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DOCÊNCIA E
MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A
DISTÂNCIA
Prof. Esp. Ronald Alex Santos Reis
Prof. Me. Marilene Nunes
2

DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
PROF. ESP. RONALD ALEX SANTOS REIS
PROF. ME. MARILENE NUNES
3

Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério

Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira

Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos

Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira

Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa

Revisão/Diagramação/Estruturação: Clarice Virgilio Gomes


Fernanda Cristine Barbosa
Prof. Esp. Guilherme Prado

Design: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Daniel Guadalupe Reis
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Eliza P. Campos
Victor L. dos Reis Lopes

© 2022, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
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DOCÊNCIA E MEDIAÇÃO
PEDAGÓGICA EM
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
1° edição

Ipatinga, MG
Faculdade Única
2022
5

RONALD ALEX SANTOS REIS


Possui graduação em Pedagogia, pelo Centro
Universitário do Leste de Minas Gerais- Unileste,
e é especializado em Docência no Ensino Supe-
rior e Inspeção Escolar. Atua como professor da
Educação Infantil e do Ensino Fundamental na
rede pública e como docente no curso de Pe-
dagogia- EaD da Faculdade Única.

Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qualificações,


acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/8755631115276029
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
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MARILENE NUNES
Sou Pedagoga, com Especialização em Gestão
Estratégica de Recursos Humanos e Mestrado
em Administração com ênfase em Gestão do
Conhecimento, para além desta formação,
atualmente estou cursando Formação
Profissional em Psicanálise e Saúde Mental pela
FAMET. Possuo mais de 20 anos de experiência
distribuídas nas área da docência, Coordenação
de curso superior e Supervisão Pedagógica.
Atualmente sou Coordenadora e professora-
tutora do Curso de Pedagogia em EaD da
Faculdade Única de Ipatinga, atuando também
como coordenadora de projetos de Iniciação
Científica e Extensão universitária. Ministro
palestras e treinamentos em diversas áreas
principalmente com os temas: comunicação
não violenta, motivação, gestão de pessoas,
relações interpessoais e intrapessoais. Como
voluntária, sou secretária de uma instituição
social sem fins lucrativos que visa a recuperação
de dependentes químicos - Comunidade
Terapêutica Feminina - AAMAR Santana
Vale do Aço. Como características pessoais,
destaco: dinâmica, organizada, determinada,
comunicativa, dedicada, alegre, persistente e
proativa.

Para saber mais sobre a autora desta obra e suas qualificações,


acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
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Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
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LEGENDA DE

Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:

FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.

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virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.

VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.

FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.

GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
FORMAÇÃO DE PROFESSORES / TUTORES PARA EAD

1.1 Introdução ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................12


1.2 Qual o Significado do Termo EAD? ..................................................................................................................................................................................................................................12
1.3 Voltando no tempo: EAD no Passado e no Presente ..........................................................................................................................................................................................13
1.4 A Formação do Professor em EAD ...................................................................................................................................................................................................................................17
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................20

UNIDADE 2
SISTEMAS TUTORIAIS: TUTORIA ON-LINE E PRESENCIAL
2.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................25
2.2 Sistema Tutorial: O Que é? ...................................................................................................................................................................................................................................................25
2.3 Tutoria ON-LINE ...........................................................................................................................................................................................................................................................................26
2.4 Tutoria Presencial ......................................................................................................................................................................................................................................................................29
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................32

UNIDADE 3
INCENTIVANDO O PROTAGONISMO DISCENTE: PERCEPÇÕES DO PERFIL DO ALUNO EAD
3.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................37
3.2 Protagonismo Discente .........................................................................................................................................................................................................................................................37
3.3 Práticas e Abordagens de Ensino-Aprendizagem ..............................................................................................................................................................................................39
3.4 Andragogia e Heutagogia: Aprendendo a Aprender em EAD ...................................................................................................................................................................40
3.5 O Perfil do Aluno em EAD ....................................................................................................................................................................................................................................................42
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................46

UNIDADE 4
RESPONSABILIDADES DOS PROFESSORES / TUTORES EM EAD
4.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................52
4.2 Definição do Professor em EAD e suas Funcionalidades ..............................................................................................................................................................................52
4.3 As Funções do Tutor .................................................................................................................................................................................................................................................................55
4.4 A Comunicação em EAD: Um Diálogo Direto ........................................................................................................................................................................................................57
4.5 Comunicação com os Discentes .....................................................................................................................................................................................................................................57
4.6 Motivando os Aprendizes .....................................................................................................................................................................................................................................................59
4.7 Resolução de Problemas em EAD .................................................................................................................................................................................................................................60
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................62

UNIDADE 5
FERRAMENTAS FACILITADORAS DA APRENDIZAGEM
5.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................67
5.2 A Relação Indissociável Entre as Tecnologias e a EAD .....................................................................................................................................................................................67
5.3 Metodologias de Estudo Baseadas na Autonomia Discente .......................................................................................................................................................................68
5.4 Ferramentas Técnicas para EAD .....................................................................................................................................................................................................................................69
5.4.1 Fórum .........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................69
5.4.2 Chats ou Salas de Bate-Papo .....................................................................................................................................................................................................................................................................................72
5.4.3 Teleaula .....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................73
5.4.4 Blog .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................76
5.4.5 Podcast .....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................77
5.4.6 Google Docs ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................78
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................80
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UNIDADE 6
AVALIAÇÃO E APRENDIZAGEM: DOIS UNIVERSOS CONSONANTES
6.1 Introdução ........................................................................................................................................................................................................................................................................................85
6.2 Conceituações: O Que é Avaliação? ..............................................................................................................................................................................................................................85
6.3 Funções Essenciais da Avaliação ....................................................................................................................................................................................................................................89
6.4 O Que o Tutor Deve Avaliar na Educação a Distância ......................................................................................................................................................................................90
6.5 Avaliação por Meio das Ferramentas de Aprendizagem ................................................................................................................................................................................93
6.6 Notas ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................95
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................................................................................................................................................................98

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ....................................................................................................................................................................................................................102


REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................................................................................................................................................................103
10
UNIDADE 1
Nesta unidade, serão apresentadas informações acerca das origens da Educação a
Distância e como determinadas habilidades são fundamentais para que o professor/
tutor em EAD tenha um trabalho produtivo, capaz de contribuir positivamente no
C ONFIRA NO LI VRO

acompanhamento e na avaliação dos alunos inseridos nessa modalidade de ensino.

UNIDADE 2
Na unidade 2, serão analisados os elementos que permeiam os sistemas de tutoria
utilizados por professores/tutores em cursos EAD on-line e presenciais. Além disso,
serão apontadas quais são as competências e atribuições que esses profissionais
devem exercer nessa modalidade de ensino.

UNIDADE 3
Nesta unidade serão dispostas as práticas de aprendizagem que norteiam as
atividades desenvolvidas pelos aprendizes na EAD: a Andragogia e a Heutagogia.
Tendo em vista este tema, o ponto problematizador se dará pelo enfoque nos
diferentes perfis de alunos inseridos no contexto EAD e como suas particularidades
influenciam seu processo de aprendizagem.

UNIDADE 4
Na unidade 4, a partir das peculiaridades que envolvem o público da EAD
(apresentadas na unidade anterior), serão descritos os conhecimentos, as habilidades
e competências essenciais que devem constituir o perfil de professores e tutores
para lidar com as especificidades dispostas em ambientes de Educação a Distância.

UNIDADE 5
Diante das responsabilidades atribuídas aos professores e tutores no ato de orientar
os discentes em seu percurso de aprendizagem, o foco nesta unidade se dará pela
apresentação de diversas ferramentas e recursos que visam potenciar a aprendizagem
ativa, rompendo com uma visão educacional de cunho mais tradicional.

UNIDADE 6
Na unidade conclusiva do livro, a avaliação será o tema central. Aqui, serão descritos os
elementos que influenciam o processo de avaliação dos alunos em EAD, bem como
as diretrizes que devem nortear as ações avaliativas dos docentes nesses espaços.
Além disso, será explicitado de que maneira as ferramentas de aprendizagem podem
intensificar a efetividade das correções e ponderações de professores e tutores.
11

FORMAÇÃO DE
PROFESSORES /
TUTORES PARA EAD
12
1.1 INTRODUÇÃO

Em 2019, o Ministério da Educação e Cultura (MEC), por meio do Censo da


Educação Superior, demonstrou uma nova realidade que, outrora, poderia se considerar
inimaginável nas Instituições de Ensino Superior no Brasil. Por meio deste documento,
mostrou-se que o número de vagas ofertadas em cursos de graduação a distância
superou pela primeira vez, em uma margem considerável, a oferta de cursos superiores
presenciais.
Os dados apresentados reforçam uma premissa que autores como Maia e Mattar
(2008) apresentaram há alguns anos atrás, mas que se torna real a cada ano, pois, o
crescimento do segmento de Educação a Distância tem conquistado um espaço cada
vez maior. Isto denota a esta modalidade de ensino um impacto jamais visto na história
da educação, e que acarreta na participação de cada vez mais pessoas participando
desse mercado, o qual engloba desde alunos e professores, até administradores e web
designers, que desempenham diferentes papéis de forma simultânea.
Nesta perspectiva, evidencia-se que a Educação a Distância é uma modalidade de
ensino que se consolidou no mercado educacional e que abrange uma grande diversidade
de agentes, visando fornecer ao aluno sistemas e instrumentos capazes de contribuir
positivamente em sua formação, com um enfoque especial no acompanhamento e na
avaliação de seu desempenho.
Por isso, nesta unidade, o ponto de partida problematizador se dará por uma
reflexão breve sobre as origens da Educação a Distância e, principalmente, acerca das
habilidades e ações educativas que devem permear a formação de professores / tutores
para EAD.
Como principais objetivos, ao final desta unidade, você deverá apresentar os
seguintes conhecimentos:

• Identificar os eventos que resultaram no surgimento da Educação a Distância;


• Reconhecer a importância do levantamento histórico da Educação a Distância para
compreensão de sua expansão;
• Identificar elementos importantes que envolvem a formação de professores/ tutores
EAD.

1.2 QUAL O SIGNIFICADO DO TERMO EAD?

Primeiramente, conforme apontam Maia e Mattar (2008), antes de enveredar pelos


eventos que culminaram no surgimento e desenvolvimento da Educação a Distância, é
de fundamental importância saber o que significa, de fato, a sigla EAD.
Como abordam os autores supracitados, a sigla EAD engloba duas palavras
etimologicamente distintas, que são “educação” e “distância”. A partir disso, torna-se
necessário destrinchar o real significado de cada uma delas, para que, posteriormente,
seja realizada uma articulação entre ambas.
Segundo Streck, Redin e Zitkoski (2008), não existe apenas um tipo de educação,
mas, sim, educações, que são os pontos de partida para que os seres humanos partam
do que são para o que querem ser, isto é, na busca por crescimento permanente. Os
vários tipos de educação por ele citados se resumem a dois: a educação bancária e a
13
educação libertadora.
No contexto que remete ao termo EAD, Maia e Mattar (2008) afirmam que esta
modalidade precisa ser pautada por uma educação humanista e problematizadora,
que implica o diálogo. Ou seja, é necessário que haja interação para que se solidifiquem
a aprendizagem e a educação. Logo, este é um modelo que remete ao conceito de
educação libertadora.
No que concerne à palavra distância, Azevedo (2010) expõe como verbete uma
ideia que remete a algo ou alguém que está afastado, remoto ou longínquo.
Como abordam Maia e Mattar (2008), as duas palavras apresentam significados
distintos, mas que se associam e transfiguram-se em uma denominação comum,
gerando a seguinte definição: “A EAD é uma modalidade de educação em que professores
e alunos estão separados, planejada por instituições e que utiliza diversas tecnologias de
comunicação” (MAIA; MATTAR, 2008, p. 06).
A partir dos apontamentos dispostos, como explicita Ribeiro (2019), as definições
expressas para o termo EAD (Educação a Distância) geram características e singularidades
que estabelecem alterações significativas nos processos educacionais dispostos
tradicionalmente, comumente pautados pela modalidade de ensino presencial.
Conforme a mesma autora expõe, a partir da ascensão da EAD, novas formas de
organização das ações docentes e discentes se fazem imprescindíveis, permeadas pelas
necessidades dispostas pela sociedade, que envolvem diversos aspectos sociais, políticos
e econômicos. Isto indica que a Educação a Distância é forjada a partir do processo de
modernização do mundo contemporâneo, visando atender às diferentes demandas
existentes no mundo moderno.
Nesta perspectiva, sabendo-se que a EAD tem ganhado cada vez mais uma
importância, como demonstram Faria e Lopes (2014), as práticas referentes a esta
modalidade precisam dispor de planejamento, organização e uma intencionalidade
previamente estabelecida, visando atender às exigências do mercado educacional e ,
consequentemente, o mercado de trabalho.

GLOSSÁRIO
Educação bancária: metodologia educacional que reprime a curiosidade do aluno, de-
sestimulando sua capacidade de estimular-se, tornando-o um sujeito passivo (STRECK;
REDIN; ZITKOSKI, 2008, p. 135).
Educação libertadora: prática educacional que visa potencializar a humanização das
pessoas, com o intuito de torná-las mais conscientes e mais livres (STRECK; REDIN; ZI-
TKOSKI, 2008, p. 133).

Diante do crescimento exponencial da modalidade EAD, surge o seguinte


questionamento: quando a modalidade EAD se consolidou no mercado educacional?

1.3 VOLTANDO NO TEMPO: EAD NO PASSADO E NO PRESENTE

Segundo Ribeiro (2019), alguns pesquisadores apontam que as Epístolas do Novo


Testamento foram as primeiras expressões de Educação a Distância que se fizeram
presentes na história da humanidade, visto que apresentavam um caráter didático e
eram destinadas a corpos sociais que estavam consideravelmente distantes de seu
14
autor. Outro evento histórico fundamental para a disseminação desta modalidade deu-
se por meio da invenção da prensa de tipos móveis, creditada a Gutenberg, no século XV.
Segundo Maia e Mattar (2008), a nova realidade trazida por este meio de
comunicação permitiu que as ideias e informações pudessem ser compartilhadas
e transmitidas para um número maior de pessoas e comunidades, o que contribuiu
para a construção de debates, a produção e a reprodução contínua de conhecimentos
diversificados.
No entanto, como aborda Ribeiro (2019), a EAD, como é conhecida no mundo
moderno, começou a se popularizar nos meios sociais quando foram estabelecidas as
vias de comunicação por correspondência, que começaram a ser propagadas no fim do
século XVIII e que se desenvolveram continuamente a partir de meados do século XIX. Já
no que se refere ao Brasil, a tendência em EAD começou a ser disseminada com maior
intensidade por meio dos Correios.
No Brasil, as primeiras manifestações de EaD, ocorreram
por meio dos Correios, que enviavam materiais impres-
sos e kits de experimentação aos alunos. A modalidade
ficou conhecida como “ensino por correspondência” ou
“ensino domiciliar” (RIBEIRO, 2019, p. 15).
Diante desta nova tendência, como expressam Maia e Mattar (2008), pertencente
a meados do século XIX, esta fase, calcada por materiais impressos e encaminhados
pelos Correios, foi considerada a primeira geração da EAD, o que acarretou em múltiplas
iniciativas de cursos a distância, por intermédio de sociedades, escolas e universidades.
Posteriormente, a EAD passou por algumas mudanças e acrescentou à sua estrutura
novas mídias, até então consideradas inovações significativas, tais como rádio, fitas de
áudio, telefone e vídeo. Esse período, que abrangeu o século XX, foi considerado como a
segunda geração da EAD.
Nesta nova geração, conforme aborda Ribeiro (2019), dentre os meios de mídia
citados, destacou-se o rádio, que veiculou diversos projetos de educação. Nesta nova
conjuntura educacional, os alunos recebiam o material impresso, ouviam as aulas
utilizando-se de aparelhos de rádio e interagiam por meio de correspondências, quando
se fazia necessário.
Perante os novos moldes de organização estrutural que permeavam a EAD, como aborda
a autora supracitada, conduzida pela inserção de novas ferramentas que facilitariam o
processo educacional, iniciativas diversificadas começaram a se fazer presentes.
Um momento importante, é a criação das universidades
abertas de Ensino a Distância, influenciadas pelo mode-
lo da Open University britânica, fundada em 1969, que se
utilizavam intensamente de rádio, TV, vídeos, fitas cas-
setes e centros de estudo, em que se realizaram diversas
experiências pedagógicas. Com base nessas experiên-
cias, teria crescido o interesse pela EAD (MAIA; MATTAR,
2008, p. 22).
Como Maia e Mattar (2008) relatam, as iniciativas e propostas acerca da implantação
e do desenvolvimento da EaD foram cruciais para reflexões referentes às funções das
universidades nos anos subsequentes. Porém, mesmo com o crescimento exponencial
da modalidade, apenas na década de 1990, as universidades tradicionais, instituições
governamentais e empresas privadas visualizaram naquela esfera um novo mercado
15
com potencial de crescimento.
Tendo em vista este novo quadro em que a EaD recebia maior visibilidade, como
salientam os autores previamente citados, iniciou-se o período referente à terceira
geração da EaD, no qual as tecnologias de multimídia, de hipertextos e redes de
computadores consolidaram a Educação a Distância on-line. Então, como demonstra
Ribeiro (2019), novos projetos começaram a se popularizar, sendo caracterizados pela
produção de sites na internet que enfatizavam a publicação de conteúdos interativos.
Porém, conforme apontam Litto e Formiga (2009), apesar de a Educação a
Distância ter se consolidado no mercado educacional com o passar dos anos, no que
concerne ao Brasil, não são abundantes os registros históricos acerca das experiências
pioneiras relativas a esta modalidade de ensino. Neste campo, quase isolado, destaca-se
o Instituto Monitor, que foi o primeiro órgão a apresentar informações e dados estatísticos
referentes ao trabalho desenvolvido no universo das instituições que têm como objetivo
informar e educar a distância, utilizando diferentes metodologias e múltiplos meios de
comunicação.
Como afirmam os autores supracitados, o Instituto Monitor, apenas no ano de
2005, divulgou o primeiro “Anuário de Educação Aberta e a Distância”, elaborado em
colaboração com a Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed). Este documento
visava exibir um panorama da modalidade EaD no Brasil, e, por seu intermédio, pôde-
se acompanhar o crescimento da modalidade no Brasil durante aquele período. Tal
documento foi o ponto detonador para que a Educação a Distância fosse reconhecida
como parte da organização educativa no Brasil, sendo uma modalidade oficialmente
reconhecida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. A partir da veiculação
deste documento, a LDB reconheceu, por meio do artigo 80, presente no Decreto nº
5622, que “o Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas
de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação
continuada” (LITTO; FORMIGA, 2009, p. 33).
Em face da oficialização e do credenciamento das instituições que ofertavam
Educação a Distância, como salientam Maia e Mattar (2008), pôde-se quebrar
paradigmas e planejar novas estruturações. Nesta perspectiva, Ribeiro (2014) aponta
que educadores de diversas partes do mundo iniciaram diversas discussões acerca
das novas possibilidades que a internet e as mídias digitais poderiam oportunizar. Em
consequência disto, a Educação a Distância se consolidou como uma modalidade
educacional exequível.
Atualmente, em uma conjuntura na qual dispõe de maior credibilidade e
modernidade, em consonância com Ribeiro (2019), a EAD constitui-se por ambientes
virtuais, viabilizados pelas novas tecnologias, reunindo no ciberespaço professores e
alunos que interagem constantemente, algo impensável outrora. Tendo em vista esta
lógica, evidencia-se que, no mundo moderno, estudar engloba a compreensão de que
as tecnologias podem colaborar significativamente com o foco referente à Educação a
Distância. Neste contexto, professor e aluno têm papéis distintos, não encontrados em
outra época.
Conforme demonstram Litto e Formiga (2009), neste contexto, o aluno assume
um papel central no processo ensino-aprendizagem, deixando de ser um sujeito passivo,
mero receptor de informações, para tornar-se criador, co-criador e um sujeito crítico.
Já no que tange às funcionalidades do professor, como abordam Maia e Mattar (2008), tal
profissional também ganha novas atribuições, deixando de ser um orador, para se tornar
16
um tutor, deixando de ser um expositor e avaliador, para se transformar em facilitador e
mediador de conhecimentos.
Este processo, como salienta Ribeiro (2019), conforme já foi apontado, dá-se por
meio de sites, nos quais se encontram os ambientes virtuais, que ficam à disposição de
seus usuários. Nesses espaços, estão dispostas as ferramentas necessárias para que os
discentes interajam com os docentes e demais alunos, utilizando-se de meios síncronos
ou assíncronos.
Logo, como salienta Ribeiro (2019), diante dessas novas funções, docentes e
alunos tornam-se agentes imensamente importantes no percurso de evolução da EaD,
fazendo-a capaz de atender às demandas referentes a uma educação ininterrupta ao
longo da vida, isto é, a chamada educação continuada, integrando-a aos possíveis postos
de trabalho existentes e às necessidades e expectativas dos indivíduos.
Nesta perspectiva, conforme explicitam Maia e Mattar (2008), o docente/tutor, como
já demonstrado anteriormente, torna-se peça crucial em projetos de desenvolvimento
dos ambientes virtuais de aprendizagem, uma vez que é um profissional que tem
experiência na área educacional e no contato com os alunos.
Conforme os mesmos autores discorrem, nesse sentido, é preciso que o professor
desempenhe papéis diversificados simultaneamente, com o intuito de potencializar as
funcionalidades dos ambientes virtuais de aprendizagem, acompanhando o processo
de aprendizagem dos estudantes constantemente.
Tendo como perspectiva essa interação pujante que deve permear a EAD, por meio da
participação de agentes diversos no processo ensino-aprendizagem, como afirma Ribeiro
(2019), pode-se criar um espaço de participação ativa e colaborativa entre cursistas e
a equipe docente. Assim sendo, novos espaços de trabalho podem ser fomentados e
gerarem formas inovadoras de aprendizagem.

GLOSSÁRIO
Ambientes Virtuais de Aprendizagem: sistema que gerencia cursos on-line.
Meios Síncronos: o professor e o aluno precisam estar conectados ao mesmo tempo
para participar da discussão.
Meios Assíncronos: cada um participa no horário mais conveniente para si. Dessa for-
ma, quando ocorrem as discussões, as respostas são dadas no decorrer do dia ou no(s)
próximo(s) dia(s).

BUSQUE POR MAIS


Saiba mais sobre a vida e obra de Gutenberg, considerado o “pai do sistema
de impressão mecânica com tipos móveis”, que abriu caminho para a cha-
mada revolução da imprensa. Leia o livro “Uma história social da mídia: de
Gutenberg à internet” de Briggs e Burke (2016). Disponível em: https://bit.ly/3id-
cxwZ. Acesso em: 12 jul. 2020.

Estudar por meio da EAD exige do aluno inúmeras habilidades e competên-


cias, que o conduzirão, posteriormente, ao mercado de trabalho. Para se intei-
rar sobre este tema, veja mais em: https://bit.ly/3m9jWQl. Acesso em: 17 jul. 2020.
17
1.4 A FORMAÇÃO DO PROFESSOR EM EAD

No mundo contemporâneo, como Ribeiro (2019) demonstra, a busca constante


pelo conhecimento deve indicar inovações no que tange ao significado das coisas,
discussões, atividades colaborativas e soluções para os problemas diversos que se
apresentam. Para que isto aconteça, é fundante que haja uma interação estreita entre
os agentes que fazem parte de todo este processo de construção do conhecimento.
Neste novo contexto educacional, conforme elucida Munhoz (2014), novas
propostas de atuação para professores se fazem presentes, gerando a necessidade de
mudança de panorama, pautada em uma formação mais abrangente de docentes em
EAD.
Como afirmam Maia e Mattar (2008), em linhas opostas a um olhar mais tradicional,
o professor em EAD deixa de ser uma entidade individual e torna-se uma entidade
coletiva. Isto denota a ele novos papéis, tornando-o uma equipe, pois, ao mesmo
tempo em que será um mediador, também será um autor, um técnico, entre outras
diversas possibilidades. Contudo, esta nova realidade não decreta o fim das atribuições
essenciais do docente ou a perda de seu emprego, mas apresenta novas funcionalidades
e competências a serem desenvolvidas, criando, consequentemente, novos espaços de
atuação no mercado de EAD.
Como salienta Munhoz (2014), durante um longo período, os processos educacionais
centraram-se apenas na figura do professor e sua atuação pautava-se na oratória como
principal suporte. Este método docente vigorou por um período considerável e, em
muitos meios educacionais presenciais, continua em vigência, mesmo que o espaço
onde a prática vigore afirme-se centrado nas ações discentes.
Nesta perspectiva, como expõe o autor supracitado, o que se vê são moldes
educacionais que continuam a delinear o conhecimento como propriedade do professor,
ferindo, assim, os princípios de comunicação dialógica e desconsiderando ambientes já
munidos de evoluções tecnológicas imprescindíveis.
Segundo Maia e Mattar (2008), pelo fato de não exercer mais um papel pautado
na chamada docência tradicional, é papel do professor EaD compreender suas novas
funcionalidades, permeadas agora também por organização e elaboração de conteúdo,
que englobam: planejamento de material e construção de exercícios, definição de letras,
tamanhos e cores a serem utilizadas em mensagens, escolha de materiais visuais a
serem utilizados nas aulas, domínio de recursos de multimídia, entre outras atividades.
Conforme demonstram os mesmos autores, abre-se, então, para o professor
presencial e tradicional, a possibilidade de tornar-se um designer de cursos, seja no
sentido gráfico ou visual. Essa possibilidade denota a ele a responsabilidade pelas
tecnologias educacionais, assumindo, assim, o papel de um designer instrucional, isto
é, atribuindo a ele a tarefa de planejar, em âmbito geral, os cursos e as disciplinas nele
presentes.
Como aponta Munhoz (2014), as novas práticas adotadas pelo professor em
EaD quebram paradigmas e exigem dos profissionais um posicionamento diferente,
designando a eles o papel de mediadores, que tem como objetivo estimular os alunos
a adotarem comportamentos e ideias pedagógicas diferenciadas. São práticas que
estimulam o aluno a desenvolver o conceito de aprender a aprender, por meio do erro,
pelo aprender a fazer por meio da pesquisa. Tais práticas podem potencializar no discente
18
sua capacidade de aprender.
Diante disso, conforme apontam Maia e Mattar (2008), é fundamental que o
professor/tutor organize sua classe virtual, determinando o calendário e traçando os
objetivos a serem alcançados no curso, deixando claras quais são as expectativas acerca
do desempenho dos alunos e o processo de interação. Neste sentido, o tutor pode
acompanhar o nível de aprendizagem e desenvolvimento dos alunos, coordenando o
tempo para acesso aos conteúdos dispostos e a realização das atividades propostas.
A consideração de tantas incumbências referentes às funcionalidades do professor/
tutor EaD conduz novamente aos pensamentos de Munhoz (2014), que apontam para
a importância de novos tipos de formação para estes educadores, responsáveis por
orientar uma geração considerada “nativa digital”, que nasce e vive em uma conjuntura
pautada por técnicas e tecnologias.
Entretanto, conforme aborda Ribeiro (2019), para que o professor possa realizar
práticas concisas, é necessário também que haja uma infraestrutura de comunicação
de dados que dê suporte às suas ações.
O professor neste processo é aquele que vai associar
as Tecnologias da Informação aos métodos ativos de
aprendizagem, articulando as tecnologias às suas práti-
cas pedagógicas e às teorias educacionais, possibilitan-
do ao aluno a reflexão sobre a sua própria prática. RIBEI-
RO (2019, p. 61)
Tendo em vista este contexto, como explicitam Maia e Mattar (2008), é crucial que
as instituições de ensino a distância desenvolvam programas de formação sérios acerca
da capacitação de professores/tutores, que englobem a utilização das ferramentas de
tutoria. Neste segmento, há muitas instituições que criaram centros específicos voltados
a estas atividades, além de empresas que oferecem serviços terceirizados acerca da
formação de tutores.
Como afirma Munhoz (2014), a oferta de tais cursos e formações permite que os
tutores avaliem, de forma contínua, toda a infraestrutura disposta nos cursos, o que
envolve os materiais didáticos a serem utilizados e os processos de tutoria disponibilizados,
bem como o grau de satisfação dos discentes presentes nos cursos.
Em vista disso, conforme expõe Ribeiro (2019), uma equipe docente EAD bem
preparada constitui-se de professores e tutores, que possuem papéis distintos no
desenvolvimento do trabalho. O professor é o profissional responsável por delinear as
estratégias pedagógicas e por construir os conteúdos a serem utilizados pelos alunos
durante os processos. Já o tutor é o agente que acompanha os discentes em seu processo
de aprendizagem, que ocorre por meio da mediação tecnológica. Assim, seu trabalho
concentra-se no fazer/aprender discente e na construção, gestão e regulação de diversos
cenários de aprendizagem.
Diante destas funcionalidades, como aborda a autora referida, a função de tutor
no âmbito universitário pode gerar diferentes denominações, tais como: mentor, tutor
virtual, tutor eletrônico, orientador, entre outras nomenclaturas.
Neste sentido, como salientam Litto e Formiga (2011), o docente ganha maior
amplitude, por deixar de ser um profissional transmissor e repetidor de saberes pré-
existentes para transformar-se em um mediador de reflexões, capaz de gerar novos
conhecimentos e sujeitos.
Pautada pelas múltiplas funcionalidades exigidas do tutor em EaD, A Associação
19
Brasileira de Educação a Distância (ABED) pontua:
A exigência para um professor de Educação a Distân-
cia é a mesma para lecionar em cursos presenciais. A
diferença está na sua capacidade de utilizar os meios
digitais utilizados no curso, pois o seu papel é ser um
facilitador da aprendizagem, um orientador acadêmico
e dinamizador da interação coletiva (no caso de cursos
que se utilizem de meios que permitam tal interação).
(ABED, 2020).
Dessa maneira, como demonstram Maia e Mattar (2008), a este profissional cabe
a tarefa de gerenciar seu tempo virtual, e não mais o tempo presencial, no qual, on-
line, pode-se comunicar com destreza e realizar novas experiências profissionais. Com
essa diversidade de incumbências, como afirma Ribeiro (2019), o professor/ tutor assume
responsabilidades que abrangem diferentes funcionalidades, que envolvem funções
pedagógicas, gerenciais, técnicas e sociais.
Por tamanho dinamismo e demandas apresentadas, como explicita Ribeiro (2019),
evidencia-se que o trabalho do professor/tutor EAD é um desafio diário, que objetiva
realizar uma integração entre o humano e o tecnológico e o individual e o social.
Entretanto, conforme expõe a mesma autora e já foi apontado neste livro,
evidencia-se que a excelência do trabalho desenvolvido em EAD não depende única
e exclusivamente do trabalho docente, abarcando também as propostas pedagógicas
delineadas pelas instituições, bem como a estrutura e qualidade das equipes técnicas
inseridas neste contexto.
Assim sendo, como abordam Arredondo, González e González (2012), mais do que
nunca, faz-se necessário o trabalho em equipe, que abarque o grupo de docentes e a
instituição. Estes e outros elementos, que serão citados posteriormente no livro, segundo
Maia e Mattar (2008), podem delimitar o sucesso ou insucesso de um curso EAD.

GLOSSÁRIO
Tecnologias educacionais: esse termo é utilizado em dois sentidos diferentes e impor-
tantes: aplicação de tecnologias (quer dizer, máquinas) no processo de ensino; aplicação
de ciências de ensino e aprendizagem (psicologia, teoria geral de sistemas, sociologia,
entre outros) no processo de planejamento, execução e avaliação de ensino.
(GUAREZI; MATOS, 2012, p. 137)
Multimídia: convergência de meios gerenciados pelo computador; em geral, uma apre-
sentação combinando vídeo, som, texto, animação e ilustrações em um só programa
(criado no computador).
(CORTELAZZO, 2013, p. 203)

BUSQUE POR MAIS


Para se aprofundar nas habilidades e competências que devem permear a for-
mação do professor na modalidade EAD, acesse o livro de Ribeiro, Introdução à
EAD, na Biblioteca Virtual. Disponível em: https://bit.ly/3kc9Kot. Acesso em: out.
2022
20
FIXANDO O CONTEÚDO
1. À medida em que a EaD se estabelecia como uma modalidade educacional executável
e proveitosa, novas formas de organização das ações docentes e discentes começaram
a se fazer necessárias, influenciadas diretamente pelas demandas sociais, políticas e
econômicas dispostas pela sociedade. Isto indica que a Educação a Distância é forjada
a partir do processo de modernização do mundo contemporâneo, visando atender às
diferentes especificidades que permeiam no mundo moderno.

Tendo isso em vista, em acordo com o material estudado, sabendo-se que a EAD
tem ganhado cada vez mais uma importância salutar no que tange aos processos
educacionais, as práticas referentes a esta modalidade devem:

a) dispor de organização, planejamento e intencionalidade previamente estabelecidos,


tendo a finalidade de preparar indivíduos para lidar com questões unilaterais e voltadas
apenas a campos específicos de temáticas isoladas.
b) construir reflexões que abranjam temáticas específicas, dando pouca ou nenhuma
abertura a conhecimentos concernentes às múltiplas demandas da sociedade, focando
apenas em objetos de estudo essenciais à área em questão.
c) dispor de organização e planejamento que privilegiam as características e singularidades
empregadas em processos educacionais de caráter tradicional, comumente pautados
pela modalidade de ensino presencial.
d) dispor de planejamento, organização e uma intencionalidade previamente
determinadas, com a finalidade de atender às exigências do mercado educacional e,
por consequência, do mercado de trabalho.
e) fomentar pouca reflexão crítica, visando se ater aos conhecimentos específicos que
englobam aspectos específicos acerca de determinada área do conhecimento.

2. Conforme Maia e Mattar (2008) apontam, o professor em Educação a Distância,


diferentemente de uma visão mais tradicional, deixa de ser uma entidade individual
e torna-se uma entidade coletiva. Isto denota a ele novos papéis, o que o transforma
em mais que um docente, oportunizando a ele novas possibilidades de atuação. Diante
dessas afirmações, assinale a alternativa que descreve parte das conjunturas que
permeiam as estruturas profissionais de um professor em EaD.

a) O professor em EaD é dotado de novas atribuições que o afastam dos estigmas


tradicionais, nos quais todo conhecimento se concentrava em suas mãos.
b) O professor em EaD possui diversas funcionalidades, contudo, seu papel como orador
ainda é sua principal ação docente nesses espaços.
c) Apesar dos avanços vislumbrados pela Educação a Distância, o professor, neste
contexto, continua a ser o agente central no processo ensino-aprendizagem, sendo o
único responsável por difundir o saber.
d) Mesmo em um ambiente no qual as tecnologias são dominantes, o professor deve se
ater exclusivamente ao ato de ensinar.
21
e) Em Educação a Distância, o professor deve estar ciente de sua importância no processo
ensino-aprendizagem, preparado para fazer uso dos avanços tecnológicos, por meio de
uma comunicação unilateral com os discentes.

3. Atualmente, devido aos inúmeros avanços e às especificidades que norteiam a


Educação a Distância, cabe ao professor e/ou tutor ater-se às novas requisições impostas
pelo mercado. Logo, é necessário que ele esteja preparado para atuar em diferentes
contextos e com diversas demandas.

Dentre as novas demandas dispostas na EaD para os professores ou tutores destacam-


se:
a) Gerenciar seu tempo virtual e não mais o tempo presencial, no qual, on-line, pode-se
comunicar com destreza e realizar novas experiências profissionais.
b) Estabelecer diretrizes de trabalho que enfatizem a importância do crescimento
intelectual e profissional para os alunos, em detrimento de aspectos sociais e culturais.
c) Suas ações educacionais concentram-se no fazer aprender discente e na construção,
gestão e regulação de cenários de aprendizagem limitados que abarquem apenas
aspectos profissionais a serem vivenciados pelos aprendizes no mercado de trabalho.
d) Apesar das múltiplas funções direcionadas aos professores e tutores, é preciso que
tais profissionais se atenham às suas funções primárias, pautadas pela transmissão de
conhecimentos tradicionalmente aplicada no ensino presencial.
e) Um professor ou tutor bem preparado e capacitado não necessita de bagagem
profissional e educacional condizentes com os desafios a serem dirimidos na EaD.

4. Leia o fragmento de texto a seguir.

Educação a distância é a atividade específica de uma instituição com finalidade única.


Todo o corpo docente e os colaboradores da instituição se dedicam exclusivamente
à educação a distância; as funções que exercem são diferentes daquelas em uma
faculdade, universidade, sistema escolar ou departamento de treinamento tradicional.

Diante das afirmações acima apresentadas, evidencia-se que a EaD:


a) busca estabelecer uma relação estreita com o ensino de cunho tradicional.
b) tem como principal objetivo impactar um público especial.
c) busca democratizar o ensino e atingir diferentes públicos.
d) preza por uma educação que visa atender ao público do interior, em detrimento de
estudantes dos grandes centros.
e) visa atingir públicos variados, de forma a priorizar certas minorias.

5. Com base nos estudos realizados acerca do que é Educação a Distância e seus
elementos essenciais, julgue as afirmativas abaixo:

I. Na EAD, o aprendizado acontece de forma planejada e as experiências de


aprendizagem são unicamente individuais.
II. Se comparada à modalidade de ensino presencial, pode-se afirmar que a Educação
a Distância tem um caráter mais flexível, uma vez que permite aos estudantes se
adequarem à vida de estudos, estabelecendo seus próprios horários e prioridades.
22
III. Pode-se afirmar que uma característica marcante da EaD, desde seus primórdios,
envolve a facilidade para se estabelecer uma comunicação de “mão dupla” com os
docentes, visto que em seu início, há décadas atrás, as tecnologias já eram ostensivas.

Diante das afirmativas propostas, assinale a alternativa correta.


a) Somente I e II.
b) Somente II e III.
c) Somente I e III.
d) Somente I.
e) Somente II.

6. No mundo contemporâneo, como Ribeiro (2019) demonstra, a busca constante pelo


conhecimento deve apontar para inúmeras inovações, que visem ampliar o significado
das coisas, levantar novas discussões, fomentar atividades colaborativas e soluções
para os problemas diversos que acometem a sociedade como um todo. Para que isto
aconteça, é fundamental uma interação estreita entre as figuras partícipes do processo
de construção do conhecimento.

PORQUE

As instituições de ensino devem estar devidamente prontas para atender às demandas


que englobam não apenas as premissas discentes, mas, também, as exigências dispostas
pelo mercado de trabalho.

Após a análise das afirmativas apresentadas, julgue a resposta correta.


a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.

7. A concepção de ensino que o professor adota, independentemente da modalidade


de ensino, repercute positiva ou negativamente sobre os discentes. Neste capítulo
foram apresentados os conceitos de educação bancária e libertadora. Sobre essas
conceituações, julgue as afirmativas.

I. A educação bancária é uma metodologia de ensino na qual a curiosidade do aluno é


reprimida, o que desestimula sua capacidade de instigar-se, tornando-o um sujeito
passivo.
II. A educação bancária permite ao discente aprimorar sua capacidade de se informar
devido ao grande aporte de informações que recebe.
III. A educação libertadora visa oportunizar aos discente uma aprendizagem pautada
pela humanização.

A sequência está correta em


a) V- V- F.
23
b) V- F- F.
c) V- V- V.
d) V- F- V.
e) F- V- V.

8. Com vistas a discernir os papéis de professores e tutores, tratados nesta unidade,


julgue as afirmativas a seguir.

I. O professor é o profissional responsável por delinear as estratégias pedagógicas e por


construir os conteúdos a serem utilizados pelos alunos durante os processos.
II. Já o tutor é o agente que acompanha os discentes em seu processo de aprendizagem,
que ocorre por meio da mediação tecnológica. Assim, seu trabalho concentra-se no
fazer/aprender discente e na construção, gestão e regulação de diversos cenários de
aprendizagem.
III. Professores e tutores são mediadores de reflexões, capazes de gerar novos
conhecimentos e sujeitos.

Estão corretas as afirmativas:


a) I e II.
b) I e III.
c) I, II e II.
d) Apenas a I.
e) Apenas a II.
24

SISTEMAS TUTORIAIS:
TUTORIA ON-LINE E
PRESENCIAL
25
2.1 INTRODUÇÃO

Após analisar alguns componentes que constituem a formação de um professor/


tutor na modalidade de Educação a Distância, nesta unidade, serão analisados elementos
que fomentam os sistemas tutoriais utilizados por estes profissionais em cursos de EaD
em plataforma on-line e presenciais.
Tendo em vista que a tutoria é um tema fundante nos processos de ensino-
aprendizagem dispostos nos cursos na modalidade a distância, serão abordados quais
são os procedimentos e as metodologias que permeiam a atuação dos professores/
tutores neste segmento, com o intuito de atender às demandas apresentadas pelos
alunos, mediar os conhecimentos produzidos e reconstruídos, bem como realizar o
acompanhamento e a avaliação discente.
Nesta perspectiva, nesta unidade, serão discutidas as práticas tutoriais em cursos
EAD que devem potencializar a interação e o diálogo entre os agentes envolvidos nesse
processo, que, como abordam Guarezi e Matos (2012), engloba alunos, professores/
tutores, coordenadores, monitores, editores, entre outros profissionais.
Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os
seguintes conhecimentos:
• Indicar as atribuições referentes às práticas de tutoria on-line e presencial.
• Identificar ferramentas que podem contribuir com os processos de tutoria.

2.2 SISTEMA TUTORIAL: O QUE É?

A Educação a Distância, principal temática tratada neste livro didático, é


permeada por inúmeros componentes, que, como salientam Guarezi e Matos (2012),
têm como principal finalidade fomentar canais abertos que levem os alunos a interagir,
definir e redefinir com os professores e demais aprendizes os processos educacionais
desenvolvidos.
Nesta conjuntura, em consonância com as ideias dos autores supracitados,
subentende-se que as instituições de ensino devem primar por uma estrutura de
aprendizagem em que o aluno possa participar ativamente de todos os processos que
envolvem sua formação. Dessa forma, para as instituições que buscam promover a EAD,
torna-se essencial estabelecer diretrizes que contemplem a interlocução e a interação.
Conforme aponta Cortelazzo (2013), existem diversos suportes e mídias que
contribuem significativamente para as ações educacionais desenvolvidas nas instituições,
que podem abarcar linguagens verbais, sonoras, audiovisuais e digitais.
Nesta linha de pensamento, segundo Guarezi e Matos (2012), consolida-se a ideia
de que sem o diálogo não há a possibilidade de falar sobre interação, colaboração e
relações cooperativas entre diferentes agentes envolvidos com as práticas educacionais.
E é nesta perspectiva que os sistemas de tutoria tornam-se imprescindíveis em
cursos EAD, que, como demonstra Cortelazzo (2013), em grande parte, possuem a
tutoria a distância e a tutoria presencial em seus polos. Conforme afirmam Valente e
Moran (2011), estes são os dois modelos de tutoria EAD mais difundidos no Brasil, que
apresentam diversas variáveis.
O conceito de tutoria, apresentado por Arredondo, González e González (2012),
compreende os sistemas personalizados de educação que têm como propósito apoiar
26
os processos educacionais, não apenas inter-relacionados com os exercícios didáticos
convencionais, mas também no que se refere a uma abordagem mais ampla dos
estudantes, em seus diversos aspectos.
A tutoria consiste em um processo de ajuda e acompa-
nhamento durante a formação de estudantes (ou de
aprendizes profissionais, quando for o caso), que se con-
cretiza mediante a atenção personalizada a um indiví-
duo, ou a um grupo reduzido, por parte de professores
ou mestres competentes formados para a função tuto-
rial. (ARREDONDO; GONZÁLES; GONZÁLES, 2012, p. 29)

Assim sendo, como já apontado previamente, Ribeiro (2019) pontua que o professor/
tutor pode assumir diferentes funcionalidades, que englobam desde funções gerenciais
até funções sociais, com o intuito de promover competências de cunho pedagógico,
didático, social, tecnológico e de trabalho colaborativo.
A fomentação destas competências, conforme demonstram Guarezi e Matos
(2012), evidencia a importância do professor/tutor no processo que envolve a mediação
entre os discentes e os conhecimentos ainda não apropriados. Nesta perspectiva,
segundo Ribeiro (2019), o professor/tutor tem como principal desígnio fazer com que os
discentes se interessem pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca
do desenvolvimento de seus processos de aprendizagem.
Diante desta conjuntura, os sistemas de tutoria ganham uma ampla importância,
pois podem viabilizar a relação direta entre instituição, equipe docente e os alunos. Como
citado neste livro didático, há dois modelos de tutoria amplamente disseminados no
mercado EAD, que abrangem a tutoria on-line e a tutoria presencial. A partir de agora,
cada um desses modelos será abordado de maneira a contemplar as singularidades que
os permeiam.

2.3 TUTORIA ON-LINE

De acordo com Guarezi e Matos (2012), por muito tempo, imaginou-se que estudar a
distância era sinônimo de estudar de maneira isolada, distante de outros espaços ou
tempos. Pensava-se que a credibilidade dos cursos a distância pautava-se apenas por um
material didático de boa qualidade, que poderia ser impresso, desenvolvido por vídeo,
rádio ou internet, o que facilitaria o processo de ensino-aprendizagem por parte dos
estudantes. Nesta ótica, pouca importância era dada à comunicação entre os envolvidos.
Porém, no que tange ao mundo contemporâneo, esta realidade tem sido alterada.
Atualmente, conforme aborda Ribeiro (2019), a qualidade dos processos educacionais
vincula-se diretamente ao envolvimento dos alunos, das propostas pedagógicas
dispostas, dos materiais disponibilizados e da atuação das equipes técnicas e grupos
formados pelos docentes.
Segundo Guarezi e Matos (2012), nesta conjuntura, potencializar o vínculo com os alunos
presentes em diferentes cursos EaD é um grande desafio posto para as instituições de
ensino, que necessitam fomentar um processo de comunicação que seja mediatizado.
Este processo mediatizado, como expõem Maia e Mattar (2008), perpassa cada vez mais
pelos campos do saber que envolvem as tecnologias e a ciência.
Em consonância com os autores supracitados, Guarezi e Matos (2012) afirmam que isto
evidencia novos caminhos para a aprendizagem, que estão alicerçados na utilização
27
das tecnologias, que se constituem de diferentes possibilidades de comunicação,
compartilhamento, colaboração e interação.
É nesta perspectiva que a tutoria on-line ganha relevância imensurável, pois,
como Arredondo, González e González (2012) explicitam, é o momento em que se
estabelece a relação entre o tutor e os discentes, fazendo-se uso de diferentes sistemas
de comunicação de informática, sem que haja a presença física dos agentes envolvidos,
o que destoa das estruturas tradicionais de tempo e espaço.
Conforme apontam Guarezi e Matos (2012), diversos meios podem ser utilizados
para potencializar esta comunicação entre os tutores e seus alunos, que englobam meios
síncronos (chats, web conferências, audioconferências, telefone etc.) e meios assíncronos
(fórum, correspondências eletrônicas e postais, entre outros recursos). Neste contexto,
cabe ao tutor on-line exercer algumas tarefas essenciais à modalidade a distância.
O tutor em si tem o papel de orientar e avaliar a apren-
dizagem a distância. Para tanto, também é necessário
que ele tenha perfil formador, sendo aquele que auxi-
lia e estimula a formação continuada e de qualidade,
principalmente por meio das interações e motivações
extrínsecas. (FARIA; LOPES, 2014, p. 97)
Isto indica, como abordam Arredondo, González e González (2012), que o tutor
apoia o processo de aprendizagem do estudante, com o intento de produzir nele novas
expectativas, que lhe deem a possibilidade de evoluir e aprofundar seus conhecimentos.
Contudo, para que os processos de tutoria ocorram de maneira positiva, torna-se
necessário um suporte constituído por diferentes ferramentas. Dentre as ferramentas
essenciais, Ribeiro (2019) pontua as seguintes:
– O conteúdo didático, que engloba as referências das informações dispostas de
diferentes maneiras, seja por meio websites, apostilas, livros, arquivos de vídeo, entre
outros.
– Os ambientes virtuais de aprendizagem, que são módulos nos quais podem-se
controlar o acesso dos alunos ao curso, gerenciar as matrículas, registrar o acesso dos
alunos aos conteúdos disponibilizados, realizar o suporte à comunicação, o que envolve
troca de mensagens, chats e fóruns e possibilita a interação docente – aluno e aluno –
aluno.
– Os tipos de mídia, que abarcam os meios de comunicação utilizados na troca de
informações entre os professores e os discentes e também entre os próprios discentes.
Em conformidade com as ideias de Guarezi e Matos (2012), tais ferramentas
propiciam a utilização de outros recursos, que possibilitam ao professor/tutor diagnosticar
e acompanhar o desenvolvimento dos discentes.
Em virtude disso, Ribeiro (2019) aponta alguns destes recursos que podem ser
utilizados no processo de tutoria, tais como:

• E-mail – recurso que propicia o envio e recebimento de mensagens e arquivos


em qualquer formato (planilhas, documentos etc.). Permite que haja uma interação
assíncrona entre professores e discentes, já que cada um lê e envia mensagens de acordo
com sua disponibilidade.
• Lista de discussão – constitui-se uma listagem que apresenta o endereço eletrônico
dos participantes do curso. Esta lista dispõe de endereço identificador, de maneira que,
ao enviar uma mensagem direcionada a este endereço, todos os participantes recebem
28
as mesmas informações.
• Bate-papo on-line – conhecido como chat, é o meio de comunicação síncrono em
que os membros, de forma simultânea, escrevem seus textos em um campo de
acesso coletivo.
• Web – meio em que se encontram disponíveis instrumentos como textos, atividades,
filmes, figuras etc.
• Vídeo on-line – denominado vídeo on demand, é a realização de aulas pela internet.
• Webconferência – reunião virtual entre professores e discentes por meio de aplicativos
ou serviços, que permite compartilhamento de apresentações, vozes, vídeos, textos e
arquivos.

Essas ferramentas, como abordam Faria e Lopes (2014), demonstram como a utilização
de diferentes meios tecnológicos e a existência de uma estrutura organizacional são
indispensáveis na EAD.
Dessa forma, como afirmam Faria e Lopes (2014), denota-se ao tutor um perfil de
tecnólogo educacional, que envolve o domínio das tecnologias da educação.
É importante ainda ser monitor da exploração de mate-
riais didáticos em grupos de aprendizagem e também
dar respostas aos alunos quanto às plataformas de ensi-
no, sendo ainda capaz de responder a qualquer dúvida
que possa surgir a respeito dos recursos didáticos. (FA-
RIA; LOPES, 2014, p. 97)
Além desse conjunto de demandas tecnológicas, conforme demonstram
Arredondo, González e González (2012), é imprescindível também que o professor/tutor
seja dotado de qualidades que permeiem uma atuação formativa e um perfil adequado
para a função.
Posto isto, o profissional docente, no contexto da EaD, como apontam Guarezi e
Matos (2012), deve, além de apresentar habilidades relativas ao domínio das tecnologias,
possuir conhecimentos pertinentes acerca dos conteúdos programáticos e exibir uma
conduta profissional calcada em atitudes que compreendam flexibilidade, facilidade para
se relacionar interpessoalmente e uma postura ética. Nessa perspectiva, Faria e Lopes
(2014) corroboram com esta afirmação, demonstrando que, dessa maneira, o professor/
tutor pode orientar e analisar a aprendizagem dos discentes com maior destreza.
Neste cenário, com todos os elementos apontados aliados, como concluem Valente
e Moran (2011), as instituições de ensino poderão garantir uma educação significativa e
de qualidade.

BUSQUE POR MAIS


O texto abaixo, presente no site da ABED (Associação Brasileira de Educação a
Distância), discorre sobre a importância das ferramentas tecnológicas para a
democratização e modernização na educação brasileira.
Disponível em: https://bit.ly/3ixZN40. Acesso em: 12 out. 2022.
29
2.4 TUTORIA PRESENCIAL
Conforme Guarezi e Matos (2012) explanam, durante o trajeto percorrido até aqui,
evidenciou-se que a EaD é um modelo educacional que se caracteriza fortemente
pela separação física entre os docentes e os discentes. Contudo, quando se levantam
discussões acerca de sistemas educacionais, percebe-se, cada vez mais, que as limitações
que diferenciam as modalidades presenciais e a distância têm sido reduzidas.
Como os mesmos autores suscitam, esta realidade pode ser observada a partir de
modelos educacionais que visam misturar aulas presenciais e a distância. Alguns desses
modelos são denominados como bimodais ou semipresenciais, sendo delimitados pelo
tempo médio que cada aluno dedica a uma das modalidades.
Os modelos semipresenciais, como expõem Arredondo, González e González
(2012), propiciam uma maior inter-relação entre os discentes e os professores/tutores,
mantendo um sistema de educação mista. Segundo Ribeiro (2019), este modelo promove
um local de interação e troca de conhecimentos entre os agentes envolvidos no processo
educacional.
De acordo com Guarezi e Matos (2012), o modelo semipresencial permite aos
discentes se reunirem presencialmente, face a face e, em seguida, utilizar meios de
comunicação em ambientes virtuais para trocar experiências e fomentar debates
relevantes acerca das temáticas tratadas em seus cursos.
Diante deste contexto, Arredondo, González e González (2012)afirmam que as
reuniões presenciais podem potencializar a formação dos alunos em diversos aspectos,
bem como favorecer suas Inter- relações sociais, acadêmicas e culturais.

VAMOS PENSAR?
Tendo esta realidade como base, qual seria o papel do professor nos modelos educacionais
citados (bimodal e semipresencial)? Como ocorreria o processo de tutoria neste contexto?

Guarezi e Matos (2012)afirmam que a aprendizagem deve ocorrer de forma


interativa, levando-se em conta as demandas e os interesses individuais, com o intuito
de conectar os conteúdos tratados à realidade.
Nesse sentido, como abordam os mesmos autores, o professor ganha um papel
preponderante em todos os processos educacionais que envolvem a tutoria presencial.
Consequentemente, precisa dispor das competências requeridas para tutorear neste
modelo educacional. Isso denota a exigência de planejamento complementar, de
materiais didáticos que atendam à proposta bimodal, bem como outros cuidados que
devem ser delineados previamente.
Neste cenário de encontros presenciais nos cursos EaD, conforme expõem Valente
e Moran (2011), os professores/tutores atuam intercalando a utilização de materiais
didáticos digitais, a tutoria virtual e a tutoria presencial em polos. Neste momento
presencial, o professor/tutor tem como incumbência tirar as dúvidas dos discentes e
conduzir atividades solicitadas previamente.
Em tal contexto, como explicitam Arredondo, González e González (2012), a missão
fundamental do tutor presencial é, como na tutoria virtual, acompanhar o aluno por seu
percurso de aprendizagem, o que compreende uma nova relação com este sujeito, que
30
é diretamente influenciada pelo uso das tecnologias, que possibilitam aos discentes um
grau maior de autonomia, fazendo com que o ensino seja centrado em suas diversidades
e necessidades.
Dentro desta realidade pautada pela tutoria presencial aliada à modalidade EaD,
conforme dispõem Carlini e Tarcia (2010), faz-se necessário que o professor/tutor conduza
os processos educacionais de forma criativa, atraente e envolvente. Neste ajuste entre
as duas modalidades, pode-se usar, de forma pedagógica, séria, competente e crítica,
diversos recursos que já se fazem presentes na vida dos alunos, com o objetivo de auxiliá-
los na fomentação de uma nova relação com as tecnologias das quais já têm ciência.
Como demonstra Ribeiro (2019), os alunos podem ter acesso rápido a essas tecnologias,
por meio de tablets e celulares, que comportam vários sistemas de gerenciamento de
aprendizagem, tais como o Moodle, o Blackboard e o TeleEduc.
Assim sendo, Carlini e Tarcia (2010) afirmam que a inter-relação entre a educação
presencial e a Educação a Distância é de complementaridade e esta relação pode
potencializar consideravelmente o avanço, a inovação e a qualidade da educação
proposta.
É importante ainda ser monitor da exploração de mate-
riais didáticos em grupos de aprendizagem e também
dar respostas aos alunos quanto às plataformas de ensi-
no, sendo ainda capaz de responder a qualquer dúvida
que possa surgir a respeito dos recursos didáticos. (FA-
RIA; LOPES, 2014, p. 97)
Em vista disso, Valente e Moran (2011) afirmam que a complementaridade entre
os ambientes virtuais e presenciais flexibiliza a necessidade de experiências físicas e
reorganiza os espaços, o tempo, a utilização das mídias, de linguagens e os processos.
Em consonância com esta ideia de mescla entre EAD e educação presencial,
Faria e Lopes (2014) explicam que a chave do sucesso materializa-se, então, na
palavra acessibilidade, uma vez que por meio dela pode-se alcançar localidades antes
inimagináveis, que podem abranger pequenas salas de aula ou grandes auditórios
com total ocupação, democratizando o acesso para todos. Neste sentido, a palavra
acessibilidade também remete a uma preparação especial da instituição e de suas
equipes para atender alunos que apresentam necessidades educacionais especiais.
Perante esta realidade, torna-se imprescindível que as instituições de ensino
possuam polos com espaços físicos adequados para que o trabalho seja desenvolvido.
Nessa perspectiva, evidencia-se que além de um espaço físico apropriado, como
apontam Faria e Lopes (2014), é fundamental a boa comunicação e a interação entre os
agentes presentes nesses espaços e processos.
Logo, a tutoria presencial interpolada à EAD, tal como colocam Arredondo,
González e González (2012), exige uma boa preparação dos docentes, que precisam
estar devidamente capacitados para levar à prática, de forma eficiente, as atividades
formativas orientadas e a ação tutorial singularmente.
Tendo em vista esta questão, como abordam Valente e Moran (2011), cabe às
instituições de ensino realizar a escolha dos professores/tutores de maneira criteriosa
para atuar nos cursos, pautada por uma política de capacitação contínua e também
pela valorização profissional.
É nesta conjuntura, como demonstram Faria e Lopes (2014), que cabe ao professor/
tutor mostrar suas competências no que tange à sociabilização e mediação, com o
31
intuito de desempenhar um papel social e motivacional. Assim sendo, este profissional
pode atuar conduzindo reflexões constantes e fomentando a busca pelo conhecimento.

GLOSSÁRIO
Educação mista: aulas presenciais intercaladas com aulas não-presenciais. (GUAREZI;
MATOS, 2012, p. 87)

BUSQUE POR MAIS


O vídeo abaixo, do grupo Escola Interativa, apresenta as atitudes e
procedimentos que devem permear a conduta profissional do professor/tutor
na mediação pedagógica dos processos ensino-aprendizagem em cursos
desenvolvidos na modalidade de Educação a distância. Disponível em: https://
bit.ly/3hlt1lA. Acesso em: 12 out. 2022.

VAMOS PENSAR?
Antes de partir para a próxima unidade, vamos pensar! Você assimilou conceitos e
conhecimentos que remetem às diversas atribuições que permeiam a atuação dos
professores/tutores em cursos na modalidade EAD. Agora, pensando nesse mesmo
contexto e, em acordo com os conhecimentos apreendidos por você durante o curso ou
em ambientes não formais de ensino, responda: qual é o papel do aluno na Educação a
Distância? Como se dá a relação entre professores/tutores e alunos neste cenário e quais
são os elementos fundamentais para que este processo gere bons resultados?
32
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A Educação a Distância, principal tema retratado no livro didático, constitui-se de


diversos componentes que, como salientam Guarezi e Matos (2012), têm como principal
objetivo fomentar canais abertos que levem os alunos a interagirem, definirem e
redefinirem os processos educacionais a serem desenvolvidos. Diante desta realidade
que compõe os ambientes EaD, torna-se necessário que:

a) as instituições de ensino primem por uma estrutura de aprendizagem em que o aluno


possa participar circunstancialmente dos processos que envolvem sua formação.
b) as instituições de ensino busquem promover a EaD, de forma a contemplar a
interlocução e a interação na construção de suas diretrizes.
c) as instituições de ensino busquem produzir suportes e mídias que contribuam
significativamente para suas ações educacionais desenvolvidas, priorizando apenas as
linguagens verbais.
d) as instituições de ensino estabeleçam com professores e demais componentes da
equipe as diretrizes a serem seguidas durante a oferta dos cursos, visando uniformizar
os processos de ensino.
e) as instituições de ensino busquem promover a EaD, de forma a considerar a interlocução
e a interação na construção de suas diretrizes, determinando as demandas discentes
como algo secundário no processo de sua construção.

2. No livro didático, evidencia-se que os sistemas tutoriais são essenciais para o


desenvolvimento e a oferta de cursos EaD, com o intuito de intensificar a relação entre
os diferentes agentes envolvidos nesses espaços.

Com base nessa afirmação, analise as asserções abaixo:

I. O conceito de tutoria, apresentado por Arredondo, González e González (2012),


compreende os sistemas personalizados de educação que têm como propósito apoiar
os processos educacionais, não apenas inter-relacionados com os exercícios didáticos
convencionais, mas também no que se refere a uma abordagem mais ampla dos
estudantes, em seus diversos aspectos.
II. Ao assumir um sistema tutorial, o professor/tutor pode assumir variadas
funcionalidades, que englobam funções gerenciais e funções sociais, com o intuito
de promover competências que se limitam ao cunho pedagógico.
III. O professor/tutor tem como principal desígnio buscar que os discentes se interessem
pelos objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca de seu desenvolvimento.

Assinale a alternativa correta.


a) Apenas o item I está correto.
b) Os itens I e II estão corretos.
c) Os itens II e III estão incorretos.
d) Os itens I e III estão corretos.
e) Todas as alternativas estão incorretas.
33
3. Leia o fragmento de texto abaixo acerca dos processos de tutoria em EaD.
No sistema de EaD, o tutor, vale frisar, tem papel fundamental, pois garante a inter-relação
personalizada e contínua do aluno no sistema e se viabiliza a articulação necessária
entre os elementos do processo e execução dos objetivos propostos. Cada instituição
que desenvolve EaD busca construir seu modelo tutorial, visando o atendimento das
especificidades locais e regionais, incorporando, como complemento, as TICs.

I. Considerando-se o texto e os estudos realizados, afirma-se que:


II. Os sistemas de tutoria devem propiciar uma relação direta entre instituição, equipe
docente e os alunos.
III. O processo de tutoria na Educação a Distância deve viabilizar a autoaprendizagem
dos alunos, tornando-os capazes de definir seu próprio caminho de aprendizagem,
sem a necessidade de aportes extrínsecos.
IV. Durante o processo de construção dos saberes, a comunicação dialógica é um fator
secundário, que interfere de forma parcial na aprendizagem discente.

De acordo com sua análise:


a) Apenas os itens I e II estão corretos.
b) Apenas itens II e III estão corretos.
c) Apenas os itens I e III estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.
e) Apenas o item I está correto.

4. Faria e Lopes (2014) afirmam que o tutor, responsável por qualquer tipo de sistema
tutorial, tem como incumbência orientar e avaliar a aprendizagem a distância dos
discentes. Para isso, torna-se necessário que ele possua um perfil formador, sendo um
profissional que auxilia e instiga a formação continuada e de qualidade, fazendo uso de
interações e estímulos extrínsecos.
Sobre essa perspectiva acerca do tutor, assinale a alternativa correta.
a) O tutor on-line deve ser aquele que aponta os erros e acertos dos alunos, apresentando-
lhes respostas prontas e previamente definidas.
b) Cabe ao tutor ser um agente mediatizador, que busca estabelecer o contato com os
discentes, utilizando-se de diferentes sistemas de comunicação de informática.
c) É papel do tutor oferecer aos alunos feedbacks apenas quando estritamente necessário,
pois o aluno deve se adequar ao processo de autoaprendizagem desacompanhado, o
que estimula o autodidatismo.
d) Pensando que os alunos apresentam diferentes estilos de aprendizagem, é importante
que um sistema de tutoria seja capaz de criar um modelo único, de forma a atender
apenas as especificidades de estudantes mais aplicados.
e) Ao tutor, cabe ser um agente capaz de mediar os conhecimentos, comunicando-se
com os alunos por meio de diferentes meios de comunicação e apontando-lhes respostas
prontas e previamente definidas acerca das atividades planejadas.

5. Para que os processos de tutoria sejam, efetivamente, profícuos e apresentem


resultados positivos, é extremamente necessário que sejam construídos suportes
34
capazes de facilitar o processo de aprendizagem dos alunos. Isto torna o sistema tutorial
um elemento instigador para o aluno, que pode facilitar seu percurso de busca pelo
saber.
A respeito dessas afirmações, analise as afirmações abaixo.
I. O conteúdo didático de um sistema tutorial, visando gerar economia em sua
construção, necessita de poucos elementos para incentivar os estudantes.
II. De maneira semelhante às salas de aula presenciais, os ambientes virtuais de
aprendizagem são espaços nos quais se realizam as ações educacionais em EaD.
III. Os tipos de mídia a serem utilizados em um curso EaD são essenciais para uma
empreitada de sucesso ou fracasso.
É correto apenas o que se afirma em:
a) I e II.
b) I e III.
c) II e III.
d) I, II e III.
e) Nenhuma das alternativas.

6. O processo de tutoria, seja on-line ou presencial, compreende os sistemas personalizados


de educação que têm como principal objetivo apoiar as ações educacionais postas em
prática nas instituições de ensino que ofertam Educação a Distância. Esses sistemas,
além de oferecerem exercícios didáticos convencionais, têm como função também
empregar uma abordagem mais ampla aos estudantes, de forma a auxiliá-los em
diversos aspectos.

A partir das afirmações expostas, avalie as asserções a seguir e a relação existente entre
elas.

I- O tutor, ao realizar o processo de tutoria em um curso EaD, assume papéis diversificados,


que vão de funções gerenciais até funções sociais, objetivando alavancar competências
de cunho pedagógico, didático, social, tecnológico e de trabalho colaborativo.

PORQUE

II- O tutor tem como principal função fazer com que os discentes se interessem pelos
objetos de estudo disponibilizados e sejam ativos acerca do desenvolvimento de seus
processos de aprendizagem.
A respeito das asserções dispostas, assinale a alternativa correta.
a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.

7. Os sistemas de tutoria on-line remetem aos espaços em que os tutores e os discentes,


utilizando-se de variados recursos de comunicação de informática, estabelecem uma
relação dialógica, sem que haja a presença física dos agentes envolvidos, o que destoa
35
das estruturas tradicionais de tempo e espaço.
Esse cenário pressupõe a utilização de sistemas que:
a) privilegiem a utilização de ferramentas assíncronas, em detrimento de recursos
síncronos.
b) deem ao tutor a posição de elemento central no processo de construção do
conhecimento.
c) deem ao o tutor o papel de apoiar o processo de aprendizagem dos estudantes,
propiciando a eles novas expectativas durante o percurso de aprendizagem.
d) utilizam-se de ferramentas síncronas e assíncronas, o que denota aos tutores um
papel secundário no processo de ensino-aprendizagem.
e) propiciem ao tutor ferramentas de aprendizagem capazes de suprir suas ações
educacionais.

8. Cada vez mais, as limitações que distinguem as modalidades de ensino presenciais


e a distância têm sido consideravelmente reduzidas. Esta realidade suscita reflexões
acerca dos modelos educacionais que visam mesclar aulas presenciais e a distância.
Alguns desses modelos são denominados como bimodais ou semipresenciais, sendo
delimitados pelo tempo médio que cada aluno dedica a uma das modalidades.

A respeito das proposições acima, é correto afirmar que:


a) no modelo bimodal de educação, é papel do tutor acompanhar os estudantes
durante suas trajetórias de estudo, concedendo-lhes feedbacks exclusivamente em seus
encontros presenciais.
b) no que se refere ao modelo semipresencial, o tutor deve fornecer aos alunos feedbacks
rápidos e precisos, sem a necessidade de potencializar a utilização das ferramentas
tecnológicas disponíveis.
c) em sistemas bimodais, o tutor atua de forma a priorizar a utilização de ferramentas
tecnológicas, dando valor secundário aos momentos de encontros presenciais.
d) os modelos semipresenciais propiciam uma maior inter-relação entre os discentes e
os professores/tutores, mantendo um sistema de educação mista.
e) os modelos bimodais dificultam o acesso dos estudantes aos ambientes virtuais de
aprendizagem.
36

INCENTIVANDO O
PROTAGONISMO
DISCENTE:
PERCEPÇÕES DO
PERFIL DO ALUNO
EAD
37
3.1 INTRODUÇÃO

No mundo contemporâneo, como já foi apresentado neste livro didático e


aborda Ribeiro (2019), o aluno é tratado como o principal protagonista de sua própria
aprendizagem. Esta concepção educacional, consequentemente, implica em uma
relação diferente entre discentes e professores e também nas metodologias de
aprendizagem que conduzem as ações dessas duas figuras.
Nesta perspectiva, conforme apontam Faria e Lopes (2014) quaisquer ações
educacionais a serem fomentadas precisam ser delineadas por propostas pedagógicas
que facilitem e potencializem os processos educacionais discentes.
Pensando nisso, nesta unidade, a temática a ser tratada será pautada pelos
princípios que norteiam a interação entre os agentes presentes na EAD, que visam
contribuir para e intensificar o processo ensino-aprendizagem dos discentes que
estudam na modalidade de Educação a Distância, bem como atender suas necessidades
educativas. Tendo em vista este tema, durante o caminho percorrido nesta unidade, o
ponto problematizador se dará pelo enfoque nas práticas que permeiam os cursos EAD
e a atuação docente.
Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os
seguintes conhecimentos:

• Definir diferentes abordagens de aprendizagem que remetem aos princípios da


autoaprendizagem;
• Identificar atividades e ações educacionais que atendem aos conceitos referentes ao
protagonismo dos aprendizes;
• Identificar os diferentes perfis de alunos existentes na EAD.

3.2 PROTAGONISMO DISCENTE

Segundo Aquino (2007), o conceito de aprendizagem remete à aquisição cognitiva,


emocional e física e ao processamento de conhecimentos e competências em diversas
esferas. Isto indica qual é a capacidade que um indivíduo possui de comunicar, manipular,
aplicar e manusear esses conhecimentos por meio de suas habilidades.
Tendo como base estas colocações, como aponta Mattar (2009), evidencia-se que
o ser humano, dentro de suas idiossincrasias, possui tipos de aprendizagem distintos,
que se ramificam em inteligências múltiplas. Nesta perspectiva, alguns seres humanos
já trazem consigo, desde sua infância, partes destas inteligências já estimuladas e
desenvolvidas, que podem consolidar sua capacidade de aprender e defini-los como
indivíduos.
Assim sendo, conforme expõe Aquino (2007), a aprendizagem pode ser
compreendida em duas esferas específicas, que podem envolver um processo reflexivo
ou não.
É importante ainda ser monitor da exploração de mate-
riais didáticos em grupos de aprendizagem e também
dar respostas aos alunos quanto às plataformas de ensi-
no, sendo ainda capaz de responder a qualquer dúvida
que possa surgir a respeito dos recursos didáticos. (FA-
RIA; LOPES, 2014, p. 97)
38
Nesta ótica, o autor supracitado afirma que a aprendizagem está intimamente
ligada à capacidade que um sujeito possui de pensar e compreender o que está
aprendendo. Dessa forma, como abordam Guarezi e Matos (2012), por meio das ideias
de Skinner, este é um processo cognitivo, que abarca questões comportamentais,
ambientais, neurológicas e fisiológicas.
No que tange à educação, todas estas ideias apontam para novas experiências
de aprendizagem que, como demonstram Guarezi e Matos (2012) refutam a ideia
ultrapassada de um aluno que apenas recebe conteúdos de maneira passiva e que repete
informações quantas vezes se faz necessário. Dentro deste cenário, conforme abordam
Mello, Neto e Petrillo (2019), na sociedade contemporânea, denominada sociedade do
conhecimento, vigoram novas estruturas e formas de socialização, que têm a capacidade
de modificar também os meios educacionais.
Estas novas estruturas e sociabilidades, tal qual aponta Cortelazzo (2013), indicam
que a sociedade do conhecimento requer uma educação permanente, pautada por
processos interativos.
Pensando nisto, como destaca Aquino (2007), outrora, havia a crença de que a
aprendizagem acontecia apenas por meio das ações docentes, isto é, a partir de contextos
que tinham o professor como principal agente do processo ensino-aprendizagem.
No que concerne aos tempos atuais, como expõem novamente Mello, Neto e
Petrillo (2019), o processo de aprendizagem não se concentra exclusivamente no papel
docente, que tenta transmitir repetitivamente conteúdos aos alunos, mas, sim, no ato de
inventar, descobrir e construir saberes por parte dos próprios aprendizes.
Neste processo, conforme os autores supracitados exprimem, o professor assume
uma nova função, que engloba a ação de guia, capaz de substanciar movimentos
que instiguem o aluno a trocar e buscar informações e experiências, com o intuito de
intensificar suas potencialidades cognitivas.
Sendo assim, em consonância com os pensamentos de Faria e Lopes (2014)
consolida-se uma nova conjuntura, na qual o discente se vê capaz de construir seus
caminhos e conhecimentos de maneira independente, adquirindo sua própria autonomia
e fomentando suas práticas e reflexões de forma segura.

BUSQUE POR MAIS


Saiba mais sobre a teoria das inteligências múltiplas, desenvolvida pelo profes-
sor Howard Gardner, da Universidade de Harvard. Para se aprofundar, acesse
o livro “As inteligências múltiplas e seus estímulos”, de Celso Antunes, na Biblio-
teca virtual, disponível em: https://bit.ly/3VXUwHd. Acesso em: 12 out. 2022.

VAMOS PENSAR?
Em vista das ideias apresentadas até aqui, uma questão emerge: quais são as abordagens
e perspectivas de ensino que permitem ao aluno em EAD assumir o papel de protagonista
do saber?
39
3.3 PRÁTICAS E ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Segundo Ribeiro (2019), as metodologias de ensino-aprendizagem desenvolvidas


em cursos EAD são fomentadas a partir da utilização de diferentes ferramentas
tecnológicas que exigem ativa participação e envolvimento por parte do discente,
com a finalidade de permitir que sua aprendizagem ocorra de maneira autônoma e
significativa.
Para isso, como a mesma autora discorre, torna-se preponderante que o aluno
tenha ciência de seu papel como discente, passando de uma atitude passiva para ativa,
tornando-se um sujeito proativo no processo de busca pelo conhecimento.
Isto posto, como demonstram Maia e Mattar (2008), esta é uma conjuntura que está em
constante evolução e que tem representado mudanças radicais no campo educacional.
Conforme aborda Aquino (2007), durante décadas enfatizou-se que a aprendizagem
poderia acontecer apenas ante a responsabilidade e o controle do professor sobre os
processos educacionais. Esta é uma realidade que caracterizava a Pedagogia, confundida
como sinônimo do ato de ensinar.
Segundo Cortelazzo (2013), o que se busca na educação do mundo moderno,
principalmente no campo da Educação a Distância, são as práticas calcadas no conceito
de Andragogia, com cursos que sejam capazes de atender às necessidades individuais
dos alunos.
Mais recentemente, percebeu-se que as pessoas, com
o aumento de sua maturidade e consequente acúmulo
de experiências e desenvolvimento de uma postura crí-
tica, têm necessidade de participar de modo mais ativo
do processo de aprendizagem, o que acabou criando
motivação para o estudo do problema do aprendizado
dos adultos e para ao surgimento de novas abordagens
para a aprendizagem, como a andragogia e a heutago-
gia. (AQUINO, 2007, p. 10)

Contudo, apesar de todas as novas abordagens se fazerem presentes, Aquino


(2007), há mais de uma década já explica que, até hoje, muitas instituições de ensino
entre escolas e universidades referem-se aos processos de aprendizagem como exercícios
unicamente pedagógicos. Prova disso são as terminologias utilizadas frequentemente
nas atividades rotineiras nos meios escolares e acadêmicos, tais como projeto pedagógico,
coordenação pedagógica, entre outras denominações.
Como o autor citado previamente explica, nem sempre os processos educacionais
têm na Pedagogia o melhor método para conduzir a aprendizagem, uma vez que,
conforme explicita Cortelazzo (2013), pressupõe-se que os indivíduos, principalmente
adultos, são capazes de estabelecer seus próprios objetivos, são autônomos e utilizam
suas habilidades para desempenharem com sucesso suas diversas funções.
Então, como explicitam Litto e Formiga (2011), com uma perspectiva pautada
pela autoaprendizagem, a Educação a Distância prima pelos métodos de aprendizado
andragógicos e heutagógicos, visto que estas modalidades de ensino têm como
pressuposto o esforço pessoal por parte do aluno e as técnicas de estudo como principal
sustentáculo.
40
FIQUE ATENTO
Você já ouviu falar sobre os termos Andragogia e Heutagogia? De que maneira eles se
fazem importantes na Educação a Distância? Caso não saiba, é hora de compreender
estas questões.

3.4 ANDRAGOGIA E HEUTAGOGIA: APRENDENDO


A APRENDER EM EAD

De acordo com Cortelazzo (2013), em acordo com as ideias já abordadas no livro


didático, os modelos de estudo em cursos de Educação a Distância têm como principal
finalidade atender às diferentes necessidades dispostas e cumprir determinados
objetivos.
Estas necessidades e objetivos, como observam Litto e Formiga (2011), envolvem o
processo ensino-aprendizagem, que deve ser concebido a partir de diversos elementos,
com a intenção de promover, incentivar e construir o perfil autônomo dos alunos.
Grande parte desses elementos, como demonstra Ribeiro (2019), referem-se à
inserção de Tecnologias de Informação e Comunicação que norteiam a redefinição da
amplitude de aprendizagens que permeiam os cursos EaD.
Neste cenário, a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/1996, constituída no Decreto nº
2494/1996, estabelece que:
Educação a distância é uma forma de ensino que possi-
bilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos
didáticos sistematicamente organizados, apresentados
em diferentes suportes de informação, utilizados isola-
damente ou combinados, e veiculados pelos diversos
meios de comunicação. RIBEIRO (2019, p. 22)
Isto indica, segundo Cortelazzo (2013), que a autoaprendizagem é um fundamento
essencial da Educação a Distância. Dentro deste contexto, Ribeiro (2019) corrobora esta
ideia, pontuando ainda que as ferramentas disponibilizadas aos alunos em cursos EAD
permitem que essa metodologia seja aplicada.
É a partir deste ponto que as abordagens andragógicas e heutagógicas se fazem
fundamentalmente necessárias nos cursos EAD.
Mas, afinal, o que significam estes dois conceitos: Andragogia e Heutagogia?
A Andragogia, conforme Cortelazzo (2013), é uma abordagem cunhada por Michael
Knowles, que prevê um aluno adulto com perfil de aprendiz. Como esboça Ribeiro (2019),
este termo é oriundo do grego, no qual andros significa adulto e a expressão agogos
exprime a ideia de guiar, conduzir, educar. Neste sentido, é um conceito educacional
voltado à educação de sujeitos adultos que buscam aprender algo que tenha relevância
em sua vida pessoal ou profissional. É um termo que foi utilizado pela primeira vez pelo
professor alemão Alexander Kapp, no ano de 1833.
Já a Heutagogia, como explicam Litto e Formiga (2011), é uma expressão que
denota a aprendizagem autodeterminada. Em consonância com esta ideia, Cortelazzo
(2013) pontua que, nesta prática, o próprio estudante desenha sua trajetória de estudos,
delineando o que precisa para chegar à aprendizagem, sem uma estruturação de
41
estudos definida por uma instituição de ensino ou um professor.
Conforme demonstram Litto e Formiga (2011), tendo como base as abordagens de
autoaprendizagem, a Internet, as Tecnologias de Informação e inovações em e-learning
podem auxiliar e potencializar o processo de apreensão e construção de conhecimentos
por parte dos alunos. Nesta mesma ótica, Cortelazzo (2013) afirma que os materiais
didáticos, teleaulas, materiais de apoio utilizados durante estas aulas, ambientes virtuais
de aprendizagem e as práticas educacionais dos professores-tutores devem prezar por
esta autoaprendizagem discente e fomentar um conjunto integrado e organizado de
ações que facilitem este processo.
Nesta perspectiva, Cortelazzo (2013) ressalta que os elementos tecnológicos e as
inovações derivadas destas TIC´s devem ser interativas e contemplar diferentes níveis e
estilos, com o intuito de permitirem que os alunos realizem exercícios que configurem
aprendizagens ativas.
Dessa forma, um programa educacional precisa levar
esse fato em consideração, sendo que, na modalidade
a distância, em especial, o apoio de diferentes suportes
tecnológicos e o design de material didáticos interativos
permitem que a forma não linear de aprendizagem seja
contemplada. (CORTELAZZO, 2013, p. 35)1
Como Munhoz (2014)descreve, esse contexto aponta para a valorização dos
aspectos individuais e psicológicos dos discentes. Corroborando esta ideia, Ribeiro (2019)
demonstra que a partir desses recursos e direcionamento, o discente torna-se capaz de
discernir, a partir de seus próprios valores e cultura, como a autodisciplina pode resultar
em seu sucesso. Nesta conjuntura, valida-se a ideia de que o aluno tem a capacidade de
escolher, controlar e gerar sua independência, fazendo escolhas e ligações que norteiam
seus estudos.
Assim sendo, conforme pontuam Valente e Moran (2011), quebra-se o chamado
modelo tradicional de educação presencial, no qual o professor é o único responsável
pela aprendizagem. E, segundo Munhoz (2014), consequentemente, por meio das
novas abordagens, permite-se que a autonomia do aluno emerja, cabendo aos agentes
orientadores direcioná-lo durante seu percurso de aprendizagem. Isto indica que o
discente pode caminhar em maior ou menor intensidade para a heutagogia, tornando-
se o agente principal de suas práticas de aprendizagem posteriormente.
Então, como expõem Faria e Lopes (2014) previamente, é a principal finalidade da
Educação a Distância estimular indivíduos autônomos, capazes de planejar e organizar
seus próprios planos de ensino e caminhar para a autoaprendizagem.
Neste contexto pautado pela modalidade EAD, como explicam Faria e Lopes (2014),
mais uma vez destaca-se a importância da comunicação ativa entre docentes e discentes,
que deve ser realizada de maneira bilateral e eficaz, para que os sujeitos aprendam,
troquem experiências e sintam-se instigados a criar e produzir conhecimentos.
Obviamente, como aborda Cortelazzo (2013), esta comunicação bilateral, que
busca engendrar maior independência dos alunos em EAD, implica em novas relações
com professores/tutores, já que ambas as figuras encontram-se separadas fisicamente,
mas, ao mesmo tempo, precisam interagir continuamente a distância.
A partir dessa nova conjuntura, permeada pela relação mais ágil entre professor/
tutor e alunos torna-se imprescindível buscar formas de avaliação discente capazes
de analisar os desempenhos dos estudantes e também dos docentes inseridos em
42
determinado contexto institucional.

BUSQUE POR MAIS


Por meio do livro “Andragogia: a educação de jovens e de adultos em ambien-
tes virtuais”, busque se aprofundar no tema. Acesse o link da biblioteca virtual.
Disponível em: https://bit.ly/3zcyoz0. Acesso em: 12 out. 2022.

FIQUE ATENTO
Para saber mais sobre as abordagens andragógicas e heutagógicas, leia
o artigo “Andragogia e Heutagogia: práticas emergentes em educação”,
produzido por Coelho, Dutra e Marieli. Disponível em: https://bit.ly/33qrYf8.
Acesso em: 12 out. 2022.

3.5 O PERFIL DO ALUNO EM EAD

Diante das propostas de práticas de autoaprendizagem em EaD, calcadas nos


conceitos de Andragogia e Heutagogia, conforme aponta Ribeiro (2019), revela-se que
o sucesso de um curso de Educação a Distância perpassa os bons resultados obtidos
pelos alunos. Além disso, os resultados positivos também são reflexos das tecnologias e
metodologias de ensino que permeiam este espaço, já que ambos os elementos podem
favorecer a construção da autonomia discente.
Faria e Lopes (2014) pontuam que o público presente nos cursos EaD é bastante
variado. Isso indica que, nesses espaços, há a possibilidade de se encontrar alunos re-
cém-formados no Ensino Médio, pessoas que se afastaram dos estudos durante um pe-
ríodo considerável, dentre outros perfis. Todos eles oriundos de classes sociais díspares,
vindos de instituições de ensino privadas ou públicas, cada um com um motivo especí-
fico que o fez aderir ao ensino não presencial.
Em conformidade com essas afirmações, Cortelazzo (2013) explica que, dentro
desta realidade, revela-se que a aprendizagem na EaD torna-se uma experiência pessoal
para cada aluno, que possui seus conhecimentos iniciais, seus próprios estilos de apren-
dizagem e habilidades distintas. Como já apontado, isso significa que os responsáveis
pelos programas educacionais em EaD, conhecedores deste quadro, devem fomentar
nos cursos o suporte tecnológico e os materiais didáticos adequados para atenderem
essa demanda.
Logo, Faria e Lopes (2014) destacam que os materiais a serem dispostos para os
estudantes durante o processo de aprendizagem podem ser considerados produtos so-
ciais, uma vez que a experiência pessoal no ato de aprender envolve também sua di-
mensão social.
Contudo, Ribeiro (2019) afirma que não se deve deixar, jamais, de lado que a eficá-
cia de um curso EaD está intimamente atrelada aos métodos que cada discente adota
para realizar seus estudos. Isto é, a EaD exige das estudantes características variadas, tais
43
como entusiasmo, curiosidade, proatividade, atenção, concentração, bom raciocínio e
tenacidade.
Pensando neste público, como expõem Mello, Neto e Petrillo (2019), hoje, a so-
ciedade vive em um tempo no qual o contato com as tecnologias é pujante, o que po-
tencializa o impacto de diferentes acontecimentos sobre a sociedade e a vida de cada
indivíduo, em menor ou maior grau. Isso gera um novo universo no qual os sujeitos apre-
sentam um novo modo de ser e agir continuamente.
Nesta perspectiva, como descreve Vieira et al. (2011), em qualquer espaço que com-
põe a sociedade, sempre há indivíduos com ideias e perfis completamente diferentes.
No que tange ao contexto da EaD não é diferente, uma vez que se tem contato
com alunos que apresentam condutas completamente opostas ao que é considerado
como ideal. Bejar (2009)aponta, como exemplo, que há muitos alunos neste contexto
que apresentam um comportamento excelente na comunicação e no desenvolvimento
das atividades, enquanto outros são meros observadores.
Como demonstra Ribeiro (2019), pode-se, por exemplo encontrar um perfil de alu-
no tímido, que em virtude do receio de escrever de maneira errada, abstém-se de inte-
ragir.
Gomes et al. (2012) destacam aquele perfil de aluno desinteressado e que, por ve-
zes, mantém-se silencioso, sem manifestar sua presença durante o curso.
Silva e Silva (2012) citam os alunos que, apesar de disciplinados, expõem dificul-
dades de assumirem uma postura mais autônoma, tornando-se reféns, em diversas si-
tuações, dos encaminhamentos docentes. Discorrem também sobre o perfil dos alunos
mais agressivos, que possuem problemas em suas vidas pessoais, que acarretam em
uma considerável dificuldade no momento de equilibrar suas posições individuais com
as inter-relações coletivas.
Os autores supracitados apontam também a existência de alunos que, por meio
de atitudes desinteressadas, transferem suas responsabilidades para os docentes, de-
positando sobre esses profissionais suas incertezas e imperfeições. Além disso, citam
também, obviamente, os discentes interessados e envolvidos com os processos educa-
cionais, isto é, os alunos que, a partir de suas experiências particulares e da aplicação de
suas habilidades promovem uma aprendizagem significativa.
Além dessas particularidades apresentadas, Gomes et al. (2012)expõem outros fa-
tores que podem influenciar negativamente a experiência dos discentes em EaD, como:

• exigências conflitantes de trabalho ou família: podem fazer com que os estudantes,


por vezes, não tenham tempo para se dedicar ao estudo;
• problemas de gestão do tempo: em contraste com a situação anterior, os estudantes
têm dificuldades em organizar o seu tempo, planejar o estudo, prever e trabalhar
dentro de prazos preestabelecidos;
• problemas pessoais: um familiar doente ou a perda do emprego, por exemplo, in-
fluenciam a capacidade de concentração do estudante nos estudos.

Tendo em vista essa variedade de perfis e que a Andragogia e a Heutagogia


adotam os alunos adultos como referência, Nogueira (2012) explica que, mesmo nesse
contexto, é preciso que os docentes compreendam que, nem sempre, os discentes de-
monstram a dose certa de responsabilidade e disponibilidade, o que pode impedi-los de
atingir as metas ou construir sua própria disciplina e autonomia.
44
Em vista disso, conforme explicam Guarezi e Matos (2012), as particularidades exis-
tentes nesses espaços precisam ser cuidadosamente analisadas e trabalhadas no con-
texto de aprendizagem em EAD, uma vez que as experiências pregressas dos alunos, em
grande parte, foram vivenciadas no estudo presencial, nos moldes citados.
No entanto, como elucida Munhoz (2014), esses problemas não devem ser trata-
dos apenas como consequências do comportamento singular dos discentes.
É a partir deste ponto que o professor/tutor deve entrar em cena. Como pontuam
Gomes et al. (2012), e já foi descrito no livro, cabe ao docente atuar como facilitador da
aprendizagem.
De forma a corroborar esta ideia, Maia e Mattar (2008) afirmam que cabe a esse
profissional estar sempre em contato com os discentes, dando-lhes feedbacks precisos,
principalmente àqueles que se sentem abandonados ou que possuem maior dificulda-
de.
Consequentemente, como colocam Valente e Moran (2011), no que tange ao grau
de interação entre professores/tutores e alunos, faz-se necessária a utilização de uma
abordagem que remete ao “estar junto virtual”. Isto pressupõe, como já demonstrado
no livro, uma via de comunicação mais intensa, que, por meio da internet, permite aos
docentes um acompanhamento mais próximo dos aprendizes, bem como a criação de
novas condições para que o “estar junto” transfigure-se em um auxílio mais direto, mes-
mo que virtualmente.
Essas interações permitem o acompanhamento e o
assessoramento constante do aprendiz, no sentido de
entender o seu interesse e o nível de conhecimento so-
bre determinado assunto e, a partir disso, ser capaz de
propor desafios e auxiliá-lo a atribuir significado ao que
está realizando. (VALENTE; MORAN, 2011, p. 34)

Sendo assim, Valente e Moran (2011) retomam as discussões acerca da importância dos
ambientes virtuais de aprendizagem, já citada anteriormente no livro. Entretanto, os
autores destacam que a implementação deste “estar junto virtual” engloba, sim, os di-
versos recursos presentes nos espaços EAD, mas, o que diferencia sua eficiência não é
especificamente a quantidade ou diversidade de recursos tecnológicos; mas, sim, a qua-
lidade das interações entre professores/ tutores, alunos fazendo uso dessas ferramentas
de forma simultânea.
Diante desta valiosa interação direta entre docentes, discentes e ambientes virtuais de
aprendizagem, Munhoz (2014) explica que se revela cada vez mais o quão indispensável
é a atuação do professor/tutor. Esta figura torna-se um agente participativo, orientador
e incentivador, que visa desenvolver o controle da aprendizagem, na intenção de melhor
assessorar os discentes individualmente, seja na busca pela compreensão dos conteú-
dos ou no ato de potencializar a perspectiva do aprender a aprender, o que pode romper
o estereótipo de aluno passivo.
Como expõe Ribeiro (2019), dessa forma, o aluno pode assumir uma nova postura, ade-
quada ao contexto da EAD, deixando de ser um sujeito passivo e adotando atitudes ati-
vas, assumindo, assim, a gestão de seu aprendizado e uma conduta proativa na busca
pelo conhecimento.
Seguindo essa linha de pensamento, Valente e Moran (2011) afirmam que torna-se exe-
quível estabelecer profundas mudanças nos processos de ensino e aprendizagem, cul-
45
minando, assim, em uma formação contextualizada na realidade dos discentes.
Diante das informações apresentadas nesta unidade, acerca da aplicação e efi-
cácia das práticas heutagógicas e andragógicas, evidencia-se o quão importante é a
interação harmoniosa entre as tecnologias existentes no âmbito da EAD e a relação en-
tre aprendizes e professores, o que pode evitar, por exemplo, a desistência de parte dos
alunos inseridos neste contexto, tema que será tratado a seguir.

BUSQUE POR MAIS


Nesta unidade, foram realizadas algumas reflexões acerca do impacto que as
práticas pautadas pela autoaprendizagem podem exercer sobre o processo de
ensino-aprendizagem. Para se aprofundar ainda mais no tema, assista ao ví-
deo abaixo, no qual o professor José Manuel Moran expõe o quão rica a apren-
dizagem ativa pode ser no campo da EaD e em outros formatos educacionais.
Disponível em: https://bit.ly/3VV19ds. Acesso em: 12 out. 2022.

VAMOS PENSAR?
Como você pode ver neste capítulo, as abordagens que devem conduzir um curso em
Educação a Distância precisam ser calcadas nos princípios da autoaprendizagem,
para que os discentes possam assumir uma nova postura como alunos, alicerçada na
autonomia e na autodisciplina. Após compreender e aprofundar-se nessas questões, trace
um paralelo entre a Pedagogia, a Andragogia e a Heutagogia, verificando os pontos que
as diferenciam.
46
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Quanto à Educação a Distância, leia as assertivas a seguir e julgue-as conforme as al-
ternativas:

I. A Educação a Distância é um recurso de incalculável importância, que visa proporcio-


nar aos alunos uma perspectiva de autoaprendizagem, capaz de potencializar, dentro
de suas idiossincrasias, aprendizagens distintas, que se ramificam em inteligências
múltiplas.
II. Para não impactar negativamente a qualidade de um curso EaD, é fundamental que
as instituições de ensino fomentem um planejamento detalhado e uma comunica-
ção didático-pedagógica adequados, visando atender às especificidades discentes.
III. Durante o percurso de aprendizagem do aluno em EaD, o professor/tutor deve se es-
tabelecer como um guia, um orientador, capaz de suscitar movimentos por parte dos
alunos, que os instiguem a trocar e buscar informações e experiências, com o intuito
de intensificar suas potencialidades cognitivas.
IV. Um dos grandes desafios em EaD é fomentar estruturas organizacionais que per-
mitam ao aluno ter a percepção de seu papel central no processo de aprendizagem,
rompendo com a organização tradicional do ensino presencial.

Sobre as asserções acima:


a) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.
b) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.
c) Apenas a assertiva I está correta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Apenas a assertiva II está correta.

2. Leia as afirmações expostas abaixo e avalie a relação entre cada uma delas.

I. As metodologias de ensino-aprendizagem desenvolvidas em cursos EAD são fomen-


tadas a partir do uso de variadas ferramentas tecnológicas, que engendram uma par-
ticipação mais ativa dos alunos, além de um envolvimento maior com os elementos do
curso, com a finalidade de permitir que sua aprendizagem ocorra de maneira autônoma
e expressiva.

PORQUE

II. O aluno em EaD deve ter ciência de seu papel como agente central no processo en-
sino-aprendizagem, calcado nos conceitos da Pedagogia, de forma a conduzir seus es-
tudos em uma proposta pautada por conteúdos que definem espaços reduzidos para
reflexão.

Após a leitura das asserções apresentadas, assinale a alternativa correta.


a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras e a II, mas a segunda não é uma justificativa correta
da primeira.
47
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.

3. Sobre as metodologias ativas (ou inovadoras, como alguns autores preferem) com tec-
nologias, diferentes autores interpretam alguns termos de forma diferente. Entretanto, é
possível fornecer algumas definições geralmente aceitas. Moran (2014) diz que estamos
vivemos em um momento diferenciado do ponto de vista do ensinar e aprender. Apren-
demos de várias maneiras: em redes, sozinhos, por intercâmbios, em grupos etc. Para
o autor, essa liberdade de tempo e de espaço configura um cenário educacional novo,
onde várias situações de aprendizagem são possíveis com a ajuda das chamadas me-
todologias ativas. Moran acrescenta que o papel do professor é alterado, passa daquele
que ensina para aquele que faz aprender e que também aprende, criando um ambiente
capaz de tornar o aluno motivado para o aprender.

Considerando as informações apresentadas acima, assinale a opção que corresponde


aos conceitos de abordagens de ensino que privilegiam as aprendizagens ativas para os
alunos em Educação a Distância.

a) Na Pedagogia, têm-se os melhores métodos para conduzir uma aprendizagem di-


recionada para os alunos adultos, que podem, por meio das abordagens pedagógicas,
tornarem-se capazes de estabelecer seus próprios objetivos e uma postura autônoma
na realização de diferentes atividades.
b) Pautada por uma perspectiva calcada no processo de autoaprendizagem, a Educação
a Distância prima pelos métodos de aprendizado de cunho andragógicos e heutagó-
gicos, uma vez que tais modalidades de ensino possuem como pressuposto o esforço
pessoal por parte do aluno e as técnicas de estudo como principal alicerce.
c) Na Educação a Distância deve-se prezar por métodos de ensino-aprendizagem que
denotem aos docentes a responsabilidade de conduzir, julgar e desenhar os trajetos de
estudo para os estudantes.
d) Em EAD, a aprendizagem pode e deve acontecer ante a responsabilidade e o controle
predominante do professor sobre os processos educacionais.
e) Alicerçada em uma visão tradicional de ensino, a Educação a Distância prioriza mé-
todos de aprendizado de cunhos pedagógico, andragógico e heutagógico, de forma a
propiciar aos alunos reflexões estritamente ligadas a campos específicos do saber, sem
preocupação aparente com demandas existentes no mundo moderno.

4. A atual perspectiva que remete à palavra Educação refuta a ideia arcaica de um aluno
que é tratado como um depósito de conteúdo, preparado para recebê-los de maneira
passiva e que repete às informações apreendidas. Dentro deste cenário, no mundo con-
temporâneo, constituído pela chamada sociedade do conhecimento, vigoram novas es-
truturas e formas de socialização do conhecimento, que têm a capacidade de modificar
também os meios educacionais.
48
Tendo como parâmetro as informações acima, assinale a opção correta.
a) Tanto no passado, como no mundo moderno, o professor sempre foi o principal agen-
te responsável pelo processo ensino-aprendizagem.
b) A chamada sociedade do conhecimento, que compõe o mundo contemporâneo, ne-
cessita de uma educação permanente, destituída da influência de aspectos sociais e
culturais que podem influenciar a aprendizagem.
c) A aprendizagem está intimamente ligada à capacidade que um sujeito possui de
compreender os conhecimentos, sem a necessidade de dominá-los e aplicá-los em oca-
siões específicas.
d) Grande parte dos seres humanos traz consigo, desde sua infância, diversas inteligên-
cias já estimuladas e desenvolvidas, que podem ser secundarizadas, para que se traba-
lhe novos saberes.
e) O ato de dominar conhecimentos e múltiplas inteligências engloba a capacidade que
um indivíduo possui de compreender, manipular, aplicar e manusear os saberes por
meio de suas habilidades e competências.

5. A educação, fundada na transdisciplinaridade e apoiada na multidimensionalidade


humana, vai além do racionalismo clássico e reconhece a importância das emoções e
dos sentimentos, a voz da instituição dialogando com a razão e com a emoção subja-
cente, recuperando a polissemia dos símbolos, as diferentes linguagens e possibilidades
de expressão do ser humano. Enfim, reconhece a subjetividade humana não como uma
realidade coisificante, mas como um processo vivo do indivíduo/sujeito concreto.

Considerando as implicações da educação transdisciplinar, citada acima, e a multiplici-


dade de elementos que orientam a Educação a Distância, assinale a alternativa CORRE-
TA.
a) Na Educação a Distância deve-se valorizar os diferentes aspectos que norteiam a
aprendizagem dos alunos, considerando sua criticidade, criatividade, auto-organização,
que podem conduzi-los ao ato de aprender.
b) A transdisciplinaridade implica na formação dos pensamentos racionalizados dos
estudantes sobre diferentes áreas de conhecimento, associada à avaliação pedagógica
que define, em uma ótica tradicional, se o aluno é bom ou ruim.
c) O pensamento dominante na Educação a Distância, tal como na transdisciplinarida-
de, tem como propósito fazer com que o aluno atinja suas metas de aprendizagem, sem
a necessidade de ferramentas ou orientações frequentes.
d) A organização das ações educacionais em EaD, sob a perspectiva docente, visa valo-
rizar a concentração do saber nas mãos dos professores/tutores, que têm como função
essencial transmitir repetitivamente conteúdos aos alunos.
e) Em um curso EaD, os processos de aprendizagem devem referir-se apenas ao proces-
samento de conhecimentos e competências essenciais à área em questão.

6. Como pontua DeAquino (2007), muitas instituições de ensino, entre escolas e univer-
sidades, referem-se aos processos de aprendizagem como experiências de cunho peda-
gógico. O que comprova, segundo o autor, essa afirmação são os termos utilizados repe-
tidamente nas atividades rotineiras nos espaços formais de educação, tais como projeto
pedagógico, coordenação pedagógica, entre outras nomenclaturas.
49
Em relação às informações exibidas, julgue os itens.
I. A EAD caracteriza-se pela separação entre professores e aprendizes no espaço e no
tempo, e pelo controle do aprendizado realizado, de forma mais intensa, pelos docen-
tes.
II. Um programa educacional pautado pela Educação a Distância precisa disponibilizar
aos discentes um aporte formado por variados suportes tecnológicos e materiais di-
dáticos interativos, que permitam que a aprendizagem não linear seja considerada.
III. Por meio de abordagens educacionais consideradas mais modernas, permite-se que
a autonomia do aluno emerja, cabendo aos professores/tutores direcioná-lo durante
o processo de busca pelo saber.

É correto o que se afirma em:


a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III.

7. A educação a distância possui algumas vantagens em relação a outro tipo de ensino,


pois a pessoa pode escolher tanto a hora de estudar quanto quando iniciar seus estudos.
Como se sabe, cada aluno tem um ritmo de estudo próprio e a educação a distância per-
mite que o aluno imponha seu ritmo individual e essa é uma grande vantagem da EAD.
Possui, porém, algumas desvantagens tais como: os alunos podem sentirem-se isolados
por estar realizando seus estudos sozinhos. Isso exige uma grande motivação por parte
do aluno para continuar o curso desejado, visto que, caso contrário, possivelmente esse
aluno desistirá deste curso. Esse é um dos maiores motivos da evasão no decorrer dos
cursos à distância.

Tendo em vista a multiplicidade de perfis discentes inseridos no contexto da Educação


a Distância:
a) O sucesso ou insucesso de um curso EaD define-se a partir do grau de comprometi-
mento destinado por cada estudante à sua empreitada.
b) A aprendizagem em EaD pode ser considerada uma experiência pessoal para cada
aluno, porém, as especificidades que envolvem seus conhecimentos iniciais, seus pró-
prios estilos de aprendizagem e habilidades e competências distintas não devem in-
fluenciar seu processo de apreensão dos conhecimentos.
c) A eficácia de um curso EaD está única e intimamente atrelada aos materiais e ferra-
mentas disponibilizadas para que os aprendizes desenvolvam suas atividades.
d) O contato com tecnologias distintas e instintivas pode potencializar a aprendizagem
de alunos que apresentam dificuldades aparentes para se desenvolverem.
e) Em um curso EaD, visando minimizar ou desconstruir as multiplicidades de perfis
existentes, os tutores devem adotar uma linha de feedbacks que seja unificada.

8. A utilização adequada das diferentes tecnologias nos cursos EAD objetiva promover
algumas mudanças nas abordagens de ensino pedagógicas, corriqueiramente empre-
gadas no ensino presencial, buscando transformar a aprendizagem em um processo
50
mais dinâmico e atrativo. Dessa forma, o uso das novas tecnologias pode:
I. Propiciar ao aprendiz diferentes possibilidades de impulsionar a aquisição e constru-
ção dos conhecimentos.
II. Oportunizar a intercomunicação síncrona e assíncrona entre professores/tutores e
alunos, localizados em contextos geográficos e culturais distintos.
III. Permitir ao tutor o acompanhamento e o assessoramento constante do aprendiz, no
sentido de entender o seu interesse e o nível de conhecimento sobre determinado
assunto.

Após analisar as asserções, assinale a sequência correta.


a) V, F, F.
b) V, F, V.
c) F, V, F.
d) V, V, V.
e) F, V, V.
51

RESPONSABILIDADES
DOS PROFESSORES/
TUTORES EM EAD
52
4.1 INTRODUÇÃO

Nas unidades anteriores, em especial na unidade 2, foram descritas algumas


funções que o docente deve assumir enquanto professor/tutor em cursos EAD e os
sistemas tutoriais que podem contribuir para que suas funções sejam exercidas com
maior facilidade.
Agora, neste capítulo, a temática será retomada. Aqui, serão descritos os
conhecimentos, as habilidades e competências essenciais para que o professor e o tutor
possam exercer o processo de tutoria, conforme apresentado no capítulo anterior.
Como afirma Gomes et al. (2012), resultados já aferidos por meio de algumas
pesquisas, comprovam que o bom desempenho do tutor tem influência direta sobre os
discentes que cursam a modalidade a distância, uma vez que necessitam de contínua
orientação e incentivo para se envolverem nas propostas.
Tendo isto em vista, é hora de apontar as características essenciais de um bom
professor e tutor e as atitudes que devem permear suas ações.

• Identificar quais são as responsabilidades que permeiam a ação de professores e


tutores.
• Compreender as especificidades que abarcam as atuações dos professores e tutores.
• Entender os elementos fundantes para um bom processo de tutoria.

4.2 DEFINIÇÃO DO PROFESSOR EM EAD


E SUAS FUNCIONALIDADES

No capítulo anterior, foram descritos alguns perfis de alunos que podem ser
encontrados em cursos de EaD, que, influenciados por diversos fatores, podem ou não
obter sucesso em uma empreitada na Educação a Distância.
Tendo em vista essa realidade, Gomes et al. (2012) afirmam que, com a consolidação
dos sistemas EaD, em vista de atender a essa demanda pluralizada, tornam-se necessárias
mudanças consideráveis em alguns processos.
Nesta ótica, os autores pontuam que, como consequência de tamanha pluralidade,
há uma maior reinvindicação por docentes capazes de assumir novos papéis no ato de
ensinar. Isto implica, como já citado nas unidades anteriores, em professores que deixam
de representar o ponto central do processo ensino-aprendizagem para abraçarem
as funções de orientadores dos alunos em seus caminhos pela busca do saber. Neste
percurso, pode-se alcançar o objetivo fulcral de qualquer missão educacional: a
construção de novos conhecimentos.
Nesta ótica, como demonstra Bejar (2013), aumenta-se exponencialmente a
exigência por docentes capazes de envolver os alunos nos processos de aprendizagem,
com recursos afetivos, criativos e inovadores, que possam motivá-los em diferentes
aspectos.
Segundo Gomes et al. (2012), isto indica que os professores podem ser considerados
como as principais figuras no que se refere às mudanças e interações que podem
influenciar positivamente os avanços educacionais.
Nesta ótica, é preciso relembrar algumas das funções que constituem a formação
e o perfil do professor inserido no contexto EAD, já citadas no primeiro capítulo do livro,
53
para que se possa analisar suas variadas atribuições.
Veja no quadro algumas delas:

Quadro 1 : Perfil do professor EAD


Fonte: Elaborado pelo autor (2020)

Com isto, Bejar (2013) reitera que o papel do professor é ressignificado, uma vez
que suas características, agora, perpassam múltiplas fases que englobam os processos
de organização e planejamento dos cursos.
Esta nova configuração docente, como denota Bejar (2009), já revela uma mudança
de paradigma expressiva, que aponta para uma nova forma de viver e observar novos
referenciais.
Em algumas instituições de ensino, por exemplo, como descreve Bejar (2013), o
docente pode receber algumas denominações oficiais como orientador acadêmico,
tutor-professor, professor-orientador, entre outras terminologias, concernentes ao seu
propósito de atuação.
Pensando nessas mudanças conceituais, que assinalam um rompimento
paradigmático na educação, previamente apontado, a partir de um variado conjunto
de possibilidades, os professores, no cenário da Educação a Distância, podem receber
diferentes descrições, como as propostas por Belloni (2001), mostradas por Voigt e Leite
(2004). Algumas delas são:

• Professor formador: orienta o estudo e a aprendizagem, sendo correspondente à


função pedagógica do professor no ensino presencial;
• Professor conceptor e realizador de cursos e materiais: prepara os planos de estudo,
currículos etc.;
• Professor pesquisador: pesquisa e se atualiza em várias disciplinas e metodologias
de ensino/aprendizagem, reflete sobre sua prática pedagógica;
• Professor tutor: orienta o aluno em seus estudos de acordo com as disciplinas de sua
responsabilidade, em geral, participa das atividades de avaliação;
• Professor tecnólogo educacional: especialista em novas tecnologias, função nova,
é responsável pela organização pedagógica dos conteúdos, adequação aos suportes
técnicos a serem utilizados na produção dos materiais, assegurar integração entre a
equipe técnica e pedagógica;
• Professor recurso: esta função poderá ser exercida também pelo tutor e assegura
uma espécie de “balcão” de respostas a dúvidas com relação ao conteúdo de uma
disciplina ou questões relativas à organização dos estudos e das avaliações;
• Professor monitor: muito importante em certos tipos de EAD, especialmente em
ações de educação popular com atividades presenciais de exploração de materiais
em grupos de estudo. O monitor coordena e orienta esta exploração, é uma função
de caráter mais social que pedagógico, sendo formada uma pessoa da própria
comunidade para exercê-la.
54
Diante das denominações citadas, conforme abordam Machado e Moraes (2015),
revela-se que a Educação a Distância enxerga no professor uma figura primordial, que,
independentemente de sua nomenclatura, sempre é altamente requisitado, e que
busca – dentro dos padrões delimitados pelas instituições de ensino – efetuar suas ações
docentes e conduzir os discentes em seus processos de aprendizagem.
Assim, como explicam as autoras citadas, o professor deve ser um profissional
ciente de sua relevância nos processos de ensino, sempre buscando inovações para
ampliar suas possibilidades de intervenções durante sua docência.
Entretanto, Bejar (2013) pontua que é necessário definir alguns pré-requisitos que
devem nortear os trabalhos dos professores em EAD, que englobam todo o processo de
formação do profissional.
Em consonância com esta ideia, Mercado (2002, p. 16), há quase duas décadas, já
cita algumas dessas habilidades e competências cruciais que devem compor o perfil
dos professores da Educação a Distância:
• Conhecimentos sobre as novas tecnologias e a ma-
neira de aplicá-las;
• Estímulo à pesquisa como base de construção do
conteúdo a ser veiculado por meio do computador,
no que se trabalhe o saber pesquisar e transmita o
gosto pela investigação a alunos de todos os níveis;
• Capacidade de provocar hipóteses e deduções que
possam servir de base à construção e compreensão
de conceitos;
• Habilidade de permitir que o aluno justifique e dis-
cuta as hipóteses que constitui;
• Formas de conduzir a análise grupal em níveis satis-
fatórios de conclusão do grupo a partir de posições
ou encaminhamentos diferentes do problema;
• Capacidade de divulgar os resultados da análise in-
dividual e grupal de tal forma que cada situação sus-
cite novos problemas interessantes à pesquisa.
Perante esta realidade, Machado e Moraes (2015) afirmam que cabe ao professor
responder positivamente ao cenário retratado, comum nos sistemas EaD, buscando
atender aos pré-requisitos dele exigidos.

BUSQUE POR MAIS


Diante de tantas demandas a serem cumpridas, o professor/tutor em EaD,
necessita de ajuda e uma constante busca por capacitação. Confira, no livro
“Competências em Educação a Distância”, de Bejar, algumas informações
que podem ajudar os docentes a gerarem inovações no contexto educacional.
Acesse o link da Biblioteca virtual para ler: https://bit.ly/3ksMXF9. Acesso: 12 out.
2022.
55
4.3 AS FUNÇÕES DO TUTOR

Durante o trajeto percorrido até aqui, o foco se deu sobre os papéis que o professor
exerce na educação a distância. Contudo, agora, o enfoque se dará pelas funções
exercidas por outro agente fundamental em todo e qualquer processo EaD, figura esta
já citada no livro: o professor-tutor.
Primeiramente, é preciso definir o que é o tutor, antes de esmiuçar os papéis que
esse profissional desenvolve.
O tutor é um facilitador e mediador no processo de ensino aprendizagem em um
curso a distância. Ele contribui decisivamente para a aplicação e o sucesso dos projetos,
uma vez que apoia e acompanha os estudantes, mantendo-os envolvidos e motivados,
ao mesmo tempo em que dá o suporte necessário ao trabalho do professor. (GOMES et
al., 2012, p. 22)
Considerando a definição apresentada acerca de quem é o tutor, Bejar (2013)
afirma que, cada vez mais, esse profissional tem recebido maior importância na EaD,
sendo responsável pela viabilização da execução de vários cursos. Durante a aplicação
desses cursos, o tutor tem como principal responsabilidade promover a qualidade das
atividades desenvolvidas prestando suporte aos discentes incluídos nesse processo, o
que dá a ele um lugar indispensável na modalidade de educação a distância.
Em face disso, Gomes, et al. (2012) explica que, tendo tamanha responsabilidade,
é preciso que o tutor esteja devidamente preparado para exercer sua função. Nesta
perspectiva, antes de executar suas tarefas, torna-se necessário que ele passe por
capacitações, que o permitam, por exemplo, lidar com diferentes tipos de tecnologias
educacionais, paralelamente interligadas às variadas metodologias de ensino existentes,
o que recai também sobre a administração das particularidades apresentadas pelos
discentes ao longo dos cursos.
Como já citado no livro em dados momentos, Gomes et al. (2012) mencionam
que, além das outras responsabilidades, é necessário também que o tutor esteja apto
a instigar o engajamento dos aprendizes, fomentando diferentes estratégias, como
debates e discussões, por exemplo, com a finalidade de garantir que não se sintam
abandonados no processo de aprendizagem.
Para exercer esses ofícios com eficiência, tal como os professores, Machado e
Moraes (2015, p. 45) salientam que, ao tutor, cabe se apropriar de algumas características
determinantes, como:
• Formação na área;
• Dinamismo;
• Visão crítica e global;
• Responsabilidade;
• Capacidade para lidar com situações e circunstân-
cias inusitadas;
• Saber trabalhar em equipe;
• Conhecer os recursos tecnológicos que permeiam a
EaD.
Levando-se em conta que uma das principais funções do tutor é promover uma
comunicação mais profunda com os alunos a partir dessas características, Bejar (2013)
destaca que o tutor precisa estar atento às peculiaridades que envolvem a vida de
cada discente, como a faixa etária, a localização geográfica, o acesso às tecnologias, as
56
experiências de trabalho vivenciadas anteriormente e outros fatores.
Segundo a autora, compreendendo as particularidades da EaD, há competências
específicas que conduzem as ações dos atores presentes nesse espaço. E, no que tange
às funções do tutor, não é diferente. (BEJAR, 2013).
Veja alguns conhecimentos e habilidades primordiais exigidas do tutor, descritas
por Machado e Moraes (2015, p. 45-46)
• Predispor-se à mudança, de modo a adotar o mo-
delo didático e metodológico da instituição em que
atua.
• Compreender que a disciplina que orientará é parte
de um projeto maior, de modo a definir sua partici-
pação nele.
• Aceitar o recorte e o formato do conteúdo da disci-
plina definidos pelo professor autor, de modo a jus-
tificá-los junto aos alunos.
• Avaliar o trabalho realizado com a turma e dos alu-
nos.
• Promover o interesse de estabelecer uma comu-
nicação bidirecional, lançando perguntas, dando
retorno breve aos alunos e trabalhando com aten-
dimento personalizado, mas não individual, procu-
rando sempre trazer a dúvida para o grupo, otimi-
zando o tempo.
• Possuir domínio do conteúdo da disciplina e/ou cur-
so.
• Orientar os alunos, ajudando a superar dificuldades,
enfatizando a autonomia e a responsabilidade.
• Motivar os alunos em relação à participação nas ati-
vidades propostas, incentivando o relacionamento
interpessoal entre eles, criando um ambiente pro-
pício à atitude colaborativa, gerando a confiança e
promovendo a autoestima.
• Acompanhar a aprendizagem do aluno, por meio
de diferentes atividades desenvolvidas no ambiente
virtual de aprendizagem, esclarecendo dúvidas refe-
rentes aos conteúdos trabalhados na disciplina.
• Sugerir materiais complementares atuais que pos-
sam enriquecer os conteúdos trabalhados.
• Propiciar situações que deem oportunidade à me-
diação entre o aluno e o conteúdo trabalhado, por
meio de situações reflexivas e práticas.
• Participar dos momentos síncronos e assíncronos
com os alunos.
• Avaliar o processo de aprendizagem dos alunos, por
meio da participação nas atividades realizadas, se-
guindo os critérios definidos previamente.

Em vista de todas essas competências, Machado e Moraes (2015) explicam que o


tutor tem seu papel redimensionado constantemente, mas, sempre, em uma posição
central na aplicação e sucessos que dirigem as metodologias de ensino de cursos EaD.
57
Logo, como demonstram Moore e Kearsley (2007), o professor/tutor torna-se a
fonte de informações mais confiável no momento de interpretar os dados e resultados
apresentados pelos discentes após o período de realização das tarefas.

4.4 A COMUNICAÇÃO EM EAD: UM DIÁLOGO DIRETO

Previamente, foram exibidas algumas particularidades relacionadas aos perfis


que professores e tutores assumem em cursos EAD, com a finalidade de executar
suas tarefas de maneira bem-sucedida. Agora é hora de aprofundar um pouco mais o
assunto e refletir sobre as competências específicas que devem nortear a atuação dos
profissionais docentes neste contexto.
Conforme Gomes et al. (2012, p. 28) descreve, na modalidade de Educação a Distância,
a partir de diferentes experiências vivenciadas por vários educadores, convencionou-se
dizer que existem quatro competências gerais, específicas, que circundam os espaços
EAD, que são as seguintes:
• Competência de apoio: ajudar os estudantes a lidar
com questões não relacionadas com o conteúdo,
que possam interferir na sua aprendizagem;
• Competências de orientação: ajudar os estudantes
a compreender o conteúdo e a sua relação com os
seus objetivos de aprendizagem;
• Competências de capacitação: ajudar os estudantes
a desenvolver e a aplicar processos de aprendiza-
gem com eficiência;
• Competências administrativas: servir de ligação en-
tre os estudantes e a instituição em questões admi-
nistrativas.
De forma a complementar as afirmações dispostas, Machado e Moraes (2015)
buscam destacar que as competências descritas já devem ser parte do docente inserido
no EAD, de forma mensurável e visível, já que esse profissional passou, em sua vida
pregressa, por processos de estudo, pesquisa, análise e produção de conhecimentos
múltiplos, calcados na metodologia científica e nas demandas impostas pelo mercado.
Como Bejar (2013) expressa, cada uma das competências está correlacionada a
um conjunto de ações, que remetem a diversos domínios, tais como sociais, cognitivos
e tecnológicos. Tendo ciência de que todas essas ações citadas englobam uma relação
direta com o aluno, serão apontados alguns fatores que podem elevar a qualidade da
interação desenvolvida entre docentes e discentes.

4.5 COMUNICAÇÃO COM OS DISCENTES

Gomes et al. (2012) colocam que a competência de apoio está correlacionada a tudo
que envolve o processo de seleção, inscrição, orientação, ministração, aconselhamento e
comunicação no que diz respeitos aos alunos. No entanto, quando se trata de trabalhar
a partir de todos os processos citados, exige-se do docente um contato individualizado
com os alunos, que visa ajudá-los a manterem-se empenhados e a resolverem problemas
em torno de suas vidas, de forma a evitar que sua aprendizagem seja prejudicada.
Nesta linha, como explica Bejar (2013), a atuação do professor/tutor deve ser
58
guiada por uma proposta que privilegia o estabelecimento de orientações claras no que
concerne aos caminhos percorridos pelos aprendizes.
É a partir desse contato que Machado e Moraes (2015) explicam que o professor/
tutor começa a conhecer seu aluno e a ter a percepção de seu perfil. Neste cenário, cabe
ao docente levar em conta as especificidades que compõem o perfil do discente.
É nessa interação mais estreita que se expõe a importância de uma boa
comunicação com o discente.
Como já exposto no livro, os ambientes virtuais de aprendizagem oferecem aos
docentes múltiplas possibilidades para se comunicarem com os aprendizes. Todavia,
como mostram Machado e Moraes (2015), é preciso cuidado para que o professor/
tutor não se perca com tantas informações, seja no momento de desenvolver alguma
atividade específica ou, principalmente, nas relações com os demais membros presentes
no sistema dos cursos.
Levando-se em conta que o contato docente-aluno ocorre, em grande parte das
vezes, por meio de uma interação on-line, Gomes et al. (2012) apontam que é preciso
que o professor/tutor, ao entrar em contato com seus alunos, atente-se a alguns
comportamentos que são tratados como regras de etiqueta no mundo virtual. Essas
regras são conhecidas nos meios on-line como Netiqueta.
Como descreve Kearsley (2011), a comunicação on-line exige dos usuários algumas
condutas e comportamentos específicos em termos de interação.
Corroborando as afirmações de Kearsley (2011), Gomes et al. (2012) alegam que
esses comportamentos refletem algumas normas gerais que indicam bom senso no
que se refere à convivência saudável dos tutores com seus aprendizes.
Algumas dessas convenções descritas por Keasley (2011) tornam o contato entre
professores/tutores e alunos amigável:
A Netiqueta refere-se às regras de comportamento ge-
rais e aceitas para o uso da Internet. Ao seguir as dire-
trizes da Netiqueta, os usuários ajudam a transformar a
Internet em um local civilizado para comunicar e dividir
ideias REEDY; SCHULLO (2007, p. 22)
Buscando se ater às dicas citadas, Kearsley (2011) afirma que, com o tempo, um
indivíduo com dificuldades para se comunicar interativamente alcançará um bom nível,
o que facilitará o processo de comunicação.

BUSQUE POR MAIS


Para conhecer mais sobre as normas que constituem a Netiqueta, Disponível
em: https://bit.ly/3DtM8YK. Acesso: 12 out. 2022.
59

VAMOS PENSAR?
Após a leitura, escreva o que cada imagem apresentada representa para você, a partir das
perspectivas aplicadas na Netiqueta.

4.6 MOTIVANDO OS APRENDIZES

O ato de motivar os estudantes em um curso EAD, como descrevem Gomes et al.


(2012) talvez seja a maior dificuldade a ser enfrentada pelos professores e tutores.
De acordo com Bejar (2013), o grande desafio para os docentes é fazer com que os
cursos apontem para a direção de uma aprendizagem centrada nos estudantes, e não
nos conteúdos exibidos nos sistemas.
Para isso, Machado e Moraes (2015) explicam que o tutor deve se fazer presente a
todo instante no percurso de aprendizagem do aluno, sempre buscando estimulá-lo em
seus estudos individuais, por meio de envios de mensagens individuais e personalizadas.
Juntamente com uma boa comunicação e a capacida-
de de resolução de problemas, a motivação pode incen-
tivar os estudantes a desenvolverem estratégias que fa-
cilitem o processo de aprendizagem. Por isso, um bom
tutor deve incluir mensagens de incentivo na sua intera-
ção com o estudante. (GOMES et al., 2012, p. 30)

Kearsley (2011) menciona que, com o objetivo de manter os alunos instigados


constantemente, os professores/tutores podem fazer uso de diferentes ferramentas nas
quais podem enviar mensagens e feedbacks, como o e-mail.
Machado e Moraes (2015) complementam que o professor/tutor, além do e-mail,
pode utilizar-se também de outras ferramentas presentes nos ambientes virtuais de
aprendizagem, como os fóruns e chats.
Porém, como descreve Bejar (2009), há múltiplos fatores que podem prejudicar o
processo de motivação dos discentes, um deles se refere ao baixo nível educacional que
alguns deles podem apresentar. Por esse motivo, a autora afirma que é extremamente
importante que o responsável pelos alunos esteja em contato, sempre incentivando suas
empreitadas, principalmente aqueles de perfil mais passivo, para que eles consigam
atingir experiências exitosas nos ambientes virtuais.
Para realizar essa interação de forma positiva, Bejar (2013) aborda que cabe ao
professor/tutor interagir sendo respeitoso, acolhedor, responsável, atento e proativo. Isto
indica que o profissional precisa conceder aos alunos feedbacks que sejam de caráter
60
amistoso e motivador com a finalidade de manter os discentes ativos no processo ensino-
aprendizagem.
Logo, a autora pontua que, além de dominar os conteúdos das disciplinas e avaliar
os discentes, é extremamente importante que professores e tutores sejam agentes
incentivadores e orientadores. Dessa forma, pode-se desempenhar um papel fundante
no processo de desenvolvimento dos alunos, por meio de feedbacks que garantam a
aprendizagem a distância. (BEJAR, 2013).

4.7 RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS EM EAD

A educação a distância, como em qualquer outro meio, apresenta resultados


positivos e também problemas que podem prejudicar seu andamento. Tendo esta
realidade em vista, Gomes et al. (2012) afirmam que é necessário que os professores e
tutores estejam devidamente preparados para detectar e sanar estes problemas nos
sistemas EaD.
Bejar (2013, p. 99) explica que esses problemas podem apresentar diferentes
origens. Alguns deles são:
• Dúvidas dos alunos;
• Resolver problemas reais e inusitados que surgem;
• Evasão de um volume de alunos considerável.
A autora supracitada discorre sobre o assunto dizendo que, dentre as características
essenciais que devem constituir a conduta profissional dos professores e tutores, uma
das mais importantes envolve sua capacidade de saber, saber fazer e desejar fazer.
Neste processo, é preciso que esses profissionais saibam levantar e mobilizar os recursos
apropriados para que consigam sanar os possíveis problemas de forma bem-sucedida.
Esses recursos englobam diferentes conhecimentos, habilidades e atitudes.
Veja, no quadro abaixo, algumas atitudes esperadas dos professores/tutores que
podem minimizar ou eliminar alguns problemas corriqueiros na EAD:

ESTÁGIO EM QUE O PROBLEMA DETECTADO ATITUDE APLICADA PELOS


ALUNO SE ENCONTRA DOCENTES
Início do curso Está empolgado, porém, sen- Ao entrar em contato com
te algumas inquietações por o discente, o tutor precisa
ser uma empreitada nova e elogiar o entusiasmo apre-
não conhecer seus processos. sentado por ele e mostrar-se
presente.
Entrega da primeira Apresenta insegurança no O tutor deve comentar que
atividade que se refere à sua capacida- esse sentimento é algo co-
de de compreender e aplicar mum, que só pode ser supe-
os conhecimentos adquiridos. rado se o aluno se compro-
meter a realizar e vencer os
desafios, ressaltando que esse
pode ser um momento de
grandes descobertas.
61
Ao longo do curso Surgem várias dificuldades O tutor deve esclarecer as
que geram desmotivação, o dúvidas que inquietam o
que pode levar à evasão. aluno, bem como instruí-lo
acerca das dificuldades que
enfrenta em relação ao tem-
po necessário para se dedicar
aos estudos, ao aumento do
grau de complexidade das
disciplinas, dentre outras
adversidades. Neste processo,
o tutor deve motivar o aluno,
levando-o a refletir sobre os
pontos positivos que o man-
tiveram no curso até então
e os conhecimentos que ele
aprendeu neste percurso.
Quadro 2 : Atitudes para diminuir problemas no EAD
Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2012)

Conforme explica Mattar (2012), o professor/tutor deve conduzir todo este processo
sempre utilizando um tom amigável, fornecendo feedbacks rápidos aos alunos e
considerando suas limitações. Nesta perspectiva, Bejar (2013) explica que se torna
possível para os professores/tutores superar situações adversas e lidar com novidades e
imprevistos.
Assim sendo, o professor/tutor deve se portar como um guia e parceiro dos
discentes, transfigurando-se em um agente capaz de resolver ou sanar problemas
diversos, estimulando novos interesses e questionamentos, fomentando experiências
enriquecedoras e fazendo-se um ponto de segurança e proximidade com o aluno em
sua trilha de aprendizagem.
62
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A capacidade de se comunicar e utilizar as novas tecnologias de informação e


comunicação para intensificar o processo de interação com os discentes são pré-
requisitos extremamente importantes para que os tutores de cursos EaD desenvolvam
seu trabalho de maneira proveitosa. Sobre assunto, leia o fragmento de texto abaixo:

Se você é especialista em alguma área e utiliza um vocabulário muito técnico, dependendo


do perfil da pessoa com a qual você estiver se relacionando, será necessária a adequação
ou simplificação de algumas palavras que o seu interlocutor compreenda.

A importância de se desenvolver as habilidades de comunicação do professor/ tutor é


relevante, pois:
a) Dessa forma, pode-se estabelecer uma teia ampla de meios comunicacionais, capazes
de tornar os alunos aptos a fazerem uso apenas de ferramentas síncronas e assíncronas.
b) Dessa forma, o professor/tutor pode consolidar-se como o ponto central na transmissão
do conhecimento.
c) Há uma necessidade de envolver os alunos nos processos de aprendizagem, com
recursos afetivos, criativos e inovadores, que possam motivá-los em diferentes aspectos.
d) Garantir ao professor/tutor o domínio de diversas tecnologias, que podem colocá-lo
em uma posição proeminente sobre os aprendizes.
e) Assim, pode-se elevar a importância das relações dialógicas, em detrimento das
relações mediatizadas.

2. O constante aumento e desenvolvimento das tecnologias, vivenciados em diferentes


períodos, tem potencializado significativamente o poder de difusão e popularização da
educação a distância (EaD). Em relação a essa temática, analise as asserções.

I. As tecnologias empregadas na Educação a Distância impactam positivamente o


percurso de aprendizagem dos discentes, afetado pela separação de espaço e tempo,
pois permite aos professores/tutores uma interação mais estreita, por meio de recursos
síncronos e assíncronos, capazes de minimizar distanciamento geográfico e cultural.
II. Ao professor/tutor, cabe buscar formas de ressignificar a aprendizagem dos
estudantes, desenvolvendo processos de organização e planejamento eficazes nos
cursos.
III. Fazendo uso das tecnologias, o professor/tutor que atua na educação a distância
precisa estar atento às particularidades apresentadas por cada aprendiz, visando
acompanhar e determinar quantitativamente sua proficiência.

Dentre as alternativas propostas:


a) I e II estão corretas.
b) Apenas I está correta.
c) II e III estão corretas.
d) Apenas II está correta.
e) Todas estão corretas.
63
3. A principal dificuldade de se incorporar as TIC no processo de ensino, é o fato de o
professor ser ainda apontado, o detentor de todo conhecimento. Hoje, diante das
tecnologias apresentadas aos alunos, o professor tem o papel de interventor dessa
nova forma de ensino, dando o suporte necessário ao uso adequado e responsável dos
recursos tecnológicos.

A partir das ideias dispostas, analise a relação estabelecida entre as asserções.

I. O papel do professor/tutor, no que tange ao âmbito da educação a distância, tem sido


constantemente alterado, o que dá a ele novos papéis e exige novas características, que
envolvem o domínio sobre novas tecnologias e a capacidade de aplicá-las com destreza.

PORQUE

II. Estas novas funcionalidades já apontam para quebras de paradigma consideráveis


no que se refere ao papel dos docentes, que, anteriormente, eram vistos como meros
transmissores de conhecimento.

A respeito das afirmativas descritas, assinale a opção correta.


a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.

4. O tutor é um facilitador e mediador no processo de ensino-aprendizagem em um


curso a distância. Ele contribui decisivamente para a aplicação e o sucesso dos projetos,
uma vez que apoia e acompanha os estudantes, mantendo-os envolvidos e motivados,
ao mesmo tempo em que dá o suporte necessário ao trabalho do professor. (GOMES et
al., 2012, p. 22).

Em relação ao processo de tutoria, verifica-se que:


I. O tutor é o responsável por promover uma comunicação bidirecional com os alunos,
lançando perguntas, dando feedbacks breves e trabalhando com atendimento
personalizado.
II. Cabe ao tutor orientar os discentes, ajudando-os a superar suas dificuldades,
enfatizando seus erros e acertos que afetam sua produtividade.
III. tutor pode ampliar o repertório de estudos, sugerindo materiais complementares
que possam enriquecer as experiências de aprendizagem dos aprendizes.

É correto o que se afirma em


a) I apenas.
b) II apenas.
c) I e II apenas.
d) I e III apenas.
e) I, II e III.
64
5. Tendo em vista que uma das principais funcionalidades do tutor é viabilizar uma
comunicação mais profunda com os alunos, é preciso que esse profissional esteja
sempre atento às peculiaridades que constituem a vida de cada aprendiz, levando em
conta fatores como faixa etária, possibilidade de acesso às tecnologias, disponibilidade
de tempo, dentre outras especificidades.

Diante destes apontamentos, sobre as funções do tutor, determine a opção correta.


a) Os tutores, durante a execução de seu trabalho, devem avaliar os trabalhos realizados
pelos alunos, de forma a quantificar seus acertos e erros.
b) Acompanhar a aprendizagem do aluno, por meio de diferentes atividades desenvolvidas
nos ambientes virtuais de aprendizagem, sanando dúvidas e orientando-o apenas
quanto aos conteúdos trabalhados na disciplina, é um papel indispensável na atuação
dos tutores.
c) O tutor deve buscar uma participação ativa no processo de evolução dos discentes,
atendo-se exclusivamente à utilização adequada das ferramentas síncronas para orientá-
los, uma vez que poderá interagir simultaneamente.
d) Promover um ambiente de autoaprendizagem, incentivando o autodidatismo em
detrimento de uma aprendizagem colaborativa.
e) Uma das responsabilidades essenciais no trabalho do tutor é orientar os alunos, de
forma a contribuir em sua formação e para a suplantação de problemas.

6. Observe as imagens abaixo apresentadas.

Ao realizar a comparação entre as duas imagens, pode-se afirmar que:


a) as duas imagens retratam o papel dos tutores em EaD, de modo que a segunda
indica um afastamento entre os alunos e o docente.
b) as imagens se complementam, uma vez que a primeira demonstra o quão importante
no contexto EaD o tutor pode ser e a segunda aponta para uma das formas pelas quais
docentes e discentes podem se comunicar.
c) as imagens se relacionam, pois ambas demonstram o quão falha pode ser a interação
entre docentes e discentes.
d) as imagens não se relacionam, já que a primeira trata apenas da questão da tutoria
65
institucional, enquanto a segunda trata da tutoria discente.
e) as duas imagens indicam uma contradição, visto que, ao apresentar o tutor como o
principal ator na educação a distância, secundariza-se o aluno.

7. Observe a imagem.

Em relação ao processo de tutoria, ao analisar a imagem, averígua-se que:


I. Os professores/tutores são representados por qualquer instituição de ensino.
II. Faz-se uso da terminologia “tutoria” com o intuito de não se prestigiar adequadamente
o tutor e seus múltiplos papéis na EaD.
III. Amplifica-se o peso e a importância do tutor, como um elemento imprescindível para
as instituições de ensino e, principalmente, para os alunos.

Após analisar as asserções, está correto o que se afirma em:


a) I e II estão corretas.
b) III está correta.
c) III e IV estão corretas.
d) I e III estão corretas.
e) III está correta.

8. Com base nos estudos realizados na unidade, relacione as colunas.


( ) É o professor especialista responsável por implantar e aplicar novas tecnologias no
espaços EaD, de forma a promover uma melhor organização pedagógica dos conteúdos
e adequação aos suportes técnicos a serem utilizados na produção dos materiais.
( ) Professor responsável por orientar os alunos, servindo-lhe como um guia em seu
percurso de estudos.
( ) Professor que organiza as grades curriculares e os materiais a serem utilizados no
decorrer do curso.

1- Professor tecnólogo educacional


2- Professor conceptor de conteúdos
3- Professor-tutor

A sequência correta é
a) 1- 3 - 2
b) 1- 2 - 3
c) 3 -1- 2
d) 3 -2 -1
e) 2 -1- 3
66

FERRAMENTAS
FACILITADORAS DA
APRENDIZAGEM
67
5.1 INTRODUÇÃO

Nas unidades anteriores, discutiu-se o impacto das abordagens andragógicas


e heutagógicas e as habilidades e competências fundamentais para o tutor que
intensificam a participação e apropriação do conhecimento por parte dos alunos,
inseridos nas instituições de ensino habilitadas a oferecerem cursos EAD.
Conforme apresentado, foram expostos diversos elementos capazes de influenciar
uma empreitada positiva ou negativa na EAD, que podem estar interligados a fatores
intrinsecamente internos e/ou a uma série de aspectos externos, que englobam questões
vinculadas à realidade dos alunos e outros pontos relevantes.
Tendo isto em vista, com o intuito de dar continuidade à temática tratada, nesta
unidade, o foco se dará pela apresentação de diversas ferramentas e recursos que visam
potenciar a aprendizagem ativa, citada anteriormente, rompendo com uma visão de
cunho mais tradicional e adotando uma aprendizagem centrada nos aprendizes.
Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os
seguintes conhecimentos:

• Identificar diferentes ferramentas que podem contribuir no processo ensino-


aprendizagem.
• Compreender a aplicação e funcionalidade das ferramentas descritas.

5.2 A RELAÇÃO INDISSOCIÁVEL ENTRE AS TECNOLOGIAS E A EAD

Durante a leitura do livro, pode-se ver que em um curso de Educação a Distância


coexistem diferentes ferramentas e um perfil variado de alunos, que necessitam de uma
estrutura bem delineada para que possam alcançar uma aprendizagem significativa e
uma formação que seja, de fato, aprazível.
Nesta unidade, como já mostrado, serão enfatizadas as ferramentas tecnológicas
que podem determinar o nível de qualidade de um ambiente virtual de aprendizagem.
Conforme exprime Ribeiro (2019), cada uma dessas ferramentas possui suas
peculiaridades e apresenta finalidades distintas, com o intuito de garantir um intenso
processo de comunicação nos ambientes virtuais de aprendizagem.
Já há mais de uma década, Maia e Mattar (2008) afirmam que várias instituições
de ensino oferecem cursos EaD muito ricos no que diz respeito a estas ferramentas
atreladas à internet, que são oferecidos nos ambientes virtuais de aprendizagem, cada
vez mais munidos de ricos recursos. Corroborando essa ideia, Ribeiro (2019) aponta que,
apesar de parecer uma prática futurista exclusiva do século XXI, os computadores, já
na década de 1960, começaram a ser incorporados, mesmo que de forma tímida, nas
escolas e universidades brasileiras.
Ribeiro (2019) explica que, nesse período, estas ferramentas foram adotadas pelos
professores e instituições de ensino de variadas formas e essa variedade de aplicações
produziu novas propostas. Deu-se, a partir dessas experiências iniciais, o pontapé inicial
para que outras abordagens pudessem ser desenvolvidas por meio dos computadores,
que se transformaram em apetrechos capazes de auxiliar na resolução de problemas,
na produção de textos, no manuseio de banco de dados e também na manipulação de
processos, em tempo real.
Nos anos 90, conforme explicitam Maia e Mattar (2008), momento em que houve
68
o advento da internet, reflexões profundas acerca de práticas e métodos que pudessem
melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem começaram a permear os
ambientes educacionais. Essas discussões engendravam formas de proporcionar aos
aprendizes novas ferramentas interativas, que os ajudassem a se desenvolver.
Maia e Mattar (2008) pontuam que estas novas perspectivas elevaram o fôlego
das mentes pensantes que defendiam a perpetuação e oferta da Educação a Distância.
Em complemento a essa ideia, Moran, Masetto e Behrens (2015) afirmam que, com
um período de maturação em suas aplicações, as ferramentas tecnológicas tornaram-
se indissociáveis das instituições de ensino, uma vez que introduziram modificações
metodológicas e curriculares extremamente significativas.
Como os mesmos autores expõem, a partir desse ponto, os recursos tecnológicos
passaram a ser utilizados como fontes de apoio para realização de pesquisas, para
construção e aplicação de atividades voltadas aos discentes, para a comunicação e
integração entre grupos de alunos, além de outras várias utilidades.
Dentro desta perspectiva, Ribeiro (2019) coloca que se estabeleceu uma nova
realidade educacional no século XXI, na qual o ato de estudar indica a consolidação
da consciência de que as múltiplas tecnologias são molas propulsoras para o
desenvolvimento com foco na Educação a Distância.
Tendo isto em vista, nesta unidade, o tema voltado aos suportes tecnológicos será
retomado e colocado em pauta, com maior ênfase nas ferramentas tecnológicas que
conduzem o processo de ensino-aprendizagem em EaD, tão correlacionado aos modelos
e práticas andragógicos e heutagógicos.

5.3 METODOLOGIAS DE ESTUDO BASEADAS


NA AUTONOMIA DISCENTE

As metodologias de estudo inerentes à EaD, como demonstra Ribeiro (2019)


e já foi mostrado no livro até aqui, pautam-se pela utilização de variadas ferramentas
tecnológicas que exigem dos discentes uma carga maior de compromisso no que se
refere à sua autoaprendizagem, o que denota sua maior participação e envolvimento
em todos os processos.
Nesta ótica, como afirmam Moran, Masetto e Behrens (2015), os alunos precisam, a
todo instante, ser devidamente instigados a buscarem conhecimento, a obterem prazer
em conhecer o novo, a aprender a formular pensamentos e a produzir informações e
ideias que lhes permitam aplicar os saberes apreendidos no cotidiano.
Tendo isto em mente, é preciso, mais uma vez, pontuar alguns elementos
considerados como indispensáveis para que um sistema de EaD seja, efetivamente,
executado e apresente resultados adequados. E, tendo em vista que tais elementos
referem-se, em grande parte, às tecnologias que permitem a transmissão de informações,
imagens, sons, fazendo uso de áudios, vídeos e outros dados diversos, Ribeiro (2019, p. 26)
cita os seguintes aparatos tecnológicos que facilitam este processo:
• Redes- computadores em rede, conectados em di-
ferentes pontos, que se interligam por meio da in-
ternet.
• Acessórios de computação- recurso que associa
movimentos físicos de quem opera um computador
a diferentes mudanças de perspectiva realizadas na
69
máquina, o que indica uma interação. Um exemplo
disso, é a utilização dos mouses.
• Multimídia- Já citado no livro, é um sistema que en-
globa várias formas de comunicação, constituídas
por áudio, animações, fotos, imagens, etc.
Conforme relatam Guarezi e Matos (2012), estes recursos possibilitam a produção
de um leque maior no que tange à fomentação de redes de comunicação e interação na
contemporaneidade.
Considerando um mundo cada vez mais conectado, dentre as facilidades que
estes recursos propiciam, estão a disseminação de chats, correios eletrônicos, fóruns,
dentre vários outros apetrechos oferecidos em ambientes virtuais por cursos distintos.
Com já descrito, isso permite aos discentes estabelecer trocas e experiências e produzir
conhecimentos significativos.
No livro, partes desses recursos foi citada, mas não especificamente esmiuçada.
Por isso, agora, estes apetrechos serão revisitados e serão devidamente aprofundados.

5.4 FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS PARA EAD

Durante a leitura do livro, pôde-se observar que as ferramentas que conduzem


os ambientes virtuais de aprendizagem dos sistemas EaD são de caráter síncrono ou
assíncrono. Faria e Lopes (2014) afirmam o quão fundamentais estes dois componentes
são, uma vez que têm a função de auxiliar o processo de ensino- aprendizagem.
Cortelazzo (2013) em consonância com as ideias dos autores apresentados,
discorre sobre o tema afirmando que, ambas as abordagens, ampliam a possibilidade
interacionista dos cursos EaD, propiciando a formação de comunidades de estudo, de
pesquisa, de aprendizagem e de práticas, por meio das redes variadas de comunicação
eletrônica.
Como o mesmo autor explica, estes dois tipos de rede facilitam a comunicação
multidirecional, permitindo que os agentes inseridos no sistema EaD, presentes em
espaços físicos diferentes, comuniquem-se uns com os outros, de acordo com sua
disponibilidade de tempo. Nesta ótica, pode-se estimular a proatividade dos participantes
do sistema.
Assim, teremos um fundamento quando a presença
do facilitador ou da pessoa com quem o aprendente
vai dialogar não for necessária ou indispensável para
que ocorra a aprendizagem, e teremos outro quando,
no estudo individualizado e independente, o aluno se
vê capaz de construir seu caminho e seu conhecimento
por si próprio, adquirindo autonomia e tornando-se
autodidata e autor de suas práticas e reflexões. (FARIA;
LOPES, 2014, p. 33)
Em ambos os meios, há inúmeras ferramentas que podem culminar em
aprendizagens significativas, como descreve Ribeiro (2019). Dentre elas, pode-se citar
fóruns, chats, editores de texto e imagens, recursos multimidiáticos e outros. Agora é
hora de conhecer alguns deles.

5.4.1 Fórum
70
Como foi descrito em alguns trechos do livro, a comunicação e as interações nos
ambientes virtuais de aprendizagem ocorrem por meio de ferramentas que funcionam
simultaneamente ou de maneira assíncrona. E, como descreve Ribeiro (2019), o fórum é
uma dessas ferramentas, mas que direciona seu funcionamento em caráter assíncrono.
Isto é, os participantes, em momentos distintos, postam informações, dúvidas e
questionamentos, que ficam registrados e podem ser vistos e respondidos pelos outros
usuários em outros momentos.
Segundo a mesma autora expõe, as informações registradas no fórum ficam
permanentemente visíveis para todos os participantes de um sistema EaD, de forma
que cada um deles possa realizar postagens quantas vezes julgar necessário, expondo
suas ideias, pensamentos, discordâncias e explicações acerca dos temas discutidos.
Em uma conceituação mais direta Cortelazzo (2013), explica que o fórum pode ser
uma rica ferramenta na qual dá-se vazão ao debate, momento este em que os aprendizes
podem dividir entre si múltiplas experiências, indagações, indignações e aprendizagens
por meio da internet.
Além disso, conforme explica Ribeiro (2019), por meios dos fóruns, os agentes
podem interagir uns com os outros e participar das discussões em horários e locais
diferentes, tendo maior tempo para refletir, formular e reconstruir suas mensagens, de
forma a tornar os debates propostos ainda mais ricos.
Os fóruns podem ser moderados (quando o professor
ou um assistente precisa ler os comentários dos alunos
antes de publicá-los) ou livres (quando os comentários
são automaticamente publicados sem a mediação do
professor). (MAIA; MATTAR, 2008, p. 70)
Maia e Mattar (2008) pontuam que, em alguns casos, novos tópicos podem ser
criados pelos professores/tutores nos fóruns e, em outros, também pelos alunos. Contudo,
as perguntas que dão o pontapé inicial para as discussões devem ser elaboradas
pelos [docentes, com o intuito de gerar o engajamento dos alunos e para que, a partir
desse momento, eles comecem a questionar e também a sanar as dúvidas dos outros
participantes.
De acordo com Maia e Mattar (2008), em determinados sistemas, por exemplo,
os professores podem ainda programar os fóruns, de forma que os discentes possam
alterar suas mensagens ou, até mesmo, excluí-las, quando considerarem pertinente. Em
contrapartida, neste mesmo cenário, o docente, caso julgue necessário, pode também
programar o sistema de forma a permitir uma postagem apenas, sem a possibilidade de
excluí-la.
Carlini e Tárcia (2010) discorrem sobre a importância dos fóruns, afirmando que,
por meio desta ferramenta, pode-se suscitar, além de discussões, a construção dos
conhecimentos e de novos conteúdos por parte dos próprios discentes, o que implica
no conceito de autoaprendizagem, já tratado no livro.
No entanto, as mesmas autoras ponderam estas afirmações alegando que é
imprescindível que haja a presença constante de um agente mediador no processo,
para que seja feito um redirecionamento e orientação das discussões que, por ventura,
não estejam alinhadas com os objetivos da atividade previamente planejada.
Como Ribeiro (2019) explica, isto indica que o funcionamento de cada fórum se dá por
meio da intencionalidade proposta pelos criadores dos cursos, mas sempre com o
mesmo objetivo, buscando compor um ambiente interativo e dinâmico.
71
Dentro deste contexto, Ribeiro (2019) explica que os fóruns podem ser compreendidos,
então, como uma ferramenta que permite o diálogo entre os cursistas durante todo o
tempo que está disponível.
Ribeiro (2019) aponta para a existência de diferentes tipos de fóruns, com funcionalidades
distintas. Veja alguns deles:

• Fórum de dúvidas: momento em que os participantes podem sanar suas dúvidas


acerca das matérias estudadas e das atividades desenvolvidas.
• Fórum de debate/temático: momento que suscita discussões sobre temáticas
específicas, com novos conceitos e pontos de vista, tendo como premissa gerar a
aprendizagem colaborativa.
• Fórum social (apresentação): espaço no qual há a socialização dos participantes dos
cursos, no qual todos podem se conhecer e integrar-se. Por meio dele, pressupõe-
se que todos devem participar de forma colaborativa, de forma que as ideias sejam
complementadas uns pelos outros.

Como apontado previamente, cabe aos programadores e professores dos cursos


definir previamente os temas e dinâmicas adotadas nos fóruns, porém, Maia e Mattar
(2008) mencionam que é essencial que os professores/tutores sejam adequadamente
capacitados para lidar com tais ferramentas.
Pela importância dos fóruns em EaD, é importante que
os tutores sejam adequadamente treinados em seu
uso, para que nem dominem completamente as dis-
cussões (tolhendo assim a liberdade de expressão de
seus alunos) nem fiquem totalmente ausentes (dando
a impressão de abandono dos alunos). (MAIA; MATTAR,
2008, p. 71)2
Isto, segundo Maia e Mattar (2008) pode permitir aos docentes inovar nas práticas,
contando, por exemplo, com a presença de convidados especiais nos fóruns, que dominem
os assuntos tratados. Além disso, pode permitir a utilização de textos pré-selecionados
habilmente pelos tutores, capazes de potencializar as discussões levantadas.
Durante estas discussões, Ribeiro (2019) relata que os diálogos desenvolvidos
entre os participantes devem sempre prezar pela educação, mantendo-se a chamada
netiqueta.
Indo além, conforme demonstram Carlini e Tárcia (2010), apesar de permitir a
atribuição de notas em relação às atividades desenvolvidas pelos alunos, é necessário
que o professor denote maior peso sempre à participação interativa dos estudantes,
permitindo a eles perceberem que seu acesso à ferramenta é fundamental, para que
seu processo ensino-aprendizagem seja intensificado.
Sendo assim, as autoras supracitadas afirmam que cabe aos docentes e demais
agentes avaliadores organizar sequências de trabalho que propiciem ao aluno a
possibilidade de se familiarizarem com as metodologias adotadas nos fóruns e estabelecer
rotinas que lhes oportunizem uma aprendizagem, de fato, significativa.
72
BUSQUE POR MAIS
Como você pode ver, o fórum visa instigar o interesse e a interação entre os
diferentes agentes que participam de um curso EaD, objetivando intensificar
as discussões, reflexões, dúvidas e possíveis novos conhecimentos acerca de
temáticas diversas. Para saber mais sobre o assunto, disponível em: https://bit.
ly/3gC4sWJ. Acesso em: 12 out. 2022.

5.4.2 Chats ou salas de bate-papo

Maia e Mattar (2008) ao descreverem o que são os chats, afirmam que,


diferentemente dos fóruns, essas são ferramentas síncronas, em que docentes e
discentes precisam estar simultaneamente conectados para que haja a comunicação
direta. Ribeiro (2019) complementa esta conceituação, afirmando que a interação por
meio deste recurso ocorre por meio da escrita.
Conforme Ribeiro (2019) explica, nos chats, os participantes dos cursos costumam
utilizar apelidos, denominados nicknames, o que denota à ferramenta um ar mais
informal. Sendo um recurso que permite aos agentes interagirem em tempo real, no chat,
ao contrário dos fóruns, não são realizadas discussões aprofundadas acerca de temas
diversificados. Logo, este recurso é utilizado como um bate-papo, em que docentes e
discentes trocam mensagens e sanam dúvidas de forma imediata.
Ribeiro apresenta alguns elementos que podem tornar o contato pelos chats uma
experiência mais rica e menos burocrática. Veja:
Ao adotar um sistema de chats, é normal acontecer o
que se chama de “timidez virtual”, que acomete os par-
ticipantes que apresentam algum medo em escreve-
rem errado. É preciso ter em mente que a maioria das
pessoas comete erros ao escrever em salas de bate-pa-
po, assim como erros que são cometidos no ato de falar.
Neste cenário, para que as pessoas não se sintam preo-
cupadas com esse problema, torna-se importante que o
docente estabeleça previamente um “contrato”, no qual
pode-se acordar que os chamados erros de Português
podem vir a serem corrigidos durante a utilização do
chat.
Além disso, podem-se validar também alguns combinados, que envolvem as
regras a serem adotadas nos chats, como a hora de falar de cada um, por exemplo. Isto
pode tornar a utilização da ferramenta mais organizada e não prejudicar o processo
ensino-aprendizagem.
Diante destas realidades apresentadas, Carlini e Tárcia (2010) alegam que os docentes
precisam ter em mente que, devido à proximidade desta ferramenta com a linguagem
oral, a coloquialidade será recorrente nos momentos de interação dos alunos. D e s s a
forma, é crucial que os professores/tutores não se prendam exclusivamente aos erros
ortográficos e gramaticais cometidos pelos aprendizes, e, sim, nas discussões, ideias e
dúvidas a serem postas por eles.
Como as mesmas autoras demonstram, por consequência, os docentes podem
73
usar essa ferramenta como um recurso didático que, além de auxiliar e dinamizar o
processo ensino-aprendizagem, pode gerar uma aprendizagem significativa no que
tange ao desenvolvimento da língua, principalmente no que tange à escrita.
Tendo o chat como ferramenta ativa, Carlini e Tárcia (2010) indicam que os chats
podem desenvolver algumas habilidades importantes no processo de evolução dos
discentes, tais como:

• Socialização: o bate-papo nos chats permite a criação de uma rede relacionamentos,


em que os alunos de determinada turma podem se comunicar entre si ou com
agentes de outras localidades, classes ou, até mesmo, instituições.
• Cooperação: os chats podem ser usados como um recurso complementar para
auxiliar os alunos no desenvolvimento de suas atividades.
• Estudo: os chats podem ser utilizados como uma ferramenta capaz de contribuir
no processo de realização de estudos e pesquisas. Os professores, por exemplo,
podem disponibilizar semanalmente horários e dias específicos, a serem utilizados
para orientar os discentes acerca das dúvidas e questionamentos que apresentam
durante a realização dos trabalhos e demais estudos.

Logo, voltando aos pensamentos extraídos das obras de Carlini e Tárcia (2010) é
preciso citar novamente que professores/tutores devem assumir uma postura flexível
no processo interativo com os alunos nos chats, de forma a permitir que os alunos se
expressem de forma mais livre e menos robótica.
Para que os momentos nos chats se tornem ainda mais enriquecedores, Maia e
Mattar (2008) colocam que várias outras formas de utilização podem ser aplicadas. Um
exemplo disso seria o momento em que um discente se insere na sala de bate-papo
atrasado, o que lhe causa um certo desconforto, devido ao fato de não ter participado
da discussão proposta em tempo real. Os autores propõem que um texto para leitura,
antes do momento de inserção no chat, pode tornar a experiência mais rica para todos
os agentes envolvidos, o que lhe permite iniciar qualquer reunião ou interação sem a
leitura prévia de determinado material.
Como os autores acima citados já afirmavam há mais de uma década, há uma
variedade de exercícios a serem desenvolvidos nos ambientes virtuais de aprendizagem
de um curso EaD. Pensando nisso, a seguir, será apresentada outra ferramenta, cada vez
mais disseminada e aplicada.

5.4.3 Teleaula

Como foi descrito no decorrer do livro, a internet proporciona aos docentes


e discentes inúmeras possibilidades para aplicação de diferentes metodologias e
atividades. Contudo, percebe-se que, cada vez mais, há uma demanda crescente por
encontros presenciais na EaD.
Porém, como descrevem Carlini e Tárcia (2010), há um volume considerável de
alunos que, devido a diversas restrições, não têm condições de se locomover, o que
mantém seu acesso restrito ao entorno de seu município, não permitindo que eles se
desloquem de suas regiões para assistir e/ou participar das aulas em espaços físicos.
Levando esta realidade em conta, Valente e Moran (2011) pontuam que não é fácil
pensar em maneiras de atender a tamanha multiplicidade. Mas, ao mesmo tempo,
74
afirmam que é necessário que as instituições de ensino estejam preparadas para atender
às múltiplas demandas que lhes são dispostas, sempre buscando fomentar formas
de envolver os alunos em todos os processos educacionais, independentemente das
limitações aparentes.
Muitas vezes analisamos o uso da educação a distância
no âmbito das instituições educacionais localizadas nos
grandes centros urbanos ou próximo deles. Nem sem-
pre consideramos que muitas pessoas neste país de
dimensões continentais gostariam de aprender, de ter
acesso ao conhecimento, mas não conseguem porque
o local físico mais próximo fica distante horas de via-
gem, em alguns casos por rodovias, outras vezes por via
fluvial ou até aérea. (CARLINI; TARCIA, 2010, p. 27)
Segundo Valente e Moran (2011), uma das formas de quebrar estas limitações está
na possibilidade da aplicação de aulas ao vivo ou teleaulas. Como os autores afirmam
há quase uma década, o crescimento de cursos desenvolvidos via web tem crescido
exponencialmente. Logo, novas ferramentas têm sido adotadas, com o objetivo de
impactar diferentes grupos.
Lopes e Gomes (2020), de forma a corroborar as ideias de Valente e Moran, quase uma
década depois, informam que as aulas ao vivo, também denominadas videoconferências,
já citadas no livro, continuam a ganhar cada vez mais importância a cada dia, devido às
perpétuas transformações e mutações ocorridas no mundo das tecnologias, que seguem
uma curva de crescimento exponencial. Além disso, a necessidade por serviços capazes
de atender às demandas de aprendizes cada vez mais conectados, seja por meio de
computadores, tablets ou telemóveis, também está cada vez mais aparente.
Como expõem Valente e Moran (2011), nos modelos de teleaula mais aplicados
comumente, o professor é visto pelos alunos, ao vivo, ou em uma aula previamente
gravada. Durante esse processo, os discentes têm a possibilidade se comunicar
simultaneamente com o docente.
Conforme os mesmos autores explicam, cabe ao professor/tutor sanar as dúvidas
dos alunos que julga mais relevantes e pertinentes ao momento. Cortelazzo (2013)
reafirma que estas aulas precisam apresentar dinamismo, não apresentando um teor
unidirecional, no qual apenas o professor se manifesta. Isso indica que é fundamental
distinguir interação de apresentação. Ou seja, é necessário que haja uma comunicação
interativa, dialógica e direta entre todos os envolvidos.
A comunicação interativa antecipa o que o outro pode
questionar e dialoga com ele, instigando-o a formular
questões que, mesmo que não sejam respondidas por
causa da distância física, suscitarão um movimento
para a busca das respostas. (CORTELAZZO, 2013, p. 36)
Segundo Valente e Moran (2011), uma das formas de quebrar estas limitações está
na possibilidade da aplicação de aulas ao vivo ou teleaulas. Como os autores afirmam
há quase uma década, o crescimento de cursos desenvolvidos via web tem crescido
exponencialmente. Logo, novas ferramentas têm sido adotadas, com o objetivo de
impactar diferentes grupos.
Lopes e Gomes (2020), de forma a corroborar as ideias de Valente e Moran, quase uma
década depois, informam que as aulas ao vivo, também denominadas videoconferências,
75
já citadas no livro, continuam a ganhar cada vez mais importância a cada dia, devido às
perpétuas transformações e mutações ocorridas no mundo das tecnologias, que seguem
uma curva de crescimento exponencial. Além disso, a necessidade por serviços capazes
de atender às demandas de aprendizes cada vez mais conectados, seja por meio de
computadores, tablets ou telemóveis, também está cada vez mais aparente.
Como expõem Valente e Moran (2011), nos modelos de teleaula mais aplicados
comumente, o professor é visto pelos alunos, ao vivo, ou em uma aula previamente
gravada. Durante esse processo, os discentes têm a possibilidade se comunicar
simultaneamente com o docente.
Conforme os mesmos autores explicam, cabe ao professor/tutor sanar as dúvidas
dos alunos que julga mais relevantes e pertinentes ao momento. Cortelazzo (2013)
reafirma que estas aulas precisam apresentar dinamismo, não apresentando um teor
unidirecional, no qual apenas o professor se manifesta. Isso indica que é fundamental
distinguir interação de apresentação. Ou seja, é necessário que haja uma comunicação
interativa, dialógica e direta entre todos os envolvidos.
A comunicação interativa antecipa o que o outro pode
questionar e dialoga com ele, instigando-o a formular
questões que, mesmo que não sejam respondidas por
causa da distância física, suscitarão um movimento
para a busca das respostas. (CORTELAZZO, 2013, p. 36)
De acordo com Carlini e Tárcia (2010), isso permite que professores e alunos
vivenciem uma mesma condição especial, na qual a distância física parece a mesma
para todos os agentes incluídos no sistema.
Entretanto, as mesmas autoras explicam que a preocupação com a qualidade das
aulas deve ser constante. Isso implica na performance do professor/tutor, que, sendo
conhecedor das propostas educacionais das instituições em que atua, precisa realizar
bons trabalhos por meio desse recurso, sempre buscando apresentar aos discentes
informações que sejam ricas e relevantes para sua formação.
Valente e Moran (2011)demonstram também outro modelo de videoaulas, no qual
as aulas são produzidas pelos professores em estúdios e vistas pelos alunos em outros
momentos, com o acompanhamento do professor/tutor ou não. Essas aulas podem ser
disponibilizadas por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem e suas ferramentas
ou em outro tipo de mídia. Dessa forma, os alunos podem assistir às aulas em suas casas
ou, até mesmo, no trabalho.
Com a intenção de tornar essas aulas ainda mais frutíferas, Valente e Moran (2011)
destacam que suas estruturas devem ser melhor desenvolvidas, podendo dispor de
diferentes recursos de apoio, tais como entrevistas, vídeos, animações, jogos, dentre
outros apetrechos.
Pensando nisso, Farias et al. (2019) mencionam que várias ferramentas voltadas à
aplicação de videoconferências têm sido criadas, objetivando fornecer um contato mais
estreito e interativo entre as pessoas, inseridas em diferentes contextos de EaD.
Dentre muitas destas ferramentas, Hermógenes, Santos, Nascimento e Teixeira
(2020) destacam o Zoom. Veja algumas especificidades desta ferramenta:
É uma ferramenta de comunicação visual. O programa
é encontrado através de aplicativo para smartphones,
também podendo ser utilizado em tablets, computado-
res ou afins. É gratuito, o que facilita a utilização por di-
76
versos tipos de grupos de pessoas. Ele pode ser utilizado
para conversas informais, reuniões, videoconferência e
até mesmo bate-papo escrito. HERMÓGENES, SANTOS,
NASCIMENTO, TEIXEIRA (2020, p. 208)

Segundo Hermógenes, Santos, Nascimento e Teixeira (2020), o Zoom é um recurso


que tem permitido aos docentes se reinventarem, buscando soluções que oportunizem
a criatividade, a tomada de decisões e a entrega de resultados positivos por meio da
EaD.
E, tendo em vista que apenas o modelo no qual o professor fala encontra-se
desgastado, Valente e Moran (2011)reiteram que o professor/tutor deve sempre ousar,
inovar, com o propósito de gerar mudanças mais significativas no processo ensino-
aprendizagem, deixando de lado os modelos de ensino considerados ultrapassados.

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O Zoom é um serviço completo, que, quando devidamente utilizado, pode
se tornar uma ferramenta muito útil na oferta de teleaulas. Disponível em:
https://bit.ly/2ZBmf4R. Acesso em: 12 out. 2022.

5.4.4 Blog

Conforme expõem Santos, Lemos e Bezerra (2012), o blog é uma ferramenta que
permite a produção de uma página pessoal e/ou profissional, em que se pode expor
pensamentos, ideias, informações, reflexões e observações sobre determinado assunto.
Essa ferramenta, em alguns casos, oferece aos seus usuários a oportunidade de publicar
seus próprios conteúdos, não sendo necessária a apresentação de conhecimentos
técnicos especializados e formais para a formulação das páginas para internet. Além
disso, é um recurso no qual a interação entre os usuários, professores e demais pessoas
pode ocorrer livremente.
Moran, Masetto e Behrens (2015) explicam que há inúmeros tipos de blogs que
podem assumir um caráter educacional, com discussões de estudos de caso, produções
textuais, projetos, análise de obras literárias, relatórios e outras variadas alternativas.
Como descrevem Valente e Moran (2011), estas variadas faces dos blogs podem
transformá-los em um instrumento ainda mais poderoso nas mãos dos docentes, uma
vez que em sua sistematização pode-se usar vídeos, textos, imagens e outros artifícios,
o que pode fortalecer os processos colaborativos no sistema. Dentre esses artifícios,
Bejar (2013) destaca links direcionadores para páginas web, wikis e até outros blogs, que
suportam uma infinidade de imagens, gifs animados, relógios, murais de trabalho e
outros mecanismos gratuitos.
Moran, Masetto e Behrens (2015) apontam que, por meio deste recurso, com
diferentes funcionalidades, os docentes podem se comunicar aberta e livremente com
os aprendizes, mostrando a eles diferentes conteúdos e materiais, discutindo sobre os
elementos que os constituem e criando novas questões acerca das temáticas propostas.
Isto possibilita aos discentes se expressarem com menos formalismos, o que pode dar às
suas participações, feitas por meio de ideias e pesquisas visíveis, uma maior dimensão
77
social.
Segundo Valente e Moran (2011), assim sendo, os blogs possibilitam aos professores/
tutores uma atualização contínua das informações dispostas, o que beneficia a construção
desses projetos e pesquisas realizadas individualmente ou em grupos pelos alunos, além
da divulgação e disseminação de seus trabalhos. Dentro desse contexto, os blogs podem
se tornar um recurso capaz de auxiliar os docentes no processo de avaliação da evolução
discente, seja em uma temática isolada ou em várias áreas do conhecimento.

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Os blogs são considerados ferramentas democráticas, uma vez que permitem
aos seus usuários ser parte ativa de sua sistematização. Veja, no link a seguir,
um exemplo de blog no qual os participantes podem interagir abertamente
entre si, em que são tratados assuntos de interesse para sua formação.
Disponível em: https://bit.ly/3Fgx6qv. Acesso em: 12 out. 2022.

5.4.5 Podcast

Valente e Moran (2011) exprimem que o Podcast é um programa de áudio ou vídeo


digital. É um recurso que envolve produção, transmissão e distribuição de arquivos de
áudio e vídeo na internet, que podem ser ouvidos ou visualizados em telefones celulares,
como Iphone, Ipad, dispositivos móveis e em computadores pessoais.
De acordo com Moran, Masetto e Behrens (2015), a utilização mais vantajosa do
Podcast ocorre quando os discentes formulam seus próprios programas e projetos sobre
temas previamente definidos e difundem estas informações.
Moran, Masetto e Behrens (2015) afirmam que, com o passar dos anos, cada vez
mais os hábitos de consumo das pessoas, principalmente dos jovens, têm apontado
para a audição de músicas e visualização de vídeos por meio de diferentes ferramentas
de streaming de áudio e vídeo. Para mais, essas pessoas têm usado seus celulares para
conversar, enviar mensagens, tirar e enviar fotos e também para acessar a internet.
Isto indica que as tecnologias têm se tornado, continuamente, meios integradores de
comunicação audiovisual.
E, dentro desta realidade, os mesmos autores explicam que, devido à sua natureza
interativa e direta, pautada pela familiaridade com a linguagem comunicativa dos
alunos, o Podcast pode se estabelecer como um elemento instigante em seu processo
ensino-aprendizagem. Isto significa que a linguagem do Podcast pode ser algo muito
mais atrativo para os discentes, uma vez que não se concentra apenas em textos ou em
áudios enviados pelos professores, o que pode tornar as experiências de aprendizagem
mais expressivas.
O Podcast é muito interessante porque utiliza uma lin-
guagem familiar aos alunos, como som, música, histó-
rias e vídeo. Como novidade, motiva e atrai. Pode ser
produzido e assistido em qualquer lugar e horário e
repetido quantas vezes os alunos assim o quiserem, no
ritmo de aprendizagem desejado. (VALENTE; MORAN,
2011, p. 123)
78
Na perspectiva do professor/tutor, conforme expõem Moran, Masetto e Behrens
(2015), o formato vídeo do Podcast é bastante relevante no que se refere à comunicação
dos docentes com seus alunos, uma vez que oportuniza a gravação de conteúdos
significativos e de orientações fundamentais.
Ainda assim, os autores apontados declaram que é primordial que os professores/
tutores façam uso da ferramenta de forma criteriosa, prezando pela apresentação de
conteúdos provocativos, como entrevistas ou depoimentos, a serem baixados quando
for conveniente. Como já citado, nestes moldes, o podcast pode gerar maior adesão e
participação dos alunos nos trabalhos desenvolvidos.
Nesta perspectiva, Moran, Masetto e Behrens (2015) concluem que o podcast
pode distanciar os professores de atividades rotineiras, conduzidas pela transmissão de
conteúdo, permitindo a eles se concentrarem na mediação dos conhecimentos discentes
e em orientações eficazes para os alunos.

GLOSSÁRIO
Streaming: transmissão em tempo real de apresentações multimídia em pequenos
“burts” que utiliza programas como Real Media. (KEARSLEY, 2011, p. 198).

5.4.6 Google Docs

Segundo Bejar (2013), o Google Docs é uma ferramenta que apresenta diversos
recursos, sendo um editor de textos, de planilhas, formulários, desenhos e apresentações.
É uma ferramenta on-line que funciona sem a necessidade da realização de downloads
ou programas, em que se pode acessar documentos em qualquer computador, desde
que se esteja conectado à internet.
Como aborda Mattar (2012), o Google Docs é uma ferramenta extremamente
compatível com os sistemas de educação a distância, uma vez que permite a formulação
e gravação imediatas de documentos, que podem ser compartilhados com outros
usuários, que, além de visualizá-los, podem também editá-los, caso seja necessário ou
cabível.
Os documentos produzidos no Google Docs, como afirma Bejar (2013) podem
ser organizados em pastas criadas pelos usuários, que possuem o recurso de arrastar
e soltar, o que permite manuseá-los com facilidade. Além disso, a ferramenta dispõe
de outras vantagens, como um suporte capaz de comportar quase todos os tipos de
arquivo (como Word, Excel, Power Point etc.) e o layout em português.
As características desta ferramenta vão de encontro às noções de educação a
distância apresentadas por Machado e Moraes (2015), que afirmam que o aprendizado
pode acontecer em qualquer espaço e tempo, de maneira sistematizada. Isso se deve
ao fato de a ferramenta prezar pela possibilidade de interação entre os alunos, algo tão
expressivo na EaD.
De acordo com Gomes et al. (2012), é importante que os alunos em EaD realizem
atividades colaborativas. Mattar (2012), em consonância com essa ideia, afirma que a
interação propiciada pela ferramenta pode oportunizar isso, uma vez que busca dar
vazão ao chamado trabalho de equipe.
No Google Docs, conforme explica Bejar (2013), os usuários podem escolher
79
como e com quem compartilhar os documentos produzidos. Consequentemente,
torna-se possível convidar colaboradores, que podem realizar alterações no conteúdo
dos documentos, bem como leitores. Para que isso ocorra, é preciso apenas inserir os
endereços de e-mail dos participantes que pretendem receber o material.
Como Bejar (2013) pontua, ao compartilhar estes documentos, os usuários podem
alterar fontes, criar listas com marcadores, criar colunas, incluir tabelas, imagens,
comentários, dentre outras variações.
Mattar (2012) explica que este tipo de ferramenta propicia aos alunos a interação
interpessoal, o que gera um grau maior de motivação e atenção, uma vez que se espera
o feedback de outros discentes, o que reduz a sensação de estar sozinho nos estudos em
EaD. Essa interação, apesar da distância física, pode engendrar o desenvolvimento do
senso crítico e habilitar os alunos a trabalharem em equipe.
Diante disso, Gomes et al. (2012) entendem que é imprescindível que, durante a
aplicação destas atividades, os professores/tutores deem as devidas orientações aos
alunos acerca de como as atividades devem ser desenvolvidas conjuntamente, de forma
a tornar a tarefa algo produtivo e compensador.
Tendo esta e outras variadas opções de ferramentas em mãos, disponíveis em
diferentes ambientes virtuais de aprendizagem, Bejar (2013) afirma que os professores/
tutores podem definir e julgar quais delas são mais convenientes para atender às
demandas dispostas por seus públicos-alvo, com a finalidade de construir o conhecimento
de forma dinâmica e significativa.

VAMOS PENSAR?
Imagine que, durante uma disciplina que você estava ministrando como tutor, no fórum
de debate, você levantou o tema “Bullying” e pediu para que os alunos apresentassem
seus pontos de vista acerca do assunto. Agora, imagine que a temática discutida gerou as
seguintes respostas de dois alunos:

Jânia- Acredito que o Bullying seja algo ruim para qualquer pessoa. Esse é um problema
global e tem sido bastante discutido por vários especialistas da área educacional, já que
muitas crianças e adolescentes sofrem agressões verbais e físicas de seus colegas nestes
espaços.
João- Acho uma besteira isso. Quando eu era pequeno, não tinha nenhuma bobeira como
essa. Se não aguenta uma brincadeirinha, pede para sair, minha filha.

Diante dos conhecimentos que você apreendeu na unidade e partir da observação do caso
apresentado, quais seriam as atitudes cabíveis a serem tomadas por um tutor neste tipo
de situação?
80
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Na educação a distância, pode-se ver que coexistem diferentes ferramentas e um perfil


variado de discentes, que precisa de uma organização bem idealizada e exequível para
que seja capaz de alcançar uma aprendizagem expressiva e frutífera.

Tendo a afirmação acima disposta como referência e em acordo com o material estudado,
acerca das ferramentas de aprendizagem aplicadas em EaD, pode-se afirmar que:
a) devido aos avanços tecnológicos constantes, os professores e tutores têm perdido
espaço na Educação a Distância.
b) cabe ao professor fazer uso destas ferramentas em momentos específicos, priorizando
a utilização de recursos síncronos.
c) o professor-tutor deve permitir ao aluno usufruir de todas as tecnologias disponíveis,
dando-lhe a liberdade para realizar incursões próprias, sem auxílio.
d) cabe ao professor-tutor fazer um uso adequado das ferramentas tecnológicas,
delineando a cada uma delas finalidades específicas.
e) os professores-tutores devem fazer o uso devido das ferramentas tecnológicas,
em detrimento de apresentarem inovações capazes de suplantar ou potencializar os
recursos já utilizados.

2. Nos cursos EaD, os ambientes virtuais de aprendizagem propiciam a professores e


alunos um variado leque de recursos que podem potencializar a aprendizagem discente.
Nestes espaços, essas ferramentas podem ser síncronas ou assíncronas.

São exemplos de ferramentas síncronas:


a) Teleaula e chat.
b) Teleaula e podcast.
c) Podcast e e-mail.
d) Fórum e chat.
e)Podcast e chat.

3. Carlos foi selecionado para atuar como tutor em curso a distância de uma instituição
de sua cidade. Ele é um grande conhecedor do tema tratado no curso, porém, tem
dificuldades expressivas no que tange à utilização das tecnologias. Tendo isto em vista,
qual é a competência que remete a essa dificuldade de Carlos?
a) Competência Apoio.
b) Competência Orientação.
c) Competência Capacitação.
d) Competência Administrativa.
e) Competência Humanística.

4. Observe a figura apresentada e reflita sobre o professor nos ambientes EaD.


81

Na educação a distância, o professor assume uma nova postura. Ele deixa de ser mestre
e transfigura-se em um novo agente, capaz de influenciar ainda mais intensamente a
formação de seus alunos. Logo, além de elaborar conteúdos e materiais didáticos, ele
auxilia seu aluno no processo de formulação e seleção das informações disponíveis e
construídas e oferece os feedbacks necessários acerca das atividades aplicadas. Diante
desta realidade, no que tange ao uso de diferentes ferramentas na EaD:

a) Adequar os sistemas e as ferramentas de forma a atender apenas aos públicos


formados por pessoas mais velhas, que têm dificuldade em acessar os ambientes de
aprendizagem e são predominantes em cursos EaD.
b) O professor é uma figura essencial na EaD, sendo um guia para seus alunos, buscando
encaminhá-los a um caminho de autoaprendizagem e autonomia.
c) Na Educação a Distância, a figura do professor torna-se elemento dispensável, uma
vez que os conteúdos a serem trabalhados estão disponíveis nos Ambientes Virtuais de
Aprendizagem-AVA, bem como as ferramentas de pesquisa que auxiliam o estudante, o
que lhe permite assumir uma conduta de autodidata.
d) Em consonância com as bases aplicadas no ensino presencial, na educação a
distância, o professor assume papel central, sendo o detentor do conhecimento e o
único responsável pelo sucesso ou insucesso de um curso. Contudo, é necessário que
esse profissional se familiarize minimamente com as tecnologias.
e) Em EaD, o professor deve, sim, fazer uso de todas as tecnologias disponíveis, mas
deve privilegiar uma atuação de cunho tradicionalista, expondo os conteúdos durante
as aulas ao vivo e definindo o trajeto de estudo dos alunos de forma unilateral.

5. Na EaD, os professores e tutores podem fazer uso de diferentes ferramentas, que


podem minimizar as dificuldades dos discentes em seus percursos de aprendizagem.
Sobre tais recursos, assinale a alternativa correta.
a) O fórum é um instrumento em que os alunos podem debater diversos temas e que
instiga reflexões acerca de assuntos variados. Logo, não pode ser definido como um
instrumento avaliativo.
b) Os chats são espaços de discussão assíncrona, em que cada discente pode interagir
com o professor-tutor e demais agentes participantes.
c) A criação de um blog pode determinar uma participação mais ativa dos discentes, de
forma a envolvê-los nas temáticas discutidas e trabalharem coletivamente.
d) O Podcast pode ser algo muito atrativo para os discentes, e deve ser enviado apenas
82
pelos professores, o que pode tornar as experiências de aprendizagem mais expressivas.
e) Por meio do Google Docs, professores e tutores podem determinar o nível de escrita
dos alunos, apontando seus erros e equívocos de forma rígida.

6. As diferentes ferramentas tecnológicas, cada vez mais, têm impactado positivamente


os cursos EaD, transformando-se em novas oportunidades para que os docentes
diversifiquem suas ações educacionais. Uma destas ferramentas a serem exploradas são
as aulas ao vivo ou teleaulas. Sobre essa ferramenta, analise as asserções a seguir.

I. Durante as aulas ao vivo, também conhecidas como videoconferências, os alunos


podem ver e ouvir seus professores, porém, o ideal é que não haja interrupções para
que os docentes possam expor os saberes e informações necessários.
II. As chamadas videoconferências precisam apresentar dinamismo e uma estrutura
dialógica, na qual alunos e docentes podem interagir.
III. Durante a aplicação de um momento ao vivo, cabe ao professor se preparar
devidamente para que as ações educacionais planejadas representem impactos
positivos na formação dos alunos.

Sobre as afirmações acima, assinale a correta.


a) As asserções I e II estão corretas.
b) As asserções I e III estão corretas.
c) As asserções I, II e III estão corretas.
d) As asserções II e III estão corretas.
e) Todas as asserções estão corretas.

7. A Educação a Distância (EaD) é constituída de processos de ensino-aprendizagem


mediados e conduzidos por inúmeras tecnologias, pelas quais professores e alunos
podem comunicar-se, apesar das limitações espaciais ou temporais. Considerando as
informações apresentadas, assinale a alternativa correlacionada a essas informações.

a) Com a educação a distância, a possibilidade de interação on-line se intensifica, uma


vez que este é um processo que pode acontecer sob a tutela ou não do professor-tutor.
b) Os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs), proporcionados por várias tecnologias,
são a única forma de conduzir um curso a distância.
c) O avanço das tecnologias tem modificado consideravelmente o conceito de
presencialidade, concedendo à EaD novas perspectivas, não mais amarradas em
problemas geográficos e/ou de cunho temporal.
d) Os cursos ofertados em EaD apresentam a mesma base estrutural do ensino presencial,
diferenciando-se apenas pela aplicação mais robusta de tecnologias assistivas.
e) As tecnologias aplicadas nos cursos EaD devem ser entendidas como ferramentas
secundárias no processo de aprendizagem, o que denota ao professor o papel central
no processo de ensino.

8. Sobre os ambientes virtuais de aprendizagem empregados na EaD, avalie as afirmações.


A aplicação de novos meios de interação, comunicação e aprendizagem permite que
83
docentes e discentes experienciem uma condição relacional especial, em que a distância
física parece a mesma para todos os agentes incluídos no sistema.

PORQUE

Esta realidade pautada pelas tecnologias implica na desenvoltura do professor/tutor


para lidar com as novas ferramentas tecnológicas, de forma a utilizá-las como elementos
capazes de potenciar as experiências de aprendizagem dos discentes.

A respeito das afirmações apresentadas, assinale a alternativa correta.


a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.
84

AVALIAÇÃO E
APRENDIZAGEM:
DOIS UNIVERSOS
CONSONANTES
85
6.1 INTRODUÇÃO

Em determinado período da história da educação, tradicionalmente, a avaliação da


aprendizagem discente quase sempre se pautou pela análise de erros e acertos, aferidos
por meio de testes de cunho objetivo, realizados pelos estudantes.
Contudo, conforme aponta Hidal (2016), com a chegada da EaD, construiu-se um
novo paradigma, no qual a avaliação de caráter quantitativo deixou de satisfazer os anseios
dos processos educacionais, abrindo-se espaço, assim, para a avaliação qualitativa.
Neste novo processo, no qual a avaliação qualitativa emergiu, Maia e Mattar
(2008) apontam que tornou-se necessário ampliar os processos de avaliação, prezando
pela continuidade, de forma a avaliar os alunos regularmente no início, no meio e no
fim dos cursos, e não apenas em uma ou outra prova realizada em determinada data
previamente estabelecida.
Tendo esta conjuntura em vista, nesta unidade serão apresentadas algumas
conceituações acerca do que é avaliação e seus principais propósitos no processo ensino-
aprendizagem.
Como principais objetivos, ao final desta unidade você deverá apresentar os seguintes
conhecimentos:

• Compreender o papel da avaliação no processo ensino-aprendizagem.


• Conhecer os elementos que compõem os processos avaliativos em EaD.
• Identificar os itens a serem avaliados no ambiente de EaD.

6.2 CONCEITUAÇÕES: O QUE É AVALIAÇÃO?

Segundo Faria e Lopes (2014), a sociedade se constitui por inúmeros processos


avaliativos, desde a educação básica. Esses processos são formas de determinar e manter
nas mãos do professor o poder hierárquico diante das turmas. E, na tradição escolar que
vigorou por anos, convencionou-se que, por meio das avaliações, apontam-se os bons
alunos e os maus alunos.
Como os autores supracitados afirmam, estes processos avaliativos tradicionais
desconsideram outros fatores que podem determinar o bom ou mal desempenho
dos alunos, tais como seu nível de participação, sua interação com os docentes e
demais discentes, assim como sua organização e pontualidade na entrega das tarefas
estabelecidas. Conforme corroboram Gomes et al. (2012), essa é uma visão educacional
tradicional pautada pela cultura da contagem de acertos e erros cometidos pelos
estudantes, que são delimitados por meio de provas objetivas.
Tendo isso em vista, Guarezi e Matos (2012) pontuam que esses processos
avaliativos são práticas alinhadas às concepções positivistas e tecnicistas, que priorizam
a atribuição de notas e a classificação de desempenho, julgadas a partir de provas e
testes que demarcam resultados quantitativos e numéricos. Isto é, neste contexto de
avaliação, dá-se ênfase apenas ao produto final e não ao processo.
Porém, como explicitam Faria e Lopes (2014), no Brasil, no fim da década de
1980, as políticas públicas buscaram direcionar seus olhares para a construção de uma
nova cultura de avaliação, visando modificar as estruturas tradicionais arraigadas nos
processos educacionais por anos, com o intuito de incluir, emancipar e gerar melhorias
na vida das pessoas.
86
Esta mudança de concepção abriu espaço para novas perspectivas acerca da
definição do que é avaliação. Arredondo e Diago (2012) discorrem sobre isso, afirmando
que o conceito da palavra avaliação não apresenta caráter uniforme, uma vez que envolve
a soma de vários fatores, muitas vezes distintos, que têm como propósito configurar um
mesmo significado ou conceito.
Para Both (2017), por exemplo, avaliar é dar e buscar valor simultaneamente. Um
ato que cumpre a função de conduzir e instigar os estudantes em seu percurso educativo,
respeitando as peculiaridades que lhes são comuns.
Na definição de Freitas et al. (2014), avaliar envolve o ato de refletir sobre dados
levantados visualizando o futuro, o que implica em um processo interno de reflexão nas
instituições educacionais.
Já para Moran, Masetto e Behrens (2015), a avaliação é processual e contínua e
engloba o acompanhamento do desempenho do aluno. Processo no qual, de forma
gradativa, o estudante recebe um feedback sobre seu processo de aprendizagem,
oportunizando a ele uma retomada ou reconstrução de exercícios previamente
delineados para serem trabalhados.
Como exprimem Santos, Lemos e Bezerra (2012), as conceituações apresentadas
por cada autor acerca do termo avaliação vão muito além da aplicação de testes que
definem notas. Isto denota, então, que avaliar assume um novo significado, que se
relaciona ao ato de refletir sobre resultados e, a partir deles, formular novas ações capazes
de conduzir e/ou reconduzir os processos educativos.
Pensando nesta multiplicidade de concepções acerca da terminologia avaliação, o
quadro abaixo ilustra as diferentes abordagens das quais a Educação fez ou faz uso para
conduzir os processos avaliativos.

Pedagogia Abordagem Avaliação


Liberal Tradicional Visa a reprodução de conteú-
do previamente transmitido,
por meio de avaliações/testes
e atividades, que apresentam
respostas prontas, pautadas
pela memorização e repeti-
ção.
Liberal Renovada progressista A avaliação tem caráter mais
fluido e os esforços e os pro-
gressos são prontamente
reconhecidos pelo docente.
Liberal Renovada não diretiva Não são definidas padroniza-
(Escola Nova) ções ou métodos unilaterais.
Dá-se ênfase à autoavaliação,
em que o próprio discente é
o responsável por definir seu
trajeto de estudos e realizar
autoanálises. Neste processo,
extinguem-se os exames, no-
tas, critérios e certificados.
87
Liberal Tecnicista Permeia o início, a progres-
são e o término do processo
educativo, visando verificar se
o educando atingiu as metas
previamente traçadas e se
os comportamentos almeja-
dos foram apreendidos. Visa
respeitar o ritmo de cada
discente e faz uso dos refor-
ços positivos e/ou negativos.
Acontece por meio de testes
e exercícios.
Progressista Libertadora Considera-se a avaliação ime-
diata da aprendizagem algo
desnecessário, enfatizando-se
a avaliação das experiências
vivenciadas por educadores e
educandos. Assim, faz-se uma
autoavaliação acerca do com-
promisso destinado à prática
experienciada.
Progressista Libertária Pauta-se pela vivência em
grupo e enfatiza os conhe-
cimentos apreendidos por
meio das experiências viven-
ciadas coletivamente, sempre
valorizando a participação
crítica. Logo, dispensa a ava-
liação da aprendizagem, no
que tange aos conteúdos
específicos.
Progressista Crítico-social dos con- Avaliação contínua e dinâmi-
teúdos ca, de caráter transformador,
que rejeita a punição e assu-
me-se como um processo de
participação individual e co-
letiva, no qual a autoavaliação
e a avaliação grupal são fre-
quentes, visando a resolução
de problemas e superação de
obstáculos e desafios. Tem
como finalidade diagnosticar
possíveis falhas e monitorar o
desempenho dos educandos.
Preza por outros instrumen-
tos avaliativos, que vão além
da tradicional prova que não
a “prova”, e valorize o trabalho
escolar, como uma comprova-
ção para o discente dos seus
avanços.
Quadro 3 : As diferentes abordagens de avaliação-
Fonte: Adaptado de Gomes et al. (2012, p. 38)
88
Tendo em vista esta diversidade de olhares no que tange à avaliação como um
todo, Faria e Lopes (2014) salientam que, levando-se em conta o cenário da EaD, no qual
os alunos assumem uma maior autonomia, é primordial oferecer boas condições para
que eles possam perceber se estão avançando ou não. Dessa forma, pode-se avaliar
o conhecimento apreendido pelos discentes de forma a verificar se a aprendizagem
ocorreu de maneira satisfatória.
Por este ângulo, como demonstram Gomes et al. (2012), a avaliação em EaD deve
englobar a análise dos comportamentos dos estudantes, os conhecimentos prévios
por eles apresentados e seus interesses, além de outros aspectos relevantes. Logo, esta
avaliação deve basear-se substancialmente no desempenho discente durante o processo
de ensino-aprendizagem, com o intuito de instigar e estimular nos alunos a construção
de uma autonomia crítica, capaz de torná-los aptos para solucionarem situações práticas
do cotidiano.
A avaliação é uma questão de justiça, bom senso, equi-
líbrio pessoal e valorização do desempenho do aluno;
é importante sempre procurar enfatizar o aprender a
aprender, o aprender a ser, o aprender a criar e o apren-
der a fazer. (BOTH, 2017, p. 124)
Diante disso, Santos, Lemos e Bezerra (2012) indicam que delinear, de forma clara e
objetiva, o que deve ser avaliado na aprendizagem do aluno inserido no contexto da
EaD é essencial para a elaboração de instrumentos de avaliação profícuos. Além disso,
as ações relativas a esse processo devem ser consonantes aos objetivos educacionais
dispostos nas instituições de ensino.
Neste contexto, como expõem Guarezi e Matos (2012), torna-se necessário também
ter a percepção de que o aluno não é o único agente a ser avaliado. Na análise dos
resultados colhidos, a partir do desempenho dos discentes, devem ser levados em conta
os diferentes aspectos que constituem o processo de ensino-aprendizagem, isto é, os
conteúdos disponibilizados, os exercícios e metodologias empregadas, a mediação
efetuada pelos professores e os meios usados para essa mediação.
Dessa forma, como apontam Santos, Lemos e Bezerra (2012), as ações pedagógicas
diversificadas, cruciais para aferir a qualidade do processo ensino-aprendizagem,
tornam-se necessárias. Segundo Faria e Lopes (2014), por meio desta gama de elementos
que compõem a avaliação, evidencia-se a importância deste componente no processo
ensino-aprendizagem, visto que, por meio dele, pode-se averiguar em que nível se
encontra o aprendizado, bem como detectar possíveis problemas que o acometem, o
que abre espaço para a reflexão e proposição de ações em prol de melhorias.

FIQUE ATENTO
A corrente filosófica positivista, durante um período considerável, dominou
uma parte significativa da cultura europeia, nos âmbitos filosófico, político
e pedagógico. Para saber mais sobre essa doutrina, leia o artigo ”Sobre
Positivismo e Educação”, escrito por Jamil Ibrahim Iskandar e Maria Rute Leal.
Disponível em: https://bit.ly/32yeI8M. Acesso em: 12 out. 2022.
89
GLOSSÁRIO
Positivismo: crença na possibilidade de encontrar leis naturais e invariantes para as so-
ciedades humanas. (BARROS, 2011, p. 104).

VAMOS PENSAR?
Antes de continuar, reflita sobre o que foi lido e responda às questões propostas.
• De que maneira deve-se avaliar na EaD?
• Os processos avaliativos praticados em tal modalidade, de acordo com as suas
experiências prévias, corroboram com a visão tradicional ou buscam enfatizar o processo,
refletindo em um ensino que preza pela construção do conhecimento?
• Dentre as abordagens de avaliação citadas nesta unidade, qual ou quais você
considera mais próximas da realidade experienciada nos programas educacionais de
EaD?

6.3 FUNÇÕES ESSENCIAIS DA AVALIAÇÃO

Como afirmam Gomes et al. (2012), e conforme já foi retratado, a Educação


a Distância está intimamente associada ao processo autônomo de construção da
aprendizagem. Nesta perspectiva, seus métodos de avaliação devem desassociarem-se
dos processos avaliativos taxados como tradicionais.
Esta avaliação de caráter tradicional, segundo Santos, Lemos e Bezerra (2012),
durante um período considerável, foi tratada como um elemento facilmente mensurável,
por intermédio de notas, provas e boletins. Essa perspectiva avaliativa é calcada em
critérios inflexíveis, que não são capazes de colaborar significativamente com o processo
de estruturação e organização do saber.
Já a visão mais ampla do ato de avaliar, conforme demonstra Both (2017), é
constituída sob a luz da competência, que envolve a apreensão de conhecimentos,
da capacidade, que engloba o ato de conhecer e saber aplicar os conhecimentos
apreendidos, das habilidades, que se referem ao ato de aplicar com criatividade esses
saberes, e da convivência, que permeia a ideia de uma jornada bem-sucedida por parte
dos agentes envolvidos no processo educativo.
Sendo assim, na ótica da EaD, como o autor supracitado expõe, é necessário evitar
avaliações que privilegiem respostas enquadradas como diretas, já que tal modelo coíbe
reflexões e exercícios de raciocínio contextualizados.

VAMOS PENSAR?
Esta reflexão acerca dos processos de avaliação e sua multiplicidade de sentidos evoca
um questionamento: diante de tamanha importância, quais são, afinal, as funções
fundamentais da avaliação?

Segundo Guarezi e Matos (2012, p. 125-126), as funções da avaliação são as seguintes:


90

Diagnóstica: a função das avaliações diagnósticas é ve-


rificar em que ponto o aluno se encontra diante das
aprendizagens que lhe serão propostas e as que ele já
possui.
Formativa: a função da avaliação formativa é analisar a
evolução do discente ao longo do processo educativo e
não apenas em momentos restritos.
Somativa: a função da avaliação somativa é averiguar o
progresso do aluno após a conclusão de determinada
etapa de aprendizagem.
Segundo Santos, Lemos e Bezerra (2012), as funções da avaliação não devem
nem podem ser aplicadas de maneira isolada ou unilateral, visto que há uma relação
complementar entre elas. A função diagnóstica, que é desenvolvida no início do processo
didático-pedagógico, tem como objetivo identificar as especificidades dos discentes e
apontar o caminho a ser seguido. Já a análise do desenvolvimento do aluno, levantada
por meio da função formativa, serve para alinhar, continuamente, as características do
processo de ensino-aprendizagem aos objetivos educacionais. E, por fim, a classificação
no final dos processos visa averiguar se os alunos alcançaram as metas pré-determinadas,
alicerçadas em critérios de rendimento previamente delimitados.
Como abordam Guarezi e Matos (2012), ao definir as estratégias pedagógicas de
determinada instituição, utilizar tais funções de avaliação pode implicar na potencialização
do sucesso de cursos em EaD, visto que sua devida aplicação pode auxiliar em melhores
escolhas de conteúdo, de atividades a serem desenvolvidas e no processo de interação a
ser realizado entre todos os agentes envolvidos.
Segundo os mesmos autores, nos ambientes EaD, integrados à internet, há
inúmeras possibilidades de aplicação das funções de avaliação, uma vez que os
ambientes de aprendizagem nestes espaços dispõem de várias ferramentas, que serão
posteriormente esmiuçadas, que permitem realizar diagnósticos e acompanhar o
percurso de aprendizagem dos discentes. Desta forma, pode-se realizar cruzamentos
dos resultados obtidos, de forma a gerar uma avaliação final do desempenho dos alunos.

VAMOS PENSAR?
A partir dos estudos realizados neste capítulo, observe cada figura apresentada abaixo.
Agora, relacione cada uma dessas imagens a uma das três funções essenciais da avaliação,
descritas nesta unidade. Em seguida, discorra sobre o que você aprendeu acerca de cada
uma dessas funções.

6.4 O QUE O TUTOR DEVE AVALIAR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA?


91
Santos, Lemos e Bezerra (2012), como já visto no livro, afirmam que definir, de forma
clara, o que deve ser avaliado no processo ensino-aprendizagem de um aluno inserido no
contexto da EaD é primordial. A partir desta análise mais aprofundada, torna-se possível
construir instrumentos de avaliação capazes de apurar em que nível de aprendizagem
os alunos se encontram.
Dessa maneira, Cortelazzo (2013) aponta que é necessário analisar o currículo
das instituições de ensino que ofertam EaD, dando a ele uma dimensão mais ampla,
que vai além da organização da grade curricular. Isto significa que esse componente
deve considerar os agentes partícipes do processo ensino-aprendizagem, levando
em conta suas diferentes histórias de vida, a bagagem cultural que carregam e suas
particularidades em nível social e econômico. Corroborando essa ideia, Ribeiro (2019, p.
55) afirma que cada aluno está inserido em um contexto diferente, o que pode denotar
menor ou maior tempo para o desenvolvimento das atividades propostas.
Nesta perspectiva, como pontuam Guarezi e Matos (2012), deve-se determinar a
proposta pedagógica, ou seja, a metodologia de ensino adotada, os trajetos percorridos
pelos alunos na busca pela aprendizagem e os valores, princípios e embasamentos
teóricos que permeiam as ações educacionais planejadas. Obviamente, como ratificam
Santos, Lemos e Bezerra (2012), é imprescindível adaptar estes processos educacionais
aos espaços de EaD, objetivando respeitar as especificidades que constituem as ações
didático-pedagógicas conduzidas neles, as quais estão intimamente interligadas aos
recursos tecnológicos.
Tendo isto como parâmetro, Gomes et al. (2012) ressaltam o quão importante são
os sistemas de avaliação produzidos pelas instituições de ensino que oferecem Educação
a Distância, utilizados como vetores para avaliar os projetos dos cursos, o que abrange os
conteúdos e metodologias aplicados, bem como as equipes docentes. Como já citado no
livro, por meio dessa avaliação global pode-se reestruturar as bases dos cursos ofertados
de forma a gerar melhorias no processo e evolução da aprendizagem dos discentes.
Gomes et al. (2012) assinalam que alguns itens específicos devem ser examinados
para que essa análise global seja, de fato, benéfica. Dentre esses itens, reforçando essa
ideia, Ribeiro (2019) destaca a motivação dos alunos, a competência dos docentes para
realizar as intervenções e diálogos, além de conteúdos didáticos e plataformas de apoio
adequadas. Estes elementos integrados podem implicar em um ambiente de EaD
devidamente preparado para aplicação de cursos.
Pensando na importância destes recursos para a Educação a Distância, Guarezi
e Matos (2012) alegam que a construção do conhecimento deve ser amparada por
processos que prezem pela interatividade, que oportunizem aos docentes, discentes,
suporte tecnológico e aos outros agentes envolvidos, uma interação mais ativa. Para tal,
conforme corroboram Santos, Lemos e Bezerra (2012), é necessário delimitar estratégias
e propiciar situações significativas de aprendizagem aos discentes, buscando superar
os possíveis obstáculos e reconhecer os benefícios que os meios tecnológicos utilizados
podem proporcionar.
Tendo isto em vista, alguns aspectos tornam-se indispensáveis para que os
processos avaliativos na Educação a Distância sejam efetivamente proficientes.
Como discorre Cortelazzo (2013), um destes aspectos refere-se à elaboração de ações
pedagógicas que estabeleçam critérios que visem a aprendizagem do aluno e não o
controle punitivo. Isto é, deve-se avaliar do ponto de vista formativo e processual, de
92
forma a valorizar os avanços do discente, e não a apontar seus defeitos.
Seguindo esta linha de pensamento, Gonzales (2005) aponta alguns desses
aspectos de grande importância, que devem ser considerados pelos professores/ tutores
nos processos avaliativos na EaD:

• O tutor deve ter domínio das ferramentas de interatividade utilizadas no curso.


• Exercer continuamente o reforço positivo, principalmente com os alunos com
dificuldade de aprendizado. A eficácia do reforço depende da proximidade
estabelecida com os alunos.
• Promover recompensas positivas aos aprendizes, através de um elogio de um trabalho
entregue no prazo ou pela avaliação acima da média ou, até mesmo, pelo esforço e
dedicação empreendidos.
• Cabe ao tutor manter um comportamento profissional e ético irrepreensível. A falta
de confiança ou desapontamento é uma das maiores causas de evasão nos cursos a
distância.

Dentro desta ótica, Cortelazzo (2013) afirma que as políticas de avaliação dos
programas de EaD não devem prezar apenas pelo processo de formação do aluno na
instituição, mas, também, pela sua inserção no mercado de trabalho posteriormente.
Isto denota que, se bem planejado e conduzido o processo, a avaliação formativa pode
proporcionar às instituições de ensino uma educação que estima e visa a inclusão social.
Contudo, apesar de não se constituir por processos avaliativos de cunho punitivo,
Santos, Lemos e Bezerra (2012) expõem que a EaD é uma modalidade de educação
formal calcada em projetos que estabelecem previamente cronogramas e estruturas
curriculares. Isto indica que, durante a oferta dos cursos, deve-se analisar se os cursistas
conduzem seus estudos de forma organizada, objetivando atender às exigências e metas
previamente determinadas.
Tendo isto em vista, Gomes, Villani, Batista e Passos (2012, p. 40) assinalam alguns
elementos de caráter importante que devem ser avaliados nos aprendizes pelos tutores
durante o seu processo de formação:
aprendizagens que lhe serão propostas e as que ele já
possui.
Formativa: a função da avaliação formativa é analisar a
evolução do discente ao longo do processo educativo e
não apenas em momentos restritos.
Somativa: a função da avaliação somativa é averiguar o
progresso do aluno após a conclusão de determinada
etapa de aprendizagem.

Considerando-se essas etapas, Moran, Masetto e Behrens (2015) constatam que


pode-se levantar informações acerca das dificuldades que permeiam o processo de
aprendizagem dos alunos, tal como auxiliá-los nessa empreitada. Esta experiência de
avaliação pode encorajá-los a fomentarem um comportamento instigante, capaz de
ajudá-los a transpor as adversidades, que, por ventura, surjam durante o processo de
aprendizagem.
Além disso, conforme os autores supracitados demonstram, a partir desta
avaliação de cunho dialógico, torna-se possível contribuir para a construção de diferentes
aspectos que envolvem a vida dos alunos, que podem englobar uma trajetória pessoal ou
93
profissional. Ou seja, pode-se auxiliá-los na construção de sua identidade, seus projetos
de vida, no desenvolvimento de suas competências e emoções e de sua capacidade
de se comunicar, o que lhes permitirá um amadurecimento como cidadãos e também
como profissionais. (MORAN; MASETTO; BEHRENS, 2015).
Nesta ótica, Cortelazzo (2013) aponta que, caso sejam devidamente acompanhados
e orientados, os alunos tornam-se aptos também a analisarem seus próprios percursos
de aprendizagem, buscando orientações sempre que julgarem oportuno. Dessa forma,
dá-se a oportunidade aos discentes de aprender a realizar o processo de autoavaliação,
no qual pode-se ter a consciência de estar aprendendo ou não.
Agora, algumas ferramentas de aprendizagem descritas até aqui serão revisitadas.
No entanto, será demonstrado como cada uma delas pode contribuir para o processo de
avaliação dos discentes em EaD.

6.5 AVALIAÇÃO POR MEIO DAS FERRAMENTAS DE APRENDIZAGEM

Como discorre Mattar (2012), na Educação a Distância, conhecer os diferentes perfis


de alunos que fazem parte deste contexto é essencial. É preciso levar em conta que todos
esses sujeitos são pessoas reais, que necessitam da devida atenção para percorrerem o
caminho da aprendizagem.
Nesta perspectiva, Bejar (2009) aborda que os ambientes virtuais de aprendizagem
são peças bastante importantes no que tange à comunicação e contato com os discentes
que não se encontram presentes fisicamente na modalidade a distância.
Segundo a autora, as experiências vivenciadas pelos aprendizes nos espaços
virtuais são extremamente valorosas e enriquecem os processos de aprendizagem.
Levando-se em conta esta realidade, Bejar (2013) afirma que, com os avanços tecnológicos
constantes, a Educação a Distância tem, crescentemente, buscado incorporar em sua
estrutura novas tecnologias, de modo a elevar a qualidade dos cursos.
Conforme explanam Machado e Moraes (2015), as tecnologias incorporadas aos
ambientes virtuais têm o poder de permitir aos seus usuários a oportunidade de desfrutar
e produzir variados saberes. Neste contexto, os alunos podem superar obstáculos
relacionados a problemas como espaço e tempo. Logo, neste meio, os aprendizes
ganham maior visibilidade.
Do ponto de vista do tutor, como já apresentado no livro, isto não é diferente. Como
Machado e Moraes (2015) demonstram, é por meio destes espaços virtuais que o tutor
pode conduzir o desenvolvimento da aprendizagem e a interação com os alunos.
As redes de comunicação mediada por computador
são, hoje, a forma mais usual de promover a educação a
distância. Tais meios de comunicação oferecem a opor-
tunidade de compartilhamento e construção de ideias,
de informações e de habilidades entre os participantes,
com o objetivo de fortalecer a construção do conheci-
mento. (BEJAR, 2009, p. 178)

Tendo isto em mente, Bejar (2009) complementa que a natureza da comunicação


implicada pelo tutor na interação com o aluno é de extrema importância para que haja
sucesso em um ambiente EaD. O simples fato de um discente acessar os ambientes
virtuais, afirmando que concorda com determinada colocação não torna esse processo
interativo algo proveitoso.
94
Em vista disso, a autora supracitada afirma que cabe ao docente buscar formas de
potencializar a comunicação com os alunos e engajá-los na utilização das ferramentas
propostas. Machado e Moraes (2015) reiteram este pensamento, afirmando que este
engajamento pode ser alavancado a partir das diversas ferramentas que os ambientes
virtuais de aprendizagem propiciam aos professores/tutores.
Nesse processo, Gomes et al. (2012) assinalam que as ferramentas dispostas nos
ambientes virtuais devem ser utilizadas também como componentes elementares no
processo de avaliação dos discentes, contemplando aspectos que remetem aos campos
qualitativo e quantitativo.
Isto, segundo Moore e Kearsley (2007), implica na utilização adequada de
ferramentas diversificadas para determinar a apreensão dos conhecimentos dos alunos
ou as dificuldades que permeiam seu processo de aprendizagem.
Gomes et al. (2012) apresentam algumas ferramentas, parte delas já exploradas no
livro, que podem ser utilizadas pelo professor/tutor para efetuar as avaliações discentes
e quais são os elementos a serem analisados nesse processo:

• Fórum: Nesta ferramenta, o tutor deve se atentar a elementos como: o número de


mensagens escritas pelos discentes; número de mensagens em caráter de resposta
ou complemento aos comentários dos outros aprendizes do curso; conteúdo e
qualidade das mensagens, levando-se em conta os critérios gerais previamente
estabelecidos; nível de engajamento dos outros discentes em relação à mensagem
postada; qualidade das respostas dadas aos outros alunos; se foram levantadas
colocações provocativas e instigantes para a turma; intervenções que estimulam a
interação do grupo; cumprimento da atividade dentro do prazo pré-determinado.
• Chat: assim como no fórum, o tutor deve analisar o engajamento dos estudantes e
a condução de seus comportamentos no que se refere à interação com o grupo e
o grau de interesse e de cumprimento das atividades realizadas por cada um dos
participantes.
• Blog: Em relação aos blogs, o professor/tutor deve observar a quantidade de postagens
dos discentes; a qualidade dos conteúdos apresentados nas postagens, considerando
os critérios previamente estabelecidos; a realização das atividades dentro das datas-
limite.
• Textos: Nas produções textuais, deve observar se o aluno: respeitou a quantidade de
laudas, linhas ou parágrafos previamente estipulados; realizou a formatação solicitada
previamente; produziu um conteúdo atendendo aos critérios e temática definidos
pelo docente; atendeu ao prazo de entrega das atividades propostas.

Como descreve Mattar (2012), o processo de desenvolvimento das atividades nestes


suportes permite ao professor/tutor analisar questões específicas, individualmente,
acerca do nível de aprendizagem apresentado pelos alunos. Isto permite ao docente
observar e delinear equívocos cometidos pelos discentes na execução das atividades,
tais como:

• Tipos de letras utilizadas (erros tipográficos);


• Clareza na apresentação de ideias e conteúdo;
• Exemplos não pertinentes ao conteúdo tratado;
95
• Vocabulário inapropriado;
• Páginas ou figuras veiculadas de forma inadequada;
• Ilustrações desconexas nas temáticas tratadas.

Mattar (2012, p. 164) descreve esse processo como “avaliação um a um” no processo
de avaliação formativa. Por meio dessa iniciativa, afirma que se torna palpável para o
professor/tutor levantar informações mais claras sobre a aprendizagem dos alunos.
Algumas destas informações remetem às seguintes exigências acerca do desempenho
dos aprendizes nas tarefas:

• Mensagens enviadas: nível de vocabulário empregado, grau de complexidade


disposto nas produções, elaborações, conclusões e transições entre variados temas.
• Articulações: contextos exibidos, exemplos e analogias retratados, ilustrações
propostas, revisões feitas e realização de resumos.
• Procedimentos: sequência de ideias e ritmo e variação na apresentação dessas ideias.
Logo, dentro destes parâmetros de avaliação, como inferem Machado e Moraes
(2015), o professor/tutor pode aplicar os processos avaliativos, dentro dos padrões de
ensino determinados pela instituição em que atua, sempre intentando oportunizar
variadas problematizações e o exercício de sua função com maior qualidade para os
discentes.

6.6 NOTAS

No decorrer da leitura, evidenciou-se que os processos avaliativos são fundamentais


para toda e qualquer atividade educacional. Contudo, como Machado e Moraes (2015)
explicam este é um processo, por vezes, subjetivo que remete a diferentes conceituações,
citadas nas unidades anteriores.
Conforme a mesma autora expõe, a avaliação tem uma finalidade bem clara, que
é ser o pontapé inicial para melhorias a serem desenvolvidas, uma vez que, por meio
dela, pode-se aferir se os discentes se apropriam ou não dos conhecimentos que lhes
são apresentados durante os cursos. Por isso, o ato de avaliar exige dos docentes uma
leitura ampla das qualidades e dificuldades apresentadas pelos alunos por meio dos
instrumentos de avaliação, o que resulta em notas e/ou conceitos como consequência
de todo o processo.
Isto, segundo Moore e Kearsley (2007), incide sobre uma das funções que cabe
aos professores/tutores, que é determinar notas às tarefas feitas pelos aprendizes,
juntamente com feedbacks que contribuam em seu progresso. Conforme demonstram
Gomes et al. (2012), isso remete a uma das competências exigidas do professor/tutor, a
administrativa, já citada no livro.
Segundo Gomes et al. (2012), o professor/tutor é o profissional que deve salvaguardar
os registros dos alunos, divulgar e informar suas notas e garantir que as informações
pessoais acerca de seu desempenho sejam direcionadas às pessoas certas.
Como os mesmos autores relatam, diante desta responsabilidade, faz-se necessário
que os professores/tutores se organizem, de modo a facilitar a realização desta tarefa.
Nesse sentido, pode-se fazer uso de ferramentas que permitam a eles otimizar este
processo.
96
Conforme discorre Mattar (2012), a determinação das pontuações dos alunos
referentes a suas atividades desenvolvidas encaixa-se na proposta de função somativa
da avaliação, que, como apresentado no livro, é realizada ao final de cada etapa de
aprendizagem, visando determinar o que o aluno aprendeu ou não.
De acordo com Mattar (2012), a avaliação somativa pode indicar efeitos negativos
na aprendizagem dos alunos, impactando negativamente seu desempenho, podendo
gerar desmotivação ou sensação de incapacidade após um resultado negativo.
Nesta ótica, como o autor supracitado exprime, torna-se necessário que o professor
esteja atento às expectativas dos alunos no momento de postagem das notas que
antecedem as obras:

• Avaliação justa e objetiva;


• Ter seu trabalho tratado com o devido respeito;
• Explicação e justificativa da nota recebida.

Machado e Moraes (2015) informam que, geralmente, as avaliações somativas


são constituídas de questões objetivas e/ou dissertativas, o que não permite ao aluno
a possibilidade de uma boa nota caso cometa um volume de erros considerável. Isto,
segundo as autoras, torna a avaliação somativa um modelo totalmente excludente
na Educação a Distância, uma vez que não considera o caminho da aprendizagem,
percorrido durante um trajeto longo.
Porém, como as autoras salientam, esse é um processo que perpassa uma
obrigatoriedade legislativa. Isto é, uma obrigação imposta pela legislação nacional a ser
realizada presencial ou virtualmente ao final de diferentes etapas em uma instituição de
ensino que oferta cursos EaD.
Contudo, Santos, Lemos e Bezerra (2012) afirmam que, ainda assim, mesmo pautada
por uma mensuração quantitativa de erros e acertos, é necessário que os professores/
tutores busquem por meio da avaliação somativa fatores a serem problematizados e
reflexões acerca da aprendizagem dos discentes.
Diante disso, Santos, Lemos e Bezerra (2012) pontuam alguns elementos que
devem ser considerados pelos professor no processo que tange o antes, o durante e
o depois das provas. Além disso, destacam o quão importante a atribuição de notas
nos outros componentes da avaliação (fóruns, chats etc.) pode ser. Então, o tutor deve
realizar a distribuição de notas com o intuito de motivar e valorizar os esforços discentes
da seguinte forma:

• Apresentar os progressos feitos pelos alunos, apontando os aspectos positivos e o


que pode ser melhorado a cada tarefa feita;
• Fornecer notas que sirvam de incentivo para atividades e produções futuras;
• Esclarecer os critérios de avaliação pré-definidos;
• Levantar questões referentes aos conteúdos com maior índice de erros.

Mattar (2012) revela que, com o objetivo de tornar a avaliação somativa, pautada
por notas mais justa, alguns professores/tutores até usam a quantidade de acessos
dos alunos aos ambientes virtuais de aprendizagem, aos materiais didáticos oferecidos,
às postagens de atividades como critérios para definir as notas. Entretanto, é preciso
97
associar esses recursos de avaliação aos outros critérios, também primordiais.
Essas práticas podem implicar positivamente no processo ensino- aprendizagem
dos discentes, repercutindo de forma a motivá-los e promover sua aprendizagem.

GLOSSÁRIO
Interatividade: a característica resultante da interligação de dois ou mais sistemas, de
forma que as ações de um resultam em reações do outro que, por sua vez, resulta em
novas ações do primeiro, e assim adiante. (GUAREZI; MATOS, 2012, p. 136)

BUSQUE POR MAIS


O livro “Uma odisseia da EaD no espaço virtual (memórias de uma trajetória)
”, de Palange e Fernandes, faz um apanhado de grande parte dos elementos
que constituem a Educação a Distância. Disponível em: https://bit.ly/3iKurHu.
Acesso em: 12 out. 2022.

FIQUE ATENTO
Nesta unidade, o tema central foi a avaliação da aprendizagem em EaD.
Com o objetivo de explorar ainda mais o assunto, leia o artigo “Avaliação na
EaD: contextualizando uma experiência do uso de instrumentos com vista à
aprendizagem”, de Amaral, Assis e Barros. Disponível em: https://bit.ly/3mqDKyT.
Acesso em: 12 out. 2022.

VAMOS PENSAR?
Como você pôde ver, o processo de avaliação engloba inúmeros fatores e uma visão ampla
de professores e tutores.
Tendo isto em mente, você considera um teste ou uma prova instrumentos suficientes
para avaliar o grau de aprendizagem de um aluno na EAD? Na sua opinião, quais são os
critérios fundamentais para que o processo de avaliação na Educação a Distância seja, de
fato, efetivo?
98
FIXANDO O CONTEÚDO

1. Na Educação a Distância entende-se que, além dos alunos, é necessário também


que se faça uma avaliação global dos cursos, englobando a avaliação de conteúdos e
metodologias empregadas. Após refletir sobre esses apontamentos, marque a alternativa
correta.

a) Para a oferta de um conteúdo em cursos EaD faz-se necessária a priorização de mídias


e ferramentas específicas, pelas quais o aluno deve se adaptar impreterivelmente.
b) A didática a ser empregada em um curso EaD deve estar devidamente alinhada com
o tipo de curso, assim como com o público para a qual será direcionada.
c) A motivação se encontra estritamente na força de vontade do aluno, o que dispensa a
necessidade de conteúdos e ferramentas adequadas.
d) Os conteúdos precisam estar correlacionados com variadas áreas do conhecimento,
porém, deve-se tomar cuidado para que conteúdos informais, relativos à vida dos
discentes, não impactem negativamente sua formação.
e) Para a oferta de um conteúdo é necessário que se faça uso de um material que evite
a diversificação de mídias e ferramentas que possam desorientar os estudantes.

2. Leia com atenção o fragmento de texto abaixo.

A avaliação ________________ acontece quando um aluno é avaliado por meio de notas


e feedbacks. Já a avaliação ________________, geralmente, é realizada no início dos
cursos e indica os pontos fortes e fracos dos estudantes. Já no que tange à avaliação
________________, esta é feita no decorrer dos cursos, com o objetivo de visualizar em que
nível se encontram os estudantes, fazendo uso de diferentes recursos, como fóruns e
chats.

A opção que melhor se encaixa nas lacunas sobre a avaliação do desempenho dos alunos
em um curso EaD é:
a) Diagnóstica, formativa e somativa.
b) Somativa, diagnóstica e formativa.
c) Diagnóstica, somativa e formativa.
d) Somativa, formativa e diagnóstica.
e) Formativa, diagnóstica e somativa.

3. Os feedbacks são recursos de importância ímpar nos cursos EaD, podendo representar
a garantia da qualidade na aprendizagem de um aluno. Sobre este assunto, assinale a
alternativa correta.
a) Por meio do feedback, espera-se que o discente possa realizar uma
Autoavaliação que permita rever conceitos e reconstruir metas.
b) O feedback deve representar um ato punitivo aos alunos pouco aplicados e estímulo
aos discentes mais empenhados.
c) O feedback funciona como um instrumento de avaliação quantitativa, que permite ao
aluno ter a percepção de onde precisa melhorar suas fragilidades.
99
d) O feedback deve ser encaminhado apenas aos alunos que apresentam um
desempenho considerado abaixo da média.
e) Os feedbacks devem ser direcionados apenas a casos específicos de alunos que
apresentam dificuldades aparentes ao realizar os trabalhos.

4. Cortelazzo (2013) afirma que, dentro da realidade que engloba a EaD, a aprendizagem
é uma experiência pessoal para cada estudante, que possui seus conhecimentos prévios,
seus próprios estilos de aprendizagem e habilidades singulares. Sobre o processo a
avaliação através da percepção dos diferentes estilos de aprendizagem, assinale a
alternativa pertinente.

a) O professor-tutor deve trabalhar de forma a padronizar os estilos de aprendizagem


de cada estudante, tornando-os aptos a realizarem as atividades aplicadas em pé de
igualdade.
b) Cada indivíduo possui um estilo de aprendizagem particular. Logo, é necessário que
se adeque às exigências de maneira a abandonar suas particularidades no decorrer do
processo de aprendizagem.
c) A compreensão das características individuais permite ao tutor compreender com
maior clareza as peculiaridades que envolvem seus alunos, o que o auxilia a criar métodos
padronizados de aprendizado mais efetivos.
d) Os estilos de aprendizagem são completamente distintos, mas, alguns deles, são tão
imperfeitos que podem representar o fracasso acadêmico.
e) Quando o tutor leva em consideração os diferentes estilos de aprendizagem dos
estudantes de um curso a distância, ele pode fazer uso de metodologias de ensino e de
avaliação mais robustas, capazes de melhorar a velocidade da aprendizagem e fortalecer
sua qualidade.

5. Segundo os estudos realizados nesta unidade, evidenciou-se que a avaliação deve ser
tratada como um processo no qual se valoriza todo um percurso, dotado de dificuldades
e progressos, não dando ênfase apenas ao resultado final.

Perante estas afirmações analise as asserções abaixo.


a) A avaliação tem como propósito ser um instrumento educativo em que se informa o nível
de aprendizagem dos discentes, de forma a determinar se a jornada de aprendizagem
foi bem-sucedida ou pautada pelo fracasso.
b) A avaliação deve ser tratada como uma trajetória permeada por equívocos e progressos
captados apenas pelos alunos.
c) Durante todo o processo de ensino-aprendizagem, a avaliação deve se fazer presente,
de forma a captar e determinar os diferentes elementos que configuram o caminho de
sucesso no que tange à aprendizagem dos alunos.
d) O processo de avaliação deve ser conduzido por linhas classificatórias e quantitativas.
e) A função da avaliação ocorre de forma a suscitar uma análise crítica do processo de
desenvolvimento dos discentes, sem que haja a sua participação durante este percurso.

6. Leia as afirmações e, logo em seguida, analise a relação estabelecida entre elas.

I. Na avaliação em EaD, é imprescindível oferecer boas condições aos discentes para que
100
eles possam ter a percepção se estão avançando ou não. Dessa forma, pode-se avaliar o
conhecimento apreendido de forma a averiguar se a aprendizagem ocorreu de maneira
plenamente satisfatória.

PORQUE

II. A partir desta avaliação, pode-se fomentar e promover no aluno a capacidade de


analisar sua própria conduta como estudante, bem como seus resultados obtidos
durante seu trajeto na vida de estudos.

Sobre as afirmativas demonstradas, é correto afirmar que:


a) As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da primeira.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da
primeira.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma asserção falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a asserção II é uma asserção verdadeira.
e) As asserções I e II são asserções falsas.

7. Sobre avaliação no âmbito da Educação a Distância, considere as afirmativas a seguir:

I. O professor-tutor deve avaliar o aluno em EaD de maneira contínua, a fim de detectar


suas maiores dificuldades e promover sua evolução.
II. O professor-tutor, ao realizar o processo de avaliação, deve abster-se de analisar os
elementos extrínsecos que podem influenciar o desempenho do aluno, enfatizando
suas dificuldades e buscando saná-las.
III. Durante o processo de avaliação, cabe ao professor-tutor avaliar todos os componentes
que circundam o processo avaliativo. Isto implica, obviamente, no desempenho do
aluno, mas, também, nos demais elementos que constituem esse processo, tais como
os conteúdos disponibilizados, os exercícios e metodologias empregadas.

Sobre as afirmativas apresentadas, assinale a alternativa correta.


a) I e II estão corretas.
b) I e III estão corretas.
c) II e III estão corretas.
d) Apenas a III está correta.
e) Todas as alternativas estão corretas.

8. Como explicitado no livro didático, a função somativa da avaliação em Educação a


Distância visa apresentar os resultados obtidos pelos alunos após o período de vigência
de determinada fase da aprendizagem. Esse momento é marcado pela distribuição de
notas por parte do docente.

Levando estas afirmações em conta, analise as asserções abaixo:

I. Na hora de determinar as notas dos discentes, o tutor deve sempre pautar suas
correções por uma avaliação justa e objetiva.
II. Os tutores, ao efetuarem a correção das atividades e delimitarem as notas, devem
101
analisar fatores a serem problematizados e reflexões acerca da aprendizagem dos
discentes.
III. Cabe ao tutor apresentar os progressos feitos pelos alunos, porém, priorizando apontar
os erros que reduziram suas notas.

Após analisar as assertivas, assinale a alternativa correta.


a) I e II estão corretas.
b) II e III estão corretas.
c) I e III estão corretas.
d) Apenas a I está correta.
e) Apenas a II está correta.
102
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 C QUESTÃO 8 D

UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 D
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 E
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 A

UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 B
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 C QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 C QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 A
103
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106

graduacaoead.faculdadeunica.com.br

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