misso do governo central com a manutenção da ins-
trução popular. Durante os 49 anos correspondentes
ao Segundo Império, entre 1840 e 1888, a média anual
dos recursos financeiros investidos em educação foi de
1,80% do orçamento do governo imperial, destinando-
-se, para a instrução primária e secundária, a média de
0,47%. O ano de menor investimento foi o de 1844, com
1,23% para o conjunto da educação e 0,11% para a ins-
trução primária; e o ano de maior investimento foi o de
1888, com 2,55% para a educação e 0,73% para a instru-
ção primária e secundária [...] E Rui Barbosa constatava
em 1882: “O Estado, no Brasil, consagra a esse serviço
apenas 1,99% do orçamento geral, enquanto as despe-
sas militares nos devoram 20,86%” [...] O reflexo desse
descompromisso manifesta-se ainda hoje (SAVIANI,
2006, p. 28, 29).
VAMOS PENSAR?
“Os dois enfoques citados nos mostram que os aspectos positivos, deixados como legado,
embora tenham se concretizado no século XX, tornam-se obsoletos e precários para o
público do século XXI. Por outro lado, os aspectos negativos perduram até os dias atuais,
podendo ter responsabilidade pelo retrocesso de um legado que poderia mudar os rumos
da educação de nosso país”.
GLOSSÁRIO
Legado: o que é transmitido a outrem que vem a seguir
Subvenção: transferência de recursos financeiros públicos, para instituições privadas e
públicas, de caráter assistencial, sem fins lucrativos, com o objetivo de cobrir despesas de
seus custeios.
60
FIXANDO O CONTEÚDO
a) 4 – 3 – 2 – 1.
b) 2 – 4 – 1 – 3.
c) 1 – 2 – 4 – 3.
d) 4 – 3 – 1 – 2.
e) 2 – 4 – 3 – 1.
a) Paulo Freire.
b) John Dewey.
c) Carl Rogers.
d) Pestalozzi.
e) Maria Montessouri.
4. (ENADE, 2008) O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova foi publicado em 1932 e
assinado por 26 educadores brasileiros, entre eles Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo
e Lourenço Filho. Nos trechos a seguir, aparecem algumas de suas principais ideias. Mas,
do direito de cada indivíduo à sua educação integral, decorre logicamente para o Estado
que o reconhece e o proclama, o dever de considerar a educação, na variedade de seus
graus e manifestações, como uma função social e eminentemente pública, que ele é
chamado a realizar, com a cooperação de todas as instituições sociais. A consciência
desses princípios fundamentais da laicidade, gratuidade e obrigatoriedade, consagrados
na legislação universal, já penetrou profundamente os espíritos, como condições
essenciais à organização de um regime escolar, lançado, em harmonia com os direitos
do indivíduo, sobre as bases da unificação do ensino, com todas as suas consequências.
Com base nesses trechos, conclui-se que, em seu contexto histórico, o Manifesto era:
a) A observação da educação como um problema social, que deve ter atenção e prioridade
da sociedade e do Estado. Pregando uma educação escolástica baseada nos princípios
tradicionais da educação brasileira concebida pelos Jesuítas sem influências externas.
b) O ensino público, laico e gratuito, de caráter obrigatório e com responsabilidade
dividida entre o Estado e a família. Ao Estado cabia garantir a oferta de vagas em uma
escola autônoma e à família cabia garantir a frequência escolar dos educandos
c) A ampliação da rede de ensino privada e pública, garantindo o caráter laico do ensino
oferecido e estabelecendo faixas de pagamento de anuidades de acordo com o poder
aquisitivo da família do educando.
d) A co-educação entre Estado e família, cabendo ao Estado a oferta de ensino público,
obrigatório e focalizado nas necessidades do aluno e da sociedade, e à família cabia o
custeio da formação dos seus filhos.
e) Um ensino autônomo, que garantia independência em relação aos interesses estatais,
62
mas tendo como referência a linha adotada nas escolas católicas existentes a época.
a) Na época dos jesuítas a dimensão prática foi colocada de lado, não havendo
preocupação com a preparação para o trabalho.
b) A partir da Lei Nº 5692, aprovada em 1971, o ensino de Segundo Grau tornou-se
obrigatoriamente profissionalizante.
c) Com a vinda da Família Real a escola afastou-se da tarefa de suprir as necessidades de
mão-de-obra, priorizando a formação política.
d) No Império nenhuma iniciativa de formação profissional foi tomada, mas foi priorizado
o atendimento destinado aos escravos alforriados.
e) Com a Lei de Diretrizes e Bases Nº 9394, aprovada em 1996, a educação profissional
deixa de ter um capítulo especial e perde importância.
8. “A questão da periodização é, sem dúvida, uma das mais relevantes e também das
mais complexas e, por isso mesmo, das mais controvertidas no campo dos estudos
históricos. Em verdade, a periodização não é um dado empírico, isto é, não está inscrita
no próprio movimento objetivo dos fenômenos históricos investigados. A periodização,
enquanto uma exigência de compreensão do objeto, é, antes, uma questão teórica que
se põe para o historiador ao enfrentar a tarefa de organizar os dados visando a explicar o
fenômeno que se propôs investigar”. (SAVIANI, 2008, p. 12).
Ao realizar a periodização das ideias pedagógicas no Brasil, Saviani (2008) aponta quatro
períodos que vão de 1549 a 2001. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a
característica geral das ideias pedagógicas no 4° período.
A EDUCAÇÃO
PÓS-CONTEMPORÂNEA
– SÉCULO XX
65
O século XX foi marcado por grandes acontecimentos como as grandes
guerras mundiais: a primeira (1914-1918) e segunda (1939-1945), a fundação da URSS –
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas em 1922, bem como a grande depressão
econômica ocasionada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1929, fatos
que influenciaram o mundo inteiro. Trata-se de um período da história mundial onde
ocorreram grandes mudanças no estilo de vida dos cidadãos, fortemente influenciado,
inclusive, pelo desenvolvimento científico e tecnológico. A educação já estava sendo
impactada com movimentos na sociologia, psicologia e pedagogia, conforme discorre:
O século XX foi um período marcado por rápidas trans-
formações em todos os setores do conhecimento hu-
mano, impulsionadas pelo avanço da ciência e tecno-
logia. Entretanto, muitas dessas mudanças tiveram
sua origem nas formulações teóricas desenvolvidas no
século anterior. No campo das relações entre capital e
trabalho, as teses divulgadas em 1848 por Marx e Engels
em seu Manifesto Comunista encontraram aplicação
prática em 1917, com a revolução que em 1922 criou a
União Soviética. Passando do coletivo para o individu-
al, o estudo dos processos mentais iniciados em 1879
só viria a revolucionar as relações humanas mais tarde,
quando Freud desvendou o inconsciente e criou a psi-
canálise. De forma semelhante as reformas educacio-
nais implementadas pelas escolas novas devem muito à
educação progressista de John Dewey e os conceitos da
psicologia (TERRA, 2014, p. 68, 69).
Esta Unidade fará uma breve apresentação das concepções pedagógicas que
marcaram e ainda influenciam a educação, as quais serão aprofundadas na disciplina
de Didática. Apresentará alguns teóricos e seus ideais que vêm contribuindo com a
evolução da educação, até os dias atuais, seja de forma positiva ou negativa.
A partir de movimentos operários iniciados por Lenin (1917), na Rússia, que derrubou
Nicolau II em que, na ocasião a população vivia em total miséria, a classe operária era
explorada e não contava com mínimas condições dignas para o trabalho. Pode se dizer
que os movimentos sofreram influência de filósofos ativistas como Karl Marx e Georg
Wilhelm Hegel. A concepção sociológica considera o problema social como o foco
principal da educação. Defende que as questões sociais influenciam o processo educativo
de uma sociedade. A educação, portanto, cumpre determinado papel, dependendo
da realidade vivenciada em seu contexto histórico, no qual a sociedade está inserida,
seja para a mudança ou para a reprodução social (Bourdieu, Passeron). De acordo com
(ARANHA, 2006) as ideias socialistas provocaram grandes alterações nas concepções
pedagógicas. Destacam-se nomes como Karl Marx, Anton Makarenco, Gramsci e Hegel
que partiam da concepção histórica e dialética.
• Georg Wilhelm Hegel (1770-1831) – desenvolveu a filosofia do devir (movimento do
“vir a ser”) e a dialética idealista. Sua obra “O método” exerceu influência sobre outros
teóricos e filósofos como Karl Marx.
• Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo, ativista político alemão, um dos fundadores do
socialismo científico e da sociologia. Pregava que a educação deveria ser para todos e
para uma formação capaz de tornar o homem agente de transformação da realidade,
mas ao mesmo tempo produto do meio, deixando patente que ele abordava a
educação partindo-se de críticas à sociedade capitalista:
FIQUE ATENTO
O ideal, pregado pelos movimentos socialistas em prol da educação, buscava:
“A preparação dos seres humanos para construírem uma sociedade socialista a fim de que
todos pudessem viver totalmente livres e com direitos iguais. Os teóricos da educação con-
templam, em suas obras, a base que permite a transição para uma sociedade comunista,
livre de uma sociedade hierárquica e desigual que convive com as injustiças e individualida-
des decorrentes do capitalismo. As ideias socialistas influenciaram educadores como Antô-
nio Gramsci, Anton Makarenko e István Mészáros”. Disponível em: https://bityl.co/6VfY. Acesso
em 20 fev.2021
FIQUE ATENTO
As três tendências do pensamento educacional dos séculos XVIII e XIX contribuíram para este
ponto de vista eclético na educação. Em geral as contribuições psicológicas foram sobretudo
para o método; a científica, para o conteúdo; a sociológica, para um objetivo mais amplo e
para um melhor mecanismo institucional. E, além disso, cada movimento exerceu sua influ-
ência particular sobre o método, sobre a finalidade, sobre a organização e sobre o conteúdo.
As contribuições mais importantes destes movimentos podem ser resumidas em poucas
frases. De Rousseau veio a ideia de que a educação é vida, que deve centralizar-se na criança
e encontrar sua finalidade no indivíduo e em cada estádio particular da vida. De Pestalozzi
veio a ideia de que o trabalho educativo eficiente depende do conhecimento atual da criança
e de uma genuína simpatia por ela; que a educação é um crescimento dentro e não uma sé-
rie de acréscimos de fora; que este crescimento é o resultado das experiências ou atividades
da criança; consequentemente que são os objetos e não os símbolos que devem formar a
base do processo de instrução; que as percepções sensoriais e não os processos da memória
formam a base da primeira educação. De Herbart veio a ideia dum processo científico de ins-
trução, a base científica da organização do currículo; e a ideia da formação do caráter como
alvo da instrução, a ser alcançado cientificamente por meio do uso do método e de currículo
conforme foram definidos. De Froebel veio a verdadeira concepção da natureza da criança; a
correta interpretação de que o ponto de partida da educação está na tendêncida da criança
para a atividade; a verdadeira interpretação do currículo como representação para a criança
do resumo da experiência do mundo ou da herança da cultura da raça; e em geral, a primeira
e, contudo, a mais completa aplicação da teoria da evolução ao problema de educação. Da
tendência científica veio a insistência por uma revisão do conceito de educação liberal, uma
nova definição da cultura exigida pelo ponto de vista sociológico, para que o ensino indus-
trial, tecnico e profissional fosse introduzido em todos os estádios da educação e que se fizes-
se tudo, a fim de contribuir para o desenvolvimento do homem livre, - o cidadão plenamento
desenvolvido. Da tendência sociológica veio a crença geralmente aceita de que a educação
é o processo de desenvolvimento da sociedade; que seu objetivo é o produzir bons cidadãos;
prepará-lo para alguma forma de participação produtiva nas atividades sociais do presente,
numa palavra, que ele deve aprender a servir a si mesmo, por meio do serviço prestado aos
outros.
Texto extraído do livro História da Educação de Paul Monroe, 1970, páginas 364/365.
VAMOS PENSAR?
A Escola Nova tem influenciado a educação brasileira até os dias atuais, seja para propos-
tas de novas metodologias, seja inspirando a elaboração de documentos legais. Como os
ideais deste movimento influenciou a construção da BNCC? Reflita sobre isso!
72
FIXANDO O CONTEÚDO
a) A Escola Nova no Brasil teve seu início após a aprovação da Constituição Federal de
1988, que consagrou novos direitos e ampliou o papel da educação em nosso país, e tem
por foco a educação para a democracia.
b) A pedagogia tradicional, também conhecida por reprodutivista, tem por escopo a
manutenção das tradições culturais, com forte ênfase no ensino das linguagens.
c) As pedagogias liberais têm a liberdade em sua essência, incentivando a escola a se
libertar de currículos oficiais e a produzir, autonomamente, suas próprias diretrizes para
o processo de ensino-aprendizagem.
d) A pedagogia tecnicista privilegia excessivamente a tecnologia educacional e
compreende os professores e os alunos como executores e receptores da proposta
educativa, normalmente elaborada com pouco vínculo com o contexto social a que se
destina.
e) A pedagogia histórico-crítica parte da história como a base de todo o conhecimento
e, por isso, centraliza o currículo a partir do ensino da história em cada um dos campos
de conhecimento e das diversas disciplinas.
2. (CONCURSO, 2016) A partir das décadas de 60 e 70, diversos teóricos, por diferentes
caminhos, chegam à conclusão que a escola está de tal forma condicionada pela
sociedade, dividida em classes, que, ao invés de democratizar, reproduz as diferenças
sociais, perpetuando o status quo. (ARANHA,1996, p. 176).
a) Socialista.
b) Capitalista.
c) Não diretiva.
d) Crítico-reprodutivista.
e) Tecnicista.
a) 4 – 3 – 2 – 1.
b) 2 – 4 – 1 – 3.
c) 1 – 2 – 4 – 3.
d) 4 – 3 – 1 – 2.
e) 2 – 4 – 3 – 1.
a) A educação é um processo que deve romper com os limites que a ordem institucional
impõe à escola.
b) A brutalidade presente no homem é causada por sua inclinação para a liberdade, e
isto requer polimento.
c) O ensino e, por conseguinte, o aprendizado, deve partir dos conceitos morais e
intelectuais.
d) O homem tem necessidade de cuidados e formação, sendo que esta compreende,
além da disciplina, a instrução.
e) O importante para a criança e para o adulto é o aprendizado de como lidar com a
mudança constante.
a) Tendência tradicional.
b) Tendência escolanovista.
c) Tendência crítico-reprodutivista.
d) Tendência construtivista.
74
e) Tendência positivista.
a) Karl Marx.
b) Auguste Comte.
c) Max Weber.
d) Émile Durkheim.
e) Karl Mannheim.
No que se refere à relação pedagógica no contexto da Escola Nova, é correto afirmar que
a(o):
8. No que se refere ao Quarto Período (1969 a 2001) da História das Ideias Pedagógicas
no Brasil, Dermeval Saviani o considera como aquele em que se configurou a concepção
pedagógica produtivista. Nessa perspectiva de análise, o autor caracteriza as concepções
pedagógicas de acordo com o contexto histórico. Diante disso, qual assertiva a seguir
corresponde à análise de Saviani (2008)?
A EDUCAÇÃO NO ANO
DE 2020 EM MEIO À CRISE
DE UMA PANDEMIA
77
Nesta unidade será discorrido sobre o Ensino Remoto, fruto de uma educação
que se constituiu emergencial devido à pandemia do Coronavírus. Será apresentada
uma pequena abordagem acerca do Ensino Híbrido que já vem sendo discutido e
experimentado há mais de 20 anos e que agora tem a oportunidade de se adequar à
nova realidade do século XXI:
No início do ano de 2020 o mundo foi surpreendido por uma pandemia de um vírus
altamente contagioso e letal, o covid-19, o que obrigou a sociedade à mudança brusca
de conduta e comportamento. O primeiro caso de contágio pelo vírus SARS-CoV2, foi
identificado em Wuhan, na China, no final de dezembro do ano de 2019. Desde então, os
casos começaram a se espalhar rapidamente pelo mundo a partir do continente asiático,
espalhando-se para os demais.
Em fevereiro de 2020 identificou-se o primeiro caso no Brasil, mais especificamente
no estado de São Paulo. Então, pela propagação rápida do vírus à toda população
mundial, em março do mesmo ano, definiu-se o surto da doença como pandemia pela
OMS - Organização Mundial da Saúde.
A pandemia influenciou, negativamente, todos os setores da vida dos cidadãos
do mundo que, contra a sua vontade, viram-se obrigados ao confinamento no interior
de seus lares, impedidos da vivência em sociedade até mesmo para o trabalho. As
relações sociais se alteraram, muitas empresas encerraram as suas atividades por não
conseguirem se autosustentarem diante do cenário que a pandemia causou. As escolas
tiveram que suspender as suas atividades presenciais e a educação precisava, a partir de
então, mudar a sua modalidade de ensino para alcançar o seu público, agora ausente
das dependências físicas das instituições escolares.
No Brasil, os esforços foram empreendidos por parte dos entes federados, estados e
municípios, em busca de soluções tecnológicas. Reguladas por decretos e resoluções, as
secretarias de educação adotaram o caráter de ensino remoto, a partir do qual as escolas
se organizaram de forma emergencial para a capacitação do corpo administrativo e
docente, no sentido de prestar todo o apoio necessário às famílias dos alunos.
A proposta de ensino remoto, a princípio, demonstra ser uma solução eficaz para
o problema, tendo em vista que o aluno terá toda a assistência necessária, uma vez que
os responsáveis se encontram confinados, também em casa, muitos trabalhando em
regime home office. No entanto, dificuldades são evidenciadas, principalmente para
os alunos das instituições públicas que se esbarram na falta de infraestrutura para a
adequação ao novo formato de ensino. Os desafios são incontáveis, começando pela
própria escola que tem a missão emergencial de readequar a sua proposta pedagógica a
partir de reuniões e planejamentos diários e ou semanais. Outra dificuldade identificada
diz respeito ao corpo docente, muitos professores ainda não têm afinidade com as
ferramentas digitais, necessitando, portanto, de capacitação pela própria escola que se
desdobra para dar conta de toda demanda que ainda é desconhecida para todos: um
grande desafio para “aprender a aprender” em caráter emergencial.
O momento obriga a se pensar em um ensino remoto emergencial: remoto
porque acontecerá à distância e necessitará de replanejamento das ações de Ensino e
78
de Aprendizagem para que os objetivos educacionais sejam alcançados; emergencial
porque o ano letivo não pode ser interrompido, quando há um calendário a ser cumprido.
O que precisa ficar claro para todos os envolvidos nesse processo (escola, família, alunos)
é que a nova modalidade de ensino e de aprendizagem, ainda que à distância, não
significa a adoção da EaD nas escolas, sendo esta modalidade de ensino regida por
legislação própria.
O momento é de desafio extremo em um país que ainda não superou os
problemas decorrentes do analfabetismo funcional, vê-se agora obrigado a ter que exigir
habilidades digitais e recursos próprios de alunos que, em sua maioria, não contam
com celulares e computadores para as novas demandas educacionais. O trabalho em
regime home office em alguns espaços escolares, alterou, significativamente, a vida
dos profissionais da educação, sobretudo do professor que teve a sua carga horária
“ampliada informalmente” em permanecer por importante tempo participando de
reuniões pedagógicas, planejando as suas aulas, entrando nas salas virtuais, orientando
e esclarecendo as dúvidas dos discentes que agora, contam com outras formas de
comunicação para as finalidades educacionais, dentre elas, o whats app, sem contar com
as tarefas que já faziam parte de sua rotina diária: correção de atividades e avaliações,
preenchimento de diários de classes, participação em Conselho de Classe, dentre outras.
Uma minoria de docentes pode contar com capacitações e treinamentos elaborados
pela própria rede de ensino, no entanto, a grande maioria viu-se obrigada a desempenhar
o seu papel, cumprindo todas as exigências impostas, sem sequer receber orientações
e diretrizes claras: muitas vezes o próprio corpo diretivo não detinha as informações a
serem repassadas: a situação é nova para todos que tentam se adequar a um “novo
normal”, imposto pela pandemia.
As escolas particulares com seus recursos próprios e empenho possível dos
familiares adequam-se com maior facilidade, promovendo aulas efetivas em salas virtuais
com a participação ativa do corpo docente: é uma oportunidade ímpar para o que a
BNCC preconiza acerca do protagonismo discente: o aluno agora tem a oportunidade de
exercer a sua autonomia no sentido de organizar os seus horários para assistir as aulas on
line, seja para as aulas síncronas ou assíncronas, buscando os estudos complementares
e realizando as tarefas propostas.
Por outro lado, as escolas públicas, sobretudo das regiões mais carentes, padecem
da falta de recursos materiais e tecnológicos por parte das famílias, mas também da
própria escola. Ressalta-se que, se para o público das escolas particulares faz-se necessária
a adequação à nova realidade (porque ainda que dispõem de todo o aparato tecnológico
e suporte necessário à participação nas salas virtuais, tudo é muito novo), o que dizer de
alunos das escolas públicas que além de não disponibilizarem dos materiais necessários,
têm dificuldades que muitas vezes não são sanadas pelos próprios familiares?
Importante ressaltar que, ainda que precários, esforços conjuntos foram
empreendidos na tentativa da não interrupção total das atividades educativas nas
instituições escolares, desde as séries iniciais até o ensino superior. Com relação à
Educação Infantil o ensino remoto torna-se complicado, uma vez que nem todas as
famílias dispõem de tempo e condições materiais para a dedicação às atividades lúdicas
propostas, sem contar que o desenvolvimento da criança na fase infantil depende
da interação com seus pares da mesma faixa etária, aliada às atividades lúdicas que
garantem o desenvolvimento psicomotor.
79
BUSQUE POR MAIS
• Para aprofundar seus conhecimentos em Ensino a Distância, verifique o livro
“História da Educação” da organizadora Márcia de Lima Elias Terra, aborda
sobre o assunto na Unidade 4, página 157. Disponível em: https://bityl.co/6VhX.
Acesso em 26 fev. 20.21
A relação da família com a escola sempre mereceu o olhar investigativo por parte
de teóricos e pesquisadores, uma vez que se trata de uma relação de parceria, no entanto
bem delicada que precisa ser pautada no respeito e sobretudo na ética. Os papéis
necessitam estar bem definidos, uma vez que cobranças são feitas de forma equivocada:
à família compete o papel de criar/educar a criança e à escola o papel de ensinar/instruir.
Com o ensino remoto devido à pandemia do Covid-19, as relações se estreitaram, uma
vez que o seio familiar passa a ser também a sala de aula, onde todos os membros da
família precisam contribuir com o processo educativo do estudante, ajudando a sanar as
dificuldades apresentadas.
A experiência que o ensino remoto proporciona às famílias, de certa forma, permite
um melhor entendimento do papel que o professor exerce na sala de aula, uma vez que
não há mais a divisão de casa/escola, ou seja, o processo de Ensino e de Aprendizagem
está ocorrendo no espaço do lar, adaptado como sala de aula, necessitando, também,
da mediação de algum responsável. Tal mudança pode alterar a forma como a família
enxerga e se relaciona com a escola, estando, agora, mais consciente do papel exercido
pelo professor.
O pesquisador Henrique Ueyda do Amaral, menciona em um artigo intitulado
“Relação das escolas com as famílias durante a pandemia” realizada pelo Instituto de
Pesquisa Datafolha que, segundo o autor do referido artigo, foi contratada pela Fundação
Lemman e Itaú Social. Amaral acrescenta que o público entrevistado foram os pais,
mães ou os responsáveis pelos alunos das redes públicas de todas as regiões do Brasil. O
artigo data de 11 de agosto de 2020 e está publicado no site Camadas Educacionais, cujo
acesso foi realizado em 26 de fevereiro de 2021. O resultado da pesquisa foi representado
em gráfico de pizza, o qual apresenta o resultado que revelou, segundo os professores
entrevistados, aumento da participação da família durante determinado período do
Ensino Remoto:
80
Desta forma, o que Paula Sibília aponta nos faz refletir que embora haja o acesso a
todo tipo de informação por meio das mídias, cabe aos educadores pensarem em utilizar
todo o aparato midiático possível para o direcionamento e filtragem das informações
com vistas à formação do alunato, o que tornará as aulas mais interessantes e motivantes,
resultando em uma aprendizagem realmente significativa, aplicável na vida do cidadão,
onde todos saem ganhando. O estudante da presente era pós contemporânea é
considerado o nativo digital (Marc Prensky, 2001), familiarizado e inserido em um universo
midiático que agora, mais do que nunca necessita do professor mediador para apontar
o caminho que o levará à aquisição do conhecimento pretendido.
FIQUE ATENTO
Quando trabalhamos com metodologias ativas – colaborativas e cooperativas (collaborati-
ve and cooperative learning) –, que integram o grupo de técnicas Inquiry-Based Learning
(IBL) e que tem suas raízes na visão de Vygotsky, de que existe uma natureza social inerente
ao processo de aprendizagem – base de sua teoria de Desenvolvimento por Zona Proximal
83
(DZP) – a construção do conhecimento permite o desenvolvimento de importantes compe-
tências, como: saber buscar e investigar informações com criticidade (critérios de seleção e
priorização) a fim de atingir determinado objetivo, a partir da formulação de perguntas ou de
desafios dados pelos educadores; compreender a informação, analisando-a em diferentes ní-
veis de complexidade, contextualizando-a e associando-a a outros conhecimentos; interagir,
negociar e comunicar-se com o grupo, em diferentes contextos e momentos; conviver e agir
com inteligência emocional, identificando e desenvolvendo atitudes positivas para a apren-
dizagem colaborativa; ter autogestão afetiva, reconhecendo atitudes interpessoais facilitado-
ras e dificultadoras para a qualidade da aprendizagem, lidando com o erro e as frustrações,
e sendo flexível; tomar decisão individualmente e em grupo, avaliando os pontos positivos e
negativos envolvidos; desenvolver a capacidade de liderança; resolver problemas, executan-
do um projeto ou uma ação e propondo soluções. Disponível em: https://bit.ly/3jsHgra Acesso
em: 08 fev. 2021
Sassaki (2020, online) publicou um artigo intitulado “O ensino híbrido será o legado
da pandemia para a educação?” o qual menciona uma análise feita a partir do Fórum
Econômico Mundial trazendo uma reflexão importante acerca da situação das escolas
pós pandemia:
A análise do Fórum Econômico Mundial sobre os pos-
síveis impactos da pandemia na educação, revela uma
mudança imediata: milhões de pessoas no planeta es-
tão sendo educadas graças à brecha digital que trouxe
novas abordagens pedagógicas via uso de tecnologias.
Implementada como alternativa às salas de aula fecha-
das, essa via tecnológica conferiu inovação educacional
a um setor que sempre resistiu aos ventos da mudança;
sempre investiu em um modelo de aulas expositivas. A
outra face dessa moeda – sobretudo em um contexto
nacional –, é a possibilidade do aumento do gap digital,
ou seja, a desigualdade socioeconômica pode ser exa-
cerbada, tornando o acesso educacional de qualidade
mais distante no Brasil. Por isso, é fundamental a atu-
ação do poder público e de organizações da sociedade
civil no combate a essa distorção.
GLOSSÁRIO
• Online: conectado direta ou remotamente a um computador e pronto para uso (diz-se
de sistema, equipamento ou dispositivo); disponível para acesso imediato por um com-
putador.
• Home Office: Home office é o escritório em casa. É possível trabalhar home office a
partir de três tipos de arranjo: sendo funcionário de uma empresa, sendo freelancer ou
como empresário de uma empresa home based.
• Assíncrona: Comunicação que não ocorre nem se efetiva no mesmo tempo e espaço,
falando do emissor e receptor, uma mensagem enviada e não precisa ser respondida
naquele exato momento, geralmente se efetiva por cartas, e-mails etc. Etimologia (ori-
gem da palavra assíncrona). Feminino de assíncrono, a + síncrono.
• Gap digital: não-inclusão digital que limita o acesso da população de baixa renda a
computadores e à Internet.
84
BUSQUE POR MAIS
• O termo Nativo Digital foi cunhado pelo pesquisador Marc Prensky em 2001.
Para que você entenda melhor a análise feita pelo pesquisador que aborda as
características do Nativo Digital e Imigrante Digital, segue o link de seu artigo
“Digital natives, digital immigrants". Disponível em: https://bityl.co/6ViI. Acesso
em: 13 fev. 2021.
• O artigo “Imigrantes e nativos digitais: um dilema ou desafio na educação?”
está disponível em: https://bityl.co/6ViZ. Acesso em : 13 fev. 2021
FIQUE ATENTO
Como surgiram as metodologias ativas?
Em uma sociedade que evolui tão rápido, cujo mercado de trabalho demanda profissionais
que não possuem apenas competências técnicas (hard skills), como também as comporta-
mentais (soft skills), o modelo tradicional já não se mostra como o mais apropriado em todos
os casos.
De acordo com o artigo “History & Context for Active Learning”, o termo “aprendizado ativo”
e a ideia correlata de um ensino centrado no aluno, não mais no professor, começou a atrair
interesse entre os educadores entre o final da década de 1970 e o início da década de 1980.
Curiosamente, porém, cabe aqui um parêntese: Reginald “Reg” William Revans, um profes-
sor acadêmico, pode ser considerado como um pioneiro da aprendizagem ativa, conceito
desenvolvido por ele na década de 1940 de acordo com a Action Learning Associates.
Embora já sejam debatidas há um bom tempo, as metodologias ativas ganharam bastante
destaque recentemente. Afinal, colocar os alunos na posição de protagonistas é algo bem
mais próximo das exigências do mercado de trabalho e da própria vida estudantil atual. Isso
fica evidente com o Ensino Híbrido como uma solução para o retorno às aulas presenciais e
certamente se manterá como uma grande força mesmo depois que a situação se normalizar,
dada a maior responsabilidade que o aluno passa a ter em sua aprendizagem.
Em uma situação nova, em que encontros assíncronos, conteúdos disponibilizados em Am-
bientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) e diferentes métodos avaliativos passaram a fazer
parte da rotina, as metodologias ativas são simplesmente indispensáveis.
Os professores, por sua vez, atuam como facilitadores do conhecimento, não como protago-
nistas. Eles orientam os alunos com questões e incentivos para colocar os estudantes, real-
mente, como os personagens principais do processo de aprendizagem.
VAMOS PENSAR?
O mundo inteiro tem investido esforços para que a vacinação contra a Covid-19 aconteça
o mais rápido possível para a volta à normalidade, sobretudo as escolas. Ao chegar no
final da Unidade 6, e com base em tudo o que você aprendeu durante a disciplina Histó-
ria da Educação, reflita: A educação, após o retorno às aulas presenciais continuará com
o mesmo formato pré pandemia?
86
FIXANDO O CONTEÚDO
Observe atentamente a imagem, acima, e responda a questão que julgar a mais correta
para o contexto apresentado:
a) O professor nada sofreu com a pandemia do coronavírus, uma vez que sempre contou
com a tecnologia como recursos didáticos para o planejamento de suas aulas.
b) Com o Ensino Remoto os professores estão com o tempo favorável à pesquisa e
formação continuada autônoma, o que tornarão suas aulas mais ricas e interessantes.
c) O ensino remoto chegou para ficar, foi muito bem assimilado por todas as redes
de ensino público, uma vez que as escolas sempre receberam os recursos materiais
necessários à nova realidade, o que foi essencial para o atendimento aos professores e
às famílias mais carentes.
d) Com o processo de Ensino e de Aprendizagem acontecendo de forma remota, o
professor está mais atento à participação dos alunos que interagem bem, uma vez que
são nativos digitais e possuem habilidades e acesso às tecnologias.
e) O Ensino Remoto tem ressignificado as práticas pedagógicas, impactando não só as
crianças, adolescentes e jovens, mas sobretudo o professor que vê-se duramente afetado
com o excesso de trabalho para além da carga horária contratada para a realização de
seu ofício.
A frase acima, citada por Sassaki, pesquisador da área de Educação Inovadora, faz
referência ao Ensino Híbrido, modalidade de educação tão discutida durante o ano de
2020. Sobre o Ensino Híbrido é correto afirmar:
“Ao contrário dos professores que acreditam que os pais é que devem ir à escola
mostrando-se interessados pelo desenvolvimento de seus filhos e pela relação
entre família e escola, Tancredi e Reali (2001), Reali e Tancredi (2002), Caetano (2004)
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acreditam que a construção da parceria entre escola e família é função inicial dos
professores, pois eles são elementos-chave no processo de aprendizagem. Dada a
formação profissional específica que têm, as tentativas de aproximação e de melhoria
das relações estabelecidas com as famílias devem partir, preferencialmente, da escola,
pois ´transferir essa função à família somente reforça sentimentos de ansiedade,
vergonha e incapacidade aos pais, uma vez que não são eles os especialistas em
educação’ (Caetano, 2004, p. 58).”
(Oliveira e Araújo-Marinho, 2010) Consulta em: https://bityl.co/6Vk8. Acesso em: 16 jan.2021.
Com base no que você aprendeu na Unidade 6 e de acordo com o texto acima, marque
a alternativa correta:
5. (ENADE, 2017) A identidade e o papel docente têm se alterado ao longo dos anos.
O entimema que concebe o professor como aquele ser que seduz, que encanta pelo
conhecimento, tem ficado apenas na memória dos professores. Na Idade Média, o
entimema que se consolidou foi o do professor sacerdote, que professava uma fé. Na
Idade Moderna, o entimema que identificava o professor como aquele que tinha o poder
de interferir na mobilidade social de seus alunos e era capaz de possibilitar ascensão
para aqueles que dispunham a dedicar-se ao trabalho acadêmico. Na Idade Mídia, o
papel do professor está subsumido de valor e, na grande maioria das vezes, o professor
aparece retratado de forma caricaturada. O fracasso dos alunos é estampado nos meios
de comunicação e aponta que os professores não conseguem cumprir o seu papel social.
I. O trabalho do professor foi modificado ao longo da história, bem como seu status
profissional.
II. Na Idade Média predominou a laicidade do magistério
III. O trabalho do professor na Idade Moderna foi marcado pelo entimema da doação ao
outro, visando à salvação dos alunos.
IV. O trabalho do professor na Idade Mídia é pautado na inserção das tecnologias e nas
relações da sociedade.
a) I e IV.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II, III.
e) I, II e IV.
a) F- V- F- V.
b) V- F- V- F.
c) F- V- V- V.
d) V- V- F- F.
e) F- F- V- F.
a) Portal.
b) Hardware.
c) Ensino híbrido.
d) Ambiente virtual de ensino e aprendizagem.
e) Objetos de aprendizagem.
Coluna A
I. Síncronas.
II. Asssíncronas.
Coluna B
( ) E-mail.
( ) Fórum.
( ) Chat.
91
( ) Lista de discussão.
( ) Webconferência.
( ) Blog.
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 D QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 B QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 C
QUESTÃO 7 A QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 D QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 E
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 D
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 C
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARANHA, M. L. A. Filosofia da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: Fundação Editora da UNESP (FEU), 1999.
PILETTI, C.; PILETTI, N. História da Educação: De Confúcio a Paulo Freire. São Paulo:
Contexto, 2012.
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