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COMUNICAÇÃO E

LINGUAGEM

LITERATUS DIGITAL
LITERATUS DIGITAL

Presidente
ELAINE DE SOUZA SALDANHA

Coordenação Editorial
ALINE SANTOS SOUZA MIRANDA

Projeto Gráfico
LITERATUS DIGITAL

Autoria
ADRIANA MARTINS PEREIRA

M435c
PEREIRA, Adriana Martins

Comunicação e Linguagem/ Adriana Martind Perera


/ Aline Santos Souza Miranda (coord. Editorial). 1.ed.
Manaus: Literatus Digital (projeto gráfico), 2023.
34. : il. E-book.

1.comunicação. 2 linguagem. 3. Negócios.


I. Pereira, Adriana Martins. II. Título.
CDU635
Ficha catalográfica elaborada por Iasmin Veiga de Lima Muniz

https://www.literatusdigital.com.br
Autoria
Adriana Martins Pereira
Jean Braulio Santana Reis
É Especialista em Estudo da Língua Portuguesa Pela faculdade IDA-
AM; MBA Executivo em Gestão Estratégica de Inovação Tecnológica e
Propriedade Intelectual pela faculdade Facuminas; Didática do Ensino
Superior pela Universidade Nilton Lins; Tutora em Educação a Distância
Pela Universidade UNIP- Universidade Paulista; Psicopedagoga Clínica e
Institucional pela Faculdade FAVENI; possui Graduação em Licenciatura
Plena em Letras Língua Portuguesa pela faculdade Uninorte; Licenciatu-
ra Plena em Pedagogia pela faculdade ADCAM e Bacharelado em Admi-
nistração pela faculdade Estácio. Possuo experiência como Professora
na Universidade UNIP; Professora e Tutora de Graduação na modalidade
presencial e EaD na Universidade Nilton Lins; CEO da empresa Metamor-
fose do Saber- Formação para Professores e de Cursos Técnico Profissio-
nalizantes no Centro Educacional Literatus (CEL) na modalidade presen-
cial e EaD. Possui uma sólida experiência na docência, a qual perpetua
até os dias atuais, contribuindo para o arcabouço do conhecimento e
formação do ensino aprendizagem.
Iconográficos
Acesse:
Sempre que for preciso acessar um ou mais sites para fazer
dowload, assistir vídeos, ler testos e ouvir podcasts.

Assista ou inficação de filme:


Sempre que for preciso acessar um video ou um filme.

Atividades:
Quando uma atividade de autoaprendizagem for aplicada.

Definição:
Quando houver necessidade de aplicar um novo conceito.

Reflita:
Se houver necessidade de chamar atenção sobre algo a ser refle-
tido ou discutido sobre.

Saiba mais:
Curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se
forem necessárias.

Inforgráfico:
Quando for necessário acessar um link para visualizar o infográ-
fico.
Conteúdo
Introdução .........................................................................................................•9

Unidade 1
Linguagem: Estrutura, organização e Interpretação

1. Introdução às Noções Textuais .................................................................•10


1.1 Características do texto ...........................................................................•11
1.2 Fatores na construção do texto ..............................................................•12
1.3 Comunicação verbal e não verbal ..........................................................•12
1.4 Tipos de comunicação verbal e não verbal ...........................................•13
1.5 Comunicações Verbais .............................................................................•13
1.6 Comunicações Não verbais .....................................................................•14
1.7. Elementos de Textualidade: Coesão e Coerência. ...............................•16
1.8 Coerência ...................................................................................................•18
1.9. Aspectos da Língua Portuguesa Relevantes para a Produção de Textos
•20
Unidade 2
Comunicação: Processo e elementos da aprendizagem

2. Ortografia ....................................................................................................•28
2.1 Principais regras da ortografia ...............................................................•29
2.2 Novo Acordo Ortográfico .........................................................................•33
2.3 Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa e acentuação ...........•34
2.4 Flexões Nominais e Verbais .....................................................................•40
2.5. Formas nominais ......................................................................................•41
2.6. Concordância, Regência e Acentuação ..................................................•44
2.7 Regras de concordância nominal ............................................................•45

Unidade 3
O estudo do texto: Leitura, interpretação e gêneros

3. Organização de parágrafos: tópico frasal e ideias secundárias ............•50


3.1 O parágrafo é uma unidade de composição ..........................................•51
3.2 Tipos e exemplos de tópicos frasais .......................................................•54
3.3 Gêneros Textuais e Tipos Textuais .........................................................•57
3.4. Bilhete .......................................................................................................•60
Unidade 4
Estudo do texto: Conhecimento literário

4 Gênero Literário: conceito e classificação. ...............................................•68


4.1 Gênero Lírico .............................................................................................•69
4.2 Gênero Èpico Narrativo ............................................................................•70
4.4 Contextualização Ciência, Senso Comum e Tipos de Conhecimento.
•72
4.5 Senso comum .............................................................................................•75

Unidade 5
Regras e estruturas da linguagem

5 Introdução à Metodologia Científica: Pesquisa Científica, Tema, Problema


e Objetivos. •80
5.1 Pesquisa Científica ....................................................................................•81
5.2 Delimitação do Tema ................................................................................•82
5.3 Problema de Pesquisa ...............................................................................•83
5.4 Definição dos Objetivos ...........................................................................•84
5.5 Artigo Científico: Elementos textuais: Introdução, Desenvolvimento,
Conclusão e Pós-Textuais ........................................................................................•86
5.6 Elementos textuais do artigo científico segundo a ABNT ...................•87
5.7 Elementos Pós-Textuais ..........................................................................•88
5.8 Normas da ABNT - Formatação de trabalhos .......................................•91
5.9 Elemento textual .....................................................................................•96
5.10 Elementos pós-textuais .........................................................................•98
5.11. Redação Oficial, Características, Pronomes de Tratamento ..........•99
5.12 Técnicas de Redação ............................................................................•102
5.13 Concordância com os pronomes de tratamento ..............................•107
5.14 Pronome de tratamento e a redação oficial .....................................•107
Considerações Finais .............................................................................•109
Referências Bibliográficas ...........................................................................•110
Lista de figuras
Figura 1: comunicação e linguagem............................................9
Figura 2: Linguagem verbal........................................................13
Figura 3: Linguagem verbal........................................................13
Figura 4: Linguagem verbal........................................................14
Figura 5: Linguagem não verbal................................................14
Figura 6: Linguagem não verbal................................................15
Figura 7: Não verbal....................................................................15
Figura 8: Cartum de Linguagem................................................25
Figura 9: Emojis............................................................................26
Figura 10: Ortografia...................................................................34
Figura: 11 Tipos textuais.............................................................58
Figura:12 Argumentativa...........................................................65
Figura 13: Gênero lírico..............................................................69
Figura 14: Conhecimento...........................................................73
Figura 15: Tipos de verbos para objetivos...............................86
Figura 16: Estrutura de trabalho acadêmico............................90
Figura 17 Capa e folha de rosto..................................................92
Figura: 18: Sumário......................................................................93
Figura 19: Espaçamento .............................................................93
Figura 20: Margem......................................................................94
Figura 21: Margem.......................................................................95
Figura 22: Introdução.................................................................96
Introdução
Olá aluno e aluna!

Seja bem-vindo e bem-vinda ao componente de comunicação e linguagem. A


comunicação humana depende da linguagem para viver em sociedade. O ato de comu-
nicar-se é fundamental para ocorrer compreensão mútua nas relações humanas e a
construção de aprendizagens relevantes e significativas em qualquer ambiente.
Deve-se considerar que a comunicação é uma troca de informações, ideias e sen-
timentos. Processos que mantém os indivíduos em contato, propiciando a interação
fundamentada nas relações humanas, pessoal e profissional.
E a linguagem está relacionada a fenômenos comunicativos, por isso, onde há
comunicação, há linguagem. Os teóricos como Oliveira (2007) e Cereja (2004) explicam
que a linguagem é um sistema simbólico típico do ser humano e uma de suas mais im-
portantes habilidades, pois permite a comunicação entre os indivíduos.
Por isso a comunicação é tão vital quanto comer ou respirar. Precisamos dela
para nos socializarmos, mantermos relações com outros indivíduos, etc. Faz parte do
instinto dos seres humanos criarmos relações de afeto e grupos de convívio. Uma so-
ciedade unida prosperará, enquanto o indivíduo que não comunica-se será excluído do
grupo.
Portanto, a linguagem nada mais é do que o sistema de símbolos do qual o ho-
mem se utiliza para se comunicar com os demais, expressar suas ideias e suas emo-
ções. É o código que possibilita a comunicação, ou seja, só é possível se comunicar
quando todos conhecem o código usado. É por isso que a linguagem e a comunicação
são inseparáveis!

Desejo a todos vocês um excelente estudo!

Figura 1: comunicação e linguagem

Fonte:imgurl:https://static.portugues.com.br/2021/13/textos.jpg
Unidade 1

Linguagem: Estrutura,
organização e
Interpretação

Objetivo de Aprendizagem

• Conhecer
Reconhecer e realizar
o contexto e osa ambientes
interpretação do texto
no qual verbal e não verbal;
o empreendedorismo está inseri-
• Aprimorar a capacidade de produção escrita;
do, compreendendo seu uso, função, importância e aspectos gerais.
• Reconhecer os gêneros lidos;
• Levantar os conhecimentos prévios do aluno;
• Identificar semelhanças e diferenças em diferentes gêneros textuais;
• Observar as diferentes linguagens para uma mesma situação textual;
• Reconhecer os padrões da língua: linguagem formal, informal ou colo-
quial;
• Reconhecer a função predominante em uma crônica.

1. Introdução às Noções Textuais

Texto é uma manifestação da linguagem, uma mensagem usada para transmitir


informação de um autor para um leitor. É uma manifestação da linguagem que pode
ser definida como tudo aquilo dito por um emissor e interpretado por um receptor.
Dessa forma, tudo que é interpretável é um texto. Outra forma de conceituação é pen-
sar que tudo aquilo que produz um sentido completo, que seja uma mensagem com-
preensível, é um texto.
O texto é uma produção que se caracteriza como verbal ou não verbal, e se cons-
titui com algum código, no intuito de comunicar algo a alguém, em determinado tempo
e espaço. Sua definição ampla se deve ao fato de também abranger diversos formatos
na linguagem oral e escrita.
Um texto se desenvolve linearmente, pois a cada parte agrega-se outra relacio-

10
Comunicação e Linguagem
nando o que já foi dito com o que ainda se pretende dizer. Segundo Koch (2008, p.
201-213):
O processamento de um texto, portanto, depende não só de ca-
racterísticas textuais, como também de características sociocognitivas dos
usuários da língua. Ele pressupõe um conjunto de atividades do ouvinte/
leitor, de modo que se caracteriza como um processo ativo e contínuo de
construção de sentidos, que se realiza na interação entre os interlocutores.
Dentro dessa concepção, considera-se o texto o próprio lugar da intera-
ção e os interlocutores como sujeitos ativos que – dialogicamente – nele se
constroem e por ele são construídos. A produção de linguagem constitui
atividade cognitivo-interativa altamente complexa de produção de senti-
dos, que se realiza, evidentemente, com base nos elementos linguísticos
presentes na superfície textual e na sua forma de organização, mas que
requer não apenas a mobilização de um vasto conjunto de saberes, como
também, sobretudo, a sua reconstrução no momento da interação verbal.

1.1 Características do texto

Por se manifestarem de inúmeras formas, com estruturas e linguagens diferen-


tes, intenções, contextos, público-alvo e autoria variáveis, as características do texto
não são facilmente listadas.
Na verdade, cada texto deve ser analisado em suas características individuais.
Entretanto, é possível elencar aspectos que devem ser observados na caracterização
de qualquer texto.

1.1.1 Linguagem: um dos elementos básicos do texto é a linguagem. A depender


de qual tipo for utilizado, diferentes textos serão produzidos. O que a linguagem visual
consegue trabalhar é diferente da linguagem escrita, e para cada uma será utilizado
um diferente método de análise.

1.1.2 Contexto: também tem influência na estrutura do texto e deve ser conside-
rado. Um ambiente pessoal e um ambiente formal possuem diferentes interferências
na escolha das palavras, na variação linguística, entre outros fatores.

1.1.3 Público-alvo: todo texto é construído para um leitor ou grupo de leitores


específico. Isso significa que, na hora da escrita, o autor deve considerar para quem
escreve.

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
1.1.4 Função sociocomunicativa: todo texto tem uma função social e comunica-
tiva. É possível que alguns textos, como diários, sejam escritos sem uma função coleti-
va, mas cumprem uma função subjetiva na vida do indivíduo. Assim, todo texto possui
uma função, a qual interfere na sua estratégia de construção.

1.2 Fatores na construção do texto

O texto ensina coerência e a trabalhar com coesão.


A coerência é um fator importante para a estruturação do texto, no ponto em
que não se podem contradizer as outras partes do texto. Na verdade, o texto deve ser
coerente em um todo.
A coesão é uma conexão interna entre as várias partes de um texto. A melhor
forma de usar esta ferramenta é dispor de forma correta o uso da gramática.
Organização dos textos – primeiro buscar uma finalidade, depois decidir sobre
uma sequência. As sequências dividem-se em: narrativas, descritivas, dissertativas, ins-
trutivas e com diálogos.

1.3 Comunicação verbal e não verbal


A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais e/ou
educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe comunica-
ção quando a mensagem for direcionada com o mesmo objetivo que foi transmitida.A
linguagem possui várias particularidades que vão além do substantivo, adjetivo, verbo,
pronomes e/ou preposições.

O nível do vocabulário utilizado decorre dos fatores que condicio-


nam a elaboração do texto: o tema tratado, a finalidade a que se propõe,
o receptor a que se dirige, o meio de divulgação utilizado. Um comunicado
oficial a ser lido na ONU ou uma carta aberta à população de uma pequena
vila ameaçada pela devastação da natureza podem tratar do mesmo assun-
to, mas a seleção vocabular deve ser apropriada a cada caso... Dessa forma,
as melhores palavras são as mais eficazes e não as mais pomposas...

A comunicação verbal é toda forma de comunicação baseada na fala entre duas


ou mais pessoas. Isso inclui palavras ditas, mensagens escritas e linguagem de sinais,
assim como todas as informações codificadas que representam um determinado sis-
tema de linguagem.

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Comunicação e Linguagem

1.4 Tipos de comunicação verbal e não verbal


Fica mais fácil de entender a diferença e importância dos dois tipos de comunica-
ção através de exemplos práticos de comunicação verbal e não verbal no local de tra-
balho. Lembrando que, quando são explorados de forma certa, a comunicação verbal
e não verbal entregam os objetivos esperados pelos profissionais.

1.5 Comunicações Verbais

• Falar de maneira clara e articulada;


• Escrever;
• Ler e interpretar corretamente;
• Enviar códigos falados ou escritos;
• Pedir ajuda;
• Fazer perguntas;
• Uso da voz.

Figura 2: Linguagem verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

Figura 3: Linguagem verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Figura 4: Linguagem verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

1.6 Comunicações Não verbais

• Linguagem corporal (gestos, postura, expressões faciais);


• Aparência, vestuário e estilo de cabelo;
• Proxêmica (distância entre pessoas) e contato físico;
• Comunicação paraverbal (tom da fala e velocidade);
• Contato visual.

Figura 5: Linguagem não verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

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Comunicação e Linguagem
Figura 6: Linguagem não verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

Figura 7: Não verbal

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/12/textos.jpg

Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal têm um papel muito importante
na comunicação. Para tanto, torna-se imprescindível que as duas estejam em concor-
dância, para que a comunicação seja coerente.
ACESSE:
Para mais informações acesse o artigo, clicando no link:
nunes-9788575114520-17.pdf (scielo.org)

15
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
1.7. Elementos de Textualidade: Coesão e Coerência.
Coerência e coesão são duas ferramentas essenciais e inseparáveis na constru-
ção textual. Através da coerência e coesão, é possível transformar sequências de pala-
vras num todo organizado, ou seja, num texto.
São formas conceituais importantes para uma melhor compreensão textual e
desenvolvimento da escrita de trabalhos e redação.
1.7.1 Coesão
São as regras gramaticais relacionadas com os elementos que asseguram a liga-
ção entre palavras e frases, de modo a interligar as diferentes partes de um texto.
Coesão correta: Os legumes são importantes para manter uma alimentação sau-
dável. As frutas também.
Erro de coesão: Os legumes são importantes para manter uma alimentação sau-
dável. As frutas também são importantes para manter uma alimentação saudável.
Explicação: “também” substituí “são importantes para manter uma alimentação
saudável”.
Para a correta compreensão de um texto, é essencial também que haja uma liga-
ção harmoniosa entre as suas diversas partes. Essa ligação é feita através de diversas
estratégias, havendo assim diversos tipos de coesão textual.
Desta forma para um texto ser coeso, ele precisa de elementos que liguem suas
partes de modo a transmitir claramente a mensagem que deseja. Sobre o texto escrito,
Infante (1998, p. 66) acrescenta que:
[...] dentre as características específicas da modalidade escrita da
língua, destaca-se a necessidade de um vocabulário preciso e criterioso, ca-
paz de suprir a ausência dos recursos mímicos e dos matizes da entonação
da língua falada. Manejar um bom vocabulário não significa impressionar
os outros com um punhado de palavras difíceis e desconhecidas. O que
importa é conhecer e utilizar as palavras necessárias para a produção de
textos claros e enxutos.

1.7.2 Coesão referencial

Na coesão referencial são utilizados elementos, como pronomes e expressões


adverbiais, que evitam a repetição de elementos já mencionados no texto quando de
nova referência.

• Você viu minha irmã por aí? Ela disse que vinha para aqui.
• Essa mochila é minha. Onde está a sua?
• Já arrumei todas as minhas gavetas, menos aquela.

16
Comunicação e Linguagem

1.7.3 Coesão sequencial

Na coesão sequencial é estabelecida uma coesão por conjunção, utilizados co-


nectivos e expressões que dão continuidade aos assuntos, estabelecendo uma sequ-
ência e relação com aquilo que já foi afirmado, como por conseguinte, embora, logo,
com o fim de, caso,...

• Perante aquela situação, foi fácil tomar uma decisão.


• Isto posto, continuaremos realizando nosso trabalho.

1.7.4 Coesão lexical

Na coesão lexical são utilizados recursos coesivos que permitem a manutenção


do tema sem repetições vocabulares.
• Um dos cientistas estava próximo de mais uma descoberta. Os restantes in-
vestigadores aguardavam as conclusões.
• A savana estava repleta de leões e leoas. Esses magníficos mamíferos selva-
gens.
• Ainda estou cozinhando o arroz. Quando acabar de o fazer, poderemos almo-
çar.

1.7.5 Recursos coesivos lexicais:

Sinonímia: utilização de sinônimos, como convencer e persuadir.


Hiponímia e hiperonímia: uso de substantivos específicos e genéricos, como
leão e mamífero.
Repetição: emprego de palavras repetidas com intuito de destacar ou reforçar
uma ideia, como enormes vontades, enormes esforços, enormes desilusões.
Nominalização: utilização de substantivos, verbos e adjetivos relacionados,
como felicidade, feliz e felicitar.
Substitutos universais: uso termos que substituem outros, como pronomes, nu-
merais e mesmo alguns verbos, como o verbo fazer.

1.7.6 Coesão por elipse

Na coesão por elipse é feita a omissão de elementos anteriormente menciona-

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
dos, desde que facilmente identificáveis.
• Minha mãe está na feira. Foi comprar frutas e verduras.
• Mariana e Paula são melhores amigas. Querem viajar juntas.

1.7.7 Coesão por substituição


Na coesão por substituição são também utilizadas palavras que retomam termos
já referidos, havendo, contudo, uma nova definição desse termo, sem que haja corres-
pondência total ao primeiro termo.
• Meu pai pediu bolo de chocolate, eu pedi um de limão.
• Para a festa, ela comprou um vestido novo. Eu vou comprar também.

1.8 Coerência
É a característica de um texto com lógica e coesão, quando há um conjunto de
ideias que apresentam nexo e uniformidade.
Coerência é o que faz com que o texto faça sentido ao leitor, dependendo dos ele-
mentos linguísticos e sua organização e conhecimento de mundo compartilhado pelo
autor e pelo leitor. Há dois tipos de coerência: coerência interna e coerência externa.
Coerência correta: Ele só compra leite de soja, pois é intolerante à lactose.
Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca, pois é intolerante à lactose.
Explicação: Quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca. Por
esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz sentido.
A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido, comunicada de for-
ma harmoniosa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias apresentadas,
onde umas complementam as outras.
Para garantir a coerência de um texto, é preciso ter em conta alguns conceitos
básicos.
A coerência textual está diretamente relacionada com a significância e com a in-
terpretação de um texto.
A mensagem de um texto é coerente quando ela faz sentido, sendo comunicada
de forma harmoniosa, de forma que haja uma relação lógica entre as ideias apresenta-
das, onde umas complementam as outras.
Para garantir a coerência de um texto, é preciso ter em conta alguns conceitos
básicos.

1.8.1 Conceitos da coerência textual e frases de exemplo


A coerência textual é a organização lógica das ideias, havendo assim continuida-
de entre as frases e/ou sequências, produzindo um sentido único para o todo. Segundo

18
Comunicação e Linguagem

o Dicionário Michaelis (2008), é a ligação, harmonia, conexão ou nexo entre os fatos, ou


as ideias. Na construção do texto, portanto, ela é fundamental para que se entenda a
mensagem.

1.8.2 Princípio da não contradição

Não pode haver contradições de ideias entre diferentes partes do texto.

• Coerência correta: Ele só compra leite de soja, pois é intolerante à lactose.


• Erro de coerência: Ele só compra leite de vaca, pois é intolerante à lactose.
• Explicação: quem é intolerante à lactose não pode consumir leite de vaca.
Por esse motivo, o segundo exemplo constitui um erro de coerência; não faz
sentido.

1.8.3 Princípio da não tautologia

Ainda que sejam expressas através do uso de diferentes palavras, as ideias não
devem ser repetidas, pois isso compromete a compreensão da mensagem a ser emiti-
da e muitas vezes a torna redundante.
• Coerência correta: Visitei Roma há cinco anos.
• Erro de coerência: Visitei Roma há cinco anos atrás.
• Explicação: “há” já indica que a ação ocorreu no passado. O uso da palavra
“atrás” também indica que a ação ocorreu no passado, mas não acrescenta
nenhum valor e torna a frase redundante.

1.8.4 Princípio da relevância

As ideias devem estar relacionadas entre si, não devem ser fragmentadas e de-
vem ser necessárias ao sentido da mensagem.
O ordenamento das ideias deve ser correto, pois, caso contrário, mesmo que
elas apresentem sentido quando analisadas isoladamente, a compreensão do texto
como um todo pode ficar comprometida.
Coerência correta: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro
na carteira e por isso foi ao banco e sacou uma determinada quantia para utilizar. Em
seguida, foi a um restaurante e almoçou.
Erro de coerência: O homem estava com muita fome, mas não tinha dinheiro na
carteira. Foi a um restaurante almoçar e em seguida foi ao banco e sacou uma determi-

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
nada quantia para utilizar.
Explicação: observe que, embora as frases façam sentido isoladamente, a or-
dem de apresentação da informação torna a mensagem confusa. Se o homem não
tinha dinheiro, não faz sentido que primeiro ele tenha ido ao restaurante e só depois
tenha ido sacar dinheiro.

1.8.5 Continuidade temática

Esse conceito garante que o texto tenha seguimento dentro de um mesmo as-
sunto. Quando acontece uma falha na continuidade temática, o leitor fica com a sensa-
ção de que o assunto foi mudado repentinamente.

Coerência correta: “Tive muita dificuldade até acertar o curso que queria fazer.
Primeiro fui fazer um curso de informática... A meio do semestre troquei para um cur-
so de desenho e por fim acabei me matriculando aqui no curso de inglês. Foi confuso
assim também para você?”
________________________________________________________________
ACESSE:
Para um maior entendimento e conhecimento clica no link
e assista ao vídeo sobre coesão e coerência textual: O que
é Coesão e Coerência Textual?

________________________________________________________________

1.9. Aspectos da Língua Portuguesa Relevantes para a Produção de Textos


A Produção de Textos ou Produção Textual é uma categoria da Língua Portugue-
sa que se ocupa do estudo do reconhecimento da estrutura dos vários tipos de textos,
das intenções e das funções de cada mensagem.
A Produção de Textos predispõe a sua análise para os elementos necessários e
concorrem para uma redação coerente e coesa, bem como trabalha competências que
auxiliam a manifestação da escrita.

1.9.1 Pontuação
O sistema de pontuação é fundamental para a organização dos diferentes tipos
de texto, contribuindo para a coesão, coerência e clareza daquilo que se escreve. Os
sinais de pontuação são de extrema importância para a produção de sentidos de um
texto.

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Comunicação e Linguagem

São eles: o ponto (.), a vírgula (,), o ponto e vírgula (;), os dois pontos
(:), o ponto de exclamação (!), o ponto de interrogação (?), as reticências (...),
as aspas (“ ”), os parênteses ( ( ) ) e o travessão (—).

1.9.1.1 Ponto (.)


Ponto, ou ponto final, é utilizado para terminar a ideia ou discurso e indicar o
final de um período. O ponto é ainda utilizado nas abreviações.
Exemplos do uso de ponto:
• Acordei e logo pensei nela e na discussão que tivemos. Depois, saí para traba-
lhar e resolvi ligar e pedir perdão.
• O filme recebeu várias indicações para o Oscar.
• Esse acontecimento remonta ao ano 300 a.C., segundo afirmam os nossos
historiadores.
• Sr. João, lamentamos informar que o seu voo foi cancelado.

1.9.2 Vírgula (,)


A vírgula indica uma pausa no discurso. Sua utilização é tão importante que pode
mudar o significado quando não utilizada ou utilizada de modo incorreto. A vírgula
também serve para separar termos com a mesma função sintática, bem como para
separar o aposto e o vocativo.

Exemplos do uso de vírgula:


• Precisarei de farinha, ovos, leite e açúcar.
• Rose Maria, apresentadora do programa da manhã, falou sobre as receitas
vegetarianas. (aposto)
• Desta maneira, Maria, não posso mais acreditar em você. (vocativo).

1.9.3 Ponto e Vírgula (;)


O ponto e vírgula serve para separar várias orações dentro de uma mesma frase
e para separar uma relação de elementos.
É um sinal que muitas vezes gera confusão nos leitores, já que ora representa
uma pausa mais longa que a vírgula e ora mais breve que o ponto.
Exemplos do uso de ponto e vírgula:
• Os empregados, que ganham pouco, reclamam; os patrões, que não lucram,
reclamam igualmente.

21
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
• Joaquim celebrou seu aniversário na praia; não gosta do frio e nem das mon-
tanhas.
• Os conteúdos da prova são: Geografia; História; Português.

1.9.4 Dois Pontos (:)


Esse sinal gráfico é utilizado antes de uma explicação, para introduzir uma fala
ou para iniciar uma enumeração.

Exemplos do uso de dois pontos:


• Na matemática, as quatro operações essenciais são: adição, subtração, mul-
tiplicação e divisão.
• Joana explicou: — Não devemos pisar na grama do parque.
• Descobri onde estava o livro: na mochila.

1.9.5 Ponto de Exclamação (!)


O ponto de exclamação é utilizado para exclamar. Assim, é colocado em frases
que denotam sentimentos como surpresa, desejo, susto, ordem, entusiasmo, espanto.

Exemplos do uso de ponto de exclamação:


• Que horror!
• Ganhei!
• Quieto!

1.9.6 Ponto de Interrogação (?)


O ponto de interrogação é utilizado para interrogar, perguntar. Utiliza-se no final
das frases diretas ou indiretas-livre.

Exemplos do uso de ponto de interrogação:


• Quer ir ao cinema comigo?
• Será que eles preferem jornais ou revistas?
• Entendeu?

1.9.7 Reticências (...)


As reticências servem para suprimir palavras, textos ou até mesmo indicar que o
sentido vai muito mais além do que está expresso na frase.
Exemplos do uso de reticências:

22
Comunicação e Linguagem

• Ana gosta de comprar sapatos, bolsas, calças…


• Não sei… Preciso pensar no assunto.
• “A vida é uma tempestade (...) Um dia você está tomando sol e no dia seguinte
o mar te lança contra as rochas.” (O Conde de Monte Cristo, Alexandre Du-
mas).

1.9.8 Aspas (“ “)

É utilizado para enfatizar palavras ou expressões, bem como é usada para deli-
mitar citações de obras.

Exemplos do uso de aspas:


• Satisfeito com o resultado do vestibular, se sentia “o bom”.
• Brás Cubas dedica suas memórias a um verme: “Ao verme que primeiro roeu
as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memó-
rias póstumas.”
• É simplesmente “inacreditável” o que aconteceu.

1.9.9 Parênteses ( ( ) )
Os parênteses são utilizados para isolar explicações ou acrescentar informação
acessória.

Exemplos do uso de parênteses:


• O funcionário (o mais mal-humorado que já vi) fez a troca dos artigos.
• Cheguei à casa cansada, jantei (um sanduíche e um suco) e adormeci no sofá.
• Saiu às pressas (como sempre) e esqueceu o lanche na cozinha.

1.9.10 Travessão (—)


O Travessão é utilizado no início de frases diretas para indicar os diálogos do
texto, bem como para substituir os parênteses ou dupla vírgula.

Exemplos do uso do travessão:


• Muito descontrolada, Paula gritou com o marido: — Por favor, não faça isso
agora, pois teremos problemas mais tarde.
• Perguntei: — Onde é o ponto de ônibus?
• Maria - funcionária da prefeitura - aconselhou-me que fizesse assim.

23
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

__________________________________________________________________________
ACESSE:
Para uma maior informação sobre os sinais de pontuação
clica no link: PONTUAÇÃO: Quais são os Sinais de Pontu-
ação?
__________________________________________________________________________

24
Comunicação e Linguagem

ATIVIDADE 1.

1. Assinale a opção em que todas as palavras estão escritas com a grafia CORRETA.
a) chuchu, jesto, inchado, pesquiza
b) bege, paralizar, suspense, voçê
c) irrequieto, cérebro, quiser, cansaço
d) losângulo, raíz, padrasto, absurdo

2. No cartum apresentado, o significado da palavra escrita é reforçado pelos elementos


visuais, próprios da linguagem não verbal. A separação das letras da palavra em balões
distintos contribui para expressar principalmente a seguinte idei

Figura 8: Cartum de Linguagem

https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=h%2fGu%2f5QL&id=796574A659AA44B-
3970F0C9B83B5. Acesso em:30 de set. 2022

a) dificuldade de conexão entre as pessoas


b) aceleração da vida na contemporaneidade
c) desconhecimento das possibilidades de diálogo
d) desencontro de pensamentos sobre um assunto

3. Indique a única oração em que a vírgula foi usada corretamente.


a) O cliente novo que, não paga as dívidas, vive reclamando.
b) O entregador que trouxe o bolo, não tem troco.
c) Os palestrantes estão descansando, naquela sala.
d) Naquela sala, os palestrantes costumam descansar.
e) O diretor e o professor, entraram às pressas.

25
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

4. Assinale a afirmativa que apresenta ERRO de ortografia.


a) Milhares de pessoas cometem suicídio a cada ano.
b) A tristesa se refere a uma angústia ou uma desesperança.
c) A depressão é uma doença séria e assim deve ser tratada.
d) Não é evidente se a medicação contra a depressão afeta o risco de suicídio.

5. Os emojis foram criados em 1999 pelo designer japonês Shigetaka Kurita com o
intuito de aprimorar a comunicação da população japonesa. Sobre essa linguagem é
correto afirmar:
Figura 9: Emojis

https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=ZNXPleN9&id=5C9DA36F6CC476C9B3EB-

9FADC. Acesso em 30 de set. de 2022

a) Os emojis complementam a linguagem verbal expressando as emoções dos emisso-


res da mensagem.
b) Os emojis utilizam a linguagem mista em que há o uso da linguagem verbal e não
verbal.
c) os emojis representam uma linguagem verbal expressa por diversas figuras.
d) Os emojis são sempre utilizados com os emoticons, outro tipo de linguagem não
verbal.

26
Unidade 2

Comunicação: Processo e
elementos da
aprendizagem

Objetivos da aprendizagem:

• Entender o Novo Acordo Ortográfico e seus objetivos.


• Participar de atividade de construção de regras e/ou familiarização
delas com procedimentos de consulta a fontes confiáveis.
• Analisar palavras cuja grafia pode induzir a erros, inferindo as regras/
os princípios gerativos e fazendo anotações que auxiliem na escrita
correta.
• Compreender as constatações e as regularidades descobertas e as do
próprio processo de aprendizagem, de modo a ampliar o autoconheci-
mento.
• Identificar as novidades introduzidas pelo acordo, sendo eles: no alfa-
beto; na acentuação; no emprego do hífen; o trema.
• Despertar para a atualização em relação ao novo Acordo Ortográfico
da Língua Portuguesa. Reflexão sobre o fato de que a língua é algo vivo
e que mudanças já ocorreram e ocorrem, sem que, entretanto, isso
faça com que ela perca sua identidade.

2. Ortografia

A ortografia é a parte da gramática que estuda a forma correta da escrita e re-


gistra os sinais gráficos das palavras da língua. De acordo com a etimologia (ciência
responsável por estudar a origem das palavras), ortografia vem do grego ortho que
significa “correto”, e grafo significa “escrita”.
É importante destacar que a ortografia relaciona-se aos seguintes estudos:

28
Comunicação e Linguagem

• Fonologia: estudo dos sons e particularidades da fala;


• Morfologia: estudo das palavras e suas classificações;
• Sintaxe: estudo das relações e combinações entre as palavras de um enun-
ciado

2.1 Principais regras da ortografia


2.1.1 Alfabeto:

A escrita é possível graças aos sinais gráficos ordenados que transcrevem os sons
da linguagem. A língua portuguesa tem 26 letras, três das quais são usadas em casos
especiais: K, W e Y.

Emprego das letras K, W e Y

• Siglas e símbolos: kg (quilograma), km (quilômetro), K (potássio).


• Antropônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas es-
trangeiras: Kelly, Darwin, darwinismo.
• Topônimos (e respectivas palavras derivadas) originários de línguas estran-
geiras: Kosovo, Kuwait, kuwaitiano.
• Palavras estrangeiras não adaptadas para o português: feedback, hardware,
hobby.

2.1.2 Uso Ç

Registra-se Ç nos seguintes casos:

• Palavras de origem árabe e indígena: muçulmano, paçoca etc.


• Verbos no imperativo (modo que exprime uma ordem, conselho e/ou pedido)
findados em -ECER e no tempo presente do subjuntivo (modo que exprime
um fato possível ou duvidoso): apareça (aparecer), estabeleçam (estabelecer)
etc.
• Substantivos derivados de verbos que não marcam a desinência -R: sedução
(seduzir), traição (trair) etc.
• Substantivos derivados de palavras terminadas em -TO: relação (relato), elei-
ção (eleito) etc.
• Substantivos derivados de palavras terminadas em -TOR: audição (auditor),
infração (infrator) etc.

29
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
• Substantivos derivados de palavras terminadas em -TIVO: ação (ativo) etc.
• Substantivos terminados em -TENÇÃO: retenção (reter), atenção (ater) etc.

2.1.3 Uso de CH e X

É muito frequente as pessoas confundirem CH com X e vice-versa. Confira abaixo


as regras de uso de cada letra.

Registra-se X nos seguintes casos:

• Palavras de origem indígena, africana e aportuguesadas do inglês: xerox, xin-


gar, xavante, xará etc.
• Ditongos (encontro vocálico que liga uma vogal e uma semivogal pronuncia-
das numa só sílaba): frouxo, caixa etc.
• Palavras iniciadas por ME-: mexicana, mexer etc.
• Após a sílaba inicial EN-: enxurrada, enxada, enxugar etc.

Atenção!
O verbo “encher” e o substantivo “mecha” escrevem-se com CH (não confunda
com “mexa” do verbo mexer).

Leia abaixo exemplos de palavras com CH e X

Palavras com CH: chama, colcha, bolacha, boliche, mochila, tocha


Palavras com X: xingamento, lagartixa, xerife, bexiga, bruxaria, caxumba

2.1.4 Uso do E

• Verbos terminados em -OAR e -UAR: perdoe (perdoar), atue (atuar) etc.


Uso do I
• Nos verbos terminados em -UIR, -OER, -AIR: polui (poluir), dói (doer), atrai
(atrair) etc.

2.1.5 Uso do G e J

Registra-se G nos seguintes casos:

30
Comunicação e Linguagem

• Palavras terminadas em -ÁGIO, -ÉGIO, -ÍGIO, -ÓGIO, -ÚGIO: estágio, colégio,


prodígio, refúgio etc.
• Substantivos terminados em -AGEM, -IGEM, -UGEM: garagem, imagem, ferru-
gem etc. Exceções: pajem, lambujem.

Em contrapartida, registra-se J nos seguintes casos:

• Palavras derivadas de outras palavras que já contêm J: sujeito, sujeitar, sujei-


ção, subjetivo.
• Conjugações de verbos terminados em -JAR, -JER ou -JEAR: arranjei (arranjar),
gorjeiam (gorjear) etc.
• Palavras terminadas em -JA: laranja, laranjada, laranjal etc.
• Palavras de origem árabe, africana e tupi: alforje (árabe), jiló (africana), pajé
(tupi).

Abaixo leia exemplos de palavras com G e J:

Palavras com G: tigela, tangerina, ligeiro, estrangeiro, angélico


Palavras com J: traje, sarjeta, jiboiá, anjinho, cafajeste,

2.1.6 Uso do H

Registra-se H nos seguintes casos:

• Palavras compostas: super-herói, sobre-humano etc.


• Nos dígrafos NH, LH, CH: amanhã, palhaço, chamar etc.
• Casos de etimologia: hábil, habilidade, habilidoso etc.
• Interjeições: Ah! Oh!

2.1.7 Uso do S e Z

Registra-se S nos seguintes casos:

• Conjugações dos verbos “pôr” e “querer”: pôs, quis.


• Após ditongos, quando houver som de Z: lousa, coisa, náusea etc.
• Sufixos -ÊS, -ESA, -ISA que indicam profissão, título e origem: francesa, poeti-

31
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
sa, baronesa etc.
• Adjetivos terminados em -OSO, -OSA que exprimem noção de quantidade,
circunstância e/ou estado: feioso, horroroso etc.
• Verbos terminados em -NDER, -NDIR: suspensão, suspenso, suspensivo (sus-
pender).
• Palavras terminadas em -ERTER, -ERTIR: conversão, convertido (converter).
Registra-se Z nos seguintes casos:
• Sufixos -IZAR responsável por formar verbos: hospitalizar, equalizar.
• Sufixos -IZAÇÃO responsável por formar substantivos: hospitalização, equali-
zação etc.
• Sufixos -EZA, -EZ responsáveis por constituir substantivos abstratos (imate-
riais, sem existência própria): nobreza, limpeza etc.

Abaixo observe exemplos de palavras com S e Z:

Palavras com S: uso, jus, invés, gás, alisar


Palavras com Z: verniz, talvez, prazer, giz, amizade

2.1.8 Uso do SS

Registra-se SS nos seguintes casos:

• Terminações do pretérito imperfeito do subjuntivo (que expressam um fato


passado dependente de outro fato passado): vendessem, lessem, estudasse
etc.
• Sufixos que formam o grau do superlativo sintético de alguns adjetivos (inten-
sificam a qualidade de um ser) com -ISSÍMO, -IMO, -RIMO: altíssimo, inteligen-
tíssimo etc.
• Palavras constituídas de verbos terminados em -METER: remessa (remeter),
compromisso (comprometer) etc.
• Palavras formadas por verbos terminados em -GREDIR: regressão (regredir),
progresso (progredir) etc.
• Palavras constituídas de verbos findados em -PRIMIR: impressão (imprimir),
repreensão (reprimir) etc.
• Palavras formadas por verbos terminados em -CEDER: excessivo (exceder)
etc.

32
Comunicação e Linguagem

2.2 Novo Acordo Ortográfico

O novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa foi feito com o objetivo de unifi-
car a grafia de países que tem como língua oficial a língua portuguesa. Entrou em vigor
em 1º de janeiro de 2006.
Esse acordo foi feito entre os países: Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Prínci-
pe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Timor Leste que compõem a Comunida-
de dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Através do novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a comunicação entre
esses países passou a ser mais fluida, mais fácil.
Como o novo acordo ortográfico da língua portuguesa, a ortografia da língua
passou por mudanças que envolvem:

• O alfabeto
• Acentuação
• Consoantes mudas
• Uso das letras maiúsculas e minúsculas

2.2.1 O alfabeto no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa

A Língua Portuguesa era composta por 23 letras antes do novo acordo. Após as
mudanças, o alfabeto passou a ter 26 letras.

Antes: A B C D E F G H I J L M N O P Q R S T U V X Z
Depois: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z

Isso porque foram incorporadas ao alfabeto três letras que eram consideradas
estrangeiras: K, W e Y. Assim, essas letras podem ser usadas em nomes próprios es-
trangeiros de pessoas, lugares e seus derivados.
O K, W e Y também podem ser usados em siglas, símbolos, unidades de medida e
monetárias e estrangeirismos, usados frequentemente como: darwinismo, download,
software, playground e km.

33
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Figura 10: Ortografia

Fonte: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=h%2fGu%2f5QL&id=796574A659A-
A44B3970F0C9B83B5. Acesso em:30 de set. 2022

2.3 Novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa e acentuação

2.3.1 Uso do trema

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o uso do trema não é mais


empregado: nem em palavras portuguesas, nem em palavras aportuguesadas.

• Pinguim
• Linguiça
• Consequência
• Cinquenta

Atenção: em palavras como mülleriano (de Müller) e hübneriano (de Hübner) o


uso do trema ainda deve ser feito, pois se trata de nomes próprios estrangeiros.

2.3.2 Acento diferencial

O acento diferencial em palavras homógrafas não é mais empregado. Exceto das


palavras pôr e por, pôde e pode.
Palavras homógrafas são aquelas que possuem a mesma grafia e pronúncia se-
melhantes, mas com significados diferentes. Exemplo: “para: verbo” e “para: preposi-
ção”.

34
Comunicação e Linguagem

O acento diferencial é empregado em situações em que há a distinção de tempo


verbal e singular e plural de verbos.

• Ele mantém / eles mantêm


• Ele convém / eles convêm
• Ele tem / eles têm
• Ele contém / eles contêm

Ele é facultativo entre a 1² pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo e a


1° pessoa do plural do presente do indicativo.

• Estudamos e estudámos
• Demos e dêmos
• Cantamos e cantámos

Além disso, há algumas diferenças entre a acentuação gráfica de algumas pala-


vras do português brasileiro para o de Portugal. Nesses casos, ambos foram conside-
rados corretos.

• Antônimo e antónimos.
• Gênero e género.
• Sinônimo e sinónimo.
• Purê e puré.
• Bebê e bebé.

Da mesma forma com palavras que são acentuadas no Brasil e em Portugal, não.

• Averígue e averigue.
• Apazígua e apazigua.
• Enxágue e enxague.
• Delínquo e delinquo.

2.3.3 Acento circunflexo

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento circunflexo não é


mais empregado em palavras paroxítonas que terminam em êem e palavras com o

35
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
hiato oo.

• Voo.
• Povoo.
• Leem.
• Enjoo.
• Abençoo.

2.3.4 Hífen
O emprego do hífen foi o que mais sofreu mudanças com o novo acordo ortográ-
fico da Língua Portuguesa. Isso porque palavras que antes não tinham passaram a ter,
enquanto outras deixaram de ter.
Passa a ter hífen palavras que terminam com a mesma letra da segunda palavra,
ou quando a segunda palavra começar com a letra h.

• Micro-ondas.
• Sobre-humano.
• Supra-hepático.
• Anti-inflamatório.

Não tem hífen palavras que terminam com vogal e a segunda palavra começam
com r ou s, sendo essas consoantes duplicadas.

• Antissocial.
• Antirrugas.

Também não tem hífen palavras que terminam com vogal e a seguinte começa
com vogal diferente.

• Antiaéreo.
• Extraescolar.
• Semianalfabeto.
• Infraestrutura.
• Semiaberto.

O hífen é mantido em palavras compostas por justaposição que não tem elemen-

36
Comunicação e Linguagem

tos de ligação e juntas formam um único significado.

• Guarda-chuva.
• Meio-dia.
• Segunda-feira.
• Decreto-lei.

Já em palavras compostas por justaposição que não tem a noção de composição


de significado o hífen não é empregado.

• Paraquedismo.
• Paraquedas.
• Paraquedista.

Não tem hífen palavras que terminam com re e a seguinte palavra começa com
e.

• Reeleição.
• Reeducação.
• Reeditar.

Também não tem hífen as palavras que com começam com co e se a seguinte
palavra começa com a letra h.

• Coabitante: antes co-habitante.


• Coautor.

2.3.5 Ditongos

No novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, o acento não é mais empre-


gado em palavra paroxítonas com i e u depois de ditongo.

• Assembleia.
• Ideia.
• Feiura.
• Bocaiuva.

37
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Já palavras paroxítonas com ditongo aberto ei e oi, o acento passa a ser empre-
gado.

• Androide.
• Alcateia.

Continuam com acentos as palavras oxítonas com ditongo aberto eu, ei e ou.
Exemplo: chapéu, papéis e heróis.

• Chapéu.
• Papéis.
• Heróis.

2.3.6 Consoantes mudas

Palavras que possuem os encontros consonantais do tipo cc, cç, pc, pç e pt foram
abolidas as letras c e p se forem mudas. Atenção: são mantidas na pronúncia.

Palavras com consoantes pronunciadas


• Aptidão.
• Compacto.
• Ficção.
• Adepto.
• Pacto.
• Núpcias.
Palavras com consoantes não pronunciadas
• Afectivo: afetivo.
• Adopção: adoção.
• Actividade: atividade.
• Direcção: direção.
• Exacto: exato.
• Acção: ação.
Palavras com consoantes com dupla grafia
• Amígdala e amídala.
• Súbdito e súdito.
• Concepção e conceção.

38
Comunicação e Linguagem

• Recepção e receção.
• Fato e facto.
• Subtil e sutil.
• Suntuoso e sumptuoso.
• Amnistia e anistia.

2.3.7 Letras Maiúsculas e Minúsculas

De acordo com o novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa, as letras mai-


úsculas são usadas em nomes próprios de pessoas, animais, lugares (cidades, países,
continentes...), acidentes geográficos, rios, instituições e entidades.
Além de em nomes de festas e festividades, em nomes astronômicos, em títulos
de periódicos e em siglas, símbolos ou abreviaturas.

Exemplos:
• Marta.
• FIFA.
• França.
• Marte.
• Amazonas.
• Cruz Vermelha.
• Copa do Mundo.
• O Estado do São Paulo.

As letras minúsculas podem ser usadas nos dias da semana, meses e estações
do ano. Exemplo: terça-feira, novembro, outono. E nos pontos cardeais, caso sejam
usados para indicar direção.
O uso da letra maiúscula ou minúscula é facultativo em títulos de livros (total-
mente em maiúsculas ou apenas com maiúscula inicial), palavras de categorizações
(rio, rua, igreja…), nomes de áreas do saber, matérias e disciplinas, versos que não ini-
ciam o período e palavras ligadas a uma religião.
______________________________________________________________________________
ACESSE:
Para maior obtenção do conhecimento clica no link do artigo:
A nova ortografia da língua portuguesa

______________________________________________________________________________

39
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
2.4 Flexões Nominais e Verbais

São morfemas (pedaço mínimo para expressar um significado) colocados no fi-


nal das palavras para indicar que elas podem mudar de forma e flexionar tanto nos
nomes como nos verbos.

2.4.1 Modos verbais.


O modo verbal indica as diferentes maneiras que os verbos podem ser utilizados,
conforme a posição do falante em relação à ação verbal e conforme a significação que
se planeja transmitir.

Existem três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo.

2.4.2 Modo indicativo

O modo indicativo é usado para exprimir uma ação certa e real:


• (Eu) aprendi a patinar na praça.
• (Eu) vou ao supermercado agora.

Tempos verbais do modo indicativo:

• Presente do indicativo;
• Pretérito imperfeito do indicativo;
• Pretérito perfeito do indicativo;
• Pretérito mais-que-perfeito do indicativo;
• Futuro do presente do indicativo;
• Futuro do pretérito do indicativo;
• Pretérito perfeito composto do indicativo;
• Pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo;
• Futuro do presente composto do indicativo;
• Futuro do pretérito composto do indicativo.

2.4.3 Modo subjuntivo

O modo subjuntivo é usado para exprimir uma ação possível, que ainda não foi
realizada e que muitas vezes está dependente de outra:

40
Comunicação e Linguagem

• E se eu aprendesse a patinar na praça?


• Você quer que eu vá ao supermercado agora?

Tempos verbais do modo subjuntivo:

• Presente do subjuntivo;
• Pretérito imperfeito do subjuntivo;
• Futuro do subjuntivo;
• Pretérito perfeito composto do subjuntivo;
• Pretérito mais-que-perfeito composto do subjuntivo;
• Futuro composto do subjuntivo.

2.4.4 Modo imperativo


O modo imperativo é usado para exprimir uma ordem, um pedido, uma exorta-
ção ou um conselho:
• Aprende a patinar na praça.
• Vai ao supermercado agora.

Tempos verbais do modo imperativo:

• Imperativo afirmativo;
• Imperativo negativo.

2.5. Formas nominais

As formas nominais, quando sozinhas, não estão relacionadas com nenhum tem-
po e modo verbal. Chamam-se nominais porque podem desempenhar funções exerci-
das por nomes, como substantivos, adjetivos e advérbios.

As formas nominais são: o gerúndio, o particípio e o infinitivo.

2.5.1 Gerúndio

O gerúndio é usado para indicar uma ação ainda não terminada, bem como um
prolongamento da ação no tempo:

• Você está ouvindo o que eu estou falando?

41
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
• Ele está estudando há duas horas.

Pode também assumir a função de um advérbio ou de um adjetivo:

• Esquecendo suas tarefas, ficou em casa descansando.


• Saindo de casa, escorregou nos degraus.

Exemplos de verbos no gerúndio:


• brincando (verbo brincar);
• gostando (verbo gostar);
• esquecendo (verbo esquecer);
• entendendo (verbo entender);
• sentindo (verbo sentir);
• sorrindo (verbo sorrir).

2.5.2 Particípio

O particípio permite a formação de tempos verbais compostos e transmite a no-


ção da conclusão da ação verbal, ou seja, o estado da ação depois de terminada:
• Quando cheguei eles já tinham estudado tudo.
• Este artigo já foi revisado?

Pode também assumir a função de um adjetivo:


• Meu filho é pouco esforçado nos estudos.
• Eu ando desiludido com essa situação.

Existem particípios regulares (terminados em -ado ou -ido) e particípios irregula-


res (maioritariamente terminados em -to ou -so).

Exemplos de verbos com particípio regular:


• estudado (verbo estudar);
• crescido (verbo crescer);
• dividido (verbo dividir)

Exemplos de verbos com particípio irregular:


• dito (verbo dizer);
• posto (verbo pôr);

42
Comunicação e Linguagem

• feito (verbo fazer).

Exemplos de verbos com particípios regulares e irregulares:


• aceitado e aceito (verbo aceitar);
• entregado e entregue (verbo entregar);
• extinguido e extinto (verbo extinguir).

2.5.3 Infinitivo

O infinitivo divide-se em infinitivo impessoal (não flexionado) e infinitivo pessoal


(flexionado).
O infinitivo impessoal deverá ser usado: quando não houver um sujeito definido,
quando o verbo tiver regência de uma preposição, com sentido imperativo, quando o
sujeito da segunda oração for igual, em locuções verbais e com alguns verbos que não
formam locução verbal (ver, sentir, mandar,…):

• Meus irmãos gostam de tocar piano.


• Eles não conseguiram entender o problema apresentado.

O infinitivo pessoal deverá ser usado: sempre que há um sujeito definido, quan-
do se quiser definir o sujeito, quando o sujeito da segunda oração diferir e para indicar
uma ação recíproca:

• Esta tarefa é para vocês fazerem.


• É essencial sabermos isso.

3.3.1 O infinitivo pode assumir também a função de um substantivo:


• Você ouviu o cantar do galo?
• Não sei de onde é esse falar.

Exemplos com o infinitivo impessoal:


• falar (verbo falar);
• ler (verbo ler);
• partir (verbo partir).

Exemplo com infinitivo pessoal:


• falar, falares, falar, falarmos, falardes, falarem (verbo falar);

43
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
• ler, leres, ler, lermos, lerdes, lerem (verbo esquecer);
• partir, partires, partir, partirmos, partirdes, partirem (verbo partir).

2.6. Concordância, Regência e Acentuação

Concordância verbal e nominal é a relação que garante que as palavras concor-


dam umas com as outras.
A concordância verbal garante que os verbos concordem com os sujeitos, en-
quanto a concordância nominal garante que os substantivos concordem com adjetivos,
artigos, numerais e pronomes.

Exemplo: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos.

Neste exemplo, quando concordamos o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos)


estamos fazendo a concordância verbal.
Por sua vez, quando concordamos os substantivos (regras e exemplos) com o
adjetivo (complicados) estamos fazendo concordância nominal.

2.6.1 Regras de concordância verbal

Para garantir a concordância verbal, precisamos respeitar as relações de número


e pessoa entre verbo e sujeito. Vejamos algumas regras.

2.6.1 Concordância de sujeito composto antes do verbo

Quando o sujeito é composto e vem antes do verbo, esse verbo deve estar sem-
pre no plural.

Exemplos:

• Maria e José conversaram até de madrugada.


• Construção e pintura ficarão prontas amanhã

2.6.3 Concordância de sujeito composto depois do verbo

Quando o sujeito composto vem depois do verbo, o verbo tanto pode ficar no
plural como pode concordar com o sujeito mais próximo.

44
Comunicação e Linguagem

Exemplos:

• Discursaram diretor e professores.


• Discursou diretor e professores.

2.6.4 Concordância de sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes

Quando o sujeito é composto, mas as pessoas gramaticais são diferentes, o ver-


bo deve ficar no plural. No entanto, ele concorda com a pessoa que, a nível gramatical,
tem prioridade.
Isso quer dizer que 1.ª pessoa (eu, nós) tem prioridade em relação à 2.ª (tu, vós)
e a 2.ª tem prioridade em relação à 3.ª (ele, eles).

Exemplos:
• Nós, vós e eles vamos à festa.
• Tu e ele falais outra língua?

2.7 Regras de concordância nominal

Para garantir a concordância nominal, precisamos respeitar as relações de gê-


nero e número entre substantivos, adjetivos, artigos, numerais e pronomes. Vejamos
algumas regras.

2.7.1 Concordância entre substantivo e mais do que um adjetivo


Quando há mais do que um adjetivo para um substantivo, há duas formas de
concordar: colocar o artigo antes do último adjetivo.

Exemplos:
• A língua francesa e a italiana são encantadoras.
• A música clássica e a popular são manifestações artísticas.
Colocar o substantivo e o artigo que o acompanha no plural.

Exemplos:
• As línguas francesa e italiana são encantadoras.
• As músicas clássica e popular são manifestações artísticas.

2.7.2 Concordância entre substantivos e um adjetivo

45
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Quando há mais do que um substantivo e apenas um adjetivo, há duas formas
de concordar:
Se o adjetivo vem ANTES dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo.
Exemplos:
• Linda filha e bebê.
• Querido filho e filha.
Se o adjetivo vem DEPOIS dos substantivos, o adjetivo deve concordar com o
substantivo mais próximo ou com todos os substantivos.

Exemplos:
• Pronúncia e vocabulário perfeito.
• Vocabulário e pronúncia perfeita.
• Pronúncia e vocabulário perfeitos.
• Vocabulário e pronúncia perfeitos.
______________________________________________________________________________
ASSISTA:
Para obter mais conhecimento clica no link do vídeo:
Concordância Verbal

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46
Comunicação e Linguagem

ATIVIDADE 2
1. Marque a opção onde as duas palavras são acentuadas devido à mesma regra:

a) saí – dói
b) relógio – própria
c) só – sóis
d) dá – custará
e) até – pé

2. Indique a única frase que se preenche corretamente apenas com a primeira forma
verbal entre parênteses.

a) Muitos de nós ___ pela alfabetização dos povos. (lutam ‑ lutamos)


b) A maioria dos indivíduos ___ com uma vida digna. (sonha ‑ sonham)
c) ___ ‑se, antigamente a leis extremamente severas. (obedecia ‑ obedeciam)
d) ___ da ignorância o subdesenvolvimento e a miséria. (nasce ‑ nascem)
e) ___‑se lado a lado a miséria e a doença. (encontra ‑ encontram)

3. Observe as frases abaixo e marque a concordância verbal incorreta:

a) V. Ex.ª é generoso.
b) Mais de um jornal comentou o jogo.
c) Elaborou-se ótimos planos.
d) Eu e minha família fomos ao mercado.
e) Os Estados Unidos situam-se na América do Norte.

4. Assinale a alternativa que completa as frases:

I – Cada qual faz como melhor lhe_________.


II – O que _______ estes frascos?
III – Nestes momentos os teóricos________ os conceitos.
IV – Eles _______. a casa do necessário.

a) convém, contêm, reveem, proveem

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
b) convém, contém, reveem, provém
c) convém, contém, revêm, provém
d) convêm, contém, reveem, proveem
e) convêm, contêm, reveem, proveem

5. Considerando a análise das formas verbais utilizadas no seguinte período, assinale


a alternativa INCORRETA: “Um banco de dados que teria informações de mais de 92
milhões de brasileiros está sendo leiloado na internet.”.

a) O verbo “teria” está conjugado no pretérito do modo subjuntivo para indicar incerte-
za diante da existência do banco de dados.
b) O verbo na forma nominal “sendo”, utilizado em “está sendo leiloado”, está no gerún-
dio para indicar um processo.
c) O verbo na forma nominal “leiloado” está no particípio passado, indicando uma ca-
racterística do banco de dados; funciona,portanto, como um adjetivo.
d) O verbo “está” encontra-se conjugado no presente do indicativo, tempo e modo ver-
bal utilizados para indicar certeza de que o evento ainda está ocorrendo no momento
da divulgação da notícia.
e) A utilização da voz passiva em “está sendo leiloado” permite que não seja explicitado
o agente da ação, visto que não se pode afirmar com certeza quem está realizando o
leilão.

48
Unidade 3

O estudo do texto:
Leitura, interpretação e
gêneros

Objetivos da Aprendizagem

• Identificar a ideia central de um texto, demonstrando o entendimento


global;
• Construir a compreensão do texto lido, unificando e relacionando in-
formações implícitas e explícitas dos textos lidos;
• Produzir textos utilizando recursos de linguagem escrita e desenvol-
ver comportamentos de escritor (planejar, redigir, revisar e passar a
limpo).
• Desenvolver e identificar a análise da estrutura de uma texto e sua
linguagem, como: narrativa, argumentativo, dissertativo, descritivo,
informativo ou injuntivo.

3. Organização de parágrafos: tópico frasal e ideias secundárias

A palavra, do grego “parágrafos” significa “escrever ao lado” ou “escrito ao lado”,


sendo seu símbolo (§), ainda muito utilizado nos artigos legislativos.
O parágrafo é uma unidade de composição em que se desenvolve determinada
ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacio-
nadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.
O texto constitui um todo coeso, sendo composto de diversos parágrafos. Estes,
são constituídos por diversas frases, que apresentam uma determinada coerência e

50
Comunicação e Linguagem

coesão entre si, ou seja, uma ideia central mediante pontuação e uso de elementos
coesivos adequados à semântica do texto.
A passagem de um parágrafo ao outro, dependerá do conteúdo e da finalidade
do emissor de construí-lo. A sua estrutura costuma ser dividida em três partes: introdu-
ção, onde é inserido do tópico frasal, ou seja, a ideia central do parágrafo; o desenvol-
vimento, que consiste na explicação do tópico frasal; e a conclusão, encerrando a ideia
apresentada no parágrafo e preparando o leito para a continuação do texto.

3.1 O parágrafo é uma unidade de composição

• O parágrafo não tem limite de tamanho, tem limite de abordagem. Nele só


cabe uma abordagem do assunto desenvolvido.
• Se a composição de um texto é um conjunto de ideias associadas, cada pa-
rágrafo – em princípio, pelo menos – deve corresponder a cada uma dessas
ideias, tanto quanto elas (as ideias) correspondem às diferentes partes em
que o autor julgou conveniente dividir o assunto.

3.1.1 Tipos de Parágrafo

Dependendo da dimensão e do tipo de texto, os parágrafos são classificados em:


• Longos: muito utilizado em textos acadêmicos, monografias, teses e artigos,
pois apresentam conceituações, definições e exemplificações.

Exemplo:
“Interessante notar que o sucesso da obra não fora passageiro e seu reconheci-
mento implicou no aumento considerável do número de vendas e edições ao longo desses
anos, sobretudo, do conhecimento e reconhecimento do público; e, se pensarmos assim, já
temos certeza que esse ‘personagem lendário’ adquiriu uma posição de destaque, já que
é considerada uma das maiores obras infanto-juvenis do Brasil, sendo atualmente utilizada
nas escolas como ferramenta de acesso e, consequentemente, para disseminar o gosto
pela leitura. Além disso, foi adaptada para cinema, série televisiva e desenho animado,
expandindo ainda mais os corriqueiros momentos de travessuras desse menino tão malu-
quinho”.

• Médios: normalmente encontrado nos meios de comunicação como as revis-


tas e os jornais. Esse tipo de parágrafo prende a atenção do leitor, uma vez
que suas ideias são apresentadas de maneira menos extensa.

51
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

Exemplo:
“O escritor e educador Rubem Alves (80 anos), esteve internado desde 10 de julho
em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nessa manhã, faleceu no Hospital Centro Mé-
dico de Campinas-SP, com falência múltipla de órgãos”.

• Curtos: encontrados nos textos infantis ou propagandas de publicidades.


Constituídos por poucas palavras e, no caso das propagandas, uso de frases
de destaque.

Exemplo:
“Compre agora com 50% de desconto”.

• Narrativos: utilizam dos recursos de textos narrativos (contar uma história)


para a construção do parágrafo como o predomínio dos verbos de ação. Nes-
se caso, se o discurso utilizado for o direto, pode haver travessões para indi-
car as falas das personagens.

Exemplo:
“Preocupada com a discussão na noite anterior, Sofia preferiu ligar à Dora, e contar-
-lhe sobre o ocorrido, antes que alguém o fizesse:
— Oi Dora, tudo bem? Estou te ligando para falar que Joaquim estava ontem na festa
e acabamos discutindo pelo mesmo motivo, mas dessa vez ele se alterou demasiado”.

• Descritivos: parágrafos repletos de adjetivos, verbos de ligação e orações co-


ordenadas, dos quais apresentam uma descrição e/ou apreciação de objeto,
pessoa, lugar, acontecimento, dentre outros.

Exemplo:
“Adélia conseguiu comprar a casa de seus sonhos num condomínio próximo à mon-
tanha, com garagem, jardim, piscina e área de lazer. Na parte de baixo está a cozinha, toda
equipada (com máquina de lavar e armários), a lavanderia, as salas (sala de jantar e sala
de estar), e, ainda, o pequeno lavabo com decoração rústica. Na parte superior da casa es-
tão os quartos (totalizando 5), sendo que todos eles são suítes, possuem carpete e armário
embutido”.

52
Comunicação e Linguagem

• Dissertativos: parágrafos que apresentam uma ideia; sua proposta é defen-


dê-la através da argumentação.

Exemplo:
“O abate humanitário, defende, sobretudo, o bem-estar do animal, garantido durante
toda sua vida até o momento do abate. Alguns apostam que esse tipo de abate, ao contrário
do abate tradicional, favorece na qualidade da carne, visto que o animal sente uma taxa
menor de stress. Entretanto, esse tipo de classificação coaduna com o sistema tradicional
de abate, de forma que o animal senciente, decerto não vive feliz confinado e, como todos
os seres, não deseja morrer. Igualmente, o fim desses animais, seja no sistema de abate
tradicional ou na irônica expressão abate “humanitário” são o mesmo: a morte e o sofrimen-
to de uma vida sem liberdade”.

3.1.2 Estruturação do Parágrafo

A constituição de um parágrafo envolve três partes fundamentais:

1. Introdução: chamado de “tópico frasal”, essa parte define toda a ideia do


parágrafo. Alguns recursos que auxiliam na estruturação de um tópico frasal são: uma
alusão histórica, declaração inicial, interrogação, dentre outros.
2. Desenvolvimento: momento de explicação e/ou explanação do tópico
inicial (frasal). Algumas maneiras para o desenvolvimento do texto são: desenvolvi-
mento por definição, fundamentação, exemplos, detalhes, comparação
3. Conclusão: Nesta parte, ocorre o arremate e a retomada para encerrar a
ideia inicial.

3.1.3 Parágrafo Frasal

O parágrafo frasal é aquele composto por apenas um período, ou seja, possui


apenas uma oração. Tal estrutura não é adequada porque:

• Indica pouca capacidade de estabelecer coesão por meio de conectivos;


• Torna o texto mal articulado;
• A leitura fica cansativa.
Também chamado de ideia central ou nuclear do parágrafo de desenvolvimento,
ele pode ser entendido como um resumo do ponto de vista que aquele período vai
abordar.

53
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Dessa forma, cada parágrafo de um texto deve conter um tópico frasal.
Contudo, vale ressaltar que não é necessário escrever mais de uma ideia central
em um mesmo parágrafo, pois isso pode deixar o texto confuso.
________________________________________________________________________________
ACESSE:
Para mais informações e conhecimentos clica no link do
texto: Tipos de Parágrafos

________________________________________________________________________________

3.2 Tipos e exemplos de tópicos frasais

• Declaração Inicial

Neste tipo de tópico frasal há a apresentação da ideia logo no início do parágrafo


e ela é comentada logo em seguida com o argumento.

Exemplo:
“As grandes metrópoles nasceram sem nenhum tipo de controle. Um seleto grupo
decidiu que a construção de ferrovias e metrôs não seria bom para o processo de venda
automática, logo, tem-se o caos atual por falta de investimentos que deveriam ter ocorrido.”

• Definição
Esse formato de tópico frasal apresenta uma palavra importante para aquele
contexto e explica seu significado.

Exemplo:
“Por pobreza entende-se a falta daquilo que é necessário à subsistência. Essa con-
dição está diretamente atrelada à violência social, pois o Atlas da Violência de 2018 indica
que as dez cidades com maiores taxas de assassinato no Brasil têm nove vezes mais pes-
soas na extrema pobreza do que as cidades menos violentas.”

• Contraste ou comparação
É a exposição das ideias ou situações opostas para evidenciar as diferenças entre
elas.

Exemplo:
“De um lado, estão os grandes capitalistas que anseiam pelo lucro. De outro, pesso-

54
Comunicação e Linguagem

as marginalizadas, que sofrem as consequências de grandes desastres ambientais.”

• Alusão histórica
É uma associação de um acontecimento do passado para explicar determinado
fato no presente.

Exemplo:
“Depois da instituição da Constituição Federal, em 1988, muitos abusos contra o
povo deixaram de ser cometidos graças à presunção de inocência.”

• Questionamento
E por fim, este último tipo de tópico frasal, diz respeito a possíveis perguntas que
podem ser formuladas a partir da temática. Confira sua aplicação:

Exemplo:
“Você já se perguntou o que é discriminação racial? A discriminação racial é a infe-
riorização ou exclusão de alguém por conta de sua raça, ou etnia.”

3.2.1 Ideias Secundárias

As ideias principais representam o núcleo do texto, em torno do qual se baseiam


as demais proposições, premissas que, por sua vez, se manifestam para dar sentido
àquele núcleo. Eles são o coração da mensagem que o remetente deseja transmitir.
É um conjunto de ideias que utilizamos que pode ser dividido em dois blocos:
as primárias e as secundárias. As primeiras são essenciais e definem o aspecto fun-
damental de uma realidade concreta. Já as secundárias são acessórias e dependem
hierarquicamente das primárias.
Em todo argumento ou raciocínio existem ideias que são principais, ou seja, são
os pontos destacados desse discurso pessoal. Para uma boa compreensão textual é
necessário entender a estrutura interna do texto, analisar as ideias primárias e secun-
dárias e verificar como elas se relacionam.
As ideias principais estão relacionadas com o tema central, o assunto núcleo. Já
as ideias secundárias unem-se às ideias principais e formam uma cadeia, ou seja, ocor-
re a explanação da ideia básica e a seguir o desdobramento dessa ideia nos parágrafos
seguintes, a fim de aprofundar o assunto.

55
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
3.2.2 Saber distinguir a ideia principal das complementares

Um dos pontos mais importantes na oratória consiste precisamente em saber di-


ferenciar claramente quais são os pontos de destaque numa exposição oral e quais são
as ideias secundárias para poder contribuir com uma estrutura lógica nesta exposição.

• Contribuir com argumentos

Do mesmo modo, esta diferenciação também é essencial ao aplicar uma das


técnicas de estudo mais habituais na compreensão de um texto: o sublinhado. Ao su-
blinhar em um texto as ideias destacadas com alguma cor chamativa é indispensável
grifar apenas as informações que são valiosas. As ideias secundárias de um texto são
aquelas que trazem informação complementar, ideias derivadas de um argumento
principal. Atuam como se tratasse de um complemento.
Existe uma relação de ligação entre a ideia principal e a ideia secundária de um
texto, estão relacionadas entre si na qual o significado completo de uma ideia secundá-
ria pode ser compreendido melhor em relação ao ponto de vista principal. Estas ideias
têm uma função de reforço na mensagem, como também trazem mais justificativas e
aspectos concretos à mesma.

• Como identificar a ideia principal do texto

O uso das ideias secundárias não significa dar rodeios. Existe um ponto impor-
tante para diferenciar qual é a ideia principal de um texto daquela que é secundária.
A ideia principal é aquela que mesmo com a diminuição do parágrafo continua tendo
o mesmo valor e significado por si só. Em compensação, não ocorre o mesmo com o
resto das ideias.
Esta aprendizagem tem grande valor, uma vez que permite melhorar a compre-
ensão da leitura, da comunicação oral e a ter melhor domínio da linguagem através da
expressão escrita com uma estrutura mais coerente. Por outro lado, esta compreensão
traz mais eficiência para a comunicação.

• Na compreensão dos acontecimentos

Além dos textos, organizamos a realidade em nossas mente mesmo a partir da


distinção entre a ideia principal e a ideia secundária. Pode-se dizer que a ideia principal
é o “o que” e a secundária é o “como” devem ser os fatos e acontecimentos.

56
Comunicação e Linguagem

Na filosofia ocidental as ideias se organizam seguindo o esquema das primá-


rias e das secundárias. Aristóteles explicava a realidade de uma coisa diferenciando a
substância dos acidentes e os filósofos empiristas distinguiam entre ideias simples e
complexas.

3.3 Gêneros Textuais e Tipos Textuais

O gênero textual é um conceito que visa compreender e explicar a materialização


dos inúmeros textos que utilizamos no dia a dia, desde mensagens telefônicas, posts
em redes sociais, entrevistas de emprego, artigos científicos, contação de histórias,
receita de bolo entre outros.
Existem muitos gêneros textuais, os quais promovem uma interação entre os
interlocutores (emissor e receptor) de determinado discurso.
Os gêneros textuais possuem características específicas que diferenciam um tex-
to do outro. As características dos tipos textuais são apresentadas de forma mais am-
pla: elas são analisadas com base no contexto nas quais são usadas nos tipos de textos:
narrativo, descritivo, dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.

3.3.1 Tipos de Gêneros Textuais

Cada texto possui uma linguagem e estrutura. Note que existem inúmeros gêne-
ros textuais nas categorias tipológicas de texto. Em outras palavras, gêneros textuais
são estruturas textuais peculiares que surgem dos tipos de textos: narrativo, descritivo,
dissertativo-argumentativo, expositivo e injuntivo.

• Diferença entre gênero e tipo textual

Enquanto os gêneros são formas flexíveis de textos, os tipos, por sua vez, carac-
terizam-se pela rigidez, pela estruturação pautada em sequências linguísticas, pelo uso
de vocabulário específico, por relações lógico-semânticas com propriedades mais fixas,
sendo os grandes conjuntos nos quais estão contidos os gêneros textuais.
Os estudos linguísticos, em sua maioria, reconhecem pelo menos os seguintes
tipos ou tipologias textuais: narração, argumentação, descrição, injunção e exposição.
Quando conseguimos reconhecer os tipos textuais, temos mais condições de interpre-
tá-los com eficácia, uma vez que os efeitos de sentido produzidos pelos textos estão
também relacionados à forma como estruturam-se.

57
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Figura: 11 Tipos textuais

Fonte: imgurl:https://static.portugues.com.br/2020/10/mapa.jpg - Bing. Acesso em 29 de set de 2022

3.3.2 Gênero Textual em Texto Narrativo

Os textos narrativos apresentam ações de personagens no tempo e no espaço.


A estrutura da narração é dividida em: apresentação, desenvolvimento, clímax e des-
fecho.
Alguns exemplos de gêneros textuais narrativos:
• Romance
• Novela
• Crônica
• Contos de Fada
• Fábula
• Lendas

3.3.3 Gênero Textual em Texto Descritivo

Os textos descritivos se ocupam de relatar e expor determinada pessoa, objeto,


lugar, acontecimento. Dessa forma, são textos repletos de adjetivos, os quais descre-
vem ou apresentam imagens a partir das percepções sensoriais do locutor (emissor).
São exemplos de gêneros textuais descritivos:
• Diário
• Relatos (viagens, históricos, etc.)
• Biografia e autobiografia
• Notícia

58
Comunicação e Linguagem

• Currículo
• Lista de compras
• Cardápio
• Anúncios de classificados

3.3.4 Gênero Textual em Texto Dissertativo-Argumentativo

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor um tema ou assun-


to por meio de argumentações. São marcados pela defesa de um ponto de vista, ao
mesmo tempo que tentam persuadir o leitor. Sua estrutura textual é dividida em três
partes: tese (apresentação), antítese (desenvolvimento), nova tese (conclusão).
Exemplos de gêneros textuais dissertativos:
• Editorial Jornalístico
• Carta de opinião
• Resenha
• Artigo
• Ensaio
• Monografia, dissertação de mestrado e tese de doutorado

3.3.5 Gênero Textual em Texto Expositivo

Os textos expositivos possuem a função de expor determinada ideia, por meio


de recursos como: definição, conceituação, informação, descrição e comparação.
Alguns exemplos de gêneros textuais expositivos:

• Seminários
• Palestras
• Conferências
• Entrevistas
• Trabalhos acadêmicos
• Enciclopédia
• Verbetes de dicionários

3.3.6 Gênero Textual em Texto Injuntivo

O texto injuntivo, também chamado de texto instrucional, é aquele que indica


uma ordem, de modo que o locutor (emissor) objetiva orientar e persuadir o interlocu-

59
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
tor (receptor). Por isso, apresentam, na maioria dos casos, verbos no imperativo.
Alguns exemplos de gêneros textuais injuntivos:
• Propaganda
• Receita culinária
• Bula de remédio
• Manual de instruções
• Regulamento
• Textos prescritivos

Os gêneros textuais fazem parte do nosso cotidiano. Por esse motivo, nada mais
importante que conhecer os principais tipos para entender melhor suas funções so-
ciais e comunicativas (entreter, comunicar, persuadir, informar, opinar, etc.).
Note que existe uma infinidade de gêneros textuais e aqui destacamos alguns
dos mais conhecidos e suas principais características:

3.3.7 Anúncio classificado: gênero textual breve, descritivo e expositivo, veicu-


lado nas seções de vendas, trocas, empréstimos, aluguéis de jornais ou revistas. Sua
função é chamar a atenção do interlocutor e fazê-lo agir.

3.3.8 Anúncio publicitário: gênero textual que tem como função persuadir e
convencer o leitor ao promover um produto, serviço, marca ou ideia. São textos que
geralmente aparecem nos meios de comunicação de massa.

3.3.9 Artigo: gênero textual dissertativo que tem como intenção abordar sobre
algum tema. Ele pode ser artigo de opinião, científico, etc.

3.3.10 Ata: gênero textual que organiza as informações formalmente (aconte-


cimentos, assuntos debatidos, discussões, resoluções propostas, pessoas presentes,
etc.) de reuniões, encontros, conferências, etc.

3.4. Bilhete
Gênero textual cotidiano e informal com o intuito de informar algo para alguém
que compartilhamos algum grau de afetividade. Composto de textos simples e breves,
os bilhetes são escritos com uma linguagem coloquial.

3.4.1 Carta: gênero textual composto de um emissor e receptor e podem conter


uma linguagem formal ou informal, dependendo do objetivo. Elas são classificadas em

60
Comunicação e Linguagem

diversos tipos: carta pessoal, aberta, argumentativa, do leitor, etc.

3.4.2 Cartaz: gênero textual informativo e apelativo cuja função é transmitir uma
mensagem, seja anunciar um produto, conscientizar sobre algo, chamar atenção para
algum evento, etc.

3.4.3 Conto: gênero textual narrativo curto que contém enredo, personagens,
tempo e espaço. Ele apresenta somente uma história e um conflito, e dependendo da
temática é classificado em diversos tipos: conto de fadas, infantis, fantásticos, de terror,
etc.
3.4.4 Crônica: gênero textual curto veiculado, sobretudo, nos meios de comu-
nicação de massa como revistas e jornais. As crônicas costumam usar uma linguagem
simples e informal e abordar temas cotidianos.

3.4.5 Declaração: gênero textual de valor documental e possui a função de de-


clarar, manifestar ou esclarecer sobre algo. Muito utilizado por instituições, ela pode
ser oral ou escrita.

3.4.6 Diário: gênero textual de cunho pessoal cuja função é relatar sobre alguma
experiência e acontecimento diário, ou mesmo expor sobre algum desejo, ou senti-
mento. No mundo virtual, ele é muito similar aos blogs.

3.4.7 E-mail: gênero textual digital que se assemelha às cartas. A linguagem uti-
lizada nos correios eletrônicos pode ser formal ou informal, e dependerá do propósito
do emissor da mensagem.

3.4.8 Ensaio: gênero textual opinativo muito utilizado no meio acadêmico. Ele
tem como função expor algumas ideias e opiniões sobre determinado tema, sendo
assim, uma reflexão crítica e pessoal.

3.4.9 Notícia: gênero textual jornalístico e não literário cuja função é informar
sobre determinado acontecimento. Geralmente são textos curtos que narram e des-
crevem sobre fatos atuais e cotidianos.
3.4.10 Relatório: gênero textual expositivo cuja função é relatar sobre algo. Es-
ses textos podem ser escritos ou orais e geralmente descrevem sobre alguma ativida-
de, evento, visita, etc.

61
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

Atividade 3
1. Assinale a alternativa que indica a correspondência correta.

1. Narrar
2. Argumentar
3. Expor
4. Descrever
5. Prescrever

( ) Ato próprio de textos em que há a presença de conselhos e indicações de como


realizar ações, com emprego abundante de verbos no modo imperativo.
( ) Ato próprio de textos em que há a apresentação de ideias sobre determinado as-
sunto, assim como explicações, avaliações e reflexões. Faz-se uso de linguagem clara,
objetiva e impessoal.
( ) Ato próprio de textos em que se conta um fato, fictício ou não, acontecido num de-
terminado espaço e tempo, envolvendo personagens e ações. A temporalidade é fator
importante nesse tipo de texto.
( ) Ato próprio de textos em que retrata, de forma objetiva ou subjetiva, um lugar,
uma pessoa, um objeto etc., com abundância do uso de adjetivos. Não há relação de
temporalidade.
( ) Ato próprio de textos em que há posicionamentos e exposição de ideias, cuja preo-
cupação é a defesa de um ponto de vista. Sua estrutura básica é: apresentação de ideia
principal, argumentos e conclusão.

a) 3, 5, 1, 2, 4
b) 5, 3, 1, 4, 2
c) 4, 2, 3, 1, 5
d) 5, 3, 4, 1, 2

2. Analise os fragmentos a seguir e assinale a alternativa que indique as tipologias tex-


tuais às quais eles pertencem:
Texto I

“Dario vinha apressado, guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a

62
Comunicação e Linguagem

esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Por ela escor-
regando, sentou-se na calçada, ainda úmida de chuva, e descansou na pedra o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no e indagaram se não se sentia bem. Dario abriu a boca,
moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia so-
frer de ataque (...)”. (Dalton Trevisan – Uma vela para Dario).

Texto 2

“Era um homem alto, robusto, muito forte, que caminhava lentamente, como se pre-
cisasse fazer esforço para movimentar seu corpo gigantesco. Tinha, em contrapartida, uma
cara de menino, que a expressão alegre acentua ainda mais.”

Texto 3

Novas tecnologias

Atualmente, prevalece na mídia um discurso de exaltação das novas tecnologias,


principalmente aquelas ligadas às atividades de telecomunicações. Expressões frequentes
como “o futuro já chegou”, “maravilhas tecnológicas” e “conexão total com o mundo” “feti-
chizam” novos produtos, transformando-os em objetos do desejo, de consumo obrigatório.
Por esse motivo carregamos hoje nos bolsos, bolsas e mochilas o “futuro” tão festejado.
Todavia, não podemos reduzir-nos a meras vítimas de um aparelho midiático per-
verso, ou de um aparelho capitalista controlador. Há perversão, certamente, e controle,
sem sombra de dúvida. Entretanto, desenvolvemos uma relação simbiótica de dependência
mútua com os veículos de comunicação, que se estreita a cada imagem compartilhada e a
cada dossiê pessoal transformado em objeto público de entretenimento.
Não mais como aqueles acorrentados na caverna de Platão, somos livres para nos
aprisionar, por espontânea vontade, a esta relação sadomasoquista com as estruturas mi-
diáticas, na qual tanto controlamos quanto somos controlados.
SAMPAIO, A. S. A microfísica do espetáculo. Disponível em: http://observatoriodaim-
prensa.com.br. Acesso em: 23 de set. 2022 (adaptado).

Texto 4

Modo de preparo:

63
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
1. Bata no liquidificador primeiro a cenoura com os ovos e o óleo, acrescente o açúcar
e bata por 5 minutos;
2. Depois, numa tigela ou na batedeira, coloque o restante dos ingredientes, misturan-
do tudo, menos o fermento;
3. Esse é misturado lentamente com uma colher;
4. Asse em forno preaquecido (180° C) por 40 minutos.

a) narração – descrição – dissertação – injuntivo.


b) descrição – narração – dissertação – injuntivo.
c) dissertação – injuntivo– descrição – narração.
d) injuntivo– descrição – dissertação – narração

3. Qual é a ideia que o tópico frasal transmite?

a) ( ) uma definição de política e politicalha.


b) ( ) uma declaração quanto à diferença entre política e politicalha e, por isso, não se
confundem.
c) ( ) uma retomada do processo histórico que levou à prática da politicalha no contex-
to político.
d) ( ) uma enumeração dos malefícios da politicalha.

4. Qual é a ideia que o tópico frasal transmite?

a) ( ) uma definição de política e politicalha.


b) ( ) uma declaração quanto à diferença entre política e politicalha e, por isso, não se
confundem.
c) ( ) uma retomada do processo histórico que levou à prática da politicalha no contex-
to político.
d) ( ) uma enumeração dos malefícios da politicalha.

64
Comunicação e Linguagem

5, Em sua conversa com o pai, Calvin busca persuadi-lo, recorrendo à estratégia argu-
mentativa de:

Figura:12 Argumentativa

Disponível em: http://arquivo-x.webnode.com. Acesso em: 29 set. 2022.

a) Mostrar que um bom trabalho como pai implica a valorização por parte do filho.
b) Apelar para a necessidade que o pai demonstra de ser bem-visto pela família.
c) Explorar a preocupação do pai com a própria imagem e popularidade.
d) Atribuir seu ponto de vista a terceiros para respaldar suas intenções.

65
Unidade 4

Estudo do texto:
Conhecimento Literário

Objetivos de Aprendizagem

• Compreender e explorar as características do texto literário;


• Explorar os diferentes gêneros literários;
• Estimular o desenvolvimento do pensar cientificamente e da criativi-
dade decorrentes das condições criadas pelo confronto direto com os
problemas de pesquisa;
• Despertar estudante uma mentalidade criativa e voltada à solução de
problemas, usando métodos de pesquisa;
• Compreender a filosofia como atividade que busca o conhecimento;
• Reconhecer a importância do pensamento crítico e da atitude filosófi-
ca como ferramenta de transformação pessoal e da sociedade.

4 Gênero Literário: conceito e classificação.

Os gêneros literários são categorias que organizam todos os tipos de textos lite-
rários pelas semelhanças formais, estruturais e temáticas que eles possuem.

Os gêneros literários são classificados em três tipos:

• Gênero lírico: inclui os textos poéticos de caráter sentimental revelando as


emoções do poeta, por exemplo, os sonetos.
• Gênero narrativo (anteriormente chamado de épico): narra uma história

68
Comunicação e Linguagem

com personagens, situados em um tempo e um espaço, por exemplo, um


romance.
• Gênero dramático: reúne textos teatrais para serem encenados, por exem-
plo, uma comédia.

4.1 Gênero Lírico

O gênero lírico é um gênero literário escrito em versos cujo foco é mostrar as


emoções, sensações, sentimentos e impressões pessoais do poeta.
Os textos líricos são marcados pela subjetividade, onde o poeta expressa sua
opinião, por isso, eles são escritos na primeira pessoa (eu).
O gênero lírico recebe esse nome, pois faz referência ao instrumento musical, a
lira, que acompanhava a declamação de poesias na antiguidade.

Figura 13: Gênero lírico

Fonte: gênero lírico - Bing images, acesso em 29 de set. 2022

Alguns subgêneros de textos líricos são:


• Soneto - poema de forma fixa, formado por catorze versos (dois quartetos e
dois tercetos).
• Poesia - texto poético formado por versos que se agrupam em estrofes.
• Ode - poema de exaltação composta para ser declamada ou cantada.
• Haicai - poema de forma fixa de origem japonesa, formado por três versos.
• Hino - poema que homenageia alguém ou venera algo.
• Sátira - poema que ridiculariza pessoas ou costumes.

69
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Exemplo de texto do gênero lírico:

O Soneto da fidelidade, de Vinicius de Moraes, é um poema de forma fixa com-


posto por catorze versos (dois quartetos e dois tercetos). Nele, o autor expõe seus sen-
timentos relacionados com o amor e a fidelidade.

“De tudo, ao meu amor serei atento


Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”

4.2 Gênero Èpico Narrativo

O gênero narrativo é um gênero literário moderno em prosa, que tem como in-
tuito narrar uma história. Para um texto ser considerado narrativo, ele precisa conter
esses elementos:
• Enredo - história que narra uma sucessão dos acontecimentos.
• Narrador - aquele que narra a história.
• Personagens - pessoas que estão presentes na história.
• Tempo - o período em que acontece a história.
• Espaço - local onde se passa a história.

Em sua origem, o gênero narrativo era chamado de “gênero épico”, pois incluía
as narrativas histórico-literárias de grandes acontecimentos, chamadas de epopeias.

Alguns subgêneros de textos narrativos são:

70
Comunicação e Linguagem

• Epopeia - narrativa longa sobre fatos grandiosos de um herói ou de um povo.


• Romance - narrativa extensa escrita em prosa que revela ações de persona-
gens dentro de uma história.
• Novela - escrita em prosa, é uma narrativa longa, porém mais breve e mais
dinâmica que o romance.
• Conto - escrito em prosa, é uma narrativa mais objetiva e curta que a novela
e o romance.
• Crônica - narrativa breve que foca em acontecimentos do cotidiano.
• Fábula - narrativa fantasiosa que visa ensinar sobre algo.

Exemplo de texto do gênero narrativo

A Rã e o Boi, fábula de Esopo, traz o seguinte ensinamento: “quem tenta parecer


maior do que é se arrebenta”.
Uma rã estava no prado olhando um boi e sentiu tal inveja do tamanho dele que co-
meçou a inflar para ficar maior.
Então, outra rã chegou e perguntou se o boi era o maior dos dois.
A primeira respondeu que não – e se esforçou para inflar mais.
Depois, repetiu a pergunta:
– Quem é maior agora?
A outra rã respondeu:
– O boi.
A rã ficou furiosa e tentou ficar maior inflando mais e mais, até que arrebentou.

4.3 Gênero Dramático

O gênero dramático é um gênero literário teatral que reúne os textos escritos,


em prosa ou em verso. Os textos dramáticos são utilizados para apresentar para uma
plateia (espectadores).
Uma característica muito importante dos textos teatrais é a presença de diálogos
entre as personagens. Eles são geralmente divididos em atos, quando as ações ocor-
rem num mesmo espaço, e cenas, quando há mudança de local e personagens.

Alguns subgêneros dos textos dramáticos são:

• Tragédia - texto teatral trágico com tensão permanente e final infeliz.

71
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
• Comédia - texto teatral humorado que satiriza diversos aspectos da socieda-
de.
• Tragicomédia - texto teatral que reúne aspectos trágicos e cômicos.
• Farsa - texto teatral curto e cômico, formados por um ato.
• Auto - texto teatral de abordagem mais religiosa e moralista.

Exemplo de texto do Gênero dramático

O trecho de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, aponta o local onde acon-


tece o diálogo entre os dois personagens.

ATO PRIMEIRO - CENA I

Verona. Uma praça pública.


Entram Sansão e Gregório da casa dos Capuletos, com espadas e broquéis (Escu-
dos redondos e pequenos.).
SANSÃO – Palavra, Gregório, não carregaremos desaforos!
GREGÓRIO – Não, porque então nos tomariam por carregadores.
SANSÃO – Quero dizer que, se nos zangarmos, puxaremos a espada.
GREGÓRIO – Sim, porém procura, enquanto viveres, puxares teu pescoço para fora
do nó da forca.
SANSÃO – Bato logo, quando bolem comigo.
GREGÓRIO – Mas não bolem tão depressa que sejas levado a bater.
SANSÃO – Um cão da família dos Montecchios bole-me com os nervos.

4.4 Contextualização Ciência, Senso Comum e Tipos de Conhecimento.

O conhecimento científico existe com o objetivo de desenvolver a humanidade.


Conhecimento científico e senso comum podem ser definidos como duas for-
mas distintas com as quais o ser humano se relaciona com a verdade. Nesse sentido,
ambos podem ser considerados como parte da disciplina que em filosofia é conhecida
como epistemologia, quer dizer, o estudo de como é possível se obter o conhecimento
da verdade. São duas formas de conhecimento bastante distintas, tendo em vista que,
enquanto o conhecimento científico apoia-se na experimentação dos fenômenos para
a verificação da verdade, o senso comum toma frequentemente como base as crenças
e os hábitos de um determinado povo ou de uma determinada sociedade.

72
Comunicação e Linguagem

Existem diversas formas de conhecer e interpretar o mundo. Cada uma delas


possui características específicas que as distinguem das demais.
A mitologia, o senso comum, as religiões, a filosofia e a ciência possuem uma
mesma finalidade: organizar informações que possam explicar ou dar sentido ao mun-
do e às coisas. Em outras palavras, essas diferentes áreas são produtoras de conheci-
mento.
_______________________________________________________________________________
ASSISTA:
Para mais informações clique no link do vídeo:
GÊNEROS LITERÁRIOS | QUER QUE DESENHE | DES-
COMPLICA

_______________________________________________________________________________

4.4.1 A Importância do Conhecimento


Historicamente, os seres humanos construíram diversos sistemas de conheci-
mento como forma de dar sentido à sua própria vida e transmitir informações neces-
sárias para a sobrevivência da espécie.
Deste modo, diferenciam-se dos outros animais, também, por possuírem uma
linguagem que possibilita o compartilhamento de informações.
Esses sistemas de conhecimentos transmitidos de geração a geração, de grupos
para grupos, formam a cultura. Com o passar do tempo, o domínio da razão e de diver-
sos códigos de linguagem possibilitou a complexificação desse conhecimento.

Figura 14: Conhecimento

Fonte: imgurl:https://regrasparatcc.com.br/wp-content/uploads/2022/07/conhecimento-cientifi-
co-e-senso-comum-entenda-as-diferencas-1024x576.png - Bing. Acesso em: 29 de set. de 2022.

73
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

4.4.2 Conhecimento científico

O conhecimento científico é a própria ciência, afinal, o saber é produzido a partir


de processos de validação e demonstração. Em outras palavras, esse tipo de conheci-
mento pode ser testado, além do que é racional e justificável.
Todo saber científico pode ser alcançado a partir de estudos, experimentações e
observações.

4.4.3 As características do conhecimento científico

• É objetivo: a forma como o pesquisador pensa não interfere no estudo;


• É racional: não há margem para impressões ou sensações;
• É sistemático: extremamente metódico e organizado.
• É geral: o conhecimento gerado serve de base para criar normas e leis;
• É verificável: os estudos podem ser demonstrados;
• É falível: existe a possibilidade de erros.

O conhecimento científico possui, ainda, duas grandes classificações: o formal e


o empírico. Enquanto o primeiro usa a lógica para compreender os fenômenos, o se-
gundo tem os fatos e processos como os elementos mais importantes.

4.4.4 A funcionalidade do Método Científico

O método científico consiste no percurso utilizado para encontrar as soluções de


um problema. Ou seja: ele possibilita construir um sistema de ideias organizadas, que
servem para conhecer, interpretar e até intervir numa dada realidade.
Em suma, o conhecimento científico é produzido a partir de um conjunto de pro-
cessos sistemáticos, que podem ser classificados a com relação a quatro fatores: pro-
pósito, natureza, abordagem e procedimentos.

Sendo assim, a pesquisa científica deve ser explicada a partir de:

• Propósito: exploratório, descritivo ou explicativo;


• Natureza: básica ou aplicada;
• Abordagem: qualitativa, quantitativa ou quali-quanti;
• Procedimentos: entrevista, pesquisa de campo, análise de documentos, pes-

74
Comunicação e Linguagem

quisa-ação, revisão bibliográfica, etc.

Exemplo de conhecimento científico


Uma pesquisa científica sobre o H1N1 foi desenvolvida, com o objetivo de criar um
medicamento capaz de combater o vírus. Para isso, o estudo fez testes com diferentes gru-
pos de pessoas. O propósito foi não só checar a eficácia da fórmula, mas também os seus
efeitos colaterais no corpo humano.

4.5 Senso comum

O senso comum – também conhecido como conhecimento empírico – defende a


ideia de que a experiência é a principal fonte de saber. Os saberes são gerados no dia
a dia, independente dos critérios de análise, a partir da observação da realidade.

Quais são as características do senso comum?


• Superficial: não possibilita o aprofundamento;
• Sensitivo: é influenciado pela intuição;
• Subjetivo: carente de objetividade;
• Assistemático: não possui uma organização sistemática;
• Acrítico: sem capacidade de criticar ou discernir;
• Falível: pode conter erros;
• Inexato: não há compromisso com a exatidão.

4.5.1 A Funcionalidade do Senso Comum

O método empírico está relacionado à experiência, ou seja, no que foi vivido no


dia a dia. A metodologia pode ganhar forma a partir de um estudo de caso, pesquisa
de campo ou pesquisa ex post facto.

Exemplo de senso comum:


Uma pessoa tenta abrir a porta de entrada da casa. A fechadura está com proble-
ma. Depois de várias tentativas, ela descobre um jeito de girar a chave que possibilita
abrir a porta e entrar na residência.

4.5.2 Diferenças entre conhecimento científico e senso comum

O conhecimento científico nasce de análises de fatos comprovados cientifica-

75
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
mente. Essas informações são baseadas em teorias e experimentações. Por outro lado,
o senso comum é resultado de vivências e heranças culturais, as quais são geralmente
estabelecidas a partir das relações de causas e efeitos.
Então, se algum dia uma informação que provém do senso comum for investiga-
da pela ciência, ela tem chances de se transformar em conhecimento científico. Para
isso, no entanto, precisa ser investigada, testada e analisada.

Exemplo diferenças entre conhecimento científico e senso comum:

Uma pessoa sabe que nuvens escuras no céu sinalizam chuva (senso comum).
No entanto, ela não sabe que essas condições do céu estão relacionadas à dinâmica
das massas de ar ou outro princípio da climatologia (conhecimento científico).

4.5.3 O uso do conhecimento científico ou senso comum


Uma hipótese de pesquisa pode até nascer do senso comum, ou seja, baseada
em vivências e na observação da realidade. No entanto, para fazer ciência, é necessário
aplicar o método científico e verificar se essa hipótese é verdadeira ou não.
Sendo assim, após obter informações de uma fonte empírica, tenha o cuidado
de ler livros e artigos científicos sobre o assunto, dando preferência aos autores mais
relevantes sobre o tema.
O uso de referências comprovadas é, de longe, a melhor estratégia para sair do
senso comum. Então, tenha o cuidado de embasar todos os seus argumentos com os
resultados de estudos que você leu.

_________________________________________________________________________________
DEFINIÇÃO:
Para obter mais conhecimento clica no link
do texto: Senso Comum

_________________________________________________________________________________

76
Comunicação e Linguagem

Atividade 4
1. Uma conversação de tal natureza transforma o ouvinte; o contato de Sócrates para-
lisa e embaraça; leva a refletir sobre si mesmo, a imprimir à atenção uma direção inco-
mum: os temperamentais, como Alcibíades sabem que encontrarão junto dele todo o
bem de que são capazes, mas fogem porque receiam essa influência poderosa, que os
leva a se censurarem. Sobretudo a esses jovens, muitos quase crianças, que ele tenta
imprimir sua orientação. BREHIER, E. História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
O texto evidencia características do modo de vida socrático, que se baseava na:

a) Contemplação da tradição mítica.


b) Sustentação do método dialético.
c) Relativização do saber verdadeiro.
d) Valorização da argumentação retórica.

2. “Acho que não pode haver discriminação racial e religiosa de espécie alguma. O direi-
to de um termina quando começa o do outro. Em todas as raças, todas as categorias,
existe sempre gente boa e gente má. No caso particular dessa música, não posso jul-
gar, porque nem conheço o Tiririca. Como posso saber se o que passou na cabeça dele
era mesmo ofender os negros? Eu, Carmen Mayrink Veiga, não tenho idéia. Mas o que
posso dizer é que se os negros acharam que a música é uma ofensa, eles devem estar
com toda razão.” (Revista Veja).

a) A argumentação, desenvolvida por meio de clichês, subtende um distanciamento


entre o eu / enunciador e o ele / negros.
b) A argumentação revela um senso crítico e reflexivo, uma mente que sofre com os
preconceitos e, principalmente, com a própria impotência diante deles.
c) A argumentação, partindo de visões inusitadas, mas abalizadas na realidade cotidia-
na, aponta para a total solidariedade com os negros e oprimidos.
d) O discurso, altamente assumido pelo enunciador, a ponto de autocitar-se sem pejo,
ataca rebeldemente a hipocrisia social, que mascara os preconceitos.

3. Um escritor destaca-se pela produção dos gêneros conto, crônica e romance. A sua
produção está relacionada com o gênero:

a) épico. b) lírico.
c) narrativo. d) poético.

4. O conhecimento científico é objetivo, reflexivo, complexo e utiliza o método científico


para avaliar os fenômenos. Pelo fato de não ser uma verdade única e acabada, está em

77
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
constante evolução, diferentemente do senso comum, que é uma forma de pensar,
agir e sentir da maioria das pessoas de uma sociedade que se baseia na subjetividade,
perpetuando hábitos e tradições.

Com base nas informações apresentadas, pode-se afirmar:

a) Todo conhecimento é produto de uma prática social e histórica que os indivíduos


assimilam e transformam para a compreensão da realidade.
b) A atitude crítica é constitutiva do trabalho científico, cujas explicações nem sempre
são submetidas a testes rigorosos para serem aceitas como verdade, porque essa ver-
dade será provisória.
c) O conhecimento científico preocupa-se com o rigor que a experiência científica exige,
sem questionar os problemas colocados pelo cotidiano.
d) O senso comum não é uma forma válida de conhecimento, porque o homem não
precisa dele para encaminhar, resolver ou superar suas necessidades do dia a dia.

5. Autorretrato falado

Venho de um Cuiabá de garimpos e de ruelas entortadas.


Meu pai teve uma venda no Beco da Marinha, onde nasci.
Me criei no Pantanal de Corumbá entre bichos do chão,
aves, pessoas humildes, árvores e rios.
Aprecio viver em lugares decadentes por gosto de estar entre pedras e lagartos.
Já publiquei 10 livros de poesia: ao publicá-los me sinto
meio desonrado e fujo para o Pantanal onde sou
abençoado a garças.
Me procurei a vida inteira e não me achei — pelo que fui salvo.
Não estou na sarjeta porque herdei uma fazenda de gado.
Os bois me recriam.
Agora eu sou tão ocaso!
Estou na categoria de sofrer do moral porque só faço coisas inúteis.
No meu morrer tem uma dor de árvore.

Uma obra literária pode combinar diferentes gêneros, embora, de modo geral, um de-
les se mostra dominante. O poema de Manoel de Barros, predominantemente lírico,
apresenta características de um outro gênero. Qual?
a) Gênero épico.
b) Gênero poético.
c) Gênero elegíaco.
d) Gênero narrativo.

78
Unidade 5

Regras e estruturas da
linguagem

Objetivo de aprendizagem

• Reconhecer a importância da leitura como ato libertário e consequen-


temente necessário ao desenvolvimento humano;
• Identificar os elementos que concorrem para a progressão temática
e para organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e
tipos.
• Elaborar textos com variadas estruturas e narrativas;
• Reconhecer a importância da Pesquisa Científica para produção do co-
nhecimento;
• Compreender os procedimentos metodológicos da pesquisa científica;
• Elaborar projetos de Pesquisa, Monografia e Artigos Científicos;

5 Introdução à Metodologia Científica: Pesquisa Científica, Tema, Proble-


ma e Objetivos.

A Metodologia Científica significa estudo dos métodos/forma, ou dos instrumen-


tos necessários para a construção de uma pesquisa científica é um estudo a relacio-
nado a serviço da Ciência. Contudo, a ciência surge no contexto humano como uma
necessidade de saber o porquê dos acontecimentos (LAKATOS; MARCONI, 2003, p. 84),
como um modo de compreender e analisar o mundo através de um conjunto de téc-
nicas e métodos. Segundo a etimologia das palavras, ciência significa conhecimento,

80
Comunicação e Linguagem

vale a pena ressaltar que nem todos os conhecimentos são científicos, nem pertence à
ciência, como, por exemplo, os conhecimentos populares.
A ciência é um modo de compreender e analisar o mundo empírico, envolvendo
o conjunto de procedimentos e a busca do conhecimento científico através do uso da
consciência crítica que levará o pesquisador a distinguir o essencial do superficial e o
principal do secundário.
A metodologia científica consegue adequar uma compreensão e análise através
da construção do conhecimento científico obtido no processo metodológico tem como
finalidade, na maioria das vezes, explicar e discutir um fenômeno baseado na verifica-
ção de uma ou mais hipóteses. Sendo assim, está diretamente vinculado a questões
específicas na qual trata de explicá-las e relacioná-las com outros fatos. Ao analisar um
fato, o conhecimento científico não apenas trata de explicá-lo, mas também visa desco-
brir suas relações com outros fatos e explicá-los (GALLIANO, 1986, p. 26).
A metodologia científica utiliza diversos métodos de pesquisa conforme ressal-
tado por Rodrigues (2007), estes métodos usualmente adotados para coleta de dados
incluem técnica de elaboração e avaliação de entrevistas, observação, questionário
contendo perguntas abertas, perguntas fechadas e de múltiplas escolhas e formulá-
rios, e estes são adotados pelo pesquisador baseado no tipo de pesquisa que for ser
realizada.

5.1 Pesquisa Científica

Podemos encontrar vários significados para pesquisa, muitos autores já disser-


taram sobre o assunto, citamos aqui um exemplo: “Pesquisa é o conjunto de procedi-
mentos sistemáticos, baseado no raciocínio lógico, cujo objetivo é encontrar soluções
para problemas propostos, mediante a utilização de métodos científicos” (Andrade,
1995, p.95).
A pesquisa é uma atividade voltada para a solução de problemas, toda vez que
o homem tem dúvidas a se questionar ele utiliza a pesquisa para aquisição de novos
conhecimentos. Mas o que é conhecimento? Segundo o pensamento de Fonseca (2002,
p.10).
(...) o homem é, por natureza, um animal curioso. Desde que nasce interage com
a natureza e os objetos à sua volta, interpretando o universo a partir das referências
sociais e culturais do meio em que vive. Apropria-se do conhecimento através das sen-
sações, que os seres e os fenômenos lhe transmitem. A partir dessas sensações ela-
bora representações. Contudo, essas representações, não constituem o objeto real. O

81
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
objeto real existe independentemente de o homem o conhecer ou não. O conhecimen-
to humano é na sua essência um esforço para resolver contradições, entre as repre-
sentações do objeto e a realidade do mesmo. Assim, o conhecimento, dependendo da
forma pela qual se chega a essa representação, pode ser classificado de popular (senso
comum), teológico, mítico, filosófico e científico.
Na Grécia antiga costumava-se dizer que método era um caminho para se atingir
um determinado fim, de lá para cá muitos autores falaram a respeito de método, de-
ram diferentes conceitos a respeito, mesmo hoje com todos esses conceitos nós ainda
encontramos em todos eles uma forte ligação com aquele conceito original estabele-
cido na Grécia exatamente esse conceito que nos interessa em ciência é exatamente
este esse conceito que vamos utilizar no método científico.
O método científico então é um fator importantíssimo na aquisição de conheci-
mento por parte da humanidade e qualquer pesquisa que realizaremos, vamos sem-
pre começar com o método científico e ele terá início no momento em que o homem
tem alguma dúvida a respeito de alguma coisa, o ponto inicial para se iniciar, para se
estabelecer o método científico e a pergunta, é o problema a dúvida, em relação a um
determinado fenômeno que se quer dizer, descobrir ou estudar melhor. A grande força
está no método científico e a possibilidade que dá ao homem de novas descobertas,
de novas verdades, fazer relações entre fenômenos que acontecem no mundo em que
vivemos.

5.2 Delimitação do Tema

A escolha do tema é o primeiro passo em um trabalho científico e um dos mais


difíceis. Isso porque existem muitos temas para a pesquisa e a escolha pode ser deci-
siva para a carreira profissional. Assim, “o tema de uma pesquisa é qualquer assunto
que necessite melhores definições, melhor precisão e clareza do que já existe sobre o
mesmo” (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 81).

Segundo Selltiz et al. (1965, p. 33-34), o tema geral de estudo também “[...] pode
ser sugerido por alguma vantagem prática ou interesse científico, ou intelectual em
benefício dos conhecimentos sobre certa situação particular”. Para Lakatos & Marconi
(1992), o tema deve ser especializado para poder ser tratado em profundidade. No
entanto, as autoras alertam para os perigos da excessiva especialização, que impede a
síntese do trabalho, a correlação entre as ciências e pode dar uma visão unilateral do
tema.
Segundo Cervo & Bervian (2002, p. 82), a tendência mais comum é a escolha

82
Comunicação e Linguagem

de temas que, por sua extensão e complexidade, impeçam estudos em profundidade.


Assim, após a escolha do tema, é necessário delimitá-lo. Estes autores afirmam que
“delimitar o tema é selecionar um tópico ou parte a ser focalizada”.
A delimitação do tema pode ser feita pela sua decomposição em partes. Essa de-
composição possibilita definir a compreensão dos termos, o que implica na explicação
dos conceitos. Ela também poder ser feita por meio da definição das circunstâncias, de
tempo e de espaço. Além disso, o pesquisador pode definir do ponto de vista irá foca-
lizá-lo. “Um mesmo tema pode receber diversos tratamentos, tais como psicológicos,
sociológicos, histórico, filosófico, estatístico, etc.” (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 83).

Para a realização dessa etapa, não existem regras fixas. Porém, alguns encami-
nhamentos podem guiar você nesse momento (ICPG, 2008):

• Identificar as publicações mais recentes sobre o tema;


• Verificar os temas mais importantes para você não ficar com muitos temas,
mas focar em um subtítulo;
• Conversar com seu orientador para concentrar-se nas informações mais re-
levantes.

5.3 Problema de Pesquisa

Após a escolha e a delimitação do tema, o próximo passo é a transformação do


tema em problema. “Problema é uma questão que envolve intrinsecamente uma difi-
culdade teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução”.
A primeira etapa de uma pesquisa é a formulação do problema, que deve ser na
forma de perguntas (CERVO & BERVIAN, 2002, p. 84).
A palavra problema não significa uma dificuldade, um obstáculo real à ação ou
à compreensão, mas sim o foco, o assunto, o tema específico delimitado e formulado
pelo pesquisador para ser alvo de seu estudo e de sua prática. Pode ser uma oportuni-
dade percebida pelo aluno sobre uma temática a ser pesquisada.
Esse é um dos primeiros itens elaborados em uma pesquisa. (SILVA, 2006). No
início de sua pesquisa, você deve elaborar uma ou mais perguntas que se tornem seus
questionamentos e que surjam a partir da identificação de uma situação
Após a escolha e a delimitação do tema, o próximo passo é a transformação do
tema em problema. “Problema é uma questão que envolve intrinsecamente uma difi-
culdade teórica ou prática, para a qual se deve encontrar uma solução”. A primeira eta-
pa de uma pesquisa é a formulação do problema, que deve ser na forma de perguntas

83
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
(CERVO & BERVIAN, 2002, p. 84).
A palavra problema não significa uma dificuldade, um obstáculo real à ação ou
à compreensão, mas sim o foco, o assunto, o tema específico delimitado e formulado
pelo pesquisador para ser alvo de seu estudo e de sua prática. Pode ser uma oportuni-
dade percebida pelo aluno sobre uma temática a ser pesquisada.
Esse é um dos primeiros itens elaborados em uma pesquisa. (SILVA, 2006). No
início de sua pesquisa, você deve elaborar uma ou mais perguntas que se tornem seus
questionamentos e que surjam a partir da identificação de uma situação problema.
Você deve fazer esta etapa do seu estudo na forma de uma pergunta (interrogativa)
que norteará seu estudo e será respondida ao longo da pesquisa. Muitas vezes, as pes-
soas pesquisam por necessidade ou simplesmente por curiosidade. Então, toda pes-
quisa começa com uma dúvida, teórica e/ou prática, que o pesquisador tenta entender
e para a qual busca uma solução. [...]
O problema de pesquisa é uma pergunta que deve ser redigida de forma clara,
precisa e objetiva, cuja solução seja viável pela pesquisa. Geralmente, a elaboração
clara do problema é fruto da revisão de literatura e da reflexão pessoal (CERVO & BER-
VIAN, 2002). Segundo Schrader (1974 apud LAKATOS; MARCONI, 2001, p. 103), para que
um problema seja cientificamente válido, devem-se considerar as seguintes questões:

• Pode o problema ser enunciado em forma de pergunta?


• Corresponde a interesses pessoais (capacidade), sociais e científicos, isto é,
de conteúdo e metodológicos? Esses interesses estão harmonizados?
• Constitui-se o problema em questão científica, ou seja, relacionam-se entre si
pelo menos duas variáveis?
• Pode ser objeto de investigação sistemática, controlada e crítica?
• Pode ser empiricamente verificado em suas consequências?

5.4 Definição dos Objetivos

Por meio dos objetivos, indica-se a pretensão com o desenvolvimento da pesqui-


sa e quais os resultados que se buscam alcançar. “A especificação do objetivo de uma
pesquisa responde às questões para quê? E para quem? ” (LAKATOS & MARCONI, 1992,
p. 102).
Segundo Cervo & Bervian (2002), os objetivos definem a natureza do trabalho, o
tipo de problema, o material a coletar, etc.
O objetivo geral refere-se a uma visão global e abrangente do tema de pesquisa.
Ele está relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenômenos, dos eventos ou das

84
Comunicação e Linguagem

ideias estudadas (LAKATOS & MARCONI, 1992). Cervo & Bervian (2002, p. 83) comple-
mentam afirmam que, no objetivo geral, “[...] procura-se determinar, com clareza e
objetividade, o propósito do estudante com a realização da pesquisa”.
De acordo com Lakatos & Marconi (1992), os objetivos específicos apresentam
um caráter mais concreto. A sua função é intermediária e instrumental porque auxilia
no alcance do objetivo geral e, ainda, permite aplicá-lo em situações particulares.
Para Cervo & Bervian (2002, p. 83), definir objetivos específicos significa aprofun-
dar as intenções expressas nos objetivos gerais, as quais podem ser: mostrar novas
relações para o mesmo problema e identificar novos aspectos ou utilizar os conheci-
mentos adquiridos para intervir em determinada realidade. “Na definição dos objetivos
deve-se utilizar uma linguagem clara e direta como: meu objetivo com esta pesquisa
é...” (grifo do autor).
A linguagem deve ser objetiva, precisa e clara. Do ponto de vista técnico, o obje-
tivo deve sempre iniciar com um verbo no infinitivo, representando a ação que se quer
atingir e concluir com o projeto, como: compreender, constatar, analisar, desenvolver,
capacitar, entre outros. Os objetivos classificam-se em objetivo geral e objetivos espe-
cíficos (SILVA, 2006).
O objetivo geral refere-se diretamente ao problema do trabalho. Inicia-se a frase
do objetivo geral com um verbo abrangente e na forma infinitiva, envolvendo o cenário
pesquisado. Já os específicos podem ser considerados uma apresentação pormeno-
rizada e detalhada das ações para o alcance do objetivo geral. Também são iniciados
com verbos que admitam poucas interpretações e sempre no infinitivo (SILVA, 2006).
O verbo utilizado no objetivo geral deve ser amplo e não aparecer também em
algum objetivo específico do mesmo projeto. Pense que em um bom planejamento,
assim como em uma execução e desenvolvimento, é fundamental que se tenha de ma-
neira clara qual objetivo se deseja alcançar (SILVA, 2006).

85
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Figura 15: Tipos de verbos para objetivos

Fonte: Autoria própria, 2022.

5.5 Artigo Científico: Elementos textuais: Introdução, Desenvolvimento,


Conclusão e Pós-Textuais

Escrever um artigo científico envolve muitas questões, que vão além do conteú-
do que será impresso nesse tipo de produção, uma vez que também devemos conside-
rar a estrutura de um artigo científico, ou seja, como iremos formatá-lo nas principais
diretrizes vigentes no país.
Primeiramente, precisaremos entender o conceito de artigo científico. Podemos

86
Comunicação e Linguagem

conceber um artigo científico enquanto um informe escrito e publicado, que tem como
objetivo principal, descrever resultados originais de uma pesquisa. Pesquisa esta que
pode envolver diferentes áreas de conhecimento e que geralmente circula em revistas
acadêmico-científicas e também em periódicos nacionais e internacionais.
Desta definição, podemos extrair que:

1. Um artigo científico desenvolve e trata de resolver uma problemática den-


tro de um nicho científico específico;
2. Não basta simplesmente redigir esse tipo de produção, mas sim, buscar
sua publicação como meio de difundir o conhecimento e expandir uma problematiza-
ção levantada pela pesquisa;
3. Geralmente trata de resultados de pesquisa que são originais. Isso quer
dizer que é necessário respeitar a autoria de pesquisas similares e citar devidamente.
Nunca se deve plagiar, ou seja, fazer menções ou cópias de textos de forma indevida,
sem mencionar o autor ao qual nos baseamos para fundamentar o nosso estudo.

5.6 Elementos textuais do artigo científico segundo a ABNT

5.6.1 Elementos Textuais

Os elementos textuais são o conteúdo do trabalho propriamente dito. Consti-


tuem a maior parte do trabalho, onde o autor descreve a metodologia e os materiais
usados, os objetos ou dados de sua pesquisa, as discussões a respeito deles e a conclu-
são, que foi tirada pelo autor.
Os elementos textuais são aqueles onde o autor pode desenvolver o tema esco-
lhido, é onde ele traz o fruto de suas pesquisas e sua idéia sobre o assunto em questão.
Cada um dos elementos textuais tem pelo menos um objetivo principal.
A introdução faz um apanhado geral do trabalho acadêmico e apresenta os pon-
tos mais importantes superficialmente. No desenvolvimento, o autor precisa discorrer
e mostrar domíno sobre o tema escolhido, esclarecer os métodos utilizados e desen-
volver o texto. A última parte, a conclusão, é onde o autor deve mostrar o seu ponto de
vista com relação a tudo que foi estudado. Não é permitida a inclusão de dados, apenas
a idéia concluída do assunto trabalhado.
Os elementos textuais trazem a parte mais importante de todo o trabalho: o con-
teúdo em si. É preciso que o texto esteja coeso e bem escrito para que os avaliadores
entendam o processo descrito no desenvolvimento e o ponto de vista do autor apre-
sentado na conclusão.

87
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
No caso dos elementos textuais, estes são constituídos de introdução, desen-
volvimento e consideração final/conclusão. Veja os detalhes da estrutura de cada um
desses elementos a seguir:

5.6.2 Introdução

a) Texto breve e que apresenta o problema estudado.


b) O formato do texto deve ser justificado com fonte tamanho 12.
c) É necessário relacionar na introdução o contexto científico, fazendo uma dis-
cussão de hipóteses relacionadas (trabalhos prévios, teses com problemáticas não so-
lucionadas, etc.)
d) Antes de fechar o capítulo da introdução, devemos incluir os objetivos da pes-
quisa realizada e as hipóteses do estudo.

5.6.3 Desenvolvimento

É a parte do artigo científico considerada mais extensa, ou seja, que apresenta a


maior quantidade de conteúdos e discussões. Além de existir esse apartado, existem
outras subáreas que aparecem neste tipo de produção:

a) Metodologia: no artigo, o autor deverá apresentar quais serão os procedi-


mentos utilizados para que o estudo pudesse ser posto em prática e descrever os mé-
todos de coleta de dados e como esses, passo a passo, serão feitos.

b) Resultados e Discussão: neste caso, o autor descreve, apoiando-se nas prin-


cipais teorias da sua área, quais foram os resultados obtidos e que tipo de discussão é
possível propor a partir desses recursos identificados.

c) Considerações finais: na hora de elaborar as conclusões ou considerações


finais, o autor deverá considerar os objetivos definidos para tal estudo, verificando e
apontando, com base dos resultados coletados, quais objetivos foram alcançados e
quais ainda carecem de mais estudos.

5.7 Elementos Pós-Textuais

Os elementos pós-textuais servem para complementar o artigo. São as referên-


cias da pesquisa (obrigatório), notas de rodapé ou explicativas, glossário, apêndices,

88
Comunicação e Linguagem

anexos e índice.

5.7.1 Notas Explicativas - são as Notas de Rodapé usadas para acrescentar in-
formações ou dar referencia às citações que permeiam o texto, desde que tais explica-
ções quebrariam sua sequência lógica. São enumeradas com algarismo arábico numa
ordenação única e consecutiva para o mesmo artigo, sem reiniciar em cada página. São
obrigatórias.

5.7.2 Referências – é o conjunto de elementos que identificam as obras con-


sultadas e/ou citadas no texto. Devem ser apresentadas em uma única ordem alfa-
bética, independentemente da fonte (autores, livros, periódicos, publicações, material
audiovisual, endereços da Internet), alinhadas à esquerda, em espaço simples e mais
um espaço simples entre elas. São obrigatórias e incluem todas as fontes utilizadas na
elaboração do trabalho.

5.7.3 Glossário – é opcional, mas se necessário deve estar incluído no trabalho.


Trata-se de uma relação em ordem alfabética de palavras pouco conhecidas ou estran-
geiras, ou termos e expressões técnicas com seus respectivos significados. Sua com-
preensão complementa informações e conceitos do texto.

5.7.4 Apêndice - é opcional e compreende a folha de Apêndice com um texto ou


documento com o intuito de complementar a argumentação do autor. Quando houver
mais de um apêndice, devem ser inseridas as folhas de Apêndices com identificações
de A a Z, em cx alta, travessão que antecedem os títulos.

5.7.5 Anexos – é opcional. Material complementar ao texto para servir de funda-


mentação ou comprovação do trabalho, como leis, questionários, estatística, tabelas
e ilustrações.
Se houver mais de um anexo, deve ser inserida a folha de Anexos, denominados
pelas letras do alfabeto. Usar letras maiúsculas consecutivas para a identificação, ante-
cedendo os títulos dos anexos (ex. ANEXO A).

5.7.6 Lista de Ilustrações - opcional. Pode conter gráficos, desenhos, mapas, fo-
tos, esquemas e fórmulas. As ilustrações devem ser inseridas o mais próximo do texto
a que se referem e devem ser numeradas. Podem conter legendas. A lista apresenta as
ilustrações na ordem em que são inseridas no texto, com indicação do número, legen-

89
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
da e página das mesmas.

5.7.7 Lista de Tabela – opcional. Segue a mesma formatação das ilustrações. No


corpo do texto, a tabela deve ser identificada na parte superior e a fonte na inferior,
caso não seja do autor do trabalho.
5.7.8 Lista de Abreviaturas e siglas - é obrigatória se for condição para uma
melhor compreensão do texto. Deve trazer a relação alfabética das abreviaturas e si-
glas utilizadas, seguidas dos respectivos significados. Não é necessário constar a refe-
rência de páginas e o espaçamento é de 1,5 nas entrelinhas.
5.7.9 Lista de símbolos – também obrigatória se necessário para a compreen-
são do texto. É a relação de sinais convencionais utilizados no texto seguidos dos signi-
ficados, não necessitando constar os números das páginas.
5.7.10 Índice – é opcional e apresenta lista em ordem alfabética de nomes de
pessoas, temas, nomes geográficos e acontecimentos com indicação das páginas em
que aparecem no texto. Ex: Aristóteles, p. 11; Avaliação, p 11,12,13; Didática, p.15

Figura 16: Estrutura de trabalho acadêmico

Fonte:ttps://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=BaA8t7Cs&id=07A34664141FF-
8DC22471. Acesso em 30 de set. de 2022.
5.8 Normas da ABNT - Formatação de trabalhos

90
Comunicação e Linguagem

A Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – é o órgão que rege a nor-


malização das diversas técnicas documentais e tecnológicas, possibilitando aos pesqui-
sadores a perfeita formatação e estruturação de um projeto.

5.8.1 Esrutura do trabalho

Os Trabalhos como Monografia, Projetos, TCC ou artigos tem a mesma estrutura


de trabalhos científicos de acordo com a ABNT são eles:
• Pré-textual: Capa, Folha de Rosto, Resumo, Sumário.
• Elementos textuais: Introdução, Desenvolvimento e Considerações finais.
• Elementos pós-textuais: Referências, Anexo e Apêndices.

5.8.2 Elementos pré-textuais

5.8.2.1 CAPA
Deve constar autoria, Nome da Instituição, Curso e Turma, Título do trabalho,
local e data, dispostos a critério do autor. A inclusão de outros elementos é opcional
(NBR 14724).

• Nome do autor;
• Título;
• Cidade da instituição;
• Ano do trabalho.

TAMANHO DA FONTE: Na fonte 12 (Instituição, Curso, Turma e Nome do Alunol);


na fonte 12 (Titulo e subtítulo, Local e Ano) na fonte 12.

5.8.2.2 FOLHA DE ROSTO


Elementos necessários para identificação do documento, ou seja:
• Nome completo do autor ou do grupo, sendo que os nomes dos integrantes
do grupo são na ordem alfabética (Tamanho da fonte: 14);
• Título do trabalho e subtítulo quando houver, separado do título por dois
pontos (quando for explicativo) ou ponto e vírgula (quando se tratar de sub-
título complementar) (Tamanho 16); e em negrito, o mesmo deverá ficar cen-
tralizado no meio da folha igual na capa.
• Indicação da disciplina ou área de concentração (Referente ao trabalho, dis-

91
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
sertações de mestrado, teses de doutorado ou livre docência, etc.) (Tamanho
12);
• Nome do orientador (Relatório Técnico - Cientifico, monografias, dissertações
e teses) (Tamanho 12);
• Local e Ano Minúsculo (Tamanho 12).

Exemplos de capa e folha de rosto:


Figura 17 Capa e folha de rosto

Fonte: A autora

5.8.2.3 SUMÁRIO

A palavra sumário é centralizada, caixa alta, negrito e fonte 12. Com a metragem
de 6 cm. Elaborado conforme a ABNT NBR 6027.
No sumário consiste na enumeração dos capítulos do trabalho, na ordem em
que aparecem no texto, com a página inicial de cada capítulo. Deve ser elaborado de
acordo com a Norma ABNT/NBR-6027. Os capítulos devem ser numerados em algaris-
mos arábicos (1,2,3), a partir da Introdução até a Referência. Havendo subdivisão dos
capítulos, deve ser adotada a numeração progressiva, sempre em número arábico. (
Fonte 12, Caixa alta)

92
Comunicação e Linguagem

Figura: 18: Sumário

Fonte: A autora

5.8.2.4 ESPAÇAMENTO

Todo o texto deve ter espaçamento de 1,5 entre as linhas, com exceção às cita-
ções com mais de três linhas, notas de rodapé, referências e legendas, que devem ter
espaçamento simples. Reentrada de Parágrafos: 1,25 ou 1,5. Espaçamentos entre Pa-
rágrafos (antes: 6 e depois 6: Espaçamento entre linhas: 1,5.

Figura 19: Espaçamento

93
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

Fonte: https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=a80sVPlD&id=3D35C55452C . Acesso


em 30 de set de 2022

5.8.2.5 MARGEM

Para todos os tipos de Trabalho Científico: Figura 20: Margem

• SUPERIOR 3cm
• INFERIOR 2cm
• ESQUERDA 3cm
• DIREITA 2cm

Fonte: A autora

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Comunicação e Linguagem
Figura 21: Margem

Fonte:https://www.bing.com/images/search?view=detailV2&ccid=4RX30dPT&id=F3B31F1CB. Acesso em
31 de set de 2022

5.8.2.6 TÍTULO
São destacados gradativamente, usando-se racionalmente os recursos de negri-
to e caixa alta.
Deve ser adotado o seguinte padrão:
• Título do Trabalho: impressos em letra Caixa alta, negrito, fonte tamanho 12,
iniciando a esquerda da margem, sem parágrafo, utilizando-se algarismos
arábicos.

5.8.2.7 LETRA E FONTE DA LETRA

Conforme a NBR 6024, deve-se usar a fonte 12 para o texto e para as referências.
Para as citações longas, notas de rodapé, paginação, legendas das ilustrações e tabelas,
usar tamanho número(10). Usa- se as letras ARIAL ou TIME NEW ROMAM para a realiza-
ção do trabalho (escolher apenas uma das letras para realizar o trabalho)

5.8.2.8 NUMERAÇÃO DA PÁGINA

Ao iniciar a numeração de páginas, você deve começar a contar a partir da folha


de rosto, mas só vai iniciar a numeração a partir da introdução (NBR 6024); ou seja,
você NÃO deve colocar numeração nas páginas pré-textuais. Dessa forma, você deve
contar as folhas, mas não deve escrever a numeração. Vale destacar, que o número das
páginas deve constar no canto inferior à direita da folha a 2cm da folha na fonte 12.

95
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Figura 22: Introdução

Fonte: A autora

5.9 Elemento textual


São palavras ou termos retirados do texto para representar seu conteúdo. Cha-
ma-se de elementos textuais: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO. A
preparação de um trabalho acadêmico, seja ele uma lição de casa, uma pesquisa en-
comendada por um professor, um artigo, uma monografia, uma dissertação ou uma
tese, não pode prescindir de sua apresentação gráfica. O aspecto visual dos trabalhos
apresentados, a estética e a correta utilização de capas, papel, impressão, margens,
diagramação, espaçamento e numerações constituem elementos importantes para a
avaliação do trabalho tanto quanto o conteúdo propriamente dito. São eles:

• Introdução
• Desenvolvimento
• Considerações Finais (Conclusão)

5.9.1 Introdução
A palavra introdução deve está centralizada, caixa alta, negrito, fonte 12 e com a
metragem de 6cm.
De acordo com a NBR 14724:2014: Na introdução, deve-se expor a finalidade e os
objetivos do trabalho de modo que o leitor tenha uma visão geral do tema abordado.
De modo geral, a introdução deve apresentar:

a) O assunto objeto de estudo;

96
Comunicação e Linguagem

b) O ponto de vista sob o qual o assunto foi abordado;


c) Trabalhos anteriores que abordam o mesmo tema;
d) As justificativas que levaram a escolha do tema, o problema de pesquisa, a
hipótese de estudo, o objetivo pretendido, o método proposto, a razão de escolha do
método e principais resultados.

Num contexto geral a introdução deve:

• Fornecer uma visão global do assunto tratado (contextualização);


• Contemplar a relevância do assunto (justificativa);
• Apresentar para quê ele foi elaborado (objetivo);
• Abordar genericamente as unidades e as subunidades que serão discutidas
(estrutura do texto).

DESENVOLVIMENTO: Nunca se escreve a palavra Desenvolvimento no trabalho


A palavra desenvolvimento jamais deverá ser escrita no seu trabalho.
Parte principal e mais extensa do trabalho deve apresentar a fundamentação
teórica, a metodologia, os resultados e a discussão. Divide-se em seções e subseções
conforme a ABNT 6024/2014.
Sendo o desenvolvimento um texto interativo entre o autor do trabalho e a lite-
ratura existente é válida ressaltar que o autor jamais poderá copiar partes da literatura
consultada, sobe pena de cometer crime de plágio (Crimes Contra a Propriedade Inte-
lectual e violação de direito autoral, previsto no artigo 184 do Código Penal). Essa regra
cabe em qualquer elaboração do trabalho científico.

5.9.2 Considerações Finais (Conclusão)


A palavra conclusão deverá estar centralizada, caixa alta, negrito, fonte 12 e com
a metragem de 6 cm.
a) As considerações finais devem responder às questões da pesquisa, correspon-
dentes aos objetivos e hipóteses;
b)Devem ser breves, podendo apresentar recomendações e sugestões para tra-
balhos futuros;
c) Relatar as principais contribuições da pesquisa;
d) para artigos de revisão, deve-se excluir material, método e resultados.

97
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
5.10 Elementos pós-textuais
5.10.1 Ilustração (NBR 14724) Como anexo ou no corpo do texto

Qualquer que seja o tipo de ilustração, sua identificação aparece na parte supe-
rior, precedida da palavra designada (desenho, esquema, fluxograma, fotografia, gráfi-
co, mapa, organograma, planta, quadro, retrato, figura, imagem entre outros), seguida
de seu número de ordem de ocorrência no texto, em algarismos arábicos, travessão
e do respectivo título. Após a ilustração, na parte inferior, indicar a fonte consultada
(elemento obrigatório, mesmo que seja produção do próprio autor), legenda, notas e
outras informações necessárias à sua compreensão (se houver). A ilustração deve ser
citada no texto e inserida o mais próximo possível do trecho a que se referem na fonte
número 10. (ilustração no corpo do trabalho)

5.10.2 Referências (Todas na ordem alfabética)

A palavra referência deverá estar centralizada, caixa alta, negrito, fonte 12 e com
a metragem de 6cm.
É o conjunto de elementos que permitem a identificação, no todo ou em parte,
de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de materiais. As referên-
cias bibliográficas são apresentadas em forma de listagem de acordo com um sistema
de chamada adotado. (fonte 12 e não há espaçamento entre as linhas de 1,5)
Para a elaboração das referências utilizam a norma da ABNT/NBR 6023/2014.

98
Comunicação e Linguagem

5.10.3 Anexos e Apêndices

Anexas são partes integrantes do texto, mas destacadas deste para evitar des-
continuidade na sequência lógica das ideias. Constituem suportes elucidativos e ilus-
trativos para a compreensão do texto. Apêndices constituem suportes elucidativos e
ilustrativos, porém não essenciais à compreensão do texto. Quando existe a necessi-
dade, no trabalho, de vários anexos ou apêndices, cada um deles deve ser indicado por
letras do alfabeto. Tanto a palavra Anexos e Apêndices têm uma capa. As ilustrações
ficam uma embaixo da outra nas suas respectivas páginas.
_________________________________________________________________________________
SAIBA MAIS:
Para obtenção de mais informações clica no link:
Normas da ABNT

_________________________________________________________________________________

5.11. Redação Oficial, Características, Pronomes de Tratamento

Redação oficial é a maneira como o Poder Público redige seus atos normativos e
comunicações. É a forma como devem ser escritos os ofícios, despachos, memorandos,
portarias e demais textos da administração pública.
Se a linguagem escrita da língua portuguesa já exige muita atenção quanto à nor-
ma padrão, a redação oficial tem ainda mais peculiaridades que requerem cuidados. A
comunicação faz parte da nossa vida desde bem antes de entendermos exatamente o
que é a linguagem.

99
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
5.11.1 Tipos de redação: Dissertação, Narração, Descrição

Você sabe o que é uma redação? Outra pergunta: será que você sabe o que sig-
nifica a palavra “redação”? Pois bem, vamos às respostas. O vocábulo tem origem no
latim redactio, -onis, que é proveniente do latim redigo, -ere. A redação nada mais é
do que o ato de redigir, isto é, escrever. Escrever é produzir e emitir ideias por meio
do código, no nosso caso, a língua portuguesa, representada pela modalidade escrita.
Quando escrevemos, elaboramos uma mensagem utilizando canais de comunicação
que têm como objetivo facilitar o entendimento do receptor.

5.11.1.1 Dissertação:

Texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, ponto de vista ou questiona-
mento para abordar um determinado assunto. Em geral, este tipo de produção textual
costuma distribuir o seu conteúdo da seguinte maneira:

1-Introdução: ponto em que se apresentam as ideias que serão defendidas ao


longo do texto.

2-Desenvolvimento: momento em que se desenvolvem as ideias anteriormente


apresentadas, de modo a convencer o leitor por intermédio de argumentos sólidos e
dados concretos.

3-Conclusão: é a parte em que se elabora um desfecho coerente do desenvolvi-


mento com base nos argumentos apresentados.
Neste tipo de construção, é permitido ao autor acrescentar julgamentos ou opi-
niões para defender sua ideia, desde que transmita credibilidade e consistência, sem
abandonar o formato de discurso persuasivo.

Exemplo:
“Muitos debates têm havido sobre a eficiência do sistema educacional brasileiro.
Argumentam alguns que ele deve ter por objetivo despertar o estudante a capacidade de
absorver informações dos mais diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundan-
te. Um sistema de ensino voltado para a compreensão dos problemas sócio-econômicos e
que despertasse no aluno a curiosidade científica seria por demais desejável.”

100
Comunicação e Linguagem

5.11.1.2 Narração
Caracteriza-se pela representação de fatos reais ou fictícios, envolvendo perso-
nagens e fatos que ocorrem num determinado tempo e espaço.
A narração de fatos reais é muito comum em livros científicos, jornais, livros de
História e outros.
A narração de fatos fictícios não tem compromisso com a realidade e permite
inventar e criar fatos de acordo com a imaginação de quem relata. Todo texto narrativo
existe na medida em que há uma ação praticada por personagens e conta com dois
elementos principais: tempo e lugar.
O narrador pode estar ou não inserido nos acontecimentos e sofrer ações e in-
tromissões de outros personagens de acordo com o contexto em que se passa a histó-
ria. Os verbos neste tipo de texto são usados em primeira pessoa para personagens e
em terceira pessoa, quando um observador está contando algum fato.

Exemplo:
“Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua
mal iluminada que conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um ho-
mem estranho. Pararam atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos
de que se tratasse de um assalto. Era entretanto somente um bêbado que tentava encon-
trar, com dificuldade, o caminho de sua casa.”

5.11.1.3 Descrição
O termo descrever significa representar, por meio de palavras, as características
de um objeto, ideia ou sentimento. Um texto descritivo tem como objetivo transmitir
informações sobre seu foco principal, de modo que o leitor crie na sua mente uma ima-
gem do objeto, pessoa, sentimento ou ser descrito.
Os pontos de vista existentes em uma descrição podem ser exibidos de duas
maneiras: objetiva ou subjetiva.
A forma objetiva é aquela que apresenta um objeto e indica suas características
principais de maneira precisa, cuidando para que as palavras não permitam mais de
uma interpretação. Já a forma subjetiva acontece quando se trabalha com a linguagem
para selecionar palavras ricas de sentido e o emprego de construções livres que permi-
tem mais de uma interpretação do leitor.

Exemplo:
“Sua estatura era alta e seu corpo esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos.

101
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Os olhos negros e amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovia-
lidade. Os traços bem desenhados compunham uma fisionomia calma, que mais parecia
uma pintura”.

5.12 Técnicas de Redação


Uma boa redação é aquela que permite uma leitura prazerosa, natural, de fácil
compreensão, e que o leitor se sinta impactado. Para fazer bons textos é fundamental
ter o hábito de leitura, e utilizar todas as regras da Língua Portuguesa, e as técnicas de
redação a seu favor.
Saber escrever é algo de grande importância, principalmente para redigir uma
boa redação em concurso público. Saber se expressar de forma adequada e precisa,
respeitando a ideia solicitada na prova e as normas da Língua Portuguesa, pode ser
complexo para algumas pessoas, mas seguindo algumas dicas de redação é possível
aprender a redigir bem.

Aprenda as principais dicas de redação:

• Organize seus argumentos sobre o tema proposto, e os escreva de forma


compreensível. Organize os argumentos de forma crescente, ou seja, deixe o
argumento mais forte para o final;
• Em dissertações que é necessário defender algo, não fique “em cima do
muro”, coloque claramente sua posição, pois muitas vezes estão interessados
em avaliar sua capacidade de opinar, refletir e argumentar;
• Escreva com clareza;
• Seja objetivo e fiel ao tema;
• Escolha sempre a ordem direta das frases;
• Evite períodos e parágrafos muito longos;
• Elimine expressões difíceis ou desnecessárias do texto;
• Não use termos chulos, gírias e regionalismos;
• Esteja sempre atualizado em tudo que acontece no mundo;
• Além dessas dicas, é preciso saber principalmente as regras de Acentuação
Gráfica, pontuação, ortografia e concordância.
________________________________________________________________________________
ASSISTA:
Para maiores informações e conhecimento clica no link do
vídeo: Tipos de Redação.
________________________________________________________________________________

102
Comunicação e Linguagem

5.12.1 Entre as peculiaridades da redação oficial, estão:

5.12.1.1 Impessoalidade: a redação oficial deve ser isenta da interferência da


individualidade. O tratamento impessoal que deve ser dado aos assuntos que constam
das comunicações oficiais decorre:

a) da ausência de impressões individuais de quem comunica;


b) da impessoalidade de quem recebe a comunicação; e
c) do caráter impessoal do próprio assunto tratado.

A impessoalidade evita a duplicidade de interpretações que poderia decorrer


de um tratamento personalista dado ao texto.

5.12.1.2 Linguagem: o texto oficial requer o uso do padrão culto da língua. Pa-
drão culto é aquele em que:

a) se observam as regras da gramática formal,


b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos usuários do idioma.

A obrigatoriedade do uso do padrão culto na redação oficial procede do fato de


que ele está acima das diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos
modismos vocabulares, das idiossincrasias lingüísticas, permitindo, por essa razão, que
se atinja a pretendida compreensão por todos os cidadãos. A linguagem técnica deve
ser empregada apenas em situações que a exijam.

5.12.1.3 Formalidade: as comunicações oficiais devem ser sempre formais. Não


só ao correto emprego deste ou daquele pronome de tratamento, mais do que isso, a
formalidade diz respeito à polidez e à civilidade.

5.12.1.4- Padronização: a clareza de digitação, o uso de papéis uniformes e a


correta diagramação do texto são indispensáveis à padronização.

5.12.1.5- Concisão: a concisão é uma qualidade do texto, principalmente o do


oficial. Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um
mínimo de palavras. A concisão é, basicamente, economia lingüística. Isso não quer
dizer economia de pensamento, isto é, não se devem eliminar passagens substanciais

103
Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
do texto no afã de reduzi-lo em tamanho. Trata-se exclusivamente de cortar palavras
inúteis, redundâncias, passagens que nada acrescentem ao que já foi dito. Deve-se
perceber a hierarquia de idéias que existe em todo texto de alguma complexidade:
idéias fundamentais e idéias secundárias. Essas últimas podem esclarecer o sentido
daquelas, detalhá-las, exemplificá-las; mas existem também idéias secundárias que
não acrescentam informação alguma ao texto, nem têm maior relação com as funda-
mentais, podendo, por isso, ser dispensadas.

5.12.1.6- Clareza: a clareza deve ser a qualidade básica de todo texto oficial. Cla-
ro é aquele texto que possibilita imediata compreensão pelo leitor. A clareza não é algo
que se atinja por si só: ela depende estritamente das demais características da redação
oficial. Para ela concorrem:

a) a impessoalidade, que evita a duplicidade de interpretações que poderia de-


correr de um tratamento personalista dado ao texto;

b) o uso do padrão culto de linguagem, em princípio, de entendimento geral e


por definição avesso a vocábulos de circulação restrita, como a gíria e o jargão;

c) a formalidade e a padronização, que possibilitam a imprescindível uniformida-


de dos textos;

d) a concisão, que faz desaparecer do texto os excessos linguísticos que nada lhe
acrescentam. É pela correta observação dessas características que se redige com cla-
reza. Contribuirá, ainda, a indispensável releitura de todo texto redigido. A ocorrência,
em textos oficiais, de trechos obscuros e de erros gramaticais provém principalmente
da falta da releitura que torna possível sua correção.
A revisão atenta exige, necessariamente, tempo. A pressa com que são elabo-
radas certas comunicações quase sempre compromete sua clareza. Não se deve pro-
ceder à redação de um texto que não seja seguido por sua revisão. “Não há assuntos
urgentes, há assuntos atrasados”. Evite-se, pois, o atraso, com sua indesejável reper-
cussão no redigir.

5.12.2 Pronomes de tratamento

São formas corteses e reverentes de nos dirigirmos à pessoa com quem estamos
falando ou de quem estamos falando. São maioritariamente utilizados em tratamentos

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Comunicação e Linguagem

formais, quando o interlocutor ocupa cargos ou posições sociais elevadas e prestigia-


das.

5.12.2.1 Pronomes de tratamento e suas abreviaturas


• você (v.)
• senhor (Sr.)
• senhora (Sr.ª)
• senhorita (Srta.)
• Vossa Senhoria (V. S.ª)
• Vossa Excelência (V. Ex.ª)
• Vossa Mercê (V.M.cê)
• Vossa Eminência (V. Em.ª)
• Vossa Magnificência (V. Mag.ª)
• Vossa Alteza (V. A.)
• Vossa Majestade (V. M.)
• Vossa Majestade Imperial (V. M. I.)
• Vossa Santidade (V. S.)
• Vossa Paternidade (V.P)
• Vossa Reverendíssima (V. Rev.mª)
• Vossa Onipotência (Sem abreviatura)

12.2.2 Uso dos pronomes de tratamento

Você (v.) - Usado em tratamentos informais, íntimos e familiares. Este pronome,


em algumas regiões do Brasil, é substituído pelo pronome pessoal reto tu.

Senhor, senhora, senhorita (Sr., Sr.ª, Srta.) - Usados em tratamentos formais


e respeitosos, quando existe um maior distanciamento entre os locutores. O senhor é
utilizado quando o tratamento se dirige a homens, senhora é utilizado quando o tra-
tamento se dirige a mulheres casadas e senhorita é utilizado quando o tratamento se
dirige a mulheres solteiras.

Vossa Senhoria (V. S.ª) - Usado em tratamento formal a pessoas com grande
prestígio, como vereadores, chefes, secretários e diretores de autarquias. Este prono-
me é também utilizado em textos escritos oficiais, como correspondência comercial,
ofícios e requerimentos.

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem
Vossa Excelência (V. Ex.ª) - Usado em tratamento formal a pessoas com alta
autoridade, como o Presidente da República, ministros, senadores, deputados, embai-
xadores, juízes, etc., tanto do poder executivo, como do poder legislativo e do poder
judiciário. No caso do Presidente da República, não deverá ser utilizada a forma abre-
viada do pronome de tratamento.

Vossa mercê (V.M.cê) - Antiga forma de tratamento usada em tratamento for-


mal. Originou o você.

Vossa Eminência (V. Em.ª) - Usado em tratamento formal a cardeais, que são
eclesiásticos do Sacro Colégio pontifício e participam no conclave para a eleição de um
novo Papa.

Vossa Magnificência (V. Mag.ª) - Usado em tratamento formal a reitores de Uni-


versidades.

Vossa Alteza (V. A) - Usado em tratamento formal a príncipes, princesas, duques


e duquesas.

Vossa Majestade (V. M.) - Usado em tratamento formal a reis e rainhas.

Vossa Majestade Imperial (V. M. I.) - Usado em tratamento formal a imperado-


res. Vossa Santidade (V. S.) - Usado em tratamento formal ao Papa. Este pronome de
tratamento é também utilizado por ocidentais em tratamentos cerimoniosos e respei-
tosos ao Dalai Lama, embora não seja utilizado pelos tibetanos.
Vossa Paternidade (V.P.) - Usado em tratamento formal a superiores de ordens
religiosas.

Vossa Reverendíssima (V. Rev.mª) - Usado em tratamento formal a padres, sa-


cerdotes, bispos e religiosos em geral.

Vossa Onipotência - Usado em tratamento formal a Deus. Não se utiliza a forma


abreviada.

Exemplos de frases com pronomes de tratamento


• Vossa Excelência estará presente na cerimônia de encerramento?

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• Vossa Eminência estará presente no conclave?


• Estou ansioso pela missa que Vossa Santidade rezará no Rio de Janeiro.
• Vossa Majestade cumpriu, na perfeição, o protocolo na missa de entronização
do novo Papa.
• Vossa Reverendíssima irá ministrar algum sacramento da igreja hoje?
• Vossa Magnificência presidirá a cerimônia de encerramento do ano letivo?
• Senhorita, queira fazer o favor de me desculpar, suas vontades serão realiza-
das imediatamente.

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5.13 Concordância com os pronomes de tratamento

Embora os pronomes de tratamento se dirijam à 2.ª pessoa do singular ou do


plural, a concordância verbal deverá ser feita sempre com a 3.ª pessoa do singular ou
do plural:
• Todos os fiéis da sua paróquia acreditam em si e seguem seus ensinamentos,
Vossa Reverendíssima.
• Vossa Magnificência, sua opinião e suas decisões são muito importantes para
os estudantes desta universidade.

5.14 Pronome de tratamento e a redação oficial

Na redação oficial, os pronomes de tratamento são utilizados no corpo do texto,


no vocativo e no endereçamento.

5.14.1 Corpo do texto

O pronome de tratamento pode ser utilizado por extenso ou de forma abreviada:

• Convido Vossa Excelência a participar na inauguração do edifício.


• Convido V. Ex.ª a participar na inauguração do edifício.

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Deverá ser feita a concordância em gênero (masculino e feminino):
• Informo que Vossa Excelência será convocado para a assembleia.
• Informo que Vossa Excelência será convocada para a assembleia.

5.14.2 Vocativo

O vocativo aparece no início do documento, sendo uma forma de se dirigir ao


destinatário. Será sempre seguido de vírgula:

• Excelentíssimo Senhor Presidente da República;


• Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal Federal;
• Senhora Senadora;
• Senhor Juiz;
• Senhora Ministra;
• Senhor Embaixador;
• Senhora Beneficiária;
• Prezado Senhor;

5.14.3 Endereçamento

O endereçamento é utilizado no envelope. É iniciado com o pronome de trata-


mento adequado, seguido do nome, do cargo e do endereço:

• A Sua Excelência o Senhor


• A Sua Excelência a Senhora
• Ao Senhor
• À Senhora

Outros tipos de pronomes


Além dos pronomes de tratamento, existem também outros tipos de pronomes:

• Pronomes pessoais retos e oblíquos (eu, ele, nós, mim, te, lhe, se, o);
• Pronomes possessivos (meu, tuas, seus, nossas, vossa, sua);
• Pronomes demonstrativos (este, esse, aquele, o, mesmo, próprio);
• Pronomes interrogativos (que, quem, qual, quanto);
• Pronomes indefinidos (alguém, algum, algo, nenhum, muito, pouco);
• Pronomes relativos (que, que, onde, o qual, cujo, quanto).

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Comunicação e Linguagem

Considerações Finais

Linguagem e comunicação são partes integrantes de nossas vidas, indispensá-


veis não somente para a aquisição de conhecimentos, nas mais diversas áreas do sa-
ber, como para a participação nos diferentes contextos sociais.
É preciso reconstruir o cenário em que tais modificações ocorrem, porque a co-
municação e a linguagem funcionam como um ícone, que liga diferentes culturas e,
inclusive, tendências. Tentar situá-las à revelia deste contexto – amplo e complexo –
implica esgotar o seu conteúdo e o seu poder de persuasão.
Visto que a linguagem é um processo de comunicação que pode ser oral, escrito,
digital et. Ela apresenta função emotiva, porética, conativa, referencial, fática ou men-
talinguística. Exixtem diversas formas de linguagem, que pode ser utilizada para várias
finalidades.
A linguagem humaniza o homem. Por meio dela, os seres humanos expres-
sam sentimentos, constroem pensamentos, interagem com o ambiente e com outros
indivíduos. Dominar o código linguístico é fundamental para a execução de tarefas
rotineiras e para ter um bom aproveitamento no mundo acadêmico e profissional.
Portanto, a linguagem e comunicação são dois termos presentes em nosso coti-
diano o tempo todo, com mais significados do que podemos imaginar.

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Comunicação
Unidade 1 e Linguagem

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