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DISTÂNCIA
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
E SUSTENTABILIDADE
RONEI DE ALMEIDA
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL
E SUSTENTABILIDADE
RONEI DE ALMEIDA
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FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
1
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
E SUSTENTABILIDADE
1° edição
Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
2
Ronei de Almeida
3
LEGENDA DE
Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:
FIQUE ATENTO
São os conceitos, definições ou afirmações importantes
aos quais você precisa ficar atento.
VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.
FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.
GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
4
SUMÁRIO UNIDADE 1
MEIO AMBIENTE, SUSTENTABILIDADE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1.1 Introdução .........................................................................................................................................................................................8
1.2 Meio ambiental , antropia e degradação ambiental .........................................................................................8
1.3 Degradação ambiental no Brasil ...................................................................................................................................10
1.4 Educação ambiental ...............................................................................................................................................................12
1.4.1 Definição .......................................................................................................................................................................................13
1.4.2 Principais e objetivos ...............................................................................................................................................................13
1.4.3 Educação Ambiental nas Organizações ..........................................................................................................................14
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................16
UNIDADE 2
POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
2.1 Constituição federal ................................................................................................................................................................20
2.1.1 Meio ambiente .........................................................................................................................................................................20
2.1.2 Deveres do Poder Público ..................................................................................................................................................20
2.2 Política Nacional do Meio Ambiente (Lei n° 6.938/1981)..................................................................................21
2.3 Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº. 9.795/1999)...................................................................22
2.3.1 Ensino formal e educação ambiental .............................................................................................................................23
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................24
UNIDADE 3
GESTÃO AMBIENTAL
3.1 Introdução .....................................................................................................................................................................................28
3.2 Desenvolvimento econômico e meio ambiente ...............................................................................................28
3.3 Produção e consumo sustentável ...............................................................................................................................29
3.3.1 Produção mais limpa (P+L) ................................................................................................................................................30
3.3.2 Avaliação do ciclo de vida ( AVC) ..................................................................................................................................31
3.4 Prevenção da poluição .........................................................................................................................................................32
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................34
UNIDADE 4
PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL
4.1 Educação ambiental na escola .......................................................................................................................................38
4.2 Proposta de atividade-Tema gerador de discussão: Resíduos Sólidos .............................................38
4.3 Educação ambiental na gestão pública ...................................................................................................................41
4.4 Educação ambiental empresarial ...............................................................................................................................42
FIXANDO O CONTEÚDO ............................................................................................................................................................44
UNIDADE 5
ÉTICA AMBIENTAL
5.1 Filosofia e educação ...............................................................................................................................................................48
5.2 Transdisciplinaridade da educação ambiental ...................................................... ..........................................48
5.3 Ética e consumo .......................................................................................................................................................................49
5.4 Educação ambiental e cidadania ..................................................................................................................................51
FIXANDO O CONTEÚDO .............................................................................................................................................................53
UNIDADE 6
DESAFIOS, PESQUISA E PERSPECTIVA FUTURA
6.1 Desafios da educação ambiental ..................................................................................................................................57
6.2 Perspectiva pedagógica da educação ambiental ............................................................................................58
6.3 Pesquisas em educação ambiental ............................................................................................................................59
FIXANDO O CONTEÚDO ..............................................................................................................................................................61
5
UNIDADE 1
A Unidade 1 explora os conceitos fundamentais relacionados à educação ambiental,
permitindo o entendimento dos principais mecanismos e os requisitos legais para
a promoção da segurança ambiental nas organizações, além da preservação e
CONFIRA NO LIVRO
UNIDADE 2
A Unidade 2 analisa as legislações pertinentes à temática da educação ambiental,
resumindo cada uma delas. Nesta unidade, como ponto central, compreenderemos
a importância da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n. 9.795/1999),
pontuando os principais artigos da referida lei.
UNIDADE 3
A Unidade 3 apresenta os componentes centrais da gestão ambiental e os relaciona
com os princípios e objetivos da educação ambiental. Nesta unidade, abordaremos
a temática da Produção mais limpa (P+L) e prevenção da poluição. Exploraremos
como as organizações podem, por meio da educação ambiental, implementar essas
estratégias para reduzir desperdícios e maximizar a utilização dos recursos naturais.
UNIDADE 4
A unidade 4 analisa os princípios e conceitos da educação ambiental na escola, no
âmbito do poder público e nas organizações econômicas. Esta unidade explora
atividades para complementação da prática pedagógica com foco na educação
ambiental e discute os benefícios e desafios da educação ambiental pública e
empresarial.
UNIDADE 5
Nesta unidade serão abordados os temas relacionados à ética para promoção da
educação ambiental. A produção e o consumo sustentáveis são discutidos sob a
lente da necessidade de uma economia circular. Na unidade 5, a educação para
cidadania global é explorada reforçando a ideia de que a responsabilidade individual
deve ser portadora de princípios e não de interesses particulares.
UNIDADE 6
A unidade 6 aborda os principais desafios para a implantação efetiva da educação
ambiental. Perspectivas da prática pedagógica e escopo para estudos futuros em
educação ambiental são apontados e discutidos.
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01
MEIO AMBIENTE, UNIDADE
SUSTENTABILIDADE
E EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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1.1 INTRODUÇÃO
Os danos ao meio ambiente e o crescimento econômico apresentam uma estreita
relação. Percebemos que o avanço da política desenvolvimentista mundial tem acarretado
cenários desafiadores, tais como, desaparecimento de espécies e perda da biodiversidade,
consumo desenfreado de recursos naturais, mudanças climáticas e contaminação do solo,
ar e dos recursos hídricos.
Contudo, cabe ressaltar que a proteção ambiental sempre foi praticada por huma-
nos de uma forma ou de outra. No entanto, à medida que as pressões antropogênicas so-
bre o meio ambiente aumentaram ao longo do século passado, a necessidade de proteção
ambiental sistemática aumentou. Isso tem levado a considerável experimentação com as
medidas nacionais e internacionais que são usadas para atingir os objetivos de proteção
do meio ambiente. Embora algumas dessas medidas tenham tido sucesso, o quadro geral
é de fracasso.
Nesse contexto, a Educação Ambiental (EA) desempenha um papel crucial. Primei-
ramente, vale lembrarmos que a EA deve ser tratada como uma questão multidisciplinar e
interagir com os diferentes setores. Tal conjugação exige, portanto, uma relação de coope-
ração entre as diferentes instituições requeridas no processo de ação e tomada de decisão.
A ideia de uma educação especificamente ambiental entrou no discurso público no
final dos anos 1960. Segundo Hamilton e Macintosh (2008), entre as recomendações da
Conferência de Estocolmo, ocorrida em 1972, tentava estabelecer um programa interna-
cional de EA. A Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO, do inglês, Uni-
ted Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) e o Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) se comprometeram, posteriormente, a preparar
materiais curriculares, estabelecer prioridades, desenvolver projetos-piloto e organizar reu-
niões a fim de promover um programa de EA eficiente (HAMILTON; MACINTOSH, 2008).
Dentro deste contexto, os especialistas destacam que a EA deve constituir uma educação
integral ao longo da vida, ou seja, contínua e permanente (RUSCHEINSKY, 2012; SATO; CAR-
VALHO, 2005).
VAMOS PENSAR?
Sabendo que a educação ambiental faz parte do nosso cotidiano e que, inconscientemente a
praticamos, tal como, por exemplo, quando dispomos o lixo domiciliar para coleta pelo órgão
público responsável ou quando realizamos o ecoturismo que, por sua vez, estimula atitudes
em prol da conservação da natureza. Pense em ações práticas no seu dia a dia que podem
ser caracterizadas como atitudes de fomento à proteção do meio ambiente. De que forma
essas ações contribuem para a conservação ambiental? Quais dessas atitudes promovem o
bem-estar social e melhoram a vida em sociedade? Como?
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marés, terremotos, erupções vulcânicas, formação de nevoeiro ou tornados, não degradam
o ambiente, apenas provocam mudanças. Sánchez (2013) definiu a degradação ambiental
como qualquer alteração adversa dos processos ambientais e/ou da qualidade do meio
ambiente. Neste sentido, a ação antrópica, isto é, a ação humana é a principal responsável
pelos distúrbios e alterações adversas provocadas.
Temos diversos exemplos em nosso cotidiano de ações humanas geradoras de de-
gradação ambiental. Entre elas podemos citar: as queimadas, atividades industriais como
a mineração, disposição irregular de resíduos, poluição atmosférica, hídrica, sonora, e dos
solos, intensificação do uso de agrotóxicos e a relação humana com a fauna e a flora atra-
vés da extinção ocasionada devido à apropriação e exploração dos habitats naturais.
FIQUE ATENTO
Ação antrópica ou antropia é o ato do Homem sobre o meio ambiente. Também pode ser a
ação ou o resultado da atuação humana sobre a natureza, com a pretensão de modificação,
independentemente do juízo de valor atribuído à modificação realizada no meio (ARAÚJO;
ALMEIDA; GUERRA, 2005, p. 32)..
GLOSSÁRIO
Meio ambiente é o conjunto de fatores físicos, químicos e bióticos que atuam sobre um orga-
nismo ou comunidade ecológica e, em última instância, determinam sua forma e sobrevivên-
cia (BRASIL, 1981).
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mite uma superexploração de recursos naturais – que, é claro, não são gratuitos. Comple-
mentarmente, a superexploração dos recursos leva à superprodução de bens de consumo
com menor longevidade, que findada sua vida útil, são descartados no meio ambiente.
Como consequência desse processo, novos bens são produzidos, vendidos, usados
e descartados. Assim, o ciclo continua – afetando a capacidade do planeta de restaurar
seus serviços ambientais em tempo hábil. Por exemplo, relembre dos relatos durante o
bloqueio social devido à pandemia do Corona Vírus 2019 (COVID-19), iniciado em 2020. A
natureza se beneficiou de menos turistas, menos aviões no ar, estradas mais vazias, me-
nos consumo. Houve muitos relatos sobre a recuperação do meio ambiente, de ar e água
mais limpos. Foram observados golfinhos nos canais de Veneza (Itália), ar mais limpo nas
grandes cidades (São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York), menor concentração de gases po-
luentes na atmosfera acima da China. Podemos assim observar o quão rápido a natureza é
capaz de se recuperar em um cenário de menor atuação humana.
Portanto, a degradação ambiental é uma das questões de maior urgência na con-
temporaneidade. Dependendo do dano provocado, alguns ambientes podem não ser re-
cuperados. Os vegetais e animais que habitavam esses territórios serão extintos. Portanto,
é necessário planejamento sólido, conscientização pública e participação da comunidade
para que a deterioração ambiental seja evitada. Nesse contexto e para esse fim, a EA tem
papel fundamental.
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As consequências acarretadas pelo desflorestamento incluem erosão dos solos, di-
minuição dos eventos chuvosos, elevação da temperatura e perda da biodiversidade. No
Brasil, o ano de 2019 foi marcado por mudanças nas políticas ambientais que catalisaram
o desmatamento ilegal na região Amazônica e aumentaram o número de queimadas em
diversos Biomas do país (SILVA JUNIOR et al., 2020). Além disso, houve mudanças polêmi-
cas no Código Florestal (Lei Federal n. 12.651/2012), como a prorrogação do prazo indeter-
minado para o Cadastro Ambiental Rural (Cadastro Ambiental Rural) (Lei n. 13.887/2019) e
a possível regularização de terras públicas (SILVA JUNIOR et al., 2020).
Estudos recentes preveem piora nas perdas de áreas e ecossistemas à medida que
a degradação ambiental no país aumenta. Atualmente, diversas regiões do país já se de-
frontam com limitações de recursos e sofrem com a degradação ambiental. Os problemas
ambientais se agravam e tornam-se mais nítidos. A sociedade brasileira chega enfim, a um
estágio de permanente busca por alternativas sustentáveis para minimizar e/ou mitigar a
degradação ambiental causada por suas ações. Nesse sentido, a educação é um caminho
indispensável para o desenvolvimento sustentável.
Cabe aqui pontuarmos, portanto, o que é desenvolvimento sustentável. Segundo Al-
meida et al. (2019) seria o desenvolvimento nas esferas ambiental, social e econômica que
atende às necessidades atuais sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de
atenderem às suas próprias necessidades. Ressalta-se que o desenvolvimento sustentá-
vel atende às três áreas de desenvolvimento: ambiental, social e econômica. Por exemplo,
quando a atividade potencialmente poluidora (mineração, petroquímica etc.) atende aos
interesses econômicos e concilia a preservação do meio ambiente, essa atividade é viável.
O mesmo ocorre quando essa atividade atende aos interesses sociais e econômicos, sen-
do classificada como tolerável. Entretanto, para
que as necessidades da geração presente sejam
atendidas, sem comprometer a possibilidade das
gerações futuras de atenderem às suas próprias
necessidades, os componentes ambiental, social
e econômico, devem estar presentes (SOARES,
2017) (Figura 2).
11
1.4 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Para entender a educação ambiental (EA) é preciso inicialmente compreender que
existirão diversas tipologias no contexto das múltiplas correntes existentes (SATO; CARVA-
LHO, 2005). Todavia, é consenso que se a educação significa transformação dos alunos em
direção a objetivos bem definidos, a educação ambiental significaria que os alunos alcan-
çarão objetivos que tratam especialmente dos aspectos ambientais, ou seja, os elementos
das atividades, produtos ou serviços que interagem com o meio ambiente. Essas metas
podem ser vistas nas três categorias usuais como sendo cognitivas, psicomotoras ou afeti-
vas.
O termo educação ambiental (Enviromental Education) foi cunhado em 1965, na
“Conferência de Educação” da Universidade de Keele, Grã-Bretanha. Posteriormente ocor-
reram diversos acontecimentos relacionados a EA. De forma geral e sucinta, no Quadro 1
são listados e descritos os principais eventos relacionados à proteção do meio ambiente e
a educação ambiental.
12
Dentro deste contexto e considerando a evolução da EA, nesta seção trata-remos
dos conceitos básicos relacionados aos princípios, métodos e fundamentos dessa área
multidisciplinar do conhecimento.
1.4.1 Definição
No início dos anos 1970 houve apelos para que o meio ambiente fosse incorporado
às pautas relacionadas à educação. Tais reivindicações culminaram na elaboração da Carta
de Belgrado da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. A
Carta de Belgrado foi um marco para a Educação Ambiental (EA). A partir da EA os indiví-
duos adquiririam conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromisso para
trabalhar na busca de soluções para os problemas atuais, emergentes e futuros (DAVIS,
2020).
Em 1977, a UNESCO, junto com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(UNEP, do inglês, United Nations Environment Programme), expandiu essa definição por
meio da Declaração de Tbilisi. A ênfase estava na EA sendo incorporada em todo o sistema
de educação e na adoção de uma abordagem holística para examinar questões sociais e
econômicas através de uma lente ambiental (DAVIS, 2020).
No Brasil, a Lei n. 9.795/1999 no Artigo 1º do capítulo I apresenta uma definição para
EA (BRASIL, 1999). Recomenda-se a sua leitura. Davis (2020) mais recentemente definiu EA
da seguinte forma:
A Educação Ambiental é um processo holístico de apren-
dizagem ao longo da vida, direcionado à criação de cida-
dãos responsáveis que exploram e identificam questões
ambientais, se engajam na solução de problemas e to-
mam medidas eficazes para melhorar o meio ambiente
(DAVIS, 2020, p. 438).
13
A integração e cooperativismo instilam solidariedades socioeconômicas e políticas,
que são essenciais para a gestão ambiental holística. Dessa forma, a EA capacita indivídu-
os, grupos e instituições para explorar adequadamente as questões ambientais junto com
pensamentos e atividades para a sustentabilidade ambiental. Ademais, busca desenvolver
uma compreensão mais profunda do meio ambiente através da tomada de decisões.
A educação ambiental não é novidade em suas partes, sempre houve educação para
o coração, para o cérebro, para todo o corpo, para a problemática social e para o entendi-
mento do meio ambiente. A educação escolar formal sempre foi entendida como uma
adaptação e preparação das crianças ao seu meio natural e social. Mas nunca, parece-me,
que essa educação foi planejada de forma tão completa como é entendida hoje. Talvez,
seja essa a “nova filosofia de ensino”.
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BUSQUE POR MAIS
O artigo “Educação Ambiental nas Organizações” (2019), de Alexandre de Gui-
lherme Scheidegger e Carla Calenzani, apresenta uma reflexão sobre o papel da
educação ambiental no contexto das organizações. Disponível em: https://bit.ly/
3t4bDZe. Acesso: 10 jan 2021.
15
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O Brasil enfrenta problemas de cunho social e ambiental, entre eles o desflorestamento.
Qual alternativa indica uma consequência do desflorestamento no país?
I. A intensidade e a degradação do solo podem ser ampliadas por ações antrópicas como
o uso e manejo incorreto da terra, que expõe o solo ao sol, ao vento e à chuva e levam à
degradação do ambiente.
II. O agente causador da degradação ambiental não necessariamente é o homem, visto
que processos naturais também podem provocar degradação do meio ambiente.
III. A degradação ambiental decorre de alterações no ambiente, dificultando o atendimento
das necessidades humanas e de outras espécies.
IV. A ação antrópica não tem qualquer influência na perda da biodiversidade dos territórios,
decorrentes de condições climáticas específicas.
a) I e II.
b) I e III.
c) II e IV.
d) II, III e IV.
e) I, III e IV.
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e) jornada de trabalho: o crescimento econômico de uma nação está relacionado a
produtividade laboral da população.
17
pelas empresas visando a conscientização dos colaboradores internos.
a) V, F, V, V.
b) V, V, F, F.
c) F, V, V, V.
d) F, F, V, V.
e) V, F, F, F.
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02
POLÍTICA NACIONAL DE UNIDADE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
19
2.1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL
A preocupação com a poluição não é um tema recente, entretanto, somente nas
últimas quatro décadas, ou seja, a partir de 1980, que o tema ganhou visibilidade e foi
introduzido nas agendas políticas e pautas de governos. Atualmente, com uma melhor
compreensão dos efeitos resultantes das atividades humanas sobre a natureza, temos ob-
servado uma evolução no modelo de regulamentação ambiental, que passa a incorporar
os conceitos de planejamento, de gerenciamento dos recursos naturais, além de mecanis-
mos de coerção no acompanhamento das atividades potencialmente poluidoras.
Os especialistas em direito ambiental afirmam que o Brasil possui uma das legisla-
ções ambientais mais bem desenvolvidas. Contudo, infelizmente, o país apresenta leis que
têm pouco ou nenhum apoio da comunidade e/ou em algumas regiões, algumas leis não
são observadas. Portanto, nesta unidade, nosso objetivo será:
• Conhecer as legislações do Brasil pertinentes à temática ambiental, resumindo cada
uma delas.
• Entender que a Constituição Federal versa sobre o meio ambiente, localizando o artigo
sobre o meio ambiente.
• Compreender a importância da Política Nacional de Educação Ambiental (Lei n.
9.795/1999), pontuando os principais artigos.
VAMOS PENSAR?
Qual a importância das legislações ambientais para a promoção da educação ambiental no
Brasil?
20
GLOSSÁRIO
Poder público é o conjunto dos órgãos com autoridade para realizar os trabalhos do Estado,
constituído de Poder Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
Cabe frisar que a crise provocada pelo impacto das atividades humanas sobre a na-
tureza exige a ação do poder público. Tais ações devem incluir um conjunto de medidas
respostas e estratégias de enfrentamento (UNDERDAL, 2010). Porém, é preciso lembrar
que ainda que Governos globais, continentais, nacionais e locais empreguem uma varie-
dade de abordagens para a governança ambiental, as repercussões positivas e negativas
têm limitado a capacidade de qualquer jurisdição em resolver os problemas existentes.
Nesse contexto, os desafios enfrentados futuramente pela governança ambiental
incluirão (UNDERDAL, 2010): acordos ambientais locais e globais inadequados, conflitos só-
cio-políticos não resolvidos entre as nações, falta de integração entre as políticas setoriais,
capacidade institucional limitada, intervalo de tempo elevado entre a ação humana e o
efeito ambiental, problemas ambientais sendo incorporados em sistemas muito comple-
xos, dos quais o entendimento humano ainda é bastante limitado.
FIQUE ATENTO
Apesar de ambos os órgãos institucionais – Sisnama e CONAMA – terem sido criados através
da PNMA, eles exercem funções diferentes. No geral, o CONAMA é o órgão consultivo e deli-
berativo do Sisnama.
21
A PNMA fixou princípios, objetivos e instrumentos voltados à conservação ambien-
tal. Nesta política que se iniciou, de fato, o controle ambiental das atividades empresariais
públicas ou privadas, com foco na obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causa-
dos ao meio ambiente. Neste sentido, cabe destacar os principais objetivos da PNMA: es-
tabelecer critérios e padrões de qualidade para as atividades potencialmente poluidoras,
preservação e restauração dos recursos naturais, desenvolvimento de pesquisas e difusão
de tecnologias para preservação ambiental e desenvolvimento sustentável (BRASIL, 1981).
A partir da Constituição Federal e PNMA, o Brasil desenvolveu uma legislação am-
biental bastante rica e avançada, semelhante a legislações ambientais encontradas em
países desenvolvidos. No entanto, ainda há muito a ser feito em termos de aplicação e
cumprimento, especialmente no que concerne aos atores econômicos. Observamos que a
própria União está intimamente ligada a alguns dos maiores poluidores, visto que, partici-
pa diretamente, por exemplo, da exploração de petróleo e gás natural, atividades petroquí-
micas, metalurgia e mineração
No geral, existe uma farta legislação de proteção ambiental e de gestão dos recur-
sos naturais. Portanto, seu conhecimento e aplicação é fundamental para a proteção am-
biental e gerenciamento dos recursos ambientais, além da conscientização e capacitação
ambiental que engaja o indivíduo na preservação do meio, assegurando, dessa forma, o
bem-estar social e humano.
22
lidade e relação escola-comunidade - e são desenvolvidas em cinco eixos: I - Processos de
aprendizagem e práticas pedagógicas; II - Diagnósticos e pesquisas; III - Comunicação; IV
- Gestão e Infraestrutura; V - Articulação e interface com outras políticas nacionais (SILVA;
SANTANA, 2018). O PNES consiste em um conjunto de ações voltadas para a implemen-
tação das Diretrizes Curriculares Nacionais de Educação Ambiental Formal, para que as
instituições de ensino sejam incubadoras de uma cultura alicerçada na participação e no
diálogo permanente com os alunos.
No Brasil, a construção da EA como política pública implementada pelo Ministério da
Educação e pelo Ministério do Meio Ambiente inclui processos de articulação dos diversos
atores sociais e sua capacidade de realizar uma gestão territorial sustentável e educativa.
No próximo item desta seção serão realizadas algumas análises em relação ao conteúdo
da PNEA sobre a sua importância para docentes e discentes na educação formal. Dada a
amplitude do tema, não se pretende esgotar o assunto. No geral, as discussões levantadas
trazem à tona as questões mais relevantes da legislação para promoção da EA no ensino
formal brasileiro.
23
FIXANDO O CONTEÚDO
4. Enumere a segunda coluna a partir das políticas ambientais revisadas neste capitulo,
enumeradas na primeira coluna. Posteriormente, marque a sequência correta.
24
educação formal e informal.
a) 3, 2, 1, 1.
b) 1, 2, 2, 3.
c) 3, 1, 1, 2.
d) 2, 3, 3, 1.
e) 3, 1, 2, 1.
8. A Lei Federal n. 9.795 em seu Art. 2° destaca que a educação ambiental deve-se fazer
presente em todos os níveis, isto é, educação não-formal e formal. Além disso, esse artigo
demonstrou um avanço para a educação brasileira na medida em que a educação
ambiental passa a ser:
25
a) uma disciplina curricular.
b) obrigatória em todas as séries do ensino primário.
c) um conhecimento interdisciplinar.
d) tema centrado em uma única área.
e) restrita a sala de aula.
26
03
UNIDADE
GESTÃO AMBIENTAL
27
3.1 INTRODUÇÃO
No Brasil e em outros países por muitos anos perdurou a ideia de que a poluição do
meio ambiente fosse vista como um sinônimo de progresso econômico. Essa percepção
se manteve até que os problemas ambientais se intensificaram e ocasionaram impactos
negativos diretos ao bem-estar e desenvolvimento humano. De acordo com Braga et al.
(2005), devido a essa intensificação e a partir desta, os procedimentos para o gerenciamen-
to eficaz das relações entre desenvolvimento econômico e meio ambiente passaram a ser
implementados e aperfeiçoados.
A Inglaterra foi responsável por dar origem aos sistemas de qualidade ambiental,
bem como, foi precursora dos Sistemas de Gestão Ambiental (SGA), criando a Norma BS-
7750, cuja versão preliminar foi publicada em 1992. Com o crescente interesse pelas ques-
tões relacionadas à preservação ambiental, foi implantado pela Organização Internacional
para Padronização (ISO), em 1993, o Comitê Técnico 207 (TC-207), com a finalidade de ela-
borar uma série de normas voltadas para o meio ambiente, originando a Série ISO 14.000
(BRAGA et al., 2005).
28
tos envolvidos, o que, por sua vez, gera impasses e conflitos na sociedade. Neste contexto,
a EA representa o instrumento fundamental para mudar os impasses sociais decorrentes
dessa discussão.
VAMOS PENSAR?
Quem são os responsáveis pelo crescimento econômico? Você já parou para pensar sobre a
forma que nós consumimos bens e serviços? Você já pensou o quão rápido os materiais têm
sido disponibilizados e descartados? Faz ideia da quantidade de resíduos que são gerados
devido ao consumo desenfreado? Pensa no tipo e quantidade de embalagem dos produtos
ao consumi-los?
29
sora.
De acordo com o PNUMA, a Produção mais limpa (P+L) é definida como a aplicação
contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada a processos, produtos e servi-
ços para aumentar a eficiência e reduzir os riscos para os seres humanos e o meio ambien-
te (UNITED NATIONS INDUSTRIAL DEVELOPMENT ORGANIZATION, 2020).
O conceito de P+L tem como objetivo minimizar o impacto ambiental provocado
pelo processo produtivo, sendo uma proposta de melhoria gradativa e contínua, que con-
siste em uma série de medidas que podem ser implementadas dentro de uma organiza-
ção (empresa, indústria, empreendimento econômico etc.). A P+L maximiza o uso de ener-
gia e materiais no processo produtivo. Além disso, questiona a necessidade real do produto
e busca formas de atendê-la.
Para o avanço dessa nova forma de ver, é necessário romper com os tradicionais pa-
radigmas de solução única para os problemas ambientais, como a implantação de trata-
mentos fim-de-tubo, aterros sanitários para resíduos sólidos e estações de tratamento de
efluentes para tratamento dos esgotos sanitários, adotando-se procedimentos que evitem
a geração de resíduos, combate ao desperdício, modificação no processo de produção,
com a finalidade de gerar menos poluentes e provocar menor impacto ambiental.
No Quadro 2 é apresentado um comparativo entre o enfoque convencional e os
princípios/conceitos da P+L.
30
A intensa competição global e um ambiente de negócios em rápida mudança enco-
rajaram as empresas a buscar novas maneiras de obter vantagem competitiva. Além disso,
para minimizar os impactos ao meio ambiente, muitas empresas mudaram seus proces-
sos produtivos, o que possibilitou a pesquisa sobre uma produção mais limpa.
GLOSSÁRIO
Sinergia é a cooperação e/ou inter-relação entre áreas, departamentos, organizações ou in-
divíduos. Sinergia pode representar o trabalho em conjunto para atingir um determinado ob-
jetivo. No contexto da preservação ambiental é necessário haver sinergia entre as diferentes
áreas, para que a ação conjunta resulte no sucesso das ações propostas.
Oliveira Neto, Shibao e Godinho Filho (2016) destacam que a adoção da P+L por em-
presas brasileiras tem maior assimetria com a educação ambiental, sistemas de gestão
ambiental e ISO 14001, que visa principalmente à redução da gestão de energia, água e
efluentes e resíduos sólidos. No entanto, existem poucas pesquisas sobre energias renová-
veis e responsabilidade ambiental, mostrando que existem oportunidades de pesquisas e
contribuições para o desenvolvimento sustentável que podem e precisam ser exploradas.
31
Absolutamente tudo o que é criado passa por uma série de estágios do ciclo de vida,
desde a extração da(s) matéria-prima(s) para produção dos produtos até o fim de sua vida
útil e descarte. O processo científico de entender quais impactos ocorrem como resultado
dos materiais que se movem em nossa economia é chamado de Avaliação do Ciclo de Vida
(ACV) (ou Análise do Ciclo de Vida) (BRAGA et al., 2005). A ISO 14040 define como etapas da
ACV a definição do escopo e objetivos, análise do inventário de ciclo de vida, avaliação dos
impactos e interpretação dos resultados.
A ACV é um processo complexo e profundamente detalhado de decompor todas as
entradas necessárias para fazer algo existir e observar as saídas que ocorrem como resul-
tado. Esses fluxos são medidos em relação a muitas (mais de 90) categorias de impacto
diferentes que estão ligadas à saúde do ecossistema, desde as óbvias (como emissões de
gases poluentes e potencial de aquecimento global) até as menos conhecidas (como eu-
trofização de cursos d’água, toxicidade humana e potencial de destruição da camada de
ozônio).
GLOSSÁRIO
Eutrofização é o processo que ocorre quando um corpo receptor (rios, lagos, lagoas etc.) está
com excesso de nutrientes básicos (nitrogênio e fósforo). Esse processo se aplica ao processo
de enriquecimento mássico e contínuo de nutrientes causando o desenvolvimento de plantas
aquáticas que alteram o equilíbrio biológico do corpo hídrico receptor.
32
Figura 3: Hierarquia a ser adotada no contexto de prevenção da poluição
Fonte: Adaptado de Braga et al., (2005)
FIQUE ATENTO
Geralmente, o reuso e a reciclagem são erroneamente identificados como processos idênti-
cos. Lembre-se que o reuso é um processo de aproveitamento dos materiais ou bens descar-
tados sem a alteração física, química ou biológica desses materiais. Por outro lado, a recicla-
gem envolve a alteração das propriedades físico-químicas ou biológicas dos materiais com a
finalidade de produzir novos produtos iguais ou diferentes dos materiais originais.
33
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (ENADE, 2013 – Adaptado) Com o intuito de aprimorar o seu SGA, uma indústria de
bebidas iniciou um programa de P+L, que estabeleceu a seguinte ordem de prioridade
para a gestão dos resíduos: eliminação – redução – reaproveitamento – tratamento –
disposição final. Qual seria a melhor proposta para gestão dos resíduos de embalagens
(papel/papelão) que são gerados nessa indústria?
1) convencional
2) P+L
34
( ) Controle de emissões na fonte geradora.
a) 2, 1, 1, 1.
b) 2, 1, 2, 1.
c) 1, 1, 2, 2.
d) 1, 2, 1, 1.
e) 2, 1, 2, 2.
35
para a(s) verdadeira(s) e F para a(s) falsa(s).
( ) As normas da Série ISO 14000 tratam dos procedimentos para implantação de um SGA.
( ) O tratamento de resíduos é a prioridade na hierarquia de um SGA.
( ) A educação ambiental é uma das estratégias que podem ser adotadas para implantação
dentro das organizações de um SGA eficiente.
( ) A substituição de matérias-primas e ACV dos produtos é listada como estratégia de um
SGA eficiente.
a) V, F, V, F.
b) F, V, V, V.
c) F, V, F, F.
d) V, F, F, V.
e) V, F, V, V.
36
04
PRÁTICAS EM EDUCAÇÃO UNIDADE
AMBIENTAL
37
4.1 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA
De acordo com o artigo 9º da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) (Lei
n. 9.795/1999), entende-se por educação ambiental (EA) na educação escolar aquela desen-
volvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas nas diversas
modalidades do ensino formal, sejam elas: educação básica, educação superior, profissio-
nal e de jovens e adultos (BRASIL, 1999).
Como ressaltado nos capítulos anteriores, cabe lembrar que a EA deve ser desenvol-
vida de forma contínua e permanente nos diversos níveis do ensino formal. Por outro lado,
a Lei n. 9.795/1999 destaca em seu artigo 10, parágrafo 1º que a EA não deve ser obrigato-
riamente implantada como disciplina específica do currículo escola. Frisa-se no artigo 10,
a não obrigatoriedade, visto que os parágrafos 2º e 3º do mesmo artigo aponta condições
específicas para a criação de disciplina específica em cursos de pós-graduação, formação
continuada e especialização (BRASIL, 1999).
Por fim, no que tange à Lei, é estabelecida a obrigatoriedade da dimensão ambien-
tal nos currículos de formação de professores em todos os níveis. Incluindo o recebimento
de formação complementar a fim de cumprir os objetivos da PNEA.
Paralelamente ao que aconteceu na formação de professores em todo o mundo, a
EA também é reconhecida nos currículos escolares de diversos países. Por exemplo, é um
requisito na Noruega e na Suécia que o desenvolvimento sustentável seja incorporado nos
currículos de educação em todos os níveis de escolaridade, bem como na formação de
professores (DAVIS, 2020).
Na China, o 15º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês avançou no desen-
volvimento sustentável como uma estratégia nacional com a EA incorporada à agenda da
política de macro educação chinesa (DAVIS, 2020).
Na Austrália, a sustentabilidade é uma prioridade do currículo escolar e visa abordar
a capacidade contínua do planeta Terra de manter a vida. É reconhecido que todas as áre-
as de aprendizagem, como Inglês, Ciências, Artes, Saúde e Humanidades, têm o potencial
de contribuir para a prioridade da Sustentabilidade. Dessa forma, a Sustentabilidade está
inserida em cada área de aprendizagem de forma consistente com o conteúdo e a fina-
lidade da área de estudo (DAVIS, 2020). Davis (2020) destaca que a educação formal tem
ampla participação na educação cívica, portanto, é necessária uma participação ativa nas
questões socioambientais que permeiam a vida social nesta etapa da formação cidadã.
Cabe frisar ainda que os espaços de ensino formal são potências que possibilitam
muito mais do que a aprendizagem dos conteúdos formais. Abaixo é apresentada uma
proposta de atividade que pode ser empregada no ambiente escolar a fim de engajar os
alunos e promover a disseminação dos princípios e conceitos norteadores da EA.
38
FIQUE ATENTO
Os resíduos sólidos são os materiais ou bens descartados, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Os re-
jeitos, comumente chamados de “lixo”, são os resíduos sólidos que, depois de esgotadas to-
das as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis
e economicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada em aterros sanitários.
39
do correto manejo dos resíduos sólidos é tema que pode desempenhar um papel funda-
mental na difusão dos princípios e conceitos da EA no ambiente escolar.
VAMOS PENSAR?
De que forma o professor poderia engajar os alunos visando a disseminação dos princípios e
conceitos relacionados à educação ambiental?
Proponha aos alunos que realizem entrevistas com a comunidade. Para isso, cons-
trua com a turma um roteiro de investigação com perguntas a serem feitas durante as en-
trevistas (ou utilize o roteiro modelo a seguir). No momento da entrega do roteiro, instrua
os alunos sobre como conduzir a entrevista e sobre a importância de registrar exatamente
as respostas coletadas.
Após a finalização do período de co-
leta das respostas do questionário, os re-
-sultados devem ser debatidos em sala de
aula. Neste momento, além da apresenta-
-ção e discussão dos resultados, é funda-
mental que sejam propostas medidas a
fim de solucionar, ou pelo menos minimi-
zar, a problemática decorrente do manejo
inadequado dos resíduos sólidos. No geral,
observa-se que além do engajamento pro-
movido por meio de uma atividade práti-
ca, o questionário permite que a informa-
ção seja levada para além dos muros da
escola e, por isso, pode ocasionar impac-
tos positivos na magnificação da educa-
ção ambiental não formal – por exemplo,
através dos diálogos e reflexões decorren-
tes do preenchimento do questionário de
pesquisa. No geral, as atividades pedagó-
gicas com foco na EA visam sensibilizar,
Figura 5: Aterro sanitário localizado na região metropolitana do Rio de
conscientizar e mobilizar para o processo
Janeiro Roteiro modelo para atividade sobre resíduos sólidos no con-
texto da promoção de práticas de educação ambiental no ambiente de aplicação dos conceitos e princípios da
escolar. EA.
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)
40
4.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA GESTÃO PÚBLICA
A educação ambiental na esfera do Poder Público é fomentada pela PNEA (Lei n.
9.795/1999) na seção III, considerando os pressupostos da educação ambiental não-formal.
Dessa maneira, as ações educativas nos níveis federal, estadual e municipal devem ser ga-
rantidas a fim de sensibilizar a comunidade sobre as questões de preservação da qualida-
de ambiental (BRASIL, 1999). Para isso, são destacados:
• Difusão de informação sobre preservação do meio ambiente nos diversos meios de co-
municação de massa;
• A participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de
educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-
-governamentais;
• A sensibilização da coletividade (comunidade, agricultores e populações tradicionais)
no que tange à proteção das unidades de conservação. Além do incentivo ao ecoturis-
mo.
GLOSSÁRIO
Ecoturismo é o segmento da atividade turística que usa de forma sustentável o patrimônio
cultural e natural em prol da criação de uma consciência ambiental, promovendo o lazer e
bem-estar das populações conjuntamente com a proteção do meio ambiente.
Cabe destacar que um dos papéis da EA é a formação de agentes públicos que atu-
am na área ambiental como técnicos, gestores e conselheiros de meio ambiente nas esfe-
ras municipal, estadual e federal. Além de fornecer ferramentas que possibilitem a esses
agentes gerir melhor os recursos ambientais de seus territórios, a EA tem, ainda, o papel de
fortalecer uma cultura de maior participação social na gestão pública (INSTITUTO ESTADU-
AL DO AMBIENTE, 2014).
41
BUSQUE POR MAIS
Para saber mais sobre o papel da educação ambiental na gestão pública, leia
o capítulo 5, item 5.2 da publicação do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) do
Estado do Rio de Janeiro.
Disponível em: https://bit.ly/3mA9gL1. Acesso: 17 mar. 2021.
• Campanhas de conscientização;
• Aproveitamento e reuso de águas da chuva;
• Revisão e reforma periódica de vazamentos em banheiros, cozinhas etc.
• Reformas e adequações das instalações da empresa;
• Reestruturação de ambientes visando aproveitamento da luz solar e redução do con-
sumo de energia elétrica.
42
BUSQUE POR MAIS
Para saber mais sobre o papel da educação ambiental nas organizações leia os
capítulos 6 e 15 do livro “Gestão Ambiental” (2011) de Denise Curi.
Disponível em: https://bit.ly/3g1SfZ9. Acesso: 19 mar. 2021.
43
FIXANDO O CONTEÚDO
1. No que tange à educação ambiental no ensino formal, a Lei n.9.795/1999 determina que
ela seja garantida em quais níveis do ensino formal?
a) V, F, V, F.
b) V, V, F, F.
c) V, F, V, V.
d) F, F, V, F.
e) F, V, V, F.
1. Desafio
2. Vantagem
44
3. Não se aplica.
a) 3, 2, 1, 1.
b) 1, 2, 2, 3.
c) 3, 1, 1, 2.
d) 2, 3, 3, 1.
e) 2, 2, 1, 3.
a) A educação ambiental pode favorecer o descarte adequado dos resíduos nas organizações
empresariais, porém, os custos operacionais da administração tendem a aumentar.
b) O posicionamento da empresa frente a comunidade adjacente é prejudicado devido as
modificações estruturais da organização.
c) A educação ambiental empresarial pode ser promovida através da implementação de
um sistema de gestão ambiental.
d) O marketing da empresa tende a ser comprometido devido o aumento dos custos,
necessários para modificações estruturais da organização.
e) Os impactos positivos da educação ambiental nas grandes empresas tendem a ser
maiores do que aqueles observados em empresas de menor porte.
45
b) Sensibilizar, conscientizar e mobilizar.
c) Informar, conscientizar e mobilizar.
d) Sensibilizar, mobilizar e explicar.
e) Esclarecer, sensibilizar e emocionar.
8. O ecoturismo pode ser caracterizado como uma viagem realizada em meio à na-tureza,
no qual os recursos naturais são a principal forma de atração turística. Considerando os
conceitos estudados neste capítulo, de acordo com a PNEA (1999), o ecoturismo deve ser
fomentado pelo (a)
a) educação formal.
b) escola.
c) administração pública.
d) organizações financeiras.
e) órgãos ambientais.
46
05
UNIDADE
ÉTICA AMBIENTAL
47
5.1 FILOSOFIA E EDUCAÇÃO
A Filosofia, estudo de origem secular, possibilitou a investigação da relação do Ho-
mem com a Natureza no decorrer dos períodos históricos da humanidade. Battestin e Ghi-
ggi (2011) apontam que foram os filósofos Pré-socráticos que iniciaram questionamentos
profundos e filosóficos sobre as propriedades do meio ambiente, não concebendo a sepa-
ração entre Homem e Natureza. A denominação “Filósofos da Natureza” é designada aos
primeiros pensadores gregos, pois foram eles os primeiros a constatar as transformações
que ocorriam no meio em que viviam, ques-tionando o porquê das transformações am-
bientais naturais (BATTESTIN; GHIGGI, 2011).
A educação ambiental (EA) tem um passado rico e variado, com sua filosofia subja-
cente informada por uma série de disciplinas de origem – uma situação que muitas vezes
dá origem à confusão sobre a sua identidade e aplicação. Pergunte a um estudioso quan-
do o termo EA foi usado pela primeira vez e você receberá uma resposta. Pergunte a outro
e provavelmente obterá uma resposta diferente. Ao longo dos anos em que EA fez parte do
vernáculo educacional, observamos a existência de um desacordo sobre o primeiro uso do
termo. No entanto, é consenso que foi no pensamento filosófico que os conceitos e princí-
pios da EA emergiram, seja através do pensamento crítico ou da análise reflexiva.
A EA utiliza uma ampla gama de disciplinas de origem para seu conteúdo. Ciência,
matemática, artes da linguagem, ciências sociais, política e filosofia são apenas uma
parte da mistura. Também se baseia em uma ampla base para sua pedagogia. Como ob-
servado anteriormente, suas raízes históricas podem ser encontradas no estudo da nature-
za, educação para a conservação e educação ao ar livre, mas, no seu melhor, a EA também
se baseia em um poço profundo de boas práticas pedagógicas forjadas no pensamento
filosófico (CARTER; SIMMONS, 2010). Nesse sentido, portanto, mais do que nunca, preci-
samos pensar sobre a problemática da degradação do meio ambiente no âmbito educa-
cional, necessitando de uma investigação filosófica e que faça pensar de forma crítica e
reflexiva.
48
Entre as diferentes formas da malha interdisciplinar, a transdisciplinaridade é talvez a
mais fácil de distinguir. A transdisciplinaridade só se aplica quando as disciplinas se unem
para identificar, construir, apreender e compreender totalmente um objeto específico de
investigação (Figura 7). A transdisciplinaridade é uma perspectiva que vai além das disci-
plinas científicas individuais e até mesmo do objeto da pesquisa, para melhor apreender
seu alcance e consequências. Como tal, a transdisciplinaridade não reconhece quaisquer
fronteiras para o problema estudado e promove uma abordagem holística (SAUVÉ; BER-
NARD; SLOAN, 2016).
VAMOS PENSAR?
De que forma a educação ambiental poderia fomentar o consumo consciente e minimizar a
supergeração de resíduos?
49
vistas a aprimorar o tratamento dado à questão, a União Europeia vem editando várias
normas referentes a resíduos sólidos. No Brasil, foi aprovada, após 21 anos de tramitação, a
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) (BRASIL, 2010). Entre os pilares da nova Lei, encontra-se a responsabilidade com-
partilhada pelo ciclo de vida do produto, que se inspira na responsabilidade pós-consumo
e tem por fundamento o princípio do poluidor-pagador (JURAS, 2012).
A logística reversa (LR) possui estreita relação com o princípio do poluidor-pagador,
o qual imputa o ônus de arcar com os custos do impacto diretamente àquele que utilizou
o recurso natural. A LR é aplicada ao caso dos produtos pós-consumo, cujo princípio recai
sobre toda a cadeia de suprimentos - fabricantes, importadores, distribuidores, comercian-
tes e consumidores finais, afinal todos têm influência nos efeitos ambientais negativos que
os resíduos podem gerar (JURAS, 2012). A PNRS (2010), defini LR como:
Instrumento de desenvolvimento econômico e social ca-
racterizado por um conjunto de ações, procedimentos e
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveita-
mento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou
outra destinação final ambientalmente adequada (BRA-
SIL, 2010, Art. 3º, Inciso XII).
50
A economia circular (à direita, Figura 8) ocorre em um ciclo em que o planeta de-
sempenha um papel fundamental no fornecimento de recursos naturais e na absorção de
resíduos e poluição. O modelo é válido enquanto a capacidade de carga do planeta não
for ultrapassada. A economia linear (à esquerda, Figura 8) ignora os impactos ambientais
que vêm com o consumo de recursos e o descarte de resíduos, resultando em extração
excessiva de recursos virgens, poluição e geração de resíduos. Como a economia linear
permanece cega para grande parte do ciclo, muitas vezes é ilustrada como uma linha, com
um começo e um fim – da extração ao descarte, onde o potencial de retorno para a Terra é
perdido pela poluição. Em contraste, a economia circular leva em consideração o impacto
do consumo de recursos e do desperdício no meio ambiente. Isso cria circuitos fechados
alternativos onde os recursos estão em movimentos circulares dentro de um sistema de
produção e consumo. O objetivo da economia circular é otimizar o uso de recursos virgens
e reduzir a poluição e o desperdício em cada etapa, na medida do possível e desejável
(SAUVÉ; BERNARD; SLOAN, 2016)
No entanto, apesar de ser um modelo muito vantajoso em questões ambientais, ain-
da muitos desafios precisam ser superados para sua efetiva implementação. Esses desa-
fios permeiam âmbitos tecnológicos que favoreçam a durabilidade dos produtos e sua
manutenção para reuso em detrimento à obsolescência programada ou induzida (BRID-
GENS et al., 2017)
GLOSSÁRIO
Ética – ideia de caráter e modo de agir do ser humano, designando os costumes e o modo de
ser de um indivíduo, ou de um grupo de pessoas.
51
gênero, promoção de uma cultura de paz e não-violenta, cidadania global e valorização
da diversidade cultural e da contribuição da cultura para o desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, considerando o conteúdo estudado na seção anterior, vale a pena destacar
também a ODS 12 que visa assegurar os padrões de produção e consumo sustentáveis.
FIQUE ATENTO
Os ODS foram estabelecidos pela ONU em 2015 e compõem uma agenda de políticas públi-
cas para orientar a humanidade até 2030. No total, são 17 ODS desdobrados em 169 metas
para guiar o desenvolvimento do Homem.
52
FIXANDO O CONTEÚDO
1. A educação ambiental utiliza uma ampla gama de disciplinas para elaboração do seu
conteúdo e para sua fundamentação pedagógica. Em contrapartida, o cerne da EA remonta
o pensamento filosófico que por sua vez estimula o (a)
a) V, F, F, V.
b) V, V, F, F.
c) F, F, V, F.
d) F, F, F, V.
e) V, V, V, F.
a) pluridisciplinaridade.
b) transdisciplinaridade.
c) multidisciplinaridade.
d) intradisciplinaridade.
e) dualismo disciplinar.
53
Considerando os conceitos estudados neste capítulo do livro-texto sobre ética e consumo,
assinale a alternativa que representa um mecanismo capaz de efetivamente promover a
EC.
1. Economia linear
2. Economia circular
a) 1, 2, 2, 2.
b) 1, 2, 2, 1.
c) 1, 1, 1, 2.
d) 2, 2, 1, 1.
e) 2, 1, 2, 1.
7. Os ODS estabelecem metas para orientar políticas públicas e guiar a humanidade no seu
desenvolvimento até 2030. Assinale a ODS que apela aos países para garantir que todos
os alunos recebam o conhecimento e as habilidades para promover o desenvolvimento
sustentável.
a) ODS 12
b) ODS 13
54
c) ODS 5
d) ODS 4
e) ODS 10
55
06
DESAFIOS, PESQUISA E UNIDADE
PERSPECTIVA FUTURA
56
6.1 DESAFIOS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Ao entrar em um novo século e milênio, os educadores ambientais devem desen-
volver novos conhecimentos e técnicas que atendam às demandas de um cenário social e
tecnológico em constante evolução, garantindo que a educação ambiental (EA) permane-
ça relevante para as necessidades e interesses da comunidade.
Os principais desafios da EA incluem: 1) barreiras encontradas por professores e
estudantes no processo de ensino-aprendizagem; 2) Ausência de políticas públicas; 3)
mudanças na demografia e experiência dos indivíduos; 4) integração eficaz de novas
fontes de informação com oportunidades de aprendizagem experiencial, fomentando
a comunicação eficaz sobre questões ambientais ao público e; 5) Prevenção da “psico-
logia do desespero” (HUDSON, 2001; RAHMAN et al., 2018; RICKINSON; LUNDHOLM, 2008).
O quinto desafio revela-se interessante uma vez que aprender sobre o meio am-
biente geralmente significa aprender mais sobre o que fizemos com o meio ambiente,
em vez do que fizemos para cuidar dele. Embora a educação ambiental certamente exija
aprender sobre a resiliência da natureza, é o catálogo de danos que parecerá mais eviden-
te para educadores e alunos. O perigo é que esse catálogo de danos contribua para uma
psicologia do desespero – uma perda de esperança para o futuro e uma sensação de que
nós, como indivíduos, não podemos fazer a diferença (HUDSON, 2001).
Em relação às barreiras do processo ensino-aprendizagem da EA, Rahman et al. (2018)
identificou os desafios encontrados por professores no ensino e aprendizagem de educa-
ção ambiental e as soluções propostas para cultivar mudanças comportamentais positivas
entre alunos indígenas. De acordo com os autores, os professores foram desafiados por
limitações de tempo, elevada carga de trabalho, recursos de ensino insuficientes, indis-
ponibilidade de recursos didáticos e a falta de apoio dos administradores da escola. Em
contrapartida, os desafios dos alunos indígenas vêm de sua falta de consciência ambiental,
problemas de higiene, baixa auto-
confiança e problemas de aprendi-
zagem. Desafios semelhantes se es-
tendem à discentes de áreas rurais e
urbanas (RICKINSON; LUNDHOLM,
2008) (Figura 9).
57
Esses desafios para a educação ambiental exigem que reexaminemos a maneira
como fazemos pesquisas e treinamos profissionais e educadores, bem como a forma como
comunicamos informações ambientais ao público em geral. Os desafios precisam ser re-
solvidos de forma a garantir a eficácia da educação ambiental em termos de mudança
de comportamentos da geração mais jovem em relação a um comportamento ambiental
responsável. Hudson (2001) destaca que a educação ambiental é uma parte importante
da solução dos problemas ambientais, deve estar em contato com as necessidades e in-
teresses da comunidade e se adaptar constantemente ao cenário social e tecnológico em
constante mudança.
A maneira como planejamos hoje a educação pública sobre o meio ambiente terá
efeitos drásticos na qualidade de vida futura. Uma educação ambiental eficaz e significati-
va é um desafio que devemos levar a sério se nós e as gerações futuras quisermos desfru-
tar dos benefícios do patrimônio natural existente (SAUVÉ; BERNARD; SLOAN, 2016).
Alguns administradores e legisladores ainda percebem a EA como uma atividade
opcional de enriquecimento, dispensável em tempos de crise fiscal. Programas precisam
ser iniciados e avaliados para construir o apoio entre os líderes comunitários e pais para
incluir as crianças no planejamento da comunidade e para criar oportunidades de apren-
dizagem ambiental formal, não-formal e informal (SILVA; SANTANA, 2018).
GLOSSÁRIO
Práticas pedagógicas se refere a algo além da prática didática e envolve as circunstâncias
da formação, os espaços-tempos escolares, as opções da organização do trabalho docente, as
parcerias e expectativas do docente (FRANCO, 2016).
• Quais são os critérios que os professores devem usar para tomar suas decisões curricu-
lares?
• Como podemos criar condições para que os professores discutam suas teorias tanto em
termos de compreensões cognitivas quanto efetivas, estéticas e pessoais?
• Quão interessados estão os professores em descobrir suas preocupações e compromis-
sos inconscientes?
58
O desenvolvimento profissional que inclui valores pessoais, sociais e ambientais
pode situar a aprendizagem em uma ampla gama de contextos curriculares onde as ques-
tões podem ser exploradas criticamente do ponto de vista ético e científico (BATTESTIN;
GHIGGI, 2011). Portanto, outro caminho possível para a pesquisa seria examinar como o
desenvolvimento profissional do professor pode levar à construção de conexões entre o
conhecimento moral e científico e os julgamentos éticos dos professores.
VAMOS PENSAR?
Quais questões desafiadoras podem ser trazidas pelos professores para fomentar o ensino dos
princípios e conceitos da educação ambiental?
FIQUE ATENTO
Conflitos socioambientais podem ser definidos como impasses resultantes do conflito de in-
teresses de um indivíduo ou da comunidade com as necessidades de preservação dos recur-
sos naturais. Geralmente, conflitos de interesses relacionados ao uso dos recursos naturais e
preservação (ou conservação).
59
Área Perspectiva
1.
À medida que a discussão global continua a respeito da definição e im-
plementação do desenvolvimento sustentável, o estabelecimento de
metas para a EA precisa acompanhar o ritmo.
2. Uma meta educacional crítica deve ser desenvolver a capacidade dos
jovens de resolver problemas por meio do diálogo e do consenso.
Planejamento 3. De acordo com esse espírito de diálogo, as crianças devem ser parte
integrante do planejamento do programa e da avaliação. A pesquisa
também deve refletir a discussão participativa sobre meios e fins; e as
crianças devem contribuir para definir os motivos, interesses, preocu-
pações e experiências em que os programas bem-sucedidos devem se
basear.
4. Os currículos escolares e os programas não formais precisam ser avalia-
dos de forma mais consistente e eficaz do que no passado.
5. Diferentes formas de aprendizado informal em casa e na comunidade
precisam ser identificadas e avaliadas.
6. Programas precisam ser iniciados e avaliados para construir o apoio
Avaliação entre os líderes comunitários e pais para incluir as crianças no plane-
jamento da comunidade e para criar oportunidades de aprendizagem
ambiental informal.
7. Como as crianças interpretam as mensagens "verdes" da indústria de
brinquedos e computadores e da mídia de massa, e seus efeitos sobre
as atitudes e o comportamento, é uma área importante para estudo.
8. As informações sobre as características e benefícios de programas
Divulgação bem-sucedidos precisam ser coordenadas e promovidas. Informações
sobre abordagens malsucedidas também precisam ser compartilha-
das para orientar a melhoria do programa.
60
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Embora grandes avanços tenham sido feitos na proteção do patrimônio natural terrestre, o
crescimento populacional e o uso industrial continuarão a representar desafios significativos
para a proteção dos recursos ambientais. Neste contexto, a educação ambiental (EA) pode
desempenhar um papel decisivo. Considerando o conteúdo estudado nesta unidade,
assinale a alternativa que representa um dos desafios da EA para equacionar os múltiplos
desafios existentes.
1. Professores
2. Estudantes
a) 1, 2, 2, 2.
b) 1, 2, 2, 1.
c) 1, 1, 1, 2.
d) 1, 2, 1, 2.
e) 2, 1, 2, 1.
61
4. A educação ambiental oferece uma oportunidade de trazer questões sociais e científicas
modernas e desafiadoras para a sala de aula, entretanto, os professores enfrentam grandes
desafios para implementação de práticas pedagógicas inovadoras, dentre os quais
destacam-se:
62
8. Dentre as áreas de pesquisa prioritárias relacionadas a temática educação ambiental,
destacam-se a avaliação e divulgação dos resultados. A partir dos conteúdos estudados
nesta unidade, assinale a alternativa que identifica corretamente uma abordagem alinhada
a essa área de pesquisa.
63
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 C QUESTÃO 5 D
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C
UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 C QUESTÃO 1 D
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 E
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 A QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 C
UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 E QUESTÃO 2 C
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 D
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 B QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 B
QUESTÃO 8 D QUESTÃO 8 E
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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