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CATALOGAÇÃO NA FONTE
NÚCLEO DE COORDENAÇÃO DE BIBLIOTECAS – UNIGRANRIO

C449m Champagnatte, Dostoiewski Mariatt.

Métodos e técnicas de estudo / Dostoiewski Mariatt


Champagnatte. – Duque de Caxias, RJ: Editora
Unigranrio, 2016.
179 p.: il. ; 23 cm

ISBN: 978-65-89635-04-8

1. Metodologia da pesquisa. 2. Pesquisa - Metodologia.


I. Título.

CDD – 001.42
Sumário

Universidade, Ciência e Conhecimento Científico


Objetivos....................................................................... 11
Introdução..................................................................... 13
1. A Universidade.................................................... 15
1.1 O Papel Social e a Função da Universidade ......... 15
1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas............. 16
1.3 As Funções da Universidade Hoje........................ 17
1.4 Ciência e Conhecimento Científico...................... 19
1.5 A Ciência e suas Áreas......................................... 21
1.6 O Conhecimento Científico frente às outras
Formas de Conhecimento.................................... 22
Síntese........................................................................... 27
Leitura Complementar................................................... 29
Referência Bibliográficas................................................ 31

Técnicas de Estudo e Aprendizagem Acadêmica


Objetivos....................................................................... 33
Introdução..................................................................... 35
1. Técnicas de Estudo e Aprendizagem Acadêmica... 37
1.1 Autonomia Discente e Instrumentos
Bibliográficos....................................................... 38
1.2 Técnicas de Estudo: Documentação e
Instrumentos de Trabalho Acadêmico.................. 39
1.3 Unidade de Leitura e Análise Textual.................. 42
1.4 Análise Temática, Análise Interpretativa e
Problematização.................................................. 42
Síntese........................................................................... 45
Leitura Complementar................................................... 47
Referências Bibliográficas............................................... 49

Trabalhos Acadêmicos: Resumos, Esquemas, Resenhas


e Fichamentos
Objetivos....................................................................... 51
Introdução..................................................................... 53
1. Trabalhos Acadêmicos: Resumos, Esquemas,
Resenhas e Fichamentos...................................... 55
1.1 Trabalhos Acadêmicos - Resumos........................ 55
1.2 Trabalhos Acadêmicos - Esquemas....................... 58
1.3 Trabalhos Acadêmicos - Resenhas........................ 59
1.4 Trabalhos Acadêmicos - Fichamentos.................. 62
Síntese........................................................................... 65
Leitura Complementar................................................... 67
Referências Bibliográficas............................................... 69

Trabalhos Acadêmicos: Seminários


Objetivos....................................................................... 71
Introdução..................................................................... 73
1. Trabalhos Acadêmicos: Seminários............................. 75
1.1 O Seminário como Instrumento Didático e
de Estudo............................................................ 76
1.2 Tipos de Seminários............................................ 77
1.3 Integrantes de um Seminário............................... 77
1.4 Etapas de Realização de um Seminário................. 78
Síntese........................................................................... 81
Leitura Complementar................................................... 83
Referências Bibliográficas............................................... 85

Artigos Científicos
Objetivos....................................................................... 87
Introdução..................................................................... 89
1. Artigos Científicos............................................... 91
1.1 Definição e Função dos Artigos Científicos.......... 91
1.2 Classificação dos Artigos Científicos.................... 92
1.3 Processo de Publicação de um Artigo Científico.... 94
1.4 Estrutura de um Artigo Científico Segundo a
NBR 6022:2003.................................................. 95
Síntese........................................................................... 99
Leitura Complementar................................................... 101
Referências Bibliográficas............................................... 103

Trabalhos Acadêmicos
Objetivos....................................................................... 105
Introdução..................................................................... 107
1. Regras para Apresentação do Trabalho
Acadêmico........................................................... 109
1.1 Principais Tipos de Trabalhos Acadêmicos........... 109
1.2 Elementos Pré-textuais........................................ 111
1.3 Elementos Textuais.............................................. 126
1.4 Elementos Pós-textuais........................................ 127
Síntese........................................................................... 131
Leitura Complementar................................................... 133
Referêcias Bibliográficas................................................. 135
Referências Bibliográficas
Objetivos....................................................................... 137
Introdução..................................................................... 139
1. Referências Bibliográficas..................................... 141
1.1 O que é uma Referência....................................... 141
1.2 Elementos de uma Referência e Complementares.... 142
1.3 Localização das Referências ................................ 142
1.4 Procedimentos para Elaboração de Vários Tipos
de Referência....................................................... 143
Síntese........................................................................... 149
Leitura Complementar................................................... 151
Referências Bibliográficas............................................... 153

Citações
Objetivos....................................................................... 155
Introdução..................................................................... 157
1. Citações............................................................... 159
1.1 Tipos de Citação.................................................. 159
1.2 Localização das Citações e Sistemas de Chamada .160
1.3 Regras da NBR 10520:2002 para a Apresentação de
Citações............................................................... 160
1.4 Indicação da Fonte no Sistema Autor-Data.......... 165
1.5 Citações em Notas de Referência......................... 170
Síntese........................................................................... 175
Leitura Complementar................................................... 177
Referências Bibliográficas............................................... 179
Universidade, Ciência e
Conhecimento Científico
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender as principais fases do desenvolvimento


histórico das universidades e seu papel na sociedade
contemporânea;
• Identificar as três funções indissociáveis da universidade;
• Relativizar o conceito de ciência;
• Identificar as várias áreas da ciência;
• Compreender as etapas do método científico.

Métodos e Técnicas de Estudo | 11


Introdução
O papel da universidade é plural e diverso, pois é conformado
no mundo social por diferentes grupos. Tal observação reafirma o
pressuposto sociológico de que a universidade e outras instituições
são artefatos sociais que devem ser compreendidos como produtos da
história humana. Além disso, é preciso dizer que tal história humana é
perpassada por confluências e conflitos entre os mais variados estratos
sociais, demarcada por conjunturas, isto é, pela própria temporalidade.
Ou seja, a universidade é uma produção social e histórica; sua função
social não está dada por uma definição natural.

No Brasil, a história da universidade é secular, pois as


experiências universitárias tardaram a ganhar materialidade. Apenas no
fim da década de 1820 foram estabelecidas escolas de ensino superior.
A tônica dessas experiências do século XIX, no Brasil, consistiu na
criação de escolas e faculdades isoladas e de formação profissional de
médicos, engenheiros e bacharéis em Direito. No século XX, na hist
ória do ensino superior brasileiro, conformaram-se, propriamente,
as experiências universitárias. A rigor, em princípio, tais experiências
manifestaram a cultura d e escolas ou faculdades, pois, por meio de
decretos ou leis, foram reunidas instituições isoladas em torno do nome
“universidade”.

As funções da universidade são plurais, mas é possível afirmar


que a sua principal atribuição é pensar a si mesma, isto é, refletir sobre
sua própria função social. Talvez isso caracterize a própria condição
humana: pensar-se. E tal exercício deve ser permanente, pois, tal qual o
destino de Sísifo, o pensar e o refletir precisam ser feitos e refeitos.

Métodos e Técnicas de Estudo | 13


1. A Universidade
Neste conteúdo você descobrirá que faz parte de uma tradição
universitária de quase mil anos. Ingressar na universidade significa
pertencer a uma comunidade de estudantes e mestres que se dedicam
ao estudo, prestam serviços à sociedade e, por meio da investigação
científica, promovem o avanço do conhecimento.

1.1 O Papel Social e a Função da Universidade

A palavra “universidade” vem do latim universitas, que


significa “universalidade, totalidade, o todo” e, ainda, “o universo,
o conjunto das coisas” (Faria, 1962). Segundo Trindade (1999), o
desenvolvimento da universidade pode ser caracterizado por quatro
momentos históricos importantes:

• Século XII

O primeiro período na evolução histórica se inicia durante


o século XII, quando a palavra “universidade” passou a significar
associação ou comunidade de estudiosos, tornando-se sinônimo de um
modelo de instituição inaugurado em cidades como Bolonha (Itália,
1158), Paris (França, 1200) e Oxford (Inglaterra, 1167). Esses centros
de altos estudos foram criados para atender a uma nova demanda
social que floresceu no século XII. Naquela época, os chefes da igreja
reconheceram a necessidade de harmonizar as ideias cristãs e as recentes
descobertas científicas por meio da formação de novos profissionais, não
apenas no campo da Teologia, mas também em Direito e Medicina.

Métodos e Técnicas de Estudo | 15


• Século XV

O segundo momento da evolução histórica das universidades


inicia-se no século XV, durante o período renascentista. Nessa época, a
transição do sistema de produção feudal para o capitalista, o despontar
do humanismo literário e artístico, assim como a Reforma Protestante,
imprimem uma nova dinâmica às instituições de ensino superior.
Há uma expansão no número e na natureza das universidades, que
vão estabelecendo maior autonomia acadêmica e se incumbindo da
produção de novos conhecimentos.

• Séculos XVII e XVIII

O terceiro momento ocorre entre os séculos XVII e XVIII,


quando as novas descobertas científicas, o Iluminismo e a Revolução
Industrial colaboraram para solidificar o papel da universidade como
instituição produtora e disseminadora de conhecimento.

• Século XIX

Entretanto, é a partir do século XIX, com os desdobramentos


da Revolução Industrial, o advento do capitalismo e as transformações
nas artes, ciência, cultura e educação que a universidade adquire o
caráter que conhecemos hoje.

1.2 A Universidade no Brasil e nas Américas

O surgimento das primeiras universidades das Américas foi


marcado pela colonização inglesa, espanhola e portuguesa.

• EUA

Os americanos, seguiram o modelo de Oxford e Cambridge,


que orientou a criação de universidades como Harvard (1612),
Pensilvânia (1740) e Yale (1701).

16 | Métodos e Técnicas de Estudo


• América Latina

Na América Latina, nota-se a influência do modelo espanhol


da Universidade de Salamanca (1218) e da Universidade de Alcalá
(1499), hoje chamada de Universidade Complutense de Madrid. Em
nosso país, a primeira faculdade surgiu em “1808, quando o príncipe
regente, com a transferência da Corte, criou o primeiro curso de
cirurgia, anatomia e obstetrícia”.

• Rio de Janeiro

A primeira universidade brasileira, a “Universidade do Brasil” (atual


Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ), só foi fundada em 1920.

• São Paulo

A primeira universidade de ponta foi a Universidade de São Paulo,


criada em 1934. Isso significa que por várias décadas “o Brasil esteve fora do
processo universitário quando o tema principal do debate, no século XIX,
era a nova universidade, devotada à pesquisa e à ciência” (Trindade, 1999).

1.3 As Funções da Universidade Hoje

Atualmente, no Brasil, segundo a Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional (LDB n° 9.394/96), Artigo 43°, a educação em
nível superior tem várias funções:

• Estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito


científico e do pensamento reflexivo;
• Formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento,
aptos para a inserção em setores profissionais e para a
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira e
para colaborar em sua formação contínua;
• Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica,
visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia e
à criação e difusão da cultura, desenvolvendo, assim, o
entendimento do homem e do meio em que vive;

Métodos e Técnicas de Estudo | 17


• Promover a divulgação de conhecimentos culturais,
científicos e técnicos que constituem patrimônio da
humanidade e comunicar o saber através de publicações ou
de outras formas de comunicação;
• Suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural
e profissional e possibilitar a correspondente concretização,
integrando os conhecimentos que são adquiridos em uma
estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento
produzido por cada geração;
• Estimular o conhecimento sobre os problemas do mundo
presente, em particular os nacionais e regionais, prestar
serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta
uma relação de reciprocidade;
• Promover a extensão, aberta à participação da população,
visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes
da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica
geradas na instituição.

É a legislação vigente, como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB


n° 9.394/96) e suas leis complementares, que determina legalmente
a função das universidades. O artigo 207 da Constituição Federal
determina que cabe às universidades realizar atividades de ensino,
pesquisa e extensão: três funções que são indissociáveis.

• Ensino

Quanto ao ensino, as universidades são responsáveis por


oferecer cursos de graduação e pós-graduação. Os cursos de graduação
podem ser oferecidos nas modalidades presencial, semipresencial ou a
distância. Ao finalizar a graduação, os alunos têm a opção de continuar
seus estudos ingressando em cursos de pós-graduação do tipo:

a) Stricto sensu: programas de mestrado e doutorado


dedicados à formação para a pesquisa e à qualificação profissional
em caráter especializado;

b) Lato sensu: cursos de especialização e aperfeiçoamento.

18 | Métodos e Técnicas de Estudo


Cabe assinalar que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB n°
9.394/96) determina que todas as instituições de ensino superior, assim
como os cursos oferecidos por elas, devem ser devidamente autorizadas
e reconhecidas pelo Ministério da Educação.

• Pesquisa

Tanto na graduação como na pós-graduação, a universidade


deve estar comprometida com a produção do saber, realizada por meio
do estudo sistemático e da pesquisa científica. Em outras palavras, o
desenvolvimento do conhecimento exige a adoção de procedimentos
específicos para estudo e pesquisa. As atividades de pesquisa das
universidades brasileiras são reguladas por agências governamentais,
como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do
Rio de Janeiro (FAPERJ), entre outras.

• Extensão

A universidade deve, ainda, promover atividades de extensão,


disponibilizando seus serviços à sociedade, seja por meio de programas,
projetos (como a reconhecida Clínica-Escola de Odontologia da
Unigranrio) ou cursos para a comunidade. A extensão universitária é um
dos pilares do ensino superior, pois possibilita à população acessar os bens
culturais gerados pela universidade por meio do ensino e da pesquisa.

1.4 Ciência e Conhecimento Científico

Agora, vamos explorar o conhecimento como ato inerente


à existência humana e aspecto essencial ao trabalho acadêmico no
curso de graduação. Nas próximas linhas, você aprenderá sobre os
vários tipos de conhecimento e entenderá como eles se diferenciam do
conhecimento científico. Veja, a seguir, alguns pontos que serão objetos
de estudo:

Métodos e Técnicas de Estudo | 19


• Relativização do conceito de ciência;
• Identificação das várias áreas da ciência;
• Compreensão das etapas do método científico.

Nas páginas anteriores, exploramos a natureza e o


papel da universidade, assim como suas principais funções na
contemporaneidade. Vimos que uma de suas principais tarefas é a
produção e disseminação do conhecimento, ou seja, o desenvolvimento
da ciência. Mas, você sabe o que é ciência?

A palavra “ciência” geralmente evoca a imagem do


homem vestido de branco, manuseando tubos de ensaio ou fazendo
experimentos em laboratórios. A imagem desse tipo de cientista
representa uma das dimensões da ideia de ciência, aquela associada à
experimentação. Definir ciência, entretanto, é uma tarefa muito difícil.

Ruiz (1996) afirma que, em sentido amplo, ciência significa


simplesmente conhecimento e, em sentido restrito, refere-se “a um
conhecimento que não só assimila ou registra fatos, mas também os
demonstra pelas suas causas determinantes e consecutivas.” Confira o
que engloba as principais definições de ciências para esse autor:

• Conhecimento certo do real pelas suas causas;


• Conjunto orgânico de conclusões certas e gerais, metodicamente
demonstradas e relacionadas com objeto determinado;
• Atividade que se propõe demonstrar a verdade dos fatos
experimentais e suas aplicações práticas;
• Conhecimento sistemático dos fenômenos da natureza e
das leis que os regem, obtido através da investigação pelo
raciocínio e pela experimentação intensiva;
• Estudo dos problemas solúveis, mediante método científico.

Produzimos ciência porque o homem é um ser pensante,


é um ser que procura soluções aos desafios que se apresentam
à sua sobrevivência. Logo, o desenvolvimento da ciência torna-
se essencial para a vida humana, permitindo-nos compreender o
mundo em que vivemos, assim como seus fenômenos naturais e
sociais. A complexidade da realidade exige, entretanto, que cada

20 | Métodos e Técnicas de Estudo


ciência desenvolva seu método de trabalho para explorar as diversas
dimensões da vida e do universo.

Você sabia que o filósofo francês René Descartes, conhecido


com um dos fundadores da Filosofia moderna, afirmou, no século XVII,
que o simples ato individual de pensar na própria existência e colocá-
la em dúvida seria uma comprovação da existência em si? Sua célebre
frase “Penso, logo existo” (do latim “Cogito, ergo sum”) demonstra que
o ato de pensar a realidade e questioná-la é uma forma de demonstrar
a existência do indivíduo. O pensamento de Descartes — que, na
Matemática, área em que também foi influente, ficou conhecido como
cartesiano — se tornou uma das bases da Filosofia ocidental e influenciou
de forma decisiva a produção de conhecimento dos últimos séculos.

1.5 A Ciência e suas Áreas

Hoje, há várias maneiras de agrupar os ramos da ciência. Confira as


grandes áreas do conhecimento e, consequentemente, das ciências, segundo o
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq):

• Ciências Exatas e da Terra: contempla áreas como a


Matemática e a Física;
• Ciências Biológicas: inclui campos como a Genética e a Botânica;
• Engenharias: é um ramo das ciências aplicadas e concentra, por
exemplo, a Engenharia Civil e a Engenharia de Produção;
• Ciências da Saúde: inclui a Medicina e a Odontologia;
• Ciências Agrárias: contempla campos como a Agronomia e a
Zootecnia;
• Ciências Sociais Aplicadas: engloba áreas como o Direito, a
Administração e Economia;
• Ciências Humanas: neste ramo, estão, por exemplo, a Filosofia
e a Educação;
• Linguística, Letras e Artes: inclui campos de estudo como a
Literatura e o Cinema;
• Outros: contempla novas áreas, como Bioética e Ciências
Ambientais.

Métodos e Técnicas de Estudo | 21


As áreas do conhecimento se desenvolveram historicamente
por meio da contribuição de vários pesquisadores que, como você,
um dia foram alunos de graduação. É importante destacar, também,
que a produção do saber científico ocorre pela associação dos vários
saberes. Em outras palavras, as ciências se complementam e interagem.
Por exemplo, a Ecologia depende da Química, Física, Sociologia e
das Ciências Políticas, assim como os biólogos utilizam estudos da
Genética, da Física e da Química.

É preciso destacar, ainda, que a ciência e seus ramos


continuam em plena evolução. Áreas como Biologia Genética e
Bioética surgem para acompanhar as questões do nosso tempo, como
a manipulação de células tronco; portanto, os desafios da ciência
continuam se apresentando à universidade na contemporaneidade.

1.6 O Conhecimento Científico frente às outras Formas de


Conhecimento

O conhecimento desenvolvido pelo ser humano em suas


relações com o meio nem sempre foi como é hoje. Primeiramente,
houve a geração dos místicos, que deu uma explicação mística ou
mágica para a realidade; depois, tivemos a geração dos filósofos,
que procurou, por meio do pensamento, chegar à verdade e,
finalmente, a geração dos cientistas, que “desdobraram o universo
em milhares de segmentos, não para dizer o que é ser, mas para
saber ‘como’ cada coisa é” (Ruiz, 1996).

Hoje, nos beneficiamos do conhecimento desenvolvido por


todos aqueles que vieram antes de nós e recebemos a tarefa de avançar
esse conhecimento. Logo, pensar sobre o conhecimento recebido de
nossas famílias, professores, líderes religiosos ou da mídia é um direito
de todos os homens. Há, entretanto, diferenças entre o conhecimento
científico e outros tipos de conhecimento.

São seis os tipos de conhecimento e suas características.


Conheça cada um deles (adaptado de Ruiz, 1996):

22 | Métodos e Técnicas de Estudo


Conhecimento Sensorial

Refere-se à apreensão da realidade pelos sentidos. É comum


aos homens e animais. Por exemplo, ambos são capazes de identificar
que tipos de alimentos lhes são adequados utilizando seus sentidos.

Conhecimento Intelectual

O conhecimento intelectual é próprio do ser humano. Ele


operacionaliza as representações construídas com a ajuda dos sentidos e lhes
atribui novas significações. O conhecimento científico não pode existir sem
o conhecimento intelectual, pois baseia-se na racionalidade humana.

Conhecimento Vulgar ou Empírico

É o conhecimento adquirido por meio da experiência direta,


sem qualquer tipo de sistematização. É o conhecimento do povo,
gerado e transmitido no dia a dia. Explora os fatos nas suas aparências
gerais, vivências e tradições. Por exemplo, todos nós conhecemos
uma receita infalível para curar resfriados, mas raramente sabemos a
farmacologia dos medicamentos.

Conhecimento Intuitivo

É de ordem subjetiva e reduz-se ao ato simples, indivisível e


direto do conhecimento pela experiência imediata. Temos a intuição
sensorial, que orienta nossas ações concretas — como na hora de
avaliar a velocidade dos carros para atravessarmos a rua ou definirmos a
temperatura da água do banho. É a intuição intelectual que guia nossos
princípios lógicos, éticos e estéticos. Por exemplo, não precisamos pensar
muito para saber se uma obra de arte nos agrada. O julgamento estético
da obra ocorre imediatamente com base no conhecimento. intuitivo.

Conhecimento Teológico

Conhecimento baseado nas escrituras sagradas e nos dogmas


religiosos. Defende que a razão humana depende da iluminação

Métodos e Técnicas de Estudo | 23


divina. A verdade pertence a Deus e nos foi revelada por meio das
escrituras. Isso significa, por exemplo, acreditar que Deus criou o
homem, o que se contrapõe por exemplo, ao conhecimento científico
sobre a evolução das espécies.

Conhecimento Filosófico

Produz conhecimentos sobre a realidade lançando mão de


princípios racionais e das leis formais do pensamento. Utiliza o método
racional, dedutivo, que antecede a experiência, ou seja, a coleta de dados
empíricos. Tem o objetivo de questionar os saberes estabelecidos e
avançar a compreensão sobre as questões metafísicas.

Conhecimento Científico

O conhecimento científico distingue-se dos tipos de


conhecimento listados anteriormente por seus objetivos, métodos e
resultados. Ele é programado, sistemático, crítico e rigoroso. Possui
um campo delimitado e utiliza métodos próprios de pesquisa e objetos
particulares de investigação. Em contraposição ao conhecimento vulgar ou
empírico, o conhecimento científico procura demonstrar o “porquê” dos
fenômenos. Investiga suas causas, efeitos, classificações e agrupamentos.
Seus resultados são expressos em leis, teorias e generalidades.

Marconi e Lakatos (2009) destacam que o conhecimento


científico diferencia-se dos outros tipos de conhecimento mais pela sua
metodologia do que pelo seu conteúdo. Conheça algumas características
do conhecimento científico:

Real (factual)

Porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda “forma


de existência que se manifesta de algum modo”.

Contingente

Pois suas proposições ou hipóteses têm sua veracidade ou falsidade

24 | Métodos e Técnicas de Estudo


conhecidas por meio da experiência e não apenas pela razão, como ocorre
no conhecimento filosófico.

Sistemático

Já que se trata de um saber ordenado logicamente, formando


um sistema de ideias (teoria) e não conhecimentos dispersos, desconexos.

Verificável

Pois as afirmações (hipóteses) que não podem ser verificadas


não pertencem ao âmbito da ciência.

Falível

Visto que não é definitivo, absoluto ou final.

Aproximadamente Exato

Pois novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem


reformular o acervo de teoria existente.

Métodos e Técnicas de Estudo | 25


Síntese
Iniciamos esta unidade de aprendizagem, explorando o
papel e a função da universidade. Vimos que as universidades foram
criadas na Idade Média para atender a demandas sociais por novos
profissionais e que seu papel foi se transformando ao longo dos
séculos para acompanhar a evolução científica, tecnológica e cultural.
Aprendemos também que, na América Latina, o sistema universitário
foi influenciado pelo modelo europeu e que, no Brasil, a primeira
universidade de ponta foi criada em São Paulo, em 1934.

Descobrimos que houve uma grande expansão do ensino


superior nos últimos 40 anos e exploramos as principais tarefas da
universidade de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9.394/96,
assim como suas três funções indissociáveis: ensino, pesquisa e
extensão. Vimos, também, a definição de ciência e exploramos as várias
áreas do conhecimento científico.

Aprendemos, ainda, que o ser humano é capaz de conhecer e


pensar e que o conhecimento é essencial à sua sobrevivência.

Vimos, também, que há três elementos essenciais e indissociáveis


que constituem o conhecimento humano, são eles: o sujeito, o objeto, e a
representação ou imagem do que é conhecido. Aprendemos também que
o conhecimento e as formas de conhecer evoluíram ao longo dos anos,
indo da perspectiva mítica à científica. Exploramos as características de
vários tipos de conhecimento (sensorial, intelectual, vulgar ou empírico,
intuitivo, teológico, filosófico) e aprendemos que o conhecimento
científico distingue-se dos outros tipos por ser real (factual), contingente,
sistemático, verificável, falível e aproximadamente exato.

Métodos e Técnicas de Estudo | 27


Leitura Complementar
Para saber mais sobre a história das universidades, leia o texto
a seguir, de Hélgio Trindade. O texto trata de uma conferência realizada
pelo pesquisador em uma reunião da Associação Nacional de Pesquisa
em Educação.

TRINDADE, Hélgio. Universidade em perspectiva:


sociedade, conhecimento e poder. Disponível em: http://www.
josenorberto.com.br/Universidade%20em%20Perspectiva_HELGIO_
TRINDADE.pdf

O avanço das ciências é primordial para o desenvolvimento da


sociedade, para a melhoria da qualidade de vida e também para a busca
da longevidade, com a descoberta da cura de doenças. Nesse sentido,
leia a matéria publicada na revista Superinteressante sobre o progresso
da descoberta da cura da AIDS:

SUPERINTERESSANTE. A cura da AIDS. Disponível em:


http://super. abril.com.br/saude/cura-aids-762959.shtml

Métodos e Técnicas de Estudo | 29


Referência Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,
1992.

BRASIL. Senado Federal. Lei de Diretrizes e Bases da Educação


Nacional: nº 9394/96. Brasília: 1996.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnica de


pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

RUIZ, João Álvaro. Metodologia científica. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

Métodos e Técnicas de Estudo | 31


Técnicas de Estudo e
Aprendizagem Acadêmica
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Realizar uma boa leitura acadêmica;


• Compreender e identificar melhor sobre os instrumentos
bibliográficos;
• Aprofundar e reconhecer a importante função sobre os
cronogramas de estudo acadêmico;
• Reconhecer a importância da interpretação textual para a
realização de uma boa leitura;
• Identificar e analisar a função da leitura analítica,
envolvendo técnicas para melhorar sua capacidade na leitura
acadêmica.

Métodos e Técnicas de Estudo | 33


Introdução
Nesta unidade você aprenderá que as metodologias do estudo
pretendem traçar métodos para a aprendizagem satisfatória, oferecendo
métodos de estudo que irão direcionar o aluno às suas técnicas de
estudo e aprendizagem acadêmica. O estudo precisa de alguns métodos
para traçar um bom resultado, por isso, esta disciplina foi criada
para facilitar o aprendizado do aluno, compreendendo seus novos
conhecimentos e técnicas de estudo.

Você perceberá que para uma boa análise textual, é


preciso aprender técnicas de estudo para analisar seu desempenho
textual, interpretação, análise textual, temática, além de obter um
bom desempenho na leitura acadêmica. Portanto, para um bom
aprendizado, é fundamental adotar alguns procedimentos úteis para seu
aprimoramento pessoal. No decorrer desta unidade você irá reconhecer
a importância dos métodos e técnicas de estudo. Este conteúdo será
essencial para o seu desenvolvimento, pois possibilitará técnicas que
facilitarão sua aprendizagem.

Métodos e Técnicas de Estudo | 35


1. Técnicas de Estudo e Aprendizagem Acadêmica
Neste momento, você aprenderá que o desenvolvimento da
autonomia intelectual do aluno é um dos principais objetivos dos cursos
de graduação. Verá que o sucesso dos estudos na universidade depende,
em grande parte, do domínio dos instrumentos de trabalho acadêmico
e observará que a aprendizagem acadêmica demanda disciplina e
organização do tempo, que pode ser sistematizada por meio de um
cronograma de estudos.

Você também verá que realizar uma boa leitura faz parte
do processo de estudos e, para isso, aprenderá o que é uma unidade
de leitura e como fazer a análise textual, temática e interpretativa do
texto. Também estudará sobre o processo de problematização e síntese
pessoal que faz parte da leitura analítica. Finalmente, aprenderá sobre
os aspectos da leitura proveitosa e sobre a importância da leitura no
desenvolvimento intelectual e acadêmico do aluno de graduação.

Veja alguns temas de estudo deste material:

1. Identificação dos principais instrumentos bibliográficos para


a aprendizagem acadêmica;
2. Reconhecimento da importância do cronograma na
disciplina de estudos;
3. Reconhecimento da importância da leitura analítica como
método de estudo;
4. Compreensão do processo de análise textual,
problematização de ideias e síntese pessoal.

Métodos e Técnicas de Estudo | 37


1.1 Autonomia Discente e Instrumentos Bibliográficos

No ensino superior, espera-se que você adquira hábitos de


estudo que permitam uma autoatividade didática, ou seja, que possa
aprender de forma independente, complementando as instruções
oferecidas pelos seus professores com pesquisas a várias fontes
bibliográficas. Logo, o resultado do seu trabalho dependerá, em grande
parte, do seu próprio esforço, ou seja, da sua autonomia como aprendiz,
que é a “habilidade em assumir o controle sobre a própria aprendizagem
a fim de maximizar todo o seu potencial” (Wisniewska, 1998).

O sucesso dos estudos dependerá da sua habilidade em


conhecer e dominar os instrumentos do trabalho acadêmico, que são
essencialmente bibliográficos. Conheça alguns:

• Cada disciplina possui uma bibliografia básica e


complementar, na qual você tem acesso aos livros na
biblioteca da universidade (biblioteca física e, em alguns
casos, virtual). Esses livros da bibliografia são os “textos
básicos” (essenciais) da disciplina;
• Manuais e apostilas com material introdutório ao seu
tema de estudo;
• http://www.scielo.br;
• Periódicos científicos, que são revistas nas quais são publicados
artigos resultantes de pesquisas científicas em determinada
área. Você pode ter acesso a várias revistas no Portal
SciELO, que é uma biblioteca eletrônica que disponibiliza,
gratuitamente, uma seleção de periódicos científicos brasileiros.
Acesse o SciELO e conheça as revistas dedicadas à sua área
(escolha entre as ferramentas de pesquisa).

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível


Superior (CAPES), orgão vinculado ao Ministério da Educação
(MEC), também tem um portal específico de periódicos. Portal de
Periódico da Capes:

• Anais de eventos, ou seja, coleção de artigos que foram


apresentados em conferências e simpósios nacionais e

38 | Métodos e Técnicas de Estudo


internacionais. Frequentemente esses artigos estarão
disponíveis em meio impresso, CD-rom e, também, on-line;
• http://www.periodicos.capes.gov.br;
• Também é possível encontrar materiais bibliográficos
na internet. Sites como a Wikipédia são utilizados com
frequência para consultas rápidas e esclarecimentos.
Entretanto, você deve estar atento para a qualidade do
material disponibilizado na internet, pois nem sempre
as informações são confiáveis. No Google Acadêmico,
podem ser encontrados diversos artigos e textos
acadêmicos para pesquisa.

1.2 Técnicas de Estudo: Documentação e Instrumentos de Trabalho


Acadêmico

Durante sua rotina na universidade, podemos enumerar


alguns passos essenciais do processo de estudo.

Primeiro passo

O primeiro é o registro das experiências e aprendizagens


acadêmicas. Documentar significa registrar por escrito os eventos,
ideias e fatos aprendidos ou vivenciados. Isso exigirá que você “tome
notas” ou “faça apontamentos” durante as aulas, atividades científicas
e culturais. Essas anotações não precisam ser perfeitas ou refletir
o discurso de quem fala palavra por palavra. Devem, entretanto,
traduzir as ideias, tais como conteúdos conceituais e categorias
básicas. Você deve procurar registrar os elementos que compõem o
pensamento de quem expõe, selecionando expressões que o ajudarão
a reescrever a síntese das ideias numa etapa posterior.

Segundo passo

O segundo passo trata da recomposição dessas ideias


durante a rotina de estudos. Ou seja, num momento posterior
à aula ou evento, você deve recompor o texto anotado,
complementando-o com informações providas pelos instrumentos

Métodos e Técnicas de Estudo | 39


pessoais de pesquisa e obras de referência. Essas informações
podem, então, ser registradas na forma de fichamentos (como
veremos mais tarde).

Importante
Você não deve estar preocupado em decorar ou memorizar o
conteúdo. Durante a anotação, recomposição e fichamento
do texto, você está “tão somente pensando nas ideias que
está manipulando. Está pensando na medida que se esforça
para construir o sentido dos conceitos ou das ideias em jogo”
(Severino, 2002).

Estudar demanda uma criteriosa disciplina, especialmente para


alunos que, além de estudar, trabalham e têm um tempo restrito para as
atividades acadêmicas. Trata-se de organizar e aproveitar o tempo para
maximizar a aprendizagem. Veja algumas recomendações que o aluno
precisa seguir logo no início das aulas:

• Levantamento: fazer um levantamento do tempo


disponível;
• Disponibilidade: estabelecer um horário para o estudo de
acordo com as preferências pessoais e disponibilidade;
• Cronograma: definir um cronograma de estudos;
• Determinação: seguir o cronograma e cumprir o tempo
de estudo, iniciando sem rodeios para vencer a fase de
aquecimento e manter o ritmo;
• Intervalo: fazer intervalos de 30 minutos a cada duas
horas;
• Equilíbrio: aprender a considerar e equilibrar o tempo
de acordo com o grau de trabalho necessário para cada
disciplina.

Severino (2002) sugere o fluxograma visualizado na Figura 1,


para guiar a sua vida de estudos na universidade:

40 | Métodos e Técnicas de Estudo


AULA ESTUDO EM CASA AULA
Participação Revisão Preparação Participação

• Releitura e • Retomada e
• Exposição de
reestudo da esclarecimentos
segmentos da
documentação da de pontos da
matéria.
aula anterior. unidade anterior.
• Discussão ou
• Reorganização da • Exploração
debate de temas • Contato prévio
matéria exposta de segmentos
a partir de textos com nova unidade
ou debatida em programados.
com síntese. programada:
classe mediante • Discussão e
Determinação de roteiro, textos,
• DOCUMENTAÇÃO.
questionários. debates.
novas tarefas.
• Aprofundamento • Determinação de
de estudo novas tarefas.
mediante
exploração de
instrumentos
complementares.

Elaboração de tarefas específicas:


fichamentos, exercícios,
relatórios etc.

RECURSOS AOS INTRUMENTOS


COMPLEMENTARES

Figura 1: Fluxograma da vida de estudo. Fonte: Severino (2002, p.31)

Note, no fluxograma de Severino (2002), que a participação


nas aulas deve ser seguida por um momento de estudo individual.
Esse momento dedica-se à revisão da aula anterior e à preparação para
a aula seguinte. Você deve aproveitar esse tempo para reorganizar as
ideias já registradas em suas anotações, documentando-as através de
fichamentos, resumos e relatórios, os quais podem ser enriquecidos pela

Métodos e Técnicas de Estudo | 41


consulta a recursos bibliográficos. Para isso, é necessário que você tenha
um cronograma de estudos. Você já pensou nisso?

1.3 Unidade de Leitura e Análise Textual

Segundo Severino (2002), o primeiro passo para engajar-se


na leitura como processo de estudo é estabelecer o que chamamos de
“unidade de leitura”, ou seja, selecionar uma parte de texto que traz
uma unidade de sentido ou ideia para ser explorada durante uma sessão
de estudo.

• A unidade de leitura pode ser um artigo, um capítulo de


livro ou qualquer outra subdivisão;
• A definição da unidade de leitura cria limites e ajudará você
a realizar seu estudo por etapas;
• A intenção das unidades de leitura é dimensionar o tempo
e o esforço necessários para o estudo de um determinado
tema.

O processo de leitura é algo complexo, principalmente a


leitura realizada para fins acadêmicos. Esse processo complexo pode ser
chamado de leitura analítica e envolve quatro etapas: Análise textual;
Análise temática; Análise interpretativa; Problematização.

Na análise textual, você deve procurar construir uma


visão panorâmica das ideias apresentadas pelo autor. O objetivo é
compreender a intenção do texto e seus objetivos. Nesse momento,
você deve identificar, por exemplo, quem é o autor, qual é o tipo e a
qualidade da obra, assim como as informações que ainda desconhece.
Esta etapa pode dar origem a um esquema que visa auxiliar a
sistematização das ideias, dando suporte ao raciocínio.

1.4 Análise Temática, Análise Interpretativa e Problematização

O segundo passo no processo de leitura analítica, ainda


segundo Severino (2002), é a análise temática. O objetivo desta etapa

42 | Métodos e Técnicas de Estudo


seria compreender a mensagem global apresentada na unidade de
leitura. Neste momento, buscar-se-ia saber, por exemplo:

• Do que fala o texto? O que podemos apreender pelo título?


• O que o autor fala sobre o tema? Como responder à
questão levantada?
• Como o autor demonstra sua tese? Como comprova
sua posição básica? Qual é seu raciocínio, ou seja, sua
argumentação?
• Qual a problematização do tema, ou seja, que problema o
autor busca responder?
• Qual é a ideia-mestre apresentada no texto, ou seja, qual é a
tese do autor?

O terceiro passo no processo de leitura analítica é a análise


interpretativa. Vejamos como ela deve ser:

Ideias: nesta etapa, você deve concentrar-se na interpretação


das ideias do autor;

Examinar: é o momento em que você se posiciona, examina


o que é dito nas entrelinhas, analisa a qualidade do conteúdo e das
argumentações e contra-argumenta, ou seja, estabelece um diálogo com
a obra;

Situar: o exercício de examinar requer que você, em primeiro


lugar, situe “o texto no contexto da vida e da obra do autor, assim como
no contexto da cultura de sua especialidade, tanto do ponto de vista
histórico como do ponto de vista teórico” (Severino, 2002);

Articular: examinar um texto requer que os pressupostos


filosóficos do autor sejam identificados e articulados com outras ideias
relacionadas à temática em estudo. Por exemplo, você deve identificar os
pressupostos que orientam as argumentações do texto, aproximando-as
de outras argumentações semelhantes;

Critérios: você deve engajar-se em um processo de interpretação


crítica, analisando o texto de acordo com os seguintes critérios:

Métodos e Técnicas de Estudo | 43


• Coerência interna da argumentação;
• Validade dos argumentos empregados;
• Originalidade do tratamento dado ao problema;
• Profundidade de análise do tema;
• Alcance de suas conclusões e consequências;
• apreciação e juízo pessoal das ideias defendidas
(Severino, 2002).

Após a interpretação crítica, o quarto passo no processo


de leitura analítica é a problematização do texto, ou seja, a
discussão da argumentação geral apresentada pelo autor, tanto
aquelas explícitas, claramente apresentadas, como aquelas
implícitas, que não foram diretamente trabalhadas ou carecem
de mais explicações. O objetivo é que você questione o que o
autor propõe, assim como os pressupostos e a forma como tais
proposições são apresentadas.

O processo de leitura analítica, como método de estudo,


exige que a leitura seja proveitosa, ou seja, que você possa obter
resultados satisfatórios na aprendizagem e desenvolvimento
intelectual. Veja o que uma leitura proveitosa exige, segundo
Marconi e Lakatos (2009):

• Atenção e dedicação da mente para o entendimento e


apreensão dos conteúdos;
• Intenção, interesse em aprender o que está sendo lido;
• Reflexão sobre o texto que se lê;
• Espírito crítico, que orienta a avaliação e julgamento
das ideias lidas;
• Análise, ou seja, divisão do texto em partes para
compreender suas características específica e conexões;
• Síntese, reconstituição das partes através da
reconstrução da argumentação central do texto.

44 | Métodos e Técnicas de Estudo


Síntese
Neste unidade vimos o quanto é importante que o aluno
desenvolva sua autonomia intelectual no meio acadêmico. Aprendemos
que o sucesso dos estudos na universidade dependerá do domínio
dos instrumentos de trabalho acadêmico, tais como livros, manuais e
apostilas, periódicos científicos, anais de eventos e também a própria
internet. Destacamos que um dos primeiros passos do trabalho
acadêmico é o registro por escrito dos eventos, ideias e fatos aprendidos
durante as aulas através de “notas” ou “apontamentos”. Posteriormente,
essas notas devem ser transformadas em um texto síntese (como um
fichamento), enriquecido com informações adquiridas em recursos ou
instrumentos bibliográficos.

Observamos que a aprendizagem acadêmica demanda uma


disciplina de estudos e uma criteriosa organização do tempo, que deve
ser definida através de um cronograma e, ainda, aprendemos que a
leitura acadêmica diferencia-se dos outros tipos de leitura devido à sua
contribuição para a obtenção de informações, sistematização de ideias e
desenvolvimento do pensamento crítico.

Vimos que a leitura acadêmica tem um caráter analítico


e deve iniciar através da definição de unidades de leitura. Em
seguida, utilizando as orientações de Severino (2002), aprendemos
que a leitura como método de estudo abrange: a análise textual do
material para compreender a intenção do texto e seus objetivos;
a análise temática do texto para compreender a mensagem global
apresentada na unidade de leitura; a análise interpretativa,
engajando-se na contextualização e interpretação crítica das ideias do

Métodos e Técnicas de Estudo | 45


autor; a problematização das proposições apresentadas; e, finalmente
a síntese pessoal, que é a reelaboração da mensagem do autor de
acordo com suas próprias análises.

Por fim, vimos sobre os aspectos de uma leitura proveitosa,


ressaltando a importância da leitura como método de estudo no
desenvolvimento acadêmico e pessoal do aluno de graduação.
Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade, faça a seguinte leitura:

OLIVEIRA, Gian Márcio Paiva; ARAÚJO, Ana Cristina;


NASCIMENTO, José Mancinelli. O ato de estudar na vida
acadêmica. Disponível em: http://www.prac.ufpb.br/anais/IXEnex/
iniciacao/documentos/anais/4.EDUCACAO/4CFTDCSAMT01.pdf

Leia também uma matéria publicada na Revista


Superinteressante.

CARDIN, Itamar. Como estudar sozinho em casa. Revista


Superinteressante. Disponível em: http://super.abril. com.br/
cotidiano/como-estudar-sozinho-casa-681879.shtml

Métodos e Técnicas de Estudo | 47


Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,
1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3. ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnica de


pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho cientifico. 22 ed. São


Paulo: Cortez, 2002.

WISNIEWSKA, I. Designing materials for teacher autonomy. Forum,


v.36, n.2, p.24. 1998.

Métodos e Técnicas de Estudo | 49


Trabalhos Acadêmicos: Resumos,
Esquemas, Resenhas e Fichamentos
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Conhecer e identificar melhor a produção de um


fichamento, resumo e resenhas;
• Manusear melhor os métodos de resumos e resenhas;
• Compreender a elaboração e produção das normas para a
realização de resumos;
• Identificar a função do esquema para a realização de
trabalhos acadêmicos;
• Utilizar e elaborar fichamentos acadêmicos de forma
adequada para cada tipo de documento.

Métodos e Técnicas de Estudo | 51


Introdução
Este unidade tem como objetivo ensinar os aspectos técnicos
na construção e apresentação de trabalhos acadêmicos, tratar de
assuntos como fichamento, resenha, resumo, resenha crítica expondo
dados relevantes para seu melhor conhecimento se para aprofundamento
do assunto. Assim, você vai entender como são as técnicas de produção
e elaboração textual.

Um bom desempenho na produção de resenhas, resumos


e resenhas críticas requer um processo de qualidade de leitura e
compreensão textual. Apresentamos, neste conteúdo, informações
fundamentais que consideramos indispensáveis para a apresentação de
um bom trabalho acadêmico e científico, utilizando métodos de estudos
essenciais para uma forma adequada de realizar um trabalho acadêmico
e compreensão da leitura. Nossa proposta é apresentar métodos que
deverão orientar os alunos na percepção de novos conhecimentos,
resultando em um bom aprendizado.

Métodos e Técnicas de Estudo | 53


1. Trabalhos Acadêmicos: Resumos, Esquemas,
Resenhas e Fichamentos

1.1 Trabalhos Acadêmicos - Resumos

Neste momento você aprenderá o que é um resumo e quais


são os principais tipos de resumos; o que é um esquema, como fazê-lo
e quais as diferenças entre um esquema de leitura e um esquema para
produção de texto; o que é uma resenha, os tipos de resenha e os passos
para sua elaboração; e as estruturas de fichamentos, seus elementos e
como elabora-los.

As orientações apresentadas seguem as exigências


metodológicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNR),
principalmente das normas (NBR) 14724/2002, 10520/2002 e
6023/2002, que regem a apresentação dos trabalhos acadêmicos. Os
pontos principais a serem abordados serão:

• Conhecimento das técnicas de produção de um resumo;


• Manuseio de informações em fichas, resumos e
esquemas;
• Identificação das aplicações acadêmicas da resenha
e compreensão dos principais passos para a sua
elaboração;
• Identificação das aplicações acadêmicas e entendimento
do passo a passo para elaboração de um bom fichamento.

Métodos e Técnicas de Estudo | 55


Resumo – Conceito e Tipos

Para Marconi e Lakatos (2009),“um resumo consiste na


capacidade de condensação de um texto, parágrafo, frase, resumindo-o a
seus elementos de maior importância”.

“O resumo deve ressaltar o objetivo, o método, os


resultados e as conclusões do documento. A ordem e a extensão
destes itens dependem do tipo de resumo (informativo ou
indicativo) e do tratamento que cada item recebe no documento
original”. (ABNT, 2003, p. 2).

O resumo deve ser precedido da referência do documento,


com exceção do resumo inserido no próprio documento, como é o caso
de artigos científicos. Deve ser composto de uma sequência de frases
concisas, afirmativas, evitando-se a enumeração de tópicos. Recomenda-
se o uso de parágrafo único ou de parágrafos que apresentem ideias
completas. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema
principal do documento. A seguir, deve-se indicar a categoria do
documento (memória, estudo de caso, análise da situação etc.) (ABNT,
2003). Enfim, o resumo deve expor de maneira clara e sucinta as ideias
do texto a que se refere.

Resumo

Indicativo Crítico

Informativo ou
Analítico

56 | Métodos e Técnicas de Estudo


Segundo a NBR 6028, existem três tipos de resumo:

Resumo Indicativo

Indica apenas os pontos principais do documento, não


apresentando dados qualitativos, quantitativos etc. De modo geral, não
dispensa a consulta ao original. O corpo do resumo é formado de frases
curtas, descrevendo sua natureza, forma e propósito.

Resumo Informativo ou Analítico

Informa ao leitor não somente as ideias, mas também as


finalidades, metodologia, resultados e conclusões do documento, de tal
forma que este possa, inclusive, dispensar a consulta ao original.

Resumo Crítico

Resumo redigido por especialistas com análise crítica de um


documento. Também chamado de resenha. Quando analisa apenas
uma determinada edição entre várias, denomina-se recensão. Além
de apresentar as principais ideias do autor, apresenta também um
julgamento sobre a obra em relação ao seu conteúdo, metodologia e
desenvolvimento lógico das ideias.

A elaboração do resumo depende da qualidade do processo


leitura. Logo, ao preparar um resumo você deve:

• Identificar a estrutura geral da obra e como o autor


desenvolve as ideias;
• Reconhecer e delimitar as principais seções do texto;
• Explorar o significado das ideias apresentadas nas
seções identificadas;
• Elaborar palavras-chave de acordo com os temas das
principais seções;

Métodos e Técnicas de Estudo | 57


• Explorar a relação existente entre as seções do textos.
Verificar, por exemplo, se elas se complementam, opõem
ou contradizem.

Como se faz um resumo?

Na composição do resumo, você deve evitar expressões como:


o autor disse, o autor falou, segundo o autor, de acordo com o livro
etc. Mantenha a clareza do texto e procure evitar símbolos, abreviações
e formas rebuscadas de escrita. Também é desaconselhável a inclusão
de fórmulas, equações e diagramas. Caso seja necessário, justifique sua
inclusão e defina-os na primeira vez que aparecerem no texto.

Na hora da escrita, deve-se usar o verbo na voz ativa e na


terceira pessoa do singular. As palavras-chave devem figurar logo abaixo
do resumo, antecedidas da expressão “Palavras-chave:”, separadas entre
si por ponto e finalizadas também por ponto.

1.2 Trabalhos Acadêmicos - Esquemas

Modos de Realização

Um esquema deve evidenciar o esqueleto da obra, a forma


na qual o texto é organizado, suas ideias principais, suas questões mais
importantes. Deve captar o conjunto das ideias que se deve considerar
como mais relevantes em um texto, ressaltadas em uma forma organizada.

O esquema é um recurso utilizável tanto na leitura, para o


aprendizado, quanto na produção de um texto. Fazendo o esquema de um
texto, podemos perceber com mais clareza suas principais informações e
visualizar melhor sua forma de organização.

A confecção de um esquema pode ajudar na compreensão


de um texto e no aprendizado do tema a partir do assunto tratado.
Lendo-se um texto como um todo complexo, será mais fácil a
compreensão se o subdividirmos em suas partes sucintas (introdução,
desenvolvimento, argumentação e conclusão). Assim, poderemos

58 | Métodos e Técnicas de Estudo


distinguir, entre todas as informações contidas no todo, aquela
particular que nos convém naquele momento.

Podemos usar o esquema para destacar as ideias que mais


interessam aos nossos objetivos.

Na escrita, podemos utilizar um esquema para selecionar


e organizar as ideias. A partir do tema que desejamos abordar, é
possível organizar a ordem das ideias antes de colocá-las no papel,
organizando o texto coerentemente e proporcionando coesão entre
as partes e uma leitura mais agradável e eficiente, além de elucidar
o assunto tratado.

Algumas sugestões tornam-se bem-vindas na hora de organizar


um bom esquema. Por exemplo, na leitura, o título e o nome do autor são de
grande importância, além da data de construção do texto.

Leia o texto na íntegra no mínimo três vezes e, depois disso,


faça as marcações das palavras-chave e das desconhecidas, anotando nas
margens do parágrafo uma síntese. Isso o ajudará a fazer as relações
de entendimento do texto, perceber a mensagem do autor, a ideologia
expressa nas entrelinhas, os objetivos desejados com a mensagem e a
relação com outros textos já lidos.

1.3 Trabalhos Acadêmicos - Resenhas

Como se faz uma Resenha?

A resenha é um tipo textual diferente do resumo, pois nela,


além de se resumir as informações principais do texto, também se faz
críticas aos assuntos abordados, buscando um diálogo com o texto de
origem e também trazendo outras referências textuais para alimentar
esse diálogo e aprofundar a crítica. Ou seja, para se fazer uma resenha
deve-se ler atentamente o texto e dialogar com ele. Às vezes é necessário
entender um pouco do assunto tratado para que esse diálogo com o
texto flua (Marconi, Lakatos, 2009).

Métodos e Técnicas de Estudo | 59


O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um
livro, um filme, um álbum, uma peça de teatro ou mesmo um jogo de
futebol. O leitor que pretende resenhar um texto não pode ser passivo
perante ele, aceitando todas as informações, mas deve questioná-las,
buscar outras fontes bibliográficas sobre o assunto para, então, partir
para a crítica do texto de origem.

Resenhar não é apenas expressar a opinião diante de um texto,


mas também pesquisar sobre o tema e expressar o seu ponto de vista a
partir de outras fundamentações teóricas, outros autores, que podem ser
a favor ou contra as informações do texto resenhado.

Medeiros (2009) aponta as características de uma resenha e as


classificações:

Descritiva

Se refere à descrição da obra em seus aspectos físicos, quando


foi feita, qual a natureza do texto, onde e quando foi publicada. Situa o
leitor quanto ao caráter do texto como obra literária, artística, científica
ou de outras naturezas.

Narrativa

Assemelha-se ao resumo, pois apresenta as características


principais da obra. Descreve o desenvolvimento do assunto do texto,
suas conclusões, os métodos empregadose pode até abordar aspectos
relativos ao autor e suas pesquisas feitas para se chegar a tal texto. Esse
aspecto narrativo permite que o leitor da resenha possa conhecer um
pouco do texto original, suas características e temas abordados, para que
a leitura da resenha possa ser mais completa e aprofundada.

Dissertativa

Apresenta uma análise da obra, avaliando sua importância


dentro do contexto em que ela se insere e às finalidades a que ela se

60 | Métodos e Técnicas de Estudo


propõe. Então, parte-se para a crítica da obra, onde ocorre o diálogo
com ela e com outras referências bibliográficas, enriquecendo o caráter
crítico da resenha.

Importante
Para se escrever uma boa resenha, é importante conhecer bem o
texto-base e também o assunto abordado nesse texto. Conhecer,
no sentido de entender, do que se trata o tema e também de
conhecer outros textos do mesmo assunto para se embasar
teoricamente. A condução da resenha depende do fio que o autor
vai usar para chamar a atenção do leitor para os temas abordados
e discutidos, e isso depende da consistência das argumentações
utilizadas na resenha.

Medeiros (2009) classifica as resenhas em dois tipos, que


levam em consideração o critério de apresentar ou não o caráter
dissertativo na resenha:

Resenha Descritiva

Vai apresentar características descritivas e narrativas em sua


estrutura. Medeiros (2009) aponta a seguinte estrutura de resenha
descritiva:

1. Nome do autor (ou dos autores), título e subtítulo da obra.


2. Se tradução, nome do tradutor;
3. Nome da editora;
4. Lugar e data de publicação da obra e número de páginas e
volumes;
5. Descrição sumária de partes dos capítulos e índices;
6. Resumo da obra, objeto, objetivo, gênero, tom do texto;
7. Métodos utilizados (como o autor defente sua obra), ponto
de vista que defende;

Note que a resenha descritiva não apresenta argumentações de


quem a escreve, ou seja, não há a característica dissertativa;

Métodos e Técnicas de Estudo | 61


Resenha Crítica

A resenha crítica apresenta os mesmos elementos da resenha


descritiva, mas, além disso, apresenta a característica dissertativa. Ou
seja, ela possui críticas positivas e negativas aos assuntos abordados
no texto, sendo que essas críticas são sustentadas por argumentações
do autor da resenha, funcionando como provas daquilo que ele
está afirmando. O fio condutor da resenha crítica baseia-se nessas
argumentações e no modo como o autor da resenha dialoga com o
texto analisado. A resenha crítica permite que o autor dela traga para
seu texto outros autores, suas teorias e pesquisas para confrontar ou
apoiar as ideias do texto resenhado. Dessa forma, as afirmações e
argumentações da resenha podem ser fundamentadas teoricamente,
deixando de ser apenas opiniões do autor da resenha para ser uma
forma de diálogo teórico e científico, em que o diálogo é bastante rico e
proveitoso para quem o lê.

1.4 Trabalhos Acadêmicos - Fichamentos

As fichas são excelentes meios de estudo para diversos


profissionais e também para os estudantes. Com elas, é possível ordenar
o estudo de forma mais concisa e ter uma visão geral do que está sendo
estudado. O conteúdo das fichas pode ser bastante diverso, podendo
conter resumos, anotações de conteúdo e descrições de uma aula.
Enfim, informações relevantes sobre determinado assunto.

Há elementos que podem ajudar na estruturação do


fichamento, que o deixarão mais rico e coeso. Conheça alguns passos
estruturais de um fichamento que Medeiros (2009) aponta:

PASSO 1

Faça um cabeçalho

Nele, deve haver o título da ficha, que pode ser genérico. Caso
sejam várias fichas de determinado assunto, é interessante numerá-las.

62 | Métodos e Técnicas de Estudo


PASSO 2

Referências bibliográficas

Liste, logo abaixo do cabeçalho, as referências bibliográficas


utilizadas para a elaboração da ficha. Essa listagem é importante para que,
caso você queira fazer um estudo mais aprofundado, consulte a bibliografia.

PASSO 3

Texto

É onde se desenvolve a ficha. Nesta fase, há o resumo da obra


estudada, ou da aula, assim como anotações diversas referentes ao conteúdo.

É interessante que o texto seja conciso, para que mais


informações possam ser colocadas, mas podem aparecer citações
de autores o que enriquece o material, assim como podem
ocorrer anotações diversas para facilitar a leitura da ficha, como
comentários, conclusões da leitura ou lembretes.

As fichas podem ser ótimos instrumentos para o estudo.


Você pode fichar um capítulo estudado ou um texto e pode usar esse
fichamento para ter uma visão geral de seus estudos, agrupando diversas
fichas de um mesmo assunto.

Métodos e Técnicas de Estudo | 63


Síntese
Nesta unidade vimos o que é um resumo, os tipos de resumo
e como fazer para elaborá-los. Vimos, também, o que são os esquemas,
os tipos de esquema e as etapas para sua elaboração. Destacamos que
não há regras fixas para a confecção de esquemas e resumos, pois são
instrumentos de estudo e aprendizado acadêmico a serem utilizados
pelos alunos como forma de estudo individual e, caso solicitado, como
atividade acadêmica a ser apresentada aos professores. Você aprendeu,
ainda, novas formas de registrar os conhecimentos adquiridos ao
logo da caminhada acadêmica utilizando a técnica da resenha e do
fichamento. Descobrimos que existem as resenhas descritivas e críticas e
exploramos os passos para suas elaborações. Por fim, aprendemos sobre
os fichamentos e seus elementos constitutivos.

Métodos e Técnicas de Estudo | 65


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, faça as seguintes leituras:

REVISTA EDUCAÇÃO. O caminho da boa resenha.


Disponível em: http://www.revistaeducacao.com.br/o-caminho-da-
boa-resenha/

REVISTA GALILEU. Resenha: Jobs - a história do


gênio da Apple. Disponível em: http://revistagalileu.globo. com/
Revista/Common/0,,EMI341011-17770,00-RESENHA+JOBS+A
+HISTORIA+DO+GENIO+DA+APPLE.html

Métodos e Técnicas de Estudo | 67


Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,
1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnica de


pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

MEDEIROS, J. B. Redação cientifica: a prática de fichamentos,


resumos, resenhas. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Métodos e Técnicas de Estudo | 69


Trabalhos Acadêmicos: Seminários
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender o que é e como é utilizada a prática do seminário;


• Elaborar e diferenciar os tipos de seminários presentes no
instrumento didático;
• Realizar uma apresentação com o conteúdo dinâmico e
estimular debates pessoais em sala de aula, desempenhando
um trabalho acadêmico de qualidade;
• Compreender as etapas de preparação iniciais e
fundamentais para a realização de um seminário;
• Identificar, de acordo com a divisão dos integrantes, as funções
de um dos responsáveis por uma função nos seminários.

Métodos e Técnicas de Estudo | 71


Introdução
Nesta unidade você aprenderá técnicas de como produzir
e elaborar um seminário, de qualidade, no intuito de ensinar os
aspectos básicos da construção do trabalho acadêmico. Para um bom
desempenho sob as perspectivas do seminário, vamos nos aprofundar
sobre a explicação do instrumento didático e de estudo. O objetivo
deste material é preparar o aluno para antes da apresentação, ajudando-o
a se organizar e a se apropriar de procedimentos de planejamento.

Além disso, aprenderemos como desenvolver um seminário


com uso das técnicas para estudos e pesquisas, assumindo formas para
um melhor desempenho na leitura, análise textual, interpretação de
texto com uma metodologia de estudo que possibilita novas ideias, novas
perspectivas, questionamentos que são fundamentais para uma ir além do
material apresentado pelo professor em sala de aula.

Métodos e Técnicas de Estudo | 73


1. Trabalhos Acadêmicos: Seminários
Veremos agora o que são trabalhos acadêmicos, sob a
perspectiva dos seminários. Vamos começar com uma explicitação
sobre a atividade didática inerente ao seminário, que não deve
estar relacionada ao fato de o aluno dar aula no lugar do professor.
O seminário, nesse contexto, é utilizado como recurso didático e
avaliativo, e seu objetivo é fazer com que o grupo de alunos que estão
envolvidos nessa atividade compreenda melhor o assunto proposto pelo
professor, aperfeiçoando a leitura do texto-base, realizando uma análise
profunda e minuciosa do conteúdo a fim de estimular a discussão do
conteúdo em quem assiste.

Serão abordados três tipos de seminários: o clássico, o


clássico em grupo e o em grupo. O seminário clássico é feito de
forma individual, onde apenas uma pessoa apresenta; o seminário
clássico em grupo envolve mais pessoas, porém há um representante
e é ele quem apresenta; já no seminário em grupo não há
representantes. Todos são responsáveis por elaborar a apresentação e
expor o conteúdo.

Em seguida, apresentaremos todas as pessoas que


participam ativamente do seminário, além de apontar a função de
cada um. Por último, trabalharemos as etapas que devem constar
para a realização do seminário, como a preparação da palestra e
como deve ser a apresentação.

Métodos e Técnicas de Estudo | 75


1.1 O Seminário como Instrumento Didático e de Estudo

Vamos conhecer o que é e como é utilizada a prática do seminário.

Um seminário deve ser percebido como atividade didática,


indo além da simples ideia de colocar o aluno para “dar aula” no lugar
do professor. O seminário pode permitir que os alunos estudem de
forma mais aprofundada um conteúdo, para que, então, dialoguem com
ele. É nesse sentido que o seminário é (ou deveria ser) encarado nos
cursos universitários, onde geralmente é utilizado como recurso didático
e avaliativo.

Severino (2007) aponta que, para que se realize um bom


trabalho a partir de um seminário, este deve proporcionar a todos os
integrantes um grande contato com o texto-base, onde deve ser feita
uma análise profunda e minuciosa do conteúdo apresentado. Além
disso, é interessante que a compreensão das ideias centrais e temáticas
do texto seja permeada por posturas críticas e de questionamentos em
relação a elas. E, por fim, que esses questionamentos e críticas gerem
discussões a partir dos pontos centrais do texto.

A prática do seminário deve estimular uma leitura crítica


do texto trabalhado, de não ser apenas uma leitura passiva, que vai
acontecer em um seminário apenas expositivo, onde somente se
conta o conteúdo do texto, sem discuti-lo. A leitura crítica vai além
disso, permitindo um entendimento mais aprofundado do texto,
com pesquisas de outros autores que falam do mesmo tema e com
questionamentos frente ao conteúdo do texto trabalhado.

O grupo responsável por um seminário, a partir de um texto,


deve se preocupar em conhecê-lo bem, criticá-lo e perceber, em seu
conteúdo, pontos questionáveis e para discussão, procurando fazer uma
ligação também com obras de outros autores.

Na apresentação, o grupo deve expor o conteúdo do texto de


forma dinâmica, mas, muito mais do que apenas expor o conteúdo, o grupo
deve procurar estimular a discussão e apresentar os pontos que levantou
para questionamentos, estimulando o diálogo e o debate com todos.

76 | Métodos e Técnicas de Estudo


1.2 Tipos de Seminários

Os seminários podem ser divididos em alguns tipos, de


acordo com o número de integrantes que o apresentam e a forma que
gerem a apresentação. Santos (2005) aponta que existem três tipos de
seminários: o clássico, o clássico em grupo e o em grupo.

Seminário Clássico

É feito de forma individual, onde uma pessoa desenvolve todo


o trabalho e o apresenta.

Seminário Clássico em Grupo

Envolve mais pessoas. Todos trabalham conjuntamente, mas


há uma pessoa responsável, como se fosse um coordenador do grupo, e
é ela quem geralmente faz a apresentação.

Seminário em Grupo

Propriamente dito, é aquele em que o grupo todo participa do


processo de leitura e de construção do seminário.

Antes da apresentação, são realizadas discussões, em que cada


membro do grupo apresenta seu ponto de vista e é feita a divisão das
tarefas, ou seja, quem ficará responsável por tal parte do conteúdo
e quem o apresentará. É importante que todos se apresentem na
realização do seminário.

1.3 Integrantes de um Seminário

Segundo Santos (2005), um seminário deve contar com


alguns membros.

• Coordenador Geral ou Diretor: é o professor ou o


proponente do seminário. Ele faz a escolha do tema, dos
grupos e delimita as datas de apresentações.

Métodos e Técnicas de Estudo | 77


• Coordenador ou organizador: é o representante do grupo.
Ele fará a ponte entre as indicações do coordenador-
geral e o grupo. Ele também atua para providenciar os
equipamentos audiovisuais e materiais necessários para a
apresentação.

• Relator: é o membro do grupo que falará em nome de


todos, ou o que vai guiar a apresentação do grupo.

• Secretário: não faz parte do grupo que apresenta o


seminário. É indicado pelo professor para anotar tudo
o que acontece durante a apresentação, ou seja, desde o
momento que inicia a apresentação até o debate final.

• Comentadores: são pessoas convidadas pelo coordenador


geral para participar do seminário, para tecerem
comentários a partir da apresentação. Geralmente,
são pessoas ligadas ao assunto abordado no seminário
(pesquisadores, professores) e são os primeiros a falar
após a apresentação. Funcionam como uma espécie de
banca.

• Debatedores ou participantes: são alunos em geral (da


turma dos apresentadores ou de outras turmas), ou mesmo
convidados para assistir ao seminário. Todos podem
levantar questionamentos ou dúvidas e participar do debate
que se inicia após as considerações dos comentadores e do
professor coordenador geral.

1.4 Etapas de Realização de um Seminário

As etapas iniciais para a realização de um seminário são a


preparação e a apresentação:

1. Preparação para o seminário: É importante que o grupo,


conduzido pelo seu coordenador, realize estudos,
pesquisas, reuniões, debates entre os membros e

78 | Métodos e Técnicas de Estudo


apresentações dos conteúdos produzidos ao longo desse
tempo de preparação. Isso vai tornar o grupo mais
coeso e confiante para apresentar, além de prover um
embasamento teórico consistente e que dialoga com
diversos autores sobre o tema abordado.

Preparaçãodo
Seminário

Reuniões Estudos e
e debates pesquisas

2. Apresentação do seminário: Para facilitar a ponte entre


esses estudos e a apresentação do seminário propriamente
dito, Severino (2007) sugere a criação de um texto-roteiro,
que funcionará como guia para todo o grupo durante o
seminário. Tente colocar neste texto-roteiro palavras e
assuntos-chaves que vão ajudar na hora da apresentação.
Evite colocar informações em excesso, pois isso pode
dificultar a leitura e atrapalhar a apresentação. Imagine as
palavras e ideias listadas nesse texto-roteiro como um fio
condutor para seu raciocínio, o que irá ajudar bastante.
Mas, lembre-se: não adianta um bom texto-roteiro sem
antes ter havido um estudo dedicado e consistente do
material a ser apresentado.

O desenvolvimento de um seminário pode variar de acordo


com a realidade de cada assunto abordado. Severino (2007) apresenta
um esquema de seminário, que pode funcionar como um roteiro para o
seu desenvolvimento.

• O início fica a cargo do professor coordenador geral, que


apresenta o grupo e o introduz falando sobre o tema que
tratarão;

Métodos e Técnicas de Estudo | 79


• Passa-se a palavra ao coordenador do grupo, que
apresenta os seus membros e o que será abordado
por cada um, de forma geral. Ele apresenta os
pontos que serão trabalhados naquela apresentação,
faz os primeiros apontamentos quanto ao assunto
do seminário e, por fim, traça um roteiro dos
temas envolvidos. Ele mesmo inicia a apresentação
propriamente dita (ou pode trabalhar a sua parte mais à
frente);
• Após a apresentação, abre-se espaço para as
considerações dos comentadores, pessoas convidadas
pelo professor coordenador geral e que são estudiosos
da área do assunto do seminário. Feitos apontamentos
dos comentadores, passa-se ao debate, que envolve todo
o público presente na apresentação;
• Feitos os questionamentos, apontamentos e críticas, o
professor coordenador geral assume a apresentação e faz
uma síntese dela mesma, encerrando o seminário.

Apresentação
do Seminário

Texto
roteiro

80 | Métodos e Técnicas de Estudo


Síntese
Nesta unidade exploramos o processo de construção e
desenvolvimento de um seminário. Aprendemos que há três tipos de
seminários: o clássico, o clássico em grupo e o em grupo.

Também estudamos as pessoas e funções envolvidas no


seminário: coordenador geral (geralmente o professor), coordenador,
relator, comentador e debatedor. Vimos, ainda, a importância do texto-
roteiro para a apresentação, onde pode-se colocar as palavras e ideias-
chave. Por fim, estudamos as etapas de realização de um seminário,
que envolvem desde a apresentação inicial pelo coordenador geral, pelo
coordenador e a apresentação propriamente dita do grupo, seguida pelos
apontamentos do comentador e dos questionamentos dos debatedores.

Métodos e Técnicas de Estudo | 81


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, observe as seguintes interatividades:

PÓS-GRADUANDO. Dez sugestões para sua apresentação


de seminário. Disponível em: http://posgraduando.com/dez-sugestoes-
para-sua-apresentacao-de-seminario/

PRO ARTE PROPAGANDA. Técnicas para falar em


público. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=63_
TG0d75g8&list=PL68E47F02A583A51B

Métodos e Técnicas de Estudo | 83


Referências Bibliográficas
BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,
1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

SANTOS, Izequias Estevam dos. Manual de métodos e técnicas de


pesquisa científica. 5 ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2005.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico.


23 ed. Universidade de São Paulo. Faculdade de Educação. São Paulo:
Cortez Editora, 2007.

Métodos e Técnicas de Estudo | 85


Artigos Científicos
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender os tipos de artigos científicos e sua norma


técnica;
• Elaborar um artigo científico, sabendo abordar aspectos do
proceso de publicação dos artigos;
• Apresentar uma elaboração adequada do texto, com clareza,
relevância e originalidade do estudo;
• Compreender a estrutura e os elementos básicos de
composição de um artigo científico.

Métodos e Técnicas de Estudo | 87


Introdução
Esta unidade tem como objetivo ensinar na elaboração que
consiste a estrutura e elaboração de um artigo científico, as normas
técnicas, classificação, função e processo de publicação.

Para uma melhor compreensão do assunto e para facilitar na


estruturação do seu artigo científico, apresentaremos os fundamentos
básicos sobre elementos textuais, pré-textuais e pós-textuais que
compõem o artigo científico, ou seja, um conteúdo inovador e
diferenciado que capacita para apresentação de um trabalho acadêmico
de qualidade.

Portanto, nosso objetivo é explorar novos caminhos do


estudo acadêmico para que você aprenda determinados conteúdos
fundamentais para representar na sua jornada acadêmica e
profissional.

Métodos e Técnicas de Estudo | 89


1. Artigos Científicos

1.1 Definição e Função dos Artigos Científicos

Leia, abaixo, algumas definições de artigo científico:

Artigos científicos são “publicações com autoria declarada, que


apresentam e discutem ideias, métodos, técnicas, processos e resultados
nas diversas áreas do conhecimento” (ABNT, 2003, p.2).

Em outras palavras, são produções limitadas, geralmente


publicadas em revistas ou períodicos científicos com o objetivo de
disseminar resultados de pesquisa.

Marconi e Lakatos (2009) chamam de artigos científicos as


publicações que “apresentam o resultado de estudos ou pesquisas e
distinguem-se dos diferentes tipos de publicação científica pela sua
reduzida dimensão e conteúdo.”

Saiba mais
Publicação periódica científica impressa: Um dos tipos de
publicações seriadas, que se apresenta sob a forma de revista,
boletim, anuário etc., editada em fascículos com designação
numérica e/ou cronológica, em intervalos pré-fixados
(periodicidade), por tempo indeterminado, com a colaboração, em
geral, de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro
de uma política editorial definida, e que é objeto de Número
Internacional Normalizado (ISSN). (NBR 6022, 2003, p. 2).

Métodos e Técnicas de Estudo | 91


1.2 Classificação dos Artigos Científicos

A norma técnica (ABNT, 2003, p.2) define que os artigos


científicos podem ser classificados como:

• Artigos de revisão: resumem, analisam e discutem


informações já publicadas.
• Artigos originais: apresentam temas ou abordagens
inovadoras.

Segundo Marconi e Lakatos (2009), os artigos científicos


podem ser classificados em três categorias:

Artigos de Argumentação Teórica


Apresentam argumentos favoráveis ou contrários a uma
opinião. Enfocam um argumento e depois os fatos que possam prová-
lo ou refutá-lo. Levam a uma tomada de posição. Demandam pesquisa
aprofundada, sendo utilizados apenas por pesquisadores experientes. O
roteiro de elaboração desses tipos de artigo inclui: exposição da teoria,
fatos apresentados, síntese dos fatos e conclusão.

Artigos de Análise
Descrevem uma análise detalhada de cada elemento constitutivo
do tema relacionando as partes ao todo. Engloba: descrição, classificação
e definição do assunto, tendo em vista a estrutura, a forma, o objetivo
e a finalidade do tema. Seu roteiro de elaboração inclui: definição do
assunto, aspectos principais e secundários, as partes e relações existentes.

Artigos Classificatórios
Classificam os aspectos de um determinado assunto e explicam
suas partes. Faz a divisão do tema de forma tabular, ou seja, em classes
com suas características principais. Depois apresenta: definição,
descrição e análise. Seu roteiro inclui: definição do assunto, explicação
da divisão, tabulação dos tipos, definição de cada espécie.

O conteúdo de um artigo é geralmente uma ideia ou


perspectiva inédita, inovadora ou diferenciada. Pode contemplar:

92 | Métodos e Técnicas de Estudo


• Um estudo pessoal, uma descoberta ou dar um enfoque
contrário ao já conhecido;
• Oferecer soluções para questões controvertidas;
• Levar ao conhecimento do público intelectual ou
especializado no assunto ideias novas para sondagem de
opiniões ou atualização de informes;
• Abordar aspectos secundários, levantados em alguma
pesquisa, mas que não seriam utilizados nela. (Marconi;
Lakatos, 2009).

Um artigo científico pode apresentar de forma sucinta, mas


completa:

• Referenciais teóricos;
• Metodologia;
• Análise dos dados e interpretação dos resultados;
• Conclusões das pesquisas em desenvolvimento ou já
concluídas.

Isso permite que na área de ciências biológicas, por exemplo,


seja possível replicar um experimento por meio dos dados de um artigo
científico.

Razões para a elaboração de um artigo científico

Vários são os fatores que podem motivar a elaboração de um


artigo científico. Conheça alguns deles:

1. Aspectos de um assunto que não foi estudado ou o foi


superficialmente; ou, ainda, se já tratado amplamente por
outros. Novos estudos e pesquisas permitem encontrar uma
solução diferente;
2. Uma questão antiga, já conhecida, pode ser exposta de
maneira nova;
3. Os resultados de uma pesquisa ainda não se constituem em
material suficiente para a elaboração de um livro;
4. Ao se realizar um trabalho, surgem questões secundárias

Métodos e Técnicas de Estudo | 93


que não serão aproveitadas na obra;
5. O surgimento de um erro ou de assuntos controvertidos
permite refutar, convenientemente, o erro ou resolver de
modo satisfatório a controvérsia (Marconi; Lakatos, 2009).

1.3 Processo de Publicação de um Artigo Científico

Um artigo científico só é publicado se houver:


• Elaboração adequada do texto (manuscrito);
• Submissão do manuscrito a um periódico no campo de
estudo correspondente;
• Aprovação do manuscrito pelo comitê científico formado
por especialistas na área.

Cada periódico possui um comitê científico e critérios de


avaliação próprios. Considera-se, na avaliação, aspectos como:

• Forma do artigo;
• Adequação da escrita;
• Relevância e originalidade do estudo;
• Clareza e pertinência dos objetivos;
• Adequação da metodologia;
• Contribuição do estudo para o avanço do conhecimento;
• Autenticidade das referências bibliográficas e verificação
de plágio.

Por conta desse processo criterioso de análise e seleção, a


qualidade do trabalho de pesquisadores é frequentemente avaliada por
meio dos artigos publicados em periódicos, tais como os indexados
pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES), do Ministério da Educação.

1.4 Estrutura de um Artigo Científico Segundo a NBR 6022:2003

94 | Métodos e Técnicas de Estudo


Um artigo científico geralmente é composto por três
elementos básicos: elementos pré-textuais, elementos textuais e
elementos pós-textuais. Confira, na Figura 1, todos as estruturas e os
elementos que compõem um artigo científico a partir da Norma NBR
6022:2003.

Estrutura Elementos Determinação da NBR 6022

O título e subtítulo (se houver) devem figurar


Título e
Elementos na página de abertura do artigo, diferenciados
subtítulo
pré-textuais tipograficamente ou separados por dois-
(se houver);
pontos (:) e na língua do texto.

Nome(s) do(s) ator(es), acompanhado(s)


de breve currículo que o(s) qualifique na
área de conhecimento do artigo. O currículo,
bem como os endereços postal e eletrônico,
devem aparecer em rodapé indicando por
Nome(s) do(s)
asterisco (*) na página de abertura ou,
autor(s)
opcionalmente, no final dos elementos
pós-textuais, onde também devem ser
colocados os agradecimentos do(s) autor(es)
Elementos e a data de entrega dos originais à redação
pré-textuais do periódico.

Elemento obrigatório, constituído de uma


sequência de frases concisas e objetivas, e
não de uma simples enumeração de tópicos,
Resumo na
não ultrapassando 250 palavras, seguindo,
língua do texto
logo abaixo, das palavras representativas do
contéudo do trabalho, isto é, palavras-chave
e/ou descritores, conforme a NBR 6028.

Métodos e Técnicas de Estudo | 95


Elementos obrigatórios, as palavras-chave
devem figurar logo abaixo do resumo,
Palavras-chave
antecedidas da expressão “Palavras-chave”,
na língua do
separadas entre si por ponto e finalizando
texto
também por ponto. Exemplo: Palavras-chave:
Elementos Referências. Documentação.
textuais

Parte inicial do artigo, onde devem constar a


delimitação do assunto tratado, os objetivos
Introdução
da pesquisa e outros elementos necessários
para situar o tema do artigo.

Parte principal do artigo, que contém a


exposição ordenada e pormenorizada do
Desenvolvimento assunto tratado. Divide-se em seções e
subseções, conforme a NBR 6024, que variam
Elementos em função da abordagem do tema e do método.
textuais

Parte final do artigo, na qual se apresentam


Conclusão as conclusões correspondentes aos objetivos e
hipóteses.

Estrutura Elementos Determinação da NBR 6022

Elemento obrigatório, elaborado conforme a


Referências
NBR 6023.
Elementos
pós-textuais
Elemento opcional, elaborado em ordem
Glossário
alfabética.

96 | Métodos e Técnicas de Estudo


Elemento opcional. O(s) apêndice(s) são
identificados por letras maiúsculas consecutivas,
travessão e pelos respectivos títulos.
Apêndice(s)
Excepcionamente utilizam-se letras maiúsculas
dobradas, na identificação dos apêndices,
quando esgotadas as 23 letras do alfabeto.
Elementos
pós-textuais
Elemento opcional. O(s) anexo(s) são
identificados por letras maiúsculas consecutivas,
travessão e pelos respectivos títulos.
Anexo(s)
Excepcionamente utilizam-se letras maiúsculas
dobradas, na identificação dos anexos, quando
esgotadas as 23 letras do alfabeto.

Figura 1: Elementos que compõem um artigo científico. Fonte: ABNT (2003, p.3-5).

Entre todos os elementos, devemos destacar:

Título e subtítulo: o título e o subtítulo de um artigo deverão ser


separados por dois-pontos (:) ou devem ser tipograficamente diferentes (ou
seja, devem usar tipos de letras diferentes, como Verdana e Arial).

Autores: o nome dos autores aparece abaixo do título; o


breve currículo e o e-mail devem aparecer no rodapé indicado por
um asterisco (*).

Resumo: o resumo deve ter, no máximo, 250 palavras. Para


contar palavras no Microsoft Word, selecione o texto do resumo, clique
no “Menu Ferramentas” e, em seguida, na opção “Contar Palavras”. Em
versões mais recentes do programa, a contagem pode ser encontrada no
rodapé, à esquerda:

Palavras-chave: As palavras-chave devem ser precedidas pela


expressão “Palavras-chave:” e separadas por ponto (.).

Resultados: quando um artigo científico relatar os resultados


parciais ou finais de uma pesquisa, este deve incluir na parte textual:

Métodos e Técnicas de Estudo | 97


o objetivo do estudo, a justificativa, uma breve revisão bibliográfica,
metodologia de pesquisa, apresentação dos dados, interpretação dos
resultados, conclusões, recomendações e possíveis sugestões.

Referências bibliográficas: as referências bibliográficas


devem ser elaboradas de acordo com a NBR 6023, e as citações
devem seguir a NBR 10520.

Importante
É importante ressaltar que muitas revistas
(periódicos) adotam uma formatação de artigos
própria, que acaba sendo uma variação da norma
estudada.

98 | Métodos e Técnicas de Estudo


Síntese
Nesta unidade vimos que artigos científicos são “publicações
com autoria declarada, que apresentam e discutem ideias, métodos,
técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”
(ABNT, 2003, p. 2). Aprendemos que os artigos podem ser de revisão
– quando abordam informações já publicadas – ou originais, quando
apresentam um tema novo. Também podem ser classificados como
artigos de argumentação teórica, de análise e classificatórios. Quanto
ao conteúdo, os artigos podem oferecer várias contribuições, como
comunicar uma descoberta ou disseminar resultados de pesquisa.
Aprendemos, ainda, que há inúmeros fatores que podem motivar a
elaboração de um artigo, e exploramos o processo de publicação em
periódicos. Conhecemos, também, uma lista dos principais elementos
que fazem parte da estrutura de um artigo revisamos as principais
determinações da NBR 6022:2003 e, finalmente, assinalamos a
contribuição dos artigos para o desenvolvimento da ciência.

Métodos e Técnicas de Estudo | 99


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, faça as seguintes leituras:

ALVES, Maria Bernadete Martins; ARRUDA, Susana


Margaret. Como elaborar um artigo científico. Disponível
em: http://semanaacademica.org.br/sites/default/files/
artigocientificoatualizado2010.pdf.

MAGNI, Ana Amélia Calaça; GÜNTHER, Wanda Maria


Risso. Cooperativas de catadores de materiais recicláveis como
alternativa à exclusão social e sua relação com a população de rua.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/sausoc/v23n1/0104-1290-
sausoc-23-01-00146.pdf sausoc-23-01-00146.pdf.

Métodos e Técnicas de Estudo | 101


Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
6022: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2003.

______NBR 6023: informação e documentação: referências:


elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

______NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva


das seções de um documento escrito: apresentação. Rio de Janeiro, 2012.

______NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação.


Rio de Janeiro, 2003.

______NBR 10520: informação e documentação: citações em


documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,


1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

Métodos e Técnicas de Estudo | 103


Trabalhos Acadêmicos
Objetivos
Ao final desta unidade aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender as regras de apresentação para o trabalho


acadêmico e seus principais tipos de trabalhos;
• Realizar trabalhos acadêmicos compostos de seus elementos
fundamentais para a estruturação;
• Apresentar elementos pré-textuais obrigatórios para a
realização do trabalho acadêmico;
• Apresentar uma visão ampla deste material para a utilização
em trabalhos acadêmicos avaliativos.

Métodos e Técnicas de Estudo | 105


Introdução
Nesta unidade você aprenderá técnicas de estudo e regras para
a apresentação do trabalho acadêmico, definições, normas técnicas,
principais tipos de trabalhos acadêmicos fundamentais no desempenho
pessoal para que aplique de forma correta no cotidiano acadêmico.

Este conteúdo contém orientações úteis na produção de


trabalhos exigidos como requisito de avaliação ou na produção de
textos de trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses. São
apresentadas as regras de estrutura do trabalho acadêmico essenciais,
seguidas de uma explicação.

Métodos e Técnicas de Estudo | 107


1. Regras para Apresentação do Trabalho
Acadêmico

1.1 Principais Tipos de Trabalhos Acadêmicos

Trabalho acadêmico é um “documento que representa o


resultado de estudo, devendo expressar conhecimento do assunto
escolhido, que deve ser obrigatoriamente emanado da disciplina, módulo,
estudo independente, curso, programa e outros ministrados” (ABNT,
2005, p. 3). Uma das principais características do trabalho acadêmico é a
realização sob a supervisão de um professor ou orientador.

Os principais tipos de trabalhos acadêmicos são:

• Trabalhos de conclusão de curso (TCC, incluindo


monografias, relatórios e projetos);
• Trabalho de graduação interdisciplinar (TGI);
• Trabalho de conclusão de curso de especialização e/ou
aperfeiçoamento;
• Dissertações de mestrado e teses de doutorado.

No Brasil, a elaboração de trabalhos acadêmicos é regulada pela


NBR 14724, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a
qual define a estrutura e as regras gerais para apresentação desse tipo de
documento, como veremos ao longo desta unidade.

Métodos e Técnicas de Estudo | 109


Estrutura do Trabalho Acadêmico

Você aprendeu que o trabalho acadêmico é composto por


elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. Relembre, com o auxílio
da Figura 1, e compare os elementos que são obrigatórios com os que
são opcionais.

Estrutura Elementos

Capa (obrigatória)
Lombada (opcional)
Folha de rosto (obrigatório)
Errata (opcional)
Folha de aprovação (obrigatório)
Dedicatória(s) (opcional)
Agradecimentos(s) (opcional)
Pré- textuais Epígrafe (opcional)
Resumo na língua vernácula (obrigatório)
Resumo em língua estrangeira (obrigatório)
Lista ilustrações (opcional)
Lista de tabelas (opcional)
Lista de abreviaturas e siglas (opcional)
Lista de símbolos (opcional)
Sumário (obrigatório)

Introdução
Textuais
Desenvolvimento – Conclusão

Referências (obrigatórias) – Glossário (opcional)


Pós- textuais Apêndices(s) (opcional) – Anexo(s) (opcional)
Índice(s) (opcional)

Figura 1: Elementos obrigatórios e opcionais em um trabalho acadêmico.

110 | Métodos e Técnicas de Estudo


A capa é o primeiro elemento obrigatório do trabalho
acadêmico. Nela devem constar vários elementos e sua montagem é
simples.

1.2 Elementos Pré-textuais

Elementos pré-textuais – Capa

1 Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy


UNIGRANRIO

2 José Carlos Gonçalves Gaspar

APRENDIZADO COLABORATIVO EM MATEMÁTICA COM


3 USO DA WEBQUEST: UM ESTUDO DE CASO

Subtítulo, se houver.
4 Neste exemplo não há subtítulos.

Número de volumes. Neste


5 exemplo não há subtítulo

6 Duque de Caxias
2009
7

Métodos e Técnicas de Estudo | 111


1. Nome da instituição.
2. Nome do autor.
3. Título.
4. Subtítulo, se houver. Neste exemplo não há subtítulo.
5. Número de volumes (se houver mais de um, deve
constar, em cada capa, a especificação do respectivo
volume). Neste exemplo não há volume.
6. Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado
o trabalho acadêmico.
7. Ano de entrega do trabalho acadêmico.

Elementos pré-textuais – Lombada

O que é Lombada?

A lombada é a parte do trabalho que aparece quando


todos os livros estão organizados na estante, ou seja, a parte que
cobre a junção das folhas do documento. Segundo a norma, é
a “parte da capa do trabalho que reúne as margens internas das
folhas, sejam elas costuradas, grampeadas, colocadas ou mantidas
juntas de outra maneira; também chamada de dorso”. (ABNT,
2005, p. 2).

Para criar uma lombada é preciso observar as


determinações da NBR 12225 quanto aos seguintes aspectos:

a) nome do autor, impresso longitudinalmente e legível do


alto para o pé da lombada. Essa forma possibilita a leitura quando o
trabalho está no sentido horizontal, com a face voltada para cima;

b) título do trabalho, impresso da mesma forma que o


nome do autor;

c) elementos alfanuméricos de identificação, por exemplo: v. 2.

112 | Métodos e Técnicas de Estudo


Capa

2
Lombada

10 mm
2 UNIGRANRIO

Universidade do Grande Rio


1 “Prof. José de Souza Herdy”
WEBQUEST: UM ESTUDO DE CASO

APRENDIZADO COLABORATIVO
EM MATEMÁTICA COM USO DA
UNIGRANRIO

José Carlos Gonçalves Gaspar


José Carlos Gonçalves Gaspar
APRENDIZADO
COLABORATIVO EM
MATEMÁTICA COM USO DA
WEBQUEST: UM ESTUDO DE
CASO

Duque de Caxias
2007
30 mm

2009

Métodos e Técnicas de Estudo | 113


Elementos pré-textuais – Folha de rosto

Universidade do Grande Rio Prof. José de Souza Herdy


UNIGRANRIO

1 José Carlos Gonçalves Gaspar

2 APRENDIZADO COLABORATIVO EM MATEMÁTICA COM


USO DA WEBQUEST: UM ESTUDO DE CASO

Subtítulo, se houver.
3 Neste exemplo não há subtítulos.

Número de volumes. Neste


4 exemplo não há subtítulo

Dissertação apresentada à Universidade


do Grande Rio “Prof. José de Souza
5 Herdy” como parte dos requisitos parciais
para obtenção do grau de mestre em
ensino de Ciências na Educação Básica

Orientador: Professor Doutos


6 Alexandre de Assis Bento Lima
co-orientadora: Professora Doutora
Cristina Novikoff
7 Duque de Caxias
2009
8

1. Nome do autor: responsável intelectual do trabalho.


2. Título principal do trabalho.
3. Subtítulo, se houver; deve ser evidenciada a sua
subordinação ao título principal, e precedido de dois-
-pontos. Neste exemplo não existe subtítulo.
4. Número de volumes. Se houver mais de um, deve constar,
em cada folha de rosto, a especificação do respectivo volume.

114 | Métodos e Técnicas de Estudo


5. Natureza (tese, dissertação, trabalho de conclusão de
curso e outros) e objetivo (aprovação em disciplina,
grau pretendido e outros); nome da instituição a que é
submetido; área de concentração.
6. Nome do orientador e, se houver, do coorientador.
7. Local (cidade) da instituição onde deve ser apresentado.
8. Ano de entrega do trabalho acadêmico.

A ficha catalográfica fica no verso da página, devendo ser


elaborada de acordo com o Código de Catalogação Anglo-Americano.
Segue exemplo:

CATÁLOGO NA FONTE/ BIBLIOTECA – UNIGRANRIO

G246a Gaspar, José Alves Gonçalves

Aprendizado colaborativo em matemática com uso da Webquest:


um estudo de caso/ José Carlos Gonçalves Gaspar - 2009

Dissertação apresentada à Universidade do Grande Rio “Prof. José


de Souza Herdy” como parte dos requisitos parciais para obtenção
do grau de mestre em ensino de Ciências na Educação Básica.

1. Educação- 2. Educação Básica- Recursos de rede de computadores-


3. Matemática - Estudo e Ensino- 4. Aprendizagem- 5. Internet na
educação- 6. Ferramentas de buscas na web- 7. I.Lima, Alexandre
de Assis Bento. II. Cristina Novikoff. III. UJniversidade do Grande
Rio “ Prof. José de Souza Herdy”. IVv Título.

CDD - 370

Métodos e Técnicas de Estudo | 115


Na Unigranrio, a biblioteca responsabiliza-se pela geração da
ficha, de acordo com as normas vigentes. Informe-se com a bibliotecária
sobre os procedimentos para a emissão da ficha catalográfica.

Cria-se uma errata para indicar a correção de erros


detectados após a impressão do documento. Normalmente, contém
a localização do texto que será corrigido (página e linha), assim
como alteração sugerida, como no exemplo abaixo.

Exemplo de errata:

Folha Linha Onde se Lê Leia-se

46 15 Menores infratores Adolescente em conflito com a lei

55 7 Socialização Socialização

Elementos pré-textuais – Folha de aprovação

Segundo a NBR 14724, a folha de aprovação é obrigatória


e deve ser incluída após a folha de rosto. Veja, a seguir, os principais
elementos da folha de aprovação:

116 | Métodos e Técnicas de Estudo


1 José Carlos Gonçalves Gaspar

APRENDIZADO COLABORATIVO EM MATEMÁTICA COM


2 USO DA WEBQUEST: UM ESTUDO DE CASO
Dissertação apresentada à
Universidade do Grande Rio “Prof.
José de Souza Herdy” como parte dos
3
requisitos parciais para obtenção do
grau de mestre em ensino de Ciências
na Educação Básica
4 Aprovada em: de de

5
Professor Doutor Alexandre de Assis Bento Lima (Orientador)
Universidade do Grande Rio

5 Professor Doutora Cristina Novikoff (Co-Orientador)


Universidade do Grande Rio

5 Professor Doutor Wanderley Moura Rezende


Universidade do Grande Rio

5 Professor Doutor Protásio Ferreira e Castro


Universidade do Grande Rio

1. Nome do autor do trabalho.


2. Título do trabalho e subtítulo, se houver.
3. Natureza, objetivo, nome da instituição a que é
submetido e área de concentração.
4. Data de aprovação.
5. Nome, titulação e assinatura dos componentes da
banca examinadora e instituições a que pertencem. É importante
observar que a data de aprovação e assinaturas dos membros

Métodos e Técnicas de Estudo | 117


componentes da banca examinadora são colocadas após a aprovação
do trabalho, como visto neste exemplo.

Elementos pré-textuais – Dedicatórias

A dedicatória também é opcional. É comumente atribuída a


familiares, amigos ou a causas. Vejamos alguns exemplos de dedicatórias:

Aos esfarrapados do mundo e aos que neles se


Paulo Freire (1987) dedicou a
descobrem e, assim descobrindo-se, com eles
“Pedagogia do Oprimido”.
sofrem, mas, sobretudo, com eles lutam.

Minha filha ganhou um gatinho e contei a


Nelson Motta (2007), por
Tim que ela ia dar o seu nome ao bicho. Ele
exemplo, dedicou a biografia de
adorou: “Já sei, porque é preto, gordo e
Tim Maia à memória do artista
cafajeste!”. O gato era cinzento, magrinho e
usando como exemplo uma
carinhoso, e só deu amor e alegria.
pequena história.
À sua memória.

A Léon Werth
Peço perdão às crianças por dedicar este
livro a uma pessoa grande. Tenho uma
desculpa séria: essa pessoa grande é o
melhor amigo que possuo no mundo. Tenho
uma outra desculpa: essa pessoa grande é
Antoine de Saint Exupéry
capz de compreender todas as coisas, até
dedicou “O pequeno principe”
mesmo os livros de criança. Tenho ainda
a seu amigo Léon Werth,
uma terceira: essa pessoa grande mora na
ensaísta e novelista francês
França, onde tem fome e frio. Ela precisa
que sofria com aprovações da
de consolo. Se todas essas desculpas não
Segunda Guerra Mundial.
bastam, eu dedico então esse livro à criança
que essa pessoa grande já foi. Todas as
pessoas grandes foram uma dia crianças.
(Mas poucas se embram disso). Como,
portanto, a dedicatória: A Léon Werth.
Quando era criança.

118 | Métodos e Técnicas de Estudo


Elementos pré-textuais – Agradecimento(s)

O agradecimento também é um elemento facultativo.


Deve ser colocado após a dedicatória, e usualmente menciona
familiares, amigos e professores. Também é comum encontrar
menção a colaboradores e a agências de financiamento. Abaixo,
você encontra dois exemplos:

AGRADECIMENTOS AGRADECIMENTOS
À Deus, pela minha saúde e de À minha família (pais, irmãos,
minha família para que o sonho cunhado, cunhadas, sobrinhas
desta graduação se tornasse e sobrinhos), pelo amor,
realidade. compreensão e paciência.
Aos meus pais e irmãos que em Aos meus alunos, pelo carinho e
todos os momentos estiveram pela companhia perseverante.
presentes, de todas as formas, em
minha vida. À minha querida professora e
amiga Luiza, pelas conversas,
Ao meu namorado que me deu pela mão sempre estendida e pela
forças para seguir em frente e solidariedade.
demonstrou paciência em todos os
finais de semana que tive ausente. Aos professores, pelas grandes
lições acadêmicas e pessoais.
Aos professores de um modo Aos meus queridos e inesquecíveis
geral que foram essenciais para amigos do mestrado e doutorado,
meu crescimento. pelas valiosas trocas.
À minha companheira de À CAPES, pela bolsa de mestrado
monografia, que juntas passamos de 2003 a setembro de 2005.
inúmeros finais de semana em
frente ao computador para que
chegássemos ao fim deste trabalho.

À Associação Educacional Flor de


Luz, pela primeira oportunidade de
exercer meu papel de educadora.

Métodos e Técnicas de Estudo | 119


Elementos pré-textuais – Epígrafe

A epígrafe é a “folha onde o autor apresenta uma citação,


seguida de indicação de autoria, relacionada com a matéria tratada
no corpo do trabalho” (ABNT, 2005, p. 2). A inclusão de epígrafes é
opcional e pode constar após os agradecimentos e também nas folhas
de abertura das seções. O objetivo da epígrafe é introduzir o assunto e
abrir a obra.

A existência, porque humana, não pode ser muda, silenciosa,


nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras
verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir,
humanamente, é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo
pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos
pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar. Não é no silêncio que os
homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão. (Freire,
2005, p. 90).

“Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor. Mas


lutamos para que o melhor fosse feito. Não somos o que deveríamos
ser, não somos o que iremos ser, mas graças a Deus não somos o que
éramos”. Martin Luther King.

Elementos pré-textuais - Resumo

Na língua vernácula: o resumo na língua vernácula, ou seja,


na língua oficial (português), é obrigatório e deve oferecer ao leitor
uma síntese do trabalho. A NBR 14724 sugere que o resumo tenha
entre 150 e 500 palavras, e seja escrito em frases concisas e objetivas.
Como mencionamos anteriormente, o resumo deve apresentar o tema
do trabalho, assim como o objetivo, a metodologia, os resultados e a
conclusão. Após o resumo, ainda devem ser incluídas as palavras-chave,
anunciadas pela expressão: “Palavras-chave:” e separadas por ponto, de
acordo com a NBR 6028. Observe o exemplo:

120 | Métodos e Técnicas de Estudo


RESUMO

Trata-se de um estudo de caso, que tem como objetivo


avaliar potencialidades do uso de novas tecnologias no ensino
colaborativo de Matemática na educação básica com o uso da
ferramenta WebQuest. A fundamentação teórica baseou-se na
teoria sócio-histórica de Lev Vygotsky. Os sujeitos envolvidos
neste estudo de caso são doze alunos do ensino fundamental,
que foram divididos em quatro grupos de três alunos. Todos
frequentam uma escola da Rede Municipal da cidade de Duque
de Caxias, escola esta localizada no 1º distrito. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa, que teve na coleta de dados um observador
relatando numa ficha o desenvolvimento de todos os encontros.
Aplicaram-se questionários semiestruturados para levantar dados
sociométricos, cognitivos e afetivos, analisou-se a construção da
página da Internet feita por meio de Blog e, por fim, uma avaliação
escrita com conteúdo Matemático. A atividade foi desenvolvida
por meio da WebQuest denominada “Dengue”, cuja estratégia de
ensino adotada foi a mediação vygotskyana com atendimento às
necessidades individualizadas, o que encorajou a interação com
os colegas, de modo a descobrir o que é a dengue, quais são os
seus sintomas e, principalmente, qual foi o número de casos dessa
doença na região da cidade do Rio de Janeiro, no período de
janeiro de 2008 até março de 2009. A partir dos números de casos,
os alunos construíram gráficos de colunas para ilustrar a situação
na cidade e, por meio da média aritmética e da moda bruta,
fizeram uma pequena análise da situação da doença na cidade. Os
gráficos foram feitos com auxílio do software MS-Excel e, junto
com as demais informações pesquisadas sobre a Dengue, foram
publicadas nos Blogs construídos por eles. Os resultados foram
satisfatórios em termos de desempenho cognitivo, social e afetivo.

Palavras-chave: Aprendizagem colaborativa. Educação


Matemática. Webquest. Blog. Redes Sociais.

Métodos e Técnicas de Estudo | 121


Elementos pré-textuais – Resumo

Na língua estrangeira: também é obrigatório e deve ser


apresentado seguindo as mesmas orientações do resumo da língua
vernácula. Deve ser incluído em página separada, e o título irá variar de
acordo com a língua escolhida: em inglês ABSTRACT, em espanhol
RESUMEN, em francês RÈSUMÉ. Também deve ser seguido por
palavras-chave no idioma estrangeiro: “Keywords:”, em inglês, “Palabras
Claves:”, em espanhol e “Mots Clés:”, em francês. Observe o exemplo:

ABSTRACT

This is a case study that aims to evaluate the potential use


of new technologies in collaborative learning in mathematics using
the tool WebQuest. This experiment aims to verify the potential for
collaborative learning in mathematics mediated by WebQuest. It will
be done a theoretical survey on collaborative learning, Vygotsky as
a theoretical framework. The subjects involved in this case study of
elementary school students are a total of 12, divided into 4 groups
of 3 students. Everyone attending a school in the municipal system
of of Duque de Caxias. The school is located in the 1st district. It
will be applied a semi-questionnaire to collect sociometric data,
cognitive and affective, as well as participate in a focus interview
before the end of the research. To ensure transparency and ethics
in the research, the responsible of the students signed the written
informed consent, as the opinion directs 196/96. After the interview,
it will be given prior guidance on the WebQuest called “Figures
of Dengue”. As a strategy, it will be adopted with the vigotskiana
mediation individualized care needs and encouraged to interact with
colleagues to find out what this disease is, what are its symptoms and
above which was its impact in the region of Rio de January, from
January 2008 until February 2009. Considering the impact, they
should do a survey of the numbers of cases in Rio along with study
of basic concepts of Statistics. In this step, the groups can organize
the information collected in the form of graphs and discuss the issue
coupled with some mathematical concepts and exercises comparing
and checking in which period there was a greater number of cases in
the stipulated time. After this project, the students will have to build

122 | Métodos e Técnicas de Estudo


a web page (based on a blog), with the aim of putting explanatory
information about dengue through graphs and illustrate its impact
on Rio society. This collection of data, in addition to its importance
with the study on collaborative learning in mathematics, meets
the NCP. It is configured as an interdisciplinary project involving
mathematics, the teaching of science and sociology.

Keywords: Collaborative learning. Mathematics Education, ICT


and WebQuest.

Elementos pré-textuais – Listas

Após os resumos, a NBR 14724 estabelece como facultativa a


inclusão de quatro tipos de listas.

Ilustrações

Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com a


ordem apresentada no texto, com cada item designado por seu nome
específico, acompanhado do respectivo número da página. Quando
necessário, recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo
de ilustração (desenhos, esquemas, fluxogramas, fotografias, gráficos,
mapas, organogramas, plantas, quadros, retratos e outros).

LISTA DE ILUSTRAÇÃO

Figura 1 - Modelo de capa ............................ 8


Figura 2 - Modelo de folha de rosto ............ 12
Figura 3 - Modelo de resumo ...................... 13
Figura 4 - Modelo de lista de ilustração ....... 14
Figura 5 - Modelo de lista de abreviaturas ..... 15

Fonte: ABNT, 2005, p.6.

Métodos e Técnicas de Estudo | 123


Tabelas

Elemento opcional, elaborado de acordo com a ordem


apresentada no texto, com cada item designado por seu nome específico,
acompanhado do respectivo número da página.

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Elementos da análise interpretativa do corpo dissertativo do


banco de dados CAPES - 2006 - 2008 ........................................... 36
Tabela 2 - Elementos do corpo dissertativo do banco de dados da
CAPES (2005- 2008) com tema Webquest no ensino de
Matemática .................................................................................. 37

Fonte: ABNT, 2005, p.6.

Abreviaturas

Elemento opcional, que consiste na relação alfabética das


abreviaturas e siglas utilizadas no texto, seguidas das palavras ou
expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se a
elaboração de lista própria para cada tipo.

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de PEssoal de Nível Superior


HTML - HyperText Markup Language
PCN =- Parâmetro Curricular Nacional
TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação
URL - Uniform Resource Locator
WWW - World Wide Web
ZDP - Zona de Desenvolvimento Próximo

Fonte: ABNT, 2005, p.6.

124 | Métodos e Técnicas de Estudo


Símbolos

Elemento opcional, que deve ser elaborado de acordo com a


ordem apresentada no texto, com o devido significado.

LISTA DE SÍMBOLOS

@ - Arroba
Ω - ohm
∑ - Somatória
%CVeg - Porcentagem de cobertura vegetal
% - Porcentagem
ºC - Graus Celsius

Elementos pré-textuais - Sumário

Segundo a NBR 6027, o sumário é a “enumeração das


divisões, seções e outras partes de uma publicação, na mesma ordem e
grafia em que a matéria nele se sucede”. Ele é um elemento obrigatório
e deve ser localizado “como último elemento pré-textual;” ou, “quando
houver mais de um volume, deve ser incluído o sumário de toda a
obra em todos os volumes, de forma que se tenha conhecimento do
conteúdo, independente do volume consultado” (ABNT, 2003, p. 2).

É possível criar um sumário automaticamente. Editores de


texto como o Microsoft Word e o LaTeX disponibilizam ferramentas
que geram o sumário a partir de estilos predefinidos. Para isso,
você precisa definir e atribuir estilos aos títulos das seções e, após a
conclusão do trabalho, solicitar a geração do sumário. Isso também é
válido para listas, como as de ilustração e tabelas.

Métodos e Técnicas de Estudo | 125


1. INTRODUÇÃO 10

2. PANORAMA HISTÓRICO SOBRE O SURGIMENTO DOS


ALGARITMOS

2.1 Origem .................................................................................. 17


2.2 Primeiras Tentativas de Formalização ..................................... 19
2.3 Algaritmos na Atualidade ..................................................... 21
2.4 Alguns Algaritmos ao Longo ............................................... 26
2.4.1 Algaritmos de Euclides ............................................... 26
2.4.2 Crivo de Erastóstenes ................................................. 28
2.4.3 Algaritmos de Welch-Powell ..................................... 28

3. MATEMÁTICA DISCRETA E ALGARITMO


COMPUTACIONAL

3.1 Introdução ........................................................................... 29


3.2 Critérios para Procedimentos Computáveis ............................ 38
3.3 Heurísticas .......................................................................... 39

1.3 Elementos Textuais

Os elementos textuais constituem a parte do trabalho onde se


apresenta o conteúdo, ou seja, a parte em que é exposta a matéria. Eles
dividem-se em:

Introdução

Parte inicial do texto, onde devem constar a delimitação do


assunto tratado, objetivos da pesquisa e outros elementos necessários
para situar o tema do trabalho. (ABNT, 2005, p. 6). Apresenta-se a

126 | Métodos e Técnicas de Estudo


definição do tema-problema, a delimitação da pesquisa e a indicação da
metodologia adotada. Nela está inclusa a revisão de literatura, em que o
autor expõe seu domínio acerca do histórico do tema e o conhecimento
da literatura básica pertinente, ao mesmo, sendo que os autores citados
devem constar das referências bibliográficas.

Desenvolvimento

Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada


e pormenorizada do assunto. Divide-se em seções e subseções, que
variam em função da abordagem do tema e do método. (ABNT, 2005,
p. 6). São debatidos os problemas abordados à luz das teorias adotadas
e das análises realizadas pelo autor. Divide-se em quantos capítulos ou
seções forem necessários para maior clareza na leitura. Uma maneira
de facilitar a sistematização do trabalho é dividir essa parte em
descrição do material e métodos utilizados (metodologia), resultados
e respectivas discussões (comparação dos resultados alcançados com
aquilo que a literatura contempla). A apresentação dos resultados
deve ser minuciosa e pode ser ilustrada com gráficos, tabelas, quadros,
desenhos, fotografias etc.

Conclusão

Parte final do texto, na qual se apresentam conclusões


correspondentes aos objetivos ou hipóteses. (ABNT, 2005, p. 6). Tem-
se a finalização do trabalho e a síntese da argumentação. O autor deve
expressar, de maneira clara, um resumo do seu ponto de vista sobre o
assunto tratado, confirmando as ideias expostas nas partes anteriores,
destacando os méritos, limites e possibilidades do trabalho.

1.4 Elementos Pós-textuais

Os elementos pós-textuais complementam e encerram o


trabalho acadêmico. Veja como produzir cada um dos elementos:

Métodos e Técnicas de Estudo | 127


Referências (Obrigatório)

“São um conjunto padronizado de elementos descritivos,


retirados de um documento, que permite a identificação individual
de cada obra”. (ABNT, 2002, p. 2).

No Brasil, a elaboração de referências é regulamentada


pela NBR 6023, de 2002.

Glossário (Opcional)

É um elemento opcional, que deve ser elaborado em


ordem alfabética.

Apêndice(s) (Opcional)

Segundo a NBR 14724, “o(s) apêndice(s) são identificados


por letras maiúsculas consecutivas, travessão e pelos respectivos
títulos. Excepcionalmente utilizam-se letras maiúsculas dobradas,
na identificação dos apêndices, quando esgotadas as 23 letras do
alfabeto. Exemplo:

• APÊNDICE A – Avaliação numérica de células


inflamatórias totais aos quatro dias de evolução.

• APÊNDICE B – Avaliação de células musculares


presentes nas caudas em regeneração”. (ABNT, 2005, p.7).

Anexo(s) (Opcional)

Os anexos são elaborados de forma similar aos apêndices.

São identificados por letras maiúsculas consecutivas, travessão


e pelos respectivos títulos. Excepcionalmente utilizam-se letras
maiúsculas dobradas, na identificação dos anexos, quando esgotadas as
23 letras do alfabeto. Exemplo:

128 | Métodos e Técnicas de Estudo


• ANEXO A – Representação gráfica de contagem
de células inflamatórias presentes nas caudas em
regeneração – Grupo de controle I (Temperatura...)

• ANEXO B – Representação gráfica de contagem


de células inflamatórias presentes nas caudas em
regeneração – Grupo de controle II (Temperatura...).
(ABNT, 2005, p. 7).

Métodos e Técnicas de Estudo | 129


Síntese
Você aprendeu que trabalho acadêmico é um “documento
que representa o resultado de estudo, devendo expressar
conhecimento do assunto escolhido, que deve ser obrigatoriamente
emanado da disciplina, módulo, estudo independente, curso,
programa e outros ministrados” (ABNT, 2005, p.3).

Você viu, também, que no Brasil a elaboração de trabalhos


acadêmicos é regulada pela NBR 14724:2005. Além disso, aprendeu
que o trabalho acadêmico é composto por elementos pré-textuais,
elementos textuais e elementos pós-textuais, que são apresentados numa
ordem específica. Explorou cada item, aprendendo através de exemplos
as orientações que o ajudarão a elaborar seus próprios trabalhos.

Métodos e Técnicas de Estudo | 131


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, faça a seguinte leitura:

GAZETA DO POVO. Regras da ABNT: veja as normas


para monografias e trabalhos acadêmicos. Disponível em: http://www.
gazetadopovo.com.br/vidauniversidade/pesquisaetecnologia/conteudo.
phtml?id=1457820.

Métodos e Técnicas de Estudo | 133


Referêcias Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023:
informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.

______NBR 6027: informação e documentação: sumário: apresentação.


Rio de Janeiro, 2003.

______NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação.


Rio de Janeiro, 2003.

______NBR 12225: informação e documentação: lombada:


apresentação. Rio de Janeiro, 2004.

______NBR 14724: informação e documentação: trabalhos


acadêmicos: apresentação. Rio de Janeiro, 2005.

BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros, 1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnica de


pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Métodos e Técnicas de Estudo | 135


Referências Bibliográficas
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender o que é uma referência bibibliográfica, tendo


desempenho da elaboração;
• Identificar os elementos de referência bibliográficos
indispensáveis ao resultado final do trabalho acadêmico;
• Realizar a localização das referências no trabalho acadêmico;
• Compreender os procedimentos para elaboração dos tipos
de referências bibliográficas e como informar as referências
no procedimento textual.

Métodos e Técnicas de Estudo | 137


Introdução
Nesta unidade você irá compreender os elementos de uma
referência bibliográfica, as ordens dos elementos, local de colocação
da referência na produção textual nos trabalhos acadêmicos. Este
material pretende ensinar na elaboração das referências de acordo com
as regras dos elementos, estabelecendo a ordem padronizada para a
apresentação textual.

Portanto, o intuito desta unidade é facilitar a aprendizagem


do aluno estabelecendo um processo de novos conhecimentos. A
importância dos conhecimentos em referências bibliográficas é
fundamental para um trabalho acadêmico de qualidade, onde ele é
sustentado também pelas fontes bibiográficas.

Métodos e Técnicas de Estudo | 139


1. Referências Bibliográficas

1.1 O que é uma Referência

A referência bibliográfica é constituída pela relação completa


dos livros e publicações consultados pelo autor, incluindo aqueles
utilizados em citações e, portanto, mencionados no corpo do trabalho.
A elaboração de referências bibliográficas segue a NBR 6023 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Confira, abaixo, os
principais elementos de uma referência.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança: um reencontro com a


Pedagogia do oprimido. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1994.
FREIRE, Paulo.(1)
Pedagogia da esperança: (2)
um reencontro com a Pedagogia do oprimido.(3)
3 ed. (4)
Rio de Janeiro: (5)
Paz e Terra,(6)
1994 (7).
1. Autor do documento/obra;
2. Título;
3. Subtítulo (se houver);
4. Número da edição;
5. Local de publicação (cidade);
6. Editor;
7. Ano de publicação (acrescido de dia e mês, no caso de
periódicos).

Métodos e Técnicas de Estudo | 141


1.2 Elementos de uma Referência e Complementares

A referência bibliográfica é composta por duas categorias de


componentes: Essenciais e Complementares.

• Elementos essenciais: são indispensáveis à identificação de


um documento: autor, título, edição, local editor e data.

a) Com a indicação de autoria (autor pessoal) CHAFF, Adam.


História e verdade. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

b) Com a indicação de autoria (autor corporativo): ARQUIVO


PÚBLICO ESTADUAL (PE). Coleção general cabeleira (João
Baptista de Vasconcelos): inventário. Recife, 1981.

c) Sem indicação de autoria: INDÚSTRIA da construção:


Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 1982.

• Elementos complementares: são opcionais e, acrescentados


aos elementos essenciais, permitem maior facilidade em
caracterizar, localizar ou obter publicações.

1.3 Localização das Referências

Conheça a localização em que as referências bibliográficas


podem aparecer:

• Em notas de rodapé ou em fim de texto: cita-se a


fonte de forma direta, podendo-se fazer também alguma
colocação a respeito desta fonte, como explicar um termo
usado por esse autor.
• Em listas bibliográficas sinaléticas: quando apresentam a
identificação dos textos.
• Em listas bibliográficas analíticas: quando apresentam
anotações do conteúdo dos textos.
• Encabeçando resumos: apresentação concisa do conteúdo
de um artigo, um livro etc. Nos trabalhos monográficos

142 | Métodos e Técnicas de Estudo


em língua vernácula, deve preceder o texto, porém,
quando se tratar de tradução para outra língua, deverá
sucedê-lo.
• Encabeçando recensão: quando um autor, geralmente
um especialista no tema, faz breve redação, tecendo
apreciação sobre uma obra escrita. Neste caso, a referência
bibliográfica completa deve preceder esse texto.

1.4 Procedimentos para Elaboração de Vários Tipos de Referência

Fonte de informação é a indicação da origem dos elementos


que referenciam a obra. Sempre que possível, devem ser retirados da
página de rosto de uma ficha catalográfica, mesmo se tratando de parte
de uma publicação, como, o capítulo de um livro.

Atualmente, o avanço dos meios de pesquisa disponibiliza ao


pesquisador outros tipos de documentos que se configuram em fontes
não convencionais.

Endereço eletrônico (e-mail)


Para indicar a origem de endereço eletrônico (e-mail),
faça da seguinte forma:
Inclua: autor, título, data e endereço de e-mail.
Ex.: Andrade, João. O estudo e suas formas.
Endereço [on-line] Disponivel: joaoandrade@joao.
com.br, 25/04/2010.

Ferramenta de Busca
As ferramentas de busca devem ter o seguinte formato:
Autor: Título do item da ferramenta de busca.
Disponível [on-line] em (disponibilizar o site). Data
do documento ou de download.
Ex.: Andrade, João. O segredo da montanha.
Disponivel [on-line] (disponibilizar o site), 25/09/2010.

Métodos e Técnicas de Estudo | 143


Imagens on-line
Ao utilizar imagens on-line, é preciso informar:
• Descrição ou título da imagem. [A imagem
está] disponível em (disponibilizar o site), data
do documento ou de download.

Som on-line
Para o som on-line, é preciso informar:
Descrição ou título do som. [Som on-line] disponível
em (disponibilizar o site), data do documento ou de
download.

Vídeoclipe on-line
Veja como informar a referência de videoclipe on-line:
Descrição ou título do videoclipe. Disponível
[Videoclipe On-line] em (disponibilizar o site), data
do documento ou de download.

• Fontes Legislativas

Fontes legislativas são leis, decretos, portarias, acórdãos,


sentenças, resoluções, pareceres, Constituição e outros (Sá,
op. cit. p. 116-143).

• Constituição em Publicação Avulsa

LOCAL (país ou estado). Constituição, ano de


promulgação, Título, local. Editor, data. Número de
páginas ou volumes. Notas.

Ex.: BRASIL. Constituição, 1988. Constituição; República


Federativa do Brasil. Brasília, Senado Federal/Centro
Gráfico, 1988. 292p.

144 | Métodos e Técnicas de Estudo


Ex.: RIO DE JANEIRO (estado). Constituição, 1989.
Constituição do Estado do Rio de Janeiro. Diário Oficial do Estado
do Rio de Janeiro, v. 15, n. 189-A, 28p., 5 out Pt. 1: Poder Executivo.
Edição Especial.

Veja como informar referências de leis, decretos, portarias etc.:

LOCAL (país, estado ou cidade). Especificação da


Legislação n°/data. Ementa. Publicação oficial onde foi divulgada,
Local, volume, número, página inicial-final, data. Seção, parte.

Ex.: BRASIL. Decreto nº 97.427, de 05 de janeiro de 1989.


Autoriza o funcionamento do Curso de Farmácia do Centro de Ensino
Superior do Pará. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil,
Brasília, v. 127, n. 5, p. 369-70, 7 jan. Seção 1.

Verifique, agora, a forma correta de se informar referências de


Acórdãos e Sentenças das Cortes ou Tribunais abaixo.

LOCAL (país, estado ou cidade). Nome da corte ou tribunal.


Ementa ou acórdão, tipo do recurso (agravos; apelações; embargo,
habeas-corpus, mandado de segurança; recurso extraordinário etc.) e
número do recurso. Partes litigantes. Relator: Nome. Data. Publicação
que divulgou o acórdão, decisão, sentença etc. Local, volume,
número. página inicial-final, data. Seção, parte, Voto vencedor-voto
vencido (elemento opcional).

Ex.: BRASIL. Tribunal Federal de Recursos. Decide não


conhecer o mandado de injunção e determinar a remessa dos autos
ao Supremo Tribunal Federal.//Mandado de injunção nº 10. Paulo de
Souza e Ministro de Estado do Exército. Relator: Ministro Costa Lima.
29 mar. 1989. Diário de Justiça. Brasília. V. 164, n. 85, p. 7261, 29 mar.
Seção 1.

Confira como fazer a referência bibliográfica de Resoluções e


Pareceres:

LOCAL (país, estado ou cidade). Instituição responsável,

Métodos e Técnicas de Estudo | 145


Parecer, Indicação ou Resolução nº, data. Ementa. Relator ou Consultor:
Nome. Publicação que divulgou o parecer, a resolução ou indicação,
local, volume, número, página inicial-final, data, seção, parte.

Ex.: BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer nº 741,


de 4 de ago. 1988. Aprova alterações no regime geral da Universidade
Mackenzie. Relator: João Paulo do Vale Mendes. Documenta, Brasília,
n. 332, p. 109, ago. 1988.

• Atas de reunião

Confira a forma que uma referência bibliográfica de atas


de reunião é realizada:

NOME DA ORGANIZAÇÃO, local. Título e data. Livro


nº, p. inicial-final.

Ex.: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Núcleo


de Documentação. Biblioteca Setorial da Faculdade de Veterinária,
Niterói. Ata da Reunião de Instalação da Comissão Setorial de Seleção
de Material Documentário de 10 de dez. de 1988. Livro 1, p. 2-3.

• Entrevista

A citação de uma entrevista é iniciada com o nome do


entrevistado.

ENTREVISTADO. Título. Local, data. Nota de entrevista.

• Mapas

Ao utilizar mapas, atlas, globos, fotografias aéreas para fins


cartográficos, cartas hidrográficas, imagens aéreas etc., informa a
referência de acordo com a descrição e os exemplos abaixo:

AUTOR. Título. Edição. Local, editor, data. Número de


unidades físicas: indicação de cor; dimensões. Escala. Notas. Indicação
de material cartográfico.

146 | Métodos e Técnicas de Estudo


Ex.: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E
ESTATÍSITCA. Mangaratiba; Carta do Brasil. Rio de Janeiro, 1973. 1
mapa: color. 74 x 60cm. Escala: 1:50.000. Material cartográfico.

• Bíblia

A referência bibliográfica da Bíblia deve ser escrita:

BÍBLIA. Idioma. Título. Tradução ou versão. Local. Editor.


data. nº de páginas ou de volumes. Notas.

Ex.: Bíblia. Português. Bíblia Sagrada. Tradução por Antônio


Pereira de Figueiredo. Lisboa, Barsa, 1966, 285 p. il.

Métodos e Técnicas de Estudo | 147


Síntese
Você aprendeu a elaborar referências de acordo com a NBR
6023:2002, a qual estabelece os elementos a serem incluídos fixando a
sua ordem. É essa norma que orienta na “preparação e compilação de
referências de material utilizado para a produção de documentos e para
inclusão em bibliografias, resumos, resenhas e outros”. (ABNT, 2002,
p. 1). Todas as informações contidas neste material foram retiradas da
NBR 6023:2002.

Métodos e Técnicas de Estudo | 149


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, faça as seguintes leituras:

DIAS, Edna Cardozo. Os animais como sujeitos de direito.


Disponível em: https://portalseer.ufba.br/index.php/RBDA/article/
view/10243/7299.

RICCI, Marta SF et al. Cultivo orgânico de cultivares de


cebola nas condições da baixada fluminense. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/hb/v32n1/0102-0536-hb-32-01-00120.pdf.

Métodos e Técnicas de Estudo | 151


Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
6023: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de
Janeiro, 2002.

BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,


1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

Métodos e Técnicas de Estudo | 153


Citações
Objetivos
Ao final desta unidade de aprendizagem, você será capaz de:

• Compreender os tipos de citações que podem ser utilizadas


em seu trabalho acadêmico;
• Identificar a localização das citações no processo textual e
seus sistemas de chamada;
• Realizar regras gerais de apresentação e elaboração das
citações;
• Compreender as regras quanto aos aspectos de indicação da
fonte nos diversos tipos de trabalhos acadêmicos.

Métodos e Técnicas de Estudo | 155


Introdução
Neste unidade você irá aprender sobre citações na produção
textual em trabalhos acadêmicos, desempenhando ideias ou ilustrando
um raciocínio, possibilitando um melhor aprofundamento. Você terá
um aprendizado aprofundado dos tipos de citações, localização das
citações, regras para uma boa apresentação de citações textuais para
que a elaboração do trabalho acadêmico tenha qualidade e seriedade,
comprovando que todo o processo foi resultante de investigação,
pesquisas e comprometimento.

Métodos e Técnicas de Estudo | 157


1. Citações

1.1 Tipos de Citação

Citações são referências ou menções ao trabalho de outros


autores que incluímos em nosso texto. No Brasil, o uso de citações é
regulamentado pela NBR ABNT 10520, de 2002. Segundo essa norma,
há pelo menos sete tipos de citações:

Citação Menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte.

Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve


Citação de citação
acesso ao original.

Citação direta Transcrição textual de parte da obra do autor consultado.

Citação indireta Texto livre baseado na obra do autor consultado.


Notas que indicam as fontes consultadas ou remetem a
Cotas de referência
outras partes da obra onde o assunto foi abordado.

Indicações, observações ou aditamento ao texto feitos pelo


Notas de rodapé autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na
margem esquerda ou direta da mancha gráfica.

Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou


Notas explicativas
explanações que não possam ser incluídos no texto.

Métodos e Técnicas de Estudo | 159


1.2 Localização das Citações e Sistemas de Chamada

As citações podem estar localizadas no corpo do texto ou em


notas de rodapé. Podem, também, utilizar dois tipos de sistemas de
chamada:

• Autor-data: quando inclui-se o nome do autor e o ano da


publicação.
“A relação entre o continente e o conteúdo, entre a forma
e o fundo, é muito mais do que uma simples relação
funcional” (Santos, 2006, p.100).

• Numérico: quando numera-se as referências bibliográficas e


indica-se o número da referência logo após a citação.
“A relação entre o continente e o conteúdo, entre a forma
e o fundo, é muito mais do que uma simples relação
funcional”(12).

É importante que você utilize o sistema de chamada de forma


consistente ao longo do texto, ou seja, se você iniciar com o sistema
autor-data, deve concluir o trabalho com o sistema autor-data.

1.3 Regras da NBR 10520:2002 para a Apresentação de Citações

Abaixo, você encontra as regras gerais para apresentação de


citações, de acordo com a determinação da NBR 10520.

Quanto ao tipo da letra (caixa-alta e baixa):

O que usar Quando usar Exemplo


Segundo Lévy (1999), o
Apenas maiúsculas quando as Nas citações, as chamadas
ciberespaço agiliza o acesso
informações estiverem entre pelo sobrenome do autor,
às informações processadas
parênteses. pela instituição responsável
e armazenadas pelos
ou título incluído na sentença
computadores.

160 | Métodos e Técnicas de Estudo


devem ser em letras
maiúsculas e minúsculas, “Eu defino ciberespaço como
e quando estiverem entre o espaço de comunicação
parênteses devem ser em aberto pela interconexão
letras maiúsculas (ABNT, mundial dos computadores
2002, p.2). da memórias dos
computadores.” (LÉVY, 1999,
p.92).

Quanto à indicação da localização (página, volume ou tomo)


do texto citado:

O que usar Quando usar Exemplo

Nas citações diretas,


Meyer parte de uma
deve-se especificar no
passagem da crônica
texto a(s) página(s), o(s)
“14 de maio”, de “ A
volume(s), o(s) tomo(s)
Semana”: “Houve sol,
ou a(s) seção(ões) da
e grande sol, naquele
fonte consultada. Este(s)
domingo de 1888, em
deve(m) seguir a data,
Nas citações diretas, que o Senado votou a lei,
separado(s) por vírgula e
deve-se indicar a página que a regente sancionou
precedido(s) pelo termo que
(p.), volume (v.) ou [...]” (ASSIS, 1994, v.3,
o(s) caracteriza de forma
torno (t.) do documento p.583).
abreviada.
onde encontramos a
citação.

A produção de lítio
Nas citações indiretas, a
começa em Searles
indicação da(s) página(s)
Lake, Califórnia, em
consultada(s) é opcional
1928 (MUMFORD, 1949,
(ABNT, 2002, p. 2).
p.513).

Métodos e Técnicas de Estudo | 161


Quanto ao uso das aspas:

O que usar Quando usar Exemplo

As citações diretas, no texto “Não se mova, faça de


de até três linhas, devem conta que está morta.”
estar contidas entre aspas (CLARAC; BONNIN, 1985,
Usa-se aspas duplas (*) duplas (ABNT, 2002, p.2). p. 72).
para indicar o início e
o fim de citações com Segundo Sá (1995, p.
até três linhas e que 27), é “[...] por meio
estejam no corpo do As aspas simples são
da mesma ‘arte de
texto. utilizadas para indicar citação
conversação’ que abrange
no interior da citação (ABNT,
tão extensa e significativa
2002, p.2).
parte da nossa existência
cotidiana [...]”.

Quanto ao recuo da margem para citações com mais de três linhas:

O que usar Quando usar Exemplo

Siga os passos abaixo para


No texto com mais de três
Nas citações com mais de recuar o texto 4 cm no
linhas, as citações diretas
três linhas, usa-se recuo Microsoft Word:
devem ser destacadas com
de 4 cm da margem 1. Selecione a citação com
recuo 4 cm da margem
esquerda e diminui-se o mais de três linhas.
esquerda, com letra menor
tamanho da letra para 2. Clique no menu Formatar.
que a do texto utilizado e sem
11p. 3. Clique na opção
as aspas (ABNT, 2002, p.2).
Parágrafo.

4. Localize o item Recuo


No caso de documentos
e, na opção “Esquerdo”,
digitados ou datilografados,
digite 4.
deve-se observar apenas o
5. Clique em OK.
recuo (ABNT, 2002, p.2).
6. Verifique o resultado.

162 | Métodos e Técnicas de Estudo


Quanto às interpolações, comentários e ênfases:

O que usar Quando usar Exemplo

Devem ser indicadas as


supressões, interpolações,
Utilizam-se os colchetes
comentários, ênfase ou Segundo Sá (1995, p.27)
com três pontos “[...]”
destaques do seguinte modo: “[...] por meio da mesma
para indicar que omitimos
a) supressões: [...] ‘arte de conversação’ que
alguma parte do texto
b) interpolações, acréscimos abrange tão extensa e
citado ou que estamos
ou comentários: [...] significativa parte da nossa
fazendo acréscimos ou
c) ênfase ou destaque: grifo existência cotidiana [...]”.
comentários.
ou negrito ou itálico (ABNT,
2002, p.2).

Quanto à citação de informações verbais:

O que usar Quando usar Exemplo


Quando se tratar de dados
As citações de informações
obtidos por informação
obtidas de forma oral
verbal (palestras, debates,
– ou seja, aquelas que No texto: O novo
comunicações etc.), indicar,
ouvimos em algum lugar medicamento estará
entre parênteses, a expressão
– devem ser referenciadas disponível até o final deste
informação oral...indicar
no texto e no rodapé, semestre (informação
entre parênteses a expressão
onde você incluirá os verbal).
informação verbal e mencionar
dados de identificação da
os dados disponíveis, somente
fonte.
em nada de rodapé.
No
rodapé: 1Notícia fornecida
por John A. Smith no
Congresso Internacional de
Engenharia Genética, em
Londres, em outubro de
2001.

Métodos e Técnicas de Estudo | 163


Quanto à citação de trabalhos em elaboração:

O que usar Quando usar Exemplo

No texto: Os poetas
selecionados contribuíram
para a consolidação da
poesia no Rio Grande do
Sul, séculos XIX e XX (em
Também devemos usar Na citação de trabalhos em
fase de elaboração).
refêrencias de trabalhos fase de elaboração, deve ser
em elaboração no corpo mencionado o fato, indicando-
do texto e nas notas de se dados disponíveis, em nota
rodapé. de rodapé. (ABNT, 2002, p.2). No
rodapé: 1Poetas rio-
grandenses, de autoria
de Elvo Clemente, a ser
editado pela Edipucrs em
2002.

Quanto à atribuição de ênfase numa citação:

O que usar Quando usar Exemplo

Para enfatizar trechos da


Utilizamos as expressões citação, deve-se destacá-los, Sugestão: Os exemplos
“grifo nosso” ou grifo do indicando essa alteração apresentados não estão
autor” - inseridas após entre parênteses, usando a muito claros em relação
o número de páginas - expressão “grifo nosso” após a ao conceito apresentado,
para indicar a presença chamada da citação, ou “ grifo sugiro os seguintes:
de ênfase nas citações. do autor” caso o destaque seja
do autor da obra consultada.

164 | Métodos e Técnicas de Estudo


“Contratos são, pois, uma
espécie de ato jurídico,
de natureza bilateral,
em virtude do encontro
da vontade das partes
contratante”
(DOWER, 1995, p. 70, grifo
nosso).

“A alfabetização
econômica possibilita à
pessoa educada tornar-se
um cidadão completo
capaz de julgar as políticas
públicas e de tornar as
melhores decisões” (COSTA,
2000, p.27, grifo do
autor).

Quanto à tradução de citações:

O que usar Quando usar Exemplo

“Ao fazê-lo pode estar


Quando a citação contiver
envolto em culpa,
um texto traduzido pelo
Utilizamos o termo perversão, ódio de si
autor, deve-se incluir, após
“tradução nossa”, mesmo [...] pode julgar-se
a chamada da citação, a
quando traduzimos o pecador e identificar-se
expressão “tradução nossa”,
texto de uma citação. com seu pecado” (RAHNER,
entre parênteses (ABNT,
1962, v. 4, p. 463,
2002, p.2).
tradução nossa).

1.4 Indicação da Fonte no Sistema Autor-Data

Quanto às citações do sistema autor-data, ainda é preciso


observar os aspectos apresentados abaixo.

Métodos e Técnicas de Estudo | 165


Quando o nome do autor está incluído na frase, indica-se a
data e a página entre parênteses, no caso de citações diretas:

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

Quando o(s) nome(s) do(s) autor(es),


instituição(ões) responsável(eis)
Morais (1955, p.32) assinala “[...] a
estiver(em) incluído(s) na sentença,
presença de concreções de bauxita no
indica-se a data, entre parênteses,
Rio Cricon.”
acrescida da(s) página(s), se a citação
for direta.

No caso de coincidência de sobrenomes, acrescenta-se a inicial


do primeiro nome do autor entre parênteses:

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

Quando houver coincidência de


(BARBOSA, C, 1958)
sobrenomes de autores, acrescentam-se
(BARBOSA, Cássio, 1965)
as iniciais de seus prenomes; se mesmo
(BARBOSA, O., 1959)
assim existir coincidência, colocam-se os
(BARBOSA, Celso, 1965)
prenomes por extenso.

Citações de diversas obras do mesmo autor devem ser


identificadas por letras (a, b, c), posicionadas após o ano de publicação:

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

As citações de diversos documentos


de um mesmo autor, publicados num
mesmo ano, são distinguidas pelo
De acordo com Reeside (1927a)
acréscimo de letras minúsculas, em
(REEDIDE, 1927b)
ordem alfabética, após a data sem
espacejamento, conforme a lista de
referências.

166 | Métodos e Técnicas de Estudo


Citações indiretas de várias obras do mesmo autor devem ter as
datas separadas por vírgula:

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

As citações indiretas de diversos


documentos da mesma autoria, publicados (DREYFUSS, 1989, 1991, 1995)
em anos diferentes e mencionados (CRUZ; CORREA; COSTA, 1998, 1999,
simultaneamente, têm as suas datas 2000)
separadas por vírgula.

Citações indiretas de autores diferentes devem ser separadas


por ponto e vírgula:

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

As citações indiretas de diversos


Diversos autores salientam a
documentos de vários autores,
importância do acontecimento de
mencionados simultaneamente, devem
a´redizagem. (CROSS, 1984; KNOX
ser separadas por ponto e vírgula, em
1986; MEZIROW, 1991).
ordem alfabética.

Segundo a NBR 10520 (ABNT, 2002, p. 4-5), no sistema


autor-data, a indicação da fonte pode ser feita de três formas. Veja a
primeira delas:

Pelo sobrenome de cada autor ou pelo nome de cada entidade


responsável até o primeiro sinal de pontuação, seguido(s) da data de
publicação do documento e da(s) página(s). No caso de citação direta, a
fonte deve ser colocada entre parênteses e separada por vírgulas.

Métodos e Técnicas de Estudo | 167


Veja exemplos a seguir:

• No texto
A chamada “pandectística havia sido a forma particular pela qual
o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em
particular.” (LOPES, 2000, p.225).
• Na lista de referências
LOPES, José Reinaldo de Lima. O direito na história. São
Paulo: Max Limonad, 2000.

• No texto
Bobbio (1995, p.30) com muita propriedade nos lembra, ao
comentar esta situação, que os “juristas medievais justificaram
formalmente a validade do direito romano ponderando que este
era o direito do império romano que tinha sido reconstituído por
Carlos Magno com nome de Sacro Império Romano.”
• Na lista de referências
BOBBIO, Noberto. O Positivismo jurídico: lições de filosofia do
direito. São Paulo: Ícone, 1995.

• No texto
De fato, semelhante equacionamento do problema conteria o
risco de se considerar a literatura meramente como uma fonte a
mais de conteúdos já previamente disponíveis, em outros lugares,
para a teologia. (JOSSUA; METZ, 1976, p.3).
• Na lista de referências
JOSSUA, Jean Pierre; METZ, Johann Baptist. Editorial: teologia
e literatura. Concilium, Petrópolis, v. 115, n.5, p. 2-5, 1976.

• No texto
Merriam e Caffarella (1991) observam que a localização de
recursos que a localização de recursos tem um papel crucial no
processo de aprendizagem autodirigida.
• Na lista de referências
MERRIAM, S.; CAFFARELLA, R. Learning in adulthood: a
comprehensive guide. San Francisco: Jossey-Bass, 1991.

168 | Métodos e Técnicas de Estudo


• No texto
“Comunidade tem que poder ser intercambiada em qualquer
circunstância, sem quaisquer restrições estatais, pelas moedas
dos outros Estados —membros.” (COMISSÃO DAS
COMUNIDADES EUROPEIAS, 1992, P. 34).
• Na lista de referências
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS . A união
europeia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das
Comunidades Europeias, 1992.

• No texto
O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado
Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados
como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino
superior. (BRASIL, 1995).
• Na lista de referências
BRASIL. Ministério da Administração Federal e Reforma do
Estado. Plano diretor da reforma do aparelho do Estado.
Brasília, DF, 1995.

• No texto
O mecanismo proposto para viabilizar esta concepção é o chamado
Contrato de Gestão, que conduziria à captação de recursos privados
como forma de reduzir os investimentos públicos no ensino
superior. (BRASIL, 1995).
• Na lista de referências
COMISSÃO DAS COMUNIDADES EUROPEIAS . A união
europeia. Luxemburgo: Serviço das Publicações Oficiais das
Comunidades Europeias, 1992.

A segunda forma é:

Pela primeira palavra do título, seguida de reticências, no caso


de as obras sem indicação de autoria ou responsabilidade, seguida da
data de publicação do documento e da(s) página(s) da citação, no caso
de citação direta, separados por vírgula e entre parênteses.

Métodos e Técnicas de Estudo | 169


• No texto
“As IES implementarão mecanismos democráticos, legítimos e
transparentes de avaliação sistemática das suas atividades, levando
em conta seus objetivos institucionais e seus compromissos para
com a sociedade.” (ANTEPROJETO, 1987, p. 55).
• Na lista de referências
ANTEPROJETO de lei. Estudos e debates, Brasília, DF, n. 13,
p.51-600, jan. 1987.

Observe, agora, a terceira forma de indicação no sistema autor-data:

Se o título iniciar por artigo (definido ou indefinido), ou


monossílabo, este deve ser incluído na indicação da fonte.

No texto Quando usar

E eles disseram “globalização”, e soubemos que


era assim que a chamavam a ordem absurda em
que dinheiro é a única pátria à qual se serve e as A flor prometida. Folha de S. Paulo,
fronteiras se diluem, não pela fraternidade, mas São Paulo, p.4, 2 abr. 1995.
pelo sangramento que engorda poderosos sem
nacionalidade. ( A FLOR, 1995, p.4).

“Em Nova Londrina (PR), as crianças são NOS CANAVIAIS, mutilação em vez de
levadas às lavouras a partir dos 5 anos.” (NOS lazer e escola. O Globo, Rio de Janeiro,
CANAVIAIS, 1995, p. 12). 16 jul. 1995. O País, p.12.

1.5 Citações em Notas de Referência

A NBR 10520 ainda define as regras para notas de rodapé e


notas de referência. Abaixo, você encontra orientações que devem ser
observadas para as notas de referência.

170 | Métodos e Técnicas de Estudo


Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

A numeração das notas de


3
Numeração referência é feita por algarismos
SANTOS, 2006, p.100.
arábicos devendo ter numeração
única e consecutiva para cada
4
capítulo ou parte. Não se inicia a
Ibid., p.190.
numeração a cada página.

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

Primeira FARIA, José Eduardo (Org.).


citação A primeira citação de uma obra,
Direitos humanos, direitos sociais
em nota de rodapé, deve ter sua
e justiça. São Paulo: Malheiros,
referência completa.
1994.

Texto da NBR 10520 Exemplo da NBR 10520

As subsequentes citações
idem - id. = da mesma obra podem ser 8
mesmo autor referenciadas de forma ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
abreviada, utilizando as NORMAS TÉCNICAS, 1989, p.9.
seguintes expressões, 9
abreviadas, quando for o caso: Id., 2000, p.19.
a) Idem - mesmo autor - Id.;

Métodos e Técnicas de Estudo | 171


Exemplo da NBR
Texto da NBR 10520
10520
ibdem -
ib. = na
8
mesmo
a) Ibidem — na mesma obra DURKHEIM, 1925, p. 176.
obra
—Ibid.;; 9
Ibid., p.190.

Exemplo da NBR
Texto da NBR 10520
10520

8
op. cit = obra
ADORNO, 1996, P. 38.
citada
a) Opus ditatum, opere citato 9
— obra citada — op. cit.; GARLAND, 1990, p. 42-43
10
ADORNO, op. cit., p.40.

Exemplo da NBR
Texto da NBR 10520
10520
passim =
diversas
passagens d) Passim — aqui e ali, em 5
diversas passagens — passim; RIBEIRO, 1997, passim;

Exemplo da NBR
Texto da NBR 10520
10520

loc. cit =
4
no lugar
TOMASELLI; PORTER 1992, p.
citado e) Loco citato — no lugar
33-46.
citado — loc. cit;
5
TOMASELLI; PORTER, loc. cit.

172 | Métodos e Técnicas de Estudo


Exemplo da NBR
Texto da NBR 10520
et seq. = 10520
seguinte
ou que se
g) Sequentia — seguinte ou 7
segue
que se segue — et seq.; FOUCAULT, 1994, p.17 et seq.

A expressão “apud” pode ser utilizada nas notas de referência


e também no corpo do texto quando indicamos uma citação da obra de
terceiros. Ela significa citado por, conforme, segundo. Confira abaixo
alguns exemplos da NBR 10520.

Exemplo 1:

Segundo Silva (1983 apud Abreu, 1999, p. 3) diz ser [...]

“[...] o viés organicista da burocracia estatal e o


antiliberalismo da cultura política de 1937, preservado de
modo encapuçado na Carta de 1946.” (Vianna, 1986, p. 172
apud Segatto, 1995, p. 214-215).

Exemplo 2:

No modelo serial de Gough (1972 apud Nardi, 1993), o ato


de ler envolve um processamento serial que começa com uma fixação
ocular sobre o texto, prosseguindo da esquerda para a direita de forma
linear. (ABNT, 2002, p. 6).

Métodos e Técnicas de Estudo | 173


Síntese
Você viu como fazer citações seguindo as determinações da
NBR 10520:2002. Este material iniciou diferenciando os vários tipos de
citação. Foi apresentado o que é uma citação, citação de citação, citação
direta, citação indireta, notas de referência, notas de rodapé, notas
explicativas. Você viu, também, que é possível utilizar dois sistemas de
chamada para citações: o autor-data e o numérico. Em seguida, foram
descritas as regras para apresentação de citações, e as principais formas
de indicar a fonte nas citações do sistema autor-data. Finalmente,
foram exploradas as expressões empregadas em notas de referência e
apresentamos a forma de utilização da expressão “apud” nas notas e no
corpo do texto.

Métodos e Técnicas de Estudo | 175


Leitura Complementar
A fim de complementar os conhecimentos adquiridos nesta
unidade de aprendizagem, faça as seguintes leituras:

SCIELO. A inserção das mídias audiovisuais no contexto


escolar. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo. php?script=sci_
arttext&pid=S0102-46982011000300002

SCIELO. Paulo Freire, o testemunho e a pedagogia


católica: a ação histórica contra o fatalismo. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0102-
69092014000200004&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

Métodos e Técnicas de Estudo | 177


Referências Bibliográficas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
10520: informação e documentação: citações em documentos:
apresentação. Rio de Janeiro, 2002.

BRANDÃO, Zaia et al. Universidade e educação. Campinas: Papiros,


1992.

FARIA, Ernesto. Dicionário Escolar Latino Português. 3 ed. Brasília:


Ministério da Educação e da Cultura, Campanha Nacional de Material
de Ensino, 1962.

HASKINS, Charles Homer. The rise of universities. New York: H.


Holt and Co., 2004.

JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de


Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1990.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e


emoção. 4 ed. São Paulo: USP, 2006.

Métodos e Técnicas de Estudo | 179

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